quinta-feira, 4 de junho de 2020

Lição 10 - 2º Trimestre 2020 - O Amigo Músico - Jd. Infância.

Lição 10 - O Amigo Músico 

2º Trimestre de 2020 
Objetivos: Os alunos deverão se conscientizar de que Deus merece todo o nosso louvor e adoração. 
É hora do versículo: “Louvem a Deus e sejam agradecidos a ele” (Sl 100.4).
Nesta lição, as crianças aprenderão, através da história de Davi, que Deus merece todo o nosso louvor e adoração. Davi tocava um lindo instrumento chamado harpa que, além de louvar ao Papai do Céu, acalmava o coração do rei Saul.
Louvar ao Papai do Céu é muito bom, pois prova que somos muito agradecidos por tudo o que temos e somos, além de mostrar o poder do Papai do Céu em nos abençoar.
Após realizar todas as atividades propostas na revista do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo com o desenho do jovem Davi tocando sua harpa, louvando ao Papai do Céu. Reforce que devemos aprender com Davi a sermos adoradores e buscar aprender tocar instrumentos na Casa do Papai do Céu.
 licao10 jardim davimusico
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 10 - 2º Trimestre 2020 - Um Lugar onde Deus Cura - Juniores.

Lição 10 - Um Lugar onde Deus Cura 

2º Trimestre de 2020
Texto bíblico – Tiago 5.14-16.
Prezado(a) professor(a),
Na aula desta semana seus alunos aprenderão que a Casa de Deus é um lugar onde acontecem curas. O Senhor prometeu trazer a cura sobre os enfermos se os seus servos clamassem e se humilhassem em sua presença (cf. 2 Cr 7.14). Há muitas pessoas que entram pelas portas das igrejas em busca de uma cura, um milagre. Entretanto, é importante entender que Deus trata cada necessidade de maneira específica. Nem todas as pessoas que clamam por uma cura serão curadas de imediato. Talvez a relativa enfermidade seja um meio de aperfeiçoar o relacionamento da pessoa com Deus. Neste caso é importante que seus alunos saibam que Deus é bom, mesmo quando a cura não acontece.
A história narrada na lição de hoje revela que Jesus demorou mais dois dias no local onde estava antes de atender ao pedido de socorro das irmãs Marta e Maria. Como bem conhecemos a história, Lázaro, o amigo a quem Jesus muito amava estava enfermo e veio a falecer (cf. Jo 11.1-45). Jesus havia dito que aquela enfermidade não era para morte, mas para que o nome do Senhor fosse glorificado (v. 4). Por um momento, os discípulos entenderam que Lázaro não morreria, mas depois da notícia de que o amigo querido de Jesus havia falecido, uma dúvida pairava no ar a respeito do que o Mestre havia afirmado.
Ao final da história, percebemos que a glória de Deus se revela não na cura de Lázaro, mas na sua ressurreição, haja vista que o seu corpo jazia morto a quatro dias e já estava em estado de decomposição. Naquela ocasião, Jesus revelou que Deus, o Pai, tem o poder e o controle sobre todas as coisas, inclusive no tocante à vida e à morte.
Professor, a partir das verdades ensinadas nesta lição seus alunos poderão compreender que:
1. Deus ainda realiza milagres nos dias atuais assim como realizou no passado. Para tanto, o Espírito Santo opera em sua igreja, trazendo cura e restauração aos que estão enfermos no corpo e na alma (cf. Hb 13.8; 1 Co 12.9);
2. O milagre da cura é um ato da soberania e bondade de Deus para com o ser humano. Não é um privilégio de alguns em detrimento de outros. O Senhor realiza cura em todos os lugares, a qualquer pessoa e de qualquer enfermidade. Não existe grau de complexidade para Deus, pois Ele tem todo o poder sobre qualquer enfermidade (cf. Mt 8.16,17; Jo 5.1-9);
3. O alcance da cura é um ato de fé. Em muitas ocasiões o Senhor Jesus quando curava uma pessoa, perguntava se esta cria no poder de Deus e que Ele poderia realizar a cura. Era também uma oportunidade de receber o perdão pelos pecados cometidos e, mediante a fé, alcançar a salvação (cf. Mt 9.1-8, 18-22, 27-33).
4. Há enfermidades que Deus permite cujo propósito é a glorificação do nome do Senhor. Nem todas as pessoas são curadas de imediato ou mesmo pelas mãos dos médicos, inclusive, alguns destes profissionais chegam a determinar um diagnóstico completamente pessimista quanto à cura. Em certos casos somente o Senhor pode realizar um milagre que ocorre, muitas vezes, nos momentos mais críticos (cf. Jo 9.1-7; 11.1-45).
Para reforçar o ensinamento da lição de hoje, sugerimos a seguinte atividade:
Convide seus alunos a encenarem a situação citada por Tiago em sua carta (cf. Tg 5.14). Escolha um aluno para interpretar o papel da pessoa que está enferma. Outros três alunos poderão interpretar os presbíteros. Outro aluno interpretará o papel do parente da pessoa que está enferma. Escolha um roteiro e elabore as falas. Não se esqueça de dar nomes aos personagens. A história deverá apresentar uma cena onde uma pessoa está enfrentando uma enfermidade e os presbíteros são convidados pela família da pessoa para orarem por ela e ungirem com óleo. Após um clamor a pessoa enferma é curada e aceita Jesus como seu Salvador. Ao final, explique a classe que se orarmos com fé os enfermos poderão ser curados. O Deus que realizou milagres no passado é o mesmo que continua a realizar milagres nos dias atuais. Ore com os alunos ao final da aula, intercedendo por aqueles que estão enfermos. 

Lição 10 - 2º Trimestre 2020 - O Dom de Interpretar as Línguas - Pré Adolescentes.

Lição 10 - O Dom de Interpretar as Línguas 

2º Trimestre de 2020
A lição de hoje encontra-se em: 1 Coríntios 12.10; 14.6,13,26,27.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos aprenderão a respeito do dom de interpretação das línguas. Assim como o dom de variedade de línguas é primordial para a edificação espiritual do crente, o dom de interpretação de línguas tem a mesma função, porém, com vista na edificação de toda a igreja. Esses dons pertencem à classe dos dons que transmitem uma mensagem de Deus. Paulo exorta os crentes a orarem pedindo a Deus a capacidade de interpretar as línguas a fim de que todos possam contribuir na edificação do Corpo de Cristo (1 Co 14.13).
É importante ressaltar que este dom deve ser estimulado pela igreja dos dias atuais. Em muitas igrejas é possível perceber a presença de um grande número de pessoas que possuem o dom de línguas, porém, quase não se vê crentes com o dom de interpretar as línguas. Deus almeja que a sua igreja trabalhe de forma cooperada e entrosada para que todos possam crescer unidos em amor e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo (14.1-5).
Eurico Bergstén, na obra Teologia Sistemática (1999, p. 114), editado pela CPAD, discorre da relação existente entre o dom de variedade de línguas e o de interpretação das línguas:
Existe uma diferença entre a língua estranha dada como evidência do batismo no Espírito Santo e o dom de línguas. A língua recebida como sinal do batismo deve ser utilizada para falarmos somente com Deus (cf. 1 Co 14.2-28), e, por isso, ela não precisa de interpretação. Esse sinal é dado a todos que são batizados no Espírito Santo. Mas o ‘dom de línguas’ não é dado a todos os crentes (cf. 1 Co 12.30). O dom de línguas tem por finalidade transmitir à Igreja uma mensagem em línguas estranhas, e, por isso, precisa de interpretação para que aquela seja edificada. Essa interpretação é feita pelo dom de interpretação de línguas.
Tanto o dom de línguas como o de interpretação de línguas constituem um milagre, pois nem o que fala nem o que interpreta conhecem a língua que é falada. Trata-se de uma língua verdadeira, seja de homens ou de anjos (cf. 1 Co 13.1), conforme o Espírito Santo concede que se fale (cf. At 2.4).
Os dons, usados conjuntamente, transmitem uma mensagem que equivale à profecia (1 Co 14.5), e constitui um sinal para os não crentes (cf. 1 Co 14.22).
No tocante a este dom é possível perceber que a intenção de Deus é estimular a mutualidade. Deus não nos criou completos, mas interdependentes, isto é, precisamos uns dos outros. Os dons distribuídos pelo Espírito Santo não são o fim em si mesmo, mas um conjunto de ferramentas disponibilizadas que têm como princípio um dom que é o maior de todos: o dom do amor.
Com base nas considerações apontadas nesta lição, converse com seus alunos sobre a importância de comunicarmos bem os dons que Deus reservou para cada um de nós. Pergunte aos seus alunos se é fácil realizar a tradução de uma mensagem codificada. Realize um teste com eles: Recorte de jornais e revistas várias figuras cuja primeira letra inicial de seu nome corresponda a cada letra da seguinte frase: “O DOM DE INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS É IMPORTANTE PARA A EDIFICAÇÃO ESPIRITUAL DE TODA A IGREJA”. Os alunos deverão fazer a correspondência e identificar as palavras que formam a frase. 

