quinta-feira, 23 de maio de 2019

Lição 08 - 2º Trimestre 2019 - Relacionamento Sexual Segundo a Perspectiva Cristã - Jovens.

Lição 8 - Relacionamento sexual segundo a perspectiva cristã

2º Trimestre de 2019
Introdução
I-O Relacionamento Sexual no Casamento
II-A Perspectiva Cristã a Respeito do Relacionamento Sexual no Casamento
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Compreender que o relacionamento sexual é para o casamento;
Conscientizar os jovens da perspectiva cristã a respeito do relacionamento sexual no casamento. 
Palavras-chave: Cobiça e soberba.
I. Amor e Fidelidade Conjugal
Alguns livros que temos na Bíblia tiveram dificuldades para serem inclusos no cânon devido ao temática sexual. Felizmente, foram inseridos e hoje servem como orientações para a satisfação correta do prazer criado por Deus. Um desses livros é Provérbios. Dele foi extraído a perícope (5.15-19) para o estudo das orientações veterotestamentárias sobre o relacionamento sexual. 
A escolha de uma esposa para desfrutar dos prazeres sexuais juntos
A cultura cristã usou por séculos alguns símbolos e imaginários espirituais com referências sexuais para caracterizar a relação entre a alma humana e Deus. Na época da canonização dos livros do Antigo Testamento, alguns textos e livros foram questionados e por pouco não ficaram fora do cânon bíblico devido a textos que tratavam do relacionamento sexual entre o homem e a mulher. O mais famoso é o caso da literatura do Cântico dos Cânticos, permeada por referências de amor, bastante difundido nos meios intelectuais cristãos e que teria inspirado a arte e a literatura medieval. O texto em estudo é mal interpretado, uma vez que estudiosos bíblicos mais conservadores preferem espiritualizá-lo a considerar o seu real propósito. 
No tópico anterior, o apóstolo Paulo rebate a grande promiscuidade sexual da cidade de Corinto com a recomendação da dinâmica da atividade sexual bem desfrutada dentro do casamento. O esposo e a esposa têm diferentes deveres e obrigações, mas em 1 Coríntios 7.5, Paulo deixa claro que em na preservação da fidelidade, ambos estão em pé de igualdade. Vemos em Provérbios 5.15-19 o reforço a essa recomendação. Quando o poeta recomenda que se beba da água da própria cisterna se refere a um simbolismo oriental para esposa, comparada a uma fonte de águas. Uma referência à mulher da tua mocidade (v. 18), ou seja, a mulher pela qual se enamorou, conheceu, teve um relacionamento amadurecido e, por fim, se casaram. Os prazeres sexuais, por sua vez, são representados pela bebida dessa fonte. Uma referência à formalização de uma vida a dois. O pastor Jamiel de Oliveira Lopes destaca algumas consequências potenciais quando os jovens se envolvem sexualmente antes da formalização do casamento:
Algumas consequências do envolvimento sexual antes do casamento: a) sentimento de culpa, que poderá tornar-se uma tortura constante, além da perda da comunhão com Deus, que só poderá ser restaurada mediante o perdão de Deus quando a pessoa mostra-se arrependida e deixa suas práticas pecaminosas (1 Jo 1.7,9; Pv 28,13); b) Muitos jovens sucumbem por causa de doenças sexualmente transmissíveis; c) Gravidez indesejada, que pode ocasionar aborto ou o nascimento de uma criança num lar desestruturado — um problema para a adolescente, que terá que interromper os estudos para ser mãe antes da hora. Há aqueles que pregam o uso de preservativos, mas, no momento, o instinto fala mais alto que a razão, e são raros aqueles que pensam nisso. O melhor é que os jovens fiquem com a Palavra de Deus e esperem o momento certo para desfrutar dessa bênção do Senhor, evitando perturbação posterior. [...] os defensores do “sexo livre” se esquecem de que o adolescente e o jovem não estão preparados para encarar as consequências advindas dessa prática, tampouco os problemas sociais e espirituais que surgirão. O apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 6.12, afirma: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei que nada me domine” (NVI). (LOPES, 2017, p. 432-434)
Portanto, a recomendação bíblica é um casamento planejado e sem culpas. Um ambiente em que o casal possa desfrutar junto de uma vida abençoada por Deus. No texto em estudo, o poeta compara a mulher com uma fonte. Uma fonte é diferente de um lago parado, ela corresponde a um manancial que jorra água constantemente de forma que possa satisfazer a sede, quando necessário. Assim, não se faz necessário a busca de outra fonte alternativa, uma vez que se está saciado. Há um adágio popular que diz que: “Uma ovelha é mantida segura em seu curral quando provida de um pasto verde e farto, ela estando farta, não procurará pasto fora”. Por analogia, isso serve para os cônjuges que vivem em uma vida sexual saudável. 
O prazer mútuo é o elo da fidelidade mútua 
O casamento é recomendado para se evitar uma vida sexual livre e sem compromisso. Mathew Henry coloca o casamento como meio de desfrute da satisfação e conforto de uma vida a dois:
Desfrutar com satisfação os confortos do casamento lícito, o que era ordenado para evitar a impureza, e por isso deveria ser usado no devido tempo, para que não acabasse sendo ineficaz para a cura daquilo que poderia ter evitado. Que ninguém se queixe de que Deus lidou de maneira cruel consigo, proibindo-lhe os prazeres pelos quais há um desejo natural, pois Ele bondosamente providenciou a satisfação regular de tais desejos. Não podes comer de todas as árvores do jardim, mas escolhe a tua, a que quiseres, desta poderás comer livremente; a natureza ficará satisfeita com isso, mas a luxúria não terá nada. Deus, ao limitar o homem a uma só, estava tão longe de lhe impor quaisquer dificuldades, que na realidade buscava o seu melhor interesse; pois, como observa o Sr. Herbert: “Se Deus tivesse permitido tudo, certamente, o homem teria sido o limitador”. Este é um provérbio conhecido pela igreja. Aqui Salomão explica isso, não somente prescrevendo como um antídoto, mas apresentando como um argumento contra a prostituição, o fato de que os prazeres permitidos no casamento (ainda que a sagacidade dos ímpios, que colabora com o espírito da impureza possa tentar ridicularizá-los), transcendem, e muito os falsos prazeres proibidos da prostituição. (HENRY, 2015, p. 743)
O casamento tem a função de unir o casal para que tenham uma vida prazerosa e feliz. Quando o prazer é compartilhado a fidelidade mútua é uma consequência natural. Os desejos sexuais tem o desígnio de aproximar o casal por meio do prazer mútuo, com certa regularidade, mas esses prazeres devem ser explorados da maneira certa. Para isso, é necessário que o casal converse sobre a maneira de satisfazer as necessidades sexuais um do outro, sem sacrificar a dignidade, afinal o prazer sexual não pode ser desfrutado de forma egoísta. Uma das formas de visão egoísta da prática sexual é a masturbação. Embora os sexólogos não admitam a possibilidade de pecado, e tenham essa prática como uma válvula de escape, defendendo a necessidade de liberação do líquido orgásmico, para proteção do próprio corpo, essa teoria não subsiste em si, uma vez que isso ocorrerá naturalmente com as chamadas poluções noturnas. A Bíblia é categórica ao afirmar que: “Todas as cousas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as cousas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1 Co 6.12, ARA); “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne” (Gl 5.16, ARA). 
Uma das barreiras a serem rompidas é a disparidade no desejo sexual. Em geral, o desejo masculino é mais frequente do que o feminino. Isso não é uma regra e varia de casal para casal. Dependendo do grau de disparidade entre os cônjuges isso pode ser um problema e causar o desinteresse pelo ato sexual. Por esse motivo, o casal precisa trabalhar junto e conversar com maturidade sobre o assunto. A necessidade do casal deve estar acima da satisfação pessoal. A disparidade pode ser causada por problemas físicos ou emocionais como impotência, ejaculação precoce, depressão, angústia, estresse, ter recebido forte repressão sexual em determinada fase de idade, entre outros. Nesse caso, o casal não pode desanimar ou desistir, mas deve procurar a ajuda de profissional habilitado para o caso. Não pode deixar o orgulho ou a vergonha privá-los de sua intimidade pessoal. Hoje a ciência está bem avançada nessa área. 
O casal precisa um ao outro no que se refere ao estímulo sexual, quais as partes são mais sensíveis do corpo do cônjuge e como ele gosta de ser tocado. O casal não pode omitir isso ao outro, mas deve ter em mente que o prazer é o objetivo comum. Os jovens precisam se conhecer antes do casamento e ter um conhecimento mínimo afetivo, observando seus limites, devido à prática da fornicação, identificada nos termos bíblicos também com a palavra grega porneia 1. A liberação sexual antes do casamento não é prova de amor, como alguns se aproveitam para sedução. Os jovens da igreja, em especial, têm sofrido com a influência da banalização cultural do sexo. Existe a defesa do sexo sem controle e sem compromisso, desde que seja seguro pelo uso do preservativo. Há um incentivo aos relacionamentos fortuitos em detrimento aos relacionamentos estáveis, responsáveis e ao vínculo afetivo. Lopes (2017, p. 431) afirma que: “Biblicamente falando, os casados honram o casamento com a fidelidade, e os solteiros, com a castidade (Hb 13.4). Saber esperar é uma ordem bíblica (1 Ts 4.3-8). [...] Quem ama espera (1 Co 13.7)”. 
1.1 Paulo Apresenta a Perspectiva Cristã sobre o Casamento 
A comunidade cristã hoje tem um texto escrito com orientações da perspectiva cristã sobre o relacionamento sexual graças à resposta de Paulo ao questionamento da comunidade cristã de corinto. A principal dúvida dos cristãos coríntios era sobre a abstinência sexual e a castidade. Dúvidas que surgiram devido à desigualdade entre a novidade de vida do novo cristão apresentada à igreja recém-criada com a cultura local. Paulo apresenta a perspectiva cristã sobre o relacionamento sexual contrastando-a com a cultura local.
Paulo responde sobre um questionamento dos coríntios 
Peixoto (2008, p. 20) afirma que “as cartas aos coríntios são uma constante pergunta pelo que fazer e como fazer com a novidade da vida cristã”. A dicotomia dos gnósticos diferenciava da crença da tradição judaica e dos ensinos de Paulo. Eles acreditavam que a matéria era má e a distinguia do espírito, considerado bom. Isso provocava dúvidas nos habitantes de Corinto, inclusive os cristãos. A doutrina gnóstica estava provocando nos moradores dois tipos de comportamento: o primeiro, já citado, na lição anterior, levava as pessoas fazerem o que bem entendessem com o corpo, uma vez que a crença era de que não afetava o espírito; o segundo comportamento, era o inverso, baseado na mesma crença dicotômica, já que o corpo era matéria má, melhor não fazer nada com ele para mortificá-lo. Portanto, dois extremos, onde o primeiro comportamento pecava pelo excesso e o segundo por falta. 
1 Coríntios 7.1 começa informando que Paulo estava respondendo a um questionamento da comunidade em relação isso: “Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher”. Essa era a orientação dos mestres ascetas da época. Por isso, pode se ter a impressão de que o apóstolo está concordando com a crença de que o corpo era mal e precisava ser mortificado, ou seja, não toque em mulher para não se contaminar alimentando os desejos da carne. Todavia, o apóstolo demonstrará que utiliza o pensamento para recomendar outra prática. A perspectiva é masculina, não se pergunta isso em relação ao corpo feminino, o que caracteriza o pensamento machista também em Corinto. Entretanto, como iremos ver à frente, isso também é resgatado por Paulo. 
O comportamento ascético frutificou, e os membros da igreja começaram a aderir à abstinência sexual, mesmos os casados. O entendimento era se o corpo é mau e desprezível o sexo que torna os dois corpos um só, também é inapropriado. Isso se tornou em um grande problema, imagine um casal em que cada um dos cônjuges tem uma motivação ou libido diferente, em que um tinha o sexo como desprezível, enquanto o outro tinha por essencial e necessário. Corre-se o risco do casal que tem o sexo por prazeroso buscá-lo em outra fonte. Surge também, motivado por esse pensamento, o celibato, em que a pessoa tinha por meta nunca mais em sua vida fazer sexo, ou seja, abstenção total e permanente. O celibato é uma opção bem específica e pessoal, mas que nem sempre era uma a própria pessoa que decidia, mas era imposta, principalmente pelos pais. 
O apóstolo responde então a essas questões que são levantadas pelos coríntios, certamente, perguntaram por que estava provocando distúrbios na comunidade. Provavelmente, o prejuízo dessas crenças e comportamentos para a igreja era desanimador. Costa e Rodrigues (2008, p. 121) afirmam que entre os membros da comunidade existiam alguns que “procuravam impor absoluto ascetismo sexual à comunidade toda, proibindo as relações sexuais no casamento, excluindo a possibilidade de novos casamentos e até procurando romper casamentos já realizados”. Eles acrescentam que alguns até se consideravam “já participantes da nova era, alguns coríntios imaginavam-se com a vida imortal dos anjos. [...] não havia nenhuma necessidade de nova procriação e, portanto, não se justificavam mais as relações sexuais”. 
Os extremos da igreja de Corinto ajudam a entender toda a argumentação do apóstolo em relação ao comportamento sexual. Paulo responde aos questionamentos afirmando que tanto o casamento como o celibato eram opções legítimas para o cristão. O celibato deve ser visto como o dom divino; se você não o tem, case-se; é melhor casar do que viver abrasado. No entanto, o apóstolo recomenda que para se tomar essa decisão, deveria ser levado em consideração o histórico da própria cidade e da cultura que estava influenciando a igreja. Não bastava tomar a decisão para se arrepender na sequência. O mais importante é a pessoa estar em paz e em obediência a Deus do que irracionalmente optar por sacrifícios tolos, que não agregam nada na vida espiritual, se baseados em crenças humanas e contrárias ao evangelho.
Paulo recomenda o casamento e orienta sobre o sexo entre cônjuges 
Quando o cristianismo chegou à grande metrópole de Corinto era novidade e conseguiu vários fiéis. No entanto, como afirma Peixoto (2008, p. 20): “Toda nova ideia interage com o contexto social, altera a realidade e é alterada ao contextualizar-se”. Mesters e Orofino (2008, p. 51) afirmam que em Corinto, “a vida sexual era muito livre. Chamar uma moça de coríntia era o mesmo que chamá-la de prostituta. ‘Viver a modo de coríntio’ era o mesmo que frequentar a prostituição”. O apóstolo cita a prostituição tão acentuada na cidade como um perigo para aqueles que queriam ficar solteiros, como para os casais que estavam se propondo a se abster do relacionamento sexual. Para muitos o prazer é culpa e o sexo é pecado, para alguns esse conceito vale até mesmo dentro do próprio casamento, sendo um mal necessário para que haja procriação. Assim, definido o número de filhos por família, uma vez gerados, abandona-se ou se evita a prática sexual.  Parece um absurdo para os dias atuais, mas essa prática ainda acontece e não com pouca frequência tanto em igrejas, como também o meio secular. 
No entanto, Paulo “reconhece que poucas pessoas têm disposição psicológica e fisiológica necessária para manter inativa sua capacidade sexual” (COSTA; RODRIGUES, 2008, p. 120). Então, ele recomenda o casamento e a prática saudável da vida sexual do casal. Inclusive, coloca a relação sexual como uma forma de obrigação, entendendo que uma vez casado o relacionamento sexual deve ser uma prática comum e constante, permitindo a exploração do corpo pelo seu conjugue, visando além da procriação o prazer de ambos. Aqui Paulo surpreende com o tratamento igualitário em relação ao gênero quando ressalta a dignidade da mulher. Ele coloca a esposa como possuidora dos mesmos direitos e responsabilidades, com voz, para decidir junto com o esposo o comportamento a ser adotado nas relações sexuais. Paulo afirma que cada cônjuge tem o poder sobre o corpo do outro para desfrutar do prazer sexual e que essa recomendação não dá liberdade para abusos de nenhuma das partes, como se tivessem “direito” de fazerem sexo quando, como e onde desejar. Por esse motivo, é importante o bom relacionamento entre o casal para um sexo prazeroso e sem constrangimento, e acima de tudo, com respeito à dignidade do outro. Como Paulo havia sido questionado sobre o uso da abstinência sexual entre os cônjuges a pretexto de santificação, ele orienta que isso só pode ocorrer com o consentimento mútuo. Um breve momento de abstenção para dedicação ao jejum e oração para não serem tentado à prostituição e a prática sexual ilícita. 
Costa e Rodrigues (2008, p. 123) apresentam uma tabela que resume bem as recomendações e as concessões feitas pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 7.1-40:
 Versículos  Grupo  Paulo recomenda  Paulo aceita
 1—7  Casados/as Permanecer em sua relação sexual  Abster-se das relações por algum tempo
  8—9  Descasados Permanecer sozinhos  Casar-se de novo
 10—11 Casados/as  Permanecer como estão  Separar-se sem casar-se de novo
 12—16  Casados/as com não cristãos   Permanecer como estão Separar-se
   17—24  Judeus, pagãos e escravos  Permanecer como estão  Aproveitar a oportunidade para libertar-se
 25—38  Não casados/as comprometidos/as Permanecer sem se casar  Casar-se
  39—40 Viúvas  Permanecer sem se casar   Casar-se
Resumo Todos Permanecer como estãoMudar de posição
Fonte: Costa e Rodrigues (2008, p. 123).
Os problemas não eram fáceis de resolver. A comunidade cristã já experimentara a nova forma de viver, apesar das influências ainda presentes. Muitos dos questionamentos que eram feitos ao apóstolo já tinham uma resposta praticamente pronta devido à tradição existente, quando isso ocorria ele usava termos como “eu recebi o que também vos entreguei” (1 Co 11.23). Para questionamentos que eram novidade para a doutrina já estabelecida, ele utilizava outros termos como “digo eu, não o Senhor” (1 Co 7.12, ARA) e segundo a minha opinião” (1 Co 7.40, ARA). Ainda hoje, existem questões que surgem nas igrejas que não tem uma resposta pronta e acabada. Por essa razão, há a necessidade de pessoas experientes para orientar os fiéis e, mesmo assim, ainda é muito complicado resolver muitas questões sobre sexualidade, a igreja cristã cada vez mais se depara com confrontos que desafiam suas doutrinas. Mesters e Orofino comentam sobre alguns problemas atuais:
Hoje, também há muitos problemas nesta questão do sexo e acontecem coisas que revelam uma confusão muito grande. A TV e as revistas propagam um comportamento sexual bem diferente do que se ensinava antigamente. Orientada pelas novelas, a juventude toma liberdades que dão susto nos pais. Há maridos que saem do interior para procurar serviço na cidade e deixam a esposa em casa como “viúva de marido vivo”. [...] E há muitos outros problemas graves: relacionamento sexual instável, sexo sem compromisso, gravidez precoce e mãe solteira; dimensão erótica da vida que invade tudo e promove costumes livres; camisinha, aborto, pílulas, passeata gay de milhões de pessoas, etc. Tem gente que aprova tudo; tem outros que desaprovam tudo. Não são problemas fáceis de serem resolvidos. (MESTERS; OROFINO, 2008, p. 52)
Graças aos questionamentos da comunidade cristã em Corinto, as orientações paulinas sobre essas questões foram registradas por escrito, mas, como visto, ainda temos muitos desafios pela frente quando se trata da vida sexual da sociedade e os conflitos de ideologias com a comunidade cristã.
Um breve panorama a respeito de questões sobre sexualidade na história da igreja cristã
O cristianismo contribui para a evolução do pensamento mais restrito a cerca da relação sexual e conjugal, de origem judaica. Ele utiliza da metáfora do vínculo entre a alma e Deus, da união entre Cristo e a Igreja, como uma antecipação do prazer do amor que se viverá no paraíso. Diferente do pensamento disseminado pelos gregos estoicos, de desprezo pelo prazer sexual, o cristianismo oferece um significado espiritual ao ato sexual carregando de uma importância que contribui para a sua prática sem culpa. Desse modo, o cristianismo valorizou o casamento e a castidade como vias espirituais, e passou a conceber a ligação entre os cônjuges como uma ligação de amor. Ao atribuir um sentido espiritual à relação sexual, o cristianismo se diferencia das demais religiões monoteístas. O sexo passa a ser valorizado pelo argumento teológico da encarnação, bem como a ideia do corpo como templo do Espírito Santo. Outra alteração advinda com o cristianismo com os autores da Patrística foi a castidade perpétua, como via de ascensão espiritual e como estágio superior ao casamento. Isso atraiu tanto homem como mulheres, mas especialmente elas, pois viam nessa alternativa a possibilidade de escapar de maridos indesejáveis, da morte prematura no parto e aproximação com ostatus masculino (PELAJA; SCARAFFIA, 2014, p. 4-15).
Durante a história da igreja o tema da sexualidade rendeu muitos e acalorados debates em sínodos e concílios da Igreja. No mundo medieval, referências ao corpo e ao sexo estiveram no centro dos debates teológicos, inclusive com ampla discussão dos dias proibidos para a prática sexual, mas povoaram a arte e os textos literários (PELAJA; SCARAFFIA, 2014, p. 99). No período moderno, o Concílio de Trento reforça o casamento como sacramento, bem como a superioridade do estado de castidade e virgindade. A reforma mais significativa foi elevar o caráter público da cerimônia do casamento, que passa a ser formal e deveria ser celebrado na presença de um padre, e de testemunhas e nem a coabitação, nem a consumação deveriam vir antes da benção do sacerdote. Cria-se a atribuição exclusiva da igreja na realização tanto da cerimônia nupcial como da normatização da sexualidade matrimonial.
A partir do século XVIII os estudos científicos passaram a ganhar espaço e coube à ciência desvendar os aspectos fisiológicos e morfológicos do corpo. Assim criou métodos e categorias não só para diferenciar machos e fêmeas, mas para definir comportamentos, da mesma maneira que os limites entre normalidade e anormalidade (PELAJA; SCARAFFIA, 2014, p.221). A partir do século XIX houve uma mudança significativa, pois o discurso sobre a sexualidade passou às competências científicas (médicas, biológicas, antropológicas e psicanalíticas), em contraponto ao domínio da Igreja que assumia o direito de impor normas sobre a sexualidade. Assim, questionou-se o significado espiritual do sexo. Os tratados morais foram substituídos pela literatura científica e as competências em relação ao matrimônio passaram da alçada da Igreja para as mãos do Estado. Surge então, o casamento civil e o divórcio como exemplos desse processo e transição.  A sexualidade passou a ser tratada como de interesse público, com a ingerência crescente do Estado. A masturbação e a homossexualidade passaram a ser encaradas como doenças, necessitando o seu estudo científico para alcançar formas de cura. Na mesma direção, a prostituição passou a ser combatida como forma de sanear a sociedade.
No final do século XIX e início do século XX, período marcado pela revolução demográfica, e pela revolução ideológica e cultural que a acompanhou. Surgem métodos anticoncepcionais, portanto a sociedade passa a ser dominada por valores liberais e democráticos, a sobrevivência das famílias já não dependiam de um grande número de filhos e as regras sociais dos comportamentos sexuais impostos pela moral cristã cada vez é questionada. A cultura passa a dissociar a procriação de sexualidade e procriação de matrimônio, desafio em proporções até então não enfrentados pela igreja cristã. A pílula anticoncepcional mudou o comportamento e as práticas da sexualidade. Além de possibilitar a escolha do momento desejado das mulheres serem mães, também tornou possível a separação entre sexualidade, amor e família como era possível até então somente aos homens. Com isso, a propagação da satisfação dos desejos hedonistas pregado pelas ideologias modernas (PELAJA; SCARAFFIA, 2014, p. 231-263).
O atual pensamento secularizado relegou a sexualidade a uma questão do indivíduo, da pessoa, enquanto o pensamento religioso continua defendendo a dimensão espiritual cunhada no início do cristianismo. 
*Adquira o livro do trimestre. NEVES, Natalino. Cobiça e Orgulho: Combatendo o desejo da Carne, o Desejo dos Olhos e a Soberba da Vida. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

