quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Lição 10 - 4º Trimestre 2019 - A Bíblia ensina a Honrar os Pais - Adolescentes.

Lição 10 - A Bíblia ensina a Honrar os Pais 

4º Trimestre de 2019
ESBOÇO DA LIÇÃO
A FAMÍLIA COMEÇA COM UM PAI E UMA MÃE
RESPEITANDO OS PAIS TANTOS CASADOS QUANTOS SEPARADOS
RESPEITANDO OS PAIS ADOTIVOS 
OBJETIVOS
Esclarecer que honrar e amar aos pais são coisas diferentes, porém, necessárias;
Conscientizá-los de que nem todas as famílias são ideais, mas os pais devem ser honrados;
Traçar um paralelo entre a adoção de filhos e a nossa adoção por Deus.
O VALOR DO ENSINO
Elaine Cruz
Desde o útero, sofremos interferência do meio e da família em que vivemos. Uma gestação desejada, na qual os pais e a parentela estão harmonizados para receber o novo ser com afeto e comprometimento, certamente gera filhos mais seguros e tranqüilos. Um lar desajustado gera um desequilíbrio de humor na gestante, que será vivenciado pelo feto até mesmo quimicamente. Já pais ajustados, que se amam e se respeitam, irão formar filhos mais saudáveis física e emocionalmente.
Contudo, é a partir dos primeiros dias de vida do bebê que as funções educadora e formativa da família começam a se tornar mais evidentes. Desde cedo a criança começa a discernir entre o sim e o não, o certo e o errado, a conhecer e dominar regras, valores e normas, bem como a sofrer as conseqüências ao quebrá-las. E nestes primeiros meses e anos é primeiramente a família (pais, filhos e irmãos), e depois a parentela (avós, tios, primos etc) que agirão na e sobre a criança, completando seus gestos, interpretando seus movimentos, direcionando suas ações e ensinado as regras de convivência na sociedade em que vivem.
Quanto mais os anos passam, mais importantes e atuais se tornam as palavras de Salomão: “Ensina a criança no caminho que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”, Pv 22.6. O ensino não só informa, mas forma o caráter e interfere na aquisição das propriedades psicológicas humanas, como inteligência, atenção, memória e linguagem, entre outras.
Vale ressaltar que ensinar ou educar os filhos não é uma opção dos pais, mas uma obrigação, um dever da paternidade ou da maternidade. Há muitos avós e parentes que, pela impossibilidade dos pais, criam muito bem algumas crianças. Contudo, quando os pais estão presentes e ignoram os seus compromissos, ou tentam repassar para outros a responsabilidade de educar (para professores da Escola Dominical ou da escola regular, para avós, tios e empregadas), certamente serão pais que colherão desamor e vergonha.
Não podemos esquecer que todos nascemos sob o pecado, e que mesmo a criança já tem uma tendência a errar. Ela testa os limites colocados pelos pais, ignora os nãos, busca os seus interesses e procura sempre fazer o que lhe dá prazer. Assim sendo, se ela não for educada, se só fizer o que quer e não for bem direcionada, acabará gerando tristeza para seus pais (Pv 28.17; 29.15).
a) Ensinado pelo exemplo: A primeira forma de aprendizagem se dá através da imitação. O bebê, desce cedo, imita o sorriso, os movimentos, a fala e os atos dos que o cercam, antes até de poder interpretá-los. Isso significa que os primeiros sorrisos ou carinhos do bebê acontecem porque alguém sorriu para ele, e não porque ele quis ser simpático ou afetuoso. Só depois de alguns meses é que seus atos começam a ser intencionais.
Observamos o outro e aprendemos pela imitação a usar uma gravata ou um xale mais sofisticado, ou imitamos a maneira de utilizar os pauzinhos num jantar chinês ou japonês, por exemplo. Por mais importante que seja o ensino formal, a leitura dos textos bíblicos ou a educação na igreja ou na escola, é o exemplo dos pais e dos irmãos que formarão os primeiros sistemas de ações. Assim sendo, pais que não comem legumes não podem ensinar seus filhos a serem vegetarianos. Pais que não dizem obrigado ou por favor, não terão filhos educados. Ou pais agressivos, que falam alto e asperamente, não formarão filhos mansos e calmos. Já os pais que são justos, formarão filhos justos e felizes (Pv 20.7).
Se você quer que seus filhos falem a verdade, não minta, nem de “brincadeira”.  Se sua intenção é a de que eles se firmem na igreja, não vá à Casa de Deus de má vontade e não fale mal do seu pastor. Se quer ter filhos carinhosos, dê carinho, colo e afeto. Lembre-se que as duas coisas mais importantes a deixar para os filhos são exemplo e exemplo.
b) Ensinando por valores: A despeito das crianças terem espírito, e portanto nascerem com o caráter moral de Deus impresso nelas, os valores que evidenciarão e formarão o bom ou o mau caráter deverá ser ensinado pelos pais. É como se os filhos tivessem o mapa, a potencialidade, mas somos nós quem devemos dar as coordenadas – são os pais que podem dar as diretrizes para que os filhos sejam tudo o que Deus quer que sejam.
Portanto, ensine, não importa a idade ou a maturidade dos seus filhos. Ensine regras básicas de educação à mesa (como saber comer de boca fechada ou usar os talheres) e de convívio social. Ensine normas sociais como respeitar os mais velhos, obedecer a autoridades, não usurpar bens dos outros, não maldizer ou fofocar. Abra a Bíblia e ensine leis divinas básicas como não mentir, não fornicar, amar o inimigo e honrar os pais (Pv 10.1).

Lição 10 - 4º Trimestre 2019 - O Destino dos Ímpios - Juvenis.