Lição 10 - 2º Trimestre 2020 - As Lutas dos Hebreus no Tempo da Conquista - Jovens.

Subsídios Lições Bíblicas - Jovens

Lição 10 - As Lutas dos Hebreus no Tempo da Conquista 

2º Trimestre de 2020
Prezado(a) professor(a), com a graça de Deus, estamos iniciando o preparo de mais uma lição. Segue abaixo o subsídio elaborado pelo comentarista do trimestre, pastor Reynaldo Odilo:
Introdução
Israel peregrinou pelo deserto por 40 anos, no entanto, quando chegou às margens do rio Jordão, para, enfim, entrar em Canaã, ainda não estava preparado, no estágio que Deus desejava. Assim, o Senhor providenciou outras provações (diferentes das suportadas no deserto) para que os hebreus continuassem se aprimorando, começando pelo obstáculo natural da travessia do rio Jordão. Depois vieram os muros intransponíveis de Jericó. Outra aflição aconteceu quando Israel perdeu a guerra contra a cidade de Ai. Em seguida, a imprudente decisão tomada de receber inimigos cananeus como amigos, ao celebrarem um tratado de paz e proteção mútuas com os gibeonitas. Todas essas provações, à proporção que aconteciam, produziam em todo o povo hebreu novas experiências que faziam com que eles melhorassem diante do Senhor.
Por qual razão aqueles que andam com Deus precisam, frequentemente, passar por provações? C. S. Lewis, com razão, afirmou que “Deus sussurra em nossos prazeres, fala em nossa consciência, mas brada em nosso sofrimento: o sofrimento é o megafone de Deus para despertar um mundo surdo” 1. Certamente o sofrimento faz bem para o homem, conforme mencionou o rei Davi: “Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos” (Sl 119.71). Israel, assim, precisava passar por todos esses percalços até que Deus observasse que a nação realmente se convertera, ou então julgasse que aquela geração não tinha mais jeito 2
Observe-se, também, que Deus tinha interesse no povo de Canaã e esse sofrimento era importante para que o remanescente se voltasse para Ele. Os heveus entenderam a mensagem e tornaram-se prosélitos, entretanto os habitantes dos demais reinos endureceram os seus corações.  Os canaanitas, um dia, como diz Agostinho acerca das etapas do pecado na vida do homem, abriram as portas de sua casa para o mal, como a um estranho,  mas, quando ele ultrapassa a soleira da nossa porta, logo se instala como um hóspede e, no último estágio, entroniza-se como dono da casa 3. Ao longo dos séculos Deus, com certeza, buscou meios de salvar os que habitavam primitivamente na terra prometida, entretanto, eles, como seus ancestrais, não deram lugar ao Senhor, antes permitiram que o mal se assenhorasse de suas vidas, seus bens, seus pensamentos, seus costumes, sua adoração. Com tudo isso que lhes estava acontecendo, pela chegada dos conquistadores hebreus, como diz Lewis, Deus estava bradando para despertar um mundo surdo.
Os capítulos 10, 11 e 12 de Josué narram diversas guerras travadas por Israel, demonstrando as três fases da conquista: 1ª – a ocupação da Palestina oriental (Transjordânia), antes da queda de Jericó; 2ª – vitória sobre Jericó e Ai, bem como sobre cinco Reis do Sul, que tinham feito aliança para destruírem a cidade real de Gibeão, e na conquista de um grupo de cidades que incluía Laquis e Hebrom.
A fase final da ocupação levou as forças israelenses ao interior da Galiléia e ao norte da Palestina, oportunidade em que os hebreus lutaram contra uma coalizão de cananeus chefiada por Jabim, rei de Hazor 4. As vitórias, em cada uma das etapas da conquista, foram registradas. Os triunfos sobre as cidades-reinos do Sul, por exemplo, apresentam-se descritas no capítulo 10, e no 11 conta-se o êxito sobre a confederação do norte; por fim, compila-se, no capítulo 12, os sucessos bélicos de Israel a leste do Jordão (Transjordânia), sob o comando de Moisés, bem como as vitórias concedidas após atravessarem  o Jordão, sob a liderança de Josué. 
I - Os Reinos do Sul
1- Deus reúne os inimigos do Sul
Quando ainda repercutia a precipitação dos líderes em relação aos heveus, surgiu inesperadamente uma nova guerra no horizonte: o rei de Jerusalém reuniu quatro reis vizinhos para juntos fazer-lhes guerra 5. Como os israelitas tinham pactuado, para evitar a destruição dos gibeonitas, caminharam aproximadamente 40 km, durante a noite, haja vista que o ataque estava previsto para o amanhecer, no afã de empreenderem uma sangrenta batalha. Pode-se imaginar o natural grau de insatisfação com que, pelo menos alguns, ou muitos, dos guerreiros hebreus deixaram o descanso de suas tendas e partiram, sem estratégia, sem conhecer os detalhes da peleja, correndo, humanamente, risco de serem massacrados, para defenderem aqueles que, até pouco tempo, eram inimigos figadais.
O que esses eventuais insatisfeitos soldados hebreus, talvez, não atinassem, em seu forte etnocentrismo, era que entre os gibeonitas, e entre todas as gentes, não existiam indivíduos comuns, nem pessoas que fossem simples mortais, pois todas as criaturas carregam em si o signo da imortalidade, na medida em que suportarão, após transporem os umbrais da eternidade, horrores imortais ou esplendores perenes 6. Quiçá, por esse possível embrutecimento, alguns rejeitassem com veemência a aliança com os gibeonitas, entretanto (como Deus é maravilhoso) milagres espetaculares aconteceram naquela guerra (chuvas de pedras mataram muitos inimigos e o sol e a lua detiveram-se para que Israel vencesse), ocasião em que todos puderam atestar que “jamais se viu tão claramente como nesse combate o quanto Deus auxiliava o seu povo” 7. Deus, com isso, chancelou o ato de bravura de Israel em defender o tratado de paz e proteção firmado em Seu nome.
O Altíssimo, assim, trazia um lampejo de sua graça em favor de pessoas que nunca haviam O servido liturgicamente, mas que, em seus corações, desejavam o fazer. Os que se levantaram para matarem esses novos convertidos – prosélitos, foram esmagados pelo exército de Deus. Os gibeonitas que não eram povo, passaram a ser “povo de Deus”, e acharam misericórdia debaixo das asas do Altíssimo, onde vieram se abrigar. Por isso, ninguém os poderia tocar – eram, pois, também, a partir daquele concerto, menina dos olhos de Deus!
Interessante perceber que Israel, nessa guerra, foi tragado para dentro de um conflito doméstico; os hebreus apenas foram defender um povo aliado. As medidas beligerantes iniciais foram tomadas pelos reis sulistas de Jerusalém, Hebrom, Jarmute, Laquis e Eglom. Eles deram legalidade para os israelenses entrarem na guerra, subjugarem as cidades e tomarem os despojos. Houve, assim, apenas uma reação à uma injusta agressão, o que faz toda a diferença sob o prisma da diplomacia, e do padrão da justiça divina.
2- Deus luta por Israel 
Quando o conflito foi anunciado, logo no primeiro instante, Deus animou a Josué (Js 10.8) que, cheio de fé, viu o Senhor agir de maneira extraordinária. Josué já tinha enfrentado inúmeras   perplexidades na vida, e sabia muito bem o que o Altíssimo faz quando seus filhos se encontram em dificuldades: Ele entra na batalha. Está escrito: "O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis" (Êx 14:14, ACF). O Eterno assume o controle e provê tudo que é necessário à vitória. Ao seu povo, todavia, compete apenas confiar.
Assim, diante de um conflito em que Deus lutaria por seu povo, o Senhor conturbou os inimigos (Js 10.10). Numa guerra, esse é o primeiro estágio de uma fragorosa derrota: a debilitação do aspecto emocional. Nesse quadro abalo de ânimo, eminentemente desfavorável, Israel, de espada em punho, entrou na peleja e sagrou-se vencedor, colocando em fuga. Nesse momento, a fim dos inimigos não escaparem, o Senhor enviou uma tormentosa chuva de granizo sobre os que fugiam, matando milhares (Js 10.11). A guerra continuou durante todo o dia, e para que tudo ficasse resolvido, depois de Josué orar, o Altíssimo fez os movimentos do sistema solar “entrarem em pane”, e o sol brilhou por quase um dia inteiro sobre o campo de batalha, “ouvindo o SENHOR assim a voz de um homem” (Js 10.14).
Não há palavras para descrever quantos fenômenos extraordinários aconteceram naquele que foi o mais extenso dia de todos os tempos (Js 10.14). Lewis, anteriormente citado, dizia que a situação que os seres humanos menos querem vivenciar é, exatamente, o estado de dependerem unicamente de Deus, o que mostra como colocamos, em regra, nossa confiança nas coisas tangíveis desta vida 8. Israel, ao longo da história, demonstrou que o argumento de C.S. Lewis não é falacioso: realmente apresenta-se muito difícil depender exclusivamente de Deus. Entretanto, naquele dia memorável, Israel, certamente, quebrou essa lógica, mudou essa sina humana; estava mais convencido do que nunca de que valia a pena confiar totalmente no Senhor. Depender totalmente de Deus, estava provado, não era um fardo, mas um inaudito privilégio que é conferido a quem vive pela fé. 
3- Deus usa de misericórdia  
O Rio Jordão ser estancado, caírem os muros de Jericó, constituíram-se em eloquentes testemunhos para os Reis do Sul de Canaã. Agora, o Senhor fez chover pedras sobre os cananeus e fez o sol parar... Não era necessário dizer mais nada. Todos deveriam cair prostrados, ante à Sua Augusta Majestade. Aqueles povos depravados que, por séculos, estavam insultando a santidade de Deus, continuaram lutando, não se renderam, não dobraram os seus joelhos e choraram.  Deveriam ter reconhecido seus erros e, arrependidos pedirem misericórdia e, com isso, seriam aceitos pelo Senhor e achariam o caminho da Verdadeira Vida. Os braços do Eterno estavam estendidos, aguardando-os, mas eles só pensavam em derramar sangue hebreu.Por óbvio, como diz o mesmo C.S. Lewis em outro lugar, Deus não deseja a morte do pecador, contudo, Ele nutre uma profunda hostilidade pelo pecado e, quanto a isso, ele “não será tolerado nem perdoado; nem aliança alguma será estabelecida com ele. Se o homem quiser ser salvo (...) essa mão precisa ser amputada” 9. Como dito anteriormente, no apocalipse, antes de Deus desatar os selos, derramar as taças e tocar as trombetas da sua justiça sobre a Terra, João viu o arco celeste ao redor do trono, como sinal de Sua misericórdia. Sempre é assim. Os homens, sejam maus como forem (e todos o somos, o que varia é a medida de nossa maldade), antes de serem objetos da Sua santa ira, são agraciados com uma oportunidade de arrependimento. Assim, essas guerras de extermínio, embora aparentassem estar fundadas em aspectos perversos e cruéis, possuíam premissas de bondade e pureza, posto que o Senhor é o Sumo Bem e a Suma Justiça. Nossa miopia espiritual, e a corrupção do nosso coração, são que fazem parecer injustificável a violência empreendida nos combates pelos conquistadores 10.
