segunda-feira, 29 de junho de 2020

Lição 13 - 2º Trimestre 2020 - Renovando a Aliança - Jovens.

Subsídios Lições Bíblicas - Jovens

Lição 13 - Renovando a Aliança 

2º Trimestre de 2020
Introdução
Como são formados, no inconsciente coletivo da sociedade, os conceitos sobre as pessoas? Pelo conjunto dos fatos praticados ou predominantemente pelos últimos atos? Vejamos. Como nos lembramos de Judas Iscariotes?  Pela sua decisão de seguir a Cristo, deixar sua família, participar do ministério evangelístico do Messias ou pelo beijo traidor? E do presidente americano Richard Nixon? Pela sua luta contra a inflação, a aproximação política dos EUA com a China e a retirada das tropas americanas do Vietnã, ou pelo escândalo das escutas telefônicas ilegais na Casa Branca, o caso Watergate? Foram seus últimos atos, sem dúvida, que estigmatizaram suas biografias. Na Bíblia há muitas histórias de homens que começaram bem, mas terminaram mal. Não cultivaram a virtude da perseverança. Desobedeceram a Deus. Perderam a fé. Entretanto, há homens nobres, fiéis, resilientes, os quais começaram bem, tiveram uma vida equilibrada, por andarem com o Senhor, e concluíram sua carreira gloriosamente. Dentre eles ressai, de maneira palmar, o comandante Josué.
O poder nunca o corrompeu. A assunção ao comando, com o passar dos anos, apenas mostrou sua essência, quem realmente ele era. Sua espiritualidade não se resumia à superficialidade. Seu mentor, Moisés, deixou um bonito legado para a posteridade, que ele, com humildade, seguiu triunfalmente. Aliás, a Bíblia diz que "precedendo a honra vai a humildade" (Pv 15.33).
O sucesso nunca subiu à sua cabeça, mantendo firme a aliança com Deus. Ganhou muitas guerras, mas jamais perdeu a paz e a comunhão com o Senhor. A maldade e a intolerância não se instalaram no reino. A decepção e a tristeza também não, pois sua fé nunca mudou, por isso ele não perdeu o rumo, nem se tornou um homem amargo e cruel.
Ele poderia ter começado bem, e terminado mal, mas, para a glória de Deus, terminou melhor. Era esse o plano do Altíssimo. Seu nome foi inscrito no rol da galeria dos heróis da fé, e, assim, Deus não o lançou ao ostracismo, circunstância contumaz dos desobedientes.
O desfecho da história de cada um de nós depende da qualidade das escolhas que fazemos, ao longo da vida. A biografia de Josué é uma prova de que o fim das coisas é melhor que o começo, mas somente para quem toma as decisões corretas, em Deus, até o fim. Nunca é tarde para se arrepender.
Assim, com o reconhecimento incontestável de suas virtudes e sua extraordinária liderança, depois de anos de paz vividos desde a divisão da terra, Josué convocou o povo para duas assembleias, a fim de se despedir, concitando os hebreus a que não desistissem de possuir o restante da terra prometida e continuassem a servir a Deus (Js 23) e, finalmente, propondo que renovassem o concerto com o Senhor (Js 24).
Nas duas ocasiões, em que pese o tom saudosista, condensado na frase “eis que vou hoje pelo caminho de toda a terra” (Js 23.14), Deus o usou grandemente com exortação e grave advertência, características de um grande líder, tais como: “um só homem dentre vós perseguirá mil” (Js 23.10 ARA) e “deitai, pois, agora, fora aos deuses estranhos que há no meio de vós” (Js 24.23). O povo se animou e renovou a aliança com o Eterno, para, em seguida, enterrar os restos mortais de José (Js 24.32), marcando o fim de uma Era de heróis da fé.
I- Instantes finais
1- Josué reúne o povo em Siló
Não se tem certeza onde ocorreu a primeira assembleia geral de Josué com os hebreus e sua liderança, mas o local mais provável para sua realização foi em Siló, onde estava instalada a tenda da congregação, porém existe, ainda, a possibilidade de ela ter ocorrido em Timnate-Sera, onde Josué morava. O fato é que o respeitado líder desejava falar a todo povo suas últimas orientações administrativas.
Também, não existem comprovações de ocorrerem periodicamente tais assembleias entre o comandante-em-chefe e seus subordinados. A nação de Israel, além disso, estava passando por um momento de certo conforto, agora já estabelecida e usufruindo da terra prometida. Assim, talvez, os hebreus tivessem até esquecido de Josué; já não precisavam mais de alguém para prepará-los para uma guerra, agora eles até poderiam, quem sabe, se ocupar mais em estabelecer relações diplomáticas amistosas com os cananeus que restaram por perto – essa, inclusive, aparenta ser uma das maiores preocupações de Josué.
Josué revela, então, uma característica marcante dos homens de Deus: eles reconhecem a importância de saber parar. Isso, em pelo menos dois sentidos aqui abordados: a) a hora de começar e o tempo de encerrar o ministério e b) o momento certo de parar, avaliar e ajustar a trajetória. Josué reconhecia que seu tempo à frente da nação de Israel estava chegando ao fim, que o projeto de Deus tinha para seu povo continuaria e convoca, portanto, toda liderança de Israel para ouvir suas recomendações para o futuro.
2- Josué faz um discurso contundente
Neste primeiro discurso, é importante perceber que ele é realizado bem depois da conquista de Canaã, “muitos dias depois que o Senhor dera repouso a Israel de todos os seus inimigos em redor, e sendo Josué já velho e entrado em dias” (Js 23.1). Não é possível saber a quantidade exata de tempo transcorrido, mas há a certeza de que foi tempo suficiente para o povo desfrutar das bênçãos da terra prometida e seu líder avançar ainda mais em idade e experiência. Ou seja, Josué pôde observar o povo de Israel por um bom tempo antes de marcar aquela reunião, por isso as palavras dele deveriam ser ainda mais valorizadas pela alta carga de sabedoria e experiência que eram capazes de transmitir àquela geração e, quiçá, às futuras. 
Josué inicia sua fala relembrando-os que já estava “velho e entrado em dias” (Js 23.2); cedo ou tarde, Israel não poderia mais contar com sua presença. Sejam quais fossem os desafios que o povo deveria enfrentar dali em diante, eles deveriam enfrentá-los sozinhos, não mais com Josué, mas como Josué. Então, ele começa a trazer à memória tudo quanto o Senhor realizou no meio deles e de que forma tão maravilhosa o próprio Deus se encarregara de batalhar pelo povo. E Josué arremata: Esforçai-vos! (Js 23.6). Essa foi a mesma palavra que o Senhor lhe dissera, através de Moisés, na ocasião do seu chamado (Dt 31.7)! Agora, aquele que esforçou-se e foi grandemente usado pelo Altíssimo, empregava toda força do imperativo de seu chamado – e que todos conheciam bem, pois o fato estava registrado no livro de Deuteronômio, o qual era lido a cada sete anos por todo Israel, na festa dos tabernáculos – e conclamava o povo a possuírem a mesma determinação em guardar e fazer “tudo quanto está escrito no livro da lei de Moisés; para que dele não vos aparteis nem para a direita nem para a esquerda” (Js 23.6) a fim de que não se imiscuíssem com a cultura pagã das cidades que ainda restaram ao redor deles.
Josué teve a oportunidade de contemplar os caminhos que o povo escolhia trilhar enquanto estavam em período de bonança, e, certamente, observava uma perigosa aproximação com as culturas do mundo que os cercava. Por isso, com o mesmo padrão de zelo que possuía, fez um chamado à responsabilidade do compromisso com o Senhor. Ele os convidava a manterem sempre bem hasteada a aliança com o Jeová Nissi (um dos nomes de Deus: o Senhor é minha bandeira – Ex 17.15)!
3- A justiça de Deus é implacável 
Na parte final de seu discurso, Josué muda o enfoque. A partir do versículo doze, ele passa a apresentar o resultado da desobediência (Js 23.15).
Como dito em mais detalhes no capítulo anterior, Israel possuía o livre arbítrio de suas escolhas, estava livre para decidir. O que se impõe é: pode-se escolher a semente, mas não a colheita. Se o povo decidisse pelo caminho da obediência e retidão, Deus cumpriria tudo o que tinha prometido (Js 23.5). Porém, caso decidissem pelo caminho da desobediência e rebelião, os resultados seriam devastadores (Js 23.16)!
Josué primeiro apresenta os benefícios de preservar firme a fé e o compromisso com o Jeová Nissi. Note como as nações temiam aquele povo nômade, de ex-escravos, sem tecnologia bélica de ponta (Js 2.8-11)... Deus era, e continuaria sendo, fielmente, a bandeira do povo de Israel. Porém, diante da quebra da aliança com o Senhor, os hebreus conheceriam inevitavelmente o Jeová Nakah – um dos nomes de Deus: o Deus que pune (Ez 7.9)!
O Criador é mui longânimo em misericórdia, prometendo, inclusive, renová-las a cada manhã (Lm 3.22), mas não se pode esquecer que o Senhor também é fogo consumidor (Dt 4.23,24; Hb 12.29) – completamente justo e santo! Paciência que nunca acaba não é paciência, é subserviência. Para o pecado existe uma recompensa (Rm 6.23) – seus efeitos são inevitáveis.
II- Josué reúne o povo em Siquém
1-Aliança é renovada.
Josué, depois, marcou outra assembleia, com as mesmas pessoas, em um local muito especial, tanto que, dessa vez, ele é expresso para os leitores do livro: Siquém. Era especial porque foi neste mesmo lugar que Abraão teve um encontro com o Senhor e dEle recebeu a confirmação de Sua promessa (Gn 12.6,7) e porque, também, era próximo dos montes Gerizim e Ebal, onde o povo renovara a aliança com o Senhor algum tempo atrás (Js 8.30-35). Siquém carregava, com certeza, forte significado para o povo de Deus; pairava sobre aquele lugar a memória constante da presença de Deus e da renovação de Suas promessas e alianças. 
“...Eles se apresentaram diante de Deus” (Js 24.1) e Josué intenta, nessa assembleia, diferentemente da anterior, não mais fazer um discurso teológico, de despedida, porém trazer uma palavra profética, que começou desta maneira: “Assim diz o Senhor Deus de Israel” (Js 24.2). Ele iniciou narrando a história do povo, a partir de Abraão, quando ainda era idólatra (esse era um aceno importante de se fazer diante das preocupações de Josué com a idolatria do povo), passando pelas trajetórias de Isaque, Jacó, Moisés e Arão, bem como lembrando os grandes feitos, desde as pragas no Egito até a expulsão dos cananeus, sempre realçando que foi Ele, o Senhor, quem concedeu todas as vitórias aos hebreus (Js 24.2-13). 
O resultado de toda recordação histórica do povo é, sinteticamente, um: a produção um profundo temor ao Deus todo poderoso; que exista um forte e contínuo medo em receber a desaprovação do Altíssimo e trocar as maravilhosas experiências da boa mão do Senhor pela terrível ira do Jeová Nakah. Josué fez tudo o que pôde para oportunizar àquela geração a escolha de renovar, de novo, a opção pelo concerto com o Criador ou não. Eles estavam cientes das condições exigidas pelo Deus dos deuses – o que incluía a exclusividade da adoração. É possível, até, que tais exigências de Deus fossem a tônica dos argumentos das culturas pagãs para tentar persuadir os Israelitas à apostasia, tais como “esse Deus é muito rígido”, “Ele é implacável e vingativo” ou “cobra algo que naturalmente não queremos fazer”. Será que, nos dias de hoje a santa igreja do Senhor não é direcionado argumentos como esses, intentando o desvio dos crentes do santo caminho ou, até mesmo, para um modelo de evangelho mais light, mais “moderno”? O Mestre ensina que Seu julgo é suave e Seu fardo é leve (Mt 11.30). Contudo, não podemos esquecer jamais que o caminho para a salvação é estreito (Mt 7.13,14) e nesse caminho não se passa com bagagem, é necessário despir-se de si mesmo (Mt 16.24)! O caminho mais largo e fácil é ladeira para a perdição (1 Jo 2.15-20).
O fato é que, depois de tudo, o povo fez sua escolha deliberada, racional e intencional: "Longe de nós abandonar o Senhor para servir outros deuses!” (Js 24.16 NVI). Eles estavam optando, acertadamente, pela aliança com o Criador. Josué, que conhecia de perto a perigosamente fácil inclinação do povo à idolatria (ver Dt 9.6-16), fez uma solene advertência (Js 24.19,20), obtendo como a resposta final do povo que “de maneira nenhuma [abandonaremos a Deus]! Nós serviremos ao Senhor" (Js 24.21 NVI).
