Lição 9 - Ética
Cristã e Planejamento Familiar
2º Trimestre de 2018
PONTO CENTRAL
O planejamento familiar é imprescindível para uma família funcional.
O planejamento familiar é imprescindível para uma família funcional.
ESBOÇO GERAL
Introdução
I – Conceito geral de planejamento familiar
II – O que as Escrituras dizem sobre o planejamento familiar
III – Ética cristã e o limite do número de filhos
Conclusão
Introdução
I – Conceito geral de planejamento familiar
II – O que as Escrituras dizem sobre o planejamento familiar
III – Ética cristã e o limite do número de filhos
Conclusão
OBJETIVO GERAL
Conscientizar a respeito da importância do planejamento familiar.
Conscientizar a respeito da importância do planejamento familiar.
Ética Cristã e Planejamento
Familiar
Pr. Douglas Baptista
O casamento cristão pressupõe a formação de uma
nova família e, como resultante, o nascimento de filhos. Está inserida na
criação dos filhos, a responsabilidade familiar de prover o sustento e todo o
cuidado indispensável para o desenvolvimento do ser humano. Por conseguinte,
entre outros deveres e obrigações do casal, inclui-se o planejamento familiar.
A Declaração de Fé das Assembleias de Deus professa que “a família é uma
instituição criada por Deus, imprescindível à existência, formação e realização
integral do ser humano, sendo composta de pai, mãe e filho(s) — quando houver”.
Reitera ainda a Declaração que “o pai e a mãe integram, de forma originária,
determinante e estruturante, a família, e a eles a Bíblia impõe o dever de
sustentar, formar, disciplinar os filhos e instruí-los moral e espiritualmente”
(SOARES, 2017, p. 205). No caso de infertilidade em, pelo menos, um dos
cônjuges, nas Assembleias de Deus pode-se recorrer às técnicas reprodutivas,
desde que a fertilização ocorra no interior do corpo da mulher e os gametas
utilizados pertençam ao próprio casal (SOARES, 2017, p. 206). Quanto ao uso de
métodos contraceptivos no planejamento familiar, as Assembleias de Deus
preferem o método natural, mas não se opõem ao uso dos métodos artificiais, desde
que não sejam abortivos (BARROS, 1997, p. 93).
Assim sendo, o posicionamento ético cristão quanto à procriação e o planejamento familiar baseiam-se no equilíbrio entre esses dois institutos. De um lado, não se deve procriar de modo imprudente e irrefletido, e, de outro, não se deve deliberadamente, por questões moralmente injustificáveis, evitar ou impedir toda e qualquer concepção e a consequente procriação da espécie humana.
Controle de Natalidade
São procedimentos de políticas demográficas com o objetivo de diminuir e até impedir o nascimento de crianças. Tais medidas são adotadas pelos governos para refrear o aumento da população de um país. Nesse caso, regular o número dos filhos é visto como solução para erradicar os níveis de pobreza, bem como alternativa para a preservação e o melhor uso dos recursos naturais. Por ordem do Estado, o número de filhos é limitado à revelia da vontade dos pais. Para esse fim, são utilizados métodos contraceptivos e até esterilização permanente. Em países totalitários ocorrem denúncias do uso do aborto e até do infanticídio como soluções para o controle de natalidade. Em sentido mais amplo, o controle de nascimento de seres humanos pode ser considerado como:
Assim sendo, o posicionamento ético cristão quanto à procriação e o planejamento familiar baseiam-se no equilíbrio entre esses dois institutos. De um lado, não se deve procriar de modo imprudente e irrefletido, e, de outro, não se deve deliberadamente, por questões moralmente injustificáveis, evitar ou impedir toda e qualquer concepção e a consequente procriação da espécie humana.
