3º Trimestre de 2018
Introdução
I- A Mobilidade Ministerial de Jesus entre a Judeia e a Galileia
II- Os Perigos da “Fé” Baseada em Sinais
III- O Milagre que Gerou Salvação
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Sublinhar a mobilidade ministerial de Jesus entre a Judeia e a Galileia;
Alertar quanto aos perigos da fé baseada em sinais;
Reafirmar o importante resultado do milagre da cura do filho do oficial.
Palavras-chave: Milagre.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor César Moisés Carvalho:
A maioria dos cristãos desconhece o longo processo percorrido pelos autógrafos do texto sagrado, bem como suas cópias, até chegar à Bíblia conforme se vê hoje. As dificuldades materiais somavam-se às de manufatura. Não havia a imprensa de tipos móveis, e toda cópia tinha de ser produzida artesanalmente. Por esse aspecto, o texto bíblico, em si, é um milagre. Isso, porém, não exime o estudante de deparar-se com trechos de difícil compreensão e, de certa forma, “enigmáticos”. Tais porções são conhecidas como “dificuldades bíblicas”, e elas podem ser de várias ordens. Prosseguindo com a análise do livro dos sete sinais do Quarto Evangelho, os primeiros versículos da narrativa que será objeto de estudo do presente capítulo (Jo 4.43-54), por exemplo, diz o teólogo pentecostal Benny Aker, “são problemáticos”1. Trata-se dos versículos 43 a 45 do capítulo 4 de João. Como é possível verificar, o problema nem sempre diz respeito ao sentido do texto, mas pode estar relacionado à questão da estrutura e/ou sequência cronológica, pois este “pequeno parágrafo, contendo uma declaração de Jesus sobre a falta de honra de um profeta em sua pátria (cf. Mt 13.54-58; Mc 6.4,5; Lc 4.16-30), não se ajusta com a cronologia de viagens de Jesus no Evangelho de João”2. Isso, contudo, não constitui erro algum; antes, em alguns casos, é até proposital, visto encaixar-se no plano literário do autor. A narrativa da purificação do Templo ilustra o ponto. Os sinóticos situam tal acontecimento na última fase do ministério do Senhor (Mt 21.12-17; Mc 11.15-19; Lc 19.45-48), enquanto João coloca-a no início (2.13-22). Nesse caso específico, a cronologia não é mais importante do que o significado de tal ato. Assim, voltando à questão dos primeiros versículos dessa narrativa, vê-se que, no versículo 43, Jesus deslocou-se de Samaria para a Galileia, enquanto que o versículo 44 parece esclarecer o porquê de Ele ter ido para lá, ou seja, o Mestre não tinha honra na Judeia, ao passo que o versículo 45 mostra a receptividade dos galileus em relação ao Senhor.
Isso lança luz sobre o versículo 46 que informa que Jesus voltou na mesma localidade onde havia realizado o primeiro sinal. Portanto, como pode ser visto, o Senhor desloca-se de Samaria para a Galileia, onde fica sua residência; contudo, depara-se com um “conjunto de pessoas que não têm o tipo adequado de fé”, declara Aker, pois “o recebem cordialmente, mas não honram a Ele ou sua missão”3. O retorno do Senhor a Caná ocorre porque Ele quer afastar-se de “pessoas amigáveis com o tipo errado de fé”4. Apesar de Jesus ter nascido em Belém da Judeia, para cumprir a profecia (Lc 2.4 cf. Mt 2.4-6), Ele fora criado em Nazaré, na Galileia, onde seus pais foram morar, fato este também em cumprimento de uma profecia (Mt 2.22,23; Lc 2.4; Jo 1.45,46). Devido a esse fato, alguns autores, como Bruno Maggioni, defendem que, em “Jerusalém, muitos judeus pareciam acreditar em Jesus depois de verem os seus sinais (2,23), mas sabemos que sua fé não era verdadeira” e, de igual forma, continua ele, “na Galiléia: os galileus acolhem Jesus tendo visto seus sinais, mas, mais uma vez, não se trata de fé verdadeira: isso aparecerá com clareza na multiplicação dos pães (6,14-15)”5. Dessa forma, o comentário do Senhor acerca da falta de honra de um profeta em sua própria terra aplica-se tanto ao contexto remoto (Judeia) quanto ao imediato (Galileia). Comentando os versículos 23 a 25 do capítulo 2 do Quarto Evangelho ― “E, estando ele em Jerusalém pela Páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome. Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia e não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem” ―, Maggioni diz que “a dupla ocorrência do verbo ‘crer’(pisteuein) nos vv.23-24” significa que existe aqui uma “fé” e, ao mesmo tempo, uma “não-fé”6. Da parte deles uma “fé” insuficiente e, da parte de Jesus, uma “não-fé” neles. As perguntas que sempre se impuseram são: “Por que será que Jesus não está satisfeito com a fé deles? Qual é a fé que ele exige?”7.