2- O memorial
Concluída a profecia, Josué conclamou o povo a servir ao Todo-Poderoso, como ele e sua casa o fariam, mesmo que todos se esquecessem do concerto que fizeram com Deus (Js 24.15) e que, ademais, renovassem esse compromisso memorialmente. O povo aceitou, de bom grado, a proposta do servo do Senhor, renovando a aliança (Js 24.26). 
Os homens, com frequência, esquecem os compromissos morais e espirituais firmados, mas o Senhor nunca se olvida, pois nossas palavras que firmam compromisso ficam gravadas perpetuamente perante Deus, da mesma forma que as dEle ficam! Josué representou essa circunstância imutável ao erigir, debaixo de um carvalho, uma grande pedra, dizendo que ela serviria para prestar testemunho (Js 24.27). Mesmo aqueles que, porventura, não estivessem familiarizados com a escrita poderiam ver, naquela rocha, uma espécie de memorando oficial e de interesse público, a sólida e imutável lembrança desse dia glorioso: o dia em que a aliança com o Altíssimo foi renovada!
3- Josué, servo do Senhor, e Eleazar, morrem!
No início do livro (Js 1.1) Josué, mesmo depois da morte de Moisés, continuou se autoqualificando como “servo de Moisés”, ao passo que, ao longo do livro, Moisés sempre foi chamado, por Josué, de “servo do Senhor”. Agora, com a morte de Josué, alguém que escreveu essa porção final, denominou-o, por inspiração divina: “Josué, filho de Num, o servo do Senhor” (Js 24.29). Deus sempre honra, e coloca em postos estratégicos, aqueles que colocam suas vidas inteiramente em Suas mãos.
A morte de Josué, o enterro dos ossos de José e o falecimento do sacerdote Eleazar (Js 24.29-33), põem termo ao livro e encerram, de forma magnânima, um ciclo áureo de personagens acima da média dos homens, formando uma grande nuvem de testemunhas, que viveram pela fé  (Hb 11.1-31; 12.1).
III - Um salto para o futuro
Depois da morte de Josué, os hebreus passaram a viver na terra prometida,sendo liderados por juízes. Após, instaurou-se a monarquia, com a assunção ao trono do Rei Saul. Tempos depois, houve a divisão do reino: Sul e Norte e, com o passar dos séculos, grandes impérios levaram os povos de Israel para cativeiro. O Reino do Norte nunca retornou à sua terra, mas o do Sul voltou 70 anos depois.
Em seguida, Israel, ou o Reino de Judá, como ficou conhecido, habitou na sua terra por gerações, mas sempre sofrendo agressões e o domínio de inimigos. No tempo de Jesus, por exemplo, Israel estava subjugado pelos romanos. No ano 70 d.C., entretanto, por causa de uma rebelião, aconteceu a destruição de Jerusalém e os habitantes foram dispersos pelo mundo, a Diáspora, que durou cerca de 2.000 anos.
1- O renascimento de uma Nação
No fim do século XIX, surgiu um movimento político-nacionalista chamado Sionismo, pela iniciativa do Theodor Herzl, que pregava a volta de milhões de judeus à sua terra, a Palestina, a qual estava sob o domínio do Império Otomano. A justificativa disso era a Bíblia, por causa da promessa de Deus. Assim, em 1918, com o fim da 1ª guerra, o Império Otomano deixou de existir e a Inglaterra passou a ter domínio da região, impulsionando a imigração judaica nas décadas seguintes.
O ambiente de tensão etnocentrista na palestina era uma realidade, mas a partir da década de 1930, isso se tornou mais visível, quando começaram a eclodir violentos conflitos internos com a população árabe. Entre os anos de 1939 e 1945, no período da 2ª Guerra Mundial, houve grande perseguição do regime nazista, sob a liderança de Adolf Hittler, o que levou ao extermínio de milhões de judeus de várias nacionalidades, genocídio conhecido como Holocausto, o que estimulou ainda mais o Sionismo.
Em 1947, a ONU estabeleceu um plano para a partilha da Palestina entre árabes e judeus, após o encerramento do mandato britânico na região, consubstanciado na Resolução nº 181, que foi aprovada em uma sessão presidida por um brasileiro, Osvaldo Aranha, o qual deu o voto de desempate para a criação de dois Estados independentes: Israel e a Palestina.
Os judeus aceitaram a divisão proposta, mas as lideranças palestinas e árabes não. Ou seja, o surgimento do Estado Judeu foi conflituoso desde antes de acontecer, como o foi o nascimento dos irmãos Jacó e Esaú. Assim, num clima de hostilidade dos vizinhos regionais, mas sob a bênção de Deus, e cumprindo a palavra profética (Is 35.10; 56.8; Jr 3.14; 23.8; Ez 11.17), David Ben Gurion, em 14 de maio de 1948 (5 de yiar de 5708, segundo o calendário judaico), proclamou em Tel Aviv o novo Estado de Israel, o que se configurou, no contexto do final dos tempos, em relação ao Plano da Salvação, como o sinal de maior significado na perspectiva da iminente volta do Senhor, porque Ele disse “aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão” (Mt 24.32). 
Além do mais, o renascimento de Israel das cinzas da história como nação politicamente organizada em apenas um dia, também estava previsto nas Escrituras, conforme se vê: “Quem já ouviu falar de uma coisa assim? Quem já viu isso acontecer? Pois será que um país pode nascer num dia só? Uma nação aparece assim num instante? Mas foi isto mesmo que aconteceu com Sião: assim que sentiu dores de parto, ela deu à luz os seus filhos” (Is 66.8 NTLH). O Senhor, que ama as portas de Jerusalém (Sl 87.2), estava a colocando no centro do cenário mundial, favor decisivo para o desenrolar dos últimos fatos da história da humanidade.
2 - Guerras e conquistas  
No dia seguinte à restauração da “figueira” (Mt 24.32; Lc 21.29-31), Egito, Síria, Líbano, Jordânia e Iraque atacaram Israel. Depois de um ano de conflito, foi declarado um armistício, em 1949, e criou-se uma linha divisória imaginária entre os dois estados, chamada linha verde. Ocorre que o estado palestino nunca foi criado, sendo a terra destinada para ele sido fatiada entre vários países: Israel ficou com uma parte, a Faixa de Gaza ficou com o Egito, a Cisjordânia e a parte leste de Jerusalém ficaram com a Jordânia. 
Israel, dessa forma, ficou com um território maior do que o previsto. Nas décadas de 1950 e 1960, a imigração dos judeus, da Europa, aumentou sensivelmente para a região. Em 1964, como contraponto ao avanço sionista, e contando com o apoio da Liga Árabe, foi fundada a Organização para a Libertação da Palestina – OLP, que, nas décadas de 1970 e 1980, começou a desferir ataques terroristas contra os judeus, no afã de pressionar para receberem a devolução dos territórios ocupados por Israel.
Em 1967, eclodiu um outro importante conflito bélico: A Guerra dos Seis Dias, quando Egito, Síria e Jordânia atacaram Israel, o qual, mais uma vez, saiu vitorioso, acrescentando novamente seu território, dominando, agora, também, a Faixa de Gaza e Península do Sinai (Sul), as Colinas de Golã (Norte), a Cisjordânia (Leste), incluindo a porção oriental de Jerusalém.
Diante da expansão do território israelense, em 1973, Egito e Síria fizeram um ataque surpresa contra Israel (Guerra do YomKippur), que, novamente, no final, ganhou a guerra. Em 1979, Menachem Begin, 1º Ministro de Israel, assinou um tratado de paz com o Egito, com a intermediação dos EUA, quando os hebreus devolveram a Península do Sinai.
Israel continuou sendo odiado por seus vizinhos e, em 1982, quando atacou e ocupou uma das bases que eram usadas para lançamento de foguetes pela OLP, no Sul do Líbano, contra o Estado Sionista, libaneses revoltados criaram, financiado pelo Irã, o grupo terrorista Hezbolah, composto prioritariamente por muçulmanos xiitas.
3- Das Intifadas até os dias atuais
Até o momento em que este comentário foi escrito, já aconteceram várias Intifadas – palavra árabe que significa agitação, levante, revolta – da população civil da denominada “Palestina” contra o Estado de Israel. A primeira aconteceu em 1987, por causa da ocupação israelense da Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nesse momento de tensão política, foi criado o grupo terrorista Hamas, de origem muçulmana sunita, que buscava, em suma, a destruição total de Israel. A Intifada prosseguiu até o ano de 1993, quando Yitzhak Rabin, 1º Ministro de Israel, assinou o acordo de paz em Oslo, na Noruega, com a OLP, liderada por Yasser Arafat. Em 1994, Israel assinou acordo de paz com a Jordânia.
A 2ª Intifada aconteceu porque, em 28 de setembro de 2000, o líder da oposição do parlamento hebraico, Ariel Sharon, que se tornaria 1º ministro meses depois, visitou o Monte do Templo em Jerusalém Oriental, o que foi interpretado que Israel estava reivindicando tanto os territórios ocupados quanto o Monte do Templo, um dos lugares mais sagrados dos muçulmanos. Em decorrência disso, no dia 6 de outubro de 2000, o Hamas declarou um "dia de fúria" e pediu aos palestinos que atacassem postos militares avançados de Israel, o que levou Israel, em 2002, a construir um muro para proteger seu o território na fronteira com a Cisjordânia. Em 2005, porém, Israel tirou as tropas da Faixa de Gaza, o que marcou o fim da rebelião. Dois anos depois, os terroristas do Hamas passaram a controlar a Faixa de Gaza, enquanto o Fatah, grupo político atualmente liderado por Mahmoud Abbas, permaneceu administrando apenas a Cisjordânia.
O crescente desentendimento étnico-político-religioso regional, com o lançamento de foguetes contra Israel, ataques à população civil, dentre outros atos de hostilidade, provocou fortes respostas militares do povo sionista nos anos de 2010, 2012, 2014 e 2015 (Intifada das Facas), o que fomentou, ainda mais, o sentimento antissemita presente historicamente. Registre-se, ademais, que os conflitos ocorridos ultimamente na terra prometida, notadamente no Século XX, além de proporcionarem a morte de milhares de pessoas, forçou que cerca de 700 mil palestinos fossem expulsos de suas casas, os quais se transformaram em refugiados nos países vizinhos. Eles e/ou seus descendentes, hoje, somam cerca de 7 milhões de pessoas que se sentem injustiçadas, daí a enorme dificuldade de resolver essas tensões antes da volta do Salvador do Mundo.
No dia 30 de setembro de 2019, por exemplo, vários órgãos da mídia internacional repercutiram o discurso do chefe militar do Irã, Major-General HosseinSalami, dizendo já existirem, atualmente, plenas possibilidades da destruição total de Israel; ideal político 1, aliás, defendido abertamente pelo regime dos aiatolás desde a Revolução Islâmica de 1979. O intento satânico de aniquilar os descendentes de Abraão é, tanto antigo, quanto real; mas Israel, o pequeno, mas desenvolvido país asiático, encravado em uma porção da terra prometida, continuará sua marcha escatológica até que aquilo que está escrito a seu respeito, nas sagradas escrituras, cumpra-se integralmente.
Conclusão
O livro de Josué narra a trajetória épica de um povo que ultrapassou seus limites pessoais, aprendendo a confiar em Deus nos momentos mais difíceis, arriscando suas próprias vidas, em face da manifestação gloriosa do poder de Deus, bem como pela condução prudente e corajosa de seus principais líderes nesse período: Josué, o comandante, e Eleazar, o sacerdote. 
No fim da narrativa bíblica, ambos estavam próximos da morte, mas vislumbra-se o cuidado constante da liderança com o objetivo de que a geração vindoura mantivesse o padrão vitorioso de obediência total a Deus, consubstanciado no pacto estabelecido (Js 24.26,27), marcando, com isso,  o fim de um ciclo histórico, coroado, ademais, pelo enterro dos ossos de José.
Logo em seguida, há a informação, por outro escritor, acerca da morte de Josué e Eleazar (Js 24.29,33), encerrando exitosamente a missão dada pelo Senhor. Suas vidas cumpriram o propósito para o qual foram designadas pelo Eterno. O futuro traria muitas surpresas, boas e más, sobre a vida dos hebreus, até os dias atuais, mas Deus nunca perdeu, como se viu, ao longo dos milênios, o controle das rédeas da história.