Controle de Natalidade
São procedimentos de políticas demográficas com o objetivo de diminuir e até impedir o nascimento de crianças. Tais medidas são adotadas pelos governos para refrear o aumento da população de um país. Nesse caso, regular o número dos filhos é visto como solução para erradicar os níveis de pobreza, bem como alternativa para a preservação e o melhor uso dos recursos naturais. Por ordem do Estado, o número de filhos é limitado à revelia da vontade dos pais. Para esse fim, são utilizados métodos contraceptivos e até esterilização permanente. Em países totalitários ocorrem denúncias do uso do aborto e até do infanticídio como soluções para o controle de natalidade. Em sentido mais amplo, o controle de nascimento de seres humanos pode ser considerado como:
Qualquer ato ou aparelho que mantenha separada duas
pessoas de sexo oposto que tenham o potencial de procriar, qualquer ato ou
aparelho que mantenha a pessoa, o macho ou fêmea, incapaz de realizar a
totalidade da função sexual, qualquer ato ou aparelho que mantenha separados os
espermatozoides e os óvulos durante ou após a relação sexual, e qualquer ato ou
aparelho que destrua o produto da concepção (o zigoto formado pelos gametas
masculino e feminino), não obstante a idade do produto de concepção. (HENRY,
2007, p.140)
Nesse contexto, o controle de natalidade visa
manter o índice populacional dentro dos parâmetros estabelecidos pela
autoridade estatal. Alguns pesquisadores diferenciam o controle de natalidade
do controle populacional. Alegam que o primeiro contempla apenas os métodos
contraceptivos que impedem a procriação e que o segundo atua, inclusive, na
eliminação de pessoas que já nasceram. Seja como for, trata-se de controle da
reprodução humana que, se não observados os princípios éticos e morais, atentam
contra a soberania divina e a inviolabilidade da vida.
O Relatório de Kissinger
O “Relatório de Kissinger”, datado de 30 de setembro de 1974, foi redigido pelo então secretário de Estado dos Estados Unidos Henry Kissinger. Para entender os atuais programas de natalidade, é indispensável o conhecimento do referido relatório norte-americano. O documento recebeu o título “Implicações do Crescimento da População Mundial para a Segurança e os Interesses Externos dos Estados Unidos”, classificado como “confidencial” sob o código NSSM 200. O texto foi desclassificado pela Casa Branca e deixou de ser sigiloso em 1989. O relatório estabelece políticas e estratégias para a redução do crescimento populacional dos países em desenvolvimento. As ações recomendadas para o “controle de natalidade” envolvem a ampla divulgação e comercialização indiscriminada de anticonceptivos orais, uso do dispositivo intrauterino (DIU), esterilização de homens e mulheres e o uso de preservativos. E, dentre outras políticas de controle, o documento destaca a prática do aborto:
O “Relatório de Kissinger”, datado de 30 de setembro de 1974, foi redigido pelo então secretário de Estado dos Estados Unidos Henry Kissinger. Para entender os atuais programas de natalidade, é indispensável o conhecimento do referido relatório norte-americano. O documento recebeu o título “Implicações do Crescimento da População Mundial para a Segurança e os Interesses Externos dos Estados Unidos”, classificado como “confidencial” sob o código NSSM 200. O texto foi desclassificado pela Casa Branca e deixou de ser sigiloso em 1989. O relatório estabelece políticas e estratégias para a redução do crescimento populacional dos países em desenvolvimento. As ações recomendadas para o “controle de natalidade” envolvem a ampla divulgação e comercialização indiscriminada de anticonceptivos orais, uso do dispositivo intrauterino (DIU), esterilização de homens e mulheres e o uso de preservativos. E, dentre outras políticas de controle, o documento destaca a prática do aborto:
Embora os órgãos que estão participando deste
estudo não tenham recomendações específicas para propor em relação ao aborto,
acredita-se que as questões seguintes são importantes e devem ser consideradas
no contexto de uma estratégia global de população: – nunca um país reduziu o
crescimento da sua população sem recorrer ao aborto. (NSSM 200, 1974, p. 182)
Ressalta também o relatório a importância do papel
da mulher no controle dos nascimentos. Ideias como o empoderamento feminino,
direito sobre o próprio corpo, disputa com os homens na esfera política e no
mercado de trabalho são apontados como essenciais para o sucesso do programa:
A condição e a utilização das mulheres nas
sociedades dos países subdesenvolvidos são particularmente importantes na
redução do tamanho da família […] As pesquisas mostram que a redução da
fertilidade está relacionada com o trabalho da mulher fora do lar. (NSSM 200,
1979, p. 1301)
Estudiosos do controle populacional avaliam que foi
a partir desse relatório que assustadoramente se implantaram, nos países em
desenvolvimento, diversos e variados processos políticos para a redução dos
nascimentos. Incluem-se como consequência do “Relatório de Kissinger” as
propostas para a institucionalização da educação sexual nas escolas de Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Desse modo, o controle de
natalidade nos países subdesenvolvidos estaria a serviço dos interesses
econômicos das grandes potências, e não apenas com a manutenção ambiental do
planeta. Apesar das controvérsias acerca do assunto, ressalta-se sua
contribuição, positiva e negativa, para a redução populacional.
