quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Lição 04 - 4º Trimestre 2019 - Ananias e Safira e a Mentira ao Espírito Santo - Jovens.

Lição 4 - Ananias e Safira e a Mentira ao Espírito Santo 

4º Trimestre de 2019
Introdução
I- O Engano na Obra de Deus;
II-As Consequências da Fraude;
III- Sinceridade, Integridade e Verdade com Traços do Caráter Cristão.
Conclusão

Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Analisar a fraude de Ananias e Safira;
Destacar as consequências da mentira;
Ressaltar que o cristão deve viver de maneira reta e íntegra em todas as áreas da sua vida.
Palavras-chave: Poder, cura e salvação.

É realmente maravilhoso ver como aquela primeira comunidade de crentes crescia e como “era um o coração e a alma” deles (At 4.32). A graça abundava nos irmãos, resultando em caridade prática, onde não havia necessitado, pois eles vendiam suas posses e doavam à comunidade por intermédio e distribuição dos apóstolos. Um exemplo disso foi José, a quem os apóstolos deram o nome de Barnabé, que tinha um campo e, vendendo-o, trouxe o valor aos apóstolos. Era um desapego às coisas materiais que mais parecem palavras obsoletas hoje em dia. A verdade, porém, é que precisamos, como cristãos, ter esse mesmo sentimento de desapego às coisas dessa terra. Alguém já sugeriu que devemos reter as coisas com “frouxidão”, ou seja, podemos ter as coisas, mas não as segurar apertadamente; é estarmos convictos de que isso não é o que mais importa em nossas vidas. Há muitas advertências na Bíblia sobre a ganância e a busca insensata de querer ficar rico (Lc 12.15; Ef 5.3; Cl 3.5; 1 Tm 6.9). 
Cedendo à Tentação
Nesse grupo de cristãos sinceros, no entanto, percebemos que nem todos condiziam com a fé que professavam. Em qualquer ajuntamento, independentemente de época e lugar, teremos os que se corrompem, as frutas podres no meio das frutas boas. Nesse relato, um casal, Ananias e Safira, vende uma propriedade, mas retém parte do valor, levando o restante aos apóstolos. Talvez quisessem fazer como Barnabé fez, mas cederam à tentação de ficar com parte do dinheiro. Eles doaram à igreja, indicando que estavam dando o valor total. A palavra para “reter” é nosphizomai no grego, que significa “apropriar-se indevidamente”. A mesma palavra foi usada no roubo de Acã na tradução grega do Antigo Testamento (Js 7.21) e, em seu único outro uso no Novo Testamento, significa roubar (Tt 2.10). Na comparação com Acã, este pegou aquilo que não era dele, enquanto Ananias simplesmente ficou com uma parte do que era dele, porém afirmando ter entregado o valor integral aos apóstolos. 
O casal cedeu à tentação. Cedeu à sedução do deus Mamom (Mt 6.24). Ser tentado não é pecado, ceder à tentação sim. Todos somos tentados diariamente em várias áreas de nossas vidas. O que não podemos fazer é ceder e deixar o pecado ser consumado. 
Dietrich Bonhoeffer (1906–1945) foi um dos grandes pensadores teológicos do século XX. Pastor luterano, Bonhoeffer foi membro da resistência alemã antinazista durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945). Ele foi preso pelos nazistas por ajudar um grupo de judeus a fugir para a Suíça. Condenado por traição, Bonhoeffer foi executado por enforcamento no campo de concentração em Flossenbürg em 1945. Durante seu aprisionamento, ele escreveu acerca de várias questões teológicas importantes. Um exemplo é um curto trecho acerca do assunto da tentação. Leia suas palavras: 
Em nossos membros existe uma inclinação adormecida para o desejo que é tanto repentino quanto cruel. Com um poder irresistível, o desejo agarra o domínio sobre a carne. De repente um fogo ardente secreto é aceso. A carne queima e está em chamas. Não faz diferença se é um desejo sexual, uma ambição, uma vaidade, um desejo de vingança, um amor por fama e poder, ou avareza por dinheiro ou, por fim, o estranho desejo pela beleza do mundo natural. A alegria em Deus está prestes a se extinguir dentro de nós e buscamos, a essa altura, toda a nossa alegria na criatura. Deus é um tanto quanto irreal para nós. Perdemos a noção da Sua realidade e apenas o desejo pela criatura é real. A única realidade é o diabo. Satanás não nos preenche com ódio por Deus, mas com desconsideração para com Ele. Então, as cobiças envolvem a mente e a vontade do homem em densas trevas. Os poderes da clara discriminação e decisão são tirados de nós. É nesse momento que tudo dentro de mim se levanta contra a Palavra de Deus.1 
Que tremenda é essa declaração! Mesmo numa prisão, esse homem diz que sofria com a tentação! Não importa onde estejamos — trabalho, faculdade, no quarto, lazer ou até mesmo dentro da igreja — podemos ser tentados. 
