- Categoria: Jovens
- Publicado: 14 Março 2016
O JOVEM E O ESTADO (13.1-7)
1° Trimestre de 2016
INTRODUÇÃOI – AS AUTORIDADES SÃO ESTABELECIDAS POR DEUS (Rm 13.1,2)
II – AS AUTORIDADES DO ESTADO ESTÃO A SERVIÇO DE DEUS (Rm 13.3-5)
III – O JOVEM CRISTÃO DEVE SE SUBMETER ÀS AUTORIDADES (Rm 13.6,7)
CONCLUSÃO
Objetivos:
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
1. Reconhecer que o conhecimento natural e racional de Deus não é suficiente para salvação.
2. Conscientizar-se de que a idolatria (desprezo pela glória de Deus) induz o ser humano à perversão.
3. Reconhecer que somente o conhecimento experiencial de Deus liberta da ira de Deus.
4. Aplicar o conteúdo aprendido à sua vida pessoal.
4. Aplicar o conteúdo aprendido à sua vida pessoal.
INTRODUÇÃO
O apóstolo Paulo, em Rm 13.1-7, recomenda à igreja de Roma certo cuidado no relacionamento com as autoridades. Paulo defende a boa relação com as autoridades do Estado para que a igreja pudesse manter sua paz e liberdade para o cotidiano como para pregar o evangelho. Nesta lição vamos refletir sobre: o estabelecimento de todas as autoridades por Deus; as autoridades como ministros a serviço de Deus; e a submissão às autoridades pelo jovem cristão.
I – AS AUTORIDADES DO ESTADO SÃO ESTABELECIDAS POR DEUS (RM 13.1-2)
A relação da igreja de Roma com o Estado
Quando Paulo escreveu a Carta aos Romanos havia relativa paz entre o Estado e a igreja, entretanto... Nero (54-68) - por todo o império sugiram rebeliões contra o imperialismo romano, que eram sufocadas pelas legiões romanas. Em 49 foram deflagradas algumas insurreições como a dos judeus de Alexandria, que influenciou no decreto do Imperador Claudio em 49 d. C., que expulsou os judeus de Roma, incluindo Priscila e Áquila. A principal questão das revoltas eram os impostos e tributos impostos pelo império. Preservação da liberdade p/ pregação do evangelho.
Todas as autoridades são constituídas por Deus (v.1)
A tradição do AT apresentava o poder como propriedade exclusiva de Deus (Sl 62) e a autoridade política como instrumento divino tanto para proteção como para o castigo (Jr 27; Is 10.5-6; Is 41.1-7; 44.28). Paulo afirma que todas as autoridades estão debaixo da ordem divina e foram constituídas por Deus, por isso devem ser respeitadas. No entanto, a afirmação de Paulo não significa uma obediência absoluta, pois iria contra os princípios éticos cristãos e sua própria afirmação em Rm 1.18. No entanto, Paulo tinha como autoridade maior a Palavra de Deus.
A insubmissão às autoridades traz condenação (v. 2)
Paulo age com prudência, procurando evitar um mal pior, como ocorreu com a perseguição de Nero em 64 d. C. A religião judaica estava legalmente registrada entre as permitidas. Algumas práticas e rituais judaicos estavam garantidos por lei, como a dieta alimentar, a lei do sábado, proibição de imagens de escultura, pena de morte para quem violasse os átrios internos do templo de Jerusalém. Todavia, quando foram insubmissos às autoridades romanas, os judeus foram massacradas. Paulo não queria isso para a igreja.
II – AS AUTORIDADES DO ESTADO ESTÃO A SERVIÇO DE DEUS (RM 12.3-5)
As autoridades são constituídas para proteger os bons cidadãos (v. 3)
Paulo recorre a tradição do AT (Pv 8.15-16 e Is 11.1-9) - constituição das autoridades por Deus para o exercício da justiça e manutenção da ordem na sociedade. Na época da escrita da carta, a igreja era vista como uma ramificação do judaísmo, uma religião permitida. Devido a esta confusão, o cristianismo não era incomodado. Desse modo, sendo uma religião “legalizada”, todo cuidado seria importante para manutenção dessa prerrogativa e liberdade.
