Lição
03
A MORTE PARA O VERDADEIRO CRISTÃO
15
de julho de 2012
TEXTO
ÁUREO
“Porque para mim o viver é Cristo, e o
morrer é ganho” (Fp 1.21).
Para o crente, a morte não é o fim da vida, mas o início de uma
plena, sublime e eterna comunhão com Deus.
COMENTÁRIO
DO TEXTO ÁUREO
“Porque para mim o viver é Cristo, e o
morrer é ganho” (Fp 1.21).
O texto áureo (Fp 1.21)
está inserido num contexto claro para os cristãos, a morte do corpo, leva a
alma na presença do Senhor Jesus, neste sentido o morrer é lucro, vejamos o
contexto:
“Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em
nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora
como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte.
Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não
sei então o que deva escolher. Mas de
ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo,
porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós,
ficar na carne” (Filipenses 1.20-24).
A menos
que Paulo tivesse o conceito da imortalidade e consciência da alma, é
impossível que ele considerasse a morte como um lucro. Pois entrar na extinção
ou no sono eterno dificilmente pode ser chamado lucro.
O apóstolo Paulo nos ensina
que após a morte do crente em Cristo, a alma consciente está num lugar muito
melhor, a morte nos introduz a um estado superior de vida, é o “...estar
com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.23) e jamais em algum estado dormente ou, pior ainda,
de extinção, ou a esperar a ressurreição ou simplesmente ficar extinto para
todo o sempre.
Paulo declara: “Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não
sei então o que deva escolher. Mas de
ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo,
porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.23) e em 2 Co 5.1-2, 6,8 declara: “Porque sabemos
que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um
edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos, desejando ser revestidos da
nossa habitação, que é do céu;...Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo
que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor (Porque andamos por fé, e não por vista).Mas temos
confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor.Pois
que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes”.
Que valor, que lucro seria
este ao morrer se a alma estivesse sem consciência? Que valor teria essas
declarações paulinas, se o crente não estivesse consciente na presença do
Senhor Jesus? Se o cristão, na sua morte, estivesse dormindo, como saberia que
estaria com Cristo? Como poderia declarar que o “morrer é
ganho ou lucro?”
Qual é a esperança dos
mártires desde a igreja primitiva até aos dias de hoje, ao enfrentaram as
feras, fogueiras, decapitações, torturas indescritíveis, senão que após a morte
do corpo, estão na presença do Senhor? Ou não estão na presença do Senhor, na
companhia do Senhor Jesus? Claro que sim. Paulo sabia disso por isso declara: “...tenho desejo de partir e estar com Cristo, porque
isto é ainda muito melhor” é nesse sentido que “...o
morrer é ganho”.
Paulo em 2 Coríntios 5
ensina que “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre
deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita
por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, também gememos, desejando ser
revestidos da nossa habitação, que é do céu” (2 Co 5.1,2), quem
partiu deste mundo, isto é, quem morreu, cuja alma deixou o corpo, o
tabernáculo, a tenda ou casa em que viveu sua vida terrena, está com Cristo, na
companhia dele, enquanto o corpo está frio ou em estado de decomposição no
túmulo. O tabernáculo da sua casa se desfez e agora está revestido da nova
habitação que é do céu. Agostinho de Hipona no século IV declarou: “Oh! Deus, Tú nos criastes para Ti mesmo, e a nossa
alma só encontrará repouso quando voltares para Ti”.
Portanto, quem viveu em
Cristo e vir a morrer, sua alma separou-se do corpo e imediatamente é unida as
miríades de santos de todas as eras, como os profetas, patriarcas, apóstolos e
demais justos e cristãos de todos os tempos. Não é isso que ensina o apóstolo
inspirado? A resposta é sim: “... tendo
desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp
1.23). “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp
1.21).
INTERAÇÃO
A morte é um fenômeno que se abate sobre a pessoa
de qualquer sexo, classe social ou idade. A morte vem! Você já pensou nisso hoje? Não queremos usar de terror psicológico ao abordar
esse tema, mas é importante, num mundo materialista onde vivemos, ao menos uma
vez, darmo-nos conta de que a qualquer momento teremos de enfrentar esse
inevitável fenômeno. Pode ser hoje, amanhã ou daqui alguns anos. Não importa; a “dama enigmática” nos cercará e,
fisicamente, nos consumirá. Então, onde estará a nossa esperança? Como nos comportaremos frente à iminência dessa
suprema realidade? Leia
1 Tessalonicenses 4.13,14,18. O Espírito Santo é aquEle
que consola os corações.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Conceituar técnica e biblicamente o evento da morte.
· Explicar a morte no Antigo e Novo Testamento.
· Saber que a morte, apesar dos pesares, é o início da
vida eterna.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Morte:
Interrupção definitiva da vida terrena.
Numa sociedade
materialista, evita-se falar sobre assuntos negativos. No entanto, a morte é um
fenômeno real que se abate sobre os seres humanos de todas as idades, classes
sociais e religiões. Afinal de contas, quem pensa
em morrer? Há alguma virtude na morte?
Nos dias atuais, o
desespero vem tomando conta das pessoas, até mesmo das que professam a fé
cristã. É uma pena que alguns
púlpitos não estejam preocupados em preparar as suas ovelhas, através das
Sagradas Escrituras, para enfrentar essa realidade que pode chegar a qualquer
família, sem avisá-la ou pedir-lhe licença. Por isso, nessa lição,
demonstraremos que Deus se preocupa com a fragilidade e vicissitude humanas,
principalmente quando se trata de um tema tão laborioso e delicado.
I. O QUE É A MORTE
1. Conceito. Não é tarefa fácil definir
a morte. Como fenômeno natural, ela
é discutida na ciência, na religião e faz parte de debates cotidianos, pois
atinge a todos (Sl 89.48; Ec 8.8). Anteriormente definida como
parada cardíaca e respiratória, o consenso médico atual a define como
cessamento clínico, cerebral ou cardíaco irreversível do corpo humano. No entanto, a definição
mais popular do fenômeno é a “interrupção
da atividade elétrica no cérebro como um todo”. A constatação de que a
pessoa entrou em óbito é o ponto de partida para a permissão, ou não, pela
família, de doar órgãos.
2. O que as Escrituras dizem? “O salário do pecado é a
morte” (Rm 6.23). Deus não criou o homem e a
mulher para morrer. O Senhor não planejou tal
realidade para o ser humano. Mas, conforme descrito em
Romanos 6.23, a morte é consequência da queda (Gn 3.1-24). O pecado roubou, em parte,
a vida eterna da humanidade. Assim, a Bíblia demonstra
que a morte é a consequência inevitável do pecado, e realça esse fato como a
separação entre “alma” e “corpo” (Gn 35.18).
3. É a separação da alma do corpo. A base bíblica para esse
entendimento está em Gênesis 35.18, quando da morte de Raquel: “E aconteceu que, saindo-se lhe a alma (porque morreu)”.
Tiago, o irmão do Senhor,
corrobora esse pensamento quando ensina: “Porque, assim como
o corpo sem o espírito [alma] está morto, assim também a fé sem obras é morta”
(2.26). Teologicamente e, segundo
as Escrituras, podemos afirmar que a separação da “alma” do “corpo” estabelece
o fenômeno natural e também espiritual que denominamos morte. Mas, o que acontece com a
alma após a separação do corpo? Há vida após a morte? São
indagações que podemos fazer.
SINOPSE DO TÓPICO
(I)
Tecnicamente a morte é o cessa mento
clínico, cerebral e cardíaco irreversível do organismo. Biblicamente, porém, é
a separação entre o corpo e a alma.
II. A VIDA APÓS A
MORTE
1. O que diz o Antigo Testamento. “Morrendo o homem,
porventura, tornará a viver?” (Jó 14.14a). Essa é uma pergunta de
interesse perene para todos os seres humanos. Indagações como: “Há vida após a morte?”, “Existe consciência noutra
vida?” São questões existenciais
não muito resolvidas até mesmo para alguns teólogos. Entretanto, as Escrituras
têm as respostas a essas perguntas.
a) Sheol. Em
Salmos 16.10 e 49.14,15, o termo hebraico é “sheol”. Essa palavra aparece ao
longo de todo o Antigo Testamento. É traduzido por “inferno” e
“sepultura”. Tais expressões denotam a
ideia de imortalidade da alma e a esperança de se estar diante de Deus após a
experiência da morte. Tal expectativa representa
o âmago das expressões do salmista.
b) A esperança
da ressurreição. O patriarca Jó, após muito
padecer, expressou-se confiantemente: “E depois que o meu
corpo estiver destruído e sem carne, verei a Deus” (19.26 cf. vv.23-25,27).
O salmista expressou-se a
esse respeito da seguinte forma: “Quanto a mim, feita
a justiça, verei a tua face; quando despertar, ficarei satisfeito ao ver a tua
semelhança” (17.15 cf. 16.9-11). Os profetas Isaías e Daniel
expõem a esperança da ressurreição como um encontro irreversível com Deus (Is
26.19; Dn 12.2). Esses textos realçam a
doutrina da esperança na ressurreição do corpo em glória e denotam, inclusive,
a alegria do crente em se encontrar com o seu Deus após a morte. Logo, podemos afirmar
categoricamente que o Antigo Testamento, respalda, inclusive com riqueza de
detalhes, que há vida e consciência após a morte.
c) Mas o que é a alma? A alma é uma substância incorpórea e invisível do
homem. Inseparável do espírito, embora distinto dele,
formada por Deus dentro do homem, imortal e consciente mesmo fora do corpo. Ela é a sede das emoções, desejos e paixões cuja
comunicação com o mundo exterior é manifesta através do corpo. a partir dela que o homem sente, goza e sofre tudo
através dos órgãos sensoriais. É algo inerente ao ser humano e é o centro de sua
vida afetiva, volitiva e moral. É ela que presta conta a Deus dos atos humanos.
Há teólogos
e estudiosos que afirmam ser o homem dicótomo, isto é, com
natureza constituída de duas partes (corpo e alma), sendo alma e espírito uma
mesma coisa. Mas a Bíblia
mostra claramente que o homem é tricótomo e essa tricotomia está
revelada em várias passagens da Bíblia, dentre elas Hebreus 4.12 e 1
Tessalonicenses 5.23. A palavra hebraica
para “alma” é nephesh e aparece 754
vezes no Velho Testamento, e na língua grega a palavra é psyché e aparece mais de 100 vezes no Novo Testamento.
d) Alma na
Bíblia – tanto no hebraico como
no grego a palavra “alma” tem um significado vasto e abrangente. Ela diz
respeito ao princípio da vida, dos animais e dos aspectos espirituais e
psíquicos, de modo que não é honesto estabelecer uma definição rígida e
dogmática da palavra “alma”. Na Bíblia
encontramos:
- a alma como pessoa em si mesma (Gn 2.7;
Gn 1.20,24; 1 Co 15.39; Ez 18.4; Ex 1.5);
- a alma como sangue (Lv 17.14; vide Dt
12.23; Gn 9.4; Lv 17.10-14);
- a alma como expressão psíquica.
- sede do
apetite físico (Nm 21.5); Dt 12.20; Ec 2.24; Jô 33.20; Sl 107.18; Mq 7.1).
- origem das
emoções (Jô 30.25; Is 1.14; Sl 86.4; Ct 1.7);
- a alma
está associada à vontade e à ação moral (Dt 4.29; Jó 7.15; Gn 49.6).
- a alma como vida (Gn 2.7; Jó 12.10;
- a alma como alma (Mt 10.28);
- as almas
dos mortos debaixo do altar de Deus (Apc 6.9-11), e O rico e Lázaro – Lc 16.19-31)
- o que
Paulo ensinou sobre a alma após a morte do homem (Fl 1.23; 2 Co 5.1-2, 6-8);
- os
patriarcas foram totalmente extintos na sua morte? (Mt 22.31-32; 1 Rs
17.21-22);
- a
esperança dos discípulos de Jesus (Jo14.3; 13.36; 17.24; 1 Co 15.19);
- o
malfeitor da cruz está inconsciente? Lc 23.43; (Ef 4.8-10, 1 Pd 3.18-20);
- O que a
história do rico e Lázaro nos podem ensinar? (Lc 16.19-31). O texto nos revela
o seguinte:
a)
Quando morre um servo de Deus, os anjos o levam ao paraíso (v.22)
cumprindo o que está escrito em Eclesiastes 12.7);
b)
Os mortos conservam o sentido da vista (v. 23);
c)
Os mortos (incrédulos) conservam a compaixão pelos parentes (v. 23);
d)
Os mortos têm sentimento de dor (v.23);
e)
Os mortos lembram-se das coisas terrenas (v. 28);
f)
Os mortos conhecem os outros mortos que na vida lhes eram conhecidos (v.
23);
g)
Os pedidos dos incrédulos após a morte não são atendidos (vs. 26-31).
e) as citações de Eclesiástes
3.19-21;9.10 , Salmos 6.5 e 115.17 e João 11.1-45, são constantemente citadas pelas seitas para
justificarem suas crenças da inconsciência da alma.
No entanto,
essas citações estão inseridas num contexto próprio, ou seja, aqueles que
querem negar a existência da vida após a morte e a consciência da alma se
apegam a estas passagens bíblicas ignorando o contexto das mesmas:
- Nas citações de
Eclesiastes (Ec 3.19-21; Ec 9.10) estes versículos estão ligados aos acontecimentos “debaixo do Sol”:
O livro de
Eclesiastes é o relato sobre as reflexões de um grande sábio que filosofa sobre
as coisas “debaixo do sol”.
Quando
Salomão diz que o que sucede ao homem isso também sucede ao animal, e que ambos
vão para o mesmo lugar na sua morte (Ec 3.19-21) não contradiz a doutrina
bíblica da sobrevivência da alma por duas razões principais, a saber:
a)
o texto em foco não faz menção da palavra alma, o que revela a morte
física, que é comum tanto ao homem como ao animal, e isso não diz respeito ao
além;
b)
porque o tema é sobre as coisas que Salomão viu “debaixo do sol”. Em
Eclesiastes 9.5 lemos: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não
sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica
entregue ao esquecimento”. Observe
agora o versículo 3 do mesmo capítulo 9: “Este é o mal que há entre tudo quanto se faz debaixo do
sol; a todos sucede o mesmo;”
- Nas citações dos Salmos 6.5 e 115.17 - referem-se
aos corpos em decomposição;
- Na ressurreição de Lázaro – Jo 11.1-45 – ver Jo
12.9-11;
- palavras
“sono” e “dormir” (Jo 11.11,13), Jesus
empregou essas expressões para suavizar e reduzir ao mínimo a seriedade ou os
efeitos duradouros da morte física.
- Para o
Senhor Jesus a morte não passava de um sono superficial do corpo, que de forma
alguma afetaria a vitalidade da alma ou suas expressões pessoas.
- É como se
o sono fosse uma morte periódica, e como se a morte fosse meramente o “sono do
corpo”.
- Eis aí a
explicação à luz da Bíblia, sobre a questão da imortalidade da alma.
f) A constituição do homem:
1.- Espírito – parte imaterial do homem, está ligada a espiritualidade, adoração e fé;
2.- Alma (ver definições acima);
3.- Corpo – nosso tabernáculo (2 Co 5), é o templo do Espírito Santo (1 Co
6.18-20).
2. O que diz o Novo Testamento.
A base bíblica
neotestamentário da existência de vida consciente após a morte e a imortalidade
da alma está fundamentada exatamente na pessoa de Jesus de Nazaré. Ele foi quem trouxe luz,
vida e imortalidade ao homem que crê. As evidências são
abundantes:
“E não temais os que matam o corpo e
não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a
alma e o corpo”. (Mateus 10.28);
“E
disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. (Lucas
23.43);
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a
ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá.
Crês tu isto?” (João 11.25-26);
“E quando eu for, e vos preparar
lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver
estejais vós também”. (João 14.30);
“Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste
tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por
mãos, eterna, nos céus”. (2 Coríntios 5.1).
Essas porções bíblicas
ensinam claramente a sobrevivência da alma humana fora do corpo, seja a do
crente ou a do não crente, após a morte. Não obstante, a redenção do
corpo e a alegre comunhão eterna com Deus são resultados da plena e
bem-aventurada ressurreição e transformação do corpo corruptível em
incorruptível (1 Co 15.1-58; 1 Ts 4.16; Fp 3.21).
Definitivamente, e segundo
as Escrituras, o dom da vida para os cristãos não é uma existência finita, mas
uma linda história de comunhão com o Deus eterno. Foi Ele quem implantou em
nós, através de Cristo Jesus, nosso Senhor, a sua graça salvadora enquanto
estivermos em nossa peregrinação terrena.
SINOPSE DO TÓPICO
(II)
As Escrituras denotam o dom da vida como
uma existência infinita e, após o evento da morte, o início de uma história
eterna de comunhão com Deus.
III. MORTE, O INÍCIO
DA VIDA ETERNA
1. Esperança, apesar do luto. É natural que a experiência
da separação de um ente querido traga dor, angústia, tristeza e saudade. O luto chega de forma
inesperada na vida de qualquer pessoa. Mas a promessa do Mestre de
Nazaré ainda sobrepõe-se a qualquer vicissitude existencial: “[...] quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo
11.25).
2. A morte de Cristo e a
certeza da vida eterna. O Pai entregou seu Filho em
favor da humanidade, e assim o fez simplesmente por amor (Jo 3.16). Esse ato amoroso
proporcionou a possibilidade de escaparmos do juízo divino pelo sangue precioso
derramado por Cristo Jesus. Isso leva-nos a refletir
que sem a morte de Jesus não haveria ressurreição. Logo, não haveria pregação
do Evangelho nem salvação. O apóstolo Paulo tinha a
convicção de que a Cruz de Cristo é o âmago do Evangelho (1 Co 1.17), do novo
nascimento e da vida eterna. Hoje só amamos o Senhor
porque Ele nos amou primeiro (1 Jo 4.19). Por isso, pela sua morte, e
morte de cruz temos, nEle, a vida eterna.
3. A morte: o desfrutar da vida
eterna. O fenômeno da morte é para
o crente a prova da fé vigorosa revelada em sua vida terrena. Essa fé manifesta-se numa
consciência de vitória apesar de a morte mostrar-se como uma aparente derrota. O apóstolo Pedro lembra
dessa fé quando exorta-nos: “[...] alegrai-vos
no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na
revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis” (1 Pe 4.13). Para o crente a morte não é
o fim, mas o início de uma extraordinária e plena vida com Cristo. É a certeza de que o seu
“aguilhão” foi retirado de uma vez por todas, selando o passaporte oficial para
a vida eterna em Jesus (1 Co 15.55; Os 13.14). Um dia nosso corpo será
plenamente arrebatado do poder da morte (Rm 8.11; 1 Ts 4.16,17)!
SINOPSE DO TÓPICO
(III)
Apesar da dor e do luto, para o cristão, a
morte é o início do desfrutar da vida eterna.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Precisamos ter consciência
de que a nossa vida é semelhante à flor da erva. Ela se esvai rapidamente. Todavia, tenhamos em mente
que o “viver é Cristo e o morrer é lucro”.
Portanto, não se prenda às
questões passageiras e efêmeras. Na peregrinação
existencial, preencha sua mente com o Evangelho. Assim, ao final de sua vida
poderá jubiloso, entoar o que o apóstolo Paulo declarou no final da sua
carreira: “Combati o bom combate, acabei a carreira,
guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o
Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a
todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.7,8). Em Cristo, tenha paz e
esperança, porque Ele é a ressurreição e a vida.
•BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
•RHODES,Ron. Porque coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. GEISLER, Norman. Teologia Sistemática: Pecado,Salvação, A Igreja e As Ultimas Coisas. 1 ed. Vol. 2 , Rio de Janeiro: CPAD, 2010. SEAMANDS, Stephen. Feridas que curam: Levando nossos sofrimentos à Cruz. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.