quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Lição 04 - 1º Trimestre 2020 - O que Cristo fez por nós - Jovens.

Lição 4 - O que Cristo fez por nós 

1º Trimestre de 2020
Introdução
I-A Morte Vicária
II-A Expiação
III-O Valor do Sacrifício de Cristo
Conclusão

Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Esclarecer o que significa o caráter vicário da morte de Cristo;
Demonstrar que a expiação salvadora de Jesus foi ilimitada;
Apresentar as características singulares do sacrifício de Jesus.
Palavras-chave: Jesus Cristo.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria de Telma Bueno:
INTRODUÇÃO
Todos os fatos a respeito da pessoa e da obra de Jesus Cristo são importantes, pois contribuem para que vivamos um Cristianismo autêntico e saudável. Embora o número de igrejas evangélicas venha crescendo no Brasil, estamos vivendo tempos difíceis, em que muitos se dizem cristãos, entretanto não conhecem o que Cristo fez por nós. Por isso, a relevância do tema desse capítulo. 
Juntos, refletiremos a respeito das características e os princípios espirituais que fazem parte da obra vicária de Jesus Cristo. Veremos que homem algum poderia ter feito o que Cristo fez por nós. Sua morte vicária não foi um acidente ou apenas uma escolha errada dos líderes judeus, ou um erro das autoridades romanas. A morte expiatória do Filho de Deus é na verdade a maior prova de amor que a humanidade experimentou. O sacrifício de Cristo nos prova o quanto Ele nos amou; um amor incondicional.  É fácil amar alguém que nos ama e que de alguma forma corresponde ao nosso afeto, mas Ele nos amou quando ainda não o conhecíamos: “Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). O nascimento de Jesus fez com que a humanidade decadente e que andava em trevas visse a luz. 
Jesus poderia ter se salvado da vergonhosa morte da cruz?  Sim!  No Getsêmani Ele orou pedindo ao Pai Celeste que, se possível, Ele não tomasse o cálice de sofrimento que lhe estava reservado, contudo, por amor, preferiu fazer a vontade do Pai e suportou tamanha aflição e dor. Não se esqueça de que Ele poderia ter evitado a dor e a vergonha da cruz, e num piscar de olhos, ter dado fim aos seus algozes. Entretanto, por amor e compaixão por nós, submeteu-se até mesmo aos seus inimigos. 
Você já parou para pensar que nós tivemos uma participação naquela triste manhã no Monte do Calvário? Tivemos participação pois nossos pecados estavam sobre aquela cruz. O Filho de Deus tomou sobre si as nossas dores, as nossas enfermidades os nossos pecados (Is 53.4). Hoje só cabe a nós crer, reconhecer e aceitar o seu sacrifício como a única maneira de reconciliação com Deus. Jesus enfrentou toda a sorte de dores, angústias, traição e violação de direitos por amor — para a nossa salvação e vitória.  Que esse capítulo nos ajude a refletir e aceitar, com gratidão, tudo que Ele fez e continua a fazer por nós. 
I – A MORTE VICÁRIA
A salvação do homem mediante o sacrifício vicário de Jesus é o tema central das Escrituras Sagradas. Já no Livro de Gênesis encontramos a questão da redenção (Gn 3.15). O sistema sacrificial do Antigo Testamento, instituído pelo Senhor, e entregue aos hebreus por Moisés, apontava para um sacrifício maior e perfeito: o de Jesus Cristo. Os sacrifícios foram a forma que o Deus que é Santo utilizou para que seu povo não fosse consumido pelos seus atos pecaminosos. Mediante o sacrifício de animais — bodes, carneiros, bois, pombinhos —  o homem tinha seu pecado encoberto e assim podia se aproximar do Senhor, desfrutar de sua comunhão e bênçãos (Lv 1; 6.8-13; 8.18-21;16.24). Segundo Daniel B. Pecota1 “os atos salvíficos do Antigo Testamento vão preparando o palco para o derradeiro ato salvífico que seria realizado pelo Filho Unigênito de Deus.”  Entretanto, é importante ressaltar que o sistema de sacrifícios da antiga aliança não incluía toda a humanidade. Todavia, a morte vicária de Cristo foi em favor de toda a humanidade. Todos foram alcançados por um único ato de amor. 
Antes de morrer Ele sofreu por mim 
O propósito de Deus em relação ao sacrifício de Jesus é único. A finalidade nunca foi nos trazer benefícios ou vantagens, como libertação, cura e vida eterna. Cristo não morreu para nos trazer favores e privilégios. Precisamos compreender que Ele morreu em nosso lugar, ou seja, “ao invés de”. Ao morrer na cruz, Jesus assumiu as nossas culpas e tomou para si a penalidade dos nossos pecados. A morte vicária de Cristo foi um ato voluntário de expiação pelos nossos pecados. Jesus, nosso sacrifício perfeito, se entregou voluntariamente para morrer em nosso lugar (Mt 27.35,36; Ef 5.2; Hb 7.26). No madeiro Ele carregou o peso dos nossos pecados, e seu corpo foi moído por nossas iniquidades; seu sofrimento foi físico, emocional e espiritual. Jesus foi torturado, foi traído por seu discípulo e vendido por trinta moedas de prata; Pedro negou conhecê-lo. 
Todavia, Jesus não usou do seu poder para livrar-se da dor e do sofrimento. No Getsêmani, ao ser preso, um de seus discípulos, utilizando uma espada, cortou a orelha de um empregado do Grande Sumo Sacerdote (Mt 26.51). Porém Jesus, além de curar o homem, repreendeu duramente o discípulo. Ele afirmou que se quisesse, poderia pedir proteção ao Pai e Ele enviaria “doze legiões de anjos” (Mt 26.53) para livrá-lo.  
Ele entregou-se completamente
Não sabemos lidar com a morte e nem mesmo gostamos de ouvir a respeito desse tema. Talvez, porque não fomos criados por Deus para morrer. A morte física e espiritual é uma das consequências da Queda. Todavia, como cristãos, ela não nos amedronta, pois temos uma esperança viva  — Jesus. Ele venceu a morte. 
No mundo antigo, a morte era algo que causava pavor. Quem sabe tenha sido uma das razões dos discípulos de Jesus terem ficado tão abatidos e decepcionados ao verem aquEle que eles acreditavam que iria redimir Israel, ser crucificado e morto. Observe o que nos diz Jeremiah Johnston2 a respeito da morte no mundo grego-romano: 
No mundo greco-romano, a morte significava o fim. Não havia esperança, somente pesar. Por isso que o ministério de Jesus foi absolutamente notável. Ele não somente predisse a sua própria morte e ressurreição corpórea (Mc 9.31), como também encarregou seus discípulos de pregar o Reino de Deus e “ressuscitar os mortos” (Mt 10.8). 
Muitos, até os dias atuais, discutem e desejam saber quem foram os culpados e responsáveis pela morte de Jesus. Os culpados não foram os judeus e nem mesmo os romanos. Toda a humanidade foi responsável pela morte do Filho de Deus, pois todos pecaram (Rm 3.23). Tudo começou com a desobediência de Adão e Eva. O pecado entrou no mundo por intermédio de um homem e contaminou toda a humanidade (Rm 5.12). Contudo, Deus não foi apanhado de surpresa; o Senhor em sua presciência, desde a fundação do mundo, já havia preparado um Cordeiro para morrer pelos pecados da humanidade (Ap 13.8). A morte de Cristo foi determinada por Deus antes mesmo da Queda, para resgatar toda a humanidade (Jo 1.29). Se você ler a genealogia do Salvador, registrada por Lucas, verá que Adão é chamado de filho de Deus (Lc 3.38). Apesar da aparente vitória do pecado e do Diabo sobre a humanidade, Jesus, o segundo Adão, veio para resgatar-nos: “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Co 15.22).  
Jesus entregou-se por nós voluntária e inteiramente. Como homem, experimentou a dor física e emocional; sua agonia foi devastadora. Mas Ele sempre deixou claro para os seus discípulos que viera ao mundo não somente para ensinar, curar e anunciar o Reino de Deus, mas para morrer por toda a humanidade. Você já parou para pensar que tudo que Ele sofreu foi por amor a nós?  Ele não veio a este mundo tenebroso por causa dEle mesmo, todavia Jesus veio para nos salvar. Embora o Salvador tenha sido acusado de blasfêmia e de traição em uma corte civil, Ele não foi vítima de uma injustiça cometida pelo Sinédrio ou por Pilatos: Jesus foi punido diante de Deus, em nosso lugar, por amor a nós. 
Assim como Ele fez, façamos nós também
No capítulo 12 da Carta aos Romanos, Paulo faz um apelo: “Rogo-vos pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus [...]”.  Como cristãos, devemos apresentar nossos corpos em sacrifício vivo a Deus, assim como Jesus o fez. A palavra grega utilizada em Romanos 12.1 é thysia, que significa sacrifício ou oferta.  Aqui Paulo faz um paralelo com o sistema de sacrifício levítico do Antigo Testamento. No entanto é importante compreender que o nosso sacrifício, ao contrário daquele da Antiga Aliança, deve ser apresentado vivo. Também é necessário que seja santo, quer dizer, separado exclusivamente para o serviço de Deus. Só assim teremos a garantia de que estaremos vivendo um evangelho vivo, autêntico e que agrada a Deus, pois nos identifica com Jesus. 
Assim como Cristo, ofereceu voluntariamente sua vida, seu corpo, para morrer em nosso lugar, também carecemos de ofertar nossos corpos e mentes em sacrifício vivo a Deus. Cristianismo sem sacrifício, sem renúncia, sem entrega não é cristianismo. 
A entrega da nossa vida a Deus exige amor e sacrifícios.  Na atualidade, a palavra “amor”, embora muito utilizada, quase sempre aparece associada a “sentimentos”. Entretanto, não é esse o significado de ágape no Novo Testamento. O amor cristão é resultado do amor de Deus em nós mediante Jesus.  O amor é um fruto do Espírito e uma das evidências da nossa regeneração. “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm 12.9,10). Dessa forma o amor que nos leva a nos doarmos em favor do nosso próximo, assim como Cristo fez por nós, não pode ser algo fingido, isto é, praticado com hipocrisia. Ele é legítimo e nos leva a ver o outro antes de nós mesmos. 
Cristo deu voluntariamente a sua vida por nós para que vivamos como “sal” e “luz” da Terra. O cristão não pode viver de qualquer maneira e muito menos na apatia: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11). No grego “vagarosos” é okneros, que tem o sentido de preguiçoso, descuidado e indolente. Ser fervoroso não significa ser religioso, mas significa ser alcançado pela graça e andar de acordo com ela.

