quarta-feira, 23 de maio de 2018

Lição 06 - 2º Trimestre 2018 - Vivendo Amorosa e Honestamente - Jovens.


Lição 6 - Vivendo Amorosa e Honestamente

2º Trimestre de 2018
INTRODUÇÃO
I - QUANTO AO AMOR FRATERNAL
II - VIVENDO POR FÉ, TRABALHANDO COM HONRA
III - SOBRE O CRISTÃO E SEUS NEGÓCIOS
CONCLUSÃO
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Refletir a respeito da necessidade do amor em nossas vidas;
Apresentar o trabalho como uma necessidade para cada cristão;
Demonstrar o padrão bíblico com relação ao nosso comportamento social.
Palavras-chave: Amor e honestidade.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio abaixo:
“Na lição de número 6, discutiremos a respeito da vivência do amor de Deus na comunidade em Tessalônica e, também, sobre a exortação paulina com relação à necessidade de desenvolvimento de uma vida honesta e simples. Essas duas temáticas são muito caras a Paulo na escrita desta epístola e extremamente atuais se levarmos em consideração os princípios que orientam a sociedade contemporânea. Busquemos, nas instruções de Paulo a Tessalônica, fundamentos que nos possam ajudar a experimentar o verdadeiro amor de Deus em meio a uma geração ímpia e corrupta.
O Amor como Alicerce da Comunidade Tessalonicense
Não existe outra maneira de experienciar o amor senão por meio de uma relação íntima e profunda com Deus. Ele é a fonte primária do amor; por isso, toda vivência comunitária de amor também passa por uma ação direta do Criador.
No texto em 1 Tessalonicense 4.9, ao tratar sobre a excelência da fraternidade dos tessalonicenses entre si e, também, destes para com todas as comunidades no entorno daquela cidade, Paulo esclarece que não há qualquer necessidade de orientação externa, uma vez que o testemunho de Timóteo e das igrejas circunvizinhas apontava para a maturidade do amor daqueles novos irmãos.
Há um detalhe bastante importante nesse mesmo versículo: no início da frase, Paulo elogia o “amor fraternal” dos tessalonicenses — termo este compreendido morfologicamente como um substantivo. Já no final da sentença, ao falar sobre a prática dessa amabilidade que se destacava naquela igreja, o apóstolo não utiliza um verbo derivado de φιλαδελφία para definir a relação de amor entre aqueles irmãos, mas, antes, o verbo ἀγαπάω. A vida em fraternidade testemunhada em Tessalônica era fruto direto do amor pleno que emana exclusivamente de Deus para os homens e da humanidade redimida para aqueles que ainda estão em obscuridade.
O amor, como demonstra o apóstolo nesse texto, é a mais intuitiva das virtudes cristãs; em outras palavras, se a compreensão daquilo que seja domínio próprioperdão ou mesmo paciência é algo que demanda um conjunto de conhecimentos prévios, a experiência do amor, no entanto, é algo absolutamente natural para aquele que vivenciou a graça da salvação em Cristo.
Não é possível aprender a amar em um curso de cinco passos, muito menos por meio de um best-seller de autoajuda. O entendimento do amor advém da obra da salvação presente em cada um daqueles alcançados pelo evangelho de Cristo. Ao invés de um investimento pessoal ou coletivo numa compreensão exclusivamente teorética do amor, precisamos vivenciar uma existência cotidiana do amor sob a orientação do Pai.
Uma humanidade afastada de Deus e atravessada pela tragédia do pecado estruturalmente assimilado é incapaz de crer no amor. Por isso, o que muito se observa na sociedade atual são ações de autopromoção, práticas de desencargo de consciência e, até mesmo, constrangimento moral. Contudo, nada disso é a verdadeira manifestação do amor, a qual é mediada exclusivamente pela operação do Espírito Santo no coração daqueles que reconhecem Jesus Cristo como o Senhor.
Ora, percebamos a aparente contradição: Os tessalonicenses eram perseguidos, novos conversos e uma comunidade sem um pastor; todavia, eles eram abundantes no amor uns para com os outros e também para com aqueles que não eram de seu círculo comunitário. De fato, não há qualquer absurdo aqui; na verdade, foi o amor que vinculou cada um daqueles irmãos à causa de Cristo. Sem a conectividade produzida pelo amor que vem de Deus, aquela jovem igreja certamente não se manteria una em meio a tantas oposições e perseguições.
Esse parece ser o melhor caminho para a prosperidade de qualquer comunidade local hoje. Em um tempo de crise institucional-religiosa como o nosso, líderes e igrejas estão, de maneira desesperada, em busca de fórmulas mágicas para a superação de seus dilemas particulares. Fundamentar todas as suas ações no alicerce do amor, assim como fizeram os cristãos tessalonicenses, é, sem dúvida, a melhor atitude a ser adotada por cada um de nós.
O Caráter Contagiante do Amor
O amor é, com muita naturalidade, a instância existencial mais desacreditada pela sociedade contemporânea; é claro, porém, que tal rejeição possui uma justificativa lógica. Vivemos num modelo social anticomunitário; somos um amontoado de pessoas, mas cada um está preso as suas ambições e desejos individualistas.
A cibercultura, componente inegável de nosso mundo atual, tem contribuído, direta e paradoxalmente, para o afastamento das pessoas. Deve-se entender como uma incongruência esse nexo causal entre cibercultura e atomização dos indivíduos, pois o discurso que se propagandeia associado aos mecanismos de comunicação em massa atrelados à Internet é o de que eles foram criados para facilitar a comunicação e interação interpessoal.
Entretanto, não é essa a constatação empírica que percebemos na realidade. A Internet — e, de maneira mais específica, as redes sociais — torna-se cada vez mais num ambiente de isolamento dos indivíduos e seus discursos. Ora, num esforço para dar a cada indivíduo a tão prometida visibilidade universal — objeto de desejo incessante da maioria das pessoas hoje — a Internet fez com que todos pudessem falar o que quisessem, o quanto desejassem e da maneira como melhor acreditassem.
Em tempos de culto à imagem de si mesmo, cada um agora tem sua própria tela de projeção pessoal (Youtube), por meio da qual pode criar as histórias de si e para si o quanto quiser. Numa sociedade onde as grandes obras da literatura mundial estão sendo relegadas ao esquecimento, qualquer indivíduo pode escrever um livro contando sua história particular (Facebook), a qual, sob seu controle, sempre enaltece seu personagem principal. Em última análise, as pessoas nem se comunicam mais; elas apenas, de modo animalesco, emitem seus grunhidos (Twitter) umas às outras.
Como consequência dessa ilusória liberdade de dizer e de ser visto, temos um culto ao monólogo, onde as pessoas falam sozinhas sobre o que acham, desejando que outros indivíduos concordem com elas, compartilhem, curtam, façam views de suas opiniões, sendo que, na maioria dos casos, a fala do outro, o ponto de vista do outro e até mesmo os argumentos do outro são sufocados pela preocupação mesquinha de cada indivíduo consigo mesmo.
Todos querem ser vistos e ouvidos, mas quem deseja acolher e compreender o outro? Pouquíssimas pessoas. Instalou-se, assim, um culto ao individualismo. O suposto amor que se encerra em si é, na verdade, narcisismo ou, até mesmo, idolatria. Essa é a maior sofisticação da operação do erro na contemporaneidade: “Por que preciso da imagem de outro ser se posso cultuar a minha?”, “Por que devo ajoelhar-me diante do altar de outro personagem se posso prostrar-me diante de mim mesmo?”, “A quem oferecer glórias se a vanglória a mim direcionada satisfaz meu ego?”.
É por isso que o amor não tem espaço nessa sociedade, pois, enquanto categoria constitutiva do ser divino, o amor implica doação. Ora, não se doa nada a si mesmo; para algo ser oferecido, é necessária a existência de um alguém a quem se dedique aquilo que se está a oferecer.
O amor não cabe em si mesmo; não pode conter-se num único ser. Por isso, o universo foi criado em amor, como que pelo transbordamento de Deus no cosmos. A constatação de que se vive em amor é alcançada a partir do momento em que se compreende que não se deve viver apenas em si ou para si, pois se precisa, de modo concreto, do outro.
Os surpreendentes acontecimentos em Tessalônica só podem ser explicados mediante o amor contagiante que aqueles novos irmãos experimentaram. A pequena semente que foi espalhada por Paulo converteu-se numa frondosa árvore cujos frutos não apenas o apóstolo colhia, mas também a própria comunidade de novos cristãos e, de maneira surpreendente, toda a região ao redor.
Qualquer tentativa de conter esse amor que constantemente aumenta acarretaria na crise da própria experiência cristã. Um cristão medíocre é identificado por sua carência de amor. Quem vive em comunhão íntima com o Pai pode enfrentar a escassez com relação às coisas supérfluas da vida, mas nunca será privado da dádiva do amor.
Por isso, a oração de Paulo, antes mesmo de concentrar-se em qualquer clamor por segurança física ou prosperidade material daqueles irmãos, era pelo crescimento em amor de cada tessalonicense. E o quanto é possível crescer em amor? Infinitamente. Por muito amar seu filho, uma mulher foi capaz de abrir mão de seu direito de maternidade para não testemunhar a morte de seu filho (1 Rs 3.26); por amor à vida de sua filha, um príncipe da sinagoga prostrou-se em público diante de Jesus, rogando pela vida de sua filha (Mc 5.22,23); exclusivamente por amor, Jesus fez tudo o que era necessário para garantir-nos o acesso à salvação.
E o que significa crescer em amor? Significa transcender padrões humanos de relacionamento e aproximar-se continuamente do exemplo vivo do caráter de Deus, que é Cristo. Significa estender abraços de misericórdia e perdão àqueles que, por necessitarem, estão amargurados de espírito. “Assim como os tessalonicenses, cresçamos em amor; que haja entre nós mais líderes que orem continuamente por uma experiência comunitária de amor.”
*Este subsídio foi adaptado de BRAZIL, Thiago. A Igreja do Arrebatamento: O Padrão dos Tessalonicenses para Estes Últimos Dias.  1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.