A Bíblia diz: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8). Temos que estar em constante alerta para não darmos lugar ao Diabo em nossas intenções ou atitudes. Cuidar do coração, pois ele é enganoso (Jr 17.9), e fugir da aparência do mal (1 Ts 5.22) são atitudes que todos devemos praticar. 
A Mentira
Quando Ananias, em acordo com sua esposa, depositou o valor em dinheiro aos pés dos apóstolos, Pedro repreendeu-o imediatamente: 
Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus (At 5.3-4). 
É interessante observar que Pedro repreende Ananias dizendo que este não havia mentido a eles, homens, mas, sim, ao Espírito Santo, ao próprio Deus. Podemos concluir claramente que, quando mentimos à igreja e a seus líderes, estamos mentindo ao próprio Deus. Se não reconhecermos a autoridade que Deus coloca em seus escolhidos, não reconheceremos a autoridade do próprio Deus. É uma questão de princípios, e princípios não podem ser violados. 
A mentira começou quando o casal desejava ser visto e apreciado por seu ato, e não pelo motivo sincero de ajudar as pessoas. Foi uma demonstração de hipocrisia, de egoísmo, fingindo que era amor. Não foi algo movido, impulsionado pelo Espírito Santo, como os outros ofertantes estavam fazendo, mas foi um ato movido pela atuação de Satanás. Deus leva tão a sério a questão da mentira, do engano, que atribui sua totalidade à permissão de Satanás atuar em nossas vidas. A Bíblia diz algo sobre isso:
Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas porque vos digo a verdade, não me credes. Quem dentre vós me convence de pecado? E, se vos digo a verdade, por que não credes? Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso, vós não as escutais, porque não sois de Deus (Jo 8.44-47). 
O problema é quando a mentira vem vestida de piedade, como foi o caso de Ananias e Safira. Esse triste relato ensina-nos que aparência de religiosidade e atos de caridade podem não ser aceitos por Deus por haver dolo e engano nas suas motivações e atitudes. A obediência sempre deve ser a primazia. Foi por isso que Samuel repreendeu o rei Saul, pois este achava que, ofertando ao Senhor, poderia receber seu favor, mesmo descumprindo um mandamento (1 Sm 15.22). Deus não trabalha com violação de princípios. Quem sabe muitos podem estar na igreja, aparentemente servindo ao Senhor, mas, na verdade, nutrindo o próprio eu. 
O egoísmo, ou a vontade de suprir o próprio ego, foi a causa da desobediência do primeiro casal no Jardim, o qual viu que a fruta iria saciar um desejo pessoal (Gn 3.6). E, quando se está sob este sentimento, toda sorte de mentiras acontece, sejam em palavras ou em atos, como foi o caso de Ananias e Safira.  
Poderia Ter Impedido
A pergunta de Pedro em Atos 5.3 (“Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?”) subentende que a influência poderia ter sido impedida. Não foi algo que ele não teve força alguma para reagir ou resistir. Aconteceu a mesma coisa com Caim e Abel, quando Caim estava nutrindo a maléfica ideia de tirar a vida do seu irmão e o Senhor disse-lhe que cabia a ele dominar aquele sentimento de pecar (Gn 4.7). 
Devemos aprender com Paulo em 1 Coríntios 10.13, quando diz: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”. Sempre teremos a possibilidade de poder repelir essas investidas de Satanás contra nós. O que não podemos fazer é continuar usando a desculpa de que não conseguimos resistir às tentações para pecar. É a Bíblia que nos garante: “Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). 
