terça-feira, 29 de outubro de 2019

Lição 05 - 4º Trimestre 2019 - Os Discípulos são Livres da Prisão - Jovens.

Lição 5 - Os Discípulos são Livres da Prisão 

4º Trimestre de 2019
Introdução
I- Oposição à Obra de Deus;
II-A Libertação da Prisão;
III- O que mais Importa é Obedecer a Deus.
Conclusão

Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Analisar a oposição enfrentada pela igreja do primeiro século;
Destacar o agir de Deus na libertação dos discípulos da prisão;
Enfatizar que a obediência a Deus traz alegria e vitória.
Palavras-chave: Poder, cura e salvação.

A pureza da Igreja Primitiva foi protegida pela obra soberana do Espírito Santo. Foi algo dramático e decisivo. Duas pessoas estão mortas, mas um ambiente puro para o Espírito Santo funcionar foi mantido. Como resultado, há um grande reavivamento em Jerusalém. As pessoas estão vindo de todo o campo para serem curadas. Deus está trabalhando de uma maneira poderosa. Sempre que o Senhor estiver trabalhando, você pode esperar, porque Satanás vai lutar contra isso. O que geralmente nos surpreende é o que ele usa para combatê-lo. Quem está tentando impedir a obra do Espírito Santo? Os líderes religiosos, justamente aqueles que deveriam estar mais empolgados com o reavivamento espiritual.
A Inveja
Enquanto Deus fazia maravilhas naquela primeira comunidade cristã, as pessoas alegravam-se e glorificavam a Deus por tudo. Mas os “líderes” religiosos, principalmente os da seita dos saduceus, encheram-se de inveja. Esse sentimento é terrível, pois corrói e destrói relacionamentos. Provérbios 14.30 diz: “O coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos ossos”. E em Tiago está escrito: “Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa” (Tg 3.16). 
E foi justamente isto que aconteceu em razão desse sentimento maligno que habitava no coração daqueles religiosos: uma obra perversa. Eles prenderam os apóstolos e colocaram-nos na prisão. Precisamos ter todo o cuidado com a inveja, assim como também precisamos ter uma visão mais ampla de todo o corpo de Cristo. Se Deus está abençoando outra igreja na comunidade, que está realmente pregando a Jesus Cristo, devemos ficar contentes e regozijarmo-nos em vez de procurarmos falhas em seus métodos. Inveja sobre a obra de Deus na vida de outra pessoa ou ministério é uma coisa extremamente má.
Temos um exemplo disso no relatório que os discípulos deram a Jesus: 
E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que, em teu nome, expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. Jesus, porém, disse: Não lho proibais, porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós é por nós.1  
Até mesmo os discípulos de Jesus sentiram inveja de certo homem que expulsava demônios simplesmente pelo fato de este não os estar seguindo. Jesus, porém, corrige esse pensamento exclusivista dos discípulos, ensinando a tolerância e a compreensão de que Deus usaria pessoas além daquele grupo. Matthew Henry (1662–1714) coloca:
Muitos têm sido como os discípulos, dispostos a calar aqueles homens que têm conseguido pregar o arrependimento em nome do Senhor Jesus Cristo aos pecadores, somente porque não seguem juntamente com eles. O Senhor culpa os apóstolos, lembrando-lhes que aqueles que operam milagres em seu Nome não podem causar danos à sua causa. Se pecadores são levados ao arrependimento, a crerem no Salvador, e a levarem uma vida sóbria, justa e santa, então vemos que o Senhor é quem está trabalhando por intermédio de tal pregador.2  
É sempre bom relembrarmos as palavras de Paulo: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram” (Rm 12.15). Logo, se algum obreiro, igreja ou ministério estiver alegre por estar sendo canal da graça de Deus para alcançar pessoas, então devemos ficar alegres também. Por outro lado, se houver choro, também devemos chorar. 
Um Anjo Abre o Cárcere
O texto diz que os apóstolos foram recolhidos à prisão pública. Não bastava a inveja; tinham que fazer algo maligno a respeito. Sobre as prisões, o Doutor em Novo Testamento e escritor Craig Keener diz: 
Em geral, as prisões eram usadas para a detenção até o julgamento e não para o encarceramento como punição. Nesse período, a guarnição romana controlava a Fortaleza Antônia, no monte do templo; a guarda do templo, portanto, prende os apóstolos em outro local, embora este talvez seja, também, próximo ao templo. A elite, até aqui, havia tolerado a popularidade dos apóstolos. Contudo, agora ela arriscava ser desonrada se não fizesse algo em relação a eles.3  
O que os líderes religiosos não contavam é que um anjo apareceria para libertar os apóstolos. E o versículo 19 diz que um anjo abriu as portas do cárcere e conduziu-os para fora. Simples assim. Um anjo do Senhor entrou lá e abriu as portas da prisão. Parece até coisa de filme, mas não é; um anjo tem mais poder que qualquer herói de ação hollywoodiano. Em 2 Reis 19.35, está escrito que, em uma noite, um anjo do Senhor feriu 185 mil assírios no acampamento deles. A Palavra de Deus também nos diz que os anjos são “espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14). 
E isso aconteceu com mais esse relato milagroso no livro de Atos. Somente Deus tem esse poder. Só Ele pode libertar-nos das prisões de nossa alma e emoções. Nesse caso, esses apóstolos não tinham cometido crime algum; eles apenas pregavam a Palavra de Deus. E, mesmo assim, foram injustamente presos. Mas Deus vê todas as coisas e, se precisar realizar um milagre para seus filhos, Ele assim o fará. Glória a Deus! De repente, aqueles apóstolos, provavelmente abatidos por estarem naquela situação, veem-se do lado de fora, libertos e com uma ordem a seguir. O anjo havia-lhes dito para voltarem ao templo e continuarem falando “todas as palavras desta vida” (At 5.20). Na língua aramaica dos judeus, seria hayye, que quer dizer “vida” ou “salvação”. Percebe-se que ele não diz as palavras desta nova lei ou desta nova religião, “mas uma nova vida de que Cristo é o motivo, poder e alvo”.4 
No dia seguinte, havia confusão entre os judeus. Eles mandaram buscar os presos, mas não acharam ninguém — e mais: o cárcere estava fechado com toda segurança, segundo o relato dos guardas (At 5.23). O anjo havia aberto as portas e, em seguida, fechado tudo, parecendo que nada havia acontecido. Deus trabalha assim muitas vezes: sem muito alarde, barulho ou divulgação, mas algo sobrenatural acontece. Em certas ocasiões de milagres, Jesus pediu àqueles que tinham recebido a benção que não contassem a ninguém, como foi o caso do leproso (Mt 8.4) e dos dois cegos (Mt 9.30). 
Eles ficaram perplexos pelo acontecido. Onde estavam os presos? Como isso aconteceu? Porém, mesmo diante de algo sobrenatural, não creram. Muitos nos dias de Jesus também presenciaram milagres, mas não creram nEle (Jo 12.37).
Da Prisão ao Templo
O versículo 25 de Atos 5 diz que alguém informa: “Eis que os homens que encerrastes na prisão estão no templo e ensinam o povo”. Que maravilha! Não era plano de Deus que aqueles discípulos ficassem aprisionados sem cumprir o propósito que tinham. Eles precisavam estar livres para continuar proclamando o evangelho. Deus não permite que seus filhos fiquem permanentemente aprisionados às amarras espirituais e emocionais, pois deseja que se coloquem no propósito que Ele mesmo estabeleceu. O Salmo 27.5 diz: “Porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me esconderá; pôr-me-á sobre uma rocha.” 
É interessante observar que o templo significa a presença do Senhor, e este é o lugar em que o Senhor quer que estejamos, e não numa prisão. E prisão pode não ser simplesmente um lugar para encarcerados, mas também pode significar aprisionado pelas circunstâncias da vida, pelos traumas do passado, pela falta de perdão. No entanto, da mesma forma que Deus livrou miraculosamente seus discípulos naquele primeiro século, Ele deseja também nos libertar de todas as mazelas que porventura nos aprisionam e impedem de viver plenamente em sua presença. 
Certa vez, Jesus voltou à sua terra natal, Nazaré, que ficava na Galileia, e, entrando numa sinagoga, foi-lhe dado o livro do profeta Isaías para ler. Ele toma o livro e lê: 
O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.5 
Jesus veio para curar e libertar. E Ele continua com o mesmo poder para realizar isso continuamente. Sejamos curados e libertos, bem como instrumentos nas mãos do Senhor para que outros sejam da mesma forma (Is 6.8). 
O mais Importante É Obedecer a Deus
Depois do milagre da libertação do cárcere, os apóstolos foram ao templo continuar a ensinar (At 5.25). Logo os discípulos foram levados ao Sinédrio pelo capitão e os guardas. Que incoerência: o Sinédrio, que reunia os líderes judaicos, julgando aqueles que estavam glorificando o rei deles! Mas a religião em si não chega ao conhecimento de Deus; aliás, ela pode tornar-se um grande obstáculo para chegar-se até Ele, cegando a pessoa e tornando-a numa pessoa sem amor. E, ao ficar mais velho e um bom religioso, essa pessoa torna-se muito crítica. E, se você ficar suficientemente religioso, vai aprender a odiar as pessoas. Talvez você, lendo esse livro, pode concordar que suas piores dores tinham a ver com a igreja, não é verdade? Pessoas religiosas magoaram-no profundamente; você estava numa situação difícil e tiraram-no fora, e você pensou: “Eu achava que neste lugar o que prevalecia era o amor!”. Não; era tudo religião; não era amor; era tudo sobre endurecer o poder de Deus!
Veja o que Jesus falou sobre pessoas religiosas em João 16.1-3: “[...] não conheceram ao Pai nem a mim”. O texto não diz “não creram no Pai nem a mim”! Então, mesmo com toda a sua atividade religiosa, Deus ainda pode ser um estranho para você! Daí, você pode ficar bravo com um Deus que nem conhecia! Daí, você tomará decisões ruins, as coisas ficarão difíceis, bem como os relacionamentos, o trabalho, etc. Daí, você diz: “Deus!”, e Ele diz: “Você nem me conhece! Se me conhecesse, não faria isso, não tomaria essa decisão”. Portanto, é possível ir ao culto, cantar, orar, ouvir a Palavra, ofertar e ainda não conhecer a Deus. É como se Ele estivesse dizendo: “Você me respeita, me obedece, mas ainda não me conhece”. 