II – A EXPIAÇÃO
Expiação é a “purificação de crimes ou faltas cometidas”. Mas precisamos conhecer melhor o real significado desse termo, pois é a palavra-chave do tópico. Então, vejamos uma das definições de Charles Finney 3
A palavra “expiação” vem do termo hebraico cofer. Trata-se de um substantivo do verbo caufar, cobrir. O cofer ou a cobertura era o nome da tampa ou cobertura da arca da aliança e constituía o que era chamado propiciatório. A palavra grega traduzida por expiação é katallage. Isso significa reconciliação com o favor ou, mais estritamente, os meios ou condições para que haja reconciliação com o favor; de katallasso, “mudar ou trocar”. O significado estrito do termo é substituição. Um exame dessas palavras originais, no contexto em que se apresentam, mostrará que a expiação é a substituição governamental da punição dos pecadores pelos sofrimentos de Cristo. São os sofrimentos de Cristo cobrindo os pecados dos homens.
O sacrifício de Cristo foi expiatório, pois Ele tomou nossos pecados sobre si e foi punido em nosso lugar. No momento da sua morte na cruz, o véu do Templo se rasgou em dois, de alto a baixo (Mt 27.51), abrindo o caminho para  que o homem redimido possa desfrutar novamente da comunhão e de uma nova vida com Deus. Durante centenas de anos esse caminho esteve bloqueado pela Queda, pelo pecado, mas agora foi aberto para todo o sempre pelo Filho de Deus, mediante a expiação (Ef 2.18; Hb 10.19,20). 
No Antigo Testamento, sob a lei mosaica, a expiação pelo pecado se dava mediante o sacrifício de um animal inocente e sem defeito algum. Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe4  “o derramamento do sangue era a evidência da morte”. “Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida” (Lv 17.11). 
“E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação” (Rm 5.11). O termo grego utilizado aqui para reconciliação é katallage cujo significado é  “expiação.
A expiação e a salvação
“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21). Esse texto bíblico aponta para a obra expiatória, salvífica de Jesus. Éramos inimigos de Deus e escravos do pecado, porém Jesus, mediante sua morte na cruz, trouxe-nos para uma vida de harmonia e reconciliação com Deus.  A nossa salvação e reconciliação com o Todo-Poderoso é resultado da graça, do favor divino e hoje todos os que creem em Jesus podem alcançá-la. 
O pecado, na sua universalidade, alcançou e contaminou toda a raça humana, por isso foi preciso que Deus enviasse à Terra um Salvador (Rm 3.23).  Segundo as Escrituras Sagradas, todos estão debaixo do jugo do pecado. Logo, a necessidade de uma salvação e de um Salvador é universal. O apóstolo Paulo afirma que todos, ou seja, tanto os gentios como os judeus — o povo escolhido de Deus — mas que não andavam de acordo com as suas ordenanças, estavam sob o domínio do pecado. Somente a justiça de Deus, revelada em Jesus, é suficiente para nos salvar e libertar do pecado que afastou o homem de Deus, contudo sua misericórdia nos permite a reconciliação mediante Jesus Cristo. 
Tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, a necessidade de reconciliação é colocada pela decisão misericordiosa, sábia e onipotente de Deus, de satisfazer sua santidade e sua justiça, além de cumprir seu propósito a favor do homem pecador, culpado, alienado e impotente. O homem, em seu pecado, está obviamente em uma condição inapropriada para a comunhão com Deus, e um destino junto dele.5 
Um amor que não tem limites ou sobre a expiação ilimitada
Vivemos em um mundo que está mergulhado em trevas e que carece do amor, do perdão e da graça divina. O pecado tem cegado o entendimento de muitos e as pessoas já não conseguem mais compreender o real significado da palavra amor e muito menos amar o próximo como Jesus nos ensinou (Mt 22.39). À medida que o amor vai esfriando, a maldade, a frieza e a ganância dos homens têm aumentado e levado milhares à morte ou a viverem de forma desumana. 
Mediante a miséria do mundo, muitos perguntam: Quem é o culpado pela violência e a infelicidade do mundo atual?   Deus seria o culpado? O que deu errado? Nós cristãos, embora tenhamos a Palavra de Deus, não temos uma resposta pronta para todas as mazelas da humanidade, mas temos uma certeza: Deus não pode e nem deve ser responsabilizado por toda maldade que existente. Sabemos que o caos em que vive a humanidade é resultado da Queda, do pecado. Deus é bom e ao longo da história tem procurado cuidar das suas criaturas e se relacionar com elas. O Senhor tem se revelado para a humanidade de diferentes maneiras e uma delas é por intermédio da criação (Rm 1.20). No entanto, hoje Ele também se faz conhecido mediante a sua maior e melhor revelação: Jesus Cristo. O Salvador veio ao mundo por amor, seu propósito era e é salvar, curar e libertar a humanidade decaída. Quando Jesus esteve em carne aqui na Terra, Ele demonstrou seu amor e sua autoridade sobre o mundo criado, realizando vários milagres a fim de ajudar os aflitos e necessitados. Jesus acalmou o mar bravio, salvando seus discípulos de uma grande tormenta (Lc 8.22-25). Ele curou os doentes, deu pão para os famintos, libertou os oprimidos pelo Diabo, tratou as mulheres com amor e respeito; só fez o bem, pois seu coração transbordava o amor que vem do Pai.  Ele é o Senhor, a quem o Pai Celeste deu toda a autoridade sobre tudo, inclusive para perdoar pecados e nos levar para o céu. Nietzsche, Freud, Karl Marx e tantos outros tentaram promover a ideia de que Deus não se importa conosco e que Ele é um ser distante e impessoal. Também fizeram de tudo para proclamar o ateísmo, pois a fé nos aproxima de Deus e da Verdade. 
III- O VALOR DO SACRIFÍCIO DE CRISTO
Uma dívida que ninguém mais poderia pagar
Como poderíamos pagar o preço pela nossa redenção? Nossa dívida para com Deus era impagável. Segundo o salmista, “pois a redenção da sua alma é caríssima, e seus recursos se esgotariam” (Sl 49.8). Não foi com ouro ou prata que Cristo pagou as nossas dívidas; elas foram pagas com a sua própria vida, com o seu precioso sangue. Toda a humanidade estava perdida em seus próprios pecados. No texto de Romanos 3.9-20, Paulo nos mostra que todos, tanto os judeus como os não judeus, estão debaixo do poder da iniquidade. A Queda levou a humanidade para longe do Deus Pai.  Deus é Santo e os nossos pecados nos separam dEle. Então, quem poderia nos resgatar? Somente o Filho Unigênito de Deus. Ele foi enviado para nos trazer salvação e a vida eterna. O Filho foi gerado por Deus: “Tu és meu Filho, hoje te gerei [...] eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho” (Hb 1.5). A expressão “Filho de Deus” indica a natureza divina de Jesus. Ele compartilha da mesma essência e da mesma natureza do Pai. 