A questão é que nem sempre fugimos da aparência do mal conforme nos adverte Paulo (1 Ts 5.22). Não podemos flertar com sua aparência. Muitos jovens flertam com a tentação achando que serão fortes o suficiente para resisti-las e não pecar. Flertam na área sentimental, muitas vezes brincando com os sentimentos de outra pessoa e iludindo-a. Nos namoros, passam dos limites nos beijos e carícias achando que resistirão nos momentos mais intensos. Também entram em sites sensuais com a falsa sensação de que poderão sair quando as imagens ficarem mais tensas. Isso não se aplica apenas aos jovens, mas também a todos nós. Adultos são igualmente tentados nas mais diversas áreas, mas podemos impedir que a tentação seja instalada em nossa mente e gere o pecado em nossas vidas. 
No versículo 4, vemos Pedro continuando a advertência contra Ananias perguntando-o: “Por que formaste este desígnio em teu coração?”. Mais uma vez, podemos ver claramente que, embora fosse originada em Satanás, Ananias permitiu que a mentira fosse formada no coração dele. 
Os Apóstolos não Eram da Teologia da Prosperidade
Neste mesmo versículo 4, conclui-se que não havia compulsão para aquelas pessoas doarem à igreja. Ninguém era forçado e nem compelido a tal ato. Pedro expressa que aquela propriedade pertencia a ele (Ananias), bem como o valor da venda. Em momento algum, os apóstolos foram contra o direito à propriedade. Tratava-se de uma questão pessoal de generosidade de cada crente. Eles não forçavam a situação como vemos em tantas igrejas seguidoras da Teologia da Prosperidade, nas quais se passa um tempo enorme do culto pedindo dinheiro e “ministrando” bênçãos materiais, tudo baseado em textos bíblicos isolados. 
O pecado do casal não foi ter dado uma parte do valor da venda, mas, sim, por passar a ideia de que estava doando tudo. Ananias e Safira queriam ser honrados e prestigiados, porém não mentiram ao homem, mas a Deus. Como diz Justo L. González:
A comunhão de bens não é um fim em si mesma. A missão da igreja não é praticar essa comunhão, mas, sim, praticar o amor. Foi por isso que, mesmo no meio de uma igreja que praticava a comunhão de bens, Ananias poderia manter sua propriedade sem vendê-la nem dar nada do que ganhou com a venda para os apóstolos. Essa não é uma comunhão determinada por lei, antes, é o tipo de comunhão que representa uma expressão do amor do Espírito e da nova vida que ela traz. [...] Ananias não tinha de vender sua propriedade, conforme lhe diz Pedro. Mesmo depois de vendê-la, ele não tinha de entregar o resultado da venda para os apóstolos. [...] O pecado não está em vender ou não a propriedade, em dar ou não o resultado da venda. O pecado está na mentira. E essa mentira não foi sustentada só diante da igreja, mas também diante de Deus (5.3,4). 
Podemos reter tudo o que é nosso, embora tudo venha da parte de Deus. Trabalhamos e, mediante o resultado justo disso, adquirimos as coisas. Não devemos barganhar com Deus ofertando, no intuito de Ele devolver-nos tudo em forma de bênçãos materiais. Devemos repelir essa teologia de nosso meio. Ofertamos como gratidão e ato de adoração ao nosso Deus, certos de que Ele cuida de nós. O que não podemos fazer é enganar a Igreja de Cristo. 
A Consequência Trágica
A Bíblia diz que Ananias caiu e expirou quando ouviu o que Pedro disse. Em outras palavras, ele caiu e morreu! Que trágico! Uma mentira acarretou tudo isso? Sim, essa mentira ao Espírito Santo fez Ananias morrer subitamente. Ele praticamente não teve tempo pra mais nada. A mentira sempre causará algum tipo de dano. Para o crente, a primeira coisa que causa é o pecado em si, que afronta a santidade de Deus (Êx 20.16; Cl 3.9,10; Ap 22.15). Em Salmos 101.7 diz: “O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos”. 