Taxa de natalidade no Brasil
Em 26 de outubro de 2016, dados divulgados pelo IBGE avaliaram que o envelhecimento da nação, não excluíndo a melhoria da qualidade de vida, estaria relacionado com a queda de nossa taxa de fecundidade. Na década de 1980, a taxa de nascimento era estimada em 4,12 filhos por mulher. No ano 2000, a taxa caiu para 2,39 filhos. E, de acordo com as estimativas do IBGE, esse número deverá cair para 1,51 em 2030 e chegará ao índice de 1,50 no ano de 2060.
Coincidência ou não, nossa taxa de fecundidade diminuiu drasticamente após o documento norte-americano conhecido como “Relatório de Kissinger”. Desde 1974, o Brasil adota medidas para fins de controle das taxas de natalidade. Analistas apontam que “estabeleceu-se, através da mídia principalmente, que uma família ideal teria o número máximo de dois filhos por casal. Além disso, acontece até hoje a distribuição de pílulas anticoncepcionais e camisinhas, bem como a venda desses produtos a preços acessíveis e sem controle médico” (PENA, 2017, p. 1).
Planejamento Familiar
Diferente do “controle de natalidade”, que consiste em evitar o nascimento dos filhos por meio do controle estatal, a proposta do “planejamento familiar” é de instituir a paternidade-maternidade responsável. Trata-se de uma decisão voluntária e sensata por parte dos pais quanto ao número de filhos que possam criar e educar com dignidade. No planejamento familiar, fatores diversos são analisados, tais como, a saúde dos pais, as condições e a renda da família, o tempo entre uma e outra gestação e o espaçamento de nascimento entre um e outro filho. No contexto cristão, quanto ao número de filhos, o casal deve buscar orientação divina por meio da oração e submeter-se à direção do Espírito Santo.
O planejamento familiar é algo restrito à realidade de cada lar constituído. Algumas famílias terão condições econômicas, psicológicas e estruturais para criar um único filho e outras podem criar um número maior de filhos. E isso, quando respeitadas as condições e ou as limitações particulares, não enaltece e nem deprecia as famílias. Alguns lares lutam contra a infertilidade e se submetem a tratamentos diversos para viabilizar a gravidez. Em certos casos, o tratamento é eficaz e a gravidez acontece, e em outros não. Existem ainda as situações em que a fecundidade é tamanha que se faz necessário o uso de métodos contraceptivos. Portanto, ratifica-se que cada família deve, sob o temor de Deus, adequar-se às suas particularidades para planejar o nascimento de seus filhos.