Lição 10 - O Destino dos Ímpios 

4º Trimestre de 2019
“Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
OBJETIVOS
Ensinar
 sobre o estado final e a morte eterna;
Explicar a Geena como lugar de juízo;
Mostrar a bondade, a santidade e a justiça de Deus.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. ESTADO FINAL E MORTE ETERNA
2. GEENA: UM LUGAR DE JUÍZO
3. A BONDADE, A SANTIDADE E A JUSTIÇA DE DEUS
4. QUAL A SUA DECISÃO?
Querido (a) professor (a), em nossa próxima aula, dando continuidade a este rico e intrigante tema do nosso trimestre, vamos abordar em classe o que a Bíblia nos aponta acerca do “destino dos ímpios”. 
Esta será uma aula muito oportuna para a realização de um apelo ao final da lição. Esteja desde já em oração para que o Espírito Santo toque os corações de seus alunos, a fim de que genuinamente se decidam a seguir a Cristo, ou reafirmem esta gloriosa decisão.Além de todo o conteúdo programático sugerido em sua revista, lhe deixamos a seguir, para seu aprofundamento no tema, trecho de um artigo do ilustre e saudoso mestre pastor Antônio Gilberto.
O destino da alma após a morte
As bênçãos resultantes da Vinda do Senhor Jesus a este mundo são incontáveis. Elas se relacionam com tudo o que existe. Creio que na glória celestial ser-nos-ão reveladas inúmeras outras bênçãos derivadas da Vinda de Jesus, as quais usufruiremos.
Uma delas tem a ver com os fiéis que dormem ou vierem a dormir no Senhor, entre a nossa morte e a Volta de Jesus. As bênçãos decorrentes da vinda de Jesus têm alcance ilimitado, aqui e na eternidade.
Para entendermos melhor esse assunto, analisaremos sucintamente a condição dos mortos, justos e injustos, antes e depois do advento de Jesus, culminando na sua morte, ressurreição e ascensão.
Antes da ressurreição de Jesus
A palavra seol, no Antigo Testamento, equivale em sentido a hades, no Novo Testamento. Diferem na forma porque a primeira é hebraica e a segunda é grega. Elas designam o lugar para onde iam todos após a morte: justos e injustos, havendo, no entanto, uma divisão para os justos e outra para os injustos nessa região de mortos. Esses compartimentos eram separados por um abismo intransponível. Todos estavam ali plenamente conscientes.
O lugar dos justos era de felicidade, prazer e segurança. Era chamado de Seio de Abraão e Paraíso. Já o lugar dos ímpios era medonho, cheio de dores, sofrimentos, estando todos plenamente conscientes.
Jesus ensinou essas coisas ao relatar o fato descrito em Lucas 16. 19-31. O título posto no capítulo, informando que é parábola, não vem no original. Parábola é uma modalidade de narração na qual não aparece nomes de pessoas.
Conforme Efésios 4.8-10, o Hades situa-se bem no profundo da terra. Além do ensino de Efésios, as referências à entrada de almas nesse lugar é sempre “desceu”. Podemos ver isso nos casos de Jacó (Gn 37.35), Core (Nm 16.30,33) e em outras passagens (Jó 17.16; 11.8; SI 30.3; 86.13; 139.8;Pv9.18;15.24;Is 14.9; 38.18-32; Ez31. 15,17 e Am 9. 12). Em todas essas passagens, a referência é ao seol, e mostram um lugar situado nas profundezas da terra.
É de lastimar o fato de que em inúmeras referências ao seol no Antigo Testamento certas versões em português traduze-o por “sepultura” e outros termos afins, trazendo não pouca confusão ao leitor comum.
As palavras hades e seol aparecem às vezes traduzidas também por “inferno” (Dt 32.22; 2Sm 22.6; Jó 11.8; 26.6; SI 16.10; Mt 16.18 e Ap 1.18). Um estudante menos avisado ou apressado pode partir daí para falsas interpretações.
O Inferno propriamente dito, isto é, o Inferno Eterno, como destino final dos ímpios, é o chamado Lago de Fogo e enxofre(Geena), mencionado em Apocalipse 20.10,14.
O Hades é apenas um inferno-prisão onde os ímpios permanecem entre sua morte e ressurreição, a qual ocorrerá por ocasião do Juízo do Grande Trono Branco, após o reino milenial de Cristo (Ap 20.7,11-15).
É preciso muito cuidado para evitar ensino errôneo decorrente de imperfeições nas traduções. É preciso recorrer a obras de renome, para consulta e referência, como a Concordância de Strong e léxicos bilíngues das línguas originais, mesmo para os versados nessas línguas. Para citar só mais um exemplo desse problema, esta mesma palavra hades é ainda traduzida como “morte” em 1 Coríntios 15.55. Essas diferentes traduções de uma mesma palavra têm trazido muita confusão entre os menos avisados.
Portanto, antes da vinda de Jesus a este mundo, todos desciam ao seol, justos e injustos, havendo uma separação intransponível entre as duas divisões do mesmo.
Depois da ressurreição de Jesus
Jesus, antes de morrer por nós, prometera: “As portas do Hades não prevalecerão contra a minha Igreja”, Mt 16.18. Isso mostra que os fiéis de Deus, a partir dos dias de Jesus, não mais desceriam ao Hades, isto é, à divisão reservada ali para os justos.
O texto em apreço indica futuridade em relação à ocasião em que foi proferido por Jesus. A mudança ocorreu entre a morte e a ressurreição do Senhor, pois Ele disse ao ladrão arrependido: “Hoje estarás comigo no Paraíso", Lc 23.43. Paulo diz a respeito do assunto: “Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. Ora, isto – ele subiu – que é, senão que também antes havia descido às partes mais baixas da terra?", Ef 4.8-9.
Entende-se, pois, que Jesus ao ressuscitar levou para o Céu os crentes do Antigo Testamento que estavam no Seio de Abraão, conforme Ele prometera em Mateus 16.18. Muitos desses crentes Jesus os ressuscitou, certamente para que se cumprisse o tipo prefigurado na Festa das Primícias (Lv 23.9-11), que falava profeticamente da ressurreição de Cristo (1Co 15.20,23). Nessa festa sagrada, havia pluralidade (o texto bíblico fala de molho ou feixe). No seu cumprimento, deveria haver também pluralidade. E houve, conforme vemos em Mateus 27.52-53. A obra redentora de Jesus no Calvário afetou não só os vivos, mas também os mortos que dormiam no Senhor (neste caso, os mortos voltaram a morrer).
A vitória plena de Cristo teria que incluir a derrota da morte. Ora, todo vencedor sempre regressa da última batalha trazendo consigo provas e evidências de sua vitória final. Era, pois justo que Jesus ressuscitasse alguns e os trouxesse consigo, uma vez derrotada a morte.
O apóstolo Paulo foi ao Paraíso, o qual já estava no Terceiro Céu (2Co 12.1-4). Portanto, o Paraíso está agora lá em cima, na imediata presença de Deus. Não em baixo, como dantes. A mesma coisa vê-se em Apocalispe 6.9-10, onde as almas dos mártires da Grande Tribulação permanecem no Céu “debaixo do altar”, aguardando o fim da Grande Tribulação, para ressuscitarem (Ap 20.4) e ingressarem no reino milenial de Cristo.
Os crentes que agora dormem no Senhor estão no Céu, pois o Paraíso está agora ali, como um dos resultados da obra redentora do Senhor (2Co 5.8). No momento do Arrebatamento da Igreja, seus espíritos virão com Jesus, unir-se-ão aos seus corpos ressurretos e subirão com Cristo já glorificados (1Ts 4.14).
Comparando Filipenses 1.23 com 1Pedro 3.22, vê-se que o Paraíso situa-se agora no Céu. Quem parte daqui fica com Cristo (Fp 1.23). Ora, Cristo está agora assentado à destra de Deus (1Pd 3.22).
A presente situação dos ímpios mortos
Para os ímpios mortos não houve qualquer alteração quanto ao seu estado. Continuam descendo ao Hades, o “império da morte”, onde ficarão retidos em sofrimento consciente até o Juízo do Grande Trono Branco, após o Milénio, quando ressuscitarão para serem julgados e postos no Inferno eterno (Ap 20.13-15). Assim sendo, qualquer fantasma ou “alma do outro mundo” que aparecer por aqui é coisa diabólica, porque do Hades não sai ninguém. É uma prisão, cuja chave está com Jesus (Ap 1.18).
Alma do outro mundo não vem à Terra. Os salvos estão com Jesus e os perdidos estão presos. O Diabo, sim, por enquanto está solto e sabe imitar e enganar com muita perícia.
Em Ezequiel 32.17-32, no chamado “Rol das Nações ímpias no Hades”, vemos os ímpios mortos das nações ali referidas postos no Hades. Essa passagem é sumamente importante diante dos fatos que estamos estudando. Convém ser lida na sua totalidade.
Uma última observação é que em 1Pedro 3.18-20 e Atos 2.27,31, o estudo comparativo das palavras empregadas nas diferentes versões, especialmente a Revised Standard Version, a Versão Brasileira e a Almeida Revisada Atualizada, mostra que a vitória do Senhor Jesus foi anunciada até no Hades. Todo o Universo tomou conhecimento da transcendental vitória de Jesus na sua morte e ressurreição.
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata SantosEditora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

Lição 11 - 4º Trimestre 2019 - A Cura de um Coxo de Nascença - Jovens.