Na sequência da história, o sumo sacerdote repreendeu os apóstolos mais uma vez, proibindo-os de ensinar sobre Cristo, pois queriam lançar sobre eles o sangue dEle (At 5.28). Entretanto, Pedro e os outros apóstolos afirmaram categoricamente: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (v. 29). Boor comenta:
É significativo para a clareza de fé dos apóstolos que eles não usam essa benevolência do povo e sua libertação miraculosa do cárcere e benefício próprio. Admitem que há um direito para intimá-los. Voluntariamente seguem o capitão do templo, sabendo que é o plano e a vontade de seu Deus que mais uma vez digam aos líderes de seu povo o testemunho de Jesus. [...] Com isso tudo e fundamentado. Mas é óbvio que essa palavra também pode ser uma frase piedosa, com que qualquer um justifica o que lhe convém. Na realidade, é preciso mostrar com muita determinação por que os apóstolos de fato “obedecem a Deus” de modo tão sério que não podem observar proibições contrárias de seres humanos, ainda que sejam determinadas pelos sacerdotes e anciãos de seu povo.
Sempre que as leis humanas entrarem em conflito com os princípios da Palavra de Deus, devemos ignorá-las e obedecer ao Senhor. Mesmo que sejamos presos, não podemos abrir mão dos estatutos e mandamentos do Senhor (2 Tm 3.16,17). A história diz que o líder cristão chinês Watchman Nee (1903–1972) viveu dias assim. Quando a China tornou-se comunista em 1949, as igrejas começaram a ser pressionadas a ceder ao controle do estado. Missionários foram perseguidos e expulsos, e muitos crentes foram mortos ou presos. Watchman Nee, um evangelista, foi preso por confessar sua fé em Cristo. Ele ficou quase 20 anos preso e só seria solto se não pregasse mais o evangelho. Ele não concordou e ficou mais cinco anos preso até matarem ele ali mesmo.
No próximo capítulo, estudaremos o martírio de Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, que também preferiu morrer a parar de pregar a Cristo (At 6–7). 
O Parecer de Gamaliel
Os líderes judeus ficaram furiosos e queriam matar os apóstolos. Gamaliel, renomado mestre de Paulo, representante da Escola de Hilel, levanta e emite um parecer. Ele relembra os ouvintes de que apareceram outros que fizeram movimentos no passado e que não se perpetuaram, como Teudas e Judas. Logo, seu conselho era para que deixassem aqueles homens, pois, se o Senhor Deus não estivesse naquele negócio, tudo se acabaria; porém, se aquela missão fosse mesmo de Deus, contrapor-se a isso seria como lutar contra o próprio Deus (At 5.35-39). 
A princípio, esse conselho até pareceu prudente, pois o aceitaram de fato. No entanto, comparar o movimento dos cristãos com outros estranhos que aconteceram foi um julgamento equivocado, haja vista as características que cada um tinha. Teudas levou um grupo de judeus ao Jordão prometendo abrir suas águas. Judas influenciou o povo a não dar tributo a Roma, mas somente a Deus. Os apóstolos, por sua vez, queriam apenas proclamar o Cristo crucificado, porém ressurreto. No entanto, o parecer do rabino de deixar a história julgar tudo o que aconteceria mostrou-se efetivo e confirmou-o de fato.
O rabino (ou doutor da lei) Gamaliel, o Velho, que Lucas mencionou aqui, é venerado no judaísmo como um dos mais sábios e mais santos de seus anciãos. Nesse caso, o carisma pessoal de Gamaliel e o respeito que ele tinha conquistado na sua época evitaram que o Sinédrio tentasse eliminar os apóstolos, como tinham feito com Jesus. O princípio que Gamaliel declarou mostrar outra maneira como expressamos reverência por Deus, e a convicção de que Ele age ativamente no nosso mundo. O conselho de Gamaliel: Deixem a história julgar. Não assumam muitas coisas em suas próprias mãos, porque não são capazes de perceber o que Deus pode estar fazendo. 
E a história julgou. O movimento cristão demonstrou que Deus estava naquele negócio, que cresceu nos últimos 2 mil anos, alcançando não apenas pessoas daquela região, como também de todo o mundo.
Violentados e Proibidos de Pregar
Mesmo após o conselho do respeitado Gamaliel, eles chamaram e, em seguida, açoitaram os apóstolos. Não bastasse a humilhação, aprisionamento injusto, era preciso usar de violência. Esse castigo era 40 chibatadas menos uma (Dt 25.1-3; 2 Co 11.24). Parece que o uso dessa força foi mais severo do que o encarceramento e ameaças anteriores (At 4.21). Jesus já havia falado sobre esse tipo de perseguição que os discípulos podiam esperar: “Mas, antes de todas essas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões e conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por amor do meu nome” (Lc 21.12). 
Então, eles são proibidos pelo conselho de continuar com a sua missão. O mundo sempre tentará parar a missão da igreja. Nesse caso, ele está cegando o sistema religioso da época, que eram “corretos” por fora, porém podres por dentro, para não verem que aquele movimento era de Deus. Jesus disse que o Senhor havia cegado os olhos e endurecido o coração desse povo em razão de sua incredulidade, como afirmou o profeta Isaías (Jo 12.39,40). Hoje em dia, Satanás utiliza-se de variadas formas para tentar parar o avanço da Igreja, como, por exemplo, o liberalismo teológico, as heresias dentro da igreja, que vão contra a suficiência das Escrituras, o secularismo, o ateísmo, além de leis mais rígidas que dificultam os cultos públicos, entre outros. Mas nada disso poderá deter a Igreja do Senhor (Mt 16.18). 
Alegres por Sofrerem por Cristo
Mesmo com toda aquela afronta, injustiça e violência, a Palavra diz no versículo 41 de Atos 5: “Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus”. Naquele momento, a bem-aventurança que Jesus falou estava sendo cumprida na vida dos apóstolos. No Sermão do Monte, Jesus havia dito: 
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus; bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.8 
Certamente, aqueles seguidores de Jesus lembraram-se das palavras de seu Mestre e podiam alegrar-se por passar por essas afrontas pelo nome de Cristo. Eles foram “honrados com a desonra”. O escritor César Moisés Carvalho comenta: 
O fato é que naquele momento histórico, tanto nos dias de Jesus quanto da igreja do primeiro século, haveria perseguição para quem se dispusesse a viver de acordo com a justiça do Reino, ou seja, para todos que passassem a seguir ao Senhor. Não seriam louvados, antes, injuriados, perseguidos e caluniados. No entanto, os discípulos deveriam se alegrar, pois há uma grande recompensa para eles diante de Deus e, ainda mais, no contexto judaico havia ainda uma das maiores honras para um judeu que era identificar-se com os profetas veterotestamentários. Um grande contraste com os nossos dias quando se quer, a todo custo, evitar todo tipo de oposição à fé, criando até leis que favoreçam os que dizem seguir a Jesus, mas não querem pagar preço algum por suas convicções cristãs e, consequentemente, por representar Deus na face da Terra [...], esse foi o problema de Israel.  
Muito pertinente o que o pastor César Moisés Carvalho coloca de que hoje o cristão não pode, de forma alguma, sofrer por seguir sua convicção religiosa. Muitos evangélicos ficaram chocados e revoltados por causa de uma cena no desfile do Carnaval do ano de 2019 no Rio de Janeiro, na qual uma Escola de Samba retratou o Diabo batendo e derrotando Jesus, o que causou um grande alvoroço. É claro que também não gostei — o que, aliás, só vi porque os crentes estavam expondo aquilo. Mas, de fato, não fiquei surpreso que algo daquela natureza pudesse sair daquele meio dominado por Satanás. Mas o que esperávamos?! Que aquelas pessoas sem moral, pudor e entregues à concupiscência da carne viessem na avenida cantando um hino da Harpa Cristã e pregando Cristo?! Mas é claro que não! O mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19). Aquele lá não era mesmo meu Jesus retratado, pois Ele é vencedor desde sempre! (Lc 1.33). 
O que me espantou da reação dos evangélicos era a noção de que não podem, de forma alguma, serem afrontados em suas crenças, receber qualquer oposição à fé, quando Jesus disse que seríamos odiados pelo mundo (Mt 24.9). Por que não fazem uma reação tão forte ao todo do Carnaval quando tudo ali, com aquela sensualidade depravada, causa tantos males às pessoas, caracterizando-se uma aberração. É como dizer que não passaram dos limites antes, que, até então, aguentamos tudo, mas que agora foi longe demais! Tem algo de estranho nesse contexto aí. Precisamos saber que não podemos esperar coisa boa do sistema corrompido deste século. O que devemos fazer é orar e pregar a essas pessoas para a salvação e libertação delas e nunca esperarmos ser amados por elas, pois: “É necessário que em meio a muitas aflições ingressemos no Reino de Deus!” (At 14.22, Bíblia King James Atualizada).
A Obra não Cessou 
E aquela perseguição, aprisionamento, açoites, afrontas e proibição não foram suficientes para deter a obra de Deus naquele primeiro século da Igreja. O versículo 42 diz que: “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo”. Eles não podiam sequer cogitar a ideia de parar a missão que lhes foi dada pelo Senhor Deus. Embora tendo sofrido tudo aquilo, os discípulos alegraram-se por acharem-se dignos de levar à frente a missão iniciada por seu Mestre e Senhor. 
Era isso que as autoridades romanas que, mais tarde, condenaram mártires aos leões não conseguiam entender. É isso que jamais será entendido por aqueles que imaginam que a pregação do evangelho e o compromisso de viver a plenitude dele é um movimento como outro qualquer, e que as leis, punições e ameaças bastam para acabar com isso.10 
No final, Gamaliel estava certo: essa obra era de Deus, e ninguém podia pará-la. E ainda podemos crer nisso hoje! Apesar das novas oposições que a Igreja atravessa, ninguém poderá deter a expansão do Reino de Deus na terra. 