1 Esse termo grego será explicado com detalhes no próximo capítulo.

Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 08 - 2º Trimestre 2019 - O Lugar Santíssimo - Adultos.

Lição 8 - O Lugar Santíssimo 

2º Trimestre de 2019
ESBOÇO
I – O VÉU DO LUGAR SANTÍSSIMO
II – O PROPÓSITO DO VÉU INTERIOR
III – COMO ERA O LUGAR SANTÍSSIMO?
Elienai Cabral 
O Lugar Santíssimo era, indubitavelmente, o principal lugar de toda a estrutura do Tabernáculo. Lá estavam a Arca da Aliança com seu propiciatório e os dois querubins com forma humana e protegendo aquele lugar. Era o lugar da habitação de Deus. Figuradamente, estava naquela Arca o Trono de Deus. 
Depois da leitura do texto básico deste capítulo, podemos mentalmente descrever e pormenorizar todos os móveis contidos no Átrio, no Lugar Santo e no Lugar Santíssimo. Na parte exterior do Tabernáculo, a partir da porta do Átrio (ou Pátio), encontramos o altar do Holocausto e a Bacia do Lavatório. Em seguida, entramos no interior da Tenda do Tabernáculo e temos a primeira parte, que é o Lugar Santo, chamado Santuário. Nessa parte, deparamo-nos com a Mesa dos Pães da Proposição, o Castiçal de Ouro e o Altar de Incenso em frente ao Véu de entrada para o Lugar Santíssimo. Depois do véu desenhado com querubins, estava o Lugar Santíssimo, no qual estava a Arca do Concerto (ou da Aliança, ou do Testemunho). Esse último lugar, o Santo dos Santos (ou Lugar Santíssimo) era o símbolo da santidade de Deus, que tornava inacessível a entrada de pecadores, senão através do sumo sacerdote. 
I – O VÉU DO LUGAR SANTÍSSIMO 
O Véu Era uma Barreira ao Acesso à Presença de Deus 
O segundo compartimento ocidental do Tabernáculo onde estava a Arca da Aliança tinha um véu azul como uma cortina que separava as duas partes do Santuário; era um símbolo da santidade de Deus inacessível aos pecadores. Ninguém podia ousar entrar no “Lugar Santíssimo”, até que Jesus enfrenta o Calvário e faz-se o cordeiro expiador. 
Quando Cristo expirava lá fora na cruz, o seu espírito entra no Lugar Santíssimo com o seu próprio sangue expiador, porque Ele fez-se o Cordeiro divino e, com o seu próprio sangue, entra ante o Propiciatório e asperge-o sobre a Arca da Aliança, expiando a culpa do mundo todo (ver Hb 7.25-27). Então, o véu rasga-se de alto a baixo e escancara o acesso à presença do Altíssimo. Antes, uma vez por ano, o sacerdote entrava com o sangue da expiação; agora, em uma só vez por todas, Cristo fez-se o Sumo Sacerdote e ministra com o seu próprio sangue (ver Hb 9.6,7). 
O véu era uma cortina feita de linho fino branco tecido com fios que tinham as cores azul, púrpura e carmesim. Esse véu tinha o propósito de separar o Lugar Santo do Lugar Santíssimo, no qual estava a Arca da Aliança (Êx 26.33). Esse véu impedia a entrada de qualquer israelita, exceto a do sumo sacerdote, que podia entrar uma vez por ano, no dia da Grande Expiação. Esse véu, portanto, era uma barreira para o homem comum. Na língua hebraica, o vocábulo “véu” é paroketh, que advêm de uma raiz que significa “separar”.
O Significado do Véu Interior e seu Paralelismo com a Obra Expiatória de Jesus
No NT, esse mesmo vocábulo grego é katapetasma, que representa o véu interior, ou seja, a cortina entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo. Quando Jesus estava na cruz — e depois de expirar —, Ele ministrou intercessoramente no Lugar Santo no Altar de Incenso (Hb 7.25) e, depois, com seu próprio sangue, entrou no Lugar Santíssimo para ministrar por todo o mundo (ver Hb 9.6,7). 
Um teólogo do passado chamado Truman fez um paralelo entre o Evangelho de João e o Tabernáculo, escrevendo assim:
Os capítulos 1 a 12 de João contêm o ministério público de Jesus, correspondendo ao Pátio, para o qual os israelitas traziam suas ofertas pelos seus pecados. Os versículos do capítulo 12.44-50 indicam as últimas palavras do seu ministério público.
O capítulo 13 tem relação com a necessidade de limpeza, e Cristo explicou-lhes essa necessidade dos seus discípulos passarem pela fonte de bronze (o lavabo de bronze) como preparação para o ministério do Espírito Santo na terra depois que Jesus cumprir sua missão expiatória.
Os capítulos 14 a 16 sugerem que Cristo entra no Lugar Santo e ensina aos seus discípulos a necessidade de orar e o papel do Espírito Santo nesse lugar na vida da igreja futura.
O capítulo 17 apresenta Cristo a sós no Lugar Santíssimo, intercedendo em favor dos seus discípulos diante do Pai. Esse capítulo se revela como a oração sumo sacerdotal.
O Véu Tinha um Bordado Especial com a Figura de Querubins (Êx 26.31)
Alguns teólogos opinam que os querubins não representam seres humanos, nem anjos. Eles opinam que esses querubins representam as obras e as manifestações gloriosas do Espírito Santo na vida de Cristo, envolvendo seu nascimento, vida, ministério terrestre, morte e ressurreição do Senhor Jesus. Entretanto, discordamos dessa opinião e entendemos que os querubins são uma classe de anjos que servem aos interesses de Deus, protegendo seu Trono e manifestando a sua glória. 
O que a Escritura do livro de Êxodo deixa claro é que os querubins são seres angelicais e independentes de qualquer forma física, mas que podem tomar a forma que quiserem para as manifestações do poder de Deus. 
Deus ordenou a Moisés que fosse bordada à mão a figura de querubins, que tinham uma mistura de figura de homens e seres alados. Pergunta-se, qual a razão desses querubins naquele véu? A história celestial conta que um querubim havia recebido do Criador poderes especiais delegados por Deus de liderança angelical. No entanto, esse querubim chamado Lúcifer encheu-se de presunção e orgulho, querendo ser igual a Deus. Ele, então, foi expulso da presença do Senhor, tornando-se arqui-inimigo da Divindade (ver Ez 28.14). Sua queda desonrou toda a classe angelical. Os querubins são uma classe de seres espirituais diretamente ligados ao Trono de Deus. A figura dos querubins pintados naquele véu interior lembra ao homem que o Trono de Deus está protegido de qualquer contaminação do pecado. Por isso, eles foram esculpidos sobre o Propiciatório com as asas voltadas para a Arca da Aliança para protegê-la (ver Êx 25.18-22).  
As quatro Cores do Véu Compreendidas na Escritura de Filipenses 2.5-11 
Essencialmente, o objetivo primário do Tabernáculo e seus móveis sagrados é tipificar a Cristo. Cada um dos tecidos que compunham o Véu entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo apontava para uma faceta do caráter pleno de Jesus Cristo. As quatro cores falam, de fato, das glórias de Cristo segundo a compreensão que podemos ter da escritura de Paulo aos Filipenses 2.5-11. 
A cor azul indicava a fala de Jesus, “que, sendo em forma de Deus” (Fp 2.6), fez-se o Verbo divino que se fez carne, e isso revelava a Jesus como o Filho de Deus, a sua divindade. 
A cor carmesim é identificada com o Cristo que “tomou a forma de servo”. Ela fala de Cristo como aquEle que se identificou como “o Filho do homem” e “o Servo sofredor”, que “aniquilou-se a si mesmo, [...] sendo obediente até à morte” (Fp 2.7,8). 
A cor branca do linho branco revelava a imagem daquEle que se fez “semelhante aos homens” (Fp 2.7), sendo o servo perfeito de Deus no mundo dos homens. 
A cor púrpura indicava a sua realeza, identificando-se com a escritura que diz “que Deus o exaltou soberanamente” (Fp 2.9).  
Outrossim, o Véu representava a carne de Cristo e expressava a sua humanidade (ver Êx 36.35). O trançado dos fios que formava o véu fala da união da natureza divina com a natureza humana na pessoa de Jesus, indicando a sua perfeição absoluta como Deus e como Homem. O texto de Hebreus 10.19,20 consuma essa tipologia quando diz: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”.
Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD. 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Lição 07 - 2º Trimestre 2019 - Conhecendo o Rei do Egito - Primários.