Métodos contraceptivos
Denomina-se de “métodos contraceptivos” os procedimentos que são empregados para evitar a concepção ou a gravidez. Em outras palavras, tais métodos, impedem que os espermatozoides fertilizem o óvulo. Dentre os métodos atualmente disponíveis existem os irreversíveis ou permanentes (esterilização cirúrgica) e os reversíveis ou temporários (utilizados durante o ato sexual). Diante dos variados métodos existentes, a Igreja posiciona-se contrária ao uso do DIU (Dispositivo Intrauterino) e a denominada pílula do “dia seguinte” por possuírem características abortivas. Quanto ao uso do DIU, cientistas da área médica e estudiosos da ética cristã, avaliam que:
Em 26 de outubro de 2016, dados divulgados pelo IBGE avaliaram que o envelhecimento da nação, não excluíndo a melhoria da qualidade de vida, estaria relacionado com a queda de nossa taxa de fecundidade. Na década de 1980, a taxa de nascimento era estimada em 4,12 filhos por mulher. No ano 2000, a taxa caiu para 2,39 filhos. E, de acordo com as estimativas do IBGE, esse número deverá cair para 1,51 em 2030 e chegará ao índice de 1,50 no ano de 2060.
Coincidência ou não, nossa taxa de fecundidade diminuiu drasticamente após o documento norte-americano conhecido como “Relatório de Kissinger”. Desde 1974, o Brasil adota medidas para fins de controle das taxas de natalidade. Analistas apontam que “estabeleceu-se, através da mídia principalmente, que uma família ideal teria o número máximo de dois filhos por casal. Além disso, acontece até hoje a distribuição de pílulas anticoncepcionais e camisinhas, bem como a venda desses produtos a preços acessíveis e sem controle médico” (PENA, 2017, p. 1).
Planejamento Familiar
Diferente do “controle de natalidade”, que consiste em evitar o nascimento dos filhos por meio do controle estatal, a proposta do “planejamento familiar” é de instituir a paternidade-maternidade responsável. Trata-se de uma decisão voluntária e sensata por parte dos pais quanto ao número de filhos que possam criar e educar com dignidade. No planejamento familiar, fatores diversos são analisados, tais como, a saúde dos pais, as condições e a renda da família, o tempo entre uma e outra gestação e o espaçamento de nascimento entre um e outro filho. No contexto cristão, quanto ao número de filhos, o casal deve buscar orientação divina por meio da oração e submeter-se à direção do Espírito Santo.
O planejamento familiar é algo restrito à realidade de cada lar constituído. Algumas famílias terão condições econômicas, psicológicas e estruturais para criar um único filho e outras podem criar um número maior de filhos. E isso, quando respeitadas as condições e ou as limitações particulares, não enaltece e nem deprecia as famílias. Alguns lares lutam contra a infertilidade e se submetem a tratamentos diversos para viabilizar a gravidez. Em certos casos, o tratamento é eficaz e a gravidez acontece, e em outros não. Existem ainda as situações em que a fecundidade é tamanha que se faz necessário o uso de métodos contraceptivos. Portanto, ratifica-se que cada família deve, sob o temor de Deus, adequar-se às suas particularidades para planejar o nascimento de seus filhos.