Lição 11 - A Cura de um Coxo de Nascença 

4º Trimestre de 2019

Introdução
I- A Expansão do Evangelho;
II- A Cura do Coxo;
III-A Reação da Multidão.
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Mostrar como se deu a expansão do Evangelho, principalmente entre os gentios;
Destacar a cura do coxo;
Refletir acerca da reação da multidão diante do milagre da cura.
Palavras-chave: Poder, cura e salvação.
No início da igreja cristã, Deus separou Paulo e Barnabé para uma obra específica de evangelização tanto para os judeus como para os gentios. Por meio das viagens missionárias que realizaram, muitos os rejeitaram, porém muitos outros receberam o evangelho pela fé. Este capítulo 14 de Atos dos Apóstolos conclui o relato da primeira jornada missionária, detalhando as experiências de Paulo e Barnabé em Icônio, Listra e Derbe. Essa narração também informa sobre os missionários revisitando todas as cidades da Galácia dessa primeira excursão, fortalecendo as igrejas, designando anciãos e as pregações em Perge. O capítulo é concluído com uma exposição da viagem de retorno à Antioquia da Síria e sobre os trabalhos para a igreja patrocinadora.
E Deus confirmava a palavra dos apóstolos por meio de sinais e prodígios. As cidades de Icônio e Derbe foram alvos do evangelho onde muitas pessoas creram na Palavra do Senhor. Em Listra, ocorreu outro grande milagre: um coxo de nascença foi curado. A fé desse homem e o discernimento de Paulo foram os meios pelos quais o milagre aconteceu. Mediante esse acontecimento sobrenatural, as multidões quiseram idolatrar os apóstolos, que não aceitaram receber a glória que pertence somente a Deus.
Icônio, Listra e Derbe
A antiga cidade Frígia de Icônio, então parte da Galácia romana, tinha uma história que remontava aos tempos pré-históricos; ela foi localizada no local da moderna cidade de Konya, Turquia, com uma parte do antigo nome ainda sendo mantido. Pela boa localização, era atravessada por estradas militares romanas que fez de Icônio um bom local para os trabalhos missionários. Listra era uma próspera cidade comercial, há uma distância entre 30 e 40 quilômetros de Icônio. O templo de Júpiter estava fora das portas da cidade. Segundo uma lenda, Júpiter e Mercúrio haviam, em tempos passados, visitado a cidade em forma humana. Derbe também era uma cidade que fazia parte da província romana da Galácia. Ela ficava a 96 quilômetros de Listra. Mais tarde, Paulo e Silas visitaram esse lugar em sua viagem pelo ocidente em direção à Ásia Menor. Todas essas três cidades estavam localizadas onde hoje é a Turquia. 
Uma Multidão Recebe a Cristo
Paulo e Barnabé estavam em Antioquia pregando o evangelho, e muitos gentios ali creram na palavra dos apóstolos. No entanto, os judeus, tomados de inveja e blasfemando, contradiziam tudo o que Paulo e Barnabé falavam. Com isso, apesar de muitos gentios crerem na Palavra do Senhor, os apóstolos foram para os gentios em Icônio, em razão da oposição levantada pelos judeus. Sobre essa cidade, Beers comenta:
Embora as outras cidades da primeira viagem missionária de Paulo tenham desaparecido, Icônio, a moderna Konya, é hoje uma capital da província na Turquia, em uma importante intersecção de estradas, ao Sul de Ancara. Nos tempos gregos e romanos, foi a principal cidade e a capital de uma região conhecida como Licaônia, embora ainda seja identificada como a Frígia. Situada a aproximadamente 120 quilômetros de Antioquia da Pisídia (Antiochea, nos mapas de hoje), junto à Via Sebaste, a principal estrada romana que levava de Éfeso ao Eufrates, é ainda hoje uma cidade de belos cenários, terra fértil, clima agradável e 50 mil habitantes. O nome pode ter vindo das imagens de Prometeu e Atena, que foram feitas depois que uma grande inundação destruiu muitas vidas.1  
Nessa cidade, uma multidão, tanto de judeus como de gregos, receberam a Cristo. A obra de Deus não para. Mesmo que exista uma dificuldade de o evangelho ser expandido em determinada localidade, em outra, certamente, muitos entregarão suas vidas ao Senhor Jesus. A genuína pregação do evangelho sempre alcançará corações sedentos pela verdade, como aqueles que Jesus diz que são como a terra boa em que a semente cai e frutifica (Mt 13.23). A graça salvadora de Deus sempre atuará na vida das pessoas que, por meio da fé, podem crer e receber as Boas Novas (Ef 2.8). A Palavra diz que aquele que crê será salvo e não será condenado (Jo 3.18). A beleza do evangelho é que, assim como aconteceu naquele tempo em que judeus, gregos e outros creram, pessoas de diferentes raças, tribos e nações hoje também estão crendo, e o Reino de Deus está sendo expandido (Ap 5.9).  
Mais Perseguição Religiosa
Em Atos 14.2, está escrito: “Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram, contra os irmãos, os ânimos dos gentios”. Que espírito demoníaco e de confusão havia naqueles judeus. Movidos por inveja, que é um sentimento maligno e faccioso (Tg 3.16), eles dividiram a cidade acerca dos apóstolos e de sua mensagem de arrependimento e salvação. E, em razão dessa revolta de muitos da cidade que queriam apedrejá-los, Barnabé e Paulo fugiram para as cidades de Listra e Derbe (At 14.1-6). 
A pior perseguição vem de dentro de casa. Jesus já havia sofrido essa rejeição de seus irmãos judeus. Certa vez, Ele disse que o profeta não tem honra em sua própria terra (Mc 6.4,5). Em uma sinagoga em Nazaré, na cidade onde cresceu, depois daquele episódio marcante de ter pegado e lido o rolo do profeta Isaías, Jesus começou a ministrar para as pessoas ali. Acharíamos que Ele seria aceito, que muitos creriam nEle, mas não foi isso que aconteceu. Eles “o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem. Ele, porém, passando pelo meio deles, retirou-se” (Lc 4.30). 
Infelizmente, a perseguição religiosa ainda acontece nos dias de hoje em muitas partes do mundo. A organização Portas Abertas, que ajuda a igreja perseguida ao redor do mundo, aponta que 215 milhões de cristãos são perseguidos atualmente no mundo.
A cada ano, a perseguição aos cristãos se intensifica no âmbito global. O número de cristãos com medo de ir à igreja ou que já não têm uma igreja aonde ir tem aumentado, bem como daqueles que têm de escolher entre permanecer fiel a Deus ou manter seus filhos seguros. Ou das vítimas da violência extrema que perdem familiares, casa, bens e liberdade por compartilhar a mesma crença de muitos aqui no Brasil: a fé em Jesus Cristo.
A perseguição viria, como advertiu nosso Mestre Jesus (Mt 24.9). Porém, o salmista já confiava na proteção e refúgio do Senhor (Sl 7.1,2). O apóstolo Paulo também tratou desse assunto relatando ao seu filho na fé, Timóteo, quanta perseguição suportou (2 Tm 3.10-13), mas que nada (incluindo qualquer tipo de perseguição) poderia separar-nos do amor de Deus em Cristo Jesus (Rm 8.35-37). E nosso Senhor deu-nos uma grande promessa quando passarmos por alguma perseguição. 
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus; bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.3
Que conforto ler esses textos bíblicos e saber que Deus sabe de tudo o que podemos atravessar nessa vida — os ataques, perseguições, afrontas —, pois somos odiados pelo mundo (Jo 15.19). No entanto, Ele garante estar conosco em todos os momentos, além de algo bem maior no porvir (Mt 28.20; Ap 2.7). 
Cidade de Listra
Partindo de Icônio, Paulo e Barnabé foram para Listra (At 14.6). Essa cidade (moderna Zoldera) era uma colônia romana. Era a mais oriental das cidades fortificadas da Galácia. Listra estava a cerca de 36 quilômetros ao sul de Icônio. Vinte quilômetros eram a distância de viagens de um dia normal no Império Romano naquela época. Lucas não mencionou evangelismo na sinagoga aqui. Evidentemente, havia tão poucos judeus que não havia sinagoga em Listra (ou em Filipos). 
Listra, próspera cidade comercial. Durante meio século, Listra havia sido colônia romana, começando com o estabelecimento de talvez mil romanos. Seus cidadãos recebiam os privilégios de cidadãos de Roma. A cidade valorizava a sua cultura local, bem como sua natureza romana, junto com Antioquia da Pisídia, em contraste com as cidades gregas da região, geograficamente mais próximas. A língua grega era muito comum na região rural, mas quase um terço das inscrições encontradas em Listra está em latim (embora seja um latim pobre, em alguns casos). Ainda que Listra visse Antioquia como cidade-irmã, não enfatizava seu caráter humano tanto quanto esta. 
Mais tarde, uma igreja foi fundada nessa localidade. Ela tem sido identificada com umas ruínas que existem perto da vila de Khatyn Serai. 
Um Homem Aleijado
Mais uma vez no livro de Atos, Lucas narra a cura de um coxo. Por ser médico e familiarizado com o assunto, ele descreve aquele homem como coxo desde o seu nascimento, que nunca tinha andado. Ele não tinha força muscular, e, provavelmente, os ossos do seu tornozelo estavam deslocados; ou, então, ele tinha o que é comumente chamado “pés de taco” ou “pés deformados”, o que é mais provável. Aquele homem não era uma pessoa que já havia experimentado saúde e que depois tinha ficado doente. Esse moribundo nunca teve o prazer de poder andar. Imagine alguém que vive assentado ao chão, dependente de outras pessoas para muitas coisas; era um estado lamentável. 
Infelizmente, muitas pessoas vivem assim não só do ponto de vista físico, mas também deformadas emocional e, sobretudo, espiritualmente. O deus deste século tem cegado a muitos (2 Co 4.4). Há uma enormidade de gente presa às amarras do inimigo em razão de conflitos familiares, falta de perdão, vícios. Pessoas que dependem de outras para poder viver minimamente suas vidas. Quando Pedro estava ministrando ao centurião Cornélio e sua casa, ele disse que Jesus veio fazendo o bem e “curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At 10.38). Vemos claramente nessa passagem que o Diabo oprime as pessoas, levando-as a toda a sorte de mazelas.
Um Homem com Fé