E não foi só Ananias que morreu, mas também sua esposa, Safira, quando veio depois e cometeu o mesmo pecado da mentira quando interrogada por Pedro (v. 8). Assim foi declarada sua sentença de que ela seria sepultada junto com seu marido, e, no mesmo instante, Safira caiu e morreu (vv. 9,10). Parece que o castigo foi severo demais para uma mentira? Muitos questionam o que aconteceria se Deus utilizasse o mesmo padrão de juízo nos dias de hoje para aqueles que mentem à igreja e que mentem para seus líderes. Precisamos entender a severidade do julgamento levando em conta o momento em que a comunidade dos cristãos vivia. Nas palavras de Pearlman (1898–1943):
Era severo. No entanto, devemos considerar que o pecado foi cometido no meio de uma grande luz espiritual. Os dois tinham entrado em contato com as mais extraordinárias manifestações do Espírito Santo. Estavam conscientes da presença de um grande poder sobrenatural no seu meio. Embora Deus nem sempre castigue este pecado de uma forma tão imediata, severa e pública, fez deste casal um exemplo. Demonstrava que não seria tolerável a repetição da hipocrisia dos fariseus no meio dos cristãos. O registro deste incidente deveria ser suficiente para todos os séculos da história da Igreja.3
Grande Temor
A igreja que acabara de nascer precisava de uma boa dose de temor a Deus para que pudesse crescer de uma forma saudável, não tolerando o pecado em seu meio. E isso, de fato, aconteceu. Lucas registra no versículo11: “E houve um grande temor em toda a igreja e em todos os que ouviram estas coisas”. Esse episódio sobrenatural causou um espanto no povo e uma conscientização de que o Espírito Santo realmente estava ali no seio da igreja, guiando todas as coisas por intermédio dos apóstolos. O Dr. Russell Shedd (1929–2016) esboça sobre esse “grande temor”: 
É conveniente quando: 1) Afasta da igreja o pecado e hipocrisia (cf 13); 2) Aumenta a santidade e sinceridade (2 Co 7.1); 3) Cria espírito submisso e obediente (2.42,43) e evita a tentação a Deus (5.9). 4) Confirma a presença real de Deus.4
Como é bom lembrar-se disso hoje, como membros de nossas igrejas, de que a força motriz e encarregada dessa instituição divina é justamente o Espírito Santo, assim como foi nos dias de Atos dos Apóstolos. Essa “administração” não mudou. É Ele quem dita as regras, que faz as mudanças e que encaminha todas as coisas na comunidade de fé. Quando alguém se levanta contra a Igreja do Senhor, está levantando-se contra o próprio Espírito Santo. Enganar a igreja e seus obreiros é “tentar” enganar o Espírito Santo. 
Precisamos, como a igreja de hoje, de crianças, jovens e adultos com maior temor a Deus. Como disse o Pr. Dennis Marcelino 5: “Um dos maiores problemas que temos hoje é falar com Deus olho no olho, achando que estamos no mesmo nível”! Precisamos sempre nos lembrar de que Ele é o Todo-Poderoso e soberano, que está no seu trono nos céus (Hc 2.20) e que devemos tremer diante da presença dEle e das coisas dEle, pois são sagradas. Infelizmente, perdeu-se muito daquele temor quando muitos adentravam o santuário de Deus! Estou na meia-idade, mas lembro-me bem do início dos cultos em que todos, ou quase todos, dobravam seus joelhos para orar por um tempo. Não vemos mais isso hoje em dia. O que muito se vê são muitas pessoas que entram e esperam por algo que vai começar, como se estivessem esperando um show ou concerto e com um sentimento de apenas expectativa do que virá, ou, muitas vezes, indiferente mesmo. Ou, ainda pior, quando, no horário do começo do culto, nem metade da igreja está presente, levando mais de meia hora para vermos um templo razoavelmente cheio. Mas, se perguntássemos a essas pessoas se elas chegariam atrasadas em uma reunião com o presidente de sua empresa, qual seria a resposta? Creio que nossas reuniões são incomparavelmente superiores a qualquer encontro com uma personalidade desta terra, seja ela quem for, pois estamos nos encontrando com o Rei dos reis e Senhor dos senhores, cujo poder e autoridade está acima de tudo e de todos. O salmista bem expressou: 
Exaltado está o SENHOR, acima de todas as nações, e a sua glória, sobre os céus. Quem é como o SENHOR, nosso Deus, que habita nas alturas; que se curva para ver o que está nos céus e na terra [...]?6  
Não é de estranhar o fato de não vermos mais milagres e manifestações da glória de Deus em muitos lugares. Que Deus tenha misericórdia de nós, pois estamos vendo uma geração sem temor a Deus, com muitos vivendo em pecado e esperando as bênçãos do Senhor, sem compromisso com a Igreja e aguardando “promessas” para as suas vidas. Muitos desrespeitam e desobedecem a pastores e depois não sabem o que fazer quando se desviam os filhos. Tempos difíceis estes (2 Tm 3.1). 