*Adquira o livro do trimestre. PESCH, Henrique. Poder Cura e Salvação: O Espírito Santo Agindo na Igreja em Atos. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

Lição 04 - 4º Trimestre 2019 - A menina que ajudava a mamãe - Berçário.

Lição 4 - A menina que ajudava a mamãe 

4º Trimestre de 2019
Objetivo da lição: A criança deverá compreender que Mirian ajudou a cuidar e salvar o bebê Moisés.
É hora do versículo: “Respeite o seu pai e a sua mãe [...]” (Dt 5.16).
Nesta lição, as crianças estudarão sobre a história do bebê Moisés e conhecerão sua irmã Miriam e o seu papel na proteção do bebê para não ser morto pelo malvado rei. Miriam gostava muito da sua mamãe e do seu irmãozinho e por isso ficou na beira do rio observando para onde o cestinho seria levado. Mas Miriam não podia ser vista e por isso ela se escondeu. Você pode achar a irmãzinha de Moisés?
Imprima a folha abaixo e distribua para as crianças procurarem onde a irmã de Moisés está escondida. Faça esta atividade depois de realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo.
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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 04 - 4º Trimestre 2019 - Aprendendo a respeito do livro de Deus - Jd. Infância.

Lição 04 - Aprendendo a respeito do livro de Deus 

4º Trimestre de 2019
Objetivos: Os alunos deverão entender a importância de aprender sobre Deus e de estudar a Bíblia diariamente; e demonstrar atitudes de respeito para com a Palavra de Deus quando estiver sendo lida. 
É hora do versículo: “[...] A fé vem por ouvir a mensagem [...]” (Rm 10.17).
Nesta lição, as crianças irão entender a importância de aprender sobre Deus e de estudar a Bíblia diariamente; além de demonstrar atitudes de respeito para com a Palavra de Deus quando ela estiver sendo lida. Foi assim no Antigo Testamento quando Esdras leu o Livro da Lei para o povo e os ouvintes ficaram atentos e comportados.
Como atividade complementar, após a realização das atividades propostas na revista do aluno e do professor, e caso haja tempo, sugerimos que você imprima a folha abaixo, entregue uma para cada aluno e peça que escrevam a seguinte frase dentro do rolo: A FÉ VEM POR OUVIR A MENSAGEM.
rolo licao4 jardim
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância 

Lição 04 - 4º Trimestre 2019 - A Corajosa Luta de Jônatas - Primários.

Lição 4 - A Corajosa Luta de Jônatas 

4º Trimestre de 2019
Objetivo: Que as crianças entendam que com Deus não precisamos ter medo.
Ponto central: Estamos seguros com Deus.
Memória em ação: “[...] Seja forte e corajoso! Não fique desanimado, nem tenha medo [...] ” (Js 1.9.).
Querido (a) professor (a), na próxima aula, teremos a oportunidade de transmitir às crianças a importante lição de confiar em Deus e não temer diante das dificuldades – por maiores que elas nos pareçam.
Mas e você?! Como tem reagido diante das lutas e adversidades? A “Corajosa Luta de Jônatas” foi contra vinte soldados, dois contra vinte. A probabilidade podia não estar ao seu favor, nem o número de companheiros a lutar ao seu lado, ou de inimigos desejosos de derrotá-lo. Contudo, ele sabia que DEUS estava, e isso bastava. 
É mais do que natural para nós seres humanos, tão falhos e limitados, nos atemorizarmos frente aos desafios. Não se cobre ser um “super-herói”. Estes esquecem-se de depender de quem de fato é o Todo-Poderoso. Há momentos em que tudo o que precisamos é ouvir uma Palavra da parte dEle, o seu direcionamento. Portanto, se te sentes preocupado (a), ansioso (a), temeroso (a), aflito (a) diante de qualquer situação, faça como Jônatas. Clame a Deus por resposta e diante dela, siga confiante da vitória! 
Além dos recursos pedagógicos disponibilizados em sua revista, sugerimos aqui para esta aula uma dinâmica ilustrativa desta preciosa lição. Antes de aplicá-la, pergunte a seus Primários, do que eles têm medo. Ouça-os sem desdenhar de nenhum relato. E como sempre dizemos aqui, esteja atento a casos que podem ser mais sério, graves e que posteriormente podem requerer uma conversa a sós com a criança.
Leve uma lanterna, luminária ou o que você conseguir que possa trabalhar com o efeito luz e sombra. Após a lição, explique que muitas vezes temos medo. Este é um dos sentimentos que todo ser humano tem. O importante é diante dele, usarmos a nossa fé em Deus – que nos ajuda a vencer e é maior do que qualquer temor! Diga-os para darem as mãos enquanto você apagará a luz (fechará as persianas, etc.). Em seguida, acenda a lanterna e deixe-a ligada virada para a parede enquanto você projeta sombras, com as mãos. Segue abaixo na ilustração alguns exemplos: 
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Mexa-os, como se estivessem em movimento, afaste-se para que pareçam maiores, faça alguns sons assustadores... E explique que às vezes o que parece ser tão temível ou até mesmo pavoroso, na verdade é só uma sombrinha, diante do nosso Deus. E com Ele podemos vencer qualquer medo com essa confiança!
Permita que as crianças brinquem desta maneira, enquanto você reforça o objetivo e ponto central de nossa lição: Viram?! Com Deus não precisamos ter medo de nada. Estamos seguros nEle! Após cada um projetar uma sombra, peça que repitam o versículo do Memória em Ação: “[...] Seja forte e corajoso! Não fique desanimado, nem tenha medo [...] ” (Js 1.9.).
Deus te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD 

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Lição 04 - 4º Trimestre 2019 - Louvando a Deus pela água - Maternal.