Esse homem aleijado ouve o evangelho sendo pregado por Paulo, e aquela mensagem criou fé nele, pois as Escrituras dizem que: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10.17). Paulo, então, fixa os olhos no aleijado e vê que ele tinha fé para ser curado. Todas as coisas são possíveis ao que crê (ver Mc 9.23). O apóstolo tinha discernimento para perceber aquela atitude de fé do aleijado, demonstrando que ele poderia ser curado. “Crentes devem orar, pedindo discernimento espiritual para reconhecer a fé das pessoas que precisam da graça e cura divinas”. 
Mesmo nunca vendo Paulo antes e nem ouvindo aquela mensagem de salvação, o coxo creu no Cristo que estava sendo pregado. O profeta Habacuque disse e Paulo repetiu que o “justo viverá pela fé” (Hc 2.4; Rm 1.17). 
Todas as coisas são possíveis para aquele que crê. Quando temos fé, dom tão precioso de Deus, seremos livres da falta da defesa espiritual em que nascemos, e do domínio dos costumes pecaminosos que se formam à medida que crescemos; seremos capacitados para nos colocarmos de pé e andar jubilosos nos caminhos do Senhor.6 
É nossa fé que vence o mundo (1 Jo 5.4). Mesmo quando tudo parecer perdido e escuro, não podemos perder a fé, pois é ela que será o meio de algo tremendo que Deus fará em nossas vidas! 
Um Homem Curado
O coxo viveu três fases distintas. A primeira, como uma pessoa carente, aleijada. A segunda, como uma pessoa com fé. E a terceira, como uma pessoa curada. Ao ver que tinha fé, Paulo disse em alta voz: “Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou” (At 14.10). A ordem dos dois verbos é interessante, pois é o reverso do que era esperado, pois diz que saltou e, em seguida, andou (v. 10). A palavra de poder e fé trouxe à realidade aquilo que os homens só podiam sonhar. Naquele momento, cumpriu-se a profecia do profeta Isaías quando diz: “O deserto e os lugares secos se alegrarão com isso; e [...] os coxos saltarão como cervos” (Is 35.1,6).
Alguns críticos da sombria escola de Baur e Zeller  esforçaram-se para mostrar que a história desse milagre não passava de uma mera imitação do milagre de Pedro na porta do templo relatado em Atos 3. Mas os dois incidentes possuem nítidas diferenças. Em Jerusalém, o coxo simplesmente desejava e esperava receber uma esmola de Pedro e João, mesmo depois de Pedro tê-lo convidado a “olhar para ele” e para João. Porém, o aleijado de Listra já havia sido um ouvinte atento de Paulo. À porta do templo, Pedro estende mão e levanta o coxo (At 3.7). No caso de Paulo, este ministra a cura em alta voz, e o aleijado pula e anda (At 14.10). Pedro usa a mão, Paulo a voz; ambos usam a fé em Jesus. 
Homens Deuses?
Quando a multidão viu o milagre que tinha sido feito através de Paulo e Barnabé, todos disseram que os deuses haviam descido até eles — a ponto de chamarem Barnabé de Júpiter e Paulo de Mercúrio — e começaram a trazer touros para serem sacrificados aos apóstolos (v. 13). Cem anos antes, o poeta romano Ovídio (?–43 a.C.) havia contado uma lenda de que Zeus e Hermes (deuses gregos) desceram até aquela localidade disfarçados de mortais, e ninguém os alojou, a não ser um simples casal. Dessa vez, eles não queriam correr o risco de não honrar os deuses que desceram novamente. Paulo e Barnabé, porém, impediram e rejeitaram as honrarias afirmando que eram homens como eles.
Inscrições mostram que Hermes e Zeus eram adorados juntos na região da Frígia. Uma inscrição permite a interpretação de que no templo de Zeus em Listra havia vários sacerdotes, embora só um deles atue aqui. As pessoas podiam usar grinaldas nos festivais, mas era comum decorar animais sacrificiais com coroas de flores antes de oferecê-los. Bois e touros estavam entre os sacrifícios mais caros; os sacerdotes eram, às vezes, benfeitores ricos, que doavam seu serviço à comunidade, o que incluía, ocasionalmente, sacrifícios. Os templos “de frente para a cidade” ou “fora do portão da cidade” (NVI) eram bastante comuns na Ásia Menor. Alguns estudiosos, contudo, creem que o portão pertence à área cercada por muros consagrada a Zeus (não está claro se Listra tinha muros nesse período). O homem incapacitado provavelmente havia sido curado no portão, visto que pessoas em tal situação muitas vezes tinham o seu sustento mendigando, e os pedintes normalmente tinham mais êxito em lugares como esse, por onde passava muitos transeuntes (Cf. 3.2). 
Ao ver toda a repercussão daqueles homens, especialmente do sacerdote de Júpiter em sacrificar, engrandecendo-os como deuses, Barnabé e Paulo rasgaram as suas vestes, repreenderam aquelas pessoas e fizeram uma das duas grandes confissões do Novo Testamento que toda pessoa deve fazer para viver de forma gloriosa: “Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões” (v. 15). A outra grande confissão é a de Pedro, mediante a pergunta de Jesus acerca de quem as pessoas diziam ser Ele, ao que Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Para sermos usados por Deus, precisamos saber e confessar quem somos e quem Jesus é! 
A atitude de Paulo e Barnabé ensina a todos quantos Deus usa de que não podemos ser levados pela tentação da glorificação do homem, algo lamentavelmente tão comum nos dias de hoje. Quando ministrarmos, precisamos agir como se realmente estivéssemos em um púlpito, e não num palco. Devemos dar a glória ao Senhor, e não ao instrumento. Precisamos de mais serviço e menos exigências; de mais unção e menos talento; de mais ajuda do alto do que pregações de autoajuda; de mais seriedade e menos stand-up gospel comedy; de mais confronto da Palavra e menos aceitação e unanimidade perante o mundo.
Perseverança na Obra de Deus
Barnabé e Paulo perseveraram no trabalho que foi entregue pelo Senhor para eles fazerem. Com muita dificuldade, eles conseguiram evitar que o povo de Listra sacrificasse a eles, bem como os elevasse a status de “deuses” (v. 18). No entanto, mais uma vez, judeus instigaram as multidões contra eles e “apedrejaram a Paulo e o arrastaram para fora da cidade, cuidando que estava morto” (v. 19). Parecia até que se repetiria o que acontecera com Estêvão (At 7), mas Deus ainda tinha planos para Paulo nesta terra, e eles seriam cumpridos. Dessa feita, os discípulos rodearam a Paulo, e ele levantou-se e entrou na cidade, partindo com Barnabé para Derbe no dia seguinte (v. 20). 
Após terem anunciado o evangelho em Derbe, Barnabé e Paulo voltaram às cidades já visitadas, como Listra, Icônio e Antioquia. Isso mesmo, Listra está na lista! Poderíamos imaginar que loucura para eles voltarem à cidade que apedrejou Paulo, deixando-o quase morto!? Se pensarmos racionalmente, não voltaríamos a um lugar desses nunca — até porque correríamos sério risco de morte. Mas não foi assim com Paulo, que voltou àquele local para animar os discípulos dali, exortando-os a permanecer na fé, pois seria por muitas tribulações que eles entrariam no Reino de Deus (v. 22). Depois, Paulo e Barnabé foram a muitas outras cidades pregando e elegendo anciãos para cuidar das igrejas (At 14.21-28). Não seria aquela primeira experiência negativa em Listra que desanimaria esses dois missionários de continuar fazendo a obra que lhes foi confiada por Deus. 
Mais tarde, Paulo pôde escrever aos coríntios, por experiência própria de seu ministério, que vale a pena perseverar naquilo que nos foi entregue por Deus para fazermos: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Co 15.58). 
Até que Amadureça
Paulo foi um pregador, missionário, fundador de igrejas, que realmente se preocupava que o trabalho iniciado em determinada localidade amadurecesse. Ele não queria apenas ir a uma cidade pregar, sair e nunca mais se importar com o que ocorresse ali. Pelo contrário! Além de não desejar ser pesado para os irmãos financeiramente (1 Ts 2.9; 2 Ts 3.8; 2 Co 11.9), Paulo também se importava com as almas e com as igrejas que se desenvolviam, razões pelas quais temos suas epístolas. Ele sabia da importância de cuidar e discipular os novos convertidos.
“Fortaleciam as almas dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé.” A mais decidida e clara conversão não deixa de ser apenas um começo! É um equívoco perigoso pensar que agora tudo continua “automaticamente”. Justamente nessa situação acontecem as lutas, as provações, as perguntas. Uma vida cristã não é um passeio edificante sobre caminhos de rosas, mas uma perigosa jornada por terra hostil! Por isso as almas dos discípulos precisam de fortalecimento e encorajamento! Paulo levou a sério essa tarefa de exortar a cada um como um pai a seus próprios filhos, de “conjurá-los” a viver de modo digno de Deus e de seu chamado (1 Ts 2.11; At 20.31)! Os dois aspectos que parecem se contradizer pela lógica estão sempre presentes de forma simultânea no NT, como verdade viva: a bem-aventurada certeza de que ninguém e nada pode nos arrancar da mão do Bom Pastor, e a grave necessidade de, com todo empenho, “permanecer firmes na fé”. Quem separa um aspecto do outro, numa consequência errônea, cai em perigosa segurança ou em zelo irrequieto, igualmente perigosos.9 
O versículo 22 diz que ele voltou às cidades confirmando o ânimo dos discípulos, “exortando-os a permanecer firmes na fé” (ARA). Como afirma Russell Shedd: “O missionário deve cuidar da Igreja nova até que amadureça”.10  Paulo retornava a esses locais, ordenava mais obreiros, ensinava-lhes e permanecia com os discípulos não pouco tempo (v. 28); ou seja, era um ministério que ele dedicava todos os esforços possíveis para ver a obra ser concretizada. Assim sendo, devemos proceder com aquilo que Deus coloca em nossas mãos para realizar: cuidar e fazer amadurecer. 
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 BEERS, 2013, pp. 368,369.
2 https://www.portasabertas.org.br/artigo/a-perseguicao-hoje. Acesso em 29 de maio de 2019.  
3 Mateus 5.10-12 
4 KEENER, 2017, p. 431.  
5 Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995, p. 1663.  
6 HENRY, Matthew, 2002, p. 904.  
7 Ferdinand Christian Baur (1792–1860) e Eduard Zeller (1814–1908) faziam parte da Escola de Teologia de Tubinga, que queria sintetizar a teologia histórica e sistemática dentro dos paradigmas gêmeos do historicismo e do idealismo alemão. 
8  KEENER, 2017, p. 432.  
9 BOOR, 2002, p. 209.  
10 SHEDD, 1997, p. 1553. 