Com os reinos do Sul, como aqui comentado, não foi diferente. Deus estava lhes dando a última oportunidade, mas eles a rejeitaram, por isso lhes sobreveio a destruição.
II - Os Reinos do Norte
1-Deus reúne os inimigos do Norte
Os cananeus, que estavam divididos em sete nações, distribuídas em toda a terra prometida, eram muito beligerantes, inclusive entre si, conforme achados arqueológicos. Todos eles: da Região Central, Norte e Sul, eram devassos e profanos. Para se ter uma ideia, em Levítico 18 consta um extenso rol de perversões sexuais que Israel não deveria permitir, havendo uma declaração preambular, no versículo 3, na qual Deus diz: “[Não] fareis segundo as obras da terra de Canaã, para qual eu vos levo, nem andareis nos seus estatutos”, denotando o quão depravado era aquele povo. 
Mister lembrar, nesse passo, que a palavra “cananeu”, que se constitui em expressão geralmente utilizada para aludir a todos os descendentes de Canaã (Dt 7.1), pode ser permutada por “amorreu”, conforme se vê em Gn 15.16, em que o Senhor disse: “Porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia” (Js 24.15,18). Assim, os cananeus eram os descendentes do filho caçula de Noé (Cão) pela linhagem genealógica de Canaã (Gn 9.22,25), os quais moravam, pelo menos desde os dias de Abraão (Gn 12.6), precipuamente na Região que ficava a Oeste do Rio Jordão – a Cisjordânia (Js 22.9-11) 11
Se a confederação sulista tinha muita gente, a do Norte reuniu um grupo maior ainda. O escritor bíblico diz, usando uma hipérbole, que o número deles podia ser comparado ao de grãos de areia na praia do mar (Js 11.4). Com isso, fazia emergir a presunção de que a quantidade de inimigos era bem maior que a dos guerreiros hebreus.
A bondade de Deus, mais uma vez, reuniu os inimigos para pelejarem contra Israel. Os israelitas, porém, tiveram receio (e quem não teria?), ao que o Senhor disse: “Não temas diante deles; porque amanhã, a esta mesma hora, eu os darei todos feridos diante dos filhos de Israel; os seus cavalos jarretarás, e os seus carros queimarás a fogo” (Js 11.6). Assim, depois de dizer aos hebreus que não tivessem medo, Deus marcou a hora do triunfo. Cada vitória, uma nova história! Os crentes sempre precisam de novos estímulos, e de novas promessas.
2- “As armas da nossa milícia não são carnais”
O apóstolo Paulo, falando sobre a caminhada do cristão aos crentes de Corinto, mencionava que as coisas mais importantes para os crentes são aquelas de natureza espiritual, haja vista que não temos que lutar contra carne ou sangue, mas contra os principados e potestades do mal (Ef 6.12). Nesse sentido, ele informava que as armas necessárias para vencer as fortalezas espirituais devem ser, antes, espirituais, trazendo consigo o poder de Deus para conceder vitória, e não as armas das estratégias humanas (2 Co 10.4) 12.
Josué também entendia que, na conquista da terra de Canaã, igualmente, as coisas mais importantes não eram as armas humanas de guerra, mas as armas do Senhor, as quais são poderosas para a destruição das fortalezas.
Em vários textos de Josué aparecerem frequentemente a frase: “feriram ao fio da espada” (Js 6.21; 8.24; 10.11,28,30,32,35,37,39; 11.10-12,14; 19.47), ou seja, os hebreus tiveram que ser fortes e corajosos para travarem luta corporal contra os inimigos, tendo como principal instrumento de ataque uma espada, forjada em bronze, a qual media entre 25cm a 30cm, bem menor que a espada feita por Eúde (Jz 3.16). Nada de muito especial. O segredo das vitórias deles era o Senhor e as nações sabiam disso (Js 9.9,10).
Bom lembrar que Israel usava lanças (Js 8.18), arcos (24.12), possivelmente fundas (Jz 20.16) e dardos (I Sm 18.10,11), mas nada disso poderia ser comparado ao arsenal bélico dos cananeus! Os espias enviados por Moisés, décadas antes, observaram esses detalhes, além da estatura dos inimigos e suas cidades fortificadas e, por isso, retroagiram.
Interessante perceber que o Senhor determinou que os hebreus aleijassem os cavalos de guerra e queimassem os carros (Js 11.6,9), porque Deus queria que os hebreus fossem poderosos na guerra (Hb 11.33,34) com base na fé, e não nas armas de combate.
3- Uma longa guerra
A Confederação do Norte foi liderada por Jabim, rei de Hazor, uma grande e fortificada cidade. Dezenas de governantes, que eram inimigos entre si, uniram-se para combater contra Israel, história que se repete até nossos dias. 
Segundo Flávio Josefo, a guerra contra o Norte durou cinco anos, mas há estudiosos que afirmam que ela demorou sete anos, baseando-se na idade de Calebe. O que ressai aqui foi que, mais uma vez, a promessa feita pelo Senhor, de que a terra seria conquistada lentamente, cumpriu-se integralmente (Ex 23.20-30). Os anos se sucederam, mas as batalhas se estendiam, sem nenhum milagre estrepitoso, apenas os livramentos cotidianos e, sempre, os hebreus precisando estar alertas, pois os inimigos poderiam estar à espreita. No fim, tudo deu certo! Não é, porventura, assim, também, nossa jornada?
III - Conquistando o impossível 
1- Moisés é lembrado
A morte não serve, apenas, para interromper a vida, ela também sepulta os sonhos mais caros, enterra as honras recebidas, e, por fim, extingue toda glória dos homens, transformando-os em matéria em decomposição. Deus fala sobre isso: “Toda a carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade, o povo é erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente” (Is 40.6-8 ARA).
Moisés, como toda a humanidade, secou-se como a erva e perdeu toda a sua importância... Entretanto, não foi bem assim. As suas conquistas e as suas palavras nunca foram esquecidas. Deus, aliás, sempre fazia questão de lembrar ao povo, e ao próprio Josué, sobre seu obediente servo. PhillCallaway, sobre esse assunto, arremata:
Sabe, daqui a 100 anos ninguém vai se lembrar do tipo de casa em que eu morava, que modelo de carro eu dirigia, nem do tamanho da minha conta bancária.  Daqui a 100 anos, ninguém vai se lembrar quantos best-sellers escrevi...Mas o mundo talvez seja um lugar melhor porque diminui a velocidade o bastante para ouvir a voz de Deus. Porque eu era importante aos olhos de uma criança. Porque aprendi a me contentar com as coisas que eu não tenho.13 
Levando esse texto cifrado ao tempo final da Idade do Bronze, pode-se observar que Moisés preencheu os requisitos que o escritor americano mencionou. Ele parou para ouvir a voz de Deus, foi importante aos olhos de muitas crianças, as quais, com a experiência do deserto, transformaram-se em guerreiros, e nunca quis o que era dos outros (Dt 32.49). Moisés, passados mais de 3.000 anos, continua importante. Um dos personagens mais notáveis de todos os tempos, porque decidiu ser uma benção nas mãos do Senhor.
Interessante perceber, que o livro de Josué sempre menciona as conquistas de Moisés, bem como faz questão de demonstrar que todas as ações daquela geração de hebreus é o resultado da obediência ao que foi determinado por Moisés, servo do Senhor. Nunca se deve esquecer aqueles que nos abençoaram no passado, os quais deram o seu melhor para o crescimento do Reino de Deus na Terra.
2- O sol brilha sobre Gibeão
Na guerra contra a confederação do Sul, existe algo que merece um destaque especial, que foi condensado numa frase: “Sol, detém-te em Gibeão” (Js 10.12). Sobre essa cidade que estava prestes a ser destruída, o Altíssimo fez brilhar o sol por muito tempo. Essa mesma localidade, séculos após, receberia, novamente, um refulgente “Sol” brilhando sobre si, quando o tabernáculo do Senhor foi ali instalado no tempo de Salomão (1 Rs 3.4,5).
O Eterno estava anunciando a todos que Ele era o Rei sobre todos os astros celestes, tão grandemente adotados pelos cananeus, para mostrar que só Ele é Senhor Deus, e que não havia outro. Doutra banda, o Todo-Poderoso deixava um ensinamento inesquecível aos hebreus: A conduta consistente em socorrer um amigo, cujo vínculo tinha sido estabelecido em nome do Senhor, era algo agradável aos olhos do Eterno! 
3- Israel vence 31 reis 
Os cananeus, que moravam na Cisjordânia, estavam distribuídos em 31 reinos, e integravam sete etnias (Dt 7.1 –heteus, girgaseus, amorreus, cananeus (era uma etnia específica, mas também representava todos os habitantes da terra prometida), perizeus, heveus e os jebuseus). Todos esses povos foram conquistados por Josué (At 13.19), o que se constituiu em um grande milagre.
Somente Deus, em seu grande poder e misericórdia, poderia, em tão pouco tempo, fazer com que uma nação de ex-escravos conquistasse uma terra excelente, habitada há muitos séculos por povos mais fortes do que eles (Dt 7.1). Depois de ver toda essa luta, entende-se porque Deus tinha dito a Josué para dar o seu melhor (ser forte e corajoso) na conquista da terra prometida.
Conclusão
As cidades-estados do Sul e do Norte de Canaã eram grandes desafios para o povo hebreu. Impressiona a maneira como o Altíssimo, aos poucos, conforme prometera, foi removendo os obstáculos que impediam que Seu povo herdasse a promessa (Hb 11.8). Acerca dessa porção de terra, os israelenses compuseram hinos espaço (Sl 135.10,11) e até no Novo Testamento esse feito foi lembrado (At 13.19), por haver marcado indelevelmente a história do povo hebreu. 
A partir de agora, o alimento seria produzido pela terra, e eles beberiam água da chuva caída dos céus (Dt 11.11,12). Era um novo tempo, com outros paradigmas do viver societário. Ainda assim, naquele lugar do qual manava leite e mel, a dependência de Deus ainda seria a única forma de viver bem e feliz. 