Lição 7 - Conhecendo o Rei do Egito

2º Trimestre de 2019
Objetivo: Esclarecer ao aluno que devemos ter um relacionamento sincero com Deus, o honrando sempre ao fazer a sua vontade.
Ponto central: Estar pronto para as oportunidades.
Memória em ação: “Penso que o que sofremos durante a vida não pode ser comparado, de modo nenhum, com a glória que nos será revelada no futuro” (Rm 8.18).
Querido (a) professor (a), neste trimestre temos acompanhado com os pequeninos a trajetória de José. Tantos percalços, traição, luta, revezes... Mas o crescimento e amadurecimento dele precisavam ser proporcionais as imensas responsabilidades e honra que havia de vir.
Nosso foco com a próxima lição é enfatizar para as crianças, desde já, que mesmo em meio às dificuldades devemos manter nosso relacionamento com Deus sincero, verdadeiro e o honrando ao fazer a sua vontade. Sabemos como é difícil fazer isto diante das provações, especialmente frente às injustiças. Imagine para as crianças, quão complexo é lidar com seus impulsos. E é importante não reprimir, mas de fato, aprender a gerenciar tais características, inerentes a todo ser humano, tanto que até mesmo Jesus passou por elas. 
Enquanto Deus-Homem Jesus chorou, sentiu fome, cansaço, raiva, tristeza, sentimento de abandono... Mesmo sendo o Filho de Deus, e isto é muito significativo porque ao se despir de sua glória e vivenciar todas essas fragilidades humanas, Ele nos mostra o quanto nos compreende e nunca deslegitima nossos sentimentos, como tantas pessoas ao nosso redor. 
Frente a dor, quem nunca se deparou com algum “superespiritual”, mais “inabalável” que Jesus, com pessoas que agiram como os “amigos de Jó”, dizendo que você não pode ficar triste, não pode desanimar, não pode admitir fraquezas, tristeza, enfim, não pode ser humano. E mais, quantas vezes nós mesmo já não agimos assim com alguém?!  
Evidentemente que às vezes agimos assim com a melhor das intenções, mas de que adianta frente à dor dizer a alguém a típica frase: “Não fique assim não!” quando tudo que a pessoa precisa é compreensão e empatia, invés de superioridade, indiferença ou julgamento. 
Além desse tipo de postura não consolar nem um pouco a ninguém, mesmo sem intenção, ela minimiza a dor que do outro e tantas vezes, repleta de motivos legítimos para estar lá sendo sentida. Passar por essas emoções nos traz crescimento, amadurecimento. É fundamental vivenciá-las. Reprimi-las, negá-las pode nos trazer inúmeros transtornos emocionais, espirituais, relacionais e até mesmo físicos. 
Faz parte da caminhada experimentar o que Paulo ouviu do próprio Deus: 
A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.
Ao que o apóstolo compreendeu a resposta do Senhor, mesmo afligido por “um espinho na carne, um mensageiro de Satanás para o esbofetear”, ao ponto dele afirmar: 
De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte”. (2 Coríntios 12.7-10)
Não sei por quais situações adversas você professor (a) está passando ou há de passar, mas esteja certo (a) de que não passará sozinho (a). O Senhor lhe proverá toda graça e crescimento de que precisa. E se vem sendo “criticado” de alguma maneira por admitir seu cansaço ou qualquer outra emoção humana, não se aflija. Jesus Cristo te compreende e te renova neste momento. Cuide-se, respeite-se e ajuste tudo o que for necessário para sua melhora, com o mesmo amor e empenho com os quais faria a tantos outros. 
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD

Lição 07 - 2º Trimestre 2019 - Davi e Golias - Juniores.

Lição 7 - Davi e Golias – 1 Samuel 17.12-54

2º Trimestre de 2019
Prezado(a) professor(a),
Na aula de hoje seus alunos aprenderão um pouco mais a respeito de um episódio que ficou marcado na história da nação de Israel. Um jovem franzino de gentil aparência se dispõe a lutar contra um experiente guerreiro e, sobretudo, gigante chamado Golias. Contrariando as circunstâncias, o jovem Davi confiou que o Senhor dos Exércitos de Israel concederia a vitória sobre os filisteus e tiraria a vergonha do meio do seu povo.
“Davi prevaleceu contra o filisteu.
A vitória de Davi sobre Golias resultou da sua fé em Deus; fé esta já testada e comprovada na sua vida. Podemos identificar cinco fatores específicos conducentes ao seu triunfo:
(1) Davi tinha seu coração entregue a Deus (16.7), e assim buscava continuamente a Deus e a sua face (cf. 1 Cr 16.10,11; Sl 27.8).
(2) Davi tinha um carinhoso e profundo zelo pela honra e reputação do Senhor Deus de Israel (vv. 26,36,46). Ele percebeu que Golias estava afrontando não somente os exércitos de Israel, mas o próprio Senhor Deus.
(3) A confiança de Davi no poder do Senhor foi fortalecida pela sua lembrança das ocasiões anteriores em que ele clamara a Deus por livramento e o recebera (vv. 34-37; cf, Sl 29.3,4).
(4) Davi confiava, não em si mesmo, mas em Deus, para obter a vitória sobre Golias e os filisteus (vv. 37,45-47; cf. Sl 33.16,17; 44.6,7; Os 1.7).
(5) O Espírito do Senhor veio poderosamente sobre ele (16.13; cf. Zc 4.6).
Sempre que os filhos de Deus tiverem de enfrentar problemas e situações parecendo intransponíveis, esses gigantes poderão ser derrotados, se exercermos a fé como Davi, e se dependermos do poder do Espírito Santo (Ef 3.20,21; Fp 4.13).”
(Texto extraído da Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de janeiro: CPAD, 1995, pp. 458, 459). 
Para fixar o ensinamento da lição de hoje, sugerimos a seguinte atividade:
Davi também ouviu palavras desanimadoras daqueles que estavam ao seu redor e não acreditavam que aquele jovem poderia derrotar o experiente gigante Golias. Mas o segredo da vitória de Davi estava na sua confiança em Deus.
Para que seus alunos aprendam a ter a mesma confiança, escreva no quadro frases desanimadoras do tipo: “você não vai conseguir”, “você não é capaz”, “o inimigo é mais forte”, “será que esta ideia vai dar certo”, você ainda é muito jovem”, “é melhor você não se arriscar”, etc.Utilize cartolinas e recorte cartões em formato retangular. Para cada frase desanimadora, escreva nos cartões versículos com palavras de ânimo. Coloque os cartões com os versículos numa sacola ou caixa. Divida a turma em duas equipes e convide um aluno representante de cada equipe para retirar um cartão da sacola ou caixa e peça que cole ao lado da frase correspondente. Para cada frase desanimadora há uma palavra de ânimo vinda da parte de Deus. Ajude seus alunos a identificarem.

Lição 07 - 2º Trimestre 2019 - Meu Ego, Meu Inimigo - Pré Adolescentes.

Lição 7 - Meu Ego, Meu Inimigo 

2º Trimestre de 2019
A lição de hoje encontra-se em: Lucas 14.11.
Prezado(a) professor(a),
A lição desta semana aborda um assunto interessante e que carece de atenção: a autoconfiança. Esse tipo de comportamento ou sentimento interior é perigoso na adolescência. É comum, na fase em que seus alunos se encontram sentir o forte desejo de aventurar-se em viver perigosamente. Muitas mudanças estão ocorrendo e a vontade de crescer o mais rápido possível é desesperadora. Querem ser autossuficientes e livres para fazer o que bem entenderem. Entretanto, a vida não pode e nem deve ser conduzida assim. A ansiedade é um perigo em qualquer etapa da vida, mas na adolescência pode colocar um futuro inteiro a se perder.
É importante que seus alunos aprendam a lidar com a ansiedade e não permitam que o sentimento de autoconfiança os domine de tal forma que não sobre espaço para a ação do Espírito Santo em suas vidas. Afinal de contas, o Reino do Céu está reservado para aqueles que aprenderam a viver de forma humilde e na dependência de Deus; o ego inflado nos afasta da presença de Deus. É preciso que seus alunos aprendam a lidar com o excesso de autoconfiança desde cedo.
“Haverá muitas surpresas no Reino de Deus. Alguns que agora são menosprezados, lá serão muito honrados; algumas pessoas que são influentes neste mundo serão deixadas do lado de fora dos portões celestiais. Muitos dos ‘grandes’ aos olhos de Deus são completamente ignorados nesta terra, pois o que importa para Deus não é a popularidade, a posição social, a riqueza, a herança ou o poder que uma pessoa desfruta neste mundo, mas seu compromisso com Cristo.
Seus valores estão de acordo com os padrões da Bíblia Sagrada? Coloque Deus em primeiro lugar, e você se unirá a pessoas do mundo inteiro que terão lugar garantido no banquete que acontecerá no Reino dos Céus.  
[...] Como podemos nos humilhar? Alguns procuram ter uma aparência de humildade, a fim de manipular os demais. Outros pensam que ser humilde significa colocar-se em posições muito baixas. As pessoas verdadeiramente humildes se guiam pelo exemplo de Cristo, percebem sua pecaminosidade e suas limitações, mas também reconhecem seus dons e virtudes, e auto degradação; é uma avaliação pessoal honesta e um compromisso realista de servir.”
(Texto extraído da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp. 1382-83).

Lição 07 - 2º Trimestre 2019 - Pagarei o Mal com o Bem? Adolescentes.