Lição 4 - Louvando a Deus pela água 

4º Trimestre de 2019 
Objetivo da Lição: Ensinar à criança que, através do louvor demonstramos fé em Deus e somos abençoados por Ele. 
Para Guardar no Coração: “Quando Deus guiou o seu povo pelo deserto, ninguém ficou com sede [...]” (Isaías 48.21).
Perfil da Criança 
As crianças do maternal reagem a todas as impressões que recebem, e aprendem muito através das emoções. Por isso, o local das aulas deve ser tranquilo, organizado e bonito. Conforme a disponibilidade do espaço, será de bom proveito criar diversos centros de interesse, a que chamamos de “cantinhos”; cantinho da Bíblia, da natureza, dos brinquedos, da história, dos livros, do lanche, das atividades manuais, etc. Ó, não pense que para isto você terá de ter uma sala imensa e muito dinheiro. Conheço professores que montam sua sala de aula numa garagem, numa cantina, ou num pátio, e nem por isso deixam de se valer destes recursos. Se não há móveis apropriados, bancos, cadeiras, caixas e um pouco de criatividade fazem milagres. Dá trabalho guardar tudo após a aula, e chegar cedo no domingo seguinte para arrumar antes da chegada dos alunos, mas quando se ama a Deus e aos seus pequeninos, tudo fica mais fácil.
Subsídio Professor
O que faríamos nós se, de repente, nos víssemos ameaçados por um grande exército composto por três inimigos? Vamos imaginar que um dos inimigos fosse a enfermidade; outro, o desemprego; e o mais forte deles, as forças satânicas, tentando-nos a pecar. Que exército esmagador formariam estes três inimigos! Que faríamos nós? Provavelmente lançar-nos íamos aos pés do Senhor, clamando por livramento, procurando comovê-lo com a nossa penúria e sofrimento, quem sabe, nos autocomiserando.
Não, não seria errado nos “descabelarmos” diante de Deus, implorando o seu socorro. Mas outra alternativa, em que dificilmente pensamos numa situação dessas, é louvar e adorar ao Senhor. O clamor e o rogo brotam-nos facilmente do coração, mas a adoração – nos momentos de angústia – já não vem com tanta espontaneidade.
No entanto, como o Senhor se agrada de que o adoremos nestas circunstâncias! Como Ele deseja que nos apoiemos nEle, como faz uma criancinha que corre assustada para o colo da mãe, e o deixemos lutar por nós! Foi o que Ele fez pelo rei Josafá e por Israel, quando, ao acharem-se ameaçados pelos exércitos de três países, puseram-se a louvá-lo e a adorá-lo. 
Medite neste parágrafo, extraído da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal: “Deus sempre triunfa! Mas o que devemos fazer para que Ele possa lutar por nós? (1) Devemos entender que a batalha não é nossa, mas do Senhor. (2) Precisamos reconhecer as limitações humanas, e permitir que o poder de Deus trabalhe em nossos temores e fraquezas. (3) Devemos ter a certeza de que estamos buscando os interesses de Deus, e não apenas satisfazer os nossos interesses egoístas. (4) Precisamos pedir o auxílio de Deus em nossas batalhas cotidianas”.

Oficina de Ideias 1
Distribua papel e lápis de cor, e peça que as crianças façam um desenho mostrando a bondade e o amor de Deus. Elas poderão desenhar um objeto ou uma cena que expresse o modo como o Papai do céu lhes demonstra o seu amor e bondade. Depois que tiverem terminado, não se limite a elogiar o desenho; pergunte o que é e o que significa. Ouça com atenção. Você ouvirá coisas sobre as quais talvez nunca tenha pensado serem manifestações do amor e da bondade de Deus.
Até Logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Recomende às crianças que peçam aos pais para lerem a história bíblica que se encontra em Números 21.16-18.  
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
*Este subsídio foi extraído de Lições Bíblicas do Maternal Mestre 7/8, Marta Doreto, CPAD. 
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal

Lição 04 - 4º Trimestre 2019 - Será que é? - Juniores.

Lição 4 - Será que é? 

4º Trimestre de 2019
Texto Bíblico — Mateus 13.24-30.
Prezado(a) professor(a),
Na aula desta semana seus alunos aprenderão a discernir a diferença entre aqueles que servem a Deus e os que não servem, porquanto a árvore se conhece pelos frutos (Lc 6.43,44). Na parábola do trigo e do joio é preciso entender o que Jesus quis ensinar aos seus discípulos quando afirmou que era necessário que ambas as sementes crescessem juntas.
Quando observamos as duas sementes podemos identificar que há várias semelhanças. As diferenças só podem ser notadas quando elas estão crescidas e amadurecidas. São aspectos da parábola que nos trazem muitas lições.
“A parábola do trigo e do joio salienta o fato de que há uma semeadura da má semente de Satanás paralela à da Palavra de Deus. O ‘campo’ é o mundo e a ‘boa semente’ são os fiéis do reino (v. 38). (1) O evangelho e os crentes verdadeiros serão plantados em todo o mundo (v. 38). Satanás também plantará os seus seguidores, ‘os filhos do Maligno’ (v. 38), entre o povo de Deus, para se contraporem à verdade divina (vv. 25, 38, 39). (2) A obra principal dos emissários de Satanás no reino dos céus na presente era é solapar a autoridade da Palavra de Deus (ver Gn 3.4), e promover a iniquidade e as falsas doutrinas (cf. At 20.29,30; 2 Ts 2.7,12). Cristo falou noutra ocasião, de um grande logro entre seu povo por causa desses que se apresentam como verdadeiro crentes, quando na realidade são falsos mestres (ver Mt 24.1). (3) Este fato da coexistência do povo de Satanás com o povo de Deus, na dimensão visível atual do reino dos céus (que é a igreja), terminará quando Deus destruir todos os ímpios, no fim da presente era (vv. 38-43). Para outras parábolas que enfatizam a atual condição da mistura de crentes e descrentes (ver Mt 22.1-14; 25.1-13,14-30; Lc 18.10-14)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 1415).
É importante que seus alunos aprendam que há uma diferença notória entre aqueles que servem a Deus de todo o coração e os que não servem. Mostre aos seus alunos que o evangelho não é apenas ensino, mas, principalmente, um estilo de vida que louva e adora a Deus. Para que seus alunos aprendam a discernir melhor a diferença entre os que servem e os que não servem a Deus, sugerimos a seguinte atividade:
Prepare dois copos (é importante que os copos sejam transparentes de modo que seja possível identificar os elementos contidos neles), um deverá estar com água até a metade, no outro deve conter uma pequena porção de óleo. Derrame o óleo no copo com água e mexa com uma colher de modo que os elementos se misturem. Logo após isso seus alunos verão que a água e o óleo não se misturam, permanecendo o óleo na superfície da água. Esta dinâmica nos mostra que os verdadeiros filhos de Deus não permitem que o pecado domine suas vidas e permanecem puros na presença de Deus. 

Lição 04 - 4º Trimestre 2019 - Enfrentando a Pressão - Pré Adolescentes.