1 LEWIS, C. S.. O Problema do Sofrimento. 1ª ed., São Paulo: Vida, 2006, p. 106. 
2 LEWIS, C. S.. O Problema do Sofrimento. 1ª ed., São Paulo: Vida, 2006, p. 121. 
3 YANCEY, Philip. Para que Serve Deus (livro digital). São Paulo: Mundo Cristo, 2011, p. 148. 
4 HARRISON, R. K.. Tempos do Antigo Testamento. 1ª ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 168. 
5 JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 243.
6 LEWIS, C. S.. O Peso de Glória. São Paulo: Vida, 2008,  pp. 48,49.
7 JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 243.
8 LEWIS, C. S.. Cartas a uma Senhora Americana. São Paulo: Vida, 2006,  p. 62.
9 LEWIS, C. S.. Lendo os Salmos. 1ª ed., Viçosa: Ultimato, 2015, p. 39.
10 LEWIS, C. S.. A Anatomia de Uma Dor. São Paulo: Vida, 2006,  p. 53.
11 W.E., Vine; editado por Merril F. Unger, William White, JR.Dicionário Vine. 1ª ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 61.
12 ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger.Comentário Bíblico Pentecostal. 2ª ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1108. 
13 CALLAWAY, Phill.Bem Melhor que Dinheiro! 1ª ed., São Paulo: Landscape, 2007, pp. 24,25.

Lição 10 - 2º Trimestre 2020 - A Intercessão pelos Efésios - Adultos.

Subsídios Lições Bíblicas - Adultos

Lição 10 - A Intercessão pelos Efésios 

2º Trimestre de 2020
A oração intercessora está presente na Carta aos Efésios. Fica patente a necessidade de o apóstolo apresentar pessoas diante de Deus para que compreendam a profundidade e a dimensão espiritual em Cristo. Nesse sentido, você deve expor a classe acerca do objetivo geral da lição, que é apreender a eficácia da oração no fortalecimento, restauração e crescimento espiritual da Igreja de Cristo. Para atingir esse objetivo central, você terá de refletir acerca dos propósitos da oração do apóstolo Paulo no poder do Espírito, também destacar a necessidade de a Igreja estar arraigada e fundada no amor de Deus e, por fim, conscientizar de que Deus é capaz de fazer muito além do que pedimos. Nosso propósito é levar o aluno a conhecer e praticar a oração intercessora. É fundamental que eles compreendam a necessidade de uns orarem pelos outros para o crescimento espiritual tanto coletivo quanto individual.   
Resumo e destaques da lição
A lição parte de um pressuposto de que temos o dever de interceder uns pelos outros em amor. Isso fica claro à luz de Efésios 3.14-21. Não podemos perder de vista, porém, que o propósito da intercessão apostólica na carta leva em conta o crescimento espiritual do crente. Nesse aspecto, o primeiro tópico faz uma reflexão acerca dos propósitos da oração do apóstolo Paulo no poder do Espírito. Nesse caso, você precisa deixar claro que o poder e a presença de Cristo capacitam os salvos a prosseguirem vitoriosos na gloriosa jornada cristã. Há uma corroboração do crente que intercede com o poder do Espírito.
O segundo tópico destaca a necessidade de a Igreja estar arraigada e fundada no amor de Deus, assim, você deve mostrar que Paulo enfatiza a necessidade da total compreensão do amor de Deus e o crescimento espiritual dos crentes até alcançar a perfeição. A vida de intercessão de um crente deve estar arraigada e fundada no amor.
Finalmente, o terceiro tópico conscientiza de que Deus é capaz de fazer muito além do que pedimos, ou seja, as bênçãos espirituais são ilimitadas e está disponível ao cristão, e, somente o nome de Deus deve ser eternamente glorificado. A ideia aqui é de alcançar um grau sublime de intercessão em que não haja dúvida alguma do que Deus pode fazer. É o que está patente na intercessão que o apóstolo Paulo faz pelos efésios. Ele sabia que Deus pode fazer muito mais do que pedimos e além do que pensamos.
Subsídio extraído da Revista Ensinador Cristão - Ano 21 nº81 (Jan/Fev/Mar) 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Lição 09 - 2º Trimestre 2020 - O Dom de Variedade de Línguas - Pré Adolescentes.