Lição 05 - 2º Trimestre 2018 - Aborto, a Morte de Inocentes - Juvenis.


Lição 5 - Aborto, a Morte de Inocentes

 2º Trimestre de 2018
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. O ABORTO
2. TIPOS DE ABORTO
3. O QUE DIZEM OS DESENSORES?
4. POR QUE A IGREJA É CONTRA?

OBJETIVOS
Compreender porque somos contra o aborto;
Conhecer alguns tipos de aborto;
Reafirmar nossa posição em favor da vida.
     Querido (a) professor (a), na próxima aula vamos tratar em sala de um assunto muito sério: aborto! Para tal, sua revista já disponibilizou roteiro para uma abordagem clara e objetiva, as explicações necessárias, sugestões de interações no decorrer da aula e subsídios que lhe darão ainda mais suporte.

      Evidentemente, estes recursos não impedem que você amplie sua pesquisa e criatividade ao lecionar. Com foco nesses objetivos estabelecidos, você pode enriquecer ainda mais a sua aula, levando matérias atualizadas sobre os dados de mulheres mortas em clínicas de aborto clandestinas no Brasil, projetos de lei que visam a sua descriminalização, etc.

      Todo este conteúdo teórico é muito importante, sobretudo, para que os juvenis tenham bases sólidas para argumentarem sobre sua posição, especialmente ao entrarem em uma universidade, onde essa temática é ainda mais abordada, seja em classe ou nos corredores fora dela.

      Contudo, também sugerimos propor um aprofundamento emocional sobre o assunto. Afinal, estamos falando da vida humana, tanto da mãe, quanto do bebê. Assim, os números, índices, ganham forma e causam um impacto ainda maior e tão importante a serem considerados ao se conversar sobre “aborto”.

       Portanto, sugerimos que você procure entre os seus conhecidos (podem ser membros da própria igreja) testemunhos de pessoas que souberam que seriam abortadas, seja devido à recomendação médica por suspeita de grave problema de saúde, risco de morte da mãe, situação financeira ou psicológica problemática, estupro ou tantas outras possibilidades. Combine que ela esteja presente no dia da aula para contarem suas histórias aos juvenis e dizerem o quanto são gratas a Deus por não terem sido abortadas.

      Você também pode contar a história resumida de algumas personalidades famosas que certamente todos os seus alunos conhecem e seriam abortadas por suas mães; pessoas brilhantes, que colaboram com a humanidade, cada qual em sua área. Muitas inclusive tronaram-se colaboradoras de diversas instituições de ajuda humanitária, até mesmo algumas pró-vida e contra o aborto. Afinal, do que adianta se posicionar contra o ato e não ajudar em nada para proporcionar uma vida digna à criança sobrevivente?!

       Neste site você encontra alguns exemplos de celebridades que vivenciaram essa experiência, mas graças a Deus suas mães optaram por mantê-las, lhes permitindo a dádiva da vida: https://www.feedclub.com.br/famosos-que-quase-foram-abortados/9/

        Finalize a aula questionando aos seus juvenis o que podemos fazer, enquanto representantes de Cristo nessa terra, não apenas para impedir abortos clandestinos que causam tantas mortes e seqüelas de mães e crianças no nosso país, mas também ajudá-los a ter uma vida digna.

       Ore com sua classe por essas famílias desesperadas que hoje pensam no aborto como uma possibilidade, por outras que já o praticaram e adoecem em culpa e remorso por tal ato (que possam encontrar em Cristo o arrependimento e perdão para vida eterna) e ainda pelas que não o fizeram e passam necessidades para criar filhos deficientes ou em extrema pobreza.

       Que a Igreja do Senhor possa ser luz, de fato e de verdade, não apenas em palavras, discurso e leis, mas também em ação, semeando o genuíno amor de Cristo nessas vidas e sociedade, na prática, como o próprio Jesus fazia.

       O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD
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Lição 09 - 2º Trimestre 2018 - Coragem em Meio à Perseguição - Jovens.


Lição 9 - Coragem em meio à perseguição 

2º Trimestre de 2018
INTRODUÇÃO
I - COMO SE PORTAR DIANTE DAS TRIBULAÇÕES?
II - O QUE ESPERAR EM TEMPOS DE TRIBULAÇÃO?
III - A ORAÇÃO DE PAULO PELOS TESSALONICENSES
CONCLUSÃO 
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Discutir a respeito do comportamento dos irmãos tessalonicenses diante da perseguição;
Compreender que mesmo em meio às tribulações o Senhor está conosco;
Analisar a postura de Paulo como líder diante da perseguição aos tessalonicenses.
Palavra-chave: Perseguição.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio abaixo:

Como uma jovem igreja deve reagir diante de uma severa perseguição que lhe aflige? Que armas teriam a inexperiente comunidade em Tessalônica para enfrentar as sofisticadas artimanhas do mal, cuja principal finalidade era o desmantelamento da paz interna daquele grupo de irmãos? Como não havia e nem há manual de instruções com dicas exaustivas para cada situação adversa que enfrentamos, a saída encontrada por aquele grupo de irmãos foi lançar-se naquilo em que eles mais prosperavam: amor, fé e esperança.