Uma vez sob o domínio do pecado, o homem não poderia e jamais poderá libertar a si mesmo. O povo hebreu, sozinho também não poderia ser liberto da escravidão do Egito, do jugo de Faraó. Foi preciso um libertador, Moisés. Da mesma forma a humanidade também precisa de um libertador. O pecado além de nos afastar de Deus, interrompendo nossa comunhão com o Pai, tem também o poder de distorcer os valores divinos, alterando o caráter e o comportamento do homem em sociedade. Saiba que a falta de valores ou valores invertidos são uma das características da humanidade caída. Somente em Cristo o homem pode ser liberto do pecado, pode encontrar a salvação e receber uma nova maneira de viver (2 Co 5.17). 
Sobre uma visão do Apocalipse
O texto de Apocalipse 5.1-5 nos mostra uma das revelações que João, autor do livro de Apocalipse, tem a respeito de um livro selado com sete selos. O fato do conteúdo do livro estar selado indica que sua mensagem estava oculta aos homens. João prossegue com sua narrativa enfatizando que “ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele” (v. 3). Tal revelação, de que homem algum era digno de abrir o livro, comoveu o coração de João fazendo com que ele lamentasse e chorasse. Qual o significado de tamanha comoção e de tal revelação?  O significado é profundo para todo cristão, pois se trata de uma verdade que jamais podemos nos esquecer: “Sem a pessoa de Jesus Cristo e sua obra de redenção, a história é um enigma”.6  
A história humana só tem significado em Jesus Cristo. Ele é a razão de tudo e de toda a história. Quer a humanidade aceite ou não, tudo, no céu e na Terra está debaixo do senhorio de Cristo, e sem Ele não há redenção. O Messias conquistou, na cruz, uma grande vitória para toda a humanidade. Sua morte expiatória foi uma vitória sobre o pecado, sobre o Inimigo e sobre a morte. O julgamento e a derrota final de Satanás ainda estão por vir e se dará quando da segunda vinda de Jesus. Cristo voltará não mais como um frágil bebê em uma manjedoura; Ele virá como o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, o vencedor (v. 5).  Porém, podemos nos alegrar pelo fato de que Jesus Cristo já derrotou os poderes do Inimigo em sua encarnação, morte e ressurreição. 
Aquela cruz era minha
Na cruz, Jesus nos substituiu. Ele tomou o nosso lugar assumindo sobre si toda a condenação que era nossa. Mediante um único, porém perfeito sacrifício, Ele pagou todas as nossas dívidas. A expiação de Jesus faz da salvação a maior dádiva de Deus para toda a humanidade. Expiação significa “remir a culpa”. Com a remissão vem também a “reconciliação” com Deus. Fomos reconciliados com o Altíssimo mediante a cruz (2 Co 5.19; Ef 2.11-19). Você é grato por sua salvação? Pelo sacrifício que Jesus fez em substituição por sua vida? Seja grato! Louve por tão grande e maravilhosa redenção. Jamais se esqueça do alto preço que foi pago a fim de que o Deus que é absolutamente santo o aceitasse (reconciliação) e declarasse a sua justificação.  
Como poderia haver uma ação em que a justiça fosse feita de forma a satisfazer, simultaneamente, a justiça de Deus por um lado, e seu amor por outro, quando a questão era salvar os homens culpados e impotentes? Em  sua sabedoria e poder eternos, em sua consistência interna de seu próprio ser, Deus tinha em si mesmo, desde o princípio, a resposta para esta pergunta. Resolvida historicamente na ação registrada nas Escrituras, esta resposta residia na pessoa e na obra de Jesus Cristo, o Filho de Deus, encarnado, em  quem todas as exigências de justiça foram atendidas, tanto ativamente, em sua vida, ao cumprir a lei perfeitamente em nosso lugar, como passivamente, em sua morte, ao morrer sob a penalidade da lei infringida (mesmo sem jamais ter pecado). Portanto, o propósito de justiça e amor absolutos foi cumprido, e o homem foi liberto da culpa e do poder do pecado, e restaurado à eterna comunhão com Deus.”7 
A morte e a ressurreição de Jesus foram reais, não se trata de um filme de Hollywood. Antes de ser crucificado, os soldados bateram em Jesus e puseram em sua cabeça uma coroa de espinhos. O que é o nosso sofrimento diante de tamanha dor?  Os guardas romanos zombavam de Jesus e diziam: “Salve o rei dos judeus!” Depois de muita tortura Ele foi levado até o lugar da sua crucificação. A multidão que havia se beneficiado com seu pão, seu amor e seus milagres, agora assistia a tudo e gritava: “Crucifica-o!” Algumas pessoas que amavam a Jesus choravam ao ver o seu sofrimento, outras riam e zombavam dEle. Todavia, o Salvador poderia ter enviado muitos anjos e castigado aquelas pessoas. Mas, Ele sofreu por amor a nós. 
Jesus levou a sua cruz até um monte chamado Gólgota. Ali foi crucificado. Em nenhum momento vemos Jesus reclamando ou brigando com os soldados romanos. Enquanto estava na cruz Ele disse: “Pai, perdoa estas pessoas. Elas não sabem o que estão fazendo!” Jesus foi colocado na cruz às nove horas da manhã e ao meio-dia, uma escuridão tomou conta da Terra. O dia virou noite. E ali na cruz Ele morreu! Infelizmente, algumas pessoas continuam negando a morte de Jesus e a sua ressurreição. Tal ideia só reafirma a verdade bíblica de que a cruz de Cristo é escândalo e loucura para os que perecem (1 Co 1.23). 
CONCLUSÃO
Homem algum pode chegar ao céu por seus próprios méritos, sua força ou bondade. A salvação é uma provisão de Deus, uma dádiva que é alcançada somente pela fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus que morreu a fim de expiar os pecados de toda a humanidade. O nascimento, a morte e a ressurreição de Jesus são, e continuarão sendo, o maior e mais importante acontecimento da história. É impossível chegar até Deus sem Jesus. Todos os que querem perdão dos pecados precisam se encurvar diante da cruz. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
FINNEY, Charles. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. 
HORTON, Stanley M. TEOLOGIA SISTEMÁTICA: Uma perspectiva Pentecostal. 19ª impressão, Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
JOHNSTON, Jeremiah J. InimaginávelO que nosso mundo seria sem o cristianismo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018. 
LADD, George. Apocalipse: Introdução e Comentário. 9.ed. São Paulo: Edições Vida Nova e Associação Religiosa Mundo Cristão, 1992.

