quarta-feira, 1 de agosto de 2012

LIÇÃO 6 - 3º TRIM. 2012 - A DESPENSA VAZIA.


Lição 06
A DESPENSA VAZIA


05 de agosto de 2012 

TEXTO ÁUREO  

Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo,
nem a sua descendência a mendigar o pão”  (Sl 37.25)



VERDADE PRÁTICA  

Mesmo em meio à escassez, cremos que o Senhor é poderoso para suprir,
 em glória, todas as nossas necessidades.  

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO  

 

Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo,
nem a sua descendência a mendigar o pão”  (Sl 37.25) 


No nosso texto áureo (Sl 37.25) o salmista compartilha da sua experiência de longa vida para declarar e assegurar que os retos, os crentes piedosos, jamais serão abandonados pelo Eterno, nem seus descentes. Este Salmo é um poema, onde Davi de maneira pedagógica, procura responder uma questão inquietante: "Por que muitas vezes pessoas justas sofrem e os maus quase sempre se dão bem?" Na verdade, não é uma pergunta fácil de responder, porém Davi abre seu coração à luz de sua experiência e trata de responder essa questão. Assim no Salmo 37 Davi nos convida a não nos indignarmos por causa dos malfeitores, porque seu tempo é efêmero (Sl 37.1-2). Exorta-nos a confiar, agradar, entregar, descansar e esperar no Senhor (Sl 37.3-7). Nos versículos seguintes o salmista mostra a diferença e as conseqüências entre a vida do justo e do ímpio (Sl 37.8-38).
É neste contexto de contraposição entre justo e ímpio, que está o nosso texto áureo: “O Senhor firma os passos do homem bom e no seu caminho se compraz; se cair, não ficará prostrado, porque o Senhor o segura pela mão. Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem sua descendência a mendigar o pão. É sempre compassivo e empresta, e a sua descendência será uma bênção” (Sl 37.23-26) 
·                     Fui moço e já, agora, sou velho... - Esta expressão de Davi, não nos deixa dúvida de que ele era uma pessoa extremamente observadora e de uma sabedoria impressionante. Davi está dizendo que: desde sua adolescência e mocidade até agora que já está velho, ele tem observado a conduta dos homens. Davi não é um desatento, um descuidado, mas sim um observador, gastou tempo, observando e questionando o problema: o sofrimento dos justos e a prosperidade dos homens maus. 
·                     Porém jamais vi o justo desamparado... - Na observação de Davi ele descobriu que desde a sua adolescência até sua velhice: Ele jamais viu o justo desamparado... Nos versículos 23 e 24 Davi afirma: O SENHOR firma os passos do homem bom e no seu caminho se compraz - Se cair, não ficará prostrado, porque o SENHOR o segura pela mão.
Quem é o homem justo? O homem justo aqui, não é o homem que justifica a si mesmo, pelas suas obras; mas o homem é justificado por Deus conforme ensinou o apóstolo Paulo "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 5.1). Na observação de Davi, ele nunca viu o justo desamparado. 
·                     Nem sua descendência a mendigar o pão... - No decorrer da vida de Davi, ele nunca viu o justo desamparado, mas também nunca tinha visto sua descendência a mendigar o pão... O comentarista Clarke, comentando este versículo diz: "Eu já estou com meus cabelos grisalhos e tenho viajado por vários países; também nunca vi um homem justo abandonado por Deus e nem seus filhos a mendigar o pão. Deus tem honrado a todos os que o temem e tem cuidado deles e de toda a sua posteridade".
Na observação de Davi, ele nunca viu o justo e nem a sua descendência a mendigar por comida. Qual é o estilo de vida que realmente vale à pena? É o que Davi conseguiu desvendar, uma vida totalmente dedicada a Deus: “Vem do Senhor a salvação dos justos; Ele é a sua fortaleza no dia da tribulação. O Senhor os ajuda e os livra; livra-os dos ímpios e os salva, porque nele buscam refúgio” (Sl 37.39-40). 

RESUMO DA LIÇÃO 06 


A DESPENSA VAZIA  


I. LUTANDO CONTRA O IMPREVISTO
1. A viuvez.
2. A dívida.
3. A solução.  

II. DEUS AGE COM O QUE VOCÊ TEM
1. A botija de azeite.
2. A farinha na panela.
3. Cinco pães e dois peixes.  
III. A PROVIDÊNCIA DIVINA
1. No Antigo Testamento.
2. Em o Novo Testamento.
3. Na atualidade.  