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 10 - 4º Trimestre 2019 - Pedro é livre da prisão - Jovens.

Lição 10 - Pedro é livre da prisão 

4º Trimestre de 2019
Introdução
I- A Prisão de Pedro;
II- Pedro é Livre da Prisão;
III-Deus responde.
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Analisar o contexto da prisão de Pedro e a intercessão feita pelos irmãos;
Narrar os fatos e lições da libertação miraculosa de Pedro;
Reafirmar o fato de que Deus ouve a oração de seus filhos.
Palavras-chave: Poder, cura e salvação.
Embora estejamos estudando o avanço da Igreja Primitiva entre os povos, envolto em sinais e milagres da parte do Senhor, o movimento também experimentou perseguição. Neste relato, registrado no capítulo 12, foi Herodes Agripa I, rei da Judeia, que empreendeu tal oposição. Para agradar os judeus, ele maltratou vários cristãos, matou Tiago, irmão de João, e prendeu a Pedro. Jesus, entretanto, tinha uma aliança com Pedro. Ele tinha ficado com a responsabilidade de ser um dos líderes da Igreja (Mt 16.18,19; Jo 21.15-17; At 1.15-25; 2.14-36; 4.1-12; Gl 1.18; 2.9). Logo, Deus não permitiria que ele ficasse preso para sempre, mas o propósito na vida do apóstolo continuaria a acontecer.
Herodes Agripa I
Herodes Agripa I era neto de Herodes, o Grande, e um dos filhos de Aristóbulo, a quem Herodes matou. Herodes, o Grande, deixou três filhos, entre os quais seu reino foi dividido — Arquelau, Filipe e Antipas (ver Mateus 2.19). Para Filipe, ficou Itureia e Traconita (ver Lucas 3.1); para Antipas, Galileia e Pereia; e para Arquelau, Judeia, Idumeia e Samaria. Arquelau, sendo acusado de crueldade, foi banido por Augusto para Viena na Gália, e a Judeia foi reduzida a uma província e unida à Síria. Quando Filipe morreu, essa região foi concedida pelo imperador Calígula a Herodes Agripa. Herodes Antipas foi expulso também para a Gália e, depois, para a Espanha, e Herodes Agripa recebeu também sua tetrarquia. “No reinado de Cláudio também, os domínios de Herodes Agripa foram ainda mais ampliados”.1  Quando Calígula foi assassinado, ele estava em Roma e, tendo-se agradecido a Cláudio, conferiu-lhe também Judeia e Samaria, de modo que seus domínios eram iguais em extensão aos de seu avô, Herodes, o Grande. Ele era altamente respeitado pelos judeus e começou a perseguir a Igreja apenas para agradá-los. 
A Cruel Perseguição
Por ter recebido o trono da Palestina pelo imperador Cláudio, Herodes Agripa I quis logo agradar os romanos pelos seus favores. Ele vivia uma vida em meio aos luxos e prazeres dos pagãos e, junto a isso, queria obter a reputação de um judeu piedoso. Certamente, ele já tinha ouvido falar dos cristãos, uma “seita fanática” que começava a incomodar o sistema. E, pra conquistar ainda mais a popularidade nacional, ele empreendeu uma cruel perseguição aos cristãos e matou à espada Tiago, irmão de João, e prendeu Pedro.
Para perseguir o cristianismo era necessário resolver qual o método seria adotado. O imperador romano Deocleciano, por exemplo, imaginou pôr fim ao cristianismo destruindo as Sagradas Escrituras. Então, promulgou um decreto para busca e apreensão de todas as bíblias encontradas em seu vasto império. Herodes usou estratégia de acabar com os líderes. Acreditava que a morte dos pastores dissiparia o rebanho. O primeiro a sofrer com essa perseguição foi o apóstolo Tiago. Certa vez ele declarou poder beber o cálice de sofrimento como prova de fidelidade a Cristo (Mt 20.20-23). Por que Tiago foi morto e Pedro libertado? Tiago já tinha completado a obra destinada a ele. Em relação a Pedro, Deus tinha outros planos. Deus é glorificado no martírio de alguns servos e na libertação de outros.2 
Um Prisioneiro Badalado
Pedro era o presidiário mais badalado da época, pois era o principal líder da seita do nazareno, que começava a incomodar não só os judeus, mas agora os romanos. A Páscoa era o evento mais importante para os judeus, e Pedro, sendo apresentado ao povo, ia tornar-se a atração principal (At 12.4). Realmente, ele era o apóstolo principal, pois era bem conhecido e contra quem os judeus tinham, sem dúvida, uma antipatia em particular. Eles ficariam felizes se pudessem ficar livres dele; este Herodes era sensato e, portanto, para agradá-los, ordenou que ele fosse preso. 
Eram os dias dos pães asmos. Portanto, a detenção do discípulo acontece na mesma época em que seu Mestre foi preso. Porém, enquanto no caso de Jesus o Sinédrio realizara o processo às pressas, ainda antes do começo da festa, Herodes evidentemente pensa num grande processo espetacular, a ser realizado calmamente após a festa. Pedro é vigiado rigorosamente na prisão. “Quatro escoltas de quatro soldados” se revezam na vigilância a cada três horas conforme o costume romano. Talvez o Sinédrio tenha alertado Herodes para os constrangedores acontecimentos de Atos 5.17 a 26.3 
Seu aprisionamento foi levado tão a sério que ele era guardado por 16 soldados. A Bíblia diz que eram quatro escoltas de quatro. Ele ainda foi acorrentado com duas cadeias, dormia entre dois soldados, e a porta era vigiada por outros dois soldados. Nos dias de hoje, seria como guardar um dos piores criminosos do mundo com tanta segurança que chamaria muita atenção midiática. Talvez Agripa temesse uma resistência armada, uma tentativa de seu grupo libertá-lo. Era realmente um homem perigoso ao regime e à religião dominante. 
A Igreja em Oração
O versículo 5 deste capítulo é essencial para o milagre ocorrido. O texto bíblico diz que “Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus”. O cenário era dos piores, com uma cruel perseguição acontecendo, um apóstolo já morto, e outro aprisionado. Entretanto, a igreja ainda tinha uma arma poderosa em suas mãos: a oração. E essa oração era feita de forma incessante a Deus em favor do apóstolo Pedro. Tiago dirá mais tarde que “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16). O próprio Pedro fez menção desse episódio quando escreveu: “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações” (1 Pe 3.12). O profeta Isaías diz “que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado, para não poder ouvir” (Is 59.1). 
Quando Moisés orou, o Mar Vermelho foi dividido. Quando Elias orou, fogo desceu dos céus. Quando Daniel orou, um anjo fechou a boca dos leões. Quando Ana orou, ela recebeu um filho. A Bíblia apresenta-nos muitos relatos de orações respondidas. E ela é quem nos recomenda a oração como a forma de apoderarmo-nos do poder infinito de Deus. Jesus promete: “Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo 14.14). 
“A oração toma posse do plano de Deus e se torna o link entre Sua vontade e seu cumprimento na terra.” (Elisabeth Elliot). Elizabeth Elliot (1926–2015) foi missionária juntamente com seu marido no Equador por muitos anos. Escritora e palestrante, Elliot escreveu vários livros sobre o cuidado de Deus com nossas vidas e sua direção para conosco. Na frase mencionada, ela expressa de forma contundente que a oração é o link, numa linguagem bem jovem, para Deus realizar sua vontade em nossas vidas. Em seu livro God’s Guidance – Finding His Will for Your Life (A Direção de Deus – Descobrindo a Vontade do Senhor para sua Vida), ela diz que está totalmente segura de que Deus quer guiar nossas vidas, mas temos que nos aproximar dEle para caminharmos confiantemente, e essa aproximação dá-se pela oração. 
A igreja estava em oração contínua. Quando Paulo fala para orarmos sem cessar (1 Ts 5.17), podemos pensar: “Mas como é que eu vou orar sem cessar?”. Nem sempre posso estar ajoelhado(a) em meu quarto para buscar a Deus. Mas o que o apóstolo está dizendo é que devemos orar em espírito sempre que pudermos, pois Deus ouve nossos pensamentos e sentimentos. Quando estou no ônibus, quando estou dirigindo, andando na rua ou esperando em algum consultório médico, posso muito bem usar essas ocasiões para orar. Enfim, em todas essas situações, posso orar em espírito, louvando, pedindo sua direção para todas as coisas e intercedendo pelos meus irmãos. O rei Davi orava quatro períodos do dia: de manhã, ao meio-dia, à tarde e à noite (Sl 55.17; 6.6). E Daniel? Três vezes ao dia. Martinho Lutero (1483–1546), um dos mais importantes nomes da Reforma Protestante do século XVI, dizia que, se não orasse duas horas todos os dias, não conseguiria realizar tudo o que tinha para fazer. Obviamente, nem todos conseguem orar durante esse tempo todos os dias, mas creio que podemos fazer um pouco mais do que já fazemos. 
O escritor Charles Swindoll, em seu livro Firme Seus Valores, diz que o mais interessante em tudo isso é que a primeira e única solução de um problema que temos é a última a que recorremos... oração. 
Veja o que diz em Filipenses 4.6,7:
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.
Porém, pode ser que já estejamos tão acostumados com essas palavras que elas não surtem mais o efeito esperado. Assim sendo, vejamos esse mesmo texto em outra versão, a da Bíblia Viva:
Não se aflijam com nada; ao invés disso, orem a respeito de tudo; contem a Deus as necessidades de vocês, e não se esqueçam de agradecer-Lhe suas respostas. Se fizerem isto, vocês terão experiência do que é a paz de Deus, que é muito mais maravilhosa do que a mente humana pode compreender. Sua paz conservará a mente e o coração de vocês na calma e tranquilidade, à medida que vocês confiam em Cristo Jesus.
A Igreja Primitiva acreditava no poder da oração, e Deus atendeu. Ainda hoje, devemos sempre crer e viver uma vida de oração. 