Métodos contraceptivos
Denomina-se de “métodos contraceptivos” os procedimentos que são empregados para evitar a concepção ou a gravidez. Em outras palavras, tais métodos, impedem que os espermatozoides fertilizem o óvulo. Dentre os métodos atualmente disponíveis existem os irreversíveis ou permanentes (esterilização cirúrgica) e os reversíveis ou temporários (utilizados durante o ato sexual). Diante dos variados métodos existentes, a Igreja posiciona-se contrária ao uso do DIU (Dispositivo Intrauterino) e a denominada pílula do “dia seguinte” por possuírem características abortivas. Quanto ao uso do DIU, cientistas da área médica e estudiosos da ética cristã, avaliam que:
Não existe consenso completo sobre o modo de funcionamento do DIU. Sabe-se que a peristalse tubária aumenta e passa rapidamente o óvulo das trompas para o útero. O DIU mantém as partes do útero separadas e pode interferir na implantação normal do óvulo. Não foi demonstrado que óvulos fertilizados tivessem sido abortados do útero, contudo a ovulação ocorre, os espermatozóides não são impedidos de entrar na trompa do falópio e as trompas não são bloqueadas aos óvulos — e a implantação não ocorre. (HENRY, 2007, p. 138)
Diante dessa controvérsia, entende-se que o DIU não
impede a fertilização e sim a implantação do óvulo já fertilizado. Nesse caso,
trata-se de técnica condenada pelas Escrituras por atentar contra a
inviolabilidade da vida. Quanto à pílula do “dia seguinte”, a oposição da
Igreja para o seu uso relaciona-se com as mesmas questões éticas do DIU, pois a
citada pílula é usada após o coito, e “não tem como objetivo o isolamento do
espermatozoide e do óvulo, mas procura alterar, por meio do uso de hormônios, a
parede do útero para tornarem impossível a implantação do óvulo” (HENRY, 2007,
p. 139), tornando-se em condenável técnica abortiva.
Por fim, assume-se neste tópico que a
contraconcepção em análise é aquela que se pratica no âmbito do casamento bíblico,
sem mancha, sem mácula, monogâmico e heterossexual (Hb 13.4). O pressuposto
adotado para o uso de métodos contraceptivos no planejamento familiar refere-se
ao entendimento de que o sexo não é exclusivamente procriação. Entende-se
também que a procriação deve ser responsável e fundada no amor para com o
cônjuge e os filhos que virão a nascer. Condena-se o uso dos métodos
contraceptivos quando usado fora do casamento, para encobrir as consequências
de atividade sexual ilícita, quando usado como ideologia meramente humana,
quando não se quer assumir a responsabilidade da maternidade e paternidade
divinamente instituída, e quando as técnicas possuem características abortivas.
O planejamento familiar não é um tema exclusivo de nossa época. Ele está presente nas páginas do Antigo e do Novo Testamento. E todos os exemplos bíblicos ratificam a inviolabilidade da vida e a intervenção divina em favor das famílias de acordo com sua soberana vontade.
A Família e a Procriação da Espécie
Após criar o primeiro casal, Deus os abençoou e lhes disse: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.28). Nesse primeiro mandamento, Deus requereu à reprodução do gênero humano. Após o dilúvio, o sobrevivente Noé e seus filhos também receberam mandamento acerca da procriação: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 9.1). Note-se que essa é uma ordem universal direcionada às gerações pré e pós-diluviana. Repara-se que Deus não especificou qual seria o fator multiplicador e nem quantos filhos deveriam ser gerados por família. Observa-se ainda que os propósitos são idênticos: homens e mulheres devem se reproduzir para “encher a terra”.
A procriação nas páginas da Bíblia Sagrada envolve um homem e uma mulher que, unidos pelos laços do matrimônio e por meio do ato sexual, reproduzem a espécie humana. As Escrituras ensinam que suscitar a descendência é uma responsabilidade da família, intimamente ligada à perpetuação da raça humana. A reprodução humana é um processo divinamente criado que depende da união dos gametas masculino e feminino. Cada um — o macho e a fêmea — possui a sua própria célula reprodutora: a do homem é o espermatozoide e a da mulher é o óvulo. Essas células reprodutoras possuem cada uma 23 cromossomos, o que corresponde à metade encontrada em outras células do organismo. Por isso, para gerar um novo ser vivo, é indispensável à união dos gametas do macho e da fêmea. Essa união resulta em 46 cromossomos, gerando a primeira célula do ser vivo, chamada de zigoto ou célula-ovo. A partir daí, a combinação do material genético do homem e da mulher dará origem a uma terceira combinação, que resultará na perpetuação da descendência e da raça humana. Portanto, a procriação bíblica requer naturalmente a relação sexual entre um homem e uma mulher.