Lição 4 - Enfrentando a Pressão 

4º Trimestre de 2019
A lição de hoje encontra-se em: 1 Reis 12.1-24
Caro(a) professor(a),
Na aula desta semana seus alunos aprenderão o que a Palavra de Deus ensina no tocante a lidar com as pressões. Obviamente ninguém se sente confortável quando está sendo pressionado por alguma circunstância ou por alguém. No caso dos seus alunos a situação acaba sendo um pouco mais difícil pelo fato de eles ainda estarem aprendendo a lidar com as emoções. Por conta disso, é tão importante que estudem a Palavra de Deus e aprendam a lidar com as frustrações, porquanto a vida cristã não é feita somente de vitórias, mas, também de muitas aflições (cf. Jo 16.33).
Há uma grande dificuldade que surge na mente de muitos pré-adolescentes pelo fato de serem criados em um ambiente onde há excesso de proteção. Muitos pais, por conta do controle demasiado ou mesmo preocupação com os filhos, acabam privando-os de passarem por alguma decepção ou frustração. Não sabem eles que, em vez de ajudá-los, estão prejudicando o amadurecimento de suas emoções. Crianças e adolescentes que não aprendem a lidar com as frustrações desde cedo acabam se tornando adultos sensíveis demais ou mesmo tímidos, despreparados para a vida. Estes, quando se deparam com algum infortúnio da vida ou quando não são reconhecidos por suas qualidades e habilidades, acabam entrando em depressão ou apresentam um comportamento agressivo para com os que estão ao seu redor.
O escritor aos Hebreus afirma que Deus nos corrige porque nos ama, porquanto, nos trata como filhos e não como bastardos (cf. Hb 12.5-8). A função da disciplina é fazer com que as pessoas se comportem de maneira adequada dentro de cada segmento onde está inserida, seja na escola, na empresa onde trabalha ou mesmo na igreja.
Este autor afirma ainda que os nossos pais nos corrigiram conforme o que bem lhes parecia a fim de que nos tornássemos pessoas de respeito e boa índole. Mas a disciplina do nosso Deus vai além, porquanto, seu intento é que tenhamos parte em sua santidade, isto é, plena comunhão com Ele (cf. 1 Pe 1.15,16). Deus sempre tem o melhor para cada um de nós e espera que entendamos o porquê dEle não nos conceder todas as bênçãos que pedimos ou almejamos. Além do mais, o tempo de Deus não é como o nosso tempo, Ele realiza o que quer e quando quer da Sua maneira (cf. 1 Jo 5.14,15).
O Senhor afirma em sua Palavra que Ele é quem sabe o que pensa a nosso respeito, pensamentos de paz e não de mal, para nos dar o fim que desejamos (cf. Is 29.11). Tais pensamentos de Deus a nosso respeito refletem aspectos da natureza divina pelos quais o Senhor se revela a nós, e que devemos conhecer, pois são fundamentais para que aprendamos a obedecê-Lo com total submissão. Dentre eles está a onisciência e presciência de Deus.
Saber que Deus conhece todas as nossas necessidades assim como o nosso futuro (se porventura fizermos escolhas erradas), nos leva a refletir que somente o Senhor sabe realmente o que é melhor para cada um de nós.
O exemplo da lição de hoje revela a história de um jovem que não soube lidar com a pressão de outros à sua volta. Roboão, filho de Salomão, não tinha seu coração perfeito para com Deus, e por que deu ouvidos aos maus conselhos de seus amigos o Senhor permitiu que ele sofresse com as consequências das suas escolhas erradas (cf. 1 Rs 12.1-24).
Converse com seus alunos a respeito da educação que receberam. Ensine que mesmo que seus pais não sejam cristãos (se for o caso) eles devem obedecê-los com a mesma disposição. Informe que a disciplina dos pais é o preparo para a vida. Mostre-lhes que é preciso aprender lidar com as pressões do mundo como os apelos para iniciar um namoro prematuro, frequentar certas festas, seguir modismos e outros. Somente conhecendo e aplicando a Palavra de Deus podemos distinguir a maneira correta como devemos nos comportar frente aos apelos do mundo.

Lição 04 - 4º Trimestre 2019 - A Importância da Nação de Israel - Juvenis.

Lição 4 - A Importância da Nação de Israel 

4º Trimestre de 2019
“Porei os olhos sobre eles, para seu bem, e os farei voltar a esta terra; e edificá-los-ei, e não os destruirei, e plantá-los-ei, e não os arrancarei” (Jr 24.6).
OBJETIVOS
Apresentar um pouco da história de Israel;
Localizar a nação de Israel na Escatologia Bíblica;
Explicar Israel como relógio de Deus nas profecias bíblicas.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. O SERMÃO PROFÉTICO
2. OS REMANESCENTES DO PERÍODO TRIBULACIONAL
3. AS DUAS TESTEMUNHAS
4. ISRAEL SERÁ JULGADO
Querido (a) professor (a), abordar escatologia em uma classe de Juvenis pode ser um desafio, mas Deus é contigo para capacitá-lo (a). Evidentemente, a complexidade do tema aliada ao seu público-alvo, numa faixa etária bastante questionadora, poderá requerer de você um tempo de dedicação maior para o estudo e leitura. 
Pensando nisto – além de todo conteúdo pedagógico presente em sua revista –, lhes deixamos abaixo, como subsídio extra, um artigo para esclarecer e aprofundar ainda mais alguns tópicos da lição do próximo domingo.
O texto é de autoria do renomado Consultor Teológico da CPAD e autor de diversos livros pela editora, pastor Claudionor de Andrade.
As Duas Testemunhas do Apocalipse
Querido leitor, sempre que leio a profecia que Jesus entregou ao Teólogo Divino, faço-me esta pergunta: "Quem são as Duas Testemunhas do Apocalipse". E, afligido pelo texto sagrado, refugio-me num contexto hermenêutico remoto e improvável: “Será que o apóstolo, a fim de poupar-me dessa angústia, não poderia simplesmente ter declarado o nome desta testemunha e o epíteto daquela?”.João, porém, inspirado pelo Espírito Santo, foi dirigido a velar, na revelação destes últimos dias, a identidade de ambas. Como se vê, a literatura profética tem as suas sutilezas; declara o essencial, mas não aclara os acessórios. Por essa razão, levantam-se as hipóteses, erguem-se as suposições e erigem-se as teses. Mas não nos incomodemos com essas dificuldades; são apenas aparentes; fazem parte da pedagogia divina.
Todavia, precisamos voltar ao assunto. Afinal, quem são as Duas Testemunhas?
Uns elegem o Antigo Testamento e o Testamento Novo. Outros apontam Enoque e Elias. Outros ainda sugerem Moisés e Enoque. Ainda outros delimitam classicamente dois nomes: Elias e Moisés. A essas alturas, a ordem pouco importa.