INTERAÇÃO  

Enfatize o fato de que temos um Deus que é fiel e que tem cuidado de nós. Muitas vezes somos provados pela escassez, como a viúva que foi até o profeta Eliseu, mas nesses momentos podemos também ver o agir do Pai Celeste. Ele nos surpreende com o milagre da provisão. Ninguém deseja sofrer privações, todavia as intempéries da vida são sempre uma boa oportunidade para o nosso crescimento espiritual. É o que nos ensina a Palavra de Deus:
 “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).
Basta-nos confiar na suficiente graça de Deus. Ela, e somente ela, nos basta!  

OBJETIVOS 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·   Compreender que a fé em Deus nos ajuda a lutar contra os imprevistos.
·   Conscientizar-se de que Deus age segundo aquilo que temos.
·   Explicar a providência divina no Antigo e Novo Testamento.  

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA  

Os israelitas, durante a jornada pelo deserto, por várias vezes, foram provados com a escassez de água e alimento. Porém, eles sempre murmuravam contra o Senhor. A murmuração demonstrava a falta de fé deles. Leia e discuta as atitudes relacionadas no quadro. Enfatize que tais atitudes devem marcar a vida dos que crêem no Senhor.  

COMENTÁRIO 

Introdução 
Palavra Chave
Escassez: 
Falta, carência, período de privação material. 


Na lição de hoje, estudaremos acerca do cuidado do Senhor para conosco e a disposição que devemos ter em cuidar e socorrer os necessitados. Ele multiplica nossos recursos, fazendo com que haja o bastante para todas as nossas carências básicas. Sim, Deus utiliza o que temos para alimentar os famintos (2 Rs 4.42-44). Em o Novo Testamento, o apóstolo João exorta-nos à prática do amor verdadeiro; um sentimento que nos constrange a ser solícitos uns com os outros e a buscar o bem dos necessitados (1 Jo 3.17,18).  


I. LUTANDO CONTRA O IMPREVISTO 


1. A viuvez. Sem dinheiro e uma grande dívida. Eis a “herança” de uma pobre mulher, que fora surpreendida pela repentina morte do esposo, cuja atividade era servir aos profetas do Deus Altíssimo (2 Rs 4.1). Apesar de fiel, o homem deixou a família em uma situação calamitosa, pois não havia comida em casa nem meios de subsistência para a viúva e os dois filhos. A forma como a mulher dirige-se ao homem de Deus demonstra a sua situação desesperadora, pois provavelmente ela não tinha nenhum familiar para auxiliá-la. Não obstante, ela não poderia, passivamente, ver os filhos padecerem de fome e, ainda, correndo o risco de serem levados como escravos como pagamento da dívida do pai. Por isso, for buscar ajuda, recorrendo ao profeta Eliseu, pois sabia que, como homem de Deus, poderia interceder por toda a família. E você, o que faz quando o imprevisto bate à sua porta? Desespera-se ou vai ao Senhor? Ir a Deus significa conversar com Ele e crer em sua provisão (Sl 147.7-9; At 17.25).

2. A dívida. A Bíblia não revela o valor da dívida deixada pelo falecido, mas o certo é que era uma alta soma, pois seria necessário dar os dois filhos do casal como escravos para quitar o débito (2 Rs 4.1). De acordo com a lei, o devedor que não pudesse pagar o seu débito era obrigado a servir ao credor até ao ano do Jubileu (Lv 25.39,40). O credor estava amparado pela lei; ninguém podia repreendê-lo. Não era incomum um israelita vender-se como escravo ou dar algum membro de sua família para saldar dívidas (Êx 21.7; Ne 5.5). Tal situação ensina-nos que é preciso pensar no futuro de nossa família bem como sermos zelosos com as nossas finanças, pois caso sobrevenha-nos um imprevisto, os nossos não sofrerão determinados constrangimentos. 