Lição 9 - O Dom de Variedade de Línguas 

2º Trimestre de 2020
A lição de hoje encontra-se em: 1 Coríntios 12.10; 14.2-28.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos conhecerão mais um dom espiritual concedido à igreja: o dom de línguas estranhas. O dom de línguas está entre os dons que manifestam a mensagem de Deus, porém, tem a função unicamente de corroborar o crente com poder divino em seu interior. Em muitas ocasiões este dom é mal compreendido pela igreja, trazendo muitas dificuldades desnecessárias. Deus deseja derramar da sua graça renovadora sobre cada crente na intenção de torná-lo cheio do seu Santo Espírito, porém, a mensagem que Paulo direciona à igreja de Corinto é: “faça-se tudo decentemente e com ordem” (cf. 1 Co 14.40).
O dom de línguas é uma das manifestações do Espírito Santo no seio da igreja que tem o propósito de edificação espiritual. Diferentemente de outros dons que operam com vista no coletivo da igreja, este dom tem como alvo de sua atuação o crente individualmente. Isso revela que, embora Deus tenha a preocupação de operar para que todo o seu povo seja fortalecido na fé, Ele também trata com seus filhos em particular.
A respeito da manifestação deste dom o comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, p. 1763) discorre:
No tocante às línguas (gr. glossa, que significa língua) como manifestação sobrenatural do Espírito, notemos os seguintes fatos: a) Essas línguas podem ser humanas e vivas (At 2.4-6), ou uma língua desconhecida na terra, e.g., ‘línguas... dos anjos’ (1 Co 13.1). A língua falada através deste dom não é aprendida, e quase sempre não é entendida, tanto por quem fala (14.14), como pelos ouvintes (14.16). b) O falar noutras línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao crente a comunicação direta com Deus (isto é, na oração, no louvor, no bendizer e na ação de graças), expressando-se através do espírito mais do que da mente (14.2,14) e orando por si mesmo ou pelo próximo sob a influência direta do Espírito Santo, à parte da atividade da mente (14.2,15,28; Jd 20). c) Línguas estranhas faladas no culto devem ser seguidas de sua interpretação, também pelo Espírito, para que a congregação conheça o conteúdo e o significado da mensagem (14.3,27,28). Ela pode conter revelação, advertência, profecia ou ensino para a igreja (cf. 14.6). d) Deve haver ordem quanto ao falar em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em ‘êxtase’ ou ‘fora de controle’ (14.27,28). 
Conhecer e saber como se comportar em relação à manifestação do Espírito no seio da igreja não é mérito de alguns, mas um exercício que todos os crentes devem aprender a fim de que o propósito de edificação da igreja seja alcançado. Portanto, caro professor, aproveite a oportunidade e converse com seus alunos a respeito das possíveis dúvidas que tenham sobre o dom de línguas estranhas. A seguir, algumas perguntas que podem nortear o diálogo: 1. As línguas estranhas podem ser aprendidas? 2. Qualquer pessoa pode receber o dom de línguas? 3. O que as pessoas estão falando quando expressam as palavras em línguas estranhas? 4. Há algum idioma que podemos estudar para compreender as línguas estranhas? 5. Você já falou em línguas estranhas? Como foi a sua experiência? Dialogue com seus alunos a partir destas perguntas e abra espaço para outras que surgirão durante a explicação.
Boa aula!

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Lição 09- 2º Trimestre 2020 - Um Lugar de Abrigo - Juniores.

Lição 9 - Um Lugar de Abrigo 

2º Trimestre de 2020
Texto bíblico – Isaías 25.4; Mateus 11.28,29
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos aprenderão que a Casa de Deus é também um lugar de abrigo. E quando falamos abrigo não estamos delimitando apenas o espaço físico como um local de ajuda aos necessitados. Mas também o espaço igreja como um local de acolhimento aos necessitados, aos abatidos de coração e aos que se encontram entristecidos por qualquer motivo, desde os mais simples até os mais complexos.
A igreja assume o papel de lugar de acolhimento porque ali se encontram pessoas que estão aprendendo novos valores para suas vidas. Valores estes que estão mudando a maneira como essas pessoas pensam e se comportam. Dentre as verdades que norteiam o novo tipo de conduta assumida pelos crentes perante a sociedade está o amor ao próximo. Esse mesmo amor é o que leva a igreja a funcionar como um lugar de apoio e acolhimento ao necessitado. Jesus afirmou: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (cf. Mt 11.28-30). A igreja de Cristo como representante dEle na terra tem a responsabilidade de acolher todos os que estão cansados a sobrecarregados.
A Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, p. 1409) comenta este episódio da seguinte maneira:
O generoso convite de Jesus destina-se a ‘todos os que estais cansados e oprimidos’ com os problemas da vida e os pecados do próprio ser humano. Quem vem a Jesus e torna-se seu servo e faz a sua vontade, Ele o alivia de suas insuportáveis aflições e lhe dará descanso, paz e seu Espírito Santo como guia. Deste modo podemos suportar as provações e inquietações da vida com o auxílio e a graça de Deus (ver Hb 4.16).
O cuidado de Deus se apresenta na vida de todo aquele que entrega e confia a sua vida aos cuidados do Senhor. O seu papel, professor, é conduzir seus alunos à compreensão de que na presença de Deus eles podem encontrar segurança. Entender também que a Casa de Deus é um lugar onde eles podem ser acolhidos e, do mesmo modo, devem acolher aqueles que precisam de ajuda. É tão bom quando chegamos a um lugar e somos bem recebidos e aceitos. Certamente sentimos vontade de retornar ao local porque entendemos que ali é um lugar prazeroso para estar. Assim deve ser a Casa de Deus, e todos os que fazem parte de uma congregação, devem fazer o possível para tornar este lugar o mais agradável possível; um lugar de abrigo e acolhimento para todos os que estão cansados e sobrecarregados com as adversidades da vida.
Para reforçar o ensinamento da lição de hoje, sugerimos a seguinte atividade:
Confeccione cartões com palavras relacionadas com a importância de estar na Casa de Deus, por exemplo: gratidão, comunhão, alegria, paz, harmonia, amor, fé, acolhimento, etc. Fixe os cartões no quadro com fita adesiva na parte de trás. Cada aluno deverá escolher um cartão e dizer por que a Casa de Deus é um lugar especial, considerando a palavra escrita no cartão. Ex.: A Casa de Deus é um lugar especial por que... < Amor > é um local onde as pessoas aprendem a amar o seu próximo.

terça-feira, 26 de maio de 2020

Lição 09 - 2º Trimestre 2020 - Orando dentro da barriga de um peixe - Berçário.

Lição 09 - Orando dentro da barriga de um peixe 

2º Trimestre de 2020
Objetivo da lição: Mostrar aos pequeninos que o Papai do Céu ouve a nossa oração em todos os lugares.
É hora do versículo: “[...] Atenta para a minha oração” (Salmos 61 1.8).
Nesta lição, as crianças continuarão aprendendo sobre a oração, e reconhecerão que o Papai do Céu ouve a nossa oração em todos os lugares. Até mesmo dentro da barriga de um grande peixe! Jonas não obedeceu à ordem do Papai do Céu e acabou caindo no mar e sendo engolido por um grande peixe. E lá de dentro da barriga daquele peixão, lá no fundo do mar, Jonas orou ao Papai do Céu e Ele o ouviu.
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças circularem os peixes menores e riscarem o peixe maior com Jonas dentro da barriga.
Professora, ore pela sua turminha para que esse coronavírus não contamine os seus pequenos. Cremos que o Senhor ouve e atende nossa oração. Não desanime! 
licao9 bercario jonasnabaleia
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário 

Lição 09 - 2º Trimestre 2020 - O Meu Amigo Alimenta muita Gente - Maternal.