Ontem à tarde, um amigo bastante chegado sugeriu-me Zorobabel e o sumo sacerdote Josué. Para justificar a sua opinião, fez ele uma pausa doutoral, e, franzindo a testa, lembrou o fato de que ambos estão relacionados às oliveiras vistas por Zacarias e evocadas por João, em seu exílio na distante, mas bem-aventurada Patmos. Pelo tom de sua voz, esse meu companheiro de jornadas teológicas estava convicto. Entretanto, não me convenci de todo.  Afinal, que alternativa adotar? Foquemos cada possibilidade.
Já de início, descartarei a primeira. Não acredito que as Duas Testemunhas sejam o Antigo e o Novo Testamentos. A razão é bastante simples. As Escrituras não são as Testemunhas; são elas o inspirado, inerrante e completo Testemunho de Deus à humanidade. Logo, a Bíblia Sagrada constituirá o conteúdo e a forma da proclamação desses varões, que, como arautos de Jesus, opor-se-ão ostensiva e audaciosamente ao império do Anticristo.
Restam, agora, as outras possibilidades. Mas, antes de as examinarmos, esbocemos o perfil desses corajosos obreiros.   
Vejamo-los, antes de tudo, como profetas virtuosos e irresistíveis, que atuarão, aqui na terra, na pior fase da História Sagrada e da Humana – os três anos e meio subsequentes ao Arrebatamento da Igreja de Cristo (Ap 11.3). Se levarmos em conta o ano lunar observado pelos judeus, computaremos 1260 dias. Logo, depreende-se que eles terão de estar devidamente preparados, a fim de deflagrar sua ação profética universal, tão logo os santos de Cristo sejam retirados do mundo.
Em segundo lugar, os dois profetas necessitarão de um firme e provado fundamento bíblico, teológico e histórico. Doutra forma, como poderão interpretar os sinais que marcarão a parte inaugural da Septuagésima Semana de Daniel? (Dn 9.27) Sem esse estamento, o seu ministério não terá qualquer efeito redentor. Infere-se, então, que estamos a falar de dois varões extraordinários, poderosos e sapientíssimos nas coisas de Deus e dos homens. A quem os compararemos? A Enoque? A Moisés e a Elias? Ou ainda a Zorobabel e ao sumo sacerdote Josué?
Outrossim, consideremos que, no exercício de seu ministério, eles atuarão no poder do Espírito Santo. E, na virtude do Espírito, farão tantos sinais como Moisés e tantos milagres quanto Elias. Não estou dizendo que serão estes. Além disso, não sabemos se Enoque, em seu ministério de três séculos, realizou algum portento ou obra sobrenatural.
Eis como João descreve-lhes o ministério: “Se alguém pretende causar-lhes dano, sai fogo da sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente, deve morrer. Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem” (Ap 11.5,6).
Se o ministério de Moisés e Elias foram locais, o das Duas Testemunhas será universal. Proclamando os juízos divinos, percorrerão a Terra. E, a todos, desmascararão o Anticristo e o Falso Profeta. Arriscando a própria vida, opor-se-ão ao Dragão e ao próprio Inferno.
A essas alturas, meu teológico leitor, você já deve estar sem muita paciência para ler-me os derradeiros argumentos. Mas, por favor, dê-me outros cinco minutos de seu raríssimo tempo.
Voltemos ao assunto.
Quanto à identidade das Duas Testemunhas, temos apenas esta pista: “São estas as duas oliveiras e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra” (Ap 11.4). O autor do Apocalipse cita indiretamente a Zacarias, que, ao referir-se a Zorobabel e ao sumo sacerdote Josué, identifica-os como “os dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra” (Zc 4.14). Isso não significa, porém, que as Duas Testemunhas sejam os personagens citados pelo profeta pós-exílico. Se não são estes, quem são? Para responder a esta pergunta, recorramos à lógica e à História.
Tenhamos, em mente, que o Espírito Santo entregou a Zacarias uma profecia de referência dupla. Na primeira instância, o profeta referiu-se, de fato, ao governador Zorobabel e ao sumo sacerdote Josué. Já, na instância apocalíptica, refere-se às Duas Testemunhas, que atuarão na Septuagésima Semana.
Os personagens da primeira referência preencheram, na verdade, as demandas da instância inicial: o soerguimento da assembleia do Senhor, naquele período tão adverso das crônicas judaicas. Após haverem cumprido o seu ministério, morreram e foram sepultados; agora, congregados ao seu povo, aguardam a ressurreição ao lado dos que descansam na esperança de Jesus Cristo.
Em sua presciência, portanto, o Senhor reservou dois profetas extraordinários para este tempo do fim: um do período antediluviano e o outro da era pós-diluviana.
Sim, querido e amável leitor, refiro-me a Enoque e a Elias, os dois únicos seres humanos que deixaram este mundo sem experimentar a morte (Gn 5.24; 2 Rs 2;1-12). Não estou dizendo que eles terão de voltar à Terra, porque aos homens está ordenado morrer uma única vez. A proposição do autor da Epístola aos Hebreus não se aplica a este caso em particular, mas à responsabilidade do ser humano diante da morte (Hb 9.27). Caso contrário, não poderíamos aceitar a verdade concernente ao arrebatamento dos crentes que estiverem vivos, por ocasião da volta de Jesus. O que eu quero dizer é que Deus, em sua multiforme sabedoria, entesourou Enoque e Elias para atuarem na primeira metade da Septuagésima Semana de Daniel. Eis por que os poupou da morte física.
Desde então, vêm eles acompanhando, junto ao Senhor, tanto a História Sagrada, no Céu, quanto a História Humana, na Terra. Divinamente instruídos, já se encontram santificados e ungidos a entrar em ação a qualquer momento. O seu ministério será singular e virtuoso, pois terão de enfrentar quem instrumentou a Faraó, a Herodes, o Grande, a Hitler, a Stalin, a Mao Tse-tung e aos que resistem ao Santo Evangelho. Sim, eles terão de enfrentar o próprio Diabo. E, nessa luta, apesar de caírem no epílogo de seu ministério, serão vitoriosos: deixarão bem claro que Deus está no controle absoluto de cada evento temporal ou eterno.
No remate de sua tarefa, serão assassinados pela Besta e pelo Falso Profeta. Mas, passados três dias e meio, o Espírito Santo os trará novamente à vida (Ap 11.11). Ato contínuo, serão trasladados ao Céu.
Talvez, meu estudioso e culto leitor, eu esteja errado quanto à identidade das Duas Testemunhas. Mas, de uma coisa, tenho absoluta certeza: tão logo a Igreja de Cristo seja arrebatada, dois extraordinários obreiros de Deus inaugurarão o ministério profético mais poderoso da História Sagrada.
Obrigado, amigo leitor, por acompanhar-me até aqui.Maranata! Ora vem, Senhor Jesus.
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