Sinais e Prodígios
Com o impactante episódio da morte do casal que mentiu ao Espírito Santo, além do temor que caiu sobre todos, sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos (At 5.12). Não houve divisão, evasão ou esfriamento espiritual. Pelo contrário! O Espírito Santo continuou agindo por intermédio daquele ambiente espiritual de temor, arrependimento e busca ao Senhor. Os versículos 15 e 16 diz que levavam os enfermos pelas ruas e colocavam seus leitos para que, quando Pedro passasse, pelo menos a sua sombra atingisse-os. E muitos de outras cidades vizinhas levavam seus doentes e enfermos, e todos eram curados. Como coloca o professor de Teologia French L. Arrington:
Este resumo da situação da Igreja é similar a Atos 2.43-47, onde Lucas enfatiza o ministério magnificente de sinais e prodígios feitos pelos apóstolos, o respeito impressionante das pessoas pela presença de Deus e a harmonia e unidade dos cristãos. Aqui, no capítulo 5, ele cobre mais amplamente os efeitos da exposição e castigo de Ananias e Safira; um grande número de sinais e prodígios, uma maior reverência sentida pelo povo e a conversão de mais pessoas. Deus continua respondendo a oração de Atos 4.29,30, a qual buscava poder para pregar o evangelho com ousadia e para que a Palavra pregada fosse acompanhada por sinais e prodígios. Os apóstolos continuam seu ministério poderoso no alpendre de Salomão, um pórtico grande do templo (cf. At 3.11), e deixam profunda impressão nas pessoas. [...] mais uma vez o enfoque da atenção está no líder dos apóstolos, Pedro, cuja sombra serve de meio do poder de cura. A colocação dos doentes de modo que a sombra de Pedro caísse sobre eles não deve ser impingido como superstição popular, sobretudo levando em conta o fato de que “todos eram curados” (v.16). Em Lucas 1.35 e 9.34, a “sombra” se refere à presença e poder de Deus. As curas feitas pela sombra de Pedro são semelhantes ao poder de cura das roupas de Jesus (Mc 6.56) e dos panos tocados por Paulo (At 19.12). Novamente o poder de Deus salva aqueles que creem no evangelho, cura os doentes e liberta os endemoninhados.7 
E Lucas informa, nesse relato, que “a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais” (v. 14). Isso nos mostra que, onde há temor, obediência, busca e unidade, duas coisas acontecem: (1) milagres acontecem, e (2) pessoas são salvas. A partir desses fatores, evitou-se a infiltração de pessoas hipócritas, não transformadas, havendo, assim, um acréscimo de conversões sinceras. E Deus deseja realizar isso em nosso meio hoje; não um inchamento de pessoas não regeneradas, que participam da igreja sem compromisso, como se fosse um clube social, mas, sim, um crescimento verdadeiro de pecadores transformados que temem a Deus e as coisas de Deus, que o buscam do todo o coração, sem falsidade ou rivalidade, certos de que o acharão e de que Deus manifestará sua glória entre eles (Jr 29.13). 
*Adquira o livro do trimestre. PESCH, Henrique. Poder Cura e Salvação: O Espírito Santo Agindo na Igreja em Atos. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 BONHOEFFER, Dietrich. Tentação, 2008, p. 24.
2 GONZÁLEZ, Justo L. 2011, pp. 101–102.  
3 PEARLMAN, Myer. Atos. A Igreja Primitiva na força e na unção do Espírito. 2018, p. 63.  
4 SHEDD, Russell. Bíblia Shedd, 1997, p. 1534.  
5 Pastor da Assembleia de Deus Reach em Hyannis – EUA. 
6 Salmos 113.4-6.

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

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