1  AGENCE FRANCE PRESSE; STAFF, Toi. Iran Guards chief: Destroying Israel now not a dream but an ‘achievable goal’. The Times Of Israel, 2019. Disponível em: < https://www.timesofisrael.com/iran-guards-chief-says-destroying-israel-is-not-a-dream-but-an-achievable-goal/>. Acesso em: 18 out. 2019.

terça-feira, 23 de junho de 2020

Lição 13 - 2º Trimestre 2020 - A Batalha Espiritual e as Armas do Crente - Adultos.

Subsídios Lições Bíblicas - Adultos

Lição 13 - A Batalha Espiritual e as Armas do Crente 

2º Trimestre de 2020
A batalha espiritual é uma realidade. Esse assunto é relegado por alguns cristãos, e superestimado por outros. Entretanto, devemos tratar de todo o conselho de Deus presente nas Escrituras Sagradas. Vivemos uma batalha espiritual que não pode ser ignorada. Por isso, você tem o objetivo central de, nesta lição, mostrar que o uso da armadura de Deus assegura a vitória no campo da batalha espiritual. Nele, com o auxílio dessa armadura, seremos vitoriosos contra o ataque do Maligno. Para clarificar essa perspectiva espiritual, você deve demonstrar qual deve ser o preparo espiritual do crente para a batalha. Depois, apresentar o campo da batalha espiritual do crente. E, finalmente, mostrar quais são as armas espirituais indispensáveis ao crente. Os três tópicos da lição percorreram esses objetivos e, você, professor, tem como compromisso pedagógico garantir o cumprimento deles.
Resumo da lição
A presente lição tem como ponto central mostrar que o uso da armadura de Deus assegura a vitória do crente no campo da batalha espiritual. Nesse sentido, o primeiro tópico demonstra o preparo espiritual do crente para a batalha, destacando que a vitória contra o mal somente é possível por meio do fortalecimento do crente no poder do Senhor. Além desse fortalecimento, essa realidade passa pela vigilância em toda a oração e súplica. 
Fortalecidos no poder de Deus e em oração e súplicas, o segundo tópico mostra qual o campo da Batalha Espiritual do crente, destacando as astutas ciladas do Diabo, o conflito contra o reino das trevas e as agências das potestades do ar. O que você deve deixar patente em classe é que o crente precisa conhecer o seu campo de batalha espiritual para que possa guerrear contra o Inimigo e receber a vitória.
Conhecendo o campo de batalha, agora o crente precisa tomar posse de suas armas espirituais. Exatamente o que o terceiro tópico mostra: (1) As armas de defesa (a verdade, couraça da justiça, o evangelho da paz, o escudo da fé e o capacete da salvação); (2) a arma de ataque (a espada do Espírito, a Palavra de Deus).
Uma palavra
Chegamos ao fim de mais um trimestre. É interessante que você faça uma recapitulação dos principais assuntos tratados ao longo desse período de estudos. Ao concluir esta lição, desafie os alunos a serem mais espirituais, a cultivarem uma espiritualidade mais profunda diante de Deus. Essa é a vontade do Pai. 