Lição 04 - 4º Trimestre 2019 - Ananias e Safira e a Mentira ao Espírito Santo - Jovens.

Lição 4 - Ananias e Safira e a Mentira ao Espírito Santo 

4º Trimestre de 2019
Introdução
I- O Engano na Obra de Deus;
II-As Consequências da Fraude;
III- Sinceridade, Integridade e Verdade com Traços do Caráter Cristão.
Conclusão

Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Analisar a fraude de Ananias e Safira;
Destacar as consequências da mentira;
Ressaltar que o cristão deve viver de maneira reta e íntegra em todas as áreas da sua vida.
Palavras-chave: Poder, cura e salvação.

É realmente maravilhoso ver como aquela primeira comunidade de crentes crescia e como “era um o coração e a alma” deles (At 4.32). A graça abundava nos irmãos, resultando em caridade prática, onde não havia necessitado, pois eles vendiam suas posses e doavam à comunidade por intermédio e distribuição dos apóstolos. Um exemplo disso foi José, a quem os apóstolos deram o nome de Barnabé, que tinha um campo e, vendendo-o, trouxe o valor aos apóstolos. Era um desapego às coisas materiais que mais parecem palavras obsoletas hoje em dia. A verdade, porém, é que precisamos, como cristãos, ter esse mesmo sentimento de desapego às coisas dessa terra. Alguém já sugeriu que devemos reter as coisas com “frouxidão”, ou seja, podemos ter as coisas, mas não as segurar apertadamente; é estarmos convictos de que isso não é o que mais importa em nossas vidas. Há muitas advertências na Bíblia sobre a ganância e a busca insensata de querer ficar rico (Lc 12.15; Ef 5.3; Cl 3.5; 1 Tm 6.9). 
Cedendo à Tentação
Nesse grupo de cristãos sinceros, no entanto, percebemos que nem todos condiziam com a fé que professavam. Em qualquer ajuntamento, independentemente de época e lugar, teremos os que se corrompem, as frutas podres no meio das frutas boas. Nesse relato, um casal, Ananias e Safira, vende uma propriedade, mas retém parte do valor, levando o restante aos apóstolos. Talvez quisessem fazer como Barnabé fez, mas cederam à tentação de ficar com parte do dinheiro. Eles doaram à igreja, indicando que estavam dando o valor total. A palavra para “reter” é nosphizomai no grego, que significa “apropriar-se indevidamente”. A mesma palavra foi usada no roubo de Acã na tradução grega do Antigo Testamento (Js 7.21) e, em seu único outro uso no Novo Testamento, significa roubar (Tt 2.10). Na comparação com Acã, este pegou aquilo que não era dele, enquanto Ananias simplesmente ficou com uma parte do que era dele, porém afirmando ter entregado o valor integral aos apóstolos. 
O casal cedeu à tentação. Cedeu à sedução do deus Mamom (Mt 6.24). Ser tentado não é pecado, ceder à tentação sim. Todos somos tentados diariamente em várias áreas de nossas vidas. O que não podemos fazer é ceder e deixar o pecado ser consumado. 
Dietrich Bonhoeffer (1906–1945) foi um dos grandes pensadores teológicos do século XX. Pastor luterano, Bonhoeffer foi membro da resistência alemã antinazista durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945). Ele foi preso pelos nazistas por ajudar um grupo de judeus a fugir para a Suíça. Condenado por traição, Bonhoeffer foi executado por enforcamento no campo de concentração em Flossenbürg em 1945. Durante seu aprisionamento, ele escreveu acerca de várias questões teológicas importantes. Um exemplo é um curto trecho acerca do assunto da tentação. Leia suas palavras: 
Em nossos membros existe uma inclinação adormecida para o desejo que é tanto repentino quanto cruel. Com um poder irresistível, o desejo agarra o domínio sobre a carne. De repente um fogo ardente secreto é aceso. A carne queima e está em chamas. Não faz diferença se é um desejo sexual, uma ambição, uma vaidade, um desejo de vingança, um amor por fama e poder, ou avareza por dinheiro ou, por fim, o estranho desejo pela beleza do mundo natural. A alegria em Deus está prestes a se extinguir dentro de nós e buscamos, a essa altura, toda a nossa alegria na criatura. Deus é um tanto quanto irreal para nós. Perdemos a noção da Sua realidade e apenas o desejo pela criatura é real. A única realidade é o diabo. Satanás não nos preenche com ódio por Deus, mas com desconsideração para com Ele. Então, as cobiças envolvem a mente e a vontade do homem em densas trevas. Os poderes da clara discriminação e decisão são tirados de nós. É nesse momento que tudo dentro de mim se levanta contra a Palavra de Deus.1 
Que tremenda é essa declaração! Mesmo numa prisão, esse homem diz que sofria com a tentação! Não importa onde estejamos — trabalho, faculdade, no quarto, lazer ou até mesmo dentro da igreja — podemos ser tentados. 
A Bíblia diz: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8). Temos que estar em constante alerta para não darmos lugar ao Diabo em nossas intenções ou atitudes. Cuidar do coração, pois ele é enganoso (Jr 17.9), e fugir da aparência do mal (1 Ts 5.22) são atitudes que todos devemos praticar. 
A Mentira
Quando Ananias, em acordo com sua esposa, depositou o valor em dinheiro aos pés dos apóstolos, Pedro repreendeu-o imediatamente: 
Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus (At 5.3-4). 
É interessante observar que Pedro repreende Ananias dizendo que este não havia mentido a eles, homens, mas, sim, ao Espírito Santo, ao próprio Deus. Podemos concluir claramente que, quando mentimos à igreja e a seus líderes, estamos mentindo ao próprio Deus. Se não reconhecermos a autoridade que Deus coloca em seus escolhidos, não reconheceremos a autoridade do próprio Deus. É uma questão de princípios, e princípios não podem ser violados. 
A mentira começou quando o casal desejava ser visto e apreciado por seu ato, e não pelo motivo sincero de ajudar as pessoas. Foi uma demonstração de hipocrisia, de egoísmo, fingindo que era amor. Não foi algo movido, impulsionado pelo Espírito Santo, como os outros ofertantes estavam fazendo, mas foi um ato movido pela atuação de Satanás. Deus leva tão a sério a questão da mentira, do engano, que atribui sua totalidade à permissão de Satanás atuar em nossas vidas. A Bíblia diz algo sobre isso:
Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas porque vos digo a verdade, não me credes. Quem dentre vós me convence de pecado? E, se vos digo a verdade, por que não credes? Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso, vós não as escutais, porque não sois de Deus (Jo 8.44-47). 
O problema é quando a mentira vem vestida de piedade, como foi o caso de Ananias e Safira. Esse triste relato ensina-nos que aparência de religiosidade e atos de caridade podem não ser aceitos por Deus por haver dolo e engano nas suas motivações e atitudes. A obediência sempre deve ser a primazia. Foi por isso que Samuel repreendeu o rei Saul, pois este achava que, ofertando ao Senhor, poderia receber seu favor, mesmo descumprindo um mandamento (1 Sm 15.22). Deus não trabalha com violação de princípios. Quem sabe muitos podem estar na igreja, aparentemente servindo ao Senhor, mas, na verdade, nutrindo o próprio eu. 
O egoísmo, ou a vontade de suprir o próprio ego, foi a causa da desobediência do primeiro casal no Jardim, o qual viu que a fruta iria saciar um desejo pessoal (Gn 3.6). E, quando se está sob este sentimento, toda sorte de mentiras acontece, sejam em palavras ou em atos, como foi o caso de Ananias e Safira.  
Poderia Ter Impedido
A pergunta de Pedro em Atos 5.3 (“Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?”) subentende que a influência poderia ter sido impedida. Não foi algo que ele não teve força alguma para reagir ou resistir. Aconteceu a mesma coisa com Caim e Abel, quando Caim estava nutrindo a maléfica ideia de tirar a vida do seu irmão e o Senhor disse-lhe que cabia a ele dominar aquele sentimento de pecar (Gn 4.7). 
Devemos aprender com Paulo em 1 Coríntios 10.13, quando diz: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”. Sempre teremos a possibilidade de poder repelir essas investidas de Satanás contra nós. O que não podemos fazer é continuar usando a desculpa de que não conseguimos resistir às tentações para pecar. É a Bíblia que nos garante: “Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). 
A questão é que nem sempre fugimos da aparência do mal conforme nos adverte Paulo (1 Ts 5.22). Não podemos flertar com sua aparência. Muitos jovens flertam com a tentação achando que serão fortes o suficiente para resisti-las e não pecar. Flertam na área sentimental, muitas vezes brincando com os sentimentos de outra pessoa e iludindo-a. Nos namoros, passam dos limites nos beijos e carícias achando que resistirão nos momentos mais intensos. Também entram em sites sensuais com a falsa sensação de que poderão sair quando as imagens ficarem mais tensas. Isso não se aplica apenas aos jovens, mas também a todos nós. Adultos são igualmente tentados nas mais diversas áreas, mas podemos impedir que a tentação seja instalada em nossa mente e gere o pecado em nossas vidas. 
No versículo 4, vemos Pedro continuando a advertência contra Ananias perguntando-o: “Por que formaste este desígnio em teu coração?”. Mais uma vez, podemos ver claramente que, embora fosse originada em Satanás, Ananias permitiu que a mentira fosse formada no coração dele. 
Os Apóstolos não Eram da Teologia da Prosperidade
Neste mesmo versículo 4, conclui-se que não havia compulsão para aquelas pessoas doarem à igreja. Ninguém era forçado e nem compelido a tal ato. Pedro expressa que aquela propriedade pertencia a ele (Ananias), bem como o valor da venda. Em momento algum, os apóstolos foram contra o direito à propriedade. Tratava-se de uma questão pessoal de generosidade de cada crente. Eles não forçavam a situação como vemos em tantas igrejas seguidoras da Teologia da Prosperidade, nas quais se passa um tempo enorme do culto pedindo dinheiro e “ministrando” bênçãos materiais, tudo baseado em textos bíblicos isolados. 
O pecado do casal não foi ter dado uma parte do valor da venda, mas, sim, por passar a ideia de que estava doando tudo. Ananias e Safira queriam ser honrados e prestigiados, porém não mentiram ao homem, mas a Deus. Como diz Justo L. González:
A comunhão de bens não é um fim em si mesma. A missão da igreja não é praticar essa comunhão, mas, sim, praticar o amor. Foi por isso que, mesmo no meio de uma igreja que praticava a comunhão de bens, Ananias poderia manter sua propriedade sem vendê-la nem dar nada do que ganhou com a venda para os apóstolos. Essa não é uma comunhão determinada por lei, antes, é o tipo de comunhão que representa uma expressão do amor do Espírito e da nova vida que ela traz. [...] Ananias não tinha de vender sua propriedade, conforme lhe diz Pedro. Mesmo depois de vendê-la, ele não tinha de entregar o resultado da venda para os apóstolos. [...] O pecado não está em vender ou não a propriedade, em dar ou não o resultado da venda. O pecado está na mentira. E essa mentira não foi sustentada só diante da igreja, mas também diante de Deus (5.3,4). 
Podemos reter tudo o que é nosso, embora tudo venha da parte de Deus. Trabalhamos e, mediante o resultado justo disso, adquirimos as coisas. Não devemos barganhar com Deus ofertando, no intuito de Ele devolver-nos tudo em forma de bênçãos materiais. Devemos repelir essa teologia de nosso meio. Ofertamos como gratidão e ato de adoração ao nosso Deus, certos de que Ele cuida de nós. O que não podemos fazer é enganar a Igreja de Cristo. 
A Consequência Trágica
A Bíblia diz que Ananias caiu e expirou quando ouviu o que Pedro disse. Em outras palavras, ele caiu e morreu! Que trágico! Uma mentira acarretou tudo isso? Sim, essa mentira ao Espírito Santo fez Ananias morrer subitamente. Ele praticamente não teve tempo pra mais nada. A mentira sempre causará algum tipo de dano. Para o crente, a primeira coisa que causa é o pecado em si, que afronta a santidade de Deus (Êx 20.16; Cl 3.9,10; Ap 22.15). Em Salmos 101.7 diz: “O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos”. 
E não foi só Ananias que morreu, mas também sua esposa, Safira, quando veio depois e cometeu o mesmo pecado da mentira quando interrogada por Pedro (v. 8). Assim foi declarada sua sentença de que ela seria sepultada junto com seu marido, e, no mesmo instante, Safira caiu e morreu (vv. 9,10). Parece que o castigo foi severo demais para uma mentira? Muitos questionam o que aconteceria se Deus utilizasse o mesmo padrão de juízo nos dias de hoje para aqueles que mentem à igreja e que mentem para seus líderes. Precisamos entender a severidade do julgamento levando em conta o momento em que a comunidade dos cristãos vivia. Nas palavras de Pearlman (1898–1943):
Era severo. No entanto, devemos considerar que o pecado foi cometido no meio de uma grande luz espiritual. Os dois tinham entrado em contato com as mais extraordinárias manifestações do Espírito Santo. Estavam conscientes da presença de um grande poder sobrenatural no seu meio. Embora Deus nem sempre castigue este pecado de uma forma tão imediata, severa e pública, fez deste casal um exemplo. Demonstrava que não seria tolerável a repetição da hipocrisia dos fariseus no meio dos cristãos. O registro deste incidente deveria ser suficiente para todos os séculos da história da Igreja.3
Grande Temor
A igreja que acabara de nascer precisava de uma boa dose de temor a Deus para que pudesse crescer de uma forma saudável, não tolerando o pecado em seu meio. E isso, de fato, aconteceu. Lucas registra no versículo11: “E houve um grande temor em toda a igreja e em todos os que ouviram estas coisas”. Esse episódio sobrenatural causou um espanto no povo e uma conscientização de que o Espírito Santo realmente estava ali no seio da igreja, guiando todas as coisas por intermédio dos apóstolos. O Dr. Russell Shedd (1929–2016) esboça sobre esse “grande temor”: 
É conveniente quando: 1) Afasta da igreja o pecado e hipocrisia (cf 13); 2) Aumenta a santidade e sinceridade (2 Co 7.1); 3) Cria espírito submisso e obediente (2.42,43) e evita a tentação a Deus (5.9). 4) Confirma a presença real de Deus.4
Como é bom lembrar-se disso hoje, como membros de nossas igrejas, de que a força motriz e encarregada dessa instituição divina é justamente o Espírito Santo, assim como foi nos dias de Atos dos Apóstolos. Essa “administração” não mudou. É Ele quem dita as regras, que faz as mudanças e que encaminha todas as coisas na comunidade de fé. Quando alguém se levanta contra a Igreja do Senhor, está levantando-se contra o próprio Espírito Santo. Enganar a igreja e seus obreiros é “tentar” enganar o Espírito Santo. 
Precisamos, como a igreja de hoje, de crianças, jovens e adultos com maior temor a Deus. Como disse o Pr. Dennis Marcelino 5: “Um dos maiores problemas que temos hoje é falar com Deus olho no olho, achando que estamos no mesmo nível”! Precisamos sempre nos lembrar de que Ele é o Todo-Poderoso e soberano, que está no seu trono nos céus (Hc 2.20) e que devemos tremer diante da presença dEle e das coisas dEle, pois são sagradas. Infelizmente, perdeu-se muito daquele temor quando muitos adentravam o santuário de Deus! Estou na meia-idade, mas lembro-me bem do início dos cultos em que todos, ou quase todos, dobravam seus joelhos para orar por um tempo. Não vemos mais isso hoje em dia. O que muito se vê são muitas pessoas que entram e esperam por algo que vai começar, como se estivessem esperando um show ou concerto e com um sentimento de apenas expectativa do que virá, ou, muitas vezes, indiferente mesmo. Ou, ainda pior, quando, no horário do começo do culto, nem metade da igreja está presente, levando mais de meia hora para vermos um templo razoavelmente cheio. Mas, se perguntássemos a essas pessoas se elas chegariam atrasadas em uma reunião com o presidente de sua empresa, qual seria a resposta? Creio que nossas reuniões são incomparavelmente superiores a qualquer encontro com uma personalidade desta terra, seja ela quem for, pois estamos nos encontrando com o Rei dos reis e Senhor dos senhores, cujo poder e autoridade está acima de tudo e de todos. O salmista bem expressou: 
Exaltado está o SENHOR, acima de todas as nações, e a sua glória, sobre os céus. Quem é como o SENHOR, nosso Deus, que habita nas alturas; que se curva para ver o que está nos céus e na terra [...]?6  
Não é de estranhar o fato de não vermos mais milagres e manifestações da glória de Deus em muitos lugares. Que Deus tenha misericórdia de nós, pois estamos vendo uma geração sem temor a Deus, com muitos vivendo em pecado e esperando as bênçãos do Senhor, sem compromisso com a Igreja e aguardando “promessas” para as suas vidas. Muitos desrespeitam e desobedecem a pastores e depois não sabem o que fazer quando se desviam os filhos. Tempos difíceis estes (2 Tm 3.1). 
Sinais e Prodígios
Com o impactante episódio da morte do casal que mentiu ao Espírito Santo, além do temor que caiu sobre todos, sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos (At 5.12). Não houve divisão, evasão ou esfriamento espiritual. Pelo contrário! O Espírito Santo continuou agindo por intermédio daquele ambiente espiritual de temor, arrependimento e busca ao Senhor. Os versículos 15 e 16 diz que levavam os enfermos pelas ruas e colocavam seus leitos para que, quando Pedro passasse, pelo menos a sua sombra atingisse-os. E muitos de outras cidades vizinhas levavam seus doentes e enfermos, e todos eram curados. Como coloca o professor de Teologia French L. Arrington:
Este resumo da situação da Igreja é similar a Atos 2.43-47, onde Lucas enfatiza o ministério magnificente de sinais e prodígios feitos pelos apóstolos, o respeito impressionante das pessoas pela presença de Deus e a harmonia e unidade dos cristãos. Aqui, no capítulo 5, ele cobre mais amplamente os efeitos da exposição e castigo de Ananias e Safira; um grande número de sinais e prodígios, uma maior reverência sentida pelo povo e a conversão de mais pessoas. Deus continua respondendo a oração de Atos 4.29,30, a qual buscava poder para pregar o evangelho com ousadia e para que a Palavra pregada fosse acompanhada por sinais e prodígios. Os apóstolos continuam seu ministério poderoso no alpendre de Salomão, um pórtico grande do templo (cf. At 3.11), e deixam profunda impressão nas pessoas. [...] mais uma vez o enfoque da atenção está no líder dos apóstolos, Pedro, cuja sombra serve de meio do poder de cura. A colocação dos doentes de modo que a sombra de Pedro caísse sobre eles não deve ser impingido como superstição popular, sobretudo levando em conta o fato de que “todos eram curados” (v.16). Em Lucas 1.35 e 9.34, a “sombra” se refere à presença e poder de Deus. As curas feitas pela sombra de Pedro são semelhantes ao poder de cura das roupas de Jesus (Mc 6.56) e dos panos tocados por Paulo (At 19.12). Novamente o poder de Deus salva aqueles que creem no evangelho, cura os doentes e liberta os endemoninhados.7 
E Lucas informa, nesse relato, que “a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais” (v. 14). Isso nos mostra que, onde há temor, obediência, busca e unidade, duas coisas acontecem: (1) milagres acontecem, e (2) pessoas são salvas. A partir desses fatores, evitou-se a infiltração de pessoas hipócritas, não transformadas, havendo, assim, um acréscimo de conversões sinceras. E Deus deseja realizar isso em nosso meio hoje; não um inchamento de pessoas não regeneradas, que participam da igreja sem compromisso, como se fosse um clube social, mas, sim, um crescimento verdadeiro de pecadores transformados que temem a Deus e as coisas de Deus, que o buscam do todo o coração, sem falsidade ou rivalidade, certos de que o acharão e de que Deus manifestará sua glória entre eles (Jr 29.13). 
*Adquira o livro do trimestre. PESCH, Henrique. Poder Cura e Salvação: O Espírito Santo Agindo na Igreja em Atos. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 BONHOEFFER, Dietrich. Tentação, 2008, p. 24.
2 GONZÁLEZ, Justo L. 2011, pp. 101–102.  
3 PEARLMAN, Myer. Atos. A Igreja Primitiva na força e na unção do Espírito. 2018, p. 63.  
4 SHEDD, Russell. Bíblia Shedd, 1997, p. 1534.  
5 Pastor da Assembleia de Deus Reach em Hyannis – EUA. 
6 Salmos 113.4-6.

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.