Dentre os muitos autores que procuraram responder essas questões, destaca-se o alemão Günther Bornkamm (1905–90), que dizia que a fé da qual Jesus fala nesse contexto não se trata da “fé como a obediente acolhida de uma mensagem salvífica ou a aceitação, como verdadeira, de uma doutrina sobre o Deus uno e todo-poderoso e sobre a vinda do Messias”8. Em outras palavras, neste caso específico, a fé requerida “significa tudo, menos a mera atitude de confiança genérica em Deus como cultivada primorosamente, por exemplo, pelos estóicos, como Epicteto e outros”. Portanto, para o referido autor, na “tradição referente a Jesus, a fé sempre está associada a poder e milagre”9 , ou seja, “não resta a menor dúvida de que a fé que Jesus exige, e que é a única que ele caracteriza como tal, se relaciona com poder e milagres”10. Isso quer dizer que tal fé só pode nascer a partir da confiança, e não da incredulidade. Desafiar Jesus a fazer milagres significa condicionar a fé, e é a este tipo de “fé” que Ele reage. A fé dos que o procuram para “testar” é diametralmente oposta à fé dos que acorrem a Ele por necessidade. A primeira tem como base uma visão messiânica equivocada, ao passo que a segunda leva-o a promover exatamente àquilo que Ele veio realizar (Mt 4.13-17). tem como base uma visão messiânica equivocada, ao passo que a segunda leva-o a promover exatamente àquilo que Ele veio realizar (Mt 4.13-17).
Poderia então se questionar com razão, com base no versículo 11 do capítulo 2, ao realizar o primeiro sinal, que “os seus discípulos creram nele”. A esse respeito, Juan Barreto e Juan Mateos dizem que tal adesão dos discípulos a Jesus “respondendo à primeira manifestação de sua glória (2,11: vinho = Espírito/amor)” ainda não se trata de uma fé “completa”12, pois, “enquanto não descobrirem todo o alcance deste amor, ou seja, toda a realidade de Jesus (11,15.40; cf. 1,50)”11 , que inclui sua paixão (Jo 12―20), eles ainda não possuem tal fé. Uma vez que, nas palavras de Bornkamm, é “parte da essência da fé autêntica que ela seja uma fé completa” , Juan Barreto e Juan Mateos dizem que, por esse motivo, “Jesus considera insuficiente a fé dos discípulos antes de sua morte e ressurreição (16,21s): não tendo conhecido ainda o seu amor, que chega a dar a vida por eles (15,13), não podem ver os seus efeitos, comprometer-se com este amor extremo nem tomá-lo como norma; e mais: a entrega a Jesus será escândalo para eles (16,32)”13. Em uma palavra, somente “a experiência do seu amor total será o fundamento da fé plena (19,35)”14. A ironia da estrutura textual do Quarto Evangelho, nesse caso, vem antes, pois a narrativa mostra a recepção dos samaritanos15 em relação a Jesus (Jo 4.1-30,39-42). Os samaritanos, sim, demonstraram claramente ter a fé requerida pelo Mestre, pois, além da mulher à beira do poço de Jacó, diz João, “muitos mais creram nele, por causa da sua palavra” (4.41). Eles não condicionaram a fé no Senhor à realização de algum sinal, mas creram por causa da palavra. Tal, porém, não significa, como foi dito por Bornkamm, e agora repetido por Aker, que “devemos ver aqui um contraste entre a crença em sinais como algo negativo (cf. Jo 2.23,24) e a crença nas palavras de Jesus (Jo 4.4-42) como sendo a forma adequada”16. Isso porque os “sinais de Jesus são atos divinos de salvação, e não devem ser denegridos”, pois, se há algo reprovável nessa questão, vem da parte das “próprias pessoas [que] tornam os sinais negativos ou positivos”. Na opinião de Benny Aker, a “história da samaritana esclarece e exemplifica o significado do primeiro sinal em Caná da Galiléia”, ou seja, uma vez que tal “sinal aponta para a obra de Jesus na cruz e sua ressurreição, pelas quais Ele cria um novo templo, formado de pessoas que crêem nEle e que receberam a vida eterna pelo Espírito”. Assim, o que o primeiro “sinal visa é a verdadeira base de fé” e, justamente por isso, “suas palavras são como o sinal também”, pois “apontam para a obra da cruz, a base para Deus perdoar os pecadores”. que tal “sinal aponta para a obra de Jesus na cruz e sua ressurreição, pelas quais Ele cria um novo templo, formado de pessoas que crêem nEle e que receberam a vida eterna pelo Espírito”. Assim, o que o primeiro “sinal visa é a verdadeira base de fé” e, justamente por isso, “suas palavras são como o sinal também”, pois “apontam para a obra da cruz, a base para Deus perdoar os pecadores”17.
O fato é que a realização do segundo sinal elencado pelo Quarto Evangelho ocorre a partir do mesmo local em que acontecera o primeiro (v. 46), e isso não é acidental, pois a Galileia, de acordo com Theissen, subdividia-se “em duas ou três regiões socioecológicas” e, completa ele, “Jesus era oriundo da baixa Galileia, da região de colinas ao sul, na qual se situa Nazaré ― com as séries de colinas atravessando o território de leste a oeste”18. Apesar de haver “montanhas maiores na alta Galileia, muito mais rural e isolada, com os vales que se estendem para o norte, que favoreciam um intercâmbio econômico com as cidades-Estado helenistas a nordeste”, diz Theissen, a “tradição sinótica se concentra predominantemente na baixa Galileia, e nela em um contexto específico: na planície do mar e do vale formada pelo rio Jordão e pelo lago de Genesaré, percorrido por ele”19. Era precisamente neste local, a chamada “Galileia dos gentios” (Mt 4.15, ARA), que “estava a ‘rede’ espacial do movimento de Jesus, tendo Cafarnaum como centro e ligações com as demais cidadezinhas da orla, Mágdala, Dalmanuta, Genesaré, Betsaida e Gergesa”20. Na verdade, como já foi dito no capítulo anterior, esse é mais um dos aspectos em que Jesus Cristo diferia de João Batista, pois o Mestre afastava-se para dedicar-se à oração ou quando queriam transformá-lo em um representante político (Lc 5.16; Jo 6.15); porém, excetuando esses casos, Ele estava junto às pessoas para anunciar-lhes a Palavra, ensiná-las, curá-las e libertá-las. Tal aspecto pode ser claramente visto na mobilidade de Jesus entre a Judeia e a Galileia, pois foi no intercâmbio entre essas duas regiões principais que Ele atuou. Isso não significa que Jesus restringiu-se a esses locais, pois, como o próprio texto bíblico diz, Ele “deixou a Judeia e foi outra vez para a Galileia”, porém, ao mesmo tempo, observa que “era-lhe necessário passar por Samaria” (Jo 4.3,4). Léon-Dufour explica que o próprio uso do “verbo ‘era [lhe] preciso’ (édei) supõe um motivo de ordem teológica, como em outros trechos” do Quarto Evangelho, isto é, “Jesus atravessa a Samaria [...] porque sua missão o exige segundo o desígnio de Deus” 21. Qualquer estudioso sabe da importância de tal passagem do Mestre por Sicar, posto que não apenas a mulher à beira do poço de Jacó fora alcançada (Jo 4.7-29), mas também grande parte dos samaritanos daquela cidade igualmente creu no Senhor (4.30,39-42). Tal ainda indica, na opinião de Léon-Dufour, que, relacionada “ao projeto de ir para a Galileia, a passagem da Judéia para a Samaria faz pensar na profecia de Isaías, segundo a qual os dois reinos separados (Israel e Judá) seriam um dia reconciliados, enquanto Acaz, rei de Judá (734–719), receara a coalizão siro-efraimita, Isaías anuncia que o rei justo sobre o qual pousará o Espírito de Deus ‘reagrupará os banidos de Israel, reunirá os dispersados de Judá’”22. Numa palavra, para o mesmo autor, o texto do versículo 34 do capítulo 4 ― “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” ―, cujo conteúdo é a resposta do Senhor ao convite de seus discípulos para alimentar-se, deixa “evidente que, passando pela Samaria para chegar à Galileia, Jesus quer reconciliar simbolicamente os dois povos, os irmãos divididos desde os primórdios da realeza”, e é significativo que “essa reconciliação ocorre depois de uma ‘perseguição’ de Jesus pelos fariseus”. simbolicamente os dois povos, os irmãos divididos desde os primórdios da realeza”, e é significativo que “essa reconciliação ocorre depois de uma ‘perseguição’ de Jesus pelos fariseus”23.
A evidência de que o oficial do rei chegou à fé requerida pelo Senhor encontra-se na continuidade do diálogo dele com o Mestre, pois, ao insistir que Jesus desça para Cafarnaum (v. 49) — distante dali ao menos uns 24 quilômetros24 — a fim de que cure seu filho e, ao aquiescer à ordem de Cristo para que fosse para casa — pois o seu filho vivia, isto é, estava bem —, o texto bíblico diz que “o homem creu na palavra que Jesus lhe disse e foi-se” (v. 50). De acordo com Léon-Dufour, “o pai da criança chegou aonde Jesus queria que ele chegasse, isto é, à fé n’Aquele que, pela palavra, faz passar da morte para a vida, Aquele que é o único a poder dar a vida em plenitude” e, completa, dessa forma, o “milagre tornou-se ‘sinal’ e o oficial real entrou no misterioso domínio da fé perfeita”25. Tal fé é perfeitamente demonstrável na confiança autoritativa de Jesus, reconhecida desde quando o oficial decide obedecer ao Senhor e dirigir-se para sua casa crendo na suficiência da palavra dita pelo Mestre. A confirmação da cura pelos seus empregados que vieram encontrá-lo no caminho e a “coincidência” com a hora em que o menino melhorara em relação ao momento em que Jesus Cristo dissera para o oficial que o seu filho vivia (vv. 51-53), gerou fé suficiente para que não apenas o homem cresse, mas também “toda a sua casa”. Para o teólogo pentecostal Benny Aker, tal “comentário de João sobre o resultado deste milagre informa o leitor acerca da estrutura social da família deste homem, como também a formação gentia de cada componente”26 , ou seja, de “todas as estruturas sociais mediterrâneas, esta descrição ajusta-se melhor ao modelo de casa/família romana”27. O que o autor pretende explicar é que, nas “famílias romanas, cada pessoa tinha relações e papéis familiares especiais e derivava a identidade de alguém da família”, ou seja, o “pai servia como cabeça e impunha poder sobre todos os outros membros”. Isso significa que mesmo “escravos domésticos e membros familiares distantes estavam sob sua autoridade”; portanto, deliberações como esta deste homem — a de crer em Jesus com toda a sua casa — podem ser vistas “ao longo do Livro de Atos (At 10.2; 11.14; 16.15,31,34; 18.8), indicando a conversão de casas semelhantes”28. Em termos diretos, em sendo gentio, este pai “fala aqui por todos de sua casa, que agora creem em Jesus”29. Uma vez que o texto não informa se o oficial era pagão ou judeu, o fato de que ele e toda a sua casa creram em Jesus é significativo, pois todos chegam à fé perfeita, isto é, salvífica. Finalmente, o último versículo, que informa que o Senhor realizou “este segundo milagre quando ia da Judeia para a Galileia” (v. 54), indica que a “chave antropológica deste ciclo é relevada pelo deslocamento progressivo que se nota em a narração evangélica: a partir da Judeia, o povo da antiga aliança, região dos seus que não o recebem, passando pela Samaria, o povo cismático procedente do tronco de Israel, que o aceita, para terminar com um homem e sua casa, realidade comum a toda cultura”30. Assim, o Quarto Evangelho vai demonstrando a globalidade da mensagem e da atuação de Jesus Cristo, que foram dirigidas originalmente aos judeus que o rejeitaram, alcançando a todos indistintamente e dando-lhes “o poder de serem feitos filhos de Deus” (Jo 1.12). alcançando a todos indistintamente e dando-lhes “o poder de serem feitos filhos de Deus” (Jo 1.12).
*Adquira o livro do trimestre de autoria de CARVALHO, César Moisés. Milagres de Jesus: A Fé Realizando o Impossível. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
1 AKER, B. C. João In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal, p. 514.
2 Ibid.
3 Ibid., p. 515.
4 Ibid.
5 MAGGIONI, B. O Evangelho de João In Os Evangelhos II, p. 319.
6 Ibid., p. 309.
7 Ibid.
8 BORNKAMM, Günther. Jesus de Nazaré, p. 214.
9 Ibid., p. 215.
10 Ibid., p. 218.
11 BARRETO, J.; MATEOS, J. Vocabulário Teológico do Evangelho de São João, p. 98–9.
12 BORNKAMM, Günther. Jesus de Nazaré, p. 219.
13 BARRETO, J.; MATEOS, J. Vocabulário Teológico do Evangelho de São João, p. 99.
14 Ibid.
15 “A província de Samaria achava-se entre a Judéia, ao sul, e a Galiléia, ao norte. O povo de Samaria tinha uma história de oitocentos anos de tensão racial e religiosa com os judeus. Embora os samaritanos tivessem formação geográfica e étnica mista, eles se consideravam, como os judeus, o verdadeiro Israel, o povo de Deus. As distinções samaritanas emergiram no tempo dos assírios quando, em 722 a.C., no assentamento de Israel em outras terras, povos de outras origens étnicas foram levados à terra de Israel. Destes colonos, desenvolveram-se as diferenças religiosas entre judeus e samaritanos. As tensões aliviaram no último quartel do século I d.C. Isto explica por que João acrescenta a nota parentética no versículo 9” (AKER, B. C. João In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal, p. 509). Acerca desse mesmo assunto, diz Xavier Léon-Dufour, que a “região de Samaria ― assim denominada por causa do nome de sua capital, fundada pelo rei Omri (886–875) ― corresponde ao antigo reino israelita do Norte. Em 722, os assírios dele se haviam apossado, deportando uma parte dos habitantes e instalando colonos. Quando o sumo sacerdote judeu João Hircano (134–104) conseguiu reconquistar o país, a população local provinha de duas cepas, a judaica e a pagã. Os descendentes dos israelitas tinham conservado a fé ancestral, mas reconheciam tão-somente a tradição do Pentateuco e consideravam que seu monte Garizim, onde havia sido posta a bênção de IHWH sobre Israel, era o autêntico lugar do culto; além disso, elementos colhidos em religiões estrangeiras misturavam-se às suas crenças. Por esses motivos, os judeus os consideravam cismáticos, quando não heréticos” (LÉON-DUFOUR, X. Leitura do Evangelho segundo João I, p. 261).
16 AKER, B. C. João In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal, p. 514.
17 Ibid.
18 THEISSEN, G. O Movimento de Jesus, p. 237.
19 Ibid.
20 Ibid., p. 237–38.
21 LÉON-DUFOUR, X. Leitura do Evangelho segundo João I, p. 261.
22 Ibid., p. 261–62.
23 Ibid., p. 262.
24 HALLEY, H. H. Manual Bíblico, p. 474.
25 LÉON-DUFOUR, X. Leitura do Evangelho segundo João I, p. 312.
26 AKER, B. C. João In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal, p. 516.
27 Ibid., p. 516–17.
28 Ibid., p. 517.
29 Ibidem.
30 BARRETO, J.; MATEOS, J. O Evangelho de São João, p. 254.
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.