3. A solução. A mulher foi ao encontro de Eliseu, ciente de que, através dele, o Todo-Poderoso interviria. A viúva fez algo incomum, pois raramente as mulheres conversavam com os homens sem serem convidadas. Contudo, aquela pobre viúva não poderia intimidar-se com as convenções humanas. A família dependia dela para sobreviver e ela, igualmente, precisava de ajuda. Foi então que a pobre mulher decidiu aproximar-se de Eliseu e relatou a sua triste história, levando o profeta a encher-se de compaixão. Eliseu realiza o milagre da multiplicação do azeite e, com a venda deste, a viúva liquida o débito do esposo e tem para si uma reserva financeira (2 Rs 4.1-7). Ainda que não consigamos enxergar, Deus sempre tem uma solução nos momentos de angústia (Sl 50.15).  


SINOPSE DO TÓPICO (I) 
Nos momentos de angústia e escassez, Deus sempre tem uma solução para os seus filhos.  
II. DEUS AGE COM O QUE VOCÊ TEM


1. A botija de azeite. Quando Eliseu perguntou à viúva sobre o que ela tinha em casa, a resposta imediata da mulher foi que não havia nada além de uma botija de azeite (2 Rs 4.2). Essa pequena quantidade de azeite era insignificante, mas nas mãos do Senhor tornou-se muito. Note, o profeta usou o que a mulher tinha em casa. Eliseu orientou-a a pedir vasos emprestados aos vizinhos, todos quantos pudesse pegar. E depois que estivesse com as vasilhas em casa, ela deveria fechar a porta e despejar o azeite nelas. O azeite cessou de jorrar da pequena botija quando não havia mais vasilhas. O Deus que servimos é um Deus de milagres. Ele multiplica o pouco que temos (1 Rs 17.14).


2. A farinha na panela. Após dizer que haveria seca em Israel (1 Rs 17.1), o profeta Elias recebeu a ordem divina de ir à Sarepta, porque ali residia uma viúva que o sustentaria (1 Rs 17.8,9). É paradoxal imaginar Elias sendo sustentado por uma mulher viúva. Entretanto, o Senhor não se esquece dos seus filhos e desejava usar essa situação para amparar aquela mulher necessitada, pois Ele trabalha com o pouco que temos. Mesmo sem condições, a viúva preparou uma refeição para o profeta e este disse que o Senhor Deus não deixaria faltar farinha na panela e nem azeite na botija (1 Rs 17.16). 
3. Cinco pães e dois peixes. Cinco pães de cevada e dois peixinhos (Jo 6.9) foram suficientes para Jesus alimentar uma grande multidão (Jo 6.10). Para o Senhor Jesus o lanche oferecido pelo rapaz era o suficiente, pois ainda sobraram doze cestos cheios de pedaços de pães (Jo 6.13). Mais uma vez vemos Deus multiplicando o pouco que temos. Ele jamais despede os seus filhos de mãos vazias.  


SINOPSE DO TÓPICO (II) 
Quando entregamos tudo nas mãos de Deus, Ele transforma o pouco em muito.  


III. A PROVIDÊNCIA DIVINA  


1. No Antigo Testamento. Encontramos a provisão divina para alimentar Israel (Êx 16.15). Assim, vemos Deus agindo na natureza e em sua criação (Êx 16.13-21; 1 Rs 17.4-6), operando grandes milagres de multiplicação (2 Rs 4.1-7). A ocorrência desses sinais ensina-nos a depender do Senhor dia após dia. 


2. Em o Novo Testamento. Além dos milagres para a provisão de alimentos, o Novo Testamento apresenta também a disposição de homens e mulheres em ajudar uns aos outros, repartindo tudo o quanto possuíam (At 4.32-37). Esses irmãos desfrutavam de um sentimento de unidade, que os levava a vender seus bens trazendo-os para a igreja, a fim de que o valor fosse dividido conforme as necessidades dos santos (At 4.36,37). O que os movia era o amor fraternal que Cristo tanto ensinou (Jo 15.9-17). Aprendamos, pois, com a Igreja do século I e pratiquemos a generosidade e a verdadeira comunhão. 
3. Na atualidade. Deus pode prover alimento para os seus filhos da maneira que Ele quiser, porém, convida-nos a fazer parte dessa gloriosa missão que é socorrer àqueles que passam por privações (Rm 12.9-21). O apóstolo Paulo exorta-nos a trabalhar para repartir com aqueles que passam por dificuldades (2 Co 8.14; Ef 4.28), Tiago fala da fé sem obras (Tg 2.14-17), e João do amor “só de palavras” (1 Jo 3.16-18). Através da nossa vida, Deus deseja sustentar os necessitados. Não sejamos negligentes com a nossa nobre missão.  


