Lição
07
A
DIVISÃO
ESPIRITUAL
NO LAR
12
de agosto de 2012
TEXTO
ÁUREO
“Semelhantemente, vós, mulheres, sede
sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum não obedece à
palavra, pelo procedimento de sua mulher, seja ganho sem palavra” (1 Pe 3.1)
VERDADE
PRÁTICA
Ganhe o seu cônjuge para
Cristo, através do seu bom testemunho.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
“Semelhantemente, vós, mulheres, sede
sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum não obedece à
palavra, pelo procedimento de sua mulher, seja ganho sem palavra” (1 Pe 3.1)
Nosso texto áureo (1 Pe 3.1) fala sobre a vida cristã, os deveres dos
casados (1 Pd 3.1-7), nestes versículos estão orientações do apóstolo Pedro aos
cristãos sobre o relacionamento conjugal, quando um dos cônjuges não for crente.
Paulo escrevendo aos coríntios (1 Co 7.12-14) fala da mesma forma: “O primeiro exemplo de um casamento misto é aquele
no qual o parceiro descrente está disposto a permanecer com o outro que havia
se tornado cristão. Nesse caso, o cristão era obrigado a permanecer com o
parceiro descrente. Tal diretiva de Paulo deixava claro que o cristão, não
poderia partir ou divorciar-se do outro, baseando-se na recusa do outro em se
tornar cristão. O cristianismo não pode se tornar uma desculpa para a conduta
pagã. Então, se o parceiro descrente está satisfeito, o crente é obrigado a
permanecer casado.
Não há qualquer estigma
espiritual ligado a um novo convertido que permanece com um cônjuge inconverso.
Ao contrário, o parceiro inconverso recebe algum benefício espiritual do
cristão. Com relação às bênçãos espirituais que o descrente compartilha, Paulo escreve:
‘Porque o marido descrente é santificado pela mulher, e a
mulher descrente é santificada pelo marido’ (v.14). Isto não
significa que o descrente sofra uma mudança moral ou espiritual. A expressão ‘é
santificado’ ‘não pode significar santo em Cristo perante Deus, porque este
tipo de santidade não pode ser atribuído a um descrente’. Paulo usa o termo
santificado aqui com um significado cerimonial, e não em um sentido ético
espiritual” (Comentário Bíblico Beacon. Vol.8, 1.ed., RJ: CPAD, 2006, p.298).
Embora o contexto está
apontando para o testemunho da mulher crente casado com um descrente, as
orientações paulinas em Efésios é o mesmo, que as mulheres sejam submissas e os
maridos as amem com amor sacrificial (Efésios 5.22-33). Obviamente a cosmovisão
mundana não suporta esse ensinamento bíblico, reservado aos crentes nascidos de
novo, que não vivem segundo a carne mas segundo o espírito (Gálatas 5.16-26).
RESUMO DA LIÇÃO 07
A DIVISÃO ESPIRITUAL NO
LAR
I. CONVIVENDO COM O CÔNJUGRE NÃO CRENTE
1. Convivendo com o cônjuge descrente
2. Santificando o cônjuge
II. AGINDO COM SABEDORIA
1. Na criação dos filhos
2. Nos afazeres domésticos
3. Na vida espiritual
III. EVANGELIZANDO O CÔNJUGE
1. Com nova postura
2. Com bom testemunho
INTERAÇÃO
O que
fazer quando um dos cônjuges não se converte ao Senhor? Essa é uma situação que, apesar de difícil,
possivelmente alguns de seus alunos podem estar enfrentando. Sabemos que o servo de Deus deve casar-se no
Senhor, todavia, muitos se convertem a Jesus depois do casamento. Enfatize que nesse caso é preciso que o cônjuge
busque, em Deus, sabedoria para que o lar seja um lugar de paz, amor e
respeito. Quando o cônjuge não é crente, a Palavra de Deus
recomenda a submissão (1 Pe 3.1) a fim de que ele seja alcançado por intermédio
do bom testemunho do cristão. Essa é a vontade de Deus!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Explicar como
deve ser o procedimento do crente quando um dos cônjuges não é crente.
·
Conscientizar-se
de que quando um dos cônjuges não é crente é preciso agir com muita sabedoria.
·
Compreender
o valor da evangelização no lar.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
DESCRENTE:
Na lição é aquele(a) que ainda não se converteu a Jesus Cristo.
Nesta aula, estudaremos os conflitos que surgem
quando um cônjuge converte-se, e o outro não, e as implicações que tal mudança
ocasiona na convivência do casal. Ressaltaremos que o plano de Deus é que a família
toda sirva a Cristo como Senhor e Salvador. Nessa perspectiva, o cônjuge que serve ao Senhor
precisa ver-se como o principal responsável pela evangelização dos membros de
sua família. Entretanto, a prática demonstra que palavras, nesse
caso específico, geralmente transformam-se em discussões infrutíferas. Assim, a melhor atitude evangelística é manter um
bom testemunho de vida através da mudança de hábitos. Quem serve ao Senhor deve ser sábio no falar, no
agir, evitando conflitos.
I. CONVIVENDO COM O CÔNJUGE NÃO CRENTE
A única coisa que o Criador disse não ser boa era o
fato de o homem viver só (Gn 2.18). Por isso, fez para Adão uma adjutora, Eva, formando
assim a primeira família (Gn 2.22). Não faz parte do plano divino que o casal se
divorcie (Mt 5.31,32; 19.3-9; Mc 10.2-12). Mas em 1 Coríntios 7.15, o apóstolo Paulo fala
acerca dessa triste realidade como iniciativa do cônjuge descrente. Todavia, o apóstolo aconselha que, se o cônjuge
descrente não se opuser à fé do que aceitou ao Senhor Jesus, então não deve o
crente, em hipótese alguma, abandoná-lo (1 Co 7.12,13). A fim de garantir uma convivência pacífica é
imprescindível não entrar em conflitos, evitando discussões sobre religião ou
igreja. Torne o seu dia a dia agradável; mostre ao cônjuge
que servir a Cristo transforma um dia ruim em uma noite tranquila. Se houver algum problema na igreja, ou algo que não
concorde, é prudente não dividir tal assunto em casa, pois o cônjuge não
compreenderá, podendo até mesmo desenvolver uma aversão pelas coisas de Deus. Como já dissemos, a convivência deve ser pacífica
(Rm 12.18). Observemos, ainda, este conselho de Pedro: “Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso
próprio marido, para que também, se algum não obedece à palavra, pelo
procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra, considerando a vossa vida
casta, em temor” (1 Pe 3.1,2). Esse conselho também vale para o homem.
“Um
casamento misto onde o descrente não está satisfeito (1 Co 7.15,16) A situação aqui é oposta do casamento misto onde os
parceiros permanecem juntos por consentimento mútuo. Se o descrente se recusar a permanecer com o
crente, o cristão está livre da obrigação de sustentar o casamento: ‘Mas, se o descrente se apartar, aparte-se’ (v.15).
Desta maneira o crente fica em paz. Sob tais circunstâncias, o cristão não está
destinado a uma vida de perseguição, abuso e agonia, por causa de seu
relacionamento com um parceiro pagão. Mas a separação deve ser iniciada e completada por
outra pessoa. O cristão nem deve estimular a dissensão nem
promover separações.
A paz e o amor devem ser sempre as marcas da vida
cristã. Não há qualquer contradição entre a atitude de
Paulo ao permitir o rompimento de um casamento com um descrente pagão, e o
mandamento de Jesus em Mateus 5.32. As palavras do Senhor foram dirigidas àqueles que
professam ser leais e sujeitos a Deus. As palavras de Paulo são dirigidas àqueles que são
casados com descrentes. A diretiva não dá permissão para que um crente se
case com um descrente. Serve apenas para uma pessoa casada que se torna
crente depois de seu casamento. Em tal situação, o cristão está livre para deixar
que o descrente parta, em vez de insistir em continuar uma união que sobrevive
em uma atmosfera de tensões, brigas e medo. Se o parceiro descrente iniciar a separação, o
cristão não deve se condenar pelo fracasso do cônjuge que partiu, por não ter
se tornado cristão” (Comentário Bíblico Beacon. Vol.8, 1.ed., RJ: CPAD, 2006, p.299).
2.
Santificando o cônjuge. A Bíblia afirma que o cônjuge que serve ao Senhor
santifica o não crente (1 Co 7.14). É muito importante ressaltar que a santidade a que
se refere o apóstolo não leva à salvação. Isto é, um incrédulo não pode ser salvo através da
experiência salvadora do outro, pois a salvação é individual e intransferível.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A Palavra de Deus aconselha que, se o cônjuge descrente não se
opuser à fé do que aceitou ao Senhor Jesus, então não deve o crente, em
hipótese alguma, abandoná-lo.
II. AGINDO COM SABEDORIA
1.
Na criação dos filhos. O desejo do cônjuge cristão é que toda a sua
família sirva ao Senhor Jesus. Em se tratando dos filhos o desejo é ainda maior. Mas nem sempre é possível criar os filhos dentro
dos limites do templo, principalmente se um dos responsáveis não serve ao
Senhor. O que fazer? Entrar em conflito com o cônjuge não
resolve e ainda traz discórdia para o lar. A única coisa a ser feita é ensinar a Palavra de
Deus em casa. Procure estimular a leitura das Sagradas Escrituras
e de literatura cristã adequada para a faixa etária dos filhos. Não podemos
descuidar da oração. Sigamos o exemplo de Jó que intercedia a Deus por
seus filhos (Jó 1.5). Em
o Novo Testamento ,
encontramos a história do jovem Timóteo, filho de uma judia crente com um grego
incrédulo (At 16.1). Mas a sua avó e mãe ensinaram-lhe a Palavra de
Deus, livrando-o assim das influências do paganismo (2 Tm 1.5). Timóteo tornou-se, então, um discípulo de Cristo,
companheiro de Paulo e um grande servo do Senhor.
2.
Nos afazeres domésticos. Tanto os homens quanto as mulheres que servem a
Deus devem agir com sabedoria em relação às atividades domésticas. O cônjuge crente não pode descuidar de maneira
alguma de sua vida espiritual, do lar, e dos filhos. Saber administrar o tempo
é um fator que evita conflitos. A mulher não pode deixar sua casa desorganizada, as
refeições por fazer e as roupas da família sujas sob a alegação de que o culto
terminou mais tarde. O esposo incrédulo não a compreenderá, e julgará
que a igreja está atrapalhando o bom andamento do lar. Da mesma maneira, o homem que deixa de ajudar a
mulher na organização do lar, que não realiza os pequenos reparos na casa,
desculpando-se que não pode chegar atrasado ao culto, levará a esposa descrente
a afastar-se ainda mais do Evangelho. Portanto, os cônjuges crentes devem agir com
sabedoria, procurando os melhores dias e horários para comparecer aos cultos. Não podemos nos esquecer que Deus ama a família,
pois Ele mesmo a criou.
3.
Na vida espiritual. Há muitos casos de maridos que proíbem as esposas
de participarem das atividades da igreja ou até mesmo de comparecerem aos
cultos. Também há casos de mulheres que dificultam a vida
espiritual dos maridos.
Mesmo diante de tantas dificuldades não se pode
descuidar da vida espiritual. Reservar um lugarzinho e um horário adequados, no
lar, para oração, adoração e meditação da Palavra de Deus é uma excelente
alternativa (Dn 6.10). Esses momentos preciosos na presença do Pai
fortalecem a vida espiritual e ajudam a suportar as perseguições enquanto que,
ao mesmo tempo, evitam conflitos. Confie, Deus sabe como agir em todas as situações.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O cônjuge crente deve pedir sabedoria a Deus para que seus filhos
sejam criados no temor do Senhor.
III. EVANGELIZANDO O CÔNJUGE
1.
Com nova postura. Todo aquele que reconhece Jesus como Salvador é
transformado numa nova criatura (At 9.1-15; 2 Co 5.17). A partir daí, a natureza pecaminosa é colocada sob
o controle do Santo Espírito, havendo mudança de vida e de comportamento (Gl
5.22). O cônjuge convertido, pois, deve demonstrar que
mudou e que Cristo o tornou um ser humano melhor. Agindo dessa maneira, o outro
perceberá que, em Jesus
Cristo , há mudanças profundas no caráter. E, dessa maneira, o
descrente poderá até vir a converter-se pelo bom exemplo que observa no crente
(1 Pe 3.1).
2.
Com bom testemunho. O cônjuge convertido não pode viver envolvido em
situações ilícitas. Pois, através do seu bom testemunho, pode vir ganhar o
outro para Cristo (1 Pe 3.1). Se o cônjuge, antes de ser crente, agia com
grosseria, pronunciava palavras de baixo calão ou era dado a vícios, tais
coisas devem ser abandonadas, pois agora ele é nova criatura. Afinal, de uma mesma fonte não podem sair águas
amargas e doces (Tg 3.11). Lembremo-nos que o bom testemunho começa no lar,
nas pequenas ações. O cônjuge descrente precisa perceber a mudança que
Jesus realizou em sua casa através da conversão do outro.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O cônjuge convertido deve demonstrar que em Cristo ele é uma nova
criatura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A família é uma instituição divina inaugurada no
Jardim do Éden por Adão e Eva. E é desejo do Criador que os cônjuges vençam as dificuldades
e permaneçam unidos assim como Ele os criou. Diante disso, o bom testemunho daquele que serve ao
Senhor é uma forma clara e prática de evangelismo no lar. Tal comportamento demonstra, em ações e palavras,
que Cristo o modificou e o tornou um ser humano melhor, levando o cônjuge à
conversão.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
CRUZ, E. Sócios,
Amigos & Amados: Os
três pilares do casamento. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2005.