A Intervenção Angelical
Mais uma vez, temos uma cena em que o ministério angelical entra em ação. Semelhantemente, um anjo já havia aberto portas de prisões (At 5.19). Noutra ocasião, um anjo também age quando dava uma orientação a Filipe sobre o lugar em que ele precisava estar (At 8.26). Alguns intérpretes, com a mente cética, não têm acreditado no ministério dos anjos. Mas vemos que, em diversas passagens bíblicas, essa aparição e intervenção é mencionada. Como aqui no livro de Atos e em outras passagens do Novo Testamento, alguns vão até dizer que essa foi uma alegoria feita pelo escritor sagrado para relatar o livramento que Deus deu a Pedro. Outros ainda vão dizer que houve algum fenômeno natural, como terremoto, que teria possibilitado a fuga do apóstolo. Contudo, o texto é claro quando nos diz que um anjo do Senhor iluminou a prisão e, tocando em Pedro do lado, despertou-o e disse para ele levantar-se depressa. As cadeias foram ao chão (v. 7). Podemos ver em Hebreus 1.14 que há um ministério ativo dos anjos em favor dos crentes. No entanto, o que precisamos sempre lembrar é de que os anjos são seres criados por Deus, mas nunca alvo de adoração.
Tomando a Capa de Volta 
Quando o anjo do Senhor desperta Pedro e as cadeias caem, ele diz para o apóstolo cingir-se, atar suas sandálias e colocar sua capa. Nada de correria ou pânico; Deus está no controle de tudo.
O anjo poderia ter mandado Pedro fugir, salvando sua vida. Ou ter arrancado o apóstolo pela porta, num gesto repentino. Mas fez tudo de modo a revelar que Deus domina as circunstâncias, não havendo, portanto, lugar para o pânico. Manda Pedro se vestir, sem esquecer nenhuma peça de roupa necessária para atravessar a cidade à noite. O anjo dava a entender que os soldados não seriam um problema, e que tudo estava sob controle. Os planos e propósitos de Deus são tão firmes e seguros que não há correria! Pânico e preocupação não devem perturbar a vida espiritual de quem está dentro dos planos dele!4 
O aprisionamento de Pedro poderia significar o fim de seu ministério. Porém, o Senhor ainda tinha algo a fazer por meio da vida de Pedro. A obra não tinha acabado (Fp 1.6). A ordem era para ele cingir-se, ou colocar seu cinto de volta. Paulo, escrevendo sobre a armadura de Deus que devemos ter, diz que precisamos estar cingidos com a verdade (Ef 6.14), ou seja, nossa vida precisa estar envolvida com a verdade (Jo 14.6). Depois, ele deveria atar as sandálias, ou a preparação do evangelho (Ef 6.15). E, por fim, vestir a capa. Esse item era símbolo da chamada, ministério, que agora tinha sido colocada de lado. Mas a capa de Pedro não ficou muito tempo longe dele. E é assim que Deus fará conosco. Mesmo que nossa chamada seja desafiada e interrompida, Deus vai intervir e dizer-nos para estarmos sempre envolvidos com a verdade, preparar nossos pés e retomar nosso ministério de volta.
É o Senhor quem Abre Portas
Os soldados, as correntes, as sentinelas e o portão de ferro não são nada quando Deus está conosco e quando a oração está atrás de nós. Muitos de nós estamos preocupados com o portão de ferro antes de chegarmos a ele. Mesmo dias, semanas ou meses antes já estamos ansiosos com o portão de ferro! Mas Deus cuidará disso quando chegarmos a Ele. É Ele quem guia os passos de seus filhos para o propósito que Ele designou. A Palavra de Deus diz: “O coração do homem considera o seu caminho, mas o SENHOR lhe dirige os passos” (Pv 16.9). Ainda no Salmo 32.8 diz: “Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos”. Deus tem um propósito para cada um de nós e, se estivermos no centro de sua vontade, Ele vai abrir as portas necessárias e ser nosso guia para que vivamos os seus planos. 
F. F. Bruce (1910–1990), um apologista e erudito da Bíblia, relata a história de Sundar Singh, um cristão tibetano que também foi milagrosamente liberto de uma prisão. Por causa de sua pregação do evangelho, ele foi jogado em um poço, e uma cobertura foi colocada sobre ele e trancada com segurança. Ele seria deixado no poço até morrer. Sundar podia ver apodrecendo os ossos e cadáveres daqueles que já haviam perecido ali. Na terceira noite de sua prisão, ele ouviu alguém destrancando a tampa do poço e removendo-a. Uma voz disse a ele para segurar a corda que estava sendo baixada. Sundar ficou grato por a corda ter um laço no qual ele poderia colocar o pé, porque ele havia machucado o braço na queda no poço. Ele foi levantado, e a tampa foi substituída e trancada, mas quando ele olhou para agradecer ao seu salvador, não encontrou ninguém. Quando a manhã chegou, ele voltou para o mesmo lugar em que foi preso e começou a pregar novamente. As notícias da pregação chegaram ao oficial que o prendera, e Sundar foi trazido diante dele novamente. Quando o funcionário disse que alguém deveria ter pegado a chave e libertado Sundar, eles procuraram a chave e encontraram-na no próprio cinturão oficial. Deus ainda está escrevendo o livro de Atos!
Acredite ou não 
A história da libertação de Pedro também tem sua pitada de humor. Depois de ser levado pelo anjo para fora, Pedro cai em si e vai à casa de Maria, onde muitos irmãos estavam reunidos orando justamente pela libertação de Pedro. E ele aparece bem à frente da casa deles, bate à porta, e uma menina chamada Rode foi ver quem era. Quando ouviu a voz de Pedro, ela disse aos irmãos que ele estava ali, ao que responderam que ela estava fora de si. Insistindo a menina, diziam que era seu anjo! Eles até esperavam que Deus fosse salvar Pedro; agora crer já é outra história! Lá estava o pobre do Pedro ali, um tanto assustado, e o povo que orou por sua libertação dizendo à menina que aquilo tudo era coisa da cabeça dela (At 12.12-16). Sobre esse episódio, Keener comenta:
Na comédia grega, um escravo às vezes diz bobagens; aqui, contudo, são os ouvintes livres da criada que atuam como figuras cômicas. Devido ao propósito da reunião de oração (12.5), a surpresa deles é ironia, assim como o fato de Pedro precisar insistir em bater na porta — o que poderia acordar alguns vizinhos, provavelmente famílias sacerdotais aristocráticas; assim, eram potencialmente perigosos. Essa ironia provavelmente não escaparia dos ouvintes antigos de Lucas (cf. 24.10,11,37). Em algumas tradições judaicas populares os justos se tornariam semelhantes aos anjos depois da morte.5 
Eles nem tinham crido, mas a oração já tinha sido respondida. Sim, Deus pode responder nossas orações mesmo quando nossa fé é fraca e nossas dúvidas são fortes (cf. Mc 9.24). 
Continue Batendo 
Uma lição importante desse texto é o da persistência. O apóstolo Pedro não se desanimou quando a menina Rode não abriu a porta para ele, mas continuou batendo. Ele não foi embora em desgosto por não ter sido atendido na primeira batida. Nós também devemos continuar em oração. A mão da fé nunca bateu a porta da graça em vão. Muitas coisas são conquistadas por aqueles que continuam batendo, isto é, tentando, insistindo, recomeçando, mesmo diante das barreiras e dificuldades ao longo do caminho. Jesus mesmo disse: “Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre” (Mt 7.8). É essencial estabelecermos alvos menores que nos conduzirão a alvos maiores. Precisamos estar preparados para continuarmos diligentemente em direção àquilo que almejamos. Pedro tinha convicção de que Deus havia feito um milagre e que tinha um plano na vida dele. O Senhor já havia aberto portões grandes de ferro vigiados por soldados. Não era um portão comum de uma casa, que foi atendido por uma menina, que ia desencorajá-lo agora. Por isso, ele ficou, continuou batendo, insistindo e finalmente se alegrou com seus irmãos. 
O Toque Divino
Toda libertação de Pedro começou com um toque do anjo ao seu lado na prisão. Pedro estava dormindo, quem sabe desanimado quanto ao seu destino no dia seguinte. Sua vida acabaria ali? Não. Por meio de um anjo, o Senhor toca nele. Ele atribui diretamente sua libertação ao Senhor; não menciona o anjo. O toque do Senhor pode mudar toda uma situação. Daniel foi tocado pela mão de Deus e recebeu consolo em um momento de aflição (Dn 10.10). Em 1 Samuel 10.26, está escrito: “E foi também Saul para sua casa, a Gibeá; e foram com ele, do exército, aqueles cujo coração Deus tocara”. Olha que interessante! Não foi a esposa, os filhos ou os líderes que tocaram o coração daqueles homens; foi Deus.  
Certa vez, Jesus descia do Monte seguido por grandes multidões. Um leproso aproximou-se dEle, adorou-o e disse que, se o Senhor quisesse, podia purificá-lo. Jesus, movido por compaixão, estendeu a mão, tocou aquele leproso e disse: “Quero, sê limpo”. E, na mesma hora, ele ficou limpo de sua lepra (Mt 8.1-4). O toque de Jesus tem poder. Não há barreiras, ou qualquer outro tipo de impedimento que possa frustrar quando Deus deseja tocar em uma pessoa.
O coração é algo muito profundo, que fala de intimidade, do mais profundo de nosso interior. E Deus é capaz de tocar-nos justamente nesse local que poucos conseguem entrar por meio de sua palavra, que é considerada na Bíblia como algo mais cortante que uma espada de dois gumes (Hb 4.12). O toque de Deus é poderoso, e onde Ele toca as coisas são transformadas. Corações endurecidos tornam-se de carne novamente. Há um lindo louvor antigo que diz: “Tocou-me, Jesus tocou-me. De paz Ele encheu meu coração. Quando o Senhor Jesus me tocou, livrou-me da escuridão”. 
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens


1 BARNES, 1870.
2 PEARLMAN, 1995, p. 132. 
3 BOOR, 2002, p. 179.
4 PEARLMAN, 1995, p. 135.
5 KEENER, 2017, p. 424.

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Lição 10 - 4º Trimestre 2019 - O Pecado do Homem segundo o Coração de Deus - Adultos.

Lição 10 - O Pecado do Homem segundo o Coração de Deus 

 4º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS
II – A AMBIENTE EM QUE DAVI PECOU
III – O ADULTÉRIO E O HOMICÍDIO DE DAVI 
CRIANDO UM AMBIENTE PROPÍCIO AO PECADO
Osiel Gomes
Os capítulos anteriores destacaram o Davi triunfante, em constante batalha, que lutava incansavelmente para estabilizar seu reinado. Isso ele fez participando de oito guerras, ao longo, aproximadamente, de vinte anos, mas agora ele será descrito como o Davi humano que peca, que se desvia dos caminhos do Senhor, como o que desceu até o pó, por andar por caminhos tortuosos.
A expressão “decorrido um ano” é uma referência direta a 1 Samuel 10.14. Já havia se passado o período chuvoso, então Davi manda que Joabe se lance à batalha contra Hadadezer com o propósito de que ele não juntasse forças e se fortalecesse. A finalidade dessa guerra era restabelecer o controle da capital, Rabá, que era a capital dos filhos de Amom, chamada hoje em dia de Amã, localizada a 35 quilômetros do rio Jordão. 
O texto ressalta que Davi ficou em Jerusalém. É bem verdade que bom seria se ele tivesse ido, pois a ociosidade vai abrindo caminhos para diversas tentações. Do seu palácio, que ficava em uma colina, Davi podia enxergar o quintal de outras pessoas e contemplou Bate-Seba, mulher de Urias, banhando-se ao ar livre. Por meio da expressão “passeava”, possivelmente às três horas da tarde, ele tenha ido fazer uma caminhada, um relaxamento, ou tirar uma sesta, conforme o costume daquele tempo, e, de modo inesperado, contemplou uma bela mulher, atraente, tomando banho. Ele não conseguiu vencer a tentação e pecou.
Que fique claro, passear, fazer exercício físico, um relaxamento, nada disso é pecado, pois o próprio Jesus passeava (Jo 10.23); a questão é quando a cobiça ou a concupiscência se torna descontrolável, a ponto de a pessoa fazer de tudo para que o seu desejo seja realizado, usando dessas circunstâncias para desagradar ao Senhor.
Em tudo o que se descreve nos primeiros versículos do capítulo 11, entende-se claramente que Davi procurou preparar o ambiente para o pecado. Isso podemos analisar da seguinte maneira:
• Enquanto alguns estavam arriscando a vida na batalha, Davi passeava no palácio. Já falamos que ele fazia sua sesta, mas o seu passear para um lado e outro não o levava a lugar algum.
• Contemplando tudo. De onde estava, Davi podia contemplar tudo, mas vale dizer que contemplar não era pecado, mas não manter controle sobre o que se vê, sim. Observe que Davi contempla uma linda mulher tomando banho; começou com um vislumbre, que logo se tornou um olhar fixo, impuro e, conforme falou Jesus, os que procedessem assim já teriam cometido adultério (Mt 5.28).
• Davi procura se informar sobre a mulher, o que revela seu grande desejo pecaminoso. Através de suas indagações, ele toma conhecimento da família e do marido da mulher: ela era esposa de um de seus soldados, Urias, o qual se destacava como grande soldado, sendo um dos mais corajosos, estava incluso na lista dos valentes (2 Sm 23.39) e era fiel ao rei. Ele era heteu; todavia, aceitou a religião de Davi, o que pode ser provado pelo seu nome, Luz de Javé.
• Agindo como rei ímpio. Ao mandar buscar Bate-Seba para a tomar para si, Davi estava procedendo como um rei oriental ímpio, que poderia mandar buscar a mulher que o agradasse para a possuir, mas isso jamais deveria fazer aquele que tivesse conhecimento da lei de Deus. Davi passa por cima de tudo, mesmo tendo conhecimento de que a mulher era casada. Ele não queria saber. Antes, seu objetivo era satisfazer seu apetite carnal agora desenfreado. 
Todos esses pontos deixam claro que Davi criou um ambiente para o pecado, pois não foi cuidadoso no seu dever. Ele também deveria estar na guerra, mas, em seu ócio, deixou-se dominar pelo que viu, tendo um olhar descontrolado, não procedendo como Jó (31.1), nem atentando para a Palavra, que alerta para orarmos a fim de que o Senhor nos livre de contemplar coisas vaidosas (Sl 139.37). 
Davi vai trilhar o caminho do pecado, da derrota, porque vai desejar o que viu, vai indagar acerca do que viu. Pareciam coisas simples, fáceis, controláveis, mas elas se tornaram fatais para esse rei. O pecado sempre parece vantajoso, inocente, sem complicação, mas é bom lembrar que sua prática pode deflagrar uma queda tão grande que pode até ser difícil se levantar outra vez, quando não impossível.
Texto extraído da obra “O Governo Divino em Mãos Humanas”, editada pela CPAD.