Lição 9 - O Meu Amigo Alimenta muita Gente 

2º Trimestre de 2020
Objetivo da lição: Que a criança aprenda que não precisa ficar preocupada quanto ao alimento cotidiano, pois Deus sabe o que precisamos. 
Para guardar no coração: “ [...] Não se preocupem com a comida que precisam para viver [...].” (Lc  12.22)
Seja bem-vindo 
Receba os alunos com alegria. Demonstre contentamento pela presença de cada um deles! Após acomodá-los, distribua-lhes, em uma bandeja, pãezinhos picados, ou bisnaguinhas. Diga que a historia de hoje é sobre um grande lanche que Jesus ofereceu à multidão. 
Faça a chamadinha e depois faça um período de louvor e adoração bem animado, pois nosso Amigo, Jesus, merece todo o louvor e adoração. Com a ajuda de um voluntário, recolha as ofertinhas, sempre entoando um cântico apropriado.
Para refletir
‘“Aí Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu e deu graças a Deus por eles” (Lc 9.16). Sendo Deus, Jesus não precisava rogar ao Pai a fim de que o milagre acontecesse. Entretanto, Jesus também era homem, e isso o levou, em diversas passagens, a orar e a suplicar a Deus.
Neste relato de Lucas, o que Jesus possui para alimentar a multidão é insuficiente. Ele apresenta ao Pai, então, os recursos de que dispõe numa demonstração de total dependência – a humanidade de Cristo tornava-o dependente de Deus. Nós também dependemos do Pai em todas as coisas. Mesmo quando há fartura de recursos, estes nada são se não os apresentarmos a Deus rogando-lhe a bênção. Nossos dons e capacidades só agem com eficácia quando submetidos àquele que é a origem das habilidades e talentos.
Ao preparar esta aula, como Jesus, agradeça a Deus pelos recursos que possui, confiante de que o Pai abençoará o seu trabalho e lhe multiplicará os frutos” (Karen Bandeira).
Fixando a aprendizagem
“Em folhas ofício, escreva o nome “Jesus” com letras grandes e vazadas, de forma que os alunos possam enfeitar cada letra como desejarem. Distribua as folhas e também materiais de arte variados, como tintas, cola colorida, paetês e estrelinhas. Estimule-os enfeitar as letras de forma bem caprichada. Diga: Este é o nome de Jesus. Ele é nosso amigo. O amigo Jesus é muito poderoso. Ele pode fazer coisas que nós não podemos fazer. Jesus tem poder para fazer muitos milagres. Vamos enfeitar bem bonito o nome do amigo Jesus” (Karen Bandeira).
Até logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em Mateus 14.13-21. 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal
Envie suas dúvidas ou sugestões para telma.bueno@cpad.com.br

Lição 09 - 2º Trimestre 2020 - O Amigo que Ouviu a Voz de Deus - Jd. Infância.

Lição 09 - O Amigo que Ouviu a Voz de Deus 

2º Trimestre de 2020
Objetivos: Os alunos deverão discernir e reconhecer a voz de Deus; aprendendo a servi-lo com alegria em todo o tempo. 
É hora do versículo: “Deus fala de várias maneiras [...]” (Jó 33.14).
Nesta lição, as crianças aprenderão, através da história de Samuel, que Deus fala conosco de diversas maneiras e precisamos estar com o coração limpo para ouvir a sua voz. 
E quando ouvirmos a voz de Deus, devemos estar dispostos a servi-lo com alegria em todo o tempo, fazendo o que Ele nos manda fazer.
Após realizar todas as atividades propostas na revista do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo com o desenho de um rolo. Relembre aos alunos que antigamente a Bíblia era escrita neste formato, até chegar ao formato de livro que temos hoje. A Bíblia contém a Palavra de Deus para nós hoje. Como atividade complementar, peça que cada aluno escreva em seu rolo um versículo que mais gosta da Bíblia e que o tenha já memorizado.
licao9 jardim rolo
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância 

Lição 09 - 2º Trimestre 2020 - Os Gibeonitas enganam Josué - Jovens.