*Adquira o livro do trimestre. Jesus Cristo: Filho do Homem: Filho de Deus. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 HORTON, Stanley M. (ed.) Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 19ª impressão. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 337.
2 JOHNSTON, Jeremiah J. Inimaginavél: O que nosso mundo seria sem o cristianismo. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 42.  
3 FINNEY, Charles. Teologia Sistemática. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 280.  
4 Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 749. 
5 Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 749. 
6 LADD, George. Apocalipse: Introdução e Comentário. 9.ed. São Paulo: Edições Vida Nova e Associação Religiosa Mundo Cristão, 1992, p. 63. 
7 Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 750.

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

Lição 04 - 1º Trimestre 2020 - Os Atributos do Ser Humano - Adultos.

Lição 4 - Os Atributos do Ser Humano 

1º Trimestre de 2020
ESBOÇO GERAL
I – A ESPIRITUALIDADE HUMANA 
II – A RACIONALIDADE HUMANA
III – A SOCIABILIDADE HUMANA
IV – A LIBERDADE HUMANA
V – A CRIATIVIDADE HUMANA E O TRABALHO

A RACIONALIDADE HUMANA
Claudionor de Andrade
Tenhamos em mente esta proposição: Deus é um ser racional. Logo, há perfeita harmonia entre a genuína razão e a fé bíblica. Por isso mesmo, Ele requer, de cada um de nós, um culto racional. 
1. Deus é um ser racional. Certa vez, o Senhor desafiou o povo de Judá, que caíra na apostasia, a arrazoar acerca do verdadeiro caminho (Is 1.18). Portanto, Ele requer de seus servos uma postura racional, porquanto dotou-nos de razão. Não temos uma natureza animal e bruta, mas racional e inteligente (Sl 32.9).
De acordo com a Bíblia Sagrada — o mais razoável e lógico dos livros —, a razão é o instrumento com que o Criador nos dotou, a fim de administrarmos o universo visível. Não há, pois, incompatibilidade entre a razão, quando usada corretamente, e a genuína fé em Deus. Embora esta se ache acima daquela, entre ambas não há qualquer antagonismo.
Em sua Epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo demonstra que os gentios, ao atentarem razoavelmente à criação divina, chegam a uma conclusão mais do que lógica: a existência do Único e Verdadeiro Deus. Haja vista o ocorrido em Atenas. Apesar de todos os altares dedicados, ali, ao panteão grego, havia um espaço singular consagrado ao Deus Desconhecido.
Tributamos erradamente a Aristóteles (384-322 a.C.) a invenção da lógica, pois tal ciência, cujo objetivo é investigar nossas operações intelectuais, não foi inventada por homem algum; é um recurso que Deus colocou na alma de todos os seres humanos. Se dela fizermos bom uso, lograremos descobrir as verdades que estão ao nosso alcance. Mas, se a alimentarmos com inverdades, concluiremos enganos e mentiras, pois nem tudo o que é lógico é verdadeiro. 
No que tange à lógica, como legítimo instrumento de pesquisa, Salomão usou-a de forma sistemática bem antes de Aristóteles e de Francis Bacon (1561-1626). Assim escreveu o mais sábio dos homens: “Eis o que achei, diz o Pregador, conferindo uma coisa com outra, para a respeito delas formar o meu juízo [...]. Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias” (Ec 7.27-29, ARA).    
2. A harmonia entre racionalidade e espiritualidade. A verdadeira espiritualidade manifesta-se de maneira racional, porquanto o nosso Deus é um ser racional por excelência. Ele não é de confusão (1 Co 14.33). Para que o agrademos, o Espírito Santo nos desenvolve a inteligência espiritual (Cl 1.9).
Se Deus não fosse um ser racional, nós também não o seríamos, porquanto Ele nos criou segundo à sua imagem e semelhança. E, nessa semelhança e imagem, encontra-se, logicamente, o atributo da racionalidade. Doutra forma, a comunhão da criatura com o Criador seria impossível, porque jamais viríamos a entendê-lo, nem Ele, apesar de toda a sua ciência e presença, lograria compreender-nos. Mas, sendo Ele um Ser perfeitamente racional e infinitamente sábio, criou seres racionais e também sábios: anjos e homens. É claro que a nossa racionalidade e sabedoria são imperfeitas e limitadas, quando comparadas à razão e ao saber divinos, mas tais limites e imperfeições não nos incapacitam de ouvir e entender o Pai Celeste.
Que Deus é um ser racional, não há dúvida. Todavia, não necessita Ele de operações intelectuais, como a lógica, para descobrir o que é certo e errado, ou o que é verdade e mentira. Ele sabe de todas as coisas; conhece-as absolutamente desde o princípio até o fim; presente, passado e futuro não lhe constituem qualquer mistério. Enfim, Deus não precisa raciocinar para concluir que dois mais dois são quatro, porque não somente as operações matemáticas, como a própria matemática, saiu de seu espírito. NEle, e somente nEle, residem todos os tesouros da ciência.
Embora perfeito em conhecimento, Deus revelou-se de tal maneira à humanidade, que até mesmo a criança mais débil e o homem mais ignóbil são capazes de compreender as belezas e mistérios do Evangelho, conforme o Filho, exultante, agradece ao Pai: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado” (Lc 10.2, ARA). Por esse motivo, o Senhor Jesus ordenou-nos a pregar as Boas Novas a toda a criatura, porque todos, até mesmos, os loucos, são habilitados, pelo Espírito Santo, a entender, aceitar e viver as verdades evangélicas (Is 3.8). Caso contrário, a mensagem da cruz seria algo tão inútil como as filosofias que, forjadas nas academias mundanas, são ininteligíveis até mesmo aos que as escrevem.
Quanto aos sábios deste mundo, que confiam no próprio saber e fazem da lógica a sua pedra de esquina, o Evangelho torna-se algo incompreensível, louco e escandalizável, conforme escreve Paulo aos irmãos de Corinto: 
Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos. Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação. Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. (1 Co 1.18-25, ARA)
Há os que ensinam que só viremos a compreender o Evangelho de Cristo, se nos munirmos de um método hermenêutico de comprovada eficácia. Uns propõem o histórico-crítico. Outros, o histórico-gramatical. Ainda outros sugerem a desconstrução sumária dos profetas e dos apóstolos, a fim de se erguer, sobre os despojos dos autores sagrados, um evangelho que, rigorosamente, em nada lembra o Evangelho de Cristo, que Paulo pregava com poder e graça (1 Co 1.18; Gl 1.8). 
Quanto a mim, proponho um método comprovadamente eficaz: o canônico, cuja essência é resumida nesta proposição áurea — a Bíblia interpreta-se a si mesma. Foi o método, aliás, utilizado pelos apóstolos e evangelistas do Novo Testamento (At 7; 8.35). O Cristo fez uso desse recurso (Lc 24.27). Colocando-o em prática, valemo-nos de outra proposição igualmente áurea: o Espírito Santo é o real intérprete da Bíblia Sagrada.
Tenhamos em mente, pois, um dos atributos mais sublimes da Palavra de Deus: a conspicuidade — a excelência daquilo que é claro e perceptível. No Salmo 119, o autor sagrado discorre sobre as qualidades da Bíblia Sagrada; um livro que restaura o sábio e dá vida ao ignorante. Mas, para que isso ocorra, é necessário que tanto um quanto outro se curvem à soberania das Escrituras Sagradas.     
3. O culto racional agrada a Deus. Posto que Deus é um ser racional, devemos cultuá-lo racionalmente (Rm 12.1). Isso significa, antes de tudo, que a nossa adoração ao Pai Celeste tem de ser perfeitamente entendida, explicada e praticada (Êx 12.26; 1 Pe 3.15). Doutra forma, não terá valor algum (Jo 4.22). Aliás, o culto cristão é o mais racional de todos, apesar de parecer, para os incrédulos, escândalo e loucura (1 Co 1.18,24).
O culto que rendemos a Deus tem de ser racional, mas não pode ser racionalista, nem deve estar submisso ao racionalismo. Essa proposição não é um jogo de palavras, nem um mero ornato retórico; é algo a ser observado em todos os nossos atos de adoração ao Todo-Poderoso. Ela traduz plenamente o que Paulo ensinou à igreja em Roma: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1). Não sei quantas vezes li essa passagem. Mas, somente agora, começo a descobrir-lhe as reais belezas e mistérios.
Antes de tudo, atentemos à recomendação que o apóstolo faz aos irmãos de Roma. Solícito e preocupado, escreve-lhes: “Rogo-vos”. Tal expressão é usada, no grego moderno, para se pedir um obséquio a alguém: “Parakaló”, “por favor”. Então, gentilmente, o apóstolo dirige-se àquele rebanho, para implorar-lhe um grande obséquio não para si, mas para cada uma daquelas ovelhas: a apresentação de seus corpos como sacrifício vivo a Deus, que é o seu culto racional.
O culto a Deus deve ter início no lugar mais reservado e santo de nosso ser — o espírito: a sede de nossas afeições e sentimentos. A fim de qualificar esse ato cultual, o apóstolo escolhe o termo grego latreia, para mostrar-nos como deve ser a adoração que agrada a Deus. Essa palavra denota serviço único, adoração singular, devoção excelente e entrega incondicional. Mas, para alcançar tais qualidades, o culto não pode ser marcado apenas por emoções e sentimentos. Precisa ser caracterizado, em primeiro lugar, pela racionalidade, que nos advém da leitura piedosa e atenta das Sagradas Escrituras.
O adjetivo “racional”, usado por Paulo, advém do termo grego logikos, que, num primeiro momento, pode ser traduzido como lógica e razão. Mas, aqui, suplanta tanto a razão quanto a lógica, mas não as contradiz quando legitimamente usadas.  Os gregos e romanos, conquanto ilustrados e cultos, não sabiam como harmonizar a razão com o culto ao Deus Único e Verdadeiro. Por isso, ostentando um saber que jamais tiveram, fizeram-se loucos devido à sua vida libertina e devassa (Rm 1.22). Os discípulos de Cristo, porém, em virtude de sua pureza e santidade, mostravam, na prática, um culto racional e, ainda, apresentavam a razão de sua fé e serviço a Deus: “antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3.15, ARA).
No verdadeiro culto a Deus, a latreia precede a leitourgia. Que nos lembremos dessa proposição em todos os nossos atos cultuais. Se a nossa adoração particular não for caracterizada pelo amor e pela racionalidade de que fala o apóstolo, o nosso culto público tende a ser frio, mecânico e formal. Assemelhar-nos-emos aos judeus contemporâneos de Isaías. Não obstante todo o seu aparato cerimonial, louvavam a Deus apenas com os lábios, pois o seu coração achava-se longe do Senhor. 
Quando se chega a esse estado de decadência espiritual, a adoração — latreia — torna-se idolatria, e o serviço público a Deus — leitourgia — redunda num mero e pecaminoso liturgismo. Nessas condições, o que deveria ser um culto racional converte-se numa reunião racionalista, na qual as razões humanas suplantam a sabedoria divina. Daí, em diante, um racionalismo satânico começa a dominar todos os elementos da Igreja de Cristo — doutrina, teologia, cânticos, ministérios e a própria esperança na vinda do Senhor. 
O que Deus requer, de cada um de nós, é um culto verdadeiramente racional: a posse completa de nosso corpo, alma e espírito. Consagremo-nos inteiramente ao Senhor! Se não o fizermos, jamais o veremos.    
Texto extraído da obra “A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção”, editada pela CPAD. 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