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Lição 12 - 2º Trimestre 2020 - Jesus orou em um jardim - Berçário.

Lição 12 - Jesus orou em um jardim 

2º Trimestre de 2020
Objetivo da lição: Mostrar às crianças que falar com o Papai do Céu nos ajuda a ficar longe do mal.
É hora do versículo: “[...] levantai e orai [...]” (Lucas 22.46).
Nesta lição, as crianças continuarão aprendendo sobre a oração, e saberão que orar nos ajuda a ficar longe do mal. O nosso exemplo disso é Jesus, que orou até mesmo em um jardim. Jesus orava em todos os lugares.
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças colorirem o desenho de Jesus orando no Jardim do Getsêmani. Peça que as crianças façam desenhos de flores para enfeitar o jardim onde Jesus estava orando.
licao12 bercario jesusnogetsemani
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 12 - 2º Trimestre 2020 - O Meu Amigo Cura o Empregado de um Oficial - Maternal.

Lição 12 - O Meu Amigo Cura o Empregado de um Oficial 

2º Trimestre de 2020

Objetivo da lição: Levar as crianças a reconhecerem que Jesus pode curar toda enfermidade. 
Para guardar no coração: “[...] será feito como você crê [...]”. (Mt  8.13)
Seja bem-vindo
Receba os alunos com alegria. Cumprimente os visitantes e acomode-os em seus lugares. Comece a aula dizendo que está muito feliz por ser amigo(a) de Jesus. Diga: “É tão bom ser amigo(a) de Jesus! Quem convida Jesus para vir morar em seu coração pode viver com Ele para sempre lá no céu! 
Cantem juntos uns corinhos que falem a respeito do céu, ou sobre a vida eterna. Pode ser o corinho ‘Meu coração era sujo, mas Cristo aqui já entrou...’ Acompanhados por um cântico apropriado, recolham as ofertinhas” (Karen Bandeira).
Somos assim 
“A criança adquire autoconfiança através do relacionamento que estabelece com aqueles que são importantes em sua vida — em primeiro lugar, os pais; depois, os professores e outros — e não por meio de lições que a ensinam a ser autoconfiante. O professor deve aceitar e respeitar o seu aluno. Precisa saber quando elogiá-lo por seus esforços e quando incentivá-lo a se esforçar mais. Deve lhe mostrar tudo aquilo que já aprendeu. Sua atitude e seu relacionamento para com o seu aluno são as mais poderosas ferramentas da sala de aula, na construção do seu amor-próprio” (BEECHICK, Ruth. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 42).
 Atividade do aluno
  maternal12
Até logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em Lucas 7.1-10. 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal
Envie suas dúvidas ou sugestões para telma.bueno@cpad.com.br

Lição 12 - 2º Trimestre 2020 - Os Amigos que andaram com Deus - Jd. Infância.

Lição 12 - Os Amigos que andaram com Deus 

2º Trimestre de 2020 
Objetivos: Os alunos deverão aprender que Eliseu seguiu a Elias e que devemos ser bons imitadores de Deus. 
É hora do versículo: “Vocês são filhos queridos de Deus” (Ef 5.1).
Nesta lição, as crianças aprenderão, através da história da amizade de Elias e Eliseu, que Eliseu aprendeu com seu amigo Elias a ser um bom imitador do Papai do Céu. Elias não estava sozinho e não era o único amigo de Deus naquela cidade que adorava deuses de mentira. Deus mandou que Eliseu continuasse fazendo o trabalho de Elias quando ele foi para o céu.
Após realizar todas as atividades propostas na revista do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo com o desenho de um coração e, apresentando às crianças o valor da amizade, peça que desenhem a criança e um amigo no interior do coração. Um amigo deve ser guardado dentro do coração. Sugira que as crianças desenhem amigos que andam com o Papai do Céu, que sejam amigos de Deus, assim como elas são. 
 licao12 jardim coracao
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 12 - 2º Trimestre 2020 - Uma Casa de fazer discípulos - Juniores.

Lição 12 - Uma Casa de fazer discípulos 

2º Trimestre de 2020
Texto bíblico – Atos 11.25,26.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos aprenderão que a Casa de Deus é um lugar onde aprendermos a ser discípulos do maior Mestre que já existiu. Certa vez, Jesus disse aos judeus que acreditavam nEle: “— Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (cf. Jo 8.31,32). Um critério definido por Jesus para que as pessoas, de fato, se tornem seus discípulos é permanecer na Palavra dEle.
A obediência aos ensinamentos de Cristo expressa que verdadeiramente entendemos a proposta do evangelho. O Senhor nos escolheu para sermos um povo exclusivamente seu, separados e dispostos a alcançar outros para fazerem parte também deste Reino de Amor. E os seus ensinamentos não são pesados ou difíceis de praticá-los se, de fato, estivermos dispostos a colocá-los em prática. O Senhor não pede de nós nada além daquilo que não podemos entregar.
O exemplo utilizado na lição de hoje revela essa verdade. Barnabé é conhecido na Bíblia como um homem de bem e cheio do Espírito Santo e fé (cf. At 11.24). Ele foi o instrumento usado por Deus para conduzir Paulo até Antioquia e ali permaneceram durante um ano ensinando muitas pessoas a respeito da salvação. Esse período que Paulo passou ao lado de Barnabé foi muito importante para o seu crescimento espiritual, um verdadeiro treinamento missionário. Deus estava preparando Paulo para as adversidades que ele havia de enfrentar por pregar o evangelho de Cristo.
O discipulado é uma importante etapa que não deve ser ignorada. É uma fase de aprendizado em que aprendemos os fundamentos básicos da fé e que não devem ser esquecidos por toda a caminhada cristã. Um detalhe importante neste contexto é o fato de que Deus levanta pessoas que se tornam grandes amigos e que fazem toda a diferença na caminhada da fé. Eis uma lição importante que seus alunos devem aprender: quem são as pessoas que Deus tem levantado para ajudá-los a permanecerem na fé? As amizades que partilham estão ajudando-os a crescerem e serem pessoas melhores? Se este não for o caso é importante estar alerta, pois há certas amizades que ao invés de nos ajudarem podem nos prejudicar e impedirem que alcancemos as bênçãos que Deus tem reservado para cada um de nós.
Mostre o exemplo da amizade entre Paulo e Barnabé. Explique que um ajudava o outro, pois eles tinham o mesmo objetivo: pregar a Palavra de Deus e ajudar os irmãos que estavam passando necessidades (cf. At 11.28-30). Aproveite e realize a seguinte atividade com seus discípulos: confeccione dois cartazes. Um cartaz deverá apresentar as características de amizades que nos ajudam a permanecermos firmes nos ensinamentos do Senhor. No outro cartaz, apresente as características de amizades que são prejudiciais para a nossa vida espiritual e podem nos atrapalhar de modo que não permaneçamos bons discípulos de Cristo. Ajude seus alunos a identificarem que tipo de amizade tem influenciado o relacionamento entre eles e o Mestre.
Boa aula!

Lição 12 - 2º Trimestre 2020 - O Amadurecimento Cristão - Pré Adolescentes.

Lição 12 - O Amadurecimento Cristão 

2º Trimestre de 2020
A lição de hoje encontra-se em: 1 Coríntios 13.11; 14.20.
Prezado(a) professor(a),
Na aula de hoje seus alunos terão a oportunidade de aprender a respeito do amadurecimento cristão. Talvez eles possam pensar que falar de maturidade é coisa para pessoas que já viveram bastante tempo e podem aconselhar os mais novos. No entanto, a Palavra de Deus nos ensina que enquanto estamos vivendo neste mundo nunca saberemos todas as coisas, pois sempre haverá algo novo a aprender. Assim como no crescimento físico o alimento é necessário para nutrir o organismo, na vida espiritual, é preciso se alimentar da Palavra de Deus para que o espírito esteja fortalecido. 
Vale ressaltar que conhecer as Escrituras Sagradas no que diz respeito aos aspectos histórico e teológico não é suficiente. É preciso haver um relacionamento próximo com o Senhor a fim de que as verdades bíblicas não estejam apenas no entendimento, mas no caráter de cada cristão. Quando as verdades bíblicas começam a fazer parte dos hábitos diários o caráter de Cristo passa a ser moldado na pessoa. E quando esse processo ocorre na conduta do crente de forma natural, este se torna alguém maduro, experimentado na Palavra e capaz de discernir entre o certo e o errado (cf. Ef 4.13-15). Ao passo que esses processos ocorrem, significa que o crente está madurecendo na fé. Já não depende de que alguém lhe diga o que deve fazer, pois sabe que é o próprio Deus quem o direciona e o leva por um caminho mais excelente (cf. 1 Co 12.31).
O apóstolo Paulo declara uma comparação na Carta que escreveu aos irmãos da igreja de Corinto quando diz: “Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança” (cf. 1 Co 13.11). Isso não significa que seus alunos devem deixar de pensar ou agir como crianças, afinal de contas, tudo tem o seu tempo. Mas o que o apóstolo está explicando nesta ocasião trata-se do nível de compreensão que temos acerca de Deus e o que podemos conhecer e receber dEle enquanto estamos nesta esfera terrena.
Deus, certamente, espera que seus filhos cresçam no entendimento. O que você sabe a respeito de Deus? O que seus alunos sabem e o que aprendem na sua aula são suficientes para que desenvolvam um relacionamento sincero com Deus? Esta é uma pergunta que você deve fazer a si mesmo antes de entrar em sala de aula. Você e seus alunos têm crescido espiritualmente? O que mede o nosso crescimento espiritual não é o nível de conhecimento adquirido ao longo da caminhada cristã, e sim o nível de relacionamento com Deus e a obediência aos seus ensinamentos. Somente poderemos dizer que estamos crescendo espiritualmente quando “fazer a vontade de Deus” for algo tão natural em nossa conduta que não nos sintamos mais obrigados a cumpri-la. Reserve um momento da aula para perguntas quanto ao conteúdo das lições que estudaram até o presente momento.
Excelente aula!

Lição 12 - 2º Trimestre 2020 - As Cidades de Refúgio são estabelecidas - Jovens.

Subsídios Lições Bíblicas - Jovens

Lição 12 - As Cidades de Refúgio são estabelecidas 

2º Trimestre de 2020
Introdução
As escolhas que os indivíduos fazem na vida trazem consequências, por isso Deus não tem o culpado por inocente, na medida em que é a pessoa, e não Deus, o responsável pelas decisões tomadas. Assim, havendo pecado, o juízo divino recai sobre o transgressor sem nenhum constrangimento por parte do Justo Juiz. Se fosse de outra forma, o condenado teria um forte argumento de defesa: — Como o Senhor condena alguém que foi obrigado a pecar? Haja vista que me fizeste predestinado à destruição, como eu poderia escapar? Agora queres me condenar? Onde está a Tua justiça? Apenas cumpri o destino que me traçaste. Não queiras me convencer que se trata de Tua soberania, mas de pura tirania! Simples assim. 
O tema do livre arbítrio tem alimentado, por séculos, o debate filosófico e teológico entre os intelectuais de plantão e, a cada dia mais, somam-se argumentos de um lado e outro, aumentando o abismo conceitual, acirrando-se as diferenças e não caminhando para o consenso. Essa falta de unanimidade, entretanto, apenas fortalece a ideia de que temos o livre arbítrio de pensar distintamente e, assim, seguir nossa própria tese filósofo-teológica. Deus é desse jeito mesmo: Ele nunca força ninguém a fazer nada, apenas indica o caminho. 
O grande apologista do século XX, com sua perspicácia habitual, usa as palavras com maestria, explicitando algumas das razões pelas quais os homens podem e devem ser responsabilizados em face de suas condutas. Caso vivêssemos em um mundo em que os indivíduos fossem “teleguiados” pelo Eterno, nenhum sentido haveria em se falar em recebimento de galardões no Céu. Mister, mencionar, todavia, que sendo o Senhor o Sumo Bem, todas as nossas fontes estão nEle (Sl 87.7), isto é, tudo de bom que o homem faz, sejam pensamentos, palavras ou ações, defluem do único Ser que abastece o Universo de amor e bondade. Nesse mesmo sentido, Lewis arremata posteriormente que o Senhor criou o Homem para ser movido por Ele mesmo, o qual se constitui no único “combustível que o nosso espírito deve queimar, ou o alimento de que deve se alimentar” 1.
Nesse passo, não acreditando na heresia do panteísmo (Deus é tudo e tudo é Deus), há que se entender que, por causa do livre arbítrio, o mal passou a existir no mundo e, assim, quando a humanidade toma decisões equivocadas, peca, o faz por escolha própria, voluntariamente, de “caso pensado” – dolo, em atender ao convite do mal e não à voz do Criador, que brada constantemente nas consciências: “Este é o caminho, andai nele” (Is 30.21). 
O livre arbítrio, dessa forma, acontece por causa da soberania de Deus, e também por Sua humildade. Ele, que poderia manipular a todos, de forma a nunca ser desobedecido, preferiu deixar-nos livres para escolher o caminho, mas enviou Seu Filho para nos dizer qual era o bom e único “Caminho” (Jo 14.6). Assim, em Sua sublime humildade, Ele inspirou homens a escreverem o Novo Testamento não em tom solene e eclesiástico, de forma que fosse uma obra de arte literária do grego clássico, porém preferiu o popular grego coiné, a língua usada pelos comerciantes, escravos, indigentes... O Deus que, em Sua soberania, decidiu descer a um grau extremo de humildade, a ponto de se acomodar no ventre de uma pobre mulher hebreia, e, em momento posterior, tornar-se um desprezado pregador itinerante que seria preso como bandido pela polícia, também optou em trazer sua mensagem de salvação em linguagem vulgar, prosaica, não academicista. Essa mescla de soberania e humildade divinas, geraram, assim, a possibilidade das idiossincrasias humanas, o que faz de cada criatura um ser insubstituível, ante à sua complexa individualidade, pela multiplicidade de escolhas diante da vida.
Esse maravilhoso livre arbítrio, portanto, que foi concedido amorosamente por Deus a todos os homens, encontra-se, de maneira destacada, como pano de fundo dos capítulos 20 a 22 de Josué. Livre arbítrio para o homicida culposo (que não teve a intenção de matar) fugir para uma das cidades de refúgio e, também,uma vez aceito, permanecer ali indefinidamente. Livre arbítrio para Israel entregar aos levitas as cidades prometidas. Livre arbítrio para as tribos transjordânicas, que ficaram voluntariamente a leste do Jordão, voltarem para suas terras e, às margens do rio, erigirem um altar memorial.
O Altíssimo, que ensinava Israel como a um filho, pegando-o pela mão, não lhe acorrentava os pés... Assim, depois de séculos de relacionamento decorridos desde Abraão, com muitos caminhos trilhados, alguns aprovados por Deus e outros não (a maioria), agora, os hebreus que restaram, podiam, enfim, repousarem seguros na terra prometida!
I-Deus ordena estabelecer cidades de refúgio
1- Deus protege quem praticou homicídio culposo
O Senhor determinou o estabelecimento de seis cidades de refúgio: Bezer para os rubenitas; Ramote, em Gileade, para os gaditas; Golã, em Basã, para os da meia tribo de Manassés (as quais foram nominadas ainda por Moisés –Dt 4.41-43) – as três na Transjordânia; Quedes na montanha de Naftali; Siquém na montanha de Efraim; e Hebrom, na tribo de Judá (Js 20.7) – as três na Cisjordânia (estrategicamente nas regiões norte, central e sul de Canaã) – ver mapa no capítulo anterior. O Altíssimo, ademais, cuidou da acessibilidade rápida à salvação do homicida não intencional, determinando que fossem construídas estradas até essas “fortalezas judiciárias” (Dt 19.3), de forma a regular um costume da antiguidade (o qual ainda persiste até hoje em algumas comunidades do Oriente Próximo), de que o parente mais chegado de um homem morto acidentalmente poderia vingá-lo (Nm 35.12,19; Dt 19.12). 
As seis cidades de refúgio que o Senhor estabeleceu estavam localizadas de tal maneira que qualquer pessoa que matasse alguém acidentalmente teria que caminhar apenas a jornada de um dia para estar em segurança. Assim, o acusado de homicídio, então, se quisesse, iria ao “lugar de salvação” o mais rápido possível, e ali apresentaria seu caso à porta da cidade. Havendo a admissibilidade de sua defesa prévia, seria submetido ao “júri popular”. Caso fosse absolvido, o agressor poderia morar na cidade de refúgio até a morte do sacerdote (Nm 35.10-25; Js 20.1-6), quando, então, estaria livre para viver noutro lugar.
2- O significado espiritual das cidades de refúgio
Nessas cidades de refúgio, a vida do agressor não era protegida necessariamente por um forte esquema de segurança com soldados, armas etc., mas sobretudo pelo próprio Deus que, na sua palavra, garantia-lhe o salvo-conduto. 
Assim, analisando esses detalhes, maravilhamo-nos do tratamento sobremodo justo, misericordioso e amoroso que o Senhor Deus dispensava ao “pecador” imprudente, demonstrando o significado mais profundo da palavra Justiça e, por isso mesmo, compreende-se, a partir da leitura de Hb 6.18, “que as cidades de refúgio eram um tipo de Cristo. O apóstolo faz alusão a isso quando fala daqueles que fugiram procurando refúgio, e também da esperança oferecida a eles” 2, circunstância observada também por Mark Water 3, e R. N. Champlin, o qual afirmou que “as cidades de refúgio representam o refúgio que temos em Cristo, o qual é nosso sumo sacerdote. (...) em Cristo o pecador perdoado fica inteiramente livre da culpa” 4.
3- O perigo de sair da cidade de refúgio 
O acusado de cometer homicídio culposo (Nm 35.22,23, Dt 19.4,5), uma vez absolvido, teria uma vida tranquila na cidade de refúgio, desde que nunca a deixasse. Entretanto “se de alguma maneira o homicida sair dos limites da cidade de refúgio, onde se tinha acolhido, e o vingador do sangue o achar fora dos limites da cidade de seu refúgio, e o matar, não será culpado do sangue” (Nm 35,26,27).
As pessoas estavam protegidas nas cidades de refúgio, e ninguém as poderia arrebatar desses asilos, que representavam um lampejo da graça de Deus no tempo da lei. Elas se constituíam abrigos contra a injustiça, e não havia quem desafiasse o rigor dessa norma. Posteriormente, “desde os dias do imperador Constantino, os templos cristãos exerciam essa função. (...) Na Idade Média, quando o poder papal tornou-se grande, esses costumes continuavam prevalecendo” 5. Atualmente, vê-se com certa frequência, na mídia, a concessão de asilo de países distintos a presos políticos, em seus territórios e, inclusive, em suas embaixadas. As cidades de refúgio, porém, não tinham essa função de diplomacia internacional, mas seu foco era evitar que, no seio da terra prometida, houvesse injustiças contra inocentes.
Entretanto, o homicida perdoado tinha liberdade para, querendo, sair da cidade de refúgio; ele poderia, usando seu livre arbítrio, transpor os portões externos e seguir seu caminho, o que seria muito perigoso, diante da fúria do vingador do sangue (Dt 19.6).  Da mesma maneira, sair do refúgio que há em Jesus Cristo não se traduz em uma sábia conduta, antes, pelo contrário, põe a “ovelha desgarrada” em risco iminente de morte eterna.
II - Os levitas exigem sua herança
1- A demora na herança dos levitas
As cidades de refúgio estavam entre as 48 dos levitas, por isso a ordem de Deus para que as cidades de refúgio fossem estabelecidas era uma clara alusão às cidades levitas, sendo 4 por tribo, mas nenhuma medida administrativa foi tomada nesse sentido, até que houve pressão sacerdotal (Js 21.2,3). Na verdade, essas cidades levitas seriam uma grande bênção para Israel, na medida em que elas não estariam em uma mesma tribo, mas espalhadas por toda a terra de Canaã, de maneira que a presença do ministério religioso abençoaria todo o povo, ensinando-lhe o caminho do Senhor. Elcana, por exemplo, era levita, mas também efraimita (1 Sm 1.1), o que significa dizer que ele tinha elevado status na comunidade de Efraim (pertencia uma casta especial), por ser levita, todavia não integrava uma 13ª tribo – como Samuel, seu filho, o qual, serviu como sacerdote no tabernáculo do Senhor, que estava em Siló, substituindo Eli. Assim, não deve existir dúvida quanto à cidadania, haja vista que “os levitas (...) eram membros das tribos onde viviam, para todos os efeitos práticos” 6.
Impressionante como, por vezes, os servos de Deus agem com egoísmo e ingratidão quando são abençoados, esquecendo-se de que outros irmãos possuem carências que devem ser supridas com a sua abundância. O que aconteceu com a liderança de Israel com frequência acontece no seio da igreja. Por isso, deve-se ter todo o cuidado para que não fiquemos seduzidos com os bens recebidos e desprezemos a conduta apropriada: “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). 
2- O estabelecimento das cidades dos levitas 
Por causa da lealdade dos levitas no Monte Sinai, eles foram recompensados com as cidades que lhes eram necessárias para que suas famílias pudessem viver e se desenvolver, não obstante o salário dos levitas adviesse dos dízimos trazidos ao santuário. Dessa forma, dentro do território de cada tribo haveria 4 cidades cedidas aos levitas, e, em volta delas, ficaria resguardada uma faixa de terra de 450m, a partir da muralha, para o pasto, e mais 450m após – novecentos metros ao todo de cada lado (norte, sul, leste e oeste) – e a cidade no meio (Nm 35.4,5 NTLH).
Por outro lado, Deus, em sua sabedoria, deu aos sacerdotes 13 cidades nas terras de Judá e Benjamim, próximas à Jerusalém, que seria a cidade do grande Rei (Mt 5.35), e ali se edificaria o templo do Senhor, são elas: Hebrom (uma cidade de refúgio), Libna, Jatir, Estemoa, Holom, Debir, Aim, Jutá, Bete-Semes, Gibeão, Geba, Anatote e Almom, todas, com exceção de Jutá e Gibeão, são novamente mencionadas em 1 Cr 6.54-60, razão pela qual alguns estudiosos acreditam que essas tenham mudado de status ao longo dos séculos.
3- A fidelidade de Deus
Depois de anos de guerra, a terra foi conquistada (ainda que não completamente) e dividida. Foram muitas batalhas, mas isso faz parte da jornada, na medida em que “Deus nunca prometeu a seus filhos dias fáceis (...). A promessa não é de comodidade, e, sim, vitória. (...) Crescemos na adversidade, porque aprendemos a confiar mais no Senhor” 7. Nesse momento, Josué declarou como o Senhor tinha sido fiel e cumprido todas as suas promessas (Js 21.43-45).
Os israelitas, talvez, naquela longa caminhada, não imaginassem como eram importantes para o Altíssimo e, quiçá, por isso, em alguns momentos cruciais, tomou conta deles um sentimento de desânimo, o desejo de voltar ao Egito. E muitos dos que seguiam adiante, pelo deserto, achavam que seriam fragorosamente derrotados. Esse é um erro fatal, que não se pode cometer, posto que perdendo a batalha da mente, o homem dificilmente vencerá os outros embates. 
Os filhos Israel eram muito importantes para o Eterno (como Deus é humilde!) e, na realidade, eles só precisavam, enfrentar com diligência e fé os desafios que lhes eram apresentados. O fato é que: mesmo diante dos altos e baixos dos hebreus, o Senhor continuou fiel, e todas as coisas que sucederam, desde o dia que saíram do Egito, cooperaram para o bem daqueles que amavam a Deus. Os rebeldes, porém, ficaram pelo caminho.
III- A despedida das tribos tranjordânicas
1- Duas tribos e meia são despedidas 
Quando o apóstolo Paulo escreveu sua última epístola, da prisão, afirmou com convicção que tinha combatido o bom combate, acabado a carreira e guardado a fé. O apóstolo dos gentios, naquela ocasião, não apresentava nenhum rancor quanto às lutas do passado, mas encerrava de modo valoroso e esperançoso a missão dada por Deus, demonstrando que entendia que o seu tempo havia terminado. Ele também reconheceu, pelo Espírito, que possuía um grande tesouro no Céu, o qual ele chama, genericamente, de coroa. O grande missionário da Igreja primitiva “revisa calmamente o caminho que seguiu e o aprova” 8. Com um sentimento muito parecido, os guerreiros das tribos transjordânicas receberam, de Josué, a informação que o tempo deles tinha findado, e que era hora de voltarem para suas tendas. Eles, igualmente, haviam combatido o bom combate, acabado a carreira, e guardado a fé, e, agora, voltavam para casa cheios de tesouros, decorrentes dos despojos, autorizados pelo Senhor, em face das conquistas sobre as nações de Canaã. Israel estava enriquecido.  
É bem verdade que havia ainda muitíssima terra para ser conquistada, mas o propósito daquela incursão bélica estava concluído, razão pela qual Josué dispensou Rúben, Gade e a meia tribo de Manassés. Aqueles nobres guerreiros haviam passado muitos anos longe de suas famílias, batalhando pela terra prometida por Deus e, nesse instante, precisavam retomar suas vidas. Isso faz lembrar também as últimas palavras ditas a respeito de Zacarias, pai de João Batista: “E sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para sua casa” (Lc 1.23).
Na vida é assim mesmo: as pessoas são comissionadas para realizarem algo importante, mas, nem sempre, conseguem completar todo o desígnio, como foi o caso dessas tribos. Uns plantam, outros regam e outros colhem. O certo é que, os propósitos de Deus sempre serão alcançados, pois não ficam adstritos, apenas, a esta ou àquela geração. Cedo ou tarde, independentemente do tempo, transformar-se-ão em momento histórico do seu povo. 
2- Exortação à obediência
Como Deus requer de seus filhos obediência e organização no trato das coisas santas, sem se descuidarem de nenhum dos preceitos estabelecidos, que são requisitos para a manutenção das bênçãos recebidas, Josué reuniu as tribos transjordânicas e agradeceu-lhes por terem lutado as guerras do Senhor, conforme determinação de Moisés, sendo obedientes em tudo, bem como os elogiou porque eles não desampararam nenhum de seus irmãos de outras tribos e, no fim do discurso, exortou-os a que permanecessem fiéis, pois esse era o segredo de um futuro feliz! Que grande advertência para a igreja dos dias atuais!
A carreira dos guerreiros transjordânicos havia se encerrado “como uma maratona, repleta de obstáculos e dificuldades que esmaga os homens (...). Aprendemos que a carreira exige dedicação e coragem, bem como o poder do Espírito Santo, pois, de outro modo, será inteiramente possível concluí-la com êxito” 9. Eles precisavam, com denodo, perseverarem obedientes até o fim.
3- O altar junto ao Jordão 
Ao voltarem para suas famílias, as três tribos transjordânicas pararam às margens do Jordão, onde construíram um imponente altar, semelhante ao que estava em Siló, o que revoltou os líderes hebraicos, que partiram ferozmente para confrontá-los. Ao explicarem que não se tratava de um altar para oferecer sacrifícios, mas apenas de um memorial, às tribos que ficaram a Oeste do Jordão, capitaneadas pelo sacerdote, aceitaram o monumento pacificamente.
O grande problema da construção de um altar naquelas circunstâncias era o possível desvio para a idolatria, pecado fortemente condenado por Deus, que levou à morte milhares de israelenses, no caso de Baal-Peor. De fato, a intenção das tribos de Rúben, Gade e metade de Manassés não era ruim, mas a conduta imprudente revelava muito acerca dessas tribos que estavam se alojando ao oriente do Jordão. Elas já estavam absorvendo o espírito que predominaria no tempo dos juízes: cada um fazia o que achava certo! 
Se, por um lado, a construção de um memorial não era um pecado, por outro poderia ser um embaraço, como aconteceu, causando mal-estar nos irmãos das tribos da Cisjordânia. Então, vislumbra-se um problema de ausência de comunicação, entendimento e cumplicidade, no serviço do Senhor. Nenhuma atitude autônoma, que traga divisão, conflito, controvérsia, deve ser cultivada, pois Deus ama a unidade.
Conclusão
Deus determinou várias medidas administrativas para que seu povo desfrutasse de todas as condições para seguir em frente, como uma sociedade politicamente organizada, defendendo uma cultura calcada nas determinações que emanaram do coração de Deus. Por isso, depois de dividir todo o território de Canaã, Josué estabeleceu as cidades de refúgio, por Sua justiça, e as dos levitas, por Seu compromisso com os integrantes do ministério para, após, dispensar aqueles que tinham dado sua quota de sacrifício em prol da nação. 
Mesmo com todos os enormes danos causados aos moradores de Canaã, os povos nativos remanescentes queriam paz com Israel; reconheciam a supremacia dos hebreus. Israel enfrentou pântanos desconhecidos pela fé, mas o Senhor foi fiel em tudo e cumpriu-lhe todas as promessas.

1  LEWIS, C. S.. Cristianismo Puro e Simples. 1ª ed., São Paulo: Martins Fontes, 2005, p.66.
2 PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Wycliffe. 1ª ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 417,418.
3 WATER, Mark. Enciclopédia de Fatos Bíblicos. São Paulo: Hagnos, 2014, p. 558.
4 CHAMPLIN, R. N.. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 13ª ed., vol. 1, São Paulo: Hagnos, 2015, p. 731.
5  CHAMPLIN, R. N.. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 13ª ed., vol. 1, São Paulo: Hagnos, 2015, p. 731.
6 CHAMPLIN, R. N.. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 13ª ed., vol. 3, São Paulo: Hagnos, 2015, p. 794.
7 MEARS, Henrietta C..Estudo Panorâmico da Bíblia. São Paulo: Vida, 1982, p. 85.
8  LIVINGSTON, George Herbert; COX, Leo G.; KINLAW, Dennis F.; BOIS, Lauriston J. Du; FORD, Jack; DEASLEY, A.R.G..Comentário Bíblico Beacon. 1ª ed., vol. 1, 2, 8, Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 533.
9 CHAMPLIN, R. N.. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. 1ª ed., vol. 5, São Paulo: Hagnos, 2014, p. 522.

Lição 12 - 2º Trimestre 2020 - A Conduta do Crente em Relação à Família - Adultos.

Subsídios Lições Bíblicas - Adultos

Lição 12 - A Conduta do Crente em Relação à Família 

2º Trimestre de 2020
Deus planejou a família, a principal instituição humana. Desde a criação de nossos primeiros pais, esse projeto já estava delineado pelo Criador. Assim, nesta lição, você tem a missão de mostrar como objetivo geral que o relacionamento harmonioso está incluído no projeto divino para a família cristã. Qualquer relacionamento desarmônico viola o projeto de Deus para a família cristã. Nesse sentido, você tem a incumbência de fazer uma reflexão bíblica acerca dos atores que constituem a família. Em primeiro lugar, refletir com a classe sobre a conduta bíblica prescrita aos maridos. Em segundo, demonstrar como a mulher casada é comparada à Igreja de Cristo. Em terceiro, trabalhar a orientação bíblica acerca da conduta dos pais e filhos no ambiente familiar.  
Resumo e destaques da lição
É preciso deixar bem claro que a perspectiva de submissão no relacionamento cristão tem como chave Efésios 5.21. É uma submissão para todos os atores da família, pois o princípio bíblico em Efésios ensina que devemos estar sujeitos uns aos outros no temor de Deus.
Nesse contexto, o ponto central da lição passa pelo entendimento de que o relacionamento familiar é um projeto divino. Todos os tópicos convergem para esse ponto.
Assim, o primeiro tópico faz uma reflexão bíblica acerca da conduta do marido e mostra que a ele Deus delegou a liderança do lar e o dever de amar sua esposa com verdadeiro altruísmo. Aqui, trata-se de um amor sacrifical.
Em resposta a um marido que ama com o mesmo amor que Cristo amou a Igreja, o segundo tópico demonstra como a mulher casada é comparada à Igreja de Cristo e, como auxiliadora, Deus delegou a tarefa de respeitar a autoridade do lar conferida ao seu marido.
A partir desse relacionamento harmonioso entre o marido que ama a sua esposa, e esta que o respeito, o terceiro tópico trata acerca da conduta dos pais e filhos no ambiente familiar, orientando que aos pais Deus delegou a responsabilidade de educar e aos filhos o dever de obedecer e honrá-los.
Uma dica
Vivemos um contexto no mundo em que muitos não compreendem a perspectiva de submissão descrita na Bíblia. Por isso é importante que você faça um estudo exegético sobre as passagens de Efésios 5 e 6. Sugerimos aqui mais uma vez o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, editado pela CPAD. Essa recomendação é para que você tenha maior segurança ao expor biblicamente esse assunto. Boa aula! 
Subsídio extraído da Revista Ensinador Cristão - Ano 21 nº81 (Jan/Fev/Mar) 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Lição 11 - 2º Trimestre 2020 - A Mídia Virtual e a Família - Adolescentes.