Subsídios Lições Bíblicas - Jovens

Lição 9 - Os Gibeonitas enganam Josué 

2º Trimestre de 2020
Prezado(a) professor(a), com a graça de Deus, estamos iniciando o preparo de mais uma lição. Segue abaixo o subsídio elaborado pelo comentarista do trimestre, pastor Reynaldo Odilo:
Lição 9  OS GIBEONITAS ENGANAM JOSUÉ
Introdução
Eva, a esposa de Adão, preferiu confiar na serpente do que na palavra de Deus, vindo, assim, a abrir a porta para o pecado, consumando, juntamente com seu marido, o evento teológico denominado Queda (Gn 3.1-7). Sansão, um dos mais renomados juízes de Israel, em desobediência a Deus, envolveu-se emocionalmente com uma filisteia, a qual lhe enganou, tirou-lhe as forças, roubou-lhe a visão (Jz 16.4-21). Um certo homem de Deus, que foi usado grandemente pelo Senhor, desprezou a orientação divina, dando crédito às palavras de um falso profeta, e, por isso, foi morto por um leão (1Rs 13.1-24). O que esses três personagens têm em comum: imprudência, consubstanciadas no fato de que não se esconderam do mal (Pv 22.3), mas “negociaram” com ele e, assim, amargaram grande prejuízo. 
A lista dos indivíduos que, na Bíblia, e na vida, agiram imprudentemente é longuíssima. Na verdade, poucos santos de Deus cujas biografias parciais foram expressas nas Escrituras não demonstraram, em suas condutas, traços de imprudência. Talvez Daniel e Neemias sejam os únicos representantes desta seleta lista no Antigo Testamento. No Novo Testamento, além de Jesus, quiçá apenas Estevão e José, o marido de Maria, tenham condições de integrarem esse rol. Assim, pode-se afirmar, com convicção, que a imprudência se constitui em uma das regras comportamentais mais presentes na natureza humana decaída.
Nesse contexto, e seguindo esse proceder, Josué, o líder do povo hebreu, e seus príncipes, logo após destruírem varonilmente Jericó e Ai, receberam a visita de pessoas em nome de um suposto Reino que ficava em terras desconhecidas, além do Rio Jordão.
Os presumíveis embaixadores estrangeiros foram muito loquazes e, usando as palavras adequadas, apresentaram pífias credenciais de veracidade, as quais foram admitidas, e, por fim, ofertaram presentes aos hebreus, que os aceitaram. Chegando o encontro diplomático a um entendimento, foi celebrado um tratado de paz e proteção mútuas com representantes daquele “povo distante”. Ledo engano. Tratavam-se, na verdade, de gibeonitas, que eram heveus (Js 11.19), os quais descendiam de Cão (Gn 10.15-17), e foi um heveu quem violentou Diná, filha de Jacó (Gn 34.2). Eles, além de terem uma comunidade que morava nas cidades de Gibeão, também ocupavam uma área a oeste do monte Hermom (Js 11.3 e Jz 3.3). Achavam-se, por isso, em rota de colisão com Israel e, portanto, configuravam-se como inimigos. Tal circunstância, entretanto, foi descoberta somente três dias depois, quando já era tarde demais, pois eles haviam feito juramento em nome do Senhor.
O episódio de Ai não tinha sido suficiente para Israel aprender a lição sobre a necessidade de prudência no agir. Nesse instante, com a confiança do povo em alta, pelas retumbantes vitórias recentes, surgiu-lhes um otimismo inabalável, fazendo com que eles ficassem menos atentos e, com isso, “baixassem a guarda”, como se diz coloquialmente. Quando não há comedimento, cautela, discernimento espiritual, busca a Deus e revelação, a tomada de importantes decisões pode ocasionar danos, muitas vezes, irreparáveis ou de difícil reparação.
I- Os inimigos se unem contra Israel
1- A bênção de Deus sempre repercute
As nações cananeias, quando ouviram acerca da bênção de Deus derramada aos hebreus, concedendo-lhes vitória sobre os obstáculos naturais e os inimigos estratégicos, algo estranho aconteceu. Inimigos históricos reuniram-se para combater o inimigo comum: Israel. O mal sabia que aquela guerra significaria o cumprimento das promessas de Deus e, por isso, se apressou em congregar os que tinham espírito beligerante para arruinar a estratégia de Josué.
Nesse sentido, é interessante perceber que os filhos do mundo, em regra, são mais hábeis do que os filhos da luz, como disse Jesus (Lc 16.8 ARA), conforme se viu nesse episódio. Observe-se que eles romperam preconceitos, esqueceram diferenças, perdoaram mágoas e, assim, fizeram uma grande aliança. Se não fosse o Senhor, que esteve com os filhos de Israel, os inimigos os teriam engolido vivos (Sl 124.3). 
Por outro lado, os que caminham com Deus, com muita dificuldade, unem-se para enfrentarem o inimigo comum.  Os discípulos, por exemplo, andando pessoalmente com o Senhor, frequentemente discutiam entre eles quem era o maior, e não como venceriam, juntos, o mundo. Por isso mesmo, na oração sacerdotal, esse era o principal pedido de Jesus: que os discípulos vivessem em perfeita unidade, como Ele e o Pai (Jo 17.21,23). 
No tempo da igreja do Século I, igualmente, os judaizantes, dentre outros partidos eclesiásticos (Coríntios tinha vários), por seu turno, perturbavam constantemente o crescimento da obra do Senhor, por defenderem seus pontos de vistas pessoais, sem consultarem a vontade de Deus. Como a igreja sofreu, e sofre, por causa dessa fogueira de vaidades que, invariavelmente, incendeia muitos dos “filhos da luz”!
2- Os inimigos, em regra, são mais numerosos
Além de terem a capacidade de se reunirem com um só propósito, principalmente para derrubarem aqueles que vivem com Deus, os filhos das trevas, geralmente, são mais numerosos. Impressiona, nesse contexto, a descrição da quantidade de povos cananeus, ao oeste do Jordão, que se uniram contra Israel: todos! E, certamente, a quantidade de guerreiros desses exércitos juntos superava facilmente as hostes hebreias. Chama a atenção, também, como, em toda a Bíblia, esse padrão frequentemente se reproduz: o povo de Deus, em regra, é minoria. 
Mister lembrar que Jesus mencionou que os crentes entram por uma porta estreita e andam num caminho apertado, bem diferente das pessoas do mundo, as quais não têm dificuldade em decidir o seu modus vivendi (porque a porta é larga) e encontram vasto espaço em seu caminhar (Lc 7.13,14), ou seja, viver no padrão do mundo não exige nenhum esforço, mas basta atender aos instintos sensuais, permitindo naturalmente se escravizar pelos vícios, e assim seguir o curso cultural da sociedade. Infelizmente, porém, os que se conduzem dessa forma, que é a maioria dos indivíduos, opõem-se contra Deus, constituindo-se em seus inimigos (Tg 4.4), como era o caso dos cananeus.
Assim, Israel estava em franca desvantagem naquele conflito porque não possuía armas poderosas (como, por exemplo, carros de guerra), tinha que enfrentar cidades fortificadas e travar combates com guerreiros mais experientes, mais fortes e altos (isso faz toda a diferença na luta corpo a corpo) e, sobretudo, diante da sua inferioridade numérica em relação ao número de soldados inimigos como um todo, afinal de contas, eram 31 reinos! Por tal razão, tempos depois, foi escrito um hino para o cancioneiro judaico que celebrava a conquista de Canaã, atribuindo, com justeza, ao Senhor aquele feito extraordinário, declarando que Ele tinha concedido vitória a Israel pela Sua destra, pelo Seu braço, e pela luz da Sua face, porque se agradou deles (Sl 44.1-3), fazendo emergir, nas entrelinhas, acerca dos grandes milagres ocorridos naquelas guerras.
Aliás, ao longo da Bíblia, não se vê Deus interessado em estabelecer superioridade numérica ao Seu povo, conforme se observa nos episódios com Noé, o único pregoeiro da justiça, em meio a muitos homens e mulheres que viviam distantes de Deus (Hb 11.7), a família de Jacó (Gn 34.30), as façanhas de libertadores como Baraque e Sansão, dentre outros homens de fé (Hb 11.32), que venceram suas maiores batalhas sempre com um número inferior de guerreiros que os adversários (4.6; 15.16); com Eliseu (2 Rs 6.15-17), Daniel e seus três amigos, os quais eram, possivelmente, os únicos servos de Deus no palácio do rei da Babilônia; com Neemias (Ne 7.4), dentre outros; além do icônico caso de Gideão, quando o Eterno falou: “Muito é o povo que está contigo, para eu dar aos midianitas em sua mão; a fim de que Israel não se glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou” (Jz 7.2). Também é importante lembrar que Jesus chamou seus discípulos de pequeno rebanho (Lc 12.32).
3- O mal sempre atua em várias frentes
A guerra contra o povo de Deus habitualmente é travada em várias frentes, pois o mal procura se diversificar. Ao longo das Escrituras sempre isso aconteceu. No Salmo 91 menciona-se acerca de inúmeros tipos de batalhas, destacando-se as setas malignas que atacam de noite e de dia, deixando claro que perigos existem a todo o tempo. O apóstolo Paulo, por seu turno, elencou os vários campos de guerra espiritual em que ele lutou (2 Co 11. 24-26,28), mencionando instantes em que a peleja chegava pelas autoridades romanas ou hebraicas, acintosamente, e, noutros, em que a oposição acontecia pela astúcia de pessoas passando-se por irmãos.
Esse mesmo padrão se repetiu nesse episódio, pois se, por um lado, os cananeus se juntaram para combater Israel, por outro surgiu um signatário dissidente do pacto que, astuciosamente (hb. `ormah), no afã de ser preservado com vida, enganou-o, fazendo-se passar por amigo. Vale observar que essa palavra foi usada também em Ex 21.14, referindo-se ao assassinato à traição. Em Gn 3.1, ao chamar a serpente de sagaz (hb. `aruwm) cujo vernáculo também pode ser traduzido por sútil, astuto, matreiro, a narrativa bíblica traz a mesma conotação de conduta: alguém que, para enganar, age sutilmente, com engenhosidade.
A astúcia (gr. panourgia– artimanha, sagacidade, ou sabedoria ilusória ou falsa) do Inimigo também foi motivo de preocupação de Paulo em relação aos coríntios (2 Co 11.3). Em todo o tempo é preciso ter redobrada vigilância. 
II - A astúcia dos gibeonitas
1- Aparências enganam