sábado, 18 de janeiro de 2020

Eventos: Vem aí o 3º Congresso Nacional de Educação e Evangelização Infanto juvenil.

Vem aí o 3º Congresso Nacional de Educação e Evangelização Infanto juvenil 

Prepare já a sua caravana para participar do 3º Congresso Nacional de Educação e Evangelização Infantojuvenil, que será realizado no templo da Igreja Assembleia de Deus do Belenzinho - São Paulo (SP) nos dias 12 a 15 de março de 2020.
Nesta edição, o tema do evento será: “Ensinando em Tempos Difíceis”, baseado em 2 Timóteo 3.1. No dia 12, a equipe de credenciamento irá receber os inscritos a partir das 9h da manhã e às 19h teremos o Culto de Celebração pelos 80 Anos da CPAD. Você não pode ficar de fora!
As plenárias e seminários estarão refletindo sobre fortalecimento do ensino para as Crianças e Adolescentes, com temas atuais e relevantes, como: Abuso Sexual, Ideologia de Gênero, entre outros. Para isso, contamos com um time de preletores renomados que vem se destacando no ministério do ensino, nacional e internacional. Entre eles estão: o Presidente da CGADB, pastor José Wellington Costa Júnior (SP), Presidente do Conselho Administrativo CPAD, pastor José Wellington Bezerra da Costa (SP), Diretor executivo da CPAD, irmão Ronaldo Rodrigues de Souza, os pastores: Guilherme Schelb (PR), Terry Linhart (EUA), Alexandre Coelho (RJ), Douglas Baptista (DF), Jamiel Lopes (SP), os professores: Joane Bentes (Tia Jô - PR), Telma Bueno (RJ), Marcos Tedesco (SC), Anita Oyazu (SP) e Helena Figueiredo (RJ) e as psicólogas: Dra. Elaine Cruz (RJ) e Dra. Valquíria Salinas (SP).
Ao todo serão oito plenárias, 12 seminários e seis workshops. Como alguns seminários e Workshops acontecerão no mesmo dia e horário, cada congressista poderá escolher, na hora da inscrição, quatro seminários e dois workshops para participar.
Também teremos a presença confirmada da Ministra da Educação, Dra. Damares Alves (DF) e da Deputada Marta Costa (SP). No Louvor, os adoradores com selo CPAD Music estarão abrilhantando este evento com belos hinos: Victorino Silva, Lília Paz e Marcelo Santos.
INSCRIÇÕES:Investimento: R$ 145,00 ou 5x R$29,00 (sem alimentação) e R$195,00 ou 5x R$ 39,00 (com alimentação)
SITE: http://www.cpadeventos.com.br/eventos/3congressonacionalinfantojuvenil/
E você é o nosso convidado especial! 
SERVIÇO:
3º CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E EVANGELIZAÇÃO INFANTOJUVENIL
Data: 12 a 15 de março de 2020
Local: Igreja Evangélica Assembleia de Deus do Belenzinho – Novo Templo
Endereço: Rua Dr. Fomm, 140 - Belenzinho, São Paulo 03163-030
Como chegar: https://goo.gl/maps/fa4Phi4tQcHrTbF88
INFORMAÇÕES:Tel.: (21) 2406-7400 / 2406-7352
WhatsApp: (21) 96453-1287 / 96452-2990
E-mail: eventos@cpad.com.br

Artigo: A Escola Dominical e o papel do educador voluntário .