Quanto ao modelo de procriação artificial, nossa Declaração de Fé assevera o seguinte:
O planejamento familiar não é um tema exclusivo de nossa época. Ele está presente nas páginas do Antigo e do Novo Testamento. E todos os exemplos bíblicos ratificam a inviolabilidade da vida e a intervenção divina em favor das famílias de acordo com sua soberana vontade.
A Família e a Procriação da Espécie
Após criar o primeiro casal, Deus os abençoou e lhes disse: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.28). Nesse primeiro mandamento, Deus requereu à reprodução do gênero humano. Após o dilúvio, o sobrevivente Noé e seus filhos também receberam mandamento acerca da procriação: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 9.1). Note-se que essa é uma ordem universal direcionada às gerações pré e pós-diluviana. Repara-se que Deus não especificou qual seria o fator multiplicador e nem quantos filhos deveriam ser gerados por família. Observa-se ainda que os propósitos são idênticos: homens e mulheres devem se reproduzir para “encher a terra”.
A procriação nas páginas da Bíblia Sagrada envolve um homem e uma mulher que, unidos pelos laços do matrimônio e por meio do ato sexual, reproduzem a espécie humana. As Escrituras ensinam que suscitar a descendência é uma responsabilidade da família, intimamente ligada à perpetuação da raça humana. A reprodução humana é um processo divinamente criado que depende da união dos gametas masculino e feminino. Cada um — o macho e a fêmea — possui a sua própria célula reprodutora: a do homem é o espermatozoide e a da mulher é o óvulo. Essas células reprodutoras possuem cada uma 23 cromossomos, o que corresponde à metade encontrada em outras células do organismo. Por isso, para gerar um novo ser vivo, é indispensável à união dos gametas do macho e da fêmea. Essa união resulta em 46 cromossomos, gerando a primeira célula do ser vivo, chamada de zigoto ou célula-ovo. A partir daí, a combinação do material genético do homem e da mulher dará origem a uma terceira combinação, que resultará na perpetuação da descendência e da raça humana. Portanto, a procriação bíblica requer naturalmente a relação sexual entre um homem e uma mulher.
Quanto ao modelo de procriação artificial, nossa Declaração de Fé assevera o seguinte:
As técnicas em que a fertilização ocorre fora do
corpo da mulher, com a respectiva manufatura do embrião, são condenáveis por
desrespeitarem o processo de fecundação natural que deve ocorrer no interior do
ventre materno […] Condenamos as técnicas reprodutivas que requerem o descarte
de embriões e doação. Rejeitamos a maternidade de substituição, mediante a qual
se doa temporariamente o útero, por ferir a pureza monogâmica. Não admitimos a
reprodução post-mortem em virtude da cessação do vínculo matrimonial. (SOARES,
2017, p. 206)
Sob essa questão, a igreja posiciona-se favorável
ao uso das demais técnicas artificiais de reprodução desde que não atentem
contra a pureza da relação sexual monogâmica. O texto normativo reconhece a
reprodução artificial desde que a fertilização (processo no qual tem início a
vida humana) ocorra no interior do corpo da mulher e os gametas utilizados
pertençam ao próprio casal (SOARES, 2017, p. 206).
O Planejamento Familiar no Antigo Testamento
Na Antiga Aliança, a fertilidade era vista como uma dádiva: “Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão” (Sl 127.3). Nesse contexto, ter muitos filhos era sinal de benevolência do Altíssimo e sinônimo de felicidade (Sl 127.5). A esterilidade era motivo de discriminação (1 Sm 1.6,7), provocava desavenças (Gn 30.1,2) e era vista como vergonha (Gn 30.23). Em contraste a essa cultura, as esposas dos patriarcas foram estéreis e sofreram muito até que Deus lhes abriu a madre. Sara concebeu na velhice e gerou apenas um filho: Isaque (Gn 21.2). Isaque, ao casar-se, durante vinte anos orou pelo ventre de Rebeca e ela gerou dois filhos: Jacó e Esaú (Gn 25.21). Raquel, a esposa amada de Jacó, após anos de espera também concebeu apenas dois filhos: José e Benjamim (Gn 35.24). Percebe-se, então, no caso dos patriarcas, a intervenção divina e as diferenças do multiplicador de família para família.