Lição 7 - Pagarei o Mal com o Bem 

2º Trimestre de 2019
ESBOÇO DA LIÇÃO:
LEVADA COMO ESCRAVA
UM GENERAL LEPROSO
A COMPAIXÃO DA MENINA
A HUMILHAÇÃO E A CURA
OBJETIVOS
Levar ao entendimento de que devemos amar e perdoar os inimigos;
Produzir um sentimento de humilhação e obediência a Deus;  
Prezado professor, prezada professora,
O conteúdo geral da lição desta semana aborda o amor e o perdão aos “inimigos” e o sentimento de humildade. Por isso, ao longo da lição, não se pode deixar de mencionar a pessoa de Jesus Cristo e manifestação suprema desses valores. Nesse contexto, há um termo grego muito importante no capítulo 2 de Filipenses: κηνοσις (kenosis). Este é um conceito que ganhou força na Teologia Cristã através dos séculos, pois, em Cristologia, ele trata do esvaziamento da glória divina de Jesus para tornar-se em “forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”. É a iniciativa de Jesus em aniquilar a própria vontade para fazer a do Pai. 
Quando estudamos Cristologia e deparamo-nos com o milagre da encarnação de Deus em Jesus Cristo, uma pergunta é inevitável: “Como o Deus todo-poderoso, soberano e criador de todas as coisas, revelou-se plenamente à humanidade de forma tão frágil (criança) e humana (Jesus de Nazaré)? Os palácios não foram a sua casa, muito menos o quarto nababesco de um grande hotel. O lugar que acomodou o nosso Senhor foi uma estrebaria, onde se abrigava diversos animais. O símbolo da estrebaria remonta o significado do que o apóstolo Paulo quer dizer com esvaziamento de Cristo.
Deus estava em Jesus revelando-se à humanidade como nunca se revelara antes: humilde, humano, servo, lavador de pés. Essa foi a causa dos judeus não reconhecê-lo como Messias, pois Ele era o oposto daquilo que os judeus esperavam. Deus jamais se revelara assim tão humilde como revelou-se em Jesus, o Cristo, loucura para gentios e judeus. 
Usando a kenosis de Deus é que o apóstolo Paulo conclama os filipenses para terem o mesmo sentimento que predominava em Cristo Jesus. Logo, segundo a expressão do teólogo Reinold Blank, “a kenosis de Deus implica na kenosis do homem”. O mesmo sentimento que estava em Jesus deve estar no homem. Aqui, a humildade de Jesus nos constrange e modela. 
Uma verdade que precisa ser destacada é a de que em Jesus o homem é capaz de abdicar-se de todo sentimento de poder, egoísmo e opressão. Livrar-se de todos os atributos que descrevam um caráter soberbo, individualista, desejoso de fazer o mal. Outra verdade que deve ser ressaltada na classe é que em Jesus o ser humano é convidado a realizar a obra kenótica de si mesmo. Foi assim que Deus Pai se revelou nEle. Humilde e inimigo de qualquer artifício para fazer o mal. Conclame sua classe a ter a mesma postura de Jesus. Mostre aos alunos que o Evangelho quando encarna no discípulo de Cristo o impulsiona a fazer o bem, renunciar os próprios interesses e até mesmo amar os seus supostos inimigos.    
Marcelo Oliveira de Oliveira
Editor da revista Adolescentes Vencedores 

Lição 07 - 2º Trimestre 2019 - O Lugar Santo - Adultos.

Lição 7 - O Lugar Santo 

2º Trimestre de 2019
ESBOÇO
I – LUGAR SANTO: UM LOCAL DE SERVIÇO E COMUNHÃO COM DEUS
II – AS TRES PEÇAS QUE COMPUNHAM O INTERIOR DO LUGAR SANTO
III – O VÉU QUE DEMARCA O LUGAR SANTO E O LUGAR SANTÍSSIMO (Êx 26.31-36)
Elienai Cabral 
   sumo sacerdote para descobrir que, para chegar ao Lugar Santíssimo, a caminhada é progressiva. O homem também descobre que o Tabernáculo foi projetado para passar ao povo uma noção de relacionamento progressivo com Deus. Dentro dessa conscientização, o homem descobre ainda que, quanto mais próximo de Deus, maior é a responsabilidade, porque Deus é Santo, e nenhuma possibilidade de sujeira entra na sua presença. Também veremos que o Senhor deseja uma relação íntima com o seu povo, de tal modo que a ordem para construir o Tabernáculo era para que Ele pudesse habitar com o seu povo e no meio dele. 
O texto neotestamentário em Hebreus 9.2,3 mostra a distinção dos dois compartimentos do Tabernáculo e chama ao primeiro “Santuário” e ao segundo “Santo dos Santos”. O texto bíblico diz: “Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos santos” (Hb 9.2,3). Os dois compartimentos do Tabernáculo também eram identificados como “Lugar Santo” e “Lugar Santíssimo”.
I – LUGAR SANTO: UM LOCAL DE SERVIÇO E COMUNHÃO COM DEUS 
1. Que Lugar É esse?
O “Lugar Santo” era um lugar de serviço, onde somente os sacerdotes podiam entrar para ministrar (Hb 9.6). Os israelitas apenas podiam trazer suas ofertas ao Altar de holocaustos e não podiam passar dali. O povo tinha acesso ao Pátio (Átrio), mas a entrada para o Tabernáculo era proibida. Porém, quando Cristo entrou no Lugar Santo e no Lugar Santíssimo com o seu próprio sangue, todos os crentes em Cristo, havendo sido redimidos e santificados, têm o privilégio de entrar na presença de Deus e exercer uma nova posição em Cristo como “sacerdotes de Deus” (ver Ef 2.18,19; Hb 10.19-22).
2. Um Lugar de Serviço e Adoração
O Modelo Divino do Tabernáculo
A morada terrenal levantada chamada “Tabernáculo” (do hebraico, misklan = “morada”) não ficava exposta, mas tinha uma cobertura de peles que a protegia do sol causticante do deserto. Era a casa que Deus ordenou a Moisés construir para sua morada do Altíssimo (ver Êx 25.8). A parte interna tinha um caráter bem particular. Era um lugar especial, de privilégio e com exclusividade para o serviço dos sacerdotes diante de Deus.  
Esse modelo foi dado a Moisés quando subiu ao Sinai. Era a revelação do lugar no qual Deus habitaria com o seu povo, ou seja, a primeira morada de Deus sobre a terra (ver Êx 25.8). Durante os quarenta dias em que Moisés esteve no alto do monte, aquela montanha alta tornou-se um lugar santo, de exclusividade divina, pois Deus mostraria sua glória a Moisés no ponto mais alto. Imaginem um lugar ermo e de pedras esquecidas dos homens que, de repente, se torna num lugar da manifestação da glória de Deus. 
Naquele monte, Moisés recebeu a planta de tudo quanto o Senhor queria no Tabernáculo. Deus foi o arquiteto e concedeu a ajuda do seu Espírito na seleção das pessoas habilitadas em várias atividades que envolviam habilidade com madeira e metais. Nesse modelo divino do Tabernáculo, está revelado tipologicamente que Jesus Cristo edificou sua Igreja, o Tabernáculo espiritual aqui na terra. Na verdade, todos os detalhes do Tabernáculo demonstram em seu conjunto a revelação de Jesus Cristo, em sua pessoa, em seu sacrifício e em seu sacerdócio eterno. 
3. O Propósito do Lugar Santo 
Antes de adentrar no Santuário, do lado de fora, dentro da cerca de linho fino retorcido, estava o Altar de Sacrifícios, que representa a Cruz de Cristo, na qual Ele, como verdadeira vítima expiatória, seria oferecido por nossos pecados (ver 1 Jo 2.2). Isso significa que, antes de entrar no Santuário, o pecador precisa passar pelo Altar de Sacrifícios. 
Outrossim, os móveis e outros materiais utilizados no Tabernáculo possuem um significado simbólico para cada elemento. A sua distribuição nos lugares certos passa a ter um sentido espiritual simbólico. A partir do Pátio (ou Átrio) até entrar no Santuário, todos os objetos do Tabernáculo, tanto os que estão fora quanto os que estão dentro, servem de “exemplar e sombra das coisas celestiais” (Hb 8.5). O autor da carta aos Hebreus reconhece o significado simbólico e diz: “Olha, faze tudo conforme o modelo que, no monte, se te mostrou” (Hb 8.5). O Novo Testamento reforça o projeto celestial do Tabernáculo para fortalecer o fato de que a Igreja seria a demonstração da presença de Deus na terra e que Jesus Cristo foi a manifestação do “Verbo [que] se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). A palavra “habitou”, de João 1.14, aparece na língua grega do NT como “skenoo”, que significa “tenda, habitação, tabernáculo”. O apóstolo João, portanto, declara que Jesus foi o verbo que se encarnou, habitou entre nós e que fez da Igreja o seu Tabernáculo, isto é, o lugar onde Ele habita. 
4. Lições da Tipologia do Tabernáculo em Relação a Israel e à Igreja 
Em relação a Israel, aprendemos que apenas Arão e seus filhos, da tribo de Levi, eram sacerdotes escolhidos por Deus para essa função na vida religiosa de Israel (Êx 28.1; Nm 3.5-10). Para ser um sacerdote em Israel, era preciso ser nascido na família de Levi e pertencer a sua tribo.
Em relação à Igreja, nenhuma pessoa por nascimento natural tem direito a um sacerdócio espiritual (ver Rm 3.23; Ef 2.12). A Igreja, porém, é fruto de um nascimento espiritual, que, na linguagem neotestamentária de Jesus, se refere ao novo nascimento, que torna filhos de Deus todos quantos aceitam a Cristo Jesus como Senhor e Salvador (ver Jo 1.12,13; Ef 2.13; 1 Pe 2.9), tornando-se, assim, “sacerdotes para com Deus”. 
Em relação a Israel, a aceitação dos israelitas diante de Deus era mediante os sacrifícios do Altar de Sacrifícios e, depois, lavados pela água límpida da Pia Lavatório, bem como a unção com azeite da Santa Unção (ver Êx 30.25-30). 
Em relação à Igreja, nossa aceitação para com Deus, o Pai, foi feita no Amado, limpos pela regeneração do Espírito Santo e da Palavra de Deus e ungidos com o Espírito Santo. Esse direito de aceitação diante de Deus foi, portanto, conquistado pelo sangue de Cristo Jesus (Hb 10.17-25).   
Para entendermos a importância do “Lugar Santo” e a sua tipologia na vida cristã, precisamos entender que, na esfera celestial, os objetos do Lugar Santo são tipificados pelas coisas que estão no céu. Precisamos, portanto, descobrir a tipologia dos objetos que estavam na parte interna do Lugar Santo (ver Êx 26.35; Hb 9.1,2). 
Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD.  
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

terça-feira, 14 de maio de 2019

Lição 07 - 2º Trimestre 2019 - O Papai do Céu me dá Amigos! Berçário.

Lição 07 - O Papai do Céu me dá amigos!