A Escola Dominical e o papel do educador voluntário 

Temos, em nossas igrejas, voluntários que se dedicam ao ensino da Palavra. São educadores que, de forma eficaz, estimam pela excelência do processo educacional e dedicam-se em alcançá-lo. Embora muitos não sejam formados em educação, o ideal é que busquem formação pedagógica e teológica entre outras, todavia, somos conscientes de que cada igreja/local existe uma demanda/realidade bem diferente. No entanto, precisamos seguir a orientação do apóstolo Paulo: “... se é ensinar, haja dedicação ao ensino;” o apóstolo chegou a comparar o ensino a um chamado divino (Rm 12.7). Ele recomenda, a todos que ensinam, dedicação ao máximo em fazê-lo. Esmero que trará positividades em relação à funcionalidade no ensino e, por conseguinte, evolução espiritual para seus alunos (educandos) (Lc 6.40; Jo 13.15; I Tm 4.12), sobretudo em relação a sua própria vida cristã (educador), (Sl 119.97-99).
O professor da escola dominical deve ser o primeiro a viver o que ensina. “Assim falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade”, (Tg 2.12). Na antiguidade o professor era aquele que, publicamente, professava a sua fé. Ele jamais deve subestimar seus alunos e/ou classe. Notarão se está sendo verdadeiro naquilo que discursa. Assim como perceberão se houve preparo adequado ou não para lecionar. Efetuar pesquisas no último momento e preparar plano de aula na correria nunca é uma boa escolha (II Tm 2.15). A partir do momento que o professor não se esforça para desempenhar o melhor, ele não apenas desrespeita seus alunos como peca contra Deus, “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não faz, peca”, (Tg 4.17).
Além de viver o que ensina o bom professor sempre procura conhecer bem seus alunos. Jamais deve acreditar que basta, por exemplo, pegar a revista e transmitir apenas o que está ali, por melhor que seja o seu trabalho de pesquisa, não é suficiente, faz-se urgente investimento na capacitação continuada. O professor da Escola Dominical deve sempre procurar conhecer a sua classe, particularmente cada um de seus alunos. É necessário que o educador se comporte com muita coerência, comprometimento, sobretudo para que tenha uma abordagem mais natural e eficaz.
No tocante ao preparo e a ministração da aula propriamente dita, os editores dos Estudos Bíblicos apresentam sugestões valiosas que nortearão os educadores da ED. Com rápidas adaptações afirmamos que a utilização da Bíblia precisa sempre ser a ferramenta primária como referencial absoluto do ensinador cristão, ela é suficiente e eficaz, (Hb 4.12); não negligenciar o altar da oração. Fazer pesquisas e anotações, procurando em outras fontes, ferramentas e subsídios para apenas complementação dos conteúdos. Organizar a ministração das aulas, sempre efetuar relações, objetivando evitar a antecipação da matéria a ser abordada. O educador deve esquivar-se do distanciamento dos assuntos propostos nas lições. Deverá ainda criar um ambiente sadio e dinâmico, sem monopolizar a fala oferecendo sempre respostas prontas. Por fim, deve buscar relacionar as mensagens unindo-as à realidade de seus alunos, confrontando verdades absorvidas/aprendidas, lembrando que tudo isso precisa fazer sentido para o aprendiz, dentro do seu contexto, seja ele cristão, social, familiar etc. Por isso saturemos o ambiente de: leitura, explicação e aplicação das Escrituras, tendo-as sempre como ponto de partida e conclusiva, (Jo 18.37; Mt 23.10; Jo 16.12-15; cf. 14.26).
No final de cada aula, faz-se necessário motivar os alunos quanto ao próximo assunto, apontando-lhes a possibilidade de absorverem mais conteúdos novos e, incentivando-os estudarem no decorrer da semana. O professor da EBD, não pode jamais descuidar da sua espiritualidade dependendo sempre da iluminação do Espírito Santo, orando, estudando e apresentando-se diante do Senhor como ferramenta de instrução a todos que necessitam, (Jo 14.15-26; Gl 3.24). Sobretudo, ter como prioridade em sua função acompanhar a transformação na vida dos educandos/alunos, com propósito de avaliar o sucesso do seu trabalho. Entre muitos fatores que existem, há dois grandes inimigos, pelo menos, que têm levado muitos a evasão da Escola Dominical, consequentemente a perda do interesse pelo ensino nas igrejas hoje em dia. A falta de criatividade, preparo do professor e dinamismo das aulas, (improviso é arma fatal).
O Professor precisa fazer com que sua aula seja algo interessante; não podemos exigir, impor, e/ou obrigar nossos obreiros, fiéis, alunos e amigos a estarem presente num ambiente saturado de monotonia, repetitivo faz-se urgente sermos criativos, embora tenhamos um excelente/profícuo material como recurso didático (revistas/subsídios), enfatizamos... Não trabalhamos para o Senhor numa “ESCOLA DA REVISTA”, ainda continua sendo, ou precisa transformar-se em uma ESCOLA BÍBLICA, portanto gaste tempo nisso, meditar na Palavra de Deus é nobre, porque a obra de Deus não é feita sem a Bíblia (II Tm 3.16,17). Criatividade e dinamismo são, em boa parte, o segredo do sucesso do professor eficaz. “O trabalho mais simples para Jesus tem mais valor do que a dignidade de um imperador” (C.H.Spurgeon).
Logo, faz-se necessário que os educadores/professores da ED enxerguem seu trabalho/ofício como um ministério que o Senhor lhe confiou, por esse motivo precisa ser realizado da melhor maneira possível, tem que ser prazeroso no contrário não há sentido fazê-lo, “E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis”, (Col 3.23-24). "o que ensina esmere-se”...(Rm 12.7), “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”,(Jo 9.4).
Bibliografia selecionada:
L. TOWNS, Elmer. Enciclopédia da escola dominical:  Um guia de referências práticas para a sua ED. 1ª edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
L. TOWNS, Elmer. Lo que todo maestro debe saber: 24 secretos que leayudarán a cambiar vidas. Editorial Patmos Weston, FL EE.UU, 2011.
Ezequiel Pereira da Silva é diácono da Assembleia de Deus do Ministério do Ouro Fino (RJ), exercendo a função de Pastor auxiliar. Licenciado em História, Bacharel em Teologia, Pós-graduado em Psicopedagogia, Pós graduando em Língua portuguesa, produção textual e oratória.

Artigo: A Importância da Didática para o Ensino Bíblico nos Espaços da Escola Dominical.

A Importância da Didática para o Ensino Bíblico nos Espaços da Escola Dominical 

A didática é a ciência específica da área do ensino. É a parte da pedagogia que trata dos preceitos científicos que orientam a atividade educativa de modo a torná-la mais eficiente. De acordo com o Dicionário Houaiss¹, o termo “didática” deriva da palavra grega didaktikê, que significa a arte de transmitir conhecimentos — a técnica de ensinar. A Didática é uma importante ferramenta para o trabalho realizado na Escola Dominical, tendo em vista que o ensino da Palavra de Deus não deixa de ser um ato pedagógico.
A forma como o aluno aprende é uma relação interdependente da maneira como o professor ensina. Logo, o professor que domina as técnicas de ensinar, adequadamente, consegue realizar o seu trabalho de maneira muito mais eficaz. O resultado disso são alunos satisfeitos com os conteúdos que são ministrados. Ao passo que as informações são abordadas com clareza é possível perceber que os alunos aprendem de forma prazerosa a Palavra de Deus. As metodologias de ensino utilizadas de maneira eficiente encontram aplicabilidade no cotidiano dos alunos. O professor que domina o conhecimento da didática alcança resultados satisfatórios no ato de ensinar. 
1. O trabalho do professor e a qualidade do ensino
O professor que preza por um ensino de qualidade e pela efetivação da aprendizagem de seus alunos, sabe que a ministração da aula não pode ser feita de qualquer maneira. Uma aula de alto nível de qualidade requer, primeiramente, o comprometimento do professor. Antes de se apresentar para ensinar seus alunos o professor precisa dominar o conteúdo que se propõe a ensinar. Muitos pensam que apenas conhecer a Bíblia é suficiente para ensiná-la. Todavia, o ensino da Palavra de Deus requer dedicação como afirma o apóstolo Paulo (cf. Rm 12.7). E, para tanto, é importante a leitura de bons comentários e dicionários bíblicos, livros de psicologia da aprendizagem, história, didática, dinâmicas aplicadas em sala de aula e outros materiais da área da educação.
Além dos recursos materiais e metodológicos o que não pode faltar é a cobertura da oração e uma vida no altar de Deus. Na educação cristã, quaisquer conhecimentos ou recursos humanos que possam ser utilizados tornam-se irrelevantes se não estiverem lado a lado com o auxílio advindo do Espírito Santo. Portanto, o professor que deseja fazer o seu trabalho com qualidade precisa dedicar tempo para aprofundar seus conhecimentos e aprimorar a sua habilidade de ensinar. 
2. Planejamento e plano de aula para a Escola Dominical
O planejamento é indispensável para a realização do trabalho do professor. Todas as ações pedagógicas com vista no funcionamento da Escola Dominical devem passar pelo crivo do planejamento. Planejar envolve delimitar tempo, espaço e recursos para executar ações do ensino. Na educação encontramos os principais tipos de planejamento e que também estão presentes nos espaços da Escola Dominical: o planejamento anual, o plano de curso, o plano de ação e o plano de aula².
O planejamento anual. Visa a organização das ações educacionais durante o período de um ano. Tais ações estão segmentadas de acordo com a faixa etária ou grupo de estudo: educação infantil, jovens e adultos, formação de professores, formação de obreiros.
Plano de curso. Envolve o planejamento de cada curso conforme o período de formação e a definição da grade curricular que lhe é necessária.
Plano de ação. Tem como finalidade a definição de ações específicas e necessárias a curto, médio e longo prazo. Estas ações podem envolver todo o curso ou apenas alguns setores e o prazo de execução depende da necessidade e do objetivo da ação.
Plano de aula. Considera o preparo das ações educativas e o curso de uma aula. Para tanto, o plano de aula está organizado das seguintes partes: objetivo, conteúdo, metodologia, recursos didáticos, avaliação e referências bibliográficas.
3. Métodos e recursos didáticos
A elaboração de uma aula de qualidade depende muito dos recursos que nela são aplicados. Para que o aluno, de fato, possa aprender é preciso que os conteúdos da lição sejam expostos da forma mais clara, objetiva e dinâmica possível. Nesta ocasião, tanto os recursos quanto os métodos são indispensáveis. Entende-se por método ou metodologia a maneira como os conhecimentos são abordados ou o caminho percorrido pelo professor para ensinar seus alunos.
O conhecimento pode ser apresentado ao aluno por diversas maneiras: oralidade, audiovisualidade, manuseio, exercícios de interatividade: trabalho em grupo, mapa conceitual, brainstorming (tempestade de ideias), simpósio, painel e outros. Já os recursos didáticos sãos os materiais ou ferramentas utilizadas como canais para exposição dos conteúdos: Datashow, quadro branco (lousa), caneta piloto, apagador, lápis de cor, caneta hidrocor, e outros³.
Considerações Finais
A partir dos conhecimentos apresentados pela Didática o professor tem à sua disposição as ferramentas técnicas apropriadas para preparar sua aula. Possuir as habilidades e competências necessárias para ensinar o conteúdo bíblico é fundamental para o professor que preza por uma aula de qualidade. A arte da didática acontece justamente quando o professor domina esses conhecimentos e proporciona ao aluno a facilidade para aprender. Para tanto, a arte de ensinar requer do professor a flexibilidade para adequar a metodologia certa na ocasião certa.
E, por fim, vale destacar que o ensino bíblico é essencialmente um ato pedagógico. Não apenas teológico, mas também pedagógico. O professor que domina a arte de ensinar e dela faz uso de maneira apropriada tem em mãos a possibilidade de oferecer um ensino em alto nível de qualidade e, consequentemente, fazer com que seus alunos desenvolvam as capacidades intelectuais necessárias para o aprendizado.
Referências:
1. HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2001.
2. RIBEIRO, Verônica N. C. Planejamento Educacional: Organização de Estratégias e Superação de Rotinas ou Protocolo Institucional. Divisão de Formação Docente. Universidade Federal de Uberlândia, 2014. Disponível em: http://www.difdo.diren.prograd.ufu.br.3. LEFEVER, Marlene. Métodos Criativos de Ensino: como ser um professor eficaz. 4ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
Por Thiago Santos.
Graduado em Pedagogia pelo Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro.
Pós-graduando em Gestão Escolar Integradora pela Universidade Castelo Branco.
Editor das revistas Juniores e Pré-adolescentes do setor de Educação Cristã. CPAD.
Professor de Escola Dominical das classes Adolescentes e Jovens.