SINOPSE DO TÓPICO (III) 
Deus pode e deseja prover alimento para os seus filhos. Porém, Ele nos convida a fazer parte dessa gloriosa missão: socorrer àqueles que passam por privações. 


CONSIDERAÇÕES FINAIS
A história do povo de Deus é marcada por milagres e provisões, pois o Senhor tem cuidado do seu povo e o seu zelo é notório. Todavia, não podemos nos esquecer de praticar o amor que o Senhor Jesus nos ensinou (Mc 12.31). O apóstolo Paulo deixou um rico ensinamento: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos” (Gl 6.10).
Deus pode e quer usar a nossa vida no alívio ao sofrimento dos que nos rodeiam. Assistamos ao nosso próximo como gostaríamos de ser assistidos (1 Jo 3.16-18). 


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA  



BARNETT, T. Há um milagre em sua casa: A solução de Deus começa com o que você tem. 9.ed., RJ: CPAD, 2007.
HORTON, S. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 1996. 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I  



Subsídio Vida Cristã 


“Eliseu deu uma resposta surpreendente à viúva quando ela lhe contou seu problema. ‘Que te hei de fazer? ’ — Eliseu perguntou. Sua reação, com respeito à mulher, parecia de frustração por ela ter vindo a ele. O que queres que eu faça sobre isso? É o que o profeta parece ter-lhe respondido. Acredito que ele estava simplesmente fazendo com que ela confiasse apenas em Deus, e desviasse a atenção dos recursos humanos. Infelizmente, o Cristianismo atual é muito orientado por celebridades.
Se eu pudesse pelo menos falar com o pastor Fulano’. ‘Se eu pudesse ter o profeta Sicrano para orar por mim, Deus viria ao encontro de minha necessidade’. Como cristãos, devemos somente tocar a orla das vestes de Jesus, e de mais ninguém. Eliseu sabia que não poderia ajudar a viúva com seus limitados recursos. Todavia, ajudou-a a manter a fé na direção certa.
Eliseu estava guiando a viúva necessitada à fonte de seu milagre. A sabedoria e o auxílio de Deus ultrapassam qualquer outra coisa que alguém possa fazer por você. Desta maneira, busque-o sempre e ponha sua confiança nEle” (BARNETT, T. Há um milagre em sua casa: A solução de Deus começo com o que você tem. 9.ed., RJ: CPAD, 2007, pp.30,31).  


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II 



Subsídio Teológico  


“A Igreja é também chamada a ser uma comunidade com solicitude e responsabilidade sociais. Infelizmente, esta vocação tem sido minimizada ou negligenciada entre muitos evangélicos e pentecostais. É possível que muitos crentes sinceros tenham receio de se tornar modernistas ou rumar na direção do assim chamado ‘evangelho social’, caso se envolvam em ministérios que visem o atendimento social. 
Haveria fundamento para tal receio se esse tipo de obra fosse levado a extremos malsãos e deixasse de lado verdades eternas ao oferecer alívio temporário. Por outro lado, o descuido com as necessidades sociais representa o abandono de um vasto número de admoestações bíblicas dirigidas ao povo de Deus, no sentido de serem cumpridas essas obrigações. O ministério de Jesus caracterizava-se pela compaixão amorosa a todos os sofredores e indigentes deste mundo (Mt 25.31-46). Idêntica solicitude é demonstrada tanto nos escritos proféticos do Antigo Testamento (Is 1.15-17) quanto nas epístolas neo-testamentárias (Tg 1.27).
Expressar o amor de Cristo de modo tangível pode ser um meio vital de a Igreja cumprir a missão que lhe foi confiada por Deus. Assim como todos os aspectos da missão (ou propósito) da Igreja, é essencial que nossos motivos e métodos visem fazer tudo para a glória de Deus” (HORTON, S. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal.1.ed., RJ: CPAD, 1996, pp.555-56).

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