2º Trimestre de 2019
Objetivo da lição: Levar a criança a reconhecer, através das atividades e exposições, que os amigos são dádivas do Papai do Céu.
É hora do versículo: “O amigo ama sempre [...]” (Pv 17.17).
Nesta lição, as crianças reconhecerão que os amigos são um presente do Papai do Céu para nós, assim como Ele deu um grande amigo para Davi, chamado Jônatas.
Ajude as crianças a aprender os nomes dos seus colegas e também algo sobre eles. Assegure que eles são alguns dos amigos que o Papai do Céu deu para elas. Por enquanto, a criança do berçário ainda não iniciou o estágio de se tornar uma criatura social. Daqui a pouco o seu mundo começará a se abrir um pouco e de maneira crescente passa a perceber os outros. Esta lição é de grande valia nesta fase porque as experiências em grupo são valiosas para as crianças. Estimule-as a se abraçarem mutuamente, demonstrando, assim, que percebem o amiguinho.
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário 

Lição 07 - 2º Trimestre 2019 - Quando eu Oro, o Papai do Céu fica Feliz - Maternal.

Lição 7 - Quando eu oro, o Papai do Céu fica feliz

2º Trimestre de 2019
Objetivo da lição: Que o aluno compreenda que em nossas orações podemos também agradecer a Deus. 
Para guardar no coração: “[...] O Senhor me ouve quando eu o chamo” (Sl 4.3).
É importante que a professora da classe de maternal compreenda que: “Duas características espirituais importantes da criança de 3 e 4 anos são:
• Se interessam por Deus e por isso fazem perguntas sobre Ele. O professor não deve menosprezar ou ignorar suas indagações, por mais estranhas ou simplórias que lhe pareçam. Antes, deve procurar respondê-las cuidadosamente, dizendo a verdade sem fantasias, em termos simples e de fácil compreensão à criança. 
• Confundem Jesus e Deus. Sempre que cabível na lição, o professor deve introduzir a doutrina de Deus Pai e Deus Filho, com frases como ‘Deus, o Papai do céu’, e ‘Jesus, o Filho de Deus’ (Marta Doreto).
OFICINA DE IDEIAS 2
Mostre a figura 7.3. Em seguida pergunte: Vocês estão vendo estas crianças? O que elas estão fazendo? (Ouça as crianças e incentive a participação.) Elas estão louvando e agradecendo ao Papai do Céu. Vamos dizer olá para elas? Olá, crianças! Agora vamos fazer igual a elas. Vamos louvar ao Papai do Céu. Cante com as crianças louvando a Deus. 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal

Lição 07 - 2º Trimestre 2019 - Jesus Faz uma Menina Viver Novamente - Jd. Infância.

Lição 7 - Jesus faz uma menina viver novamente

2º Trimestre de 2019
Objetivos: Os alunos deverão compreender que, para Jesus, nada é impossível, e que somente Deus consegue resolver problemas sem solução. Desenvolver e praticar sua fé no poder de Deus. 
É hora do versículo:  “Porque para Deus nada é impossível” (Lc 1.37).
Mais uma lição para ensinar às crianças o quanto Jesus é poderoso para dar vida a quem está morto. Desta vez, Jesus ressuscitou uma menina, filha de Jairo, homem de muita fé no Papai do Céu.  Seus alunos deverão ser estimulados a desenvolver e praticar sua fé no poder de Deus. Mais do que compreender o conceito de morte, a criança deve estar segura de que Jesus tem poder para vencer a morte e trazer vida a quem não tem.
Como atividade complementar, após a realização das atividades propostas na revista do aluno e do professor, e caso haja tempo, sugerimos que imprima a atividade abaixo, uma para cada criança, a fim de cobrirem os pontos formando a menina que Jesus acabou de dar novamente a vida. Reforce com a criança que devemos sempre ter fé em Deus porque para Ele nada é impossível.
licao7 menina jardim
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 07 - 2º Trimestre 2019 - Prostituição, a Perversão da Sexualidade - Jovens.