Artigo: A Escola Dominical e seu desafio como agência transformadora de vidas .

A Escola Dominical e seu desafio como agência transformadora de vidas 

A Escola Dominical desempenha o papel de maior agência de estudo bíblico sistemático das Assembleias de Deus. Semanalmente, quase sempre aos domingos e no turno matutino, milhões de assembleianos se reúnem para estudarem as lições bíblicas. O currículo editado pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) divide-se em três segmentos: infanto–juvenil, jovens e adultos, e nesta formatação, alcança todas as faixas etárias da membresia. Portanto, temos a nossa disposição material didático de excelência para atingir o propósito de transformar vidas. Não obstante o currículo seja uma ferramenta indispensável, compete aqueles que ensinam esmerar-se em cumprir a vocação transformadora da Escola Dominical.
Educadores em geral já documentaram e comprovaram que o ambiente escolar tende a reproduzir as ideologias e os comportamentos do meio social em que estão inseridos [1]. Por conseguinte, para não cometer o erro de reeditar modelos educacionais e sistemas de ensino secularizados, o corpo docente da Escola Dominical deve ser vocacionado e capacitado para atuar como agente e multiplicador dos princípios éticos e dos valores morais do cristianismo. Para tanto, o pressuposto bíblico do material didático não pode servir apenas como referencial teórico, mas, sobretudo, como padrão para a práxis cristã evidenciada por perceptível transformação na vida dos alunos. Assim, para se manter como agência de transformação, a Escola Dominical deve enfatizar, entre outros, os seguintes aspectos:
A Bíblia Sagrada como principal fundamento
A Declaração de Fé das Assembleias de Deus professa crer “na inspiração divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada, como única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão” [2]. Esta afirmação enfatiza as Escrituras como sendo o único inspirado e inerrante fundamento para a vida cristã. E, embora não se possa desprezar a tradição da Igreja, as leis civis e criminais e nem tampouco os bons costumes adotados pela sociedade, para o cristão toda e qualquer prática e conduta precisa passar pelo crivo e pelo aval da Palavra de Deus (Hb 4.12). Quando nos distanciamos deste princípio fundamental de nossa teologia, a fé, a moral e a ética cristã são desvirtuadas. Já no século XIX a Igreja foi advertida acerca do perigo de relativizar as verdades bíblicas: “uma vez que permitamos que o verme corroa a raiz, não devemos ficar surpresos se os galhos, as folhas e os frutos, pouco a pouco, apodrecerem” [3].
Mediante tal constatação é dever do corpo docente e líderes da Escola Dominical conservar e preservar a autoridade da revelação divina, a fim de que as vidas continuem a ser transformadas. Os princípios bíblicos são imutáveis e universais, isto é, têm aplicação hoje, assim como o tiveram antigamente. Aquilo que as Escrituras consideram como pecado, permanece sendo pecado. A lei divina não pode ser revogada e ajustada aos interesses humanos. Os padrões da conduta cristã não sofrem mutações e não podem ser modificadas para atender o egoísmo e o hedonismo da raça humana. O texto bíblico permanece inalterado e imexível. Por isso, os valores cristãos são permanentes, pois a fonte de autoridade é permanente (Mt 24.35).
A formação do Caráter Cristão
Tendo ratificado a Bíblia Sagrada como pressuposto e fundamento para o ensino da Escola Dominical, as verdades reveladas nas Escrituras passam a ser medida normativa e agente de transformação de vidas. Os aspectos da salvação por meio da fé na morte expiatória de Cristo, a confissão de pecados e o arrependimento conduzem o cristão a andar em novidade de vida (Rm 6.4). A partir desta experiência de salvação uma série de desdobramentos culmina na formação do caráter cristão. O caráter se refere às características morais de uma pessoa, sua maneira de agir e de se comportar em relação à ética. Por exemplo, um crente salvo pauta suas atitudes segundo a moral bíblica e não de acordo com o contexto social em que está inserido. Foi neste diapasão que o apóstolo Paulo escreveu: “deixai a mentira, e falai a verdade... Aquele que furtava, não furte mais” (Ef 4.25,28).
Assim sendo, o caráter se desenvolve no discípulo a partir de instruções básicas e vida exemplar de quem lidera. Porém, “somente uma exemplar de quem lidera. Porém, “somente uma nova natureza habitada pelo Espírito Santo tem o poder fixador do caráter” [4]. Destarte, quando a formação do caráter torna-se prioridade na Escola Dominical, e não apenas o discurso, então é possível testemunhar a transformação na atitude e postura dos cristãos-alunos. O caráter cristão reflete os princípios e valores do cristianismo. Um crente fiel não só deve fazer diferença, mas seu comportamento também deve ser referencial para a sociedade [5]. Em consequência, velhos hábitos são abandonados, condutas reprováveis são descartadas e nítidas mudanças comportamentais são percebidas. Desse modo, aqueles que desenvolvem “a nova natureza de Cristo adquirem caráter que não somente perdura como também transforma” [6].
A práxis da Ética e da Moral cristã.
A ética e a moral sempre fizeram parte do dia a dia da humanidade. Quando os códigos ainda não estavam escritos e positivados a própria consciência estabelecia aquilo que devia ser observado (Rm2.14-15). Porém, para os cristãos, como já vimos, as Escrituras contêm os fundamentos da ética e da moral para a sociedade. Conceitualmente a ética trata dos princípios que orientam a conduta. E, em sincronia, a moral é a prática dessa conduta ética. Por exemplo, “se eu tenho um princípio ético que me orienta a dizer a verdade, minha conduta moral será mentir ou não” [7]. E este ponto é nevrálgico para o autêntico cristão que sempre dirá a verdade, ainda que a mentira possa lhe trazer alguma vantagem pessoal. Tal atitude comprova que a revelação contida nas Escrituras é para quem desfruta do caráter cristão a singular fonte inalterável devalores éticos e morais. Em contrapartida, infelizmente, na segunda metade do século XIX, o filósofo alemão Nietzsche (1844–1900) por meio de suas teorias retirou todo e qualquer vínculo da religião com os conceitos de ética e da moral. O efeito desta influência atingiram os séculos XX e XXI, que extremamente centrados no secularismo e relativismo, inauguraram uma assustadora crise ética e moral de ordem universal. E, por vezes, semelhante comportamento é reproduzido por pseudos-cristãos. Como resultado deste conflito, a Escola Dominical e seus líderes têm o atual desafio de transformar vidas em meio à desconstrução da ética e da moral cristã.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alicerçados na autoridade das Escrituras, na formação do caráter cristão e na práxis da ética e da moral, a posição cristã discorda que os valores devam ser avaliados pela medida humana. E por isso, diligentes contra-atacamos, por meio do estudo sistemático das doutrinas bíblicas tendo a Escola Dominical como importante agência nesta nobre tarefa de transformar vidas pela renovação do entendimento para que os homens possam “experimentar a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.12).
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS:
[1] BOURDIEU, Pierre e PASSERON, Jean C.. A Reprodução: Elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2014, p. 25.
[2] SOARES, Esequias (Org). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 21.
[3] COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 1998, p. 74-75.
[4] CARL, Henry (Org). Dicionário de Ética Cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2007, p. 91.
[5] LIMA, Elinaldo Renovato. O Caráter do Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2017,p. 9-10.
[6] CARL, Henry (Org). Dicionário de Ética Cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2007, p. 92.
[7] STEFFEN, Ronaldo. Cultura Religiosa. Canoas:ULBRA, 2017, p. 239.
Douglas Roberto de Almeida Baptista - Líder da Assembleia de Deus de Missão no Distrito Federal e do Conselho de Educação Cultura da CGADB. Graduado em teologia, filosofia e pedagogia. Mestre em Ciências das Religiões e Doutor em Teologia. Relator da Declaração de Fé das Assembleias de Deus e Comentarista das Lições Bíblicas para Adultos da CPAD.
Artigo extraído da Revista Ensinador Cristão, ano 20 - nº 78 (abr/mai/jun de 2019) 

Artigo: Ideologia de Gênero - Infantil.