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Lição 11 - 4º Trimestre 2019 - As Consequências do Pecado de Davi - Adultos.

Lição 11 - As Consequências do Pecado de Davi 

4º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – O CONCEITO DE PECADO NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO
II – A REPREENSÃO DO PROFETA NATÃ AO REI DAVI
III – AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO DE DAVI 
O PECADO
Osiel Gomes
No Antigo Testamento
Von Rad está certo quando afirma que Israel tinha diversos termos para a palavra pecado, mas apenas analisar etimologicamente seu sentido ou buscar uma definição por meio de um vocábulo não disseca sua essência. Quem assim procede pode correr o risco de aplicá-las fora do seu devido contexto, conforme descrevem as Escrituras.
Nessa mesma linha de pensamento andou G. Ernest. Segundo ele, não se pode buscar a natureza do pecado simplesmente por meio de um aspecto etimológico, pois isso não ajuda em quase nada. Ele pontua que há semelhança no uso da palavra pecado no Egito, Babilônia e Grécia. Assim, na sua concepção, o melhor é estudar a palavra pecado ainda que buscando seu sentido pelo vocabulário, dentro do contexto da fé. 
Na definição da palavra pecado, usando o vocábulo hata, fala de alguém que erra o alvo; é como alguém que atira uma pedra e erra seu ponto almejado (Jz 20.16). Pode ser aplicada no caso de alguém que segue uma viagem, mas que erra o caminho (Pv 19.2).
Outra palavra que descreve o pecado no sentido de perverter ou tornar mau é o vocábulo hebraico awôn (1 Sm 20.21). Pode-se entender que, somente pelo uso desses dois vocábulos, o pecado é algo que leva alguém a andar errado, perverso; ele jamais ajuda uma pessoa a alcançar o alvo certo, a se conduzir corretamente, pois é tortuoso, irregular, nunca segue um padrão de normalidade, verdade, santidade, justiça, retidão. O pecado é sempre sujo, imoral, não busca a pureza divina, o que é correto; por isso que separa o homem de Deus (Rm 3.23).
Vale dizer que, nas páginas do Antigo Testamento, o pecado é descrito quase por inteiro como pessoal. Quem o pratica o faz conscientemente e por sua própria decisão, isso porque o homem é um ser livre para fazer suas escolhas, decisões, ao contrário dos animais irracionais e das coisas; elas jamais podem pecar, pois não têm decisão sobre nada.
Sendo livre e tendo capacidade para fazer a escolha entre o bem e o mal, o Antigo Testamento fala de pecados cometidos pelo povo de Deus, tanto de modo coletivo como individual, lembrando que, por meio da nação ou pessoal, cada um seria responsável pelo seu próprio pecado (Dt 9.6-24; Sl 106.6-39; Is 59.1-8; Jr 2.4-28; Ez 16.14-58; Am 2.6,8; Mq 2.1,2).
O importante é entender que, segundo o Antigo Testamento, estão estampadas em suas páginas as ênfases proféticas contra Israel por causa de suas experiências com o pecado, evidenciando assim procedimento torto para com Deus, como também a falta de retidão. Esses profetas dissecaram não somente a raiz de uma palavra para falar do pecado e seus males, mas usaram figuras de linguagem corriqueiras com o propósito de mostrar o tanto que o pecado suja a pessoa que o pratica.
O profeta Jeremias falou da sujeira do povo de Deus, esclarecendo que ele estava sujo e precisava ser limpo, assim como faziam as lavadeiras (Jr 2.22). O profeta Isaías, falando do pecado do povo de Deus, afirmou que, por causa de sua prática, todos estavam doentes (Is 1.5,6). Na linguagem pastoril, uma ovelha que saísse do rebanho, considerada como desgarrada, era sinal de pecado (Jr 23.3). O agricultor descrevia o pecado como um trigo repleto de palhas que precisava ser peneirado (Am 9.9). 
Em se tratando de ouro, prata, minas, os objetos que precisavam passar por um refinamento eram comparados à vida daqueles que eram impuros, pecadores e precisavam de purificação (Ez 22.18.19). Para o construtor, quem praticasse ou vivesse no pecado seria comparado a uma parede torta (Am 7.8). Na linguagem da dona de casa, o pecado era comparado a um chão sujo (Is 14.23). Na visão do oleiro, quem cometia pecado era como um vaso com barro e pedras (Jr 18.1-4).
Note que em todo o Antigo Testamento o pecado é visto como algum ruim, sujo, feio, por isso é que Deus não ama o pecado, apenas o pecador; dele todos nós precisamos fugir, buscando a purificação por meio da fé em Cristo Jesus, o Filho de Deus, o qual tem poder para perdoar os nossos pecados.
No Novo Testamento
A ideia neotestamentária para pecado é hamartia. Trata-se de errar o alvo, por isso se chega ao fracasso, não alcançando o padrão estabelecido. Fora do seu sentido original, a palavra pecado alcançou sua universalidade e, nesse particular, ela é descrita categoricamente como princípio. 
Entende-se, à luz do Novo Testamento, que o pecado em si é um ato, mas também uma condição, ou seja, o que se pode fazer, praticar e, como condição, trata-se do estado em que a pessoa se encontra quando o comete. Ao lermos Romanos 3.23, o homem está na condição de pecador porque primeiramente o praticou, fez um ato.
João descreve o pecado como sendo um desvio desregrado da verdade que se conhece, de não proceder moralmente segundo a retidão exigida por Deus (1 Jo 3.4), assim ele salienta a condição humana sem a regeneração e tais práticas resultam de atos pecaminosos (Mt 15.19).
Nas páginas do Novo Testamento, está claro que o pecado faz o homem errar de direção, dos ideais divinos, pois se afasta daquilo que foi proposto por Deus, dos seus projetos, intentos benéficos. 
Fora do padrão estabelecido por Deus, o homem caminha a esmo e, desse modo, vive impiamente, o que pode ocasionar sérias consequências para sua vida, pois não corresponde ao ideal divino (2 Pe 2.6), que está contido em Jesus Cristo, o Filho de Deus, o qual deseja que sejamos semelhantes a Ele (Rm 8.29). Vivendo fora do modelo estabelecido por Deus, então o homem pratica os seguintes atos:
• Asebeia – Impiedade (2 Pe 2.6).
• Parabasis – Transgressão contra os princípios divinos (Mt 6.14; Tg 2.11).
• Paranomia – Quebra da lei, distanciamento da lei moral (At 23.3; 2 Pe 2.16).
Resumidamente, o Novo Testamento traça o pecado em diversas linhas de pensamento e modo, mas, em todas as suas definições, ele é apresentado negativamente, e que a cura para esse inimigo cruel é somente Jesus Cristo. Através do sacrifício feito por Jesus Cristo na cruz do Calvário, aquele que crê pode ser uma nova criatura.
Texto extraído da obra “O Governo Divino em Mãos Humanas”, editada pela CPAD. 
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