Lição 7 - Prostituição, a perversão da sexualidade 

2º Trimestre de 2019 
Introdução
I-O Contexto da Primeira Carta aos Coríntios
II-A Liberdade em Cristo não Pode ser Confundida com Libertinagem
III-O Cristão não Pode Submeter seu Corpo à Promiscuidade
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Compreender o contexto da Primeira Carta aos Coríntios;
Mostrar que a liberdade em Cristo não pode ser confundida com libertinagem;
Conscientizar de que o crente não pode submeter seu corpo à promiscuidade. 
Palavras-chave: Cobiça e soberba.
O sexo foi criado para ser uma bênção na vida do ser humano, proporcionando a possibilidade de continuidade, bem como de prazer. A Primeira Epístola que Paulo escreveu aos coríntios traz sérias recomendações com relação ao uso do corpo e do prazer, apresentando negativas em relação algumas práticas sexuais. Para entendermos o motivo e a própria mensagem do apóstolo faz-se necessário conhecermos o contexto da cidade e da comunidade de Corinto. Assim, será possível compreender a seriedade com que Paulo adverte o povo para não ceder a qualquer motivo que pudesse levá-los à imoralidade sexual e contaminar o corpo, o templo do Espírito Santo.
I. A Liberdade em Cristo não Pode Ser Confundida com Libertinagem
Um panorama sobre a cidade de Corinto
Após três anos de tensões sem precedentes entre Roma e Corinto, em 146 a.C. o general romano Lúcio Múmio, exterminou grande parte da população masculina e os libertos, escravizou as mulheres e crianças, saqueou a cidade e devastou as edificações e construções referenciais a ponto de tornar Corinto um desolado monte de ruínas. Aproximadamente 100 anos depois ela resurge. Júlio César a reconstruiu em um curto período de tempo, favorecido devido às vantagens topográficas do local. Corinto tornou-se uma cidade-colônia, a metrópole da província romana de Acaia que passou a se chamar Laus Julia Corinthiensis, que incluía virtualmente toda a Grécia. 
Corinto chegou a ter mais de 500 mil habitantes, uma das maiores cidades de todo o Império Romano. Por ser uma cidade com dois portos: Laqueu/Lequeo (golfo de Corinto — que ligava a cidade à navegação para a Itália e o Ocidente) e Cencreia (golfo sarônico — que movimentava todo o comércio que vinha para Atenas, Éfeso, Antioquia e o Oriente) possuía uma grande prosperidade comercial. No entanto, dois terços da população eram de escravos e trabalhadores: “doqueiros” (descarregavam e carregavam os navios) e os “diolcois” (transportadores de navios de um porto, o Egeu, para o outro, o Adriático, por meio de paus roliços). O outro terço da população era composto de homens livres e libertos, principalmente helênicos e romanos, pertencentes ao sistema patronal romano e elite grega. Além destes, os ricos capitães e marinheiros que controlavam as embarcações comerciais e turísticas que transitavam nos dois portos da cidade. Quando ocorriam os jogos ístmicos (atletismo) durante a primavera, a sociedade se dinamizava para receber centenas de turistas. Pessoas das mais diversas regiões, pensadores itinerantes, filósofos consagrados portadores das mais diversas visões de mundo, além de proclamadores de diversas religiões.
Quanto à religião, a cidade possuía os dois grandes templos da época: o templo de Afrodite/Vênus (deusa do amor) e templo de Apolo (deus da música, canto, poesia e da beleza masculina). As religiões mistéricas promoviam experiências em que seus participantes eram levados ao êxtase, com vistas à autossatisfação, alienação e ausência de consciência crítica. Eram celebradas grandes festas tidas como sagradas com carnes sacrificadas a ídolos e representantes do Império Romano. Existia uma sinagoga judaica, possivelmente faziam parte dela a maioria de judeus que foram expulsos de Roma pelo Imperador Cláudio em 54 d.C., conforme afirma Renan (2003, p. 183): “Próximo ao desembarque de Paulo, um grupo de judeus expulsos de Roma pelo édito de Cláudio também havia chegado de barco entre os quais estavam Áquila e Priscila que já nesta época professavam a fé em Cristo”.
Em relação à sexualidade havia um grande conflito entre os costumes dos religiosos, a valorização do ser humano, como se dava a exploração do corpo, tratativas com o casamento, viuvez, celibato, virgindade, entre outros costumes de uma cidade cosmopolita como Corinto, no primeiro século. Existia uma grande valorização da sabedoria filosófica e do conhecimento considerado como fonte de libertação humana. Na contramão da sabedoria e do sistema de governo que dominava a cidade de Corinto, Paulo apresenta a sabedoria da cruz, a opção pelo Crucificado e não pela elite e poderosos, pelos pobres e desprotegidos, pelos desprezados e sem projeção na sociedade corintiana. Ferreira (2013, p. 33) afirma que a perspectiva de Paulo, Apolo e Pedro era outra: “a construção de comunidades que deveriam servir”. Paulo procurava conscientizar os cristãos de coríntios que eles não podiam reproduzir as desigualdades, as injustiças e as promiscuidades romanas, que dominavam a cidade. 
Corinto era sinônimo de riqueza e luxo, de alcoolismo e corrupção. O estilo de vida era tão depravado que era utilizado um termo pejorativo para os moradores da cidade “coritizar”, tamanha era a falta de seriedade e frouxidão moral. Nos dias do apóstolo Paulo, a raça da população de Corinto era indefinida e heterogênea. Os primeiros colonizadores romanos eram homens livres vindos da Grécia, Egito, Síria e Judeia. Na sua maioria, aventureiros gregos e burgueses romanos. Quanto às profissões, havia ex-soldados romanos, filósofos, mercadores, marinheiros, marreteiros, entre outras. 
O apóstolo Paulo escreveu, pelo menos, quatro epístolas aos coríntios (cartas perdidas: 1 Co 5.9; 2.4;7.8). A primeira epístola canônica foi escrita por volta de 55/56 a.C. Com exceção de Éfeso, Corinto foi a cidade em que Paulo permaneceu mais tempo (18 meses, At 18.1-17). As epístolas de Paulo, em geral, eram escritas para tirar dúvidas e orientar pastoralmente as recentes comunidades cristãs entre os gentios. Quando estava em Éfeso, o apóstolo toma conhecimento de alguns problemas da igreja devido à grande influência secular e religiosa. Além das tensões entre judeus e gregos (1 Cor 1,18-31; 12 e 13), livres e escravos (1 Cor 7,21-23), existiam questões doutrinárias sobre ressurreição, casamento, dons espirituais, questões morais e éticas, entre outras. Isso faz das epístolas aos coríntios uma grande fonte de doutrinas sistemáticas, que graças a disposição e desprendimento do apóstolo Paulo para a missão e o ensino chegou até nós. 
Fazer tudo o que quer não é liberdade, mas escravidão 
O apóstolo divide 1 Coríntios 6 em duas em partes principais. Na primeira parte, ele adverte os membros da igreja a respeito da incompetência ou má vontade de resolverem internamente questões de relacionamentos entre eles e pequenas causas, preferindo levar aos tribunais seculares. Na segunda parte, objeto deste estudo, ele censura a tolerância com a promiscuidade sexual, cujo contexto da epístola dá a entender estava se tornando algo normal entre eles. Paulo fala com um tom forte e de ameaça, na sequência, como seu costume, e desenvolve uma argumentação para embasar sua advertência, como forma de apoio espiritual aos seus destinatários. 
Os coríntios achavam que podiam fazer tudo o que quisessem, em nome da liberdade em Cristo, sem prejuízo para a vida espiritual. De tal modo, se tornavam escravos da paixão, que dominavam suas vontades e ações. Provavelmente, eles estavam retendo grande porção de sua antiga licenciosidade incorporada dos costumes da cidade. Eram criados pretextos para legitimar suas atividades, como a mal interpretada liberdade cristã. Desse modo, práticas consideradas como pecado passava a ser considerada comum. 
Outro extremo era a prática dos gnósticos. Para eles, o que se faz com o corpo é indiferente, desde que mantenha o espírito puro, ou seja, o que se faz com o corpo, que é a matéria má, não tem efeito sobre a vida espiritual. As crenças gnósticas causaram muita confusão na igreja de Corinto, e Paulo precisou demonstrar que o corpo do cristão é para a glorificação a Deus pelo uso que se faz com ele. O gnosticismo imperou até o terceiro século, quando surge o maniqueísmo que aproveita pouco de suas ideias em sincretismo com elementos do zoroastrismo, hinduísmo e judaísmo. O indivíduo em pecado poderia ser redimido por meio de penitências, como jejuns, flagelos, mortificações, entre outras formas de castigar o corpo com intuído de dominá-lo e purificá-lo. Uma interpretação equivocada que levou muitos a utilizar a castidade e a virgindade como meios mais eficazes para purificar o corpo e a alma. Segundo Strabeli, essas práticas continuam torturando muitas pessoas em seus complexos de culpa:
Hoje em dia, embora a teologia já tenha dado grandes passos na compreensão do homem como unidade ôntica, isto é, entendendo-o como realmente é: todo corpo, toda alma, embora a concepção do homem seja profundamente antropológica e bíblica, valorizando o corpo humano, e reconhecendo todas as suas potencialidades, sua beleza, sua espiritualidade (ele é “templo do Espírito Santo”) assim há muita gente que ainda tem medo do próprio corpo. Para muitos ele é ainda instrumento de pecado e terrível inimigo da alma. É preciso mudar profundamente esse modo de ver e de considerar o corpo humano. Deus não o fez mal nem ele é ou se tornou mal. Deus fez tudo bom e muito bom (Gn 1,31). O mal está na nossa cabeça! (STRABELI, 1998, 62)
A argumentação do apóstolo é a sacralidade do corpo humano daquele que está em Cristo. Paulo reforça que Cristo morreu na cruz para resgate tanto da parte espiritual como material do ser humano, seu corpo. A falta de respeito ao corpo torna-o profano, em vez de objeto de glorificação a Deus. Paulo, ao afirmar que o corpo do cristão é templo de Espírito Santo, iguala o respeito ao corpo ao respeito ao próprio Templo, tido como sagrado pelo principalmente pelos judeus. 
Para Paulo somente aquele que está em Cristo tem a liberdade real. A expressão “em Cristo” era querida pelo apóstolo, ela aparece 86 vezes nas cartas de atribuição paulina, isso sem considerar expressões análogas como “nele” e “no qual”. Quando uma palavra é utilizada com frequência por um autor se torna uma palavra-chave para interpretação do texto. 
Paulo, na epístola que escreveu aos romanos, utiliza uma expressão para caracterizar o oposto de estar “em Cristo”, ele usa a expressão estar “em Adão”. Em Romanos 5.12-19, ele compara e contrasta a vida e a obra de dois homens que afetaram toda a humanidade. Assim, pode-se dizer que há duas humanidades: aquela que está em Adão e aquela que está em Cristo, em virtude da fé (NEVES, 2015, p.77-87). Alguns cristãos coríntios, em nome de uma liberdade equivocada do estar em Cristo, na realidade estavam “em Adão”.
Aos coríntios, Paulo afirma que da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados (1 Co 15.22). Para ele o estar “em Cristo” remodela a vida humana em todas as suas esferas e aspectos, o novo convertido passa ser a imagem do próprio Cristo (2 Co 5.17). A nova criatura em Cristo vive a vida de um modo inteiramente diferente e em oposição às pessoas “sem Cristo”. Todos os seres humanos estão “em Adão”, até que passam a estar “em Cristo”. “Em Cristo”, porém, descreve a posição da pessoa remida, livre da tirania do pecado (1 Co 10.13). Os que estão “em Cristo” se relacionam com Ele por meio da fé. O propósito é tornar os que estão em Cristo mais parecidos com Cristo, para o louvor de sua glória (2 Co 3.18; Ef 1.4-6). No entendimento de Paulo, a vida em Cristo na presente era é caracterizada por contradições. 
O mundo ainda está debaixo da maldição do pecado, e por isso não é o lugar ideal para se viver. No entanto, em Cristo é possível conviver com o mundo sem se conformar com ele (Rm 12.1,2) e manter a integridade de uma vida cristã, a espera da redenção final. Portanto, fazer tudo que a vontade da carne quer é estar em Adão. Paulo recomenda viver a liberdade de Cristo, dominando a vontade da carne e vivendo em espírito, em Cristo.