A lei do levirato
Para o povo hebreu, suscitar descendência era algo primordial para a família e para o cumprimento da promessa abraâmica (Gn. 12.3; 13.16). Gerar filhos era uma bênção divina que representava prestígio social e continuidade dos laços sanguíneos (Sl 128.1-6; Pv 31.28). Por isso, desde o princípio foi instaurado entre os hebreus a lei do levirato. O vocábulo vem do latim levir, que significa “cunhado”, e consiste no ato de suscitar descendência ao homem que tenha morrido sem deixar filhos. Nesse caso, o cunhado deveria se casar com a viúva e gerar com ela uma descendência para seu irmão. Desse modo, o filho que nascesse seria considerado filho do falecido, fazendo com que a memória deste jamais fosse esquecida.
O primeiro caso bíblico relata que Er era casado com Tamar e morreu sem deixar descendentes. Então, Judá, seu pai, ordenou ao seu segundo filho, Onã, que tomasse a viúva para suscitar com ela descendência ao seu irmão (Gn 38.7,8). Porém, diz o texto que Onã “toda vez que possuía a mulher do seu irmão, derramava o sêmen no chão para evitar que seu irmão tivesse descendência” (Gn 38.9b, NVI). Realizava ele o que hoje é chamado de “coito interrompido”, considerado no texto como um mal pelo qual o Senhor o matou (Gn 38.10). Contudo, o castigo de Onã não se deu pelo fato de ele usar um método contraceptivo — aliás, um dos menos eficazes —, mas pela sua postura egoísta por saber que “a descendência não seria sua” (Gn 38.9a, NVI). Cerca de 500 anos depois, essa cultura foi incorporada na lei mosaica com um adendo de não obrigatoriedade. O cunhado poderia recusar o casamento com a viúva do irmão (Dt 25.7a). A mulher então deveria levar o caso ao conhecimento dos anciãos (Dt 25.7b). Se o homem persistisse em não tomar a cunhada por esposa, a viúva deveria pegar uma das sandálias dos pés do cunhado e cuspir no seu rosto em sinal de protesto (Gn 25.9). A partir dessa ação, a casa do descumpridor de seu dever passaria a ser conhecida como “a casa do descalçado” (Gn 25.10).
O Planejamento Familiar no Novo Testamento
Na Antiga Aliança, a fertilidade era vista como uma dádiva: “Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão” (Sl 127.3). Nesse contexto, ter muitos filhos era sinal de benevolência do Altíssimo e sinônimo de felicidade (Sl 127.5). A esterilidade era motivo de discriminação (1 Sm 1.6,7), provocava desavenças (Gn 30.1,2) e era vista como vergonha (Gn 30.23). Em contraste a essa cultura, as esposas dos patriarcas foram estéreis e sofreram muito até que Deus lhes abriu a madre. Sara concebeu na velhice e gerou apenas um filho: Isaque (Gn 21.2). Isaque, ao casar-se, durante vinte anos orou pelo ventre de Rebeca e ela gerou dois filhos: Jacó e Esaú (Gn 25.21). Raquel, a esposa amada de Jacó, após anos de espera também concebeu apenas dois filhos: José e Benjamim (Gn 35.24). Percebe-se, então, no caso dos patriarcas, a intervenção divina e as diferenças do multiplicador de família para família.
A lei do levirato
Para o povo hebreu, suscitar descendência era algo primordial para a família e para o cumprimento da promessa abraâmica (Gn. 12.3; 13.16). Gerar filhos era uma bênção divina que representava prestígio social e continuidade dos laços sanguíneos (Sl 128.1-6; Pv 31.28). Por isso, desde o princípio foi instaurado entre os hebreus a lei do levirato. O vocábulo vem do latim levir, que significa “cunhado”, e consiste no ato de suscitar descendência ao homem que tenha morrido sem deixar filhos. Nesse caso, o cunhado deveria se casar com a viúva e gerar com ela uma descendência para seu irmão. Desse modo, o filho que nascesse seria considerado filho do falecido, fazendo com que a memória deste jamais fosse esquecida.
O primeiro caso bíblico relata que Er era casado com Tamar e morreu sem deixar descendentes. Então, Judá, seu pai, ordenou ao seu segundo filho, Onã, que tomasse a viúva para suscitar com ela descendência ao seu irmão (Gn 38.7,8). Porém, diz o texto que Onã “toda vez que possuía a mulher do seu irmão, derramava o sêmen no chão para evitar que seu irmão tivesse descendência” (Gn 38.9b, NVI). Realizava ele o que hoje é chamado de “coito interrompido”, considerado no texto como um mal pelo qual o Senhor o matou (Gn 38.10). Contudo, o castigo de Onã não se deu pelo fato de ele usar um método contraceptivo — aliás, um dos menos eficazes —, mas pela sua postura egoísta por saber que “a descendência não seria sua” (Gn 38.9a, NVI). Cerca de 500 anos depois, essa cultura foi incorporada na lei mosaica com um adendo de não obrigatoriedade. O cunhado poderia recusar o casamento com a viúva do irmão (Dt 25.7a). A mulher então deveria levar o caso ao conhecimento dos anciãos (Dt 25.7b). Se o homem persistisse em não tomar a cunhada por esposa, a viúva deveria pegar uma das sandálias dos pés do cunhado e cuspir no seu rosto em sinal de protesto (Gn 25.9). A partir dessa ação, a casa do descumpridor de seu dever passaria a ser conhecida como “a casa do descalçado” (Gn 25.10).
O Planejamento Familiar no Novo Testamento
Na Nova Aliança, a fertilidade também é exaltada.
Ao visitar Maria e anunciar a sua gravidez, o anjo lhe disse: “Salve agraciada;
o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres” (Lc 1.28). Na mesma
ocasião, ao contar para Maria acerca da gravidez de Isabel, o anjo enfatizou:
“Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para
aquela que era chamada estéril” (Lc 1.36). Isabel gerou um único filho, João, o
batista (Lc 1.59-60), e Maria, após o nascimento de Jesus, gerou ao menos
quatro filhos e duas filhas (Mt 13.55,56). Repara-se, em ambos os casos, a
intervenção divina e a diferença no fator multiplicador de uma casa para outra
casa.
Em sua Epístola aos Efésios, Paulo trata dos
deveres dos maridos, das esposas e dos filhos (Ef 5.21-33; 6.1-4). Como fundamento
para esses deveres, o apóstolo estabelece a regra da sujeição mútua (Ef 5.21).
Nem o marido é sem a mulher e nem a mulher é sem o marido (1 Co 11.11). No
texto bíblico, as mulheres recebem a incumbência de serem submissas aos esposos
(Ef 5.22), os maridos são exortados a amar suas mulheres do mesmo modo como
Cristo amou a Igreja (Ef 5.25), e os filhos são orientados a obedecer e honrar
pai e mãe (Ef 6.1,2). Uma família cristã que observa esses princípios vive em
harmonia, e as deliberações são tomadas de comum acordo entre o marido e a
mulher, cabendo a decisão final à cabeça do lar (Ef 5.23). Não obstante, as
decisões no âmbito do lar têm como pressuposto o amor, e não a arbitrariedade
ou autoritarismo. Com essa percepção, o planejamento familiar não é ignorado ou
negligenciado, ao contrário, o número de filhos e as condições para criá-los
são avaliados por meio do diálogo, da oração e do temor ao Senhor.
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um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos
subsídios estarão disponíveis toda semana. Porém, é importante ressaltar que os
subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra
de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não se trata de uma nova lição
(uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano
de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que
ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e
reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.
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