O povo de Deus tinha tudo para atingir o alvo maior de suas vidas: conquistar uma terra para ali habitar. Diante do receio de que isso viesse a acontecer iminentemente, os gibeonitas, sabendo da boa reputação dos hebreus, de que eram pessoas virtuosas1, elaboraram uma encenação teatral para convencer Israel, com lisonjas, e “pegar-lhes na palavra”, como se diz popularmente. O intento deles deu certo: conseguiram a celebração de um tratado de paz e proteção, com um juramento solene, em nome do Senhor. Notável perceber a engenhosidade da abordagem: figurino compatível, linguagem humilde, pretensa piedade e um poderoso elemento surpresa: provavelmente trouxeram a melhor safra dos seus vinhos em odres velhos e remendados e, além do pão mofado, outros itens apetitosos da sua gastronomia, porque está escrito: “Então os homens de Israel tomaram da provisão deles” (Js 9.14), demonstrando que o pacto foi feito por impulso emocional, sem nenhuma base racional, estimulados pelos suprimentos que receberam...2  Israel aceitou a convenção de paz por achar que seria vantajoso, mas sem fazer nenhuma reflexão mais profunda, o que sempre traz prejuízos. “Deus, porém, não se deixa enganar pelas aparências” 3.
O Inimigo de nossas almas sempre faz assim: mostra o lado bom, no sentido utilitarista, de ter aliança com ele –“Você terá prazer, e não tem nada a perder”. Josué, e os príncipes de Israel, não perceberam que, com a bênção de Deus, caminhando 40 anos por um deserto abrasador, nada daquilo lhes tinha acontecido. Deixaram se levar pelas aparências, cometendo um grave equívoco e pagaram um alto preço.
2- A armadilha é descoberta
Quando Israel descobriu que os pretensos embaixadores eram, na verdade, inimigos, reclamou contra os príncipes (Js 9.18). Há uma frase que sintetiza a causa do problema criado pelos líderes: não pediram conselho ao SENHOR (Js 9.14). Quanto desilusão e perplexidade experimentaram por se permitirem serem enganados pela astúcia de Satanás, quando descobriram que estava bem perto, quase à porta, "aquilo que achavam estar muito distante” 4. Assim, envergonhados, tiveram que aturar as consequências de sua própria desídia. 
Deus queria dar-lhes muito mais, não somente os produtos recebidos das mãos dos gibeonitas, mas tudo quanto eles possuíam, pois esta era a sentença divina. Frequentemente, “pratos de lentilhas” roubam a cena, esfacelando promessas, desfazendo propósitos, estabelecendo lutas que, antes, não estavam programadas. A armadilha preparada deu um resultado surpreendente. Ficou comprovado: os hebreus eram, de fato, pessoas virtuosas, porém “docemente” ingênuas!
3- A manutenção da aliança
A formação de caráter do povo hebreu, juntamente com a reverência religiosa, notadamente por saber que não poderia usar o nome do Senhor em vão, proporcionou a manutenção da aliança feita sob o ardil mencionado. Deus tinha chancelado o juramento solenemente proclamado entre as duas partes, perante Ele, a tal ponto que, em 2 Sm 21.1,2, está escrito que Saul quebrou essa aliança, o que trouxe sérios infortúnios a Israel até que a devida reparação foi feita aos gibeonitas.
Na ficção “As Crônicas de Nárnia”, o festejado C. S. Lewis, com forte apelo cristão, conta a história na qual Edmundo, um menino que tinha traído seu povo, deveria morrer por causa de seu pecado. Para que isso não acontecesse, Aslan, o leão, fez uma reunião com a feiticeira, quando concordou morrer no lugar de Edmundo. Eis o que aconteceu após a reunião:
Finalmente ouviu-se a voz Aslan: — Venham todos. Tudo resolvido. Ela renunciou ao direito que tinha ao sangue de Edmundo. (...)
A feiticeira, com expressão de feroz alegria, já estava se afastando quando parou e disse: — Mas quem me garante que a promessa será cumprida?
— Raaaa-a-aarrgh! — rugiu Aslan, erguendo-se do trono. E suas fauces ficaram escancaradas. O rugido ribombou. A feiticeira, atônita, agarrou a saia e fugiu como se tivesse a vida em perigo.5 
Nessa obra, que o próprio Lewis confirmou, posteriormente, tratar-se de uma alegoria sobre história da salvação, Aslan (que representa o Deus que se encarnou e morreu para salvar a humanidade perdida), ficou bastante indignado, e rugiu ferozmente ao ser questionado sobre a fidelidade do seu compromisso assumido. Lewis estava demonstrando o que a Bíblia menciona de maneira incontestável: “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (Mc 13.31).  
No Brasil, o art. 147, II, do Código Civil, diz que o ato jurídico que tenha vício resultante de erro, simulação ou fraude pode ser anulado, entretanto os hebreus, mesmo diante dos “vícios contratuais”, devotavam grande respeito sobre os compromissos assumidos perante Deus, por isso o mantiveram, porque conheciam o caráter do Eterno, em quem não há mudança, nem sombra de variação  (Tg 1.17).
Infelizmente, nós, quantas vezes, comprometemo-nos em realizar algo, perante o Senhor, e simplesmente esquecemos, entretanto,apesar da nossa amnésia costumeira, Ele não se esquece dos nossos votos de fidelidade e espera que os cumpramos (Mt 12.36; 18.23,24; 25.19; Lc 16.2; 2 Pe 3.9).
III- Uma história de juízo e misericórdia  
1- Os gibeonitas são amaldiçoados
Quando viu que havia sido enganado, Josué ficou bravo e irrogou uma maldição sobre os gibeonitas: dentre vós nunca mais deixará de haver escravos, trabalhando como cortadores de lenha e carregadores de água para o tabernáculo (Js 9.23; Dt 29.11,12). A pergunta que surge é: por que aconteceu essa maldição? C.S. Lewis defende que os judeus amaldiçoavam com veemência porque eles levavam muito a sério a noção de certo e errado. Assim, tanto Josué, como Noé, por exemplo, amaldiçoaram os cananeus porque as coisas realizadas eram explicitamente erradas, detestáveis tanto para Deus como para os que as sofressem 6. Na verdade, as palavras de Josué apenas reforçaram a maldição proferida por Noé sobre os descendentes de Cão, que eles seriam servos dos filhos de Sem e Jafé (Gn 9.23-25).
A Bíblia diz que a maldição não vem sem causa (Pv 26.2) e, neste caso, foi decorrente de uma conduta enganosa, de um povo ímpio, que trouxe grande vexame (e problemas) aos consagrados líderes hebreus diante do povo, e, ademais, mudou todo o arcabouço do planejamento bélico de Israel. Os príncipes determinaram e Josué acatou a criação de uma casta social para os de Gibeão – eles seriam perpetuamente discriminados – um certo tipo de apartheid.
2- Uma significativa mudança
O acerto dos princípios de Israel era que os gibeonitas fossem escravos de “toda a congregação” (Js 9.21), mas Josué fez uma significativa alteração e tornou-os escravos do santuário de Deus (Js 9.23). Assim, Josué curiosamente os amaldiçoou com uma bênção! Afinal, uma maldição só se concretiza se houver justa causa perante Deus.
Observe-se a Graça de Deus se apresentando no tempo da lei, ao determinar que Israel desfilasse durante sete dias ao redor de Jericó, porque o Senhor estava oportunizando mais uma chance para os cidadãos se arrependerem e, com isso, evitar tantas mortes, principalmente de crianças. Quanta misericórdia da parte do Senhor! Infelizmente, porém, eles não se arrependeram, então veio a destruição. Neste caso, os gibeonitas queriam a bênção, porém não sabiam como a alcançar, por isso usaram de astúcia. Mesmo com o erro, Deus os aceitou e fê-los prosperar, pois percebia que, em seus corações, tinham o desejo de se submeterem a Deus (Js 9.24,25).
3- Bênção no lugar da maldição
No livro de Malaquias, Deus estava indignado com os sacerdotes de Israel e disse que, por isso, iria lhes amaldiçoar as bênçãos (Ml 2.2). Aqui, todavia, aconteceu exatamente o contrário. Os gibeonitas seriam trabalhadores, nunca alcançariam o sucesso, sendo designados, para sempre, como párias sociais em Israel. Eles, porém, ao que parece, não se interessavam pelo sucesso, mas estavam fitos em obedecerem a Deus e a Josué, cumprindo os termos do pacto. Com isso, eles tocaram o coração de Deus, o qual fê-los servos perpétuos em Sua casa (Js 9.23), tornando-os participantes de alguns direitos usufruídos pela casa de Levi, transformando a maldição em bênção. Por óbvio, a astúcia deles não pode ser entendida como nobre, na medida que se tratou de um pecado. Entretanto, a obediência posterior deles, que eram homens valentes (Js 10.2), é digna de admiração, pois demonstraram temor a Deus (Js 9.24,25), fazendo lembrar uma citação de Metaxas Eric, forte em Bonhoeffer:
Deus não tem interesse no sucesso, mas na obediência. Caso se obedeça a Deus e haja disposição para sofrer derrotas e o que mais surgir no caminho, Deus mostrará um tipo de sucesso que o mundo não é capaz de imaginar. Mas esse é o caminho estreito, e poucos iriam atravessá-lo 7
Assim, os gibeonitas se transformaram em uma grande bênção para Israel! Prova disso é que, no tempo de Samuel, a arca do concerto ficou durante décadas na cidade gibeonita de Quiriate-Jearim (Js 9.17; 1 Sm 7.1,2; 2 Sm 6.23,3) e, no tempo de Salomão, o tabernáculo foi armado em Gibeão (2 Cr 1.3). Posteriormente, eles foram chamados de netineus (ARC), ou servos do templo (ARA), ou netinins, auxiliando os levitas, e estavam entre os primeiros exilados que voltaram da Babilônia, sob a liderança de Zorobabel (1 Cr 9.2; Ed. 2.43, 58; 8.20). Apesar de serem descendentes de Cão, perpetuaram sua linhagem debaixo da bênção do Senhor e, assim, puderam ajudar, inclusive, na reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 3.7). A misericórdia triunfa no juízo.
Conclusão
A decisão imprudente de Israel de, não consultando o Senhor, fazer um importante tratado de paz e cooperação internacional com um povo desconhecido, trouxe muitos dissabores e problemas. Entretanto, como todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, segundo a tradição judaica, os gibeonitas se tornaram prosélitos, servindo a Deus de todo o coração! 
O Altíssimo transformou aquela maldição em bênção, fazendo com que os outrora inimigos fossem bastante úteis para a obra do ministério, e a guerra precipitada, em razão do acordo celebrado, redundasse numa vitória esmagadora de Israel, conforme se verá no capítulo seguinte. Não apenas Raabe e sua família se abrigaram debaixo das asas do Altíssimo; os de Gibeão conquistaram a confiança de Senhor e também foram absorvidos no plano da redenção.

1 JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 242 
2 HENRY, Matthew. Comentário Bíblico - Antigo Testamento - Josué a Ester. vol. 2, Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 42. 
3 LEWIS, C. S.. Cristianismo Puro e Simples. 1ª ed., São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 104.
4 JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 242. 
5 LEWIS, C. S.. As Crônicas de Nárnia. 2ª ed., São Paulo: Martins Fonte, 2011, p. 166.
6 LEWIS, C. S.. Lendo os Salmos. 1ª ed., Viçosa: Ultimato, 2015, p. 37. 
7 ERIC, Metaxas. Bonhoeffer - Pastor, Mártir, Profeta, Espião (iBook), 1ª ed. eletrônica, São Paulo: Mundo Cristão, 2012, p. 323.