Ideologia de Gênero 

A pessoa não pode ser menina ou menino quando quiser ser
Ao conceber um filho, pai e mãe passam a dedicar toda a atenção para o pequeno ser que, em pouco tempo estará chegando, trazendo alegria, expectativas e muitas preocupações. Desde o inicio da sua vida intra uterina, todo o investimento dos pais é para que o filho alcance um desenvolvimento pleno.
O pequenino embrião vai se desenvolvendo, após oito semanas já é um feto e após o nascimento um lindo bebê, menino ou menina Gn1.27. O sexo biológico identifica a criança em seu gênero. A partir daí, um longo caminho, marcado por diferentes fases, levará esta criança à fase de adulto. Fatores internos (maturação), fatores externos (meio ambiente) influenciarão o seu desenvolvimento físico, mental, emocional, espiritual e comportamentos. “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele”. Pv 22.6  
Ideologia de gênero é o termo que reúne um conjunto de ideias que desvincula o comportamento sexual do sexo biológico.  
Segundo esta linha de pensamento, ninguém nasce homem ou mulher, mesmo trazendo no nascimento evidentes diferenças anatômicas e funcionais. Cada indivíduo deve construir a sua própria identidade sexual, isto é, seu gênero ao longo da vida. Homens e mulheres, portanto, seriam apenas papéis sociais flexíveis, que representariam como e quando quisessem, independentemente do que a biologia determine como tendências masculinas e femininas. Assim, a proposta é desvincular a educação e orientação das crianças no seu sexo biológico. 
Este tema vem sendo debatido no Brasil com mais intensidade desde a estruturação do Plano Nacional de Educação (PNE) em 2014. A proposta do Ministério da Educação (MEC) era incluir temas relacionados com a identidade de gênero e sexualidade nos planos de educação de todo o país. 
Pais e professores estão preocupados com a ameaça à formação saudável de crianças e adolescentes. Eles precisam ser respeitados no seu direito de se desenvolverem conforme o seu sexo biológico. A biologia não pode ser negada, ela é específica, exata e proposital. 
Sem Título 2Abrir espaço para que as crianças, desde a mais tenra idade, questionem e decidam sobre o seu papel sexual, ou seja, “Eu posso ser menina? Ou menino? Ou o que eu quiser ser?”, é uma proposta da Ideologia de gênero que não trará benefício algum ao desenvolvimento sexual da criança, ao contrário trará muita confusão. A harmonia do sexo biológico com a identidade e papéis sexuais, não depende de escolha “eu quero ser menino ou eu quero ser menina” como papel social flexível, este posicionamento não resolve o conflito interno, é muito mais do que isso. A criança pode ao longo do seu crescimento, vivenciar cada fase que marca o  desenvolvimento da sexualidade, questionar suas dúvidas, seus medos e inseguranças, demonstrar insatisfação com aspectos do seu próprio corpo, isto é normal acontecer, essas necessidades devem ser observadas e trabalhadas para que sigam, rumo a serem adultos saudáveis e equilibrados. Assim, entendendo a criança ou adolescente, com amor e sabedoria, ajudá-los a construir a sua sexualidade adulta, saudável, prazerosa. Esta atenção é importante, também para que as más influências que chegam, através de amigos, leituras, mídia, internet e etc... Sejam neutralizadas. 
Como em todas as áreas do desenvolvimento humano, a sexualidade também necessita de um olhar atencioso para que o seu devido valor não seja desvirtuado. 
A confiança e a firmeza de propósitos que as crianças percebem em seus “modelos sexuais”, pai para o menino, mãe para a menina, são elementos fundamentais para a formação da identidade sexual do menino e da menina.
A criança segue uma sequência específica no processo de desenvolvimento da sua sexualidade. Segundo pesquisas científicas e estudos realizados pela Neurociência e a Psicologia Evolutiva, há fundamentos biológicos nas diferenças de comportamento entre homens e mulheres, ou seja os genes são determinantes para algumas condutas.
A cultura e o meio ambiente influenciam na aprendizagem dos papéis sexuais.
Ronald Slaby e Karin Frey, através de uma pesquisa descobriam que uma criança passa por três estágios diferentes no desenvolvimento da idéia do próprio gênero: 
1. Ela descobre que é um menino ou uma menina – o que Slaby e Frey denominam “identidade de gênero”.
2. Depois compreende que continuará assim durante a sua vida toda – “estabilidade de gênero” 
3. Finalmente, compreende que isso não mudará, mesmo que ela consiga se parecer com o sexo oposto – “constância de gênero”. 
No estudo de Slaby e Frey, entre quatro e cinco anos as crianças compreendem os três estágios. 
Na Psicologia temos aspectos interessantes reveladas na teoria da aprendizagem, (Walter Mischel) ele usou dois princípios básicos da aprendizagem para explicar o desenvolvimento de conceito de gênero e papel sexual. O primeiro é o princípio do reforçamento, onde as ações que trazem consequências agradáveis tendem a ser repetidas. Quando os pais dão atenção a comportamentos de menino, a criança aprende que é um menino e valoriza comportamentos de menino. 
O segundo princípio é a aprendizagem observacional. Não é necessário que uma criança seja gratificada para que aprenda algo. Cada um de nós aprende também observando outras pessoas fazendo alguma coisa. Nós aprendemos muitas coisas através dos meios que a tecnologia proporciona, a mídia, observando algo interessante. A criança aprende como meninos ou meninas se comportam, observando seu pai, mãe, irmãos ou outras pessoas na sua vida. Enfim, Mischel concluiu que as crianças são reforçadas pela imitação, observando as pessoas do mesmo sexo.
Como podemos perceber, crianças e adolescentes precisam de compreensão e orientação segura. Cada criança é única. Possui personalidade com características diferenciadas, até na sua maneira de perceber e interpretar a realidade. Vai ganhando maturidade e conta com a maturidade dos adultos para orientá-la. Precisa ser reconhecida e valorizada pelas suas capacidades, talentos, fragilidades, pontos fortes e fracos. Ela precisa reconhecer o valor que possui e, então, plantamos sementinhas, para que possam germinar e dar frutos, ajudando-os, assim a perceberem o que podem melhorar ou mudar, e o que não puderem mudar,   devem aceitar e desenvolver a resiliência para poder ultrapassar as dificuldades , que com certeza enfrentarão na vida. Pais são educadores, capacitados e convocados por Deus para educar os seus filhos (Dt.4.40ª)!     
A Igreja, através da Escola Dominical, e departamentos de Jovens e adolescentes contribuem de forma significativa no processo de crescimento de jovens e crianças. São educadores. A ED, que trabalha com grupos de faixas etárias específicas, tem acesso às angustias e necessidades tão característica em cada fase, como coadjuvante direto na formação cristã, através dos seus professores, produz conhecimento mais amplo da Palavra de Deus, além de promover os valores cristãos, pode trazer orientações abrangentes aos temas que envolvem o cotidiano dos alunos. Num clima de comunhão com Deus, alunos e professores podem tirar dúvidas, trocar experiências, discutir ideias e fortalecer valores, desenvolvendo também, estratégias e recursos espirituais para estar fortalecidos, vencer as atrações do mundo e identificar os perigos das más influencias.
Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a Tua Palavra” (Sl. 119.9).
Artigo extraído da Revista Ensinador Cristão - Ano 19 - nº 76 (out/nov/dez de 2018)