Aprendamos, pois, com os cristãos tessalonicenses caras lições sobre crescimento espiritual num contexto de perseguição.

Os Tessalonicenses e o Cotidiano de Tribulação
A maior parte dos especialistas concorda que o contexto histórico que é problematizado na segunda epístola que Paulo escreveu aos tessalonicenses dista apenas em questão de meses com relação ao conteúdo da primeira — ainda que, conforme alguns aleguem, a escrita da carta possa ter sido um pouco posterior.

O principal motivo do envio de uma nova missiva à Tessalônica é a persistência do ambiente de perseguição à comunidade cristã, problemas de compreensão sobre questões escatológicas e a presença de indivíduos com comportamentos socialmente reprováveis. Como se pode ver, um problema político, um teológico e um social.

Nos três pequenos capítulos que compõem 2 Tessalonicenses, temos uma discussão constante sobre a situação adversa que os tessalonicenses enfrentavam. No capítulo introdutório da epístola, temos uma palavra de fortalecimento àqueles que, diante das angústias produzidas pela perseguição do estado e dos fanáticos religiosos, devem crer que receberão a justa retribuição do Senhor, assim como da mesma maneira acontecerá com os ímpios também.

Já no segundo capítulo, Paulo concentra-se em demonstrar que o sofrimento tessalonicense, que pode ser facilmente identificável a partir de um contexto histórico e político, faz parte de um grande plano de resistência que os filhos de Deus impõem contra as forças do maligno que, de maneira muito insistente, procuram dominar toda a história humana.

Por fim, no capítulo que encerra a carta, o apóstolo discute sobre os problemas oriundos da presença de pessoas desordeiras na comunidade. Esses indivíduos estavam causando distúrbios internos na jovem igreja que se estabeleceu naquela cidade: homens desocupados que defendiam sua condição de ociosidade como um comportamento recomendável; pessoas que se intrometiam na vida alheia como instrumento de controle; em suma, pessoas completamente insubmissas.

Fazendo uma leitura apressada, alguém talvez possa defender que esse é o menor dos problemas; contudo, quem convive no seio de uma igreja local sabe o quanto tais conflitos interpessoais prejudicam e desestabilizam a paz que se espera encontrar num ambiente comunitário.

Temos, assim, uma carta majoritariamente escrita com a intenção de consolar aquela comunidade diante desse conjunto de problemas que se impunham. Esta, então, pode ser a chave hermenêutica para uma possível leitura de 2 Tessalonicenses: consolo em meio às tribulações.

Como veremos, Paulo concentra-se em consolar os corações em Tessalônica por meio da lembrança de que o Deus que fez a semente do evangelho germinar entre aqueles irmãos é o mesmo que não desistirá de amá-los e protegê-los em todo o tempo. Este é o maior consolo que podemos ter em tempos de crise e medo: a presença do Senhor é continuamente conosco.

Como bem demonstrará Paulo, a vitória final que alcançaremos será contra as forças da maldade que já operam entre nós hoje, mas que, no momento determinado pelo Senhor, serão completamente destruídas conforme sua vontade. O apóstolo dedica-se, assim, a apontar os sinais que indicam o retorno triunfante de Jesus para o estabelecimento de seu Reino eterno.

Conforme afirma Ghini:
Para o apóstolo a esperança identifica-se com aquilo que é a própria conduta cristã, baseada sobre a fé e vivificada pela caridade. A natureza da esperança é expressa por meio da paciência na tribulação, apontando para a parusia. A certeza da parusia constitui-se como a confiança e a consolação de quem espera. A paciência da esperança se realiza somente na união com Cristo. As esperanças humanas que não se fundamentam no Cristo vivo estão mortas. (GHINI, 1980, p.83, 
apud PAGANOTTO, 2015, p.138)
É o consolo que Deus também virá aos tessalonicenses, como podemos perceber na leitura da epístola, por meio da atuação ministerial do próprio apóstolo e sua equipe. É exatamente isto que o Senhor faz: vocaciona pessoas para que, por meio destas, sua glória seja revelada àqueles que necessitam de apoio.

Por vezes, numa compreensão errônea da maneira como Deus age, lançamo-nos ardorosamente em oração e na espera de uma intervenção sobrenatural, quando, na verdade, o Senhor já tem preparado, de maneira providencial, pessoas, amigos e irmãos — isto é, gente de carne e osso — para auxiliar-nos em nossas fraquezas.

Mesmo distante, as cartas de Paulo endereçadas àquela igreja eram um bálsamo em tempos de fortes feridas. A presença do jovem obreiro Timóteo entre eles era prova do imenso cuidado do Senhor por aquela comunidade. O alento de Deus para aquele grupo de irmãos também veio por meio dos obreiros enviados pelo Senhor para anunciar o evangelho.

Por fim, porém não menos importante, o cuidado de Deus para com os tessalonicenses manifesta-se por meio do fortalecimento mútuo que se desenvolveu entre aqueles irmãos em sofrimento. Na verdade, uma das características da ação de Deus no interior de uma comunidade é esta: o Senhor produz unidade e mutualidade.

Por meio da operação do Espírito Santo, as pessoas não se percebem mais como indivíduos isolados e/ou autônomos com relação às outras pessoas; pelo contrário, somos conduzidos a sentir as dores e as alegrias uns dos outros (Rm 12.15), por meio de uma compreensão da realidade que nos liga profundamente uns com os outros.

Segundo essa operação de consolo patrocinada por Deus e efetivada pelos próprios cristãos em Tessalônica, é do meio do próprio povo que o Senhor suscita as pessoas, bem como as situações, para livrar do sentimento de desamparo e abandono as comunidades que servem a Deus em meio a muitas tribulações.

Diante do entendimento de que o consolo de Deus é uma realidade inegociável do Senhor para com nossas vidas, passemos a refletir sobre como os tessalonicenses reagiram diante da iminência de dor e sofrimentos contínuos.
Fé em Contínuo Crescimento
Ao iniciar seu louvor a Deus com relação ao bem-estar espiritual da comunidade tessalonicense, a qual permanece firme em sua vocação salvífica — apesar das fortes oposições que se estabeleceram ali —, o apóstolo Paulo declara-se feliz por reconhecer uma fé que se estabeleceu de maneira profunda e frutificante entre aqueles novos irmãos.

Nas palavras do apóstolo, os tessalonicenses possuíam uma fé que crescia de maneira rica e abundante (ver 2 Ts 1.3). Essa condição de fé dos irmãos em Tessalônica é de caráter surpreendente para muitas pessoas, pois, segundo uma lógica humana, as perseguições e ameaças as quais aquele grupo de irmãos era submetido deveriam ter minguado a esperança daqueles novos cristãos. O resultado, entretanto, foi absolutamente inverso.

A contínua tribulação que se estabeleceu entre os tessalonicenses exigiu que estes fossem capazes de amadurecer no que se refere a sua experiência de fé. Tomando a conceituação do escritor da carta aos hebreus (Hb 11.1), a ausência de qualquer saída humana para os problemas enfrentados pelos cristãos tessalonicenses impulsionou-os a depositar toda a sua esperança no exclusivo cuidado que Deus tem por aqueles a quem Ele ama.