As autoridades são constituídas para punir os maus cidadãos (v. 4)
“faze o bem e terás louvor dela” – se os cristãos não se envolvessem em nenhum delito não seriam incomodados pelos magistrados e vistos como bons cidadãos, que mereciam ser protegidos. Uma vida sossegada, conforme o conselho de 1 Tm 2.1-2: “... para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade”. No entanto, as pessoas de fora da igreja, ainda dominadas pelo pecado, tinham a tendência de descumprir as leis de ordem estabelecidas pelos magistrados, portanto passíveis de punição.
A submissão não deveria ser por medo do castigo, mas pela boa consciência (v.5).
O cristão verdadeiro não serve a Deus por ter medo de punições humanas ou de ir para o inferno, mas pelo amor e gratidão pela graça (salvação). A recomendação paulina era uma submissão com foco em Deus e não somente na lei humana. O cristão deve ter uma consciência: pura e honrada (2 Tm 1.5; At 24.6; Hb 13.7; 1 Pe.16); não fraca (1 Co 8.7,12); boa (não má) (Hb 10.22; Tt 1,15); não cauterizada (1 Tm 4.12). Agindo assim, viverá em paz com Deus e com as autoridades constituídas.
III – O JOVEM CRISTÃO DEVE SE SUBMETER ÀS AUTORIDADES (RM 13.6-7)
Os jovens cristãos devem pagar os impostos e tributos (V. 6)
Necessidade de arrecadação para manutenção da ordem, infraestrutura e outros recursos necessários para sustentabilidade da sociedade. Alguns grupos judaicos, tantos os menos radicais (fariseus) como os mais radicais e revolucionários (zelotes) consideravam uma afronta para a religião o pagamento de impostos ao um poder estrangeiro. Não parecia ser preocupação para Jesus (Mt 22.21; 17.25-27; Lc 20.20-25), nem para Paulo que justifica o pgto para manutenção da ordem e proteção dos bons cidadãos (cristãos) pelos “ministros de Deus”. E hoje, até que ponto se deve manter a passividade?
Os crentes devem pagar a todos o que é devido (v.7)
Provavelmente, práticas de alguns membros da comunidade preocupava Paulo. Temor e a honra. Nos escritos atribuídos a Paulo quando se refere a: Honra, a palavra grega usada é tíme (respeito, estima e consideração) e é sempre atribuída a pessoas. Temor, a palavra grega usada é fobos, atribuída a Deus e a Jesus (Rm 3.18; 8.15; 2 Co 5.11; 7.1; Ef 5.21).
Devemos respeitar as pessoas, mas temer a Deus, a fonte de toda autoridade.
Alguns líderes abusam deste versículo para cobrar honra para si, que Deus os julgue. A igreja e o Estado no século XXI. No Brasil, atualmente, a maneira de Deus estabelecer as autoridades para os cargos executivos e legislativos é por meio do voto de cada cidadão. A responsabilidade pelo pagamento de impostos e tributos continua nos dias atuais.Todavia, diferente da época de Paulo, os cristãos têm direito e o dever de acompanharem a gestão pública, bem como eclesiástica, cobrando transparência.
Nas últimas décadas, os brasileiros têm presenciado as mais variadas manifestações e protestos por meio dos mais diversos grupos. Cuidado e bom senso são necessários ao cristão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta lição nos aprendemos que: todas as autoridades são constituídas por Deus e que a insubmissão a elas traz incômodo, pois elas foram estabelecidas para proteger os bons cidadãos e punir os maus. As autoridades devem ser obedecidas, porém não de forma absoluta, pois o parâmetro da obediência são os princípios bíblicos, que devem ser observados. Paulo recomenda a boa relação entre a igreja e o Estado, visando a manutenção da liberdade pessoal e religiosa dos cristãos.
REFERÊNCIAS
BALL, Charles Fergunson. A vida e os tempos do apóstolo Paulo. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
BARTH, Karl. Carta aos Romanos: Tradução e comentários Lindolfo K. Anders. São Paulo: Novo Século, 2003.
BRUCE, F.F. Romanos: introdução e comentário. São Paulo: Editora Vida Nova, 2004.
CABRAL, Elienai. Mordomia Cristã: aprenda como servir melhor a Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
CABRAL, Elienai. Romanos: o evangelho da justiça de Deus. 7a edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
CALVINO, João. Romanos. 2a Edição. São Paulo: Edições Parakletos, 2001.