II. O Cristão não Pode Submeter seu Corpo à Promiscuidade Sexual 
O contexto de corpo, alma e espírito na cultura de Corinto e do Novo Testamento
Para entender o conceito de corporeidade apresentado por Paulo na epístola, faz-se necessário conhecer qual era a visão da civilização hegemônica helênica, abrangente em todo o Império Romano no ocidente, incluindo o mundo semita israelita. Os gregos desenvolveram uma antropologia especialmente platônica, que era dicotomista (ser humano em duas partes: corpo e alma). Nessa visão, a alma era supervalorizada, a parte do bem, sendo o corpo a parte do mal, consequentemente desvalorizado e considerado o cárcere da alma. Por outro lado, a concepção hebraica considerava o ser humano em sua totalidade, ou seja, não se via a alma sem corpo e nem o corpo sem a parte espiritual. Sendo assim, na narrativa judaica da criação, como já visto, não se menciona a criação do corpo, mas do ser humano sem distinção de partes, de forma integral. A visão dicotômica aparece somente em literaturas judaicas influenciadas pelo helenismo, como nas literaturas pseudoepígrafas. No Novo Testamento, por influência paulina, prevaleceu o ponto de vista judaico. Ferreira (2003, p. 40) apresenta os cinco eixos do corpo apresentado por Paulo na Primeira Epístola aos Coríntios: a) a comunidade como Corpo de Cristo; b) embate com os espiritualistas/esclarecidos (uma linha filosófica de Corinto sobre o corpo; c) o corpo na vida sexual; d) o corpo na Última Ceia; e) a ressurreição do corpo. O apóstolo Paulo, apesar de inserido profundamente na cultura grega, preservou a força da antropologia semítica que via o ser humano como um todo. 
O ser humano como espírito, ruah em hebraico e pneuma em grego que significa pessoa-corpo-alma, extrapola os limites de sua existência como carne-corpo-alma para se comunicar com a esfera divina. A maior referência a essa esfera transcendental é a experiência da ressurreição de Jesus, que apresenta uma nova possibilidade de existência humana. Essa possibilidade é apresentada por Paulo como argumento favorável em defesa de uma vida que preserva o corpo, no texto em estudo, mais precisamente em 1 Coríntios 6.14,17: “Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder. [...] Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito”. Ferreira (2013, p. 41) afirma que quando Paulo queria falar dos dotes humanos da inteligência natural, “ele usava como em 1 Coríntios 14.14,15 a palavra ‘noos’ (mente para distingui-la do significado de ‘pneuma’ espírito). Esta significa o próprio ser do homem, no que tem de natural-espiritual”. Para Paulo, no sentido teológico, o termo pneuma significava o próprio ser de Deus atuando sobe o mundo criado. Para ele o campo de atuação entre Deus e o ser humano está sob o domínio do Espírito Santo (1 Co 2.10). Assim, na visão paulina, o ser humano obtém o Espírito divino somente por meio da fé (Gl 3.2,5,14,26,28; 1 Co 6.11). Por isso, a oposição ferrenha em carne e espírito, descrita por Paulo em 1 Coríntios 2.10. 
A comunidade como corpo do Espírito Santo
A tipologia bíblica utiliza alguns termos simbólicos para representar uma pessoa ou coisa. Em 1 Coríntios 6.19, Paulo adverte: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?”. Ele utiliza o corpo como representante do templo, quando se refere a este, vem na mente dos destinatários o Templo que eles conheciam em Jerusalém, com toda a sua representatividade. Um lugar de encontro com Deus, em que as pessoas adoravam e reverenciavam como santo, ou seja, separado para uso exclusivo de adoração a Deus. A intenção de Paulo é que as pessoas com isso em mente se imaginassem como igreja, parte do corpo de Cristo, santificando-se e oferecendo seus corpos como sacrifícios vivos para o louvor e glória de Deus (Rm 12.1,2). 
Na mesma epístola Paulo utiliza novamente essa tipologia (2 Co 5.1):  “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus”. Nessa linguagem figurada, o apóstolo quer dizer que aquele que cuidar adequadamente deste tabernáculo, que é o corpo recebido, como excelentes mordomos receberá um novo tabernáculo na eternidade, superior a este que é corruptível. Outro texto que usa a mesma tipologia é 2 Pedro 1.14: “sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo”, que fala da ciência de que em breve teria uma morte vitoriosa, como no texto anterior, trocando o corpo mortal por um corpo imortal. Note que nessas referências é citado o Tabernáculo e o protótipo do Templo que, na realidade, mantinham as características fundamentais. Eles tinham praticamente a mesma divisão, o pátio, o lugar santo e o lugar santo dos santos (Êx 26.31-33; 27.9-15). A diferença é que o Tabernáculo era temporário e portátil. Na realidade, o próprio Templo com toda a sua pompa, por mais que fosse permanente, também foi retirado do local, ou seja, destruído. Portanto, também temporal. Assim, a comunidade como corpo e o corpo de cada pessoa também é temporário. O que fazemos com ele em vida determinará a eternidade. Alguns teólogos, como, por exemplo, o pastor Elienai Cabral (2003, p.57), usa uma comparação também com o conceito do corpo tricotômico: corpo como o átrio externo, o lugar santo como a alma e o lugar santo dos santos como o espírito. Como didática, é válida a comparação. Assim como deveriam ser respeitados como santos todos os espaços, da mesma forma a comunidade e o cristão devem cuidar das partes do ser como um todo, como partes integrantes e inter-relacionadas. 
Em 1 Coríntios 3.4 está descrito que alguns grupos se intitulavam de Paulo, ou de Apolo, ou de Cefas, porém o apóstolo desmascara-os afirmando que eles eram simplesmente cooperadores do evangelho, a comunidade era do Espírito Santo, quem verdadeiramente era a fonte de vida e crescimento. Ninguém, por mais influente, eloquente, conhecedor das Escrituras deveria tomar para si os créditos, pois sem a ação do Espírito Santo não teriam êxito. Paulo deixa bem claro isso, além de recomendar ações coletivas para reduzir ao máximo as individualidades (1 Co 12—14). Agentes do evangelho como cooperadores dos mistérios de Deus (1 Co 4.1). Daí a afirmação de que a comunidade é templo de Deus, um lugar santo, morada de Deus. O Espírito de Deus tendo liberdade de ação não haveria espaço para as imoralidades que dominava a cidade de Corinto. No entanto, dentro da comunidade havia um grupo que Paulo chama de “fortes”, que se achavam “perfeitos” e cheios do Espírito de Deus e julgavam que podiam fazer o que quisessem com o corpo, pois não atingiria o espírito (1 Co 6.12; 10.23). Se o corpo é templo do Espírito Santo, então a comunidade e os seus membros são mordomos do corpo, que pertence a Deus. Por isso, deve ser conservado (Rm 12.1,2; 1 Co 6.20). Todas as ações e motivações dos membros do corpo devem ser conscientes com vistas o louvor e a glória de Deus. 
Se o campo de atuação do Espírito de Deus é a comunidade, esta precisa viver em espírito, pois é devedora não à carne para viver na promiscuidade sexual, mas à pura graça de Deus, sendo guiado pelo espírito para mortificar as obras carne, que é mortífera espiritualmente falando (Rm 8.12-17). A comunidade cristã não recebeu um espírito de escravidão, mas espírito de adoção de filhos (Rm 8.15). 
A promiscuidade sexual e a comunidade do Espírito Santo
Poucas igrejas cristãs abrigaram tantos fiéis como a igreja em Corinto. A comunidade se alastrou por toda a província de Acaia, “tornando-se o núcleo do cristianismo na península helênica” (RENAN, 2003, p. 185). No entanto, infelizmente, a igreja em Corinto não ficou alheia às práticas imorais da cidade. Nem todas as pessoas que frequentam as igrejas estão verdadeiramente libertas. Por isso, a necessidade tratar dos assuntos para bem da edificação da igreja. Renan (2003, p. 182,183) afirma que “O grande templo de Vênus abrigava mais de mil cortesãs sagradas; a cidade inteira era como um vasto lugar suspeito onde um grande número de estrangeiros, sobretudo marinheiros, vinham gastar as suas riquezas”. A imoralidade da cidade ainda influenciava a igreja a ponto de “em alguns anos Corinto será palco de cristãos incestuosos e ébrios sentados à mesa de Cristo”. As cortesãs sagradas citadas por Renan são prostitutas sagradas. Ferreira (2013, p. 24) contesta essa grande quantidade para a época. No entanto, considerando que a cidade foi reconstruída em 44 a.C., como uma cidade-colônia, e na época de Paulo, já havia passado mais de um século, além de ser uma cidade portuária, e a prática sexual estar ligada à religião principal da cidade, com dois templos dedicados a Afrodite, o número deveria ser considerável. Assim as relações entre homens e mulheres eram múltiplas, sem o menor pudor.  
Paulo adverte sobre o perigo das relações sexuais imorais entrarem na igreja. Ele fala que a atração sexual continua viva entre os membros da comunidade. O apóstolo firma que durante o ato sexual os corpos do homem e da mulher passam a pertencer um ao outro, formando uma única carne (1 Co 7.4). Em uma relação extraconjugal, o cristão cede o corpo que é para o Senhor e o Senhor para ele, à prostituição, profanando-o (1 Co 6.13). Paulo assevera que o corpo do cristão é membro de Cristo e não poderia ser entregue a uma prostituta (1 Co 6.15).
Em 1 Coríntios 6.13 se pode aplicar o que foi aprendido nas seções anteriores. Aqui, neste versículo, Paulo utiliza o termo soma para corpo. Ferreira (2013, p. 94) afirma que Paulo utilizou essa expressão “por que entendia que na relação sexual estava presente todo o ser da pessoa, como na experiência da doença e da cura, da morte e da ressurreição”. Desse modo é possível compreender a preocupação de Paulo com a promiscuidade sexual que assolava a comunidade de Cristo, e como isso poderia minar a comunhão dos membros da comunidade com o Espírito de Deus. A população de Corinto tinha um slogan: “Tudo me é permitido”. Esse slogan não servia para a igreja e continua não servindo. Paulo o complementa, “tudo me é permitido, mas nem tudo convém” ao cristão. Pode parecer que o apóstolo era contrário a liberdade, mas não é a verdade. Na epístola que escreveu aos gálatas ele deixa bem claro qual é a liberdade que há em Cristo. Ele os advertiu para não usar essa liberdade genuína como pretexto para servir à carne e transformá-la em libertinagem (Gl 5.1-13).
Em 1 Coríntios 6.15,16, Paulo parece contraditório ao misturar alimentação que está relacionado com a nutrição com a prática sexual ao falar, mais uma vez, de “carne”. Tem-se a impressão de que não existe coerência em suas palavras, mas, na realidade, os dois assuntos tratam de necessidades físicas. Mas no conceito defendido pelo apóstolo do ser integral, a alimentação e a sexualidade vão além de meras necessidades físicas. O que estiver fora das restrições, da normalidade, rebaixaria o ser humano a escravo dessas necessidades. Por isso, Paulo afiança “mas eu não me deixarei dominar por nenhuma”. De tal modo, que Paulo critica no versículo 16 o prazer por prazer, o cristão deve se unir com alguém que também se uniu ao Senhor, assim estariam no mesmo Espírito (1 Co 6.17). 
Paulo conclui a perícope advertindo: “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Co 6.20). Ele traz à memória o preço que Cristo pagou pela comunidade e a morte vergonhosa de cruz. Por gratidão, o cristão deve glorificar a Deus por meio de seu corpo, não o profanando, e espírito, pois foi criado para o louvor e a glória de Deus (Is 43.7; Ef 1.11,12; 1 Co 10.31). 
Quando o desejo da carne quiser dominá-lo, lembre-se do preço pelo qual você foi comprado!
*Adquira o livro do trimestre. NEVES, Natalino. Cobiça e Orgulho: Combatendo o desejo da Carne, o Desejo dos Olhos e a Soberba da Vida. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Lição 06 - 2º Trimestre 2019 - Interpretando Sonhos na Prisão - Primários.