Dessa forma, aquilo que deveria sufocar o desenvolvimento espiritual daqueles novos irmãos tornou-se o elemento catalisador de uma fé que se enriqueceu continuamente. É evidente que todo crescimento espiritual que se estabelece numa comunidade ou na história de uma pessoa individualmente é o resultado direto da ação graciosa de Deus; contudo, quando refletimos sobre as estratégias e caminhos utilizados pelo Criador para conceder-nos amadurecimento espiritual, estes podem variar de maneira absoluta.

O pedido de oração feito pelos apóstolos a Jesus décadas antes — “acrescenta-nos a fé” (Lc 17.5) — foi vivenciado pela igreja tessalonicense de maneira natural e espontânea. Esse tipo de crescimento não está associado a um aumento do quantitativo de pessoas ou do poder aquisitivo do grupo enquanto instituição.
Possuir uma fé que cresce muitíssimo significa testemunhar uma experiência espiritual que envolve indiretamente uma confiança inabalável no amor e cuidado do Senhor. Será que, na igreja de hoje, testemunhamos um crescimento ou um retrocesso de fé?

A cada dia, são fundadas mais igrejas locais; isso, no entanto, não é garantia do crescimento do Reino ou expansão da fé. Placas, 
slogans, marketing gospel podem até superlotar espaços numericamente; porém, somente a vivência de contextos-limites, mediados pela graça distribuída no calvário, pode proporcionar um crescimento de caráter, de vida e também de uma fé genuína.

Numa sociedade como a nossa — que, a todo custo, procura acomodar os princípios cristãos com os valores da coletividade decaída —, somente a posse de uma fé multiplicante poderá gerar a distinção entre o que serve a Deus e o que não serve; entre o mundo da religião e a experiência viva com Jesus.

Uma vivência de fé egoísta, pela qual não se evangeliza, discipula ou se propaga a mensagem de amor do evangelho de nosso Senhor Jesus, torna-se mero ajuntamento religioso, e não foi para isso que fomos comissionados.

Conclusão
Os sofrimentos contínuos que a comunidade em Tessalônica enfrentou não foram suficientes para desmotivar aquele grupo de irmãos a viver a verdade do evangelho que lhes foi anunciada. A partir de um tripé de virtudes cristãs: fé, amor e paciência/esperança, a Igreja tessalonicense permaneceu fiel e alegre, sempre na expectativa da vinda do Senhor.
*Este subsídio foi adaptado de BRAZIL, Thiago. A Igreja do Arrebatamento: O Padrão dos Tessalonicenses para Estes Últimos Dias.  1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

Lição 09 - 2º Trimestre 2018 - Ética Cristã e Planejamento Familiar - Adultos.


Lição 9 - Ética Cristã e Planejamento Familiar
2º Trimestre de 2018
PONTO CENTRAL
O planejamento familiar é imprescindível para uma família funcional.
ESBOÇO GERAL
Introdução
I – Conceito geral de planejamento familiar
II – O que as Escrituras dizem sobre o planejamento familiar
III – Ética cristã e o limite do número de filhos
Conclusão
OBJETIVO GERAL
Conscientizar a respeito da importância do planejamento familiar.
Ética Cristã e Planejamento Familiar 
Pr. Douglas Baptista
O casamento cristão pressupõe a formação de uma nova família e, como resultante, o nascimento de filhos. Está inserida na criação dos filhos, a responsabilidade familiar de prover o sustento e todo o cuidado indispensável para o desenvolvimento do ser humano. Por conseguinte, entre outros deveres e obrigações do casal, inclui-se o planejamento familiar. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus professa que “a família é uma instituição criada por Deus, imprescindível à existência, formação e realização integral do ser humano, sendo composta de pai, mãe e filho(s) — quando houver”. Reitera ainda a Declaração que “o pai e a mãe integram, de forma originária, determinante e estruturante, a família, e a eles a Bíblia impõe o dever de sustentar, formar, disciplinar os filhos e instruí-los moral e espiritualmente” (SOARES, 2017, p. 205). No caso de infertilidade em, pelo menos, um dos cônjuges, nas Assembleias de Deus pode-se recorrer às técnicas reprodutivas, desde que a fertilização ocorra no interior do corpo da mulher e os gametas utilizados pertençam ao próprio casal (SOARES, 2017, p. 206). Quanto ao uso de métodos contraceptivos no planejamento familiar, as Assembleias de Deus preferem o método natural, mas não se opõem ao uso dos métodos artificiais, desde que não sejam abortivos (BARROS, 1997, p. 93).

Assim sendo, o posicionamento ético cristão quanto à procriação e o planejamento familiar baseiam-se no equilíbrio entre esses dois institutos. De um lado, não se deve procriar de modo imprudente e irrefletido, e, de outro, não se deve deliberadamente, por questões moralmente injustificáveis, evitar ou impedir toda e qualquer concepção e a consequente procriação da espécie humana.

Controle de Natalidade

São procedimentos de políticas demográficas com o objetivo de diminuir e até impedir o nascimento de crianças. Tais medidas são adotadas pelos governos para refrear o aumento da população de um país. Nesse caso, regular o número dos filhos é visto como solução para erradicar os níveis de pobreza, bem como alternativa para a preservação e o melhor uso dos recursos naturais. Por ordem do Estado, o número de filhos é limitado à revelia da vontade dos pais. Para esse fim, são utilizados métodos contraceptivos e até esterilização permanente. Em países totalitários ocorrem denúncias do uso do aborto e até do infanticídio como soluções para o controle de natalidade. Em sentido mais amplo, o controle de nascimento de seres humanos pode ser considerado como:
Qualquer ato ou aparelho que mantenha separada duas pessoas de sexo oposto que tenham o potencial de procriar, qualquer ato ou aparelho que mantenha a pessoa, o macho ou fêmea, incapaz de realizar a totalidade da função sexual, qualquer ato ou aparelho que mantenha separados os espermatozoides e os óvulos durante ou após a relação sexual, e qualquer ato ou aparelho que destrua o produto da concepção (o zigoto formado pelos gametas masculino e feminino), não obstante a idade do produto de concepção. (HENRY, 2007, p.140)
Nesse contexto, o controle de natalidade visa manter o índice populacional dentro dos parâmetros estabelecidos pela autoridade estatal. Alguns pesquisadores diferenciam o controle de natalidade do controle populacional. Alegam que o primeiro contempla apenas os métodos contraceptivos que impedem a procriação e que o segundo atua, inclusive, na eliminação de pessoas que já nasceram. Seja como for, trata-se de controle da reprodução humana que, se não observados os princípios éticos e morais, atentam contra a soberania divina e a inviolabilidade da vida.
O Relatório de Kissinger

O “Relatório de Kissinger”, datado de 30 de setembro de 1974, foi redigido pelo então secretário de Estado dos Estados Unidos Henry Kissinger. Para entender os atuais programas de natalidade, é indispensável o conhecimento do referido relatório norte-americano. O documento recebeu o título “Implicações do Crescimento da População Mundial para a Segurança e os Interesses Externos dos Estados Unidos”, classificado como “confidencial” sob o código NSSM 200. O texto foi desclassificado pela Casa Branca e deixou de ser sigiloso em 1989. O relatório estabelece políticas e estratégias para a redução do crescimento populacional dos países em desenvolvimento. As ações recomendadas para o “controle de natalidade” envolvem a ampla divulgação e comercialização indiscriminada de anticonceptivos orais, uso do dispositivo intrauterino (DIU), esterilização de homens e mulheres e o uso de preservativos. E, dentre outras políticas de controle, o documento destaca a prática do aborto:
Embora os órgãos que estão participando deste estudo não tenham recomendações específicas para propor em relação ao aborto, acredita-se que as questões seguintes são importantes e devem ser consideradas no contexto de uma estratégia global de população: – nunca um país reduziu o crescimento da sua população sem recorrer ao aborto. (NSSM 200, 1974, p. 182)
Ressalta também o relatório a importância do papel da mulher no controle dos nascimentos. Ideias como o empoderamento feminino, direito sobre o próprio corpo, disputa com os homens na esfera política e no mercado de trabalho são apontados como essenciais para o sucesso do programa:
A condição e a utilização das mulheres nas sociedades dos países subdesenvolvidos são particularmente importantes na redução do tamanho da família […] As pesquisas mostram que a redução da fertilidade está relacionada com o trabalho da mulher fora do lar. (NSSM 200, 1979, p. 1301)
Estudiosos do controle populacional avaliam que foi a partir desse relatório que assustadoramente se implantaram, nos países em desenvolvimento, diversos e variados processos políticos para a redução dos nascimentos. Incluem-se como consequência do “Relatório de Kissinger” as propostas para a institucionalização da educação sexual nas escolas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Desse modo, o controle de natalidade nos países subdesenvolvidos estaria a serviço dos interesses econômicos das grandes potências, e não apenas com a manutenção ambiental do planeta. Apesar das controvérsias acerca do assunto, ressalta-se sua contribuição, positiva e negativa, para a redução populacional.
Taxa de natalidade no Brasil 

Em 26 de outubro de 2016, dados divulgados pelo IBGE avaliaram que o envelhecimento da nação, não excluíndo a melhoria da qualidade de vida, estaria relacionado com a queda de nossa taxa de fecundidade. Na década de 1980, a taxa de nascimento era estimada em 4,12 filhos por mulher. No ano 2000, a taxa caiu para 2,39 filhos. E, de acordo com as estimativas do IBGE, esse número deverá cair para 1,51 em 2030 e chegará ao índice de 1,50 no ano de 2060.

Coincidência ou não, nossa taxa de fecundidade diminuiu drasticamente após o documento norte-americano conhecido como “Relatório de Kissinger”. Desde 1974, o Brasil adota medidas para fins de controle das taxas de natalidade. Analistas apontam que “estabeleceu-se, através da mídia principalmente, que uma família ideal teria o número máximo de dois filhos por casal. Além disso, acontece até hoje a distribuição de pílulas anticoncepcionais e camisinhas, bem como a venda desses produtos a preços acessíveis e sem controle médico” (PENA, 2017, p. 1).

Planejamento Familiar

Diferente do “controle de natalidade”, que consiste em evitar o nascimento dos filhos por meio do controle estatal, a proposta do “planejamento familiar” é de instituir a paternidade-maternidade responsável. Trata-se de uma decisão voluntária e sensata por parte dos pais quanto ao número de filhos que possam criar e educar com dignidade. No planejamento familiar, fatores diversos são analisados, tais como, a saúde dos pais, as condições e a renda da família, o tempo entre uma e outra gestação e o espaçamento de nascimento entre um e outro filho. No contexto cristão, quanto ao número de filhos, o casal deve buscar orientação divina por meio da oração e submeter-se à direção do Espírito Santo.

O planejamento familiar é algo restrito à realidade de cada lar constituído. Algumas famílias terão condições econômicas, psicológicas e estruturais para criar um único filho e outras podem criar um número maior de filhos. E isso, quando respeitadas as condições e ou as limitações particulares, não enaltece e nem deprecia as famílias. Alguns lares lutam contra a infertilidade e se submetem a tratamentos diversos para viabilizar a gravidez. Em certos casos, o tratamento é eficaz e a gravidez acontece, e em outros não. Existem ainda as situações em que a fecundidade é tamanha que se faz necessário o uso de métodos contraceptivos. Portanto, ratifica-se que cada família deve, sob o temor de Deus, adequar-se às suas particularidades para planejar o nascimento de seus filhos.

Métodos contraceptivos

Denomina-se de “métodos contraceptivos” os procedimentos que são empregados para evitar a concepção ou a gravidez. Em outras palavras, tais métodos, impedem que os espermatozoides fertilizem o óvulo. Dentre os métodos atualmente disponíveis existem os irreversíveis ou permanentes (esterilização cirúrgica) e os reversíveis ou temporários (utilizados durante o ato sexual). Diante dos variados métodos existentes, a Igreja posiciona-se contrária ao uso do DIU (Dispositivo Intrauterino) e a denominada pílula do “dia seguinte” por possuírem características abortivas. Quanto ao uso do DIU, cientistas da área médica e estudiosos da ética cristã, avaliam que:

Não existe consenso completo sobre o modo de funcionamento do DIU. Sabe-se que a peristalse tubária aumenta e passa rapidamente o óvulo das trompas para o útero. O DIU mantém as partes do útero separadas e pode interferir na implantação normal do óvulo. Não foi demonstrado que óvulos fertilizados tivessem sido abortados do útero, contudo a ovulação ocorre, os espermatozóides não são impedidos de entrar na trompa do falópio e as trompas não são bloqueadas aos óvulos — e a implantação não ocorre. (HENRY, 2007, p. 138)
Diante dessa controvérsia, entende-se que o DIU não impede a fertilização e sim a implantação do óvulo já fertilizado. Nesse caso, trata-se de técnica condenada pelas Escrituras por atentar contra a inviolabilidade da vida. Quanto à pílula do “dia seguinte”, a oposição da Igreja para o seu uso relaciona-se com as mesmas questões éticas do DIU, pois a citada pílula é usada após o coito, e “não tem como objetivo o isolamento do espermatozoide e do óvulo, mas procura alterar, por meio do uso de hormônios, a parede do útero para tornarem impossível a implantação do óvulo” (HENRY, 2007, p. 139), tornando-se em condenável técnica abortiva.
Por fim, assume-se neste tópico que a contraconcepção em análise é aquela que se pratica no âmbito do casamento bíblico, sem mancha, sem mácula, monogâmico e heterossexual (Hb 13.4). O pressuposto adotado para o uso de métodos contraceptivos no planejamento familiar refere-se ao entendimento de que o sexo não é exclusivamente procriação. Entende-se também que a procriação deve ser responsável e fundada no amor para com o cônjuge e os filhos que virão a nascer. Condena-se o uso dos métodos contraceptivos quando usado fora do casamento, para encobrir as consequências de atividade sexual ilícita, quando usado como ideologia meramente humana, quando não se quer assumir a responsabilidade da maternidade e paternidade divinamente instituída, e quando as técnicas possuem características abortivas.

O planejamento familiar não é um tema exclusivo de nossa época. Ele está presente nas páginas do Antigo e do Novo Testamento. E todos os exemplos bíblicos ratificam a inviolabilidade da vida e a intervenção divina em favor das famílias de acordo com sua soberana vontade.

A Família e a Procriação da Espécie

Após criar o primeiro casal, Deus os abençoou e lhes disse: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.28). Nesse primeiro mandamento, Deus requereu à reprodução do gênero humano. Após o dilúvio, o sobrevivente Noé e seus filhos também receberam mandamento acerca da procriação: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 9.1). Note-se que essa é uma ordem universal direcionada às gerações pré e pós-diluviana. Repara-se que Deus não especificou qual seria o fator multiplicador e nem quantos filhos deveriam ser gerados por família. Observa-se ainda que os propósitos são idênticos: homens e mulheres devem se reproduzir para “encher a terra”.

A procriação nas páginas da Bíblia Sagrada envolve um homem e uma mulher que, unidos pelos laços do matrimônio e por meio do ato sexual, reproduzem a espécie humana. As Escrituras ensinam que suscitar a descendência é uma responsabilidade da família, intimamente ligada à perpetuação da raça humana. A reprodução humana é um processo divinamente criado que depende da união dos gametas masculino e feminino. Cada um — o macho e a fêmea — possui a sua própria célula reprodutora: a do homem é o espermatozoide e a da mulher é o óvulo. Essas células reprodutoras possuem cada uma 23 cromossomos, o que corresponde à metade encontrada em outras células do organismo. Por isso, para gerar um novo ser vivo, é indispensável à união dos gametas do macho e da fêmea. Essa união resulta em 46 cromossomos, gerando a primeira célula do ser vivo, chamada de zigoto ou célula-ovo. A partir daí, a combinação do material genético do homem e da mulher dará origem a uma terceira combinação, que resultará na perpetuação da descendência e da raça humana. Portanto, a procriação bíblica requer naturalmente a relação sexual entre um homem e uma mulher.

Quanto ao modelo de procriação artificial, nossa Declaração de Fé assevera o seguinte:
As técnicas em que a fertilização ocorre fora do corpo da mulher, com a respectiva manufatura do embrião, são condenáveis por desrespeitarem o processo de fecundação natural que deve ocorrer no interior do ventre materno […] Condenamos as técnicas reprodutivas que requerem o descarte de embriões e doação. Rejeitamos a maternidade de substituição, mediante a qual se doa temporariamente o útero, por ferir a pureza monogâmica. Não admitimos a reprodução post-mortem em virtude da cessação do vínculo matrimonial. (SOARES, 2017, p. 206) 
Sob essa questão, a igreja posiciona-se favorável ao uso das demais técnicas artificiais de reprodução desde que não atentem contra a pureza da relação sexual monogâmica. O texto normativo reconhece a reprodução artificial desde que a fertilização (processo no qual tem início a vida humana) ocorra no interior do corpo da mulher e os gametas utilizados pertençam ao próprio casal (SOARES, 2017, p. 206).
O Planejamento Familiar no Antigo Testamento

Na Antiga Aliança, a fertilidade era vista como uma dádiva: “Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão” (Sl 127.3). Nesse contexto, ter muitos filhos era sinal de benevolência do Altíssimo e sinônimo de felicidade (Sl 127.5). A esterilidade era motivo de discriminação (1 Sm 1.6,7), provocava desavenças (Gn 30.1,2) e era vista como vergonha (Gn 30.23). Em contraste a essa cultura, as esposas dos patriarcas foram estéreis e sofreram muito até que Deus lhes abriu a madre. Sara concebeu na velhice e gerou apenas um filho: Isaque (Gn 21.2). Isaque, ao casar-se, durante vinte anos orou pelo ventre de Rebeca e ela gerou dois filhos: Jacó e Esaú (Gn 25.21). Raquel, a esposa amada de Jacó, após anos de espera também concebeu apenas dois filhos: José e Benjamim (Gn 35.24). Percebe-se, então, no caso dos patriarcas, a intervenção divina e as diferenças do multiplicador de família para família.

A lei do levirato

Para o povo hebreu, suscitar descendência era algo primordial para a família e para o cumprimento da promessa abraâmica (Gn. 12.3; 13.16). Gerar filhos era uma bênção divina que representava prestígio social e continuidade dos laços sanguíneos (Sl 128.1-6; Pv 31.28). Por isso, desde o princípio foi instaurado entre os hebreus a lei do levirato. O vocábulo vem do latim 
levir, que significa “cunhado”, e consiste no ato de suscitar descendência ao homem que tenha morrido sem deixar filhos. Nesse caso, o cunhado deveria se casar com a viúva e gerar com ela uma descendência para seu irmão. Desse modo, o filho que nascesse seria considerado filho do falecido, fazendo com que a memória deste jamais fosse esquecida.

O primeiro caso bíblico relata que Er era casado com Tamar e morreu sem deixar descendentes. Então, Judá, seu pai, ordenou ao seu segundo filho, Onã, que tomasse a viúva para suscitar com ela descendência ao seu irmão (Gn 38.7,8). Porém, diz o texto que Onã “toda vez que possuía a mulher do seu irmão, derramava o sêmen no chão para evitar que seu irmão tivesse descendência” (Gn 38.9b, NVI). Realizava ele o que hoje é chamado de “coito interrompido”, considerado no texto como um mal pelo qual o Senhor o matou (Gn 38.10). Contudo, o castigo de Onã não se deu pelo fato de ele usar um método contraceptivo — aliás, um dos menos eficazes —, mas pela sua postura egoísta por saber que “
a descendência não seria sua” (Gn 38.9a, NVI). Cerca de 500 anos depois, essa cultura foi incorporada na lei mosaica com um adendo de não obrigatoriedade. O cunhado poderia recusar o casamento com a viúva do irmão (Dt 25.7a). A mulher então deveria levar o caso ao conhecimento dos anciãos (Dt 25.7b). Se o homem persistisse em não tomar a cunhada por esposa, a viúva deveria pegar uma das sandálias dos pés do cunhado e cuspir no seu rosto em sinal de protesto (Gn 25.9). A partir dessa ação, a casa do descumpridor de seu dever passaria a ser conhecida como “a casa do descalçado” (Gn 25.10).

O Planejamento Familiar no Novo Testamento
Na Nova Aliança, a fertilidade também é exaltada. Ao visitar Maria e anunciar a sua gravidez, o anjo lhe disse: “Salve agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres” (Lc 1.28). Na mesma ocasião, ao contar para Maria acerca da gravidez de Isabel, o anjo enfatizou: “Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril” (Lc 1.36). Isabel gerou um único filho, João, o batista (Lc 1.59-60), e Maria, após o nascimento de Jesus, gerou ao menos quatro filhos e duas filhas (Mt 13.55,56). Repara-se, em ambos os casos, a intervenção divina e a diferença no fator multiplicador de uma casa para outra casa.
Em sua Epístola aos Efésios, Paulo trata dos deveres dos maridos, das esposas e dos filhos (Ef 5.21-33; 6.1-4). Como fundamento para esses deveres, o apóstolo estabelece a regra da sujeição mútua (Ef 5.21). Nem o marido é sem a mulher e nem a mulher é sem o marido (1 Co 11.11). No texto bíblico, as mulheres recebem a incumbência de serem submissas aos esposos (Ef 5.22), os maridos são exortados a amar suas mulheres do mesmo modo como Cristo amou a Igreja (Ef 5.25), e os filhos são orientados a obedecer e honrar pai e mãe (Ef 6.1,2). Uma família cristã que observa esses princípios vive em harmonia, e as deliberações são tomadas de comum acordo entre o marido e a mulher, cabendo a decisão final à cabeça do lar (Ef 5.23). Não obstante, as decisões no âmbito do lar têm como pressuposto o amor, e não a arbitrariedade ou autoritarismo. Com essa percepção, o planejamento familiar não é ignorado ou negligenciado, ao contrário, o número de filhos e as condições para criá-los são avaliados por meio do diálogo, da oração e do temor ao Senhor.
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quarta-feira, 16 de maio de 2018

Lição 08 - 2º Trimestre 2018 - Ética Cristã e Sexualidade - Adultos.

Lição 8 - Ética Cristã e Sexualidade
2º Trimestre de 2018
PONTO CENTRAL
A sexualidade é uma dádiva divina.
ESBOÇO GERAL
Introdução
I – Sexualidade: conceitos e perspectivas bíblicas
II – O propósito do sexo segundo as escrituras
III – O casamento como limite ético para o sexo
Conclusão
OBJETIVO GERAL
Mostrar que a sexualidade é uma dádiva que deve ser usufruída dentro dos parâmetros instituídos pelo Criador.
ÉTICA CRISTÃ E SEXUALIDADE
Pr. Douglas Baptista
A sexualidade tem sido fortemente desvirtuada na sociedade pós-moderna. De outro lado, alguns cristãos insistem em tratar o assunto como tabu. Embora o tema possa trazer desconforto para alguns, a sexualidade humana não pode ser subestimada. De acordo com Sigmund Freud (1856-1939), reconhecido como o pai da psicanálise, “o homem tem necessidades sexuais e, para explicá-las, a biologia lança mão do chamado instinto sexual da mesma maneira que, para explicar a fome, utiliza-se do instinto da nutrição. A esta necessidade sexual dá-se o nome de libido” (FREUD, 1970, vol. XVI p. 336, 482). Freud atribuiu à libido uma natureza exclusivamente sexual e considerou a fase oral como a primeira na organização da libido da criança. As teorias de Freud contrastaram com o extremo moralismo da interpretação católica e produziram o extremo da licenciosidade, antinomianismo — desprezo à Lei de Deus — e a irresponsabilidade sexual (HENRY, 2007, p. 551). Atualmente, a sexualidade da criança vem sendo estimulada e incentivada de modo precoce, e isso em detrimento do desenvolvimento natural e saudável, gerando transtornos comportamentais.
Ressalta-se que em virtude do avanço da tecnologia da informação e consequente globalização, nossas crianças têm acesso indiscriminado a todo tipo de conhecimento. E, por estarem em fase de desenvolvimento, tornaram-se alvo de quem as quer perverter. Por meio da inversão dos valores, ideologia de gênero e a erotização da infância, pretendem desconstruir a família tradicional e promover a luxúria, promiscuidade e a imoralidade. Portanto, pela sua abrangência e importância, faz-se necessário refletir sobre a sexualidade, seus conceitos, propósitos e limites éticos estabelecidos nas Escrituras Sagradas.
A sexualidade é uma das dimensões do ser humano criado à imagem e semelhança de Deus. A questão sexual estava presente no ato da criação quando Deus nos fez “macho e fêmea” (Gn 1.27). Doravante, após a queda, tornou-se um intrigante tema de pesquisa das ciências naturais (biologia, anatomia, etc.) e das ciências humanas (literatura, psicologia, etc.). O campo de abrangência perpassa pela identificação sexual, orientação/preferência sexual, erotismo, satisfação e prazer, imoralidade, prostituição e pornografia, dentre outros. Por meio da revolução sexual das últimas décadas, que relativizou e desvirtuou a liberdade sexual, surgiram novas questões nas áreas da ética, da moral e da religiosidade. Por conseguinte, os conceitos na perspectiva bíblica precisam ser restaurados.
Conceito de sexo e sexualidade
A biologia define “sexo” como um conjunto de características orgânicas que diferenciam o macho da fêmea. O sexo de um organismo é definido pelos gametas que produzem. Gametas são células sexuais que permitem a reprodução dos seres vivos. O sexo masculino produz gametas conhecidos como espermatozóides e o sexo feminino produz gametas chamados de óvulos. A expressão “sexo” ainda pode ser usada como referência aos órgãos sexuais ou à prática de atividades sexuais. Já o termo “sexualidade” representa o conjunto de comportamentos, ações e práticas dos seres humanos que estão relacionados com a busca da satisfação do apetite sexual, seja pela necessidade do prazer, seja da procriação da espécie.
A deturpação da sexualidade
Dentro dos conceitos modernos da sexualidade, o filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) discorreu na obra História da Sexualidade que a postura cristã é repressiva e envolve “proibições, recusas, censuras e negações discursivas” que são impostas à sociedade (FOUCAULT, 1988, p. 16). Confabula o filósofo que, ao mesmo tempo em que o radicalismo cristão levava as pessoas a detestar o corpo, também tornou o sexo cobiçado e mais desejável; por conseguinte, a austeridade cristã deve ser combatida em busca de “liberação” sexual (FOUCAULT, 1988, p. 149).
Foucault afirma que essa liberação surgiu quando Freud dissociou a sexualidade do sexo que era baseado na anatomia e suas funções de reprodução restringida aos aspectos biológicos (FOUCAULT, 1988, p. 141). Assim, Foucault considera a sexualidade como uma produção discursiva, e, portanto, um construto sócio-histórico de uma sociedade. Por isso, o apelo e o discurso ofensivo na construção da ideologia de gênero, identidade sexual, iniciação sexual precoce, homoafetividade e a nova moda de se falar em sexualidade no plural, como existindo “sexualidades”. A partir daí, o conceito foi deturpado e, em busca de “liberação”, ensina-se que a sexualidade depende da cultura inserida em determinado grupo social. Desse modo, toda e qualquer escolha ou opção sexual passa a ser válida, tais como, homossexualismo, zoofilia, pedofilia, necrofilia e incesto.
O sexo foi criado por Deus
O homem e a mulher possuem imagem e semelhança divina. Porém, no ato da criação, Deus os fez sexualmente diferentes: “macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Portanto, o sexo faz parte da constituição anatômica e fisiológica dos seres humanos. Homens e mulheres, por exemplo, possuem órgãos sexuais distintos que os diferenciam sexualmente. Sendo criação divina, o sexo não pode ser tratado como algo imoral ou indecente. As Escrituras ensinam que, ao término da criação, “viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31). Desse modo, o sexo não deve ser visto como sendo algo pecaminoso, sujo ou proibido. Tudo que Deus fez é bom. O pecado não está no sexo, mas na perversão de seu propósito.
Ao criar o ser humano, Deus os dotou de órgãos específicos e especialmente destinados à reprodução da espécie, chamados órgãos sexuais ou genitais. A esse processo de perpetuação da espécie humana dá-se o nome de “reprodução sexuada”. A reprodução sexuada dos seres humanos é classificada, quanto ao sexo, de “dioica”, ou seja, requer a participação de dois seres da mesma espécie, sendo obrigatório que um deles seja “macho” e outro seja “fêmea”. E isso pelo fato inequívoco de que homem e mulher foram criados com órgãos sexuais apropriados à reprodução. Trata-se de um processo em que há a troca de gametas (masculinos e femininos) para a geração de um ou mais indivíduos da mesma espécie. Percebe-se, então, que Deus não criou meio termo; definitivamente, o ser humano é formado de macho e fêmea. Deus não formou o homem com possibilidades sexuais de desempenhar o papel da mulher no ato sexual, e nem vice-versa. O nosso Jesus Cristo, ao discorrer sobre esse tema, associou a anatomia dos sexos com o propósito divino da sexualidade e da reprodução. O Mestre fundiu o texto da criação e da procriação (Gn 1.27,28) ao texto do relacionamento conjugal (Gn 2.24) indicando que os textos bíblicos se complementam, isto é, a reprodução humana é sexuada e dioica:
Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso, deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher. E serão os dois uma só carne e, assim, já não serão dois, mas uma só carne. (Mc 10.6-8)
A sexualidade é criação divina
Ao criar o homem e a mulher, Deus também criou a sexualidade: “E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra [...]” (Gn 1.28). O relacionamento sexual foi uma dádiva divina concedida ao primeiro casal e também às gerações futuras (Gn 2.24). Sempre fez parte da criação original de Deus o homem unir-se sexualmente em uma só carne com sua mulher. O livro poético de Cantares exalta a sexualidade e o amor entre o marido e sua esposa (Ct 4.10-12). Portanto, não é correto “demonizar” o desejo e a satisfação sexual. Assim como o sexo, a sexualidade também não é má e nem pecaminosa. O pecado está na depravação sexual que contraria os princípios estabelecidos nas Escrituras Sagradas.
O sexo como criação divina possui finalidades específicas. Holmes afirma que a “história da ética cristã é bastante clara nesse particular. A psicologia do sexo indica o seu potencial de união, e sua biologia indica um potencial reprodutivo” (HOLMES, 2013, p. 130). Portanto, o relacionamento sexual conforme idealizado pelo Criador prevê uma realização completa entre macho e fêmea na busca do prazer conjugal e na procriação da espécie.
Telma Bueno
Editora do Setor de Educação Cristã
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Lição 07 - 2º Trimestre 2018 - Ética Cristã e Doação de Orgãos - Adultos.


Lição 7 - Ética Cristã e Doação de Órgãos

2º trimestre de 2018

PONTO CENTRAL

A doação de órgãos expressa o amor cristão.

ESBOÇO GERAL

Introdução

I – Doação de órgãos: conceito geral

II – Exemplos de doação na Bíblia

III – Doar órgãos é um ato de amor

Conclusão

OBJETIVO GERAL

Mostrar que a doação de órgãos está fundamentada na doutrina do amor cristão.

ÉTICA CRISTÃ E DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Pr. Douglas Baptista

O Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo. São mais de 20 mil cirurgias por ano e cerca de 90% desses transplantes são financiados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Embora os índices sejam promissores, o número de carências também cresceu. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 64 mil pacientes na fila de espera por um transplante de órgãos, e as maiores listas de espera aguardam doações de rim, fígado e pâncreas.

Por meio de vários esforços envolvendo o Ministério da Saúde, cirurgiões, psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, religiosos, famílias e a imprensa, o Brasil é o quarto país do mundo em número de doadores de órgãos. Contudo, o Brasil precisa avançar mais, especialmente diminuindo a taxa de recusa das famílias em relação à doação de órgãos. Muitas famílias ainda rejeitam a doação por dilemas éticos e falta de informação. Nossa taxa de aceitação familiar, em 2016, chegou a 57%, mas ainda é pouco diante da urgente e imprescindível necessidade de zerar a fila de espera.

O transplante de órgão



A doação de órgãos engloba basicamente a técnica de transplante e as pesquisas com células-tronco adultas e embrionárias. O termo transplante é empregado no sentido de retirada ou remoção de órgãos, tecidos ou partes do corpo de um ser, vivo ou morto, para aproveitamento com finalidade terapêutica, ou seja, o tratamento de doenças com a finalidade de conseguir curar, tratar ou minimizar os sintomas. O gesto altruísta de doar órgãos retrata a essência do cristianismo.

O transplante é um procedimento cirúrgico que remove um órgão enfermo do corpo humano para ser substituído por outro saudável. Em muitos casos, o transplante tem sido a única alternativa da medicina para a cura de pacientes com determinadas doenças terminais.

Tipos de transplantes

De acordo com o Ministério da Saúde, podem ser transplantados órgãos como o coração, o fígado, o pâncreas, os rins, os pulmões, medula óssea, tecidos e outros. O tipo mais comum de transplante é a transfusão de sangue, que acontece por meio da doação entre pessoas vivas (intervivos). Os demais transplantes intervivos são permitidos em caso de órgãos duplos (rins e pulmões), órgãos regeneráveis (fígado) ou tecidos (pele, medula óssea).

O conceito de doação na Bíblia

O ensino registrado nas Escrituras assevera que “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). Denota um ato voluntário de prover o bem-estar do próximo. Trata-se de uma ação desprovida de qualquer interesse de ordem pessoal. A excelência da doação repousa na disposição de renunciar e até de se sacrificar e sofrer com base no amor pelos outros (Rm 5.8). Doar ao necessitado é uma forma de colocar a fé em prática (Tg 2.14-17). E ainda, a reciprocidade está presente no gesto de doar. Foi o Senhor Jesus que assegurou: “Dai, e ser-vos-á dado” (Lc 6.38a).

Doar órgãos é um ato de amor

O genuíno e excelso sentimento de amor constrange o cristão para ser doador de órgãos e tecidos. O Senhor Jesus ensinou e propagou o amor que deve existir entre os seres humanos. O amor cristão deve ser expresso por meio de atitudes e obras (1 Jo 3.17,18). Esse amor não se restringe apenas às pessoas com as quais nos relacionamos ou que queremos bem (Mt 5.46). Somos exortados a amar os desconhecidos (Mt 5.47) e inclusive aqueles que nos maltratam (Mt 5.44).

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Lição 06 - 2º Trimestre 2018 - Ética Cristã e Suicídio - Adultos.

Lição 6 - Ética Cristã e o Suicídio
2º Trimestre de 2018
PONTO CENTRAL
Deus é quem deve ter a última palavra a respeito da vida.

ESBOÇO GERAL
Introdução
I - O Suicídio nas Escrituras e no Mundo
II - Os Tipos de Suicídios
III - O Posicionamento Cristão para o Suicídio
Conclusão

OBJETIVO GERAL
Apresentar que o suicídio está na contramão da vontade de Deus para o crente.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I - Descrever o suicídio nas Escrituras e no mundo;
II - Elencar os tipos de suicídios;
III - Apontar os posicionamentos teológico e ético a respeito do suicídio.
ÉTICA CRISTÃ E SUICÍDIO
Pr. Douglas Baptista
A expressão suicídio vem do latim sui (“a si mesmo”) e caedere (“matar”, “cortar”), que significa “matar a si mesmo”, também conhecido como “morte autoinfligida”. A palavra “suicídio” foi criada em 1651, pelo médico e filósofo inglês Walter Charleton. Ele alegava que “vindicar-se de uma calamidade extrema e, de outro modo, inevitável por meio do suicídio não é um crime” (KAISER Jr, 2016, p. 181). O sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917) acatou a seguinte definição:

Chama-se suicídio todo caso de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato, positivo ou negativo, realizado pela própria vítima e que ela sabia que reproduziria este resultado. A tentativa é o ato assim definido, mas interrompido antes que ele resulte a morte. (DURKHEIM, 2000, p. 14)

Buscando descobrir quais condutas sociais causavam o suicídio (nexo casual), Durkheim classificou os suicídios em egoísta, altruísta, fatalista e anômico. O egoísta é aquele em que o bem-estar do indivíduo ultrapassa o bem-estar da coletividade. As relações com a sociedade se deterioram, o suicida se isola em uma atitude de autocomiseração a ponto de considerar não ter mais sentido em viver. O altruísta é aquele que se dá por meio do exagero da interação social. O cidadão sente-se no dever de oferecer a sua vida em favor de uma causa própria.
O fatalista não acredita que as coisas possam melhorar. Ele decreta o fracasso como única possibilidade e decide tirar a própria vida por sentir-se inferior em relação às outras pessoas. O anômico acontece em situação de anomia social, ou seja, a ausência de regras e expectativas, decorrente de alguma crise social, tais como na área política e na economia, que desregulam as normas sociais. A prática do suicídio tem sido um mal silencioso e o índice de pessoas que se matam vem crescendo assustadoramente. Porém, as causas do suicídio não são apenas de origem sociais; elas possuem fortes elementos de natureza espiritual.
Marcelo Oliveira de Oliveira
Editor da Revista de Lições Bíblicas Adultos
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