Lição 11 - A Mídia Virtual e a Família 

2º Trimestre de 2020

ESBOÇO GERAL
A Mídia Virtual
Conectar ou não conectar, eis a questão
Família unida permanece unida, mas diariamente conectada...
Inteligência artificial e teologia cristã
Valmir Nascimento
Não é coisa de ficção científica ou exercício de futurologia.  Realmente, estamos vivendo em uma era de inovações tecnológicas sem precedentes. Carros que andam sozinhos, sequenciamento genético, nanotecnologia, Big Data, realidade virtual, robôs inteligentes e drones que fazem entregas a jato são alguns exemplos do atual estágio da humanidade.Nesta época de revolução digital, duas novas tecnologias despontam: a Internet das Coisas (objetos e equipamentos conectados à rede de computadores) e a Inteligência Artificial (IA). De acordo com projeções do Fórum Econômico Mundial[1], em 2025 10% das pessoas vão usar roupas conectadas à internet, 90% da população mundial terá acesso à internet e usará smartphones, 5% dos produtos de consumo serão impressos em 3D, 10% dos carros (EUA) serão autônomos e 30% das auditorias serão realizadas por inteligência artificial.
Tais inovações afetam não somente a forma como lidamos com a tecnologia, mas também a cultura e os valores da sociedade em geral. Isso de chama cybercultura. Na medida em que surgem e passam a ser utilizados pelas pessoas, estes recursos colocam em discussão aspectos centrais das cosmovisões, especialmente quando tocam em temas sensíveis que envolvem questões éticas e morais.
Isso nos leva a perceber a importância de refletirmos sobre as novas tecnologias e suas implicações éticas e teológica, principalmente. Alguém pode considerar isso sem sentido ou até mesmo desnecessário, mas basta relembrar que há pouco mais de vinte anos grande parte dos teólogos cristãos não estavam preocupados com a internet, e hoje ela ocupa tanto espaço em nosso meio que é difícil não levá-la em consideração.
Mas, talvez, a importância do estudo dessas novas tecnologias resida exatamente na ameaça que elas possam representar à fé cristã. Nas palavras de Jonathan Merrit: “A inteligência artificial – ou simplesmente IA – pode ser a maior ameaça à teologia cristã desde “A origem das espécies”, de Charles Darwin”[2].
Por ora, a minha provocação é exatamente sobre a Inteligência Artificial. Creio que esta seja a inovação mais considerável dos últimos tempos, e o mundo será remodelado por ela, provocando mudanças notáveis em todas as áreas de nossas vidas. Depois dos sites de buscas e compras on-line, a IA está recebendo aplicações mais sérias na área da robótica. Ela está presente na indústria, no comércio e nas atividades cotidianas. Mais de 8 milhões de famílias – americanas, em sua maioria – já tem um dispositivo doméstico de assistência virtual que utiliza a inteligência artificial, apontou reportagem da revista Veja[3].
O grande diferencial da IA - termo cunhado em 1955 por John McCarthy - é a sua capacidade de aprender e desenvolver de maneira autônoma novas formas de raciocínio. “Nos últimos cinco anos houve uma evolução brutal das tecnologias de IA, a ponto de podermos dizer que, hoje, softwares desse tipo conseguem literalmente olhar o mundo e aprender com o que observam”, disse o cientista da computação americano Jeff Dean. Em pouco tempo, a inteligência artificial ocupará boa parte as atividades hoje executadas pelo ser humano. Estima-se que, nas próximas décadas, 70% das atuais profissões serão desempenhadas por robôs, ou seja, sete de cada dez tipos de emprego[4]. O que sobraria? Trabalhos que exijam capacidades lúdicas, emotivas, de análise, que, em teoria, ainda não são exclusivamente humanas[5]. Portanto, teólogos racionalistas que se cuidem...
Uma das primeiras preocupações da teologia com a IA é se ela tem uma alma. Esse é o questionamento de Jonathan Merrit em seu artigo “A inteligência artificial é uma ameaça ao cristianismo?”. Ele cita Mike McHargue, que se descreve como um místico cristão e autor do livro “Finding God in the Waves: How I Lost my Faith and Found it Again Through Science [Encontrando Deus nas ondas: como perdi minha fé e a encontrei novamente via ciência, sem tradução ao português], o qual crê que a ascensão da IA irá dissipar as ambiguidades na forma como muitos cristãos definem termos como “consciência” e “alma”.Segundo McHargue, “as pessoas em contextos religiosos não sabem exatamente o que é uma alma”. “Nós a entendemos como uma essência não física de um indivíduo que não é dependente nem vincula-se ao corpo. Será que a IA vai ter uma alma segundo esta definição?”
Ao lembrar a fertilização in vitro e a clonagem genética, McHargue assevera que “a vida inteligente é criada por seres humanos em cada um desses casos, mas se presume que muitos cristãos concordarão que estes seres possuem alma. “Se temos uma alma e criamos uma cópia física de nós mesmos, supomos que a cópia física também tenha uma alma”, afirma McHargue. “Mas se aprendermos a codificar digitalmente o cérebro humano, então a IA será uma versão digital de nós próprios. Se criarmos uma cópia digital, essa cópia também terá uma alma?”.
A partir disso, Merrit questiona: “Se estivermos dispostos a seguir nessa linha de raciocínio, os desafios tecnológicos mostrar-se-ão abundantes. Se máquinas artificialmente inteligentes têm uma alma, terão elas a capacidade de estabelecer uma relação com Deus? A Bíblia ensina que a morte de Jesus redimiu “todas as coisas” na criação e tornou possível a reconciliação com Deus. Então Jesus morreu pela inteligência artificial também? A IA pode ser “salva”?
A esse questionamento, Christopher Benek, pastor da Providence Presbyterian Church, igreja na Flórida, respondeu:  “Não acho que a redenção de Cristo se limite aos seres humanos”. “É uma redenção a toda a criação, inclusive para a IA. Se a IA for autônoma, então devemos incentivá-la a participar dos propósitos redentores de Cristo no mundo”.
Obviamente, trata-se de uma construção absurda! Afinal, Deus criou pessoas à sua imagem e semelhança (Gn 1.26), de modo que a Imago Dei está presente no ser humano, não em qualquer outra parte da criação, seja nos animais ou em um algoritmo elaborado pelo homem, por mais superinteligente que seja. Igualmente, a redenção em Cristo se estende ao ser humano caído (Jo 3.16), e não a um sistema informatizado. Todavia, esse é o tipo de questionamento que a teologia cristã terá de enfrentar daqui por diante. Ainda que este primeiro aspecto não pareça plausível, há outro ponto sobre a IA que chama a atenção e merece maior cuidado da nossa parte. Refiro-me à utilização da inteligência artificial na área da hermenêutica.
Em nossos dias isso é feito na área jurídica. O Banco JP Morgan, maior banco dos Estados Unidos, vem investindo incisivamente no desenvolvimento de novas tecnologias e já possui um “robô”, baseado em uma rede particular, chamado COI (Contract Intelligence), que interpreta acordos de empréstimo comercial e analisa acordos financeiros[6]. Em 2016, foi lançado o Ross, o “advogado-inteligência-artificial”, ou “robô-advogado”. O ROSS pode processar, em apenas um segundo, 500 gigabytes, o equivalente a um milhão de livros[7].
Não é mera automação. Estes robôs dispõem de uma nova técnica de processo de linguagem, que analisa documentos e legislação. A inteligência artificial é capaz de compreender o real sentido das palavras, ou seja, estes algoritmos fazem um trabalho hermenêutico.
E isso nos leva à hermenêutica cristã. Será que a IA poderia ser utilizada para interpretar as Escrituras?
A resposta a esta pergunta depende da maneira como encaramos a natureza da própria hermenêutica – a reflexão sobre os princípios que corroboram a intepretação textual correta. Se a considerarmos como mero instrumento de codificação de símbolos e análises semânticas regidas pela razão, então a resposta seria positiva. Todavia, se a compreendermos como uma atitude espiritual de compreensão e aplicação do Texto Sagrado, que está além do significado direto das palavras, então os algoritmos não são suficientes para uma hermenêutica bíblica – pelo menos aquela que acredita na sobrenaturalidade.
Obviamente, a inteligência artificial ajuda na compreensão do sentido das palavras, da histórica do texto bíblico e do seu contexto maior. Recentemente, por exemplo, professores da universidade de Tel Aviv, matemáticos e arqueólogos, usaram softwares baseados em IA para analisar a alfabetização nos tempos antigos. As novas ferramentas e técnicas de processamento de imagens puderam comparar e contrastar as formas dos antigos caracteres hebreus. Assim, identificaram caligrafias diferentes. Concluiu-se que a capacidade de ler e escrever era comum no reino de Judá e isso facilitou a posterior compilação dos textos bíblicos[8].
Esse tipo de software tem importante finalidade, mas certamente não substitui a hermenêutica humana, a quem se destina a revelação divina. Talvez, aqueles que resumem a tarefa interpretativa das Escrituras aos aspectos históricos e gramaticais se sintam satisfeitos com os novos algoritmos. É bem possível que o racionalismo protestante e a teologia científica apreciem bastante essas novas ferramentas de inteligência artificial.
Por outro lado, a racionalidade artificial não é suficiente para aqueles que acreditam que a hermenêutica bíblica se submete à revelação divina. Tomo emprestadas aqui as palavras de Paul Ricoeur : “o ato de ler ou de compreender a expressão simbólica de um texto é um momento de autocompreensão, a experiência plena do significado no ato de ler permite-nos que nos elevemos acima de nossa finitude” [9]. Nesse sentido, a IA não é suficiente para o pentecostalismo, pois como lembrou César Moisés de Carvalho, “(...) os pentecostais, somos da opinião que a ‘Bíblia permanecerá em grande parte irrelevante se o Deus de quem ela fala não se revelar aos seres humanos no próprio tempo e espaço deles”[10]. Assim o é porque a Bíblia não é uma lei ou código normativo qualquer, cuja compreensão seja acessada pelo intelecto puramente. É a Palavra viva, eficaz (Hb 4.12) e inspirada de Deus (2 Tm 3.16), e o seu entendimento é alcançado mediante a revelação do Espírito.
Notas e Referências: 
________________________________________ [1] Revista Exame, 13 de setembro de 2017, p. 37.
[2] MERRIT, Jonathan. A inteligência artificial é uma ameaça ao cristianismo?. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/565375-a-inteligencia-artificial-e-uma-ameaca-ao-cristianismo.[3] Revista Veja, edição 2549, 27 de setembro de 2017.
[4] Idem.
[5] Idem.
[6]  JPMorgan Software Does in Seconds What Took Lawyers 360,000 Hours. Disponível em: <https://www.bloomberg.com/news/articles/2017-02-28/jpmorgan-marshals-an-army-of-developers-to-automate-high-finance>.[7] Escritório de advocacia estreia primeiro "robô-advogado" nos EUA. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2016-mai-16/escritorio-advocacia-estreia-primeiro-robo-advogado-eua[8] Disponível em: https://noticias.gospelprime.com.br/inteligencia-artificial-origens-biblia/[9] RICOEUR, Paul. Citado em: VANHOOZER, Kevin. Há algum significado neste texto. São Paulo: Vida Nova, 2005, p. 11.
[10] CARVALHO, Cesar Moisés. Pentecostalismo e pós-modernidade. Rio de Janeiro: 2017, p. 355.