Lição 6 - Interpretando Sonhos na Prisão

2º Trimestre de 2019
Objetivo: Que o aluno entenda que é servir a um Deus que aprimora o nosso caráter.
Ponto central: Deus aprimora o nosso caráter.
Memória em ação: “É Deus quem dá à gente a capacidade de explicar os sonhos” (Gn 40.8).
Querido (a) professor (a), dando prosseguimento a história de José, a lição desta semana vai focar em um tema extremamente importante, especialmente no cenário atual da Igreja e sociedade: CARÁTER.  Primeiramente, vamos entender melhor esta palavra, para que melhor possamos explicá-la na linguagem de nossos Primários?! Segundo o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa Michaelis, veja os significados:
[...] Conjunto de traços psicológicos e morais que caracterizam um indivíduo ou um grupo de pessoas.
Modo de ser, ou de se comportar, próprio de um indivíduo; temperamento. Sentido ético dos deveres a serem respeitados; honestidade. 
Marca específica de algo; especificidade.
Podemos perceber então que caráter está relacionado ao conteúdo mais íntimo de uma pessoa, como ela se comporta, mesmo quando ninguém está olhando, a sua essência. E devido ao pecado original, todos nós carregamos uma inclinação para o mal; o que já podemos observar desde a tenra idade. 
Ninguém fala firmemente sobre o desenvolvimento moral, em nossos dias, sem mencionar o nome de Kohlberg. Lawrence Kohlberg identificou os “estágios” e níveis do método Piaget como raciocínio moral. Eis aqui uma breve descrição dos quatro níveis e dos estágios em cada um deles. 
Nível Pré-moral. Estágio 0: Até a fase em que começa engatinhar, a criança não é capaz de entender ou raciocinar sobre todos os assuntos morais. Ela ainda não faz idéia do que é ter obrigações para com os outros, nem sobre o que é autoridade. Para ela, o bom é o que é agradável, e o  mau, o que causa dor. Ela faz o quer ou pode fazer.
Nível Pré-convencional. A criança que recebe disciplina cresce de modo a ser sensível à maneira como sua sociedade rotula o bom e o mau, o certo e o errado. Mostra-se sensível em razão das conseqüências para si própria. Estágio 1: Neste primeiro estágio, a criança é guiada pela punição ou recompensa. Ela acata a autoridade ou poder não porque tenha respeito, mas porque é “bom” evitar a punição. Estágio 2: Neste estágio, a criança é guiada pela satisfação. Este estágio é caracterizado pelo dizer: “Você é bom para mim e eu vou ser bom para você”. Muitas crianças do primário estão nos Estágios 1 ou 2 do Nível Pré-convencional. [...]
O professor cristão necessita colocar Deus em todo ensinamento do raciocínio moral. No Estágio 1, onde a criança é guiada pelas consequências da punição ou recompensa, é inteiramente apropriado ensinar que Deus pune o pecado e retribui o que é bom. Muitas histórias da Bíblia mostram isto de forma clara e concretamente. (BEECHICK, Ruth. Como ensinar Crianças do Primário. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp. 13- 16).
Algumas pessoas são mais suscetíveis quanto a delitos “x”, enquanto outros mais vulneráveis ao “y”.  Mas o fato é que todos nós passaremos a vida lutando contra a nossa natureza pecaminosa, aprimorando assim o nosso caráter. E como é bom poder começar a aprender sobre isto cedo, como nossos Primários estão tendo oportunidade. Que o Senhor Jesus te use como um farol e um exemplo de caráter para estes pequeninos.
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula! 
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD