sábado, 17 de agosto de 2019

Lição 06 - 3º Trimestre 2019 - A Razão da Nossa Esperança - Jovens.

Lição 6 - A Razão da Nossa Esperança

3º Trimestre de 2019
Introdução
I-As Qualidades da Vida Cristã;
II-A Questão do Sofrimento;
III-A Defesa da Nossa Esperança
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:

Descrever as qualidades da vida cristã;
Refletir acercada questão do sofrimento;
Saber como defender a razão da esperança cristã.

Palavras-chave: Esperança, alegria, crescimento e firmeza.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Valmir Nascimento:

Em todas as direções que olhamos, presenciamos dor e sofrimento. Apesar do avanço da ciência e das inúmeras comodidades inventadas pelo homem nos últimos séculos, trazendo melhores condições de vida, a dor física e emocional permanece como uma realidade perturbadora para o ser humano. Diariamente, a mídia noticia uma série de acontecimentos trágicos, violência, assassinatos, acidentes de trânsito, doenças e muitos outros eventos dolorosos.
Como o cristão se porta diante do sofrimento?  Enquanto o secularismo e o hedonismo buscam evitar o sofrimento a todo custo, a fé cristã tem uma maneira diferente de encará-lo. Sabendo que o sofrimento tem uma origem espiritual, decorrente da Queda no Éden, e que será aniquilado somente no fim de todas as coisas, o cristão usa a esperança, a fé, o consolo de Deus e o amparo dos irmãos para passar pelas tribulações nesta terra.
A questão do sofrimento é tão antiga quanto a história da humanidade e leva o homem a questionar vários aspectos da vida, inclusive a existência de Deus. Nesta seção da carta, após destacar algumas virtudes cristãs, Pedro deixa transparecer que a conduta reta e virtuosa, apesar de prevenir uma série de infortúnios, não isenta o cristão do sofrimento. Não obstante, mesmo em meio ao sofrimento, podemos dar aos descrentes a razão da nossa esperança.

As Qualidades da Vida Cristã

Unidade cristã (3.8)
Tendo direcionado uma série de conselhos para grupos específicos dentro da igreja (cidadãos, servos, esposas e esposos), agora Pedro se volta para os crentes em geral. “E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis”.
A palavra "finalmente" indica a conclusão não da carta, mas do raciocínio que acabara de empregar. É uma espécie de fecho desta seção, na qual Pedro oferta-nos uma síntese das implicações da submissão no relacionamento entre os crentes. Da mesma forma que a lei se resume no amor (Rm 13.8-10), também os relacionamentos humanos e a ética cristã, como um todo, nele se firmam1.
Podemos perceber que o apóstolo está reunindo em poucas palavras as qualidades morais e espirituais da vida cristã, a começar pela unidade. Ele estimula a consideração mútua dentro da comunidade de fé e o cultivo do amor cristão, recomendando que os crentes tenham "um mesmo sentimento". Seu propósito é que os cristãos vivam em harmonia e união uns com os outros (Jo 17.23; Ef 4.3; Fp 2.2).
Certamente, isso não quer dizer que todos os cristãos devam pensar da mesma maneira. Podemos ter diferentes opiniões sobre diversas coisas, mas o nosso ânimo, o nosso sentimento em Cristo deve ser o mesmo. A metáfora do corpo usada por Paulo é elucidativa a esse respeito (Rm 12). Apesar de cada membro possuir a sua individualidade, quanto à forma de operar, formamos um só corpo em Cristo. Cada parte é diferente em si, mas o corpo só funciona adequadamente se houver cooperação e relacionamento harmonioso entre todos.

Simpatia e perdão (3.9,10)
Outra qualidade do comportamento genuinamente cristão é a simpatia. A palavra grega sympathês traduzida nesta passagem por "compassivos" tem o sentido de colocar-se no lugar do outro. Ser simpático, portanto, é muito mais que ser cordial e atencioso; consiste numa virtude que expressa solidariedade e compaixão pelo próximo.
A beleza e o poder do Evangelho se fazem revelar na vida do crente quando este para de viver para si mesmo e passa a viver para o outro. A renúncia de que a Bíblia nos fala é a abdicação do nosso egoísmo e egocentrismo, muitas vezes latente. Nada é mais contrário ao verdadeiro cristianismo do que um falso evangelho que apregoa as bênçãos individuais e o triunfalismo pessoal em detrimento do cuidado do outro.
As pregações que simplesmente fazem projetar o desejo insaciável do ser humano, em busca de ambição e poder desonram, por isso, o Evangelho de Cristo. Se, como vimos no capítulo 2, o Deus da Bíblia é um Deus sim-pático, um Deus com-passivo, que sente e sofre com o ser humano2, então esta mesma simpatia e compassividade devem se fazer presentes em nós.
Tal virtude é seguida da prática do amor fraternal, com os corações cheios de misericórdia e humildade. Ao encorajar, no verso 9, que os crentes não tornem o mal por mal ou injúria por injúria, Pedro realça outra qualidade cristã: o perdão. Segundo ensina Warren Wirsbe existem três possibilidade de reação ao mal. É possível retribuir o bem com o mal - o nível satânico. É possível retribuir o bem como bem e o mal com o mal – o nível humano. Ou é possível retribuir o mal com o bem - o nível divino. Este é o nível para o qual somos chamamos3.
A característica do cristão é perdoar a outros da mesma forma que foi perdoado (Ef 4.32). Somente com o amor depositado em nossos corações, deixamos de revidar e de retribuir com a mesma moeda a ofensa recebida.

Conselhos para quem ama a vida (3.10-12)
Pedro recorre à citação do Salmo 34 (vv.12-16) com o propósito de acrescentar outras virtudes. “Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons...” (v.10). Com base na autoridade do Antigo Testamento, Pedro está realçando que a boa vida é o resultado de condutas adequadas. Quem ama a vida, age com ética; quem ama a vida, vive em sintonia com a vontade de Deus.
Conforme Kistemaker, apesar de muitos dos leitores da carta estarem passando por dificuldades e miséria, Pedro está olhando de maneira positiva para a vida e, como o salmista, fala sobre amá-la 4. “A vida é um dom de Deus, e assim também o são os dias felizes. O coração dos cristãos está em sintonia com Deus e sua Palavra e participa agora da plenitude da vida aqui na terra e depois com Cristo na eternidade”5.
Fica patente que a boa vida na perspectiva bíblica não é resultante do sucesso profissional, poder ou fama, e sim de uma vida virtuosa. Boa vida não é ter uma mansão para morar ou bebida para se deleitar. O relativismo e o progressismo desvirtuaram por completo o sentido de vida boa. O primeiro fez o homem acreditar que a vida boa é o resultado da ausência de regras morais. O progressismo, por seu turno, apregoa que ela decorre do oferecimento de boas condições sociais.
Tanto uma quanto outra visão estão erradas. O relativismo ao advogar que as pessoas são livres para escolher a seu bel prazer o que é certo, passa por cima de regras morais básicas e destrói o valor da comunidade 6. O progressismo retira da pessoa a sua responsabilidade moral, jogando para a sociedade toda a responsabilidade ética. Na visão judaico-cristã, a boa vida é uma questão primeiramente pessoal. Só podemos criar uma boa vida em termos sociais se as adotarmos individualmente condutas virtuosas.
Nesse sentido, Charles Colson e Nancy Pearcey escrevem: “O que é necessário para criar-se uma vida boa? Um sentimento do que é certo e errado e uma determinação para colocar adequadamente em ordem a vida de alguém. Não por causa do sombrio senso de dever, mas porque isso se ajusta à nossa natureza criada e nos felizes e mais realizados”7.
Assim, prossegue Pedro, se alguém quiser ter uma boa vida, “... refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano” (v.10). Encontramos aqui um verdadeiro princípio de sabedoria para a vida, pois quem guarda a sua boca e fala somente o necessário evita muitos dissabores e sofrimentos (Pv 12.13; 21.23). De forma contundente, Tiago advertiu que aquele que se considera religioso, mas não consegue conter a sua língua, engana-se a si mesmo; e a sua espiritualidade não tem valor algum (Tg 1.26).
Apartar-se do mal e fazer o bem, assim como buscar paz e segui-la são os outros conselhos para obtermos uma vida boa. Por quê? “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males” (v.12).

O Sofrimento do Cristão

O sofrimento do justo (3.13,14)
Pedro volta ao tema central da sua carta: a questão do sofrimento. Apesar de elencar uma série de qualidades para a conduta do cristão, o apóstolo Pedro sabe que isso não é suficiente para isentar os justos das provas e perseguições na vida.
Ora, tomar decisões adequadas e viver piedosamente ajuda a prevenir muitos dissabores, mas, ainda assim, o sofrimento é inevitável. Eis o motivo pelo qual Pedro indaga: “E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?” (v.13). Trata-se de uma pergunta retórica, a fim de enfatizar a importância de uma postura de zelo pelas coisas corretas. Afinal, espera-se que os justos sejam recompensados enquanto os desordeiros e irresponsáveis recebam a merecida punição.
No entanto, vivendo em um mundo caído e de valores invertidos, pessoas íntegras sofrem injustiças e passam por provações, enquanto ímpios prosperam (Sl 73). Nem sempre o mal é distribuído de maneira proporcional e justa, conforme a vida de Jó bem ilustra. Com efeito, Pedro estava preparando os crentes daquela época para as provações que lhes sobreviriam. Em vez de se sentirem amedrontados e alarmados com as ameaças que usualmente recebiam dos seus perseguidores, os cristãos são encorajados a recordar que são bem-aventurados ao padecerem por causa da justiça (v.14).
Não há nenhum louvor em sofrer justamente pelos erros cometidos, mas há grande alegria em padecer por fazer a coisa certa. Ao contrário do que afirmam os teólogos da prosperidade e do triunfalismo espiritual, vida cristã não significa ausência de provações e lutas. Basta olharmos para a galeria de heróis da fé de Hebreus 11 para percebermos que muitos deles foram torturados até a morte, açoitados, acorrentados, apedrejados e estiveram famintos no deserto.

O problema do sofrimento
Neste ponto, antes de prosseguirmos na exposição da carta de Pedro, convém refletir mais detidamente sobre a questão do sofrimento, um tema tormentoso e complexo que permeia a epístola em estudo.
Para os acusadores do cristianismo, o sofrimento é um argumento da inexistência de Deus. Os ateus e agnósticos, que não conseguem entender a questão do sofrimento - mas também não oferecem qualquer resposta satisfatória, indagam: se Deus é onipotente, por que permite que pessoas inocentes sofram? Se Ele é onisciente, por que não intervém?
Para ser franco, além dos incrédulos, esta questão também aflige os corações daqueles que foram devastados pelo sofrimento, até mesmo alguns cristãos. A dor põe sob fogo as novas convicções básicas, questiona nossas crenças e prova nossas doutrinas.
Existem várias formas de respondermos à questão do sofrimento. Podemos falar a partir das perspectivas filosófica, teológica e emocional. Em todas essas dimensões, o cristianismo responde de modo satisfatório; ele fornece argumentos para responder lógica e consistentemente ao problema formulado, mas oferece principalmente recursos para enfrentar o sofrimento com esperança e coragem em lugar de amargura e desespero8.
Antes de tudo, é preciso considerar que o simples fato do ser humano inquirir acerca do sofrimento, a maldade e as injustiças do mundo, indica a natural percepção de que algo se encontra com defeito, fora do propósito para o qual fora planejado. Ficamos perplexos com o sofrimento porque, originariamente, a raça humana não foi criada para sofrer. Não fomos feitos para morrer, mas para a vida eterna!
Vemos a morte como algo estranho, que ameaça nos tirar do mundo para o qual fomos planejados. Nas palavras de Alister McGrath: “Para nós, é uma ameaça terrível aceitar o fato de que o mundo, no qual investimos tanto tempo e esforço, continuará sem nós. É muito mais reconfortante acreditar que nós e o mundo continuaremos a existir para sempre e que poderemos para sempre nos agarrar aos prêmios fulgurantes que conquistamos durante a vida”9.
Todavia, prossegue McGrath, “o sofrimento desfaz nossas ilusões de imortalidade. Ele faz a angústia erguer a sua face horrenda, porém reveladora. A dor derruba os portões da cidadela das ilusões. Confronta-nos com os fatos brutais da vida e leva-nos a fazer aquelas perguntas difíceis, que têm a força de fazer ruir a falsidade, levando-nos em direção a Deus, longe da falsa segurança e das recompensas do mundo”10.
Além disso, o questionamento de Deus a partir do problema do sofrimento trás subjacente outro sentimento que aponta para a existência de um Legislador Moral: o senso de justiça presente no homem. Este foi um dos aspectos que levou C. S. Lewis a abandonar o seu ateísmo. Em Cristianismo puro e simples ele diz que questionava a existência de Deus com o argumento de que o universo parecia injusto e cruel. No entanto, num passo seguinte, ele questionou a si mesmo: “de onde eu tirara a ideia de justo e injusto?”11. Lewis percebeu que o seu ato de tentar provar que Deus não existe, ou que a realidade não tem sentido, forçou-o a admitir que uma parte da realidade – a sua ideia de justiça – tinha sentido.
Noutras palavras, o simples fato de duvidar da existência de Deus, colocando em questão a sua bondade e onisciência, conduz o homem a interrogar a origem da bondade. De onde a tiramos? Se sabemos que algo é bom e outro mal, qual o referencial que distingue uma coisa da outra? Somente a partir do reconhecimento da existência de um ser de grandeza e bondade máxima é que podemos fazer tal distinção, o que nos leva diretamente a Deus.
Em outro livro, O problema do sofrimento, Lewis desfere uma série de argumentos em face das críticas dos ateus. Sobre a onipotência de Deus, Lewis explica que Deus pode fazer tudo, pois nada é impossível para Ele. Todavia, existem coisas absurdas e autocontraditórias que desafiam a própria lógica, como uma bola quadrada ou até mesmo um canto redondo. Tais coisas são absoluta ou intrinsecamente impossíveis.
Assim, é fácil supor que a onipotência significa que Deus é capaz de realizar tudo o que é intrinsecamente possível, e não o intrinsecamente impossível. Nas palavras de Lewis, “podemos atribuir milagres a Ele, mas não o contra-senso”. Ele não pode mentir, por exemplo, pois isso contraria a sua própria natureza.
Lewis argumenta, então, que o problema do sofrimento não tem a ver com a onipotência divina. Uma vez que o ser humano foi agraciado com a liberdade de escolha, o sofrimento decorre das escolhas erradas dos homens. A intervenção divina em face da liberdade do homem contrariaria a ordem das coisas criadas. Segundo Lewis:
Talvez possamos conceber um mundo em que Deus corrigisse as consequências do abuso do livre-arbítrio por parte de suas criaturas a cada momento. Assim, o timão do arado, feito de madeira, tornar-se-ia macio como a relva ao ser usado como arma, o ar recusar-se-ia a me obedecer se eu tentasse lançar nele as ondas sonoras que transportam mentiras ou insultos. Em um mundo com tais características, no entanto, as ações torpes seriam possíveis, e, portanto, a liberdade da vontade seria nula12.
O fato é que Deus é bom e Todo-Poderoso, e criou criaturas boas com a capacidade de tomarem decisões livres. Todavia, o mau uso dessa liberdade levou o primeiro casal e toda humanidade à Queda (Rm 5.12). A desobediência no Éden, além de afastar o homem do Criador, introduziu a morte, a angústia, a dor e toda sorte de males que provocam o sofrimento.
Somente em um mundo onde o homem não tivesse liberdade o sofrimento não existiria. Isso porque, é logicamente incompatível um mundo no qual o homem possa decidir entre o bem e o mal e ao mesmo tempo não ser afetado pelas consequências de sua decisão. Um mundo onde não há liberdade também não há amor verdadeiro. Norman Geisler e Peter Bochino escrevem.
Deus não criou robôs, criou seres humanos com o poder de escolher livremente entre o bem e o mal. Se ele criou seres humanos já predispostos (além do controle deles) para amá-lo, isso não seria o verdadeiro amor. Se programarmos o nosso computador para nos dizer que ele nos ama cada vez que o ligamos, na verdade estamos dizendo a nós mesmos que nos amamos. O computador estaria apenas reproduzindo nossos pensamentos, não seria livre para nos dizer coisas diferentes. Não estaríamos comprometidos numa relação de amor, mas numa forma grave de narcisismo. Um relacionamento de amor deve deixar aberta a possibilidade de o amor ser rejeitado – e, portanto, o mal ser escolhido. Quando as pessoas rejeitam o amor de Deus, percebem o mal potencial dentro delas mesmas, o que afeta todos os outros relacionamentos nos quais elas entram13.
A liberdade de colocarmos a mão no fogo, por exemplo, resulta em queimadura e dor. A completa ausência do sofrimento pressupõe a inexistência da liberdade humana. Porém, Deus não criou autômatos, mas pessoas livres
Não há, portanto, nenhuma contradição em aceitar a bondade de Deus, sua onisciência, e a presença do mal no mundo. Não obstante, apesar da resposta racional, a pessoa que sofre precisa muito mais que respostas plausíveis. É preciso concordar com Jonas Madureira quando ele diz: “Uma coisa é ver o mundo com os olhos secos da razão, outra bem diferente é vê-lo com os olhos marejados pelos sentimentos”14.

A Defesa da nossa Esperança
Preparados para responder (3.15)Dando sequência, em 3.15, Pedro fornece um dos conselhos mais primorosos do Novo Testamento, no qual enfatiza o segredo para o povo de Deus enfrentar a perseguição e responder aos ataques contra a fé: “antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”.
Esta passagem é considerada o texto áureo da apologética cristã, isto é, a parte da teologia que lida com os argumentos em defesa das convicções cristãs. Ela denota num primeiro momento uma defesa jurídica diante de um tribunal15. No entanto, não podemos perder de vista que o apóstolo está falando sobre a perseguição que os crentes estavam passando naquela ocasião. Por essa razão, Pedro não está enfatizando necessariamente o que temos a dizer perante magistrados. Segundo Stanley Horton: “Seu ensino parece aplicar-se mais àquelas abordagens que sofremos em casa, na rua, no trabalho, no supermercado ou onde quer que tenhamos contato com os incrédulos”16.
Diante da hostilidade, a primeira e mais importante atitude do cristão é santificar a Cristo em seu coração. Primordialmente, Jesus deve ser consagrado e reverenciado no interior do nosso ser, de modo a ocupar a primazia de nossa existência. Se o seu coração for controlado pelo Senhor Jesus, então estará livre do medo e poderá se defender daqueles que se opõem ao evangelho17.
Em segundo lugar, o crente é instado a estar sempre preparado para responder (gr. apologia) – ou disposto a responder – sobre a razão da sua esperança. No original, a palavra apologia tem o sentido de discurso de defesa e justificação de algo. Assim, se alguém lhes perguntasse por que eles se consideravam cristãos  um grupo inexpressivo de religiosos à época, os crentes deveriam estar prontos para argumentar em defesa da fé que professavam. Tal prontidão deveria ser permanente, não importando o momento ou a circunstância.

Apologética com mansidão e respeito (3.15-17)
Desde a Igreja Primitiva, os ataques e objeções ao cristianismo nunca cessaram. A apologética cristã, portanto, não é responsabilidade exclusiva dos pastores e teólogos cristãos; todo aquele que professa essa fé viva e genuína deve ser capaz de explicar aos outros os motivos pelos quais acredita nas convicções cristãs.
Cada crente é convocado a dar razões intelectuais sobre a veracidade do Cristianismo, demonstrando não ser a fé cristã um salto no escuro, mas uma visão de mundo plausível e consistente com a racionalidade. Ao mesmo tempo, o testemunho do Espírito Santo e a experiência real que sentimos em Cristo, nos habilita a dar aos descrentes as razões pessoais da esperança que há em nós. Antes de sabermos no que cremos, sabemos em quem cremos!
É importante observar que Pedro apresenta o jeito adequado de respondermos aos descrentes: com mansidão e temor.
Ao darmos a razão da nossa esperança devemos ser mansos e humildes. A forma como reagimos àqueles que nos perseguem e se opõem ao evangelho fala mais alto que as nossas palavras. Com isso, Pedro está dizendo para não sermos rudes, agressivos com os incrédulos. Como escrevi em meu livro O cristão e a universidade, “a apologética não é (pelo menos não deve ser) uma ferramenta usada simplesmente com o fim de ganhar debates filosóficos e teológicos. Embora algumas pessoas a usem com esse intento, a defesa da fé cristã não se presta a discussões inúteis para demonstração de superioridade intelectual e subjugação do seu oponente”18.
Mesmo que os descrentes sejam hostis em seus ataques, o cristão defende as suas convicções com gentileza e cordialidade. Afinal, ganhar uma alma é mais valioso que ganhar uma discussão.
Associada à mansidão está o temor. Em relação a Deus esta palavra significa reverência; em relação a outras pessoas, respeito. Assim, a nossa apologética há de ser respeitosa, para a glória de Deus.
Além disso, a resposta cristã deve estar firmada numa boa consciência. O mundo pode nos atacar e mentir sobre nós, como é comum, mas a nossa consciência se mantém limpa e tranquila, pois ela foi transformada por Cristo. Quando os descrentes falam mal de nós, e nós respondemos com um bom procedimento, aqueles ficam confundidos e desnorteados (v.16).
Pedro conclui esta seção asseverando que, se tivermos que sofrer, então, que seja fazendo o bem e não o mal (v.17).

O sofrimento e a vitória de Cristo (3.18-22)
Por causa da limitação dos argumentos racionais é que, além de responder intelectualmente ao problema do mau presente no mundo, a fé cristã oferece consolação na tormenta. Ainda que Deus permita o sofrimento, Ele não fica indiferente com a dor humana. A maior prova disso é que Pai enviou seu Filho Unigênito para sofrer pelos nossos pecados (Jo 3.16; Rm 5.8), oferecendo-se em sacrifício no Calvário.
Num livrinho antigo intitulado Deus sabe que sofremos Philip Yancey diz que “o conceito da cruz deixado por Jesus no mundo, o conceito mais universal da religião cristã, é prova de que Deus muito se importa com o nosso sofrimento, com a nossa dor”19. A cruz ensanguentada atesta o amor de Deus e mostra que ele se compadece dos que sofrem terrivelmente.
Doroty Sayers também escreveu:
Seja qual for o motivo pelo qual Deus resolveu fazer o homem como ele é, limitado, sofredor e sujeito a tristeza e morte, ele teve a honestidade e a coragem de tornar-se também homem. Seja qual for o seu plano para com a criação, ele cumpriu as suas próprias regras e foi justo. Nada exigirá do homem, que não tenha exigido de si mesmo. Ele próprio sofreu toda a gama de experiência humana, desde as irritações triviais da vida em família, desde as restrições constrangedoras do trabalho pesado, desde a falta de dinheiro até os piores horrores da dor e da humilhação, derrota, desespero e morte20.
E assim, a cruz é a maior prova de que Deus é sensível ao nosso sofrimento. Por esse motivo, o apóstolo refere-se repetidas vezes ao padecimento de Jesus a fim de nos recordar que Deus, em Cristo, morreu por nós. Para Pedro, o mais importante não é saber a causa cósmica do sofrimento, e sim como devemos reagir a ele. E isso começa com a compreensão de que Deus está ao nosso lado em momentos de angústia, levando-nos a aprender com o sofrimento. Paulo disse que devemos nos gloriar também na tribulação, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência a experiência, e a experiência a esperança (Rm 5.3,4).
Pedro lembra da morte sacrificial ao dizer: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito” (v.18). O apóstolo está usando Jesus, o Filho de Deus, como exemplo de sofrimento. Não o sofrimento pelo sofrimento, mas o sofrimento redentor.
Mas, além disso, Pedro mostra a vitória final de Cristo.
Nos versos a seguir, temos uma das passagens mais discutidas do Novo Testamento, muito debatida entre os estudiosos. Pedro fala sobre a pregação aos espíritos em prisão, a água do batismo que simboliza a salvação do crente e, por fim, a ressurreição e ascensão de Jesus21.
A despeito das posições, a interpretação mais adequada é de Stronstad, que escreve:
Após sua morte, tendo Jesus retomado à vida pelo Espírito, “foi e pregou”. O verbo “pregar” significa “anunciar, tornar conhecido” (BAGD, 431). Portanto, Jesus fez um anúncio aos “espíritos em prisão”. A palavra “espíritos” é empregada no Novo Testamento para “anjos”, sejam eles bons ou maus (Lc 10.20; Hb 1.14). A hipótese de que nesse verso esteja se referindo aos anjos caídos é reforçada pela qualificação de que agora estão “em prisão” e também por passagens paralelas em 2 Pedro e Judas, que empregam a palavra “anjos” em lugar de “espíritos”. Portanto, Pedro quer dizer que Jesus, em virtude de sua morte, foi até os anjos aprisionados e anunciou sua vitória sobre a morte e as consequências de seu triunfo, isto é, de que seu julgamento já estava selado.22
Apensar do sofrimento, Pedro evidencia a glorificação e autoridade de Cristo ao dizer que ele está à direita de Deus, sentado no lugar de honra junto a Deus o Pai, com todos os anjos e poderes do céu curvando-se diante dele e obedecendo-Lhe (v.22).
*Adquira o livro do trimestre. NASCIMENTO, Valmir. A Razão da Nossa Esperança: Alegria, Crescimento e Firmeza nas Cartas de Pedro. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
Que Deus o(a) abençoe.

Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
1 WIRSBE, 2007, p. 531.
2 HALÍK, 2016, p. 23.
3 WIRSBE, 2007, p. 532.
4 KISTEMAKER, 2006, p. 178.
5 Idem.
6 COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. Agora, como viveremos. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p. 440.
7 COLSON, PEARCEY, 2000, p. 441.
8 KELLER, Timothy. A fé na era do ceticismo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008, p. 23.
9 MCGRATH, Alister. Apologética cristã no século XXI. São Paulo: Editora Vida, 2008, p. 96.
10 Idem.
11 LEWIS, C. S. Cristianismo puro e simples. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 51.
12 LEWIS, C. S. O problema do sofrimento. São Paulo: Editora Vida, 2009, p. 41.
13 GEISLER, Norman; BOCHINO, Peter. Fundamentos inabaláveis. São Paulo: Editora Vida, 2003, p. 252.
14 MADUREIRA, Jonas. Inteligência humilhada. São Paulo: Vida Nova, 217, p. 180.
15 KEENER, 2018, p. 817.
16 HORTON, 2012, p. 50.
17 Cf. KISTEMAKER, 2006, p. 184.
18 NASCIMENTO, Valmir. O cristão e a universidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 180.
19 YANCEY, Philip. Deus sabe que sofremos. São Paulo: Editora Vida, 1985, p. 188.
20 Citada por YANCEY, 1985, pp. 188, 189.
21 KISTEMAKER, 2006, p. 189.
22 STRONSTAD, 2015, p. 914.

Lição 01 - 3º Trimestre 2019 - O Que é a Mordomia Cristã - Adultos.

Lição 1 - O que é a Mordomia Cristã? 

3º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – CONCEITOS DE MORDOMIA
II – A MORDOMIA ESPIRITUAL DO CRISTÃO
III – A MORDOMIA DOS BENS MATERIAIS 

A Fé como Patrimônio Espiritual
Elinaldo Renovato
A fé cristã é o depósito espiritual, acumulado durante toda a vida cristã. Seu valor é inestimável em termos humanos ou materiais. Sem dúvida, a fé tem sentido espiritual profundo naquilo que o crente deve guardar para não perder a sua “coroa” (Ap 3.11). Paulo, antevendo o final de sua vida, serenamente esperou a morte com resignação e coragem. Ao escrever para seu jovem discípulo, Timóteo, disse: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.7,8).
O apóstolo dos gentios tinha convicção de que todas as lutas pelas quais passara, em meio a tribulações diversas, nas perseguições que sofrera, tanto dos judeus quanto dos “falsos irmãos”, bem como as enfermidades que lhe acometeram, a ingratidão de tantos a quem ajudou, o desprezo de alguns, tudo isso lhe assegurou experiências especiais com Cristo para que chegasse ao fim da jornada cristã, não como derrotado, frustrado ou decepcionado. Pelo contrário, como um vencedor, um campeão da fé. Ele sentiu-se um vencedor não de um combate qualquer, mas do “bom combate”, ou nobre (gr. kalon) combate, tomando esse termo como uma metáfora emprestada das competições nos esportes, que ele bem conhecia, ou dos combates militares, que lhe eram bem familiares. Ou seja, ele não combatera de qualquer forma, mas de maneira legítima e nobre. 
Ele exortou Timóteo a lutar e a sofrer a seu lado no grande combate pela fé cristã. “Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente” (2 Tm 2.3-5). Se houve alguém que lutou de forma aguerrida o combate cristão, esse alguém foi Paulo. Em seu “cântico de vitória”, descrevendo lutas, vicissitudes e obstáculos, ele declarou de forma solene: “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!” (Rm 8.37-39). Nos seus últimos dias, Paulo confirmou perante Timóteo e os irmãos em Cristo que estava consciente de que combatera o bom combate, acabara a carreira e guardara “a fé” (2 Tm 4.7,8). Ele foi um mordomo fiel e sabia que seria galardoado por Deus com “a coroa da justiça”.
Texto extraído da obra “Tempo, Bens e Talentos”, editada pela CPAD.
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

Lição 06 - 3º Trimestre 2019 - A Mordomia da Adoração - Adultos.

LIÇÃO 6 - A Mordomia da Adoração

3º Trimestre de 2019
 ESBOÇO GERAL
I – O QUE É ADORAÇÃO
II – COMO ADORAR A DEUS
III – GESTOS E ATITUDES NA ADORAÇÃO A DEUS

Elinaldo Renovato

A igreja local é uma comunidade de adoração a Deus. Nela, os salvos em Cristo Jesus unem-se e reúnem-se para render culto ao Rei dos reis e Senhor dos Senhores. No culto a Deus, sempre se destacou o papel da adoração como atitude de exaltação, de louvor e de gratidão pelas bênçãos derramadas sobre seu povo. No Antigo Testamento, o culto a Deus teve início nos primórdios do relacionamento do homem com seu Criador. De início, vemos que, ao desobedecer a voz de Deus, o primeiro casal perdeu uma excelente oportunidade de exaltar ao Criador, preferindo ouvir a voz estranha do maligno. A consequência foi a tragédia provocada pelo pecado ao longo dos séculos, resultado direto do afastamento do homem da presença de Deus.
Tempos depois da criação, quando Adão e Eva já tinham filhos, Caim, o primogênito, foi tentado a oferecer a Deus um culto que não lhe agradou, enquanto Abel, seu irmão, foi aceito por Deus ao oferecer um sacrifício aprovado pelo Senhor. Àquela altura, os irmãos certamente já tinham uma idade juvenil, pois um era agricultor, e o outro era voltado para a atividade pastoril (cf. Gn 4.2). Ambos ofereceram sacrifícios a Deus daquilo que consideravam o melhor de suas respectivas atividades. Deus aceitou a oferta de Abel, mas rejeitou a de Caim. Por isso, por amarga inveja do irmão, Caim matou Abel, cometendo o primeiro homicídio. Uma tragédia em meio à oferta de sacrifício ou de um culto a Deus (Gn 4.1-8).
O Senhor dá mais valor ao que está no coração do homem diante do altar do que para aquilo que ele oferece. Ele não aceitou o sacrifício ou o culto de Caim porque viu o seu interior e as intenções com que se apresentava diante de Deus. Diz o texto da primeira epístola de João, relativo ao episódio do primeiro homicídio: “Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas” (1 Jo 3.12). Caim foi movido por sentimentos maus contra seu justo irmão. Ele “era do maligno”, ou seja, não tinha comunhão com Deus; antes, seguia as propostas do Diabo em seu coração cheio de pecado. Em segundo lugar, o texto diz que “as suas obras eram más”, e ele teve inveja do seu irmão a ponto de matá-lo: “[...] Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas”. Deus não aceita falsa adoração e nem culto movido por sentimentos de interesse pessoal e carnal.
Quando o povo de Israel passou pelo Egito, o culto a Deus foi grandemente prejudicado. Com sua saída do Êxodo, o Tabernáculo, que Deus mandou construir, centralizou o culto divino. Tudo no Tabernáculo tinha sentido espiritual. Não havia cânticos ou música, mas, tempos depois, quando Davi foi rei em Israel, o culto teve marcante presença de louvor e adoração com música, além de instrumentos musicais dos mais diversos. Já com Salomão, o Templo em Jerusalém foi estabelecido como o lugar único e santificado para o culto a Deus. A adoração a Deus era desenvolvida com muita reverência e santidade tanto no Tabernáculo como no Templo em Jerusalém.
Infelizmente, porém, o povo de Israel, que era tão galardoado por Deus com tão grandes sinais, prodígios e maravilhas em sua história, deu lugar à desobediência e passou a oferecer um culto semelhante ao de Caim, ou seja, com sacrifícios certos, porém com motivação e sentimentos errados, além de misturar a adoração a Deus com culto a deuses estranhos, numa idolatria que provocou a ira de Deus. E o resultado disso foi o sofrimento, os juízos nos cativeiros pelos quais Israel passou na Assíria e em Babilônia. O culto foi praticamente interrompido. O livro de Salmos mostra-nos essa situação: “Junto aos rios da Babilônia nos assentamos e choramos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros, que há no meio dela, penduramos as nossas harpas. Porquanto aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; e os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estranha?” (Sl 137.1-4). No período pós-exílio, o culto a Deus voltou a ser realizado com Esdras e Neemias, que restauraram o Templo e a cidade.
No Novo Testamento, o culto a Deus continuou no Templo e nas sinagogas. No Antigo Testamento, a adoração era centralizada em Deus, pois não se conhecia a pessoa de Jesus Cristo e nem a ação poderosa e marcante do Espírito Santo na vida dos adoradores. No entanto, com a morte de Cristo, sua ascensão e a descida do Espírito Santo, podemos dizer que a adoração mudou tanto o foco quanto a forma de praticá-la. No AT, só se podia oferecer culto ou sacrifícios no Tabernáculo ou no Templo. No NT, Jesus trouxe outra forma mais profunda e espiritual de adoração. Ele disse à mulher de Samaria: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.23). Essa é a grande diferença do culto neotestamentário. A mordomia da adoração é realizada “em espírito e em verdade”, e não no ritualismo e no simbolismo do culto na Antiga Aliança.

Texto extraído da obra “Tempo, Bens e Talentos”, editada pela CPAD.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Lição 13 - 2º Trimestre 2019 - O Papai do Céu Enviou Jesus! Berçário.

Lição 13 - O Papai do Céu enviou Jesus!

2º Trimestre de 2019

Objetivo da lição: Levar a criança a reconhecer, através das atividades e exposições, que por meio de Jesus podemos conhecer mais sobre quem é o Papai do Céu.
É hora do versículo: “Pois Deus mandou o seu Filho [...]” (Jo 3.17).
Na lição anterior, as crianças aprenderam que o Papai do Céu nos deu os nossos pais, biológicos, ou não, que são verdadeiras bênçãos para nós. Como somos amados e queridos por eles! Na lição de hoje, as crianças reconhecerão que o Papai do Céu enviou Jesus, o seu Filho, porque nos ama muito. Ele nos deu Jesus como também nos deu os nossos pais. Conhecendo melhor Jesus, os bebês conhecerão mais o Papai do Céu.
Para que os bebês visualizem melhor a lição prática, faça cópias da imagem abaixo e distribua entre eles para colorirem com giz de cera. Diga que o Papai do Céu enviou Jesus e Ele cuida do bebê com suas mãos fortes e poderosas.
licao13 bercario jesuseascriancas
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 13 - 2º Trimestre 2019 - Quando eu Oro o Papai do Céu Sempre Ouve - Maternal.

Lição 13 - Quando eu oro o Papai do Céu sempre Ouve

2º Trimestre de 2019
Objetivo da lição: Que o aluno compreenda que o Senhor ouve as nossas orações. 
Para guardar no coração: “Pois tu responde às orações [...]” (Sl  65.2).
Perfil da criança
“A criança do maternal está numa fase de rápido desenvolvimento físico, e seus músculos exigem ação. Por muito comer e dormir, acumula energia, que precisa ser desgastada de alguma forma. Isto explica a sua agitação.
O professor deve fazer desta necessidade de mexer-se uma aliada do aprendizado. Promova atividades físicas durante a aula, dando oportunidade à criança de saltar, abaixar, levantar, olhar, atirar coisas, etc. Por outro lado, ela também se cansa com facilidade, e carece de períodos de descanso.
Outro fato que merece particular atenção é a facilidade que elas têm de adoecer. A sala de aula deve ser bem arejada e iluminada, sem correntes de ar, calor excessivo, ou poeira. Um ambiente saudável evita contágios (Marta Doreto)”. 
Subsídio Professor
“Esta lição encerra o trimestre, e é, portanto, uma boa ocasião para refletir sobre o seu trabalho com os pequeninos de Cristo. 
Nem todos têm consciência da importância de uma classe bíblica para o maternal. Nem todos conhecem a finalidade do trabalho realizado com as crianças desta faixa etária. Alguns pensariam que os professores ocupam-se de entretê-las para que os papais e mamães assistam tranquilamente a aula em suas classes. Muita gente pensa que os pequeninos ficam fazendo “desenhinho”, brincando e tomando “lanchinho”. É claro que estas atividades também fazem parte de sua aula, mas o objetivo do trabalho realizado por seus professores vai muito além, e é muito mais elevado: o professor ocupa-se de ganhá-los para Cristo, e edificá-los na Palavra de Deus, preparando-os para uma vida de serviço ao Senhor.
Certamente é isto o que você tem feito, e oramos para que não o faça de modo mecânico, mas aplicando nesta sublime missão a mente e o espírito. Traga sempre no coração a principal finalidade de suas aulas: conduzir os pequeninos à salvação; e depois de salvos, eles devem crescer no conhecimento da Palavra de Deus e em seu relacionamento com Ele.
Portanto, este trabalho não exige apenas dedicação ao preparo de lições e visuais, mas também dispêndio de tempo em oração. Reserve tempo para orar individualmente por seus alunos, mencionando diante de Deus as suas necessidades específicas. Com um pouco de observação e a iluminação do Espírito Santo, é fácil notar quais alunos já têm Jesus como Salvador e vivem uma vida cristã, apesar da pouca idade, e quais ainda não experimentaram a salvação. Ore e empenhe-se para que todos venham a ser salvos. Ore para que Deus lhes aprofunde o entendimento das coisas espirituais e para que desfrutem desde já de um íntimo relacionamento com o Senhor (Marta Doreto).” 
Oficina de Ideias 2
“Que tal preparar a “janelinha do tempo”? Este é um recurso útil para as crianças observarem a mudança do tempo.
Numa cartolina faça uma linha vertical e outra horizontal dividindo-a em quatro retângulos e em cada um deles desenhe conforme o modelo. Em outra folha de cartolina risque também uma linha vertical e uma horizontal e recorte um dos retângulos fazendo um tipo de “janela”. Coloque esta folha sobre a primeira prendendo-as ao meio com um colchete (bailarina). Girar a folha de cima e deixar aparecer somente o desenho que se relacionar com o tempo apresentado naquele dia (Marta Doreto).” 
 Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal 

Lição 13 - 2º Trimestre 2019 - Jesus Cura Dez Doentes de Uma só Vez - Jd. Infância.

Lição 13 - Jesus cura dez doentes de uma vez

2º Trimestre de 2019
Objetivos: Os alunos deverão reconhecer a importância de agradecer a Deus, diariamente, por tudo o que Ele nos dá e faz por nós. 
É hora do versículo: “Que todo o meu ser louve o Senhor [...]” (Sl 103.2).
Com esta lição, as crianças concluirão um ciclo de estudos que apresenta alguns milagres realizados por Jesus enquanto esteve na Terra. Ele realmente é poderoso! Hoje os alunos conhecerão a história dos dez leprosos que Jesus curou e, assim, deverão reconhecer a importância de agradecer a Deus, diariamente, por tudo o que Ele nos dá e faz por nós.
Enfatize que devemos agradecer a Jesus por todas as coisas que Ele faz diariamente por nós. Devemos agradecer pelo alimento, pela água, pelo sol, pela chuva, pela natureza, por nossa casa, nossa família, nossos amigos, nossa escola, nossa igreja, enfim! Devemos agradecer sempre ao Papai do Céu por tudo.
Como atividade complementar, após a realização das atividades propostas na revista do aluno e do professor, e caso haja tempo, sugerimos que você imprima a folha a seguir ilustrando a cena que representa o momento em que um dos leprosos volta para agradecer pela cura recebida de Jesus. Mostre que nem todos são agradecidos pelas bênçãos recebidas, mas nós devemos sempre agradecer. 
licao13 jardim jesus
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 13 - 2º Trimestre 2019 - Nossa Guerra é Espiritual - Juniores.

Lição 13 - Nossa Guerra é Espiritual

2º Trimestre de 2019
Texto Bíblico – Efésios 6.10-18.
Prezado (a) professor (a),
Estamos terminando mais um trimestre e na aula desta semana seus alunos serão despertados a respeito de um assunto que faz parte da realidade cristã: a batalha espiritual. Diariamente somos bombardeados pelos dardos do Inimigo que quer nos fazer desistir da fé em Jesus Cristo. São situações adversas que os cristãos no mundo inteiro se deparam. Não há como fugir desta batalha, é um fato que devemos aceitar e enfrentar com fé e coragem. Entretanto, não há o que temer, pois o nosso General, diferentemente dos demais, vai à nossa frente nas batalhas para nos garantir a vitória. Isso não isenta-nos de buscar o revestimento da armadura de Deus para que estejamos preparados para a batalha.
“A armadura de Deus.
Paulo se refere à roupa usada pelo soldado. Ele combina a profecia de Isaías sobre a armadura de Deus (Is 59.16,17) com o que sabe sobre o soldado romano. Por baixo da armadura do soldado estava uma vestimenta básica para ‘ficarem firmes’, de modo que a armadura (casaco e saia de couro cobertos com placas de metal) pudesse ajustar-se por cima. Os soldados romanos tinham sandálias pregadas com tachas grandes que firmavam seus pés no chão. Paulo usa a descrição para dizer que o Diabo não poderá derrubar os cristãos se eles forem estritamente honestos, absolutamente justos em seus tratos e não se deixarem perturbar facilmente. Acrescente a isso uma salvação que os capacita a viver segundo o padrão de Deus, com acesso ao que Deus disse e confiança nEle, e o cristão estará bem protegido (Efésios 6.10-17).
[...] Além da armadura protetora listada em Efésios 6, o soldado portava uma adaga de cerca de 23 cm  de comprimento, que servia de ferramenta quando necessário; uma espada maior, de dois gumes com cerca de 60 cm de comprimento e mantida numa bainha pendurada na cintura; e uma lança com pouco mais de 2 m de comprimento. Essa tinha uma cabeça de aço com a ponta aguçada para furar os escudos e uma farpa para impedir a sua remoção; sendo atirada antes do contato corpo a corpo.
Os romanos também construíram armas formidáveis para sitiar as cidades. A catapulta atirava dardos ou lanças sobre o muro, os quais caíam do lado de dentro da cidade. A ‘balista’ podia lançar pedras pesadas até cerca de 700 m de distância e o onagro atirava pedras mais leves a cerca de 400 m de distância.
Além do exército regular, havia guardas pretorianos, originalmente comandados pelos pretores, magistrados um nível abaixo dos cônsules (veja Fl 1.13). Eles haviam sido designados como guarda-costas do imperador e tinham padrões especiais próprios, recebendo o dobro do soldo do soldado raso.
(GOWER, Ralph. Novo Manual dos Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 16, 272, 273).
Glossário
Balista: máquina bélica para o arremesso de pedras, fachos etc;
Onagro: antiga máquina de guerra, usada para lançar projéteis.
Caro(a) professor(a), aproveite a lição de hoje e compartilhe dos detalhes da armadura do soldado romano com seus alunos e faça a correlação com a armadura de Deus. Reproduza as informações a seguir num cartaz e cole no quadro: 
 PEÇA DA ARMADURA USO  OBJETIVO
 Cinturão  Verdade O Diabo é mentiroso; a mentira pertence a ele. Somente os crentes podem vencer satanás com as verdades de Deus.
 Couraça  Justiça O Diabo ataca nossas emoções. A justiça divina protege o nosso coração e assegura a aprovação de Deus.
 
Sapatos 
 Prontidão para pregar o evangelho O Inimigo quer nos convencer que o trabalho de anunciar as Boas Novas é inútil. Os sapatos representam a motivação para seguir anunciando a verdadeira paz que todos precisam ouvir.
 Escudo  Fé O inimigo nos ataca em forma de insultos, problemas e tentações. O escudo nos protege contra os dardos do inimigo, e nos capacita a enxergar além das circunstâncias.O inimigo nos ataca em forma de insultos, problemas e tentações. O escudo nos protege contra os dardos do inimigo, e nos capacita a enxergar além das circunstâncias.
 Capacete  Salvação O inimigo deseja que tenhamos dúvidas a respeito de Deus. O capacete nos protege para que tenhamos certeza da nossa salvação em Cristo.
 Espada  Palavra de Deus A espada é a única arma de ataque. Quando somos tentados, precisamos confiar na verdade que é a Palavra de Deus.
(Tabela extraída e adaptada da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 1655).
Thiago Santos
Educação Cristã.

Lição 13 - 2º Trimestre 2019 - Deus em Primeiro Lugar - Pré Adolescentes.

Lição 13 - Deus em primeiro lugar 

2º Trimestre de 2019
A lição de hoje encontra-se em: Mateus 6.33.
Prezado(a) professor(a),
Estamos concluindo mais um trimestre e esperamos que seus alunos tenham aprendido um pouco mais sobre a etapa que estão atravessando: a pré-adolescência. Nesta última lição a proposta é tratar a respeito do nosso relacionamento com Deus. Nada é mais importante do que uma vida de comunhão com o Senhor, pois disso dependem todas as outras áreas da vida. Não se pode imaginar um futuro de paz e felicidade sem ter um compromisso real e sincero com Deus.
Por essa razão, a lição de hoje tem como objetivo apontar que Deus está acima de todos os nossos bens materiais. Ele, e somente Ele, deve ter prioridade em nossas vidas, por maiores que sejam as nossas preocupações em relação às circunstâncias e com o futuro. Seus alunos precisam aprender a lidar de forma equilibrada com as diversas áreas da vida. Deus não pode ficar de fora de seus planos, afinal o que somos e o que temos e o que seremos depende inteiramente da graça divina. Essa relação de dependência e confiança no Senhor é amadurecida à medida que nos aproximamos dEle por intermédio da oração e estudo das Escrituras Sagradas.“
Jesus contrastou os valores celestiais com os terrenos quando explicou que a nossa vida deve ser direcionada para as coisas que não desaparecerão, que não podem ser roubadas ou consumidas e que nunca se desgastam.
Não devemos ficar fascinados por nossos bens, a fim de que eles não nos possuam. Isto significa que podemos ter de fazer alguns cortes se os nossos bens se tornarem excessivamente importantes para nós. Jesus exige uma decisão que nos permita viver satisfeitos com o que temos; para tanto, devemos escolher o que é eterno e duradouro.
Por causa dos efeitos maléficos da preocupação, Jesus recomendou que não ficássemos ansiosos por causa das necessidades que Deus promete prover.
A preocupação pode: (1) prejudicar nossa saúde; (2) reduzir nossa produtividade; (3) afetar negativamente o modo como tratamos os outros; (4) diminuir nossa confiança em Deus. Quantos destes efeitos maléficos você está experimentando? Aqui está a diferença entre a preocupação e o interesse genuíno: a preocupação nos imobiliza, mas o interesse nos leva à ação. 
Buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça significa priorizar Deus em nossa vida, de modo que nossos pensamentos estejam voltados para sua vontade, nosso caráter seja semelhante ao do Senhor, sirvamos e obedeçamos a Deus em tudo.
O que é realmente importante para você? Pessoas, metas, desejos e até objetos disputam lugar em nossa vida e, se não formos firmes e escolhermos dar ao Senhor o primeiro lugar em cada área de nossa vida, qualquer um desses interesses pode ocupar rapidamente o lugar de Deus” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 1229).
Cristo é o nosso maior tesouro e é para Ele que devemos dedicar toda a nossa atenção. Aproveite a aula de hoje e compartilhe desta verdade com seus alunos. Converse a respeito do que tem deslocado a atenção deles da vontade de Deus. Deixe que expressem por alguns minutos o que pensam sobre o assunto. Conforme os alunos forem expressando você poderá escrever no quadro as palavras que identificam o que de fato tem tomado a atenção de seus alunos. Um exemplo claro nos dias atuais é a internet. A falta de sabedoria em administrar o tempo que se passa na internet tem sido um problema na vida de muitas pessoas. Dialogue com seus alunos e explique que, assim como o corpo precisa do alimento, o nosso relacionamento com Deus depende da oração e leitura da Palavra de Deus para que possa sobreviver.
Thiago Santos
Educação Cristã. 

Lição 13 - 2º Trimestre 2019 - O Jovem Pastor - Adolescentes.

Lição 13 - O Jovem Pastor 

2º Trimestre de 2019
ESBOÇO DA LIÇÃO:
FILHO NA FÉ
CHAMADO PARA O MINISTÉRIO PASTORAL
EXORTAÇÃO E OBEDIÊNCIA
OBJETIVOS
Ensinar
 aos alunos a conhecerem a Palavra de Deus para a realização de toda boa obra;
Exortá-los quanto ao que é divino e eclesiástico;
Estimulá-los a prepararem-se para o ministério.
Prezado professor, prezada professora,
Deus chama os adolescentes! Isso é importante ser ressaltado na aula de hoje. Não são poucos os relatos de grandes homens de Deus que podem dizer que foram chamados pelo Altíssimo ainda na adolescência. Por isso, essa é uma excelente oportunidade, de nesta semana, orientar a classe quanto a seriedade da vocação divina.
Na primeira carta do apóstolo Paulo a Timóteo, um dos muitos propósitos do apóstolo para o jovem pastor é a importância do “relacionamento pastoral com os vários grupos dentro da igreja, como as mulheres em geral (2.9-15; 5.2), as viúvas (5.3-16), os falsos mestres (6.3-6) e os ricos (6.7-10, 17-19)”.  O apóstolo ensinou o jovem pastor a se relacionar com respeito, equilíbrio e bom senso com todos os grupos existentes numa igreja local. O apóstolo sabia o quanto a vocação pastoral seria um desafio para Timóteo, por isso, em muitos momentos, Paulo estimula Timóteo a exercer com autoridade e ousadia o chamado pastoral: “Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia, conservando a fé e a boa consciência, rejeitando a qual alguns fizeram naufrágio na fé” (1 Tm 1.18,19). Em outra oportunidade, o apóstolo insistiu: “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza. Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medita estas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm 4.12-16).    
Portanto, busque a sabedoria do alto, e mediante a lição desta semana, seja uma “voz de Deus” para a sua classe. Traga uma conscientização aos adolescentes acerca do chamado divino, pois Deus continua a chamá-los.
Boa aula!
Marcelo Oliveira de Oliveira
Editor da revista Adolescentes Vencedores 

Lição 13 - 2º Trimestre 2019 - Resgatando o Princípio da Humildade e do Serviço ao Próximo - Jovens.

Lição 13 - Resgatando o princípio da humildade e do serviço ao próximo

2º Trimestre de 2019
Introdução
I-Jesus, um exemplo de humildade;
II-O diálogo entre Jesus e Pedro;
III- A motivação do ato de Jesus.
Conclusão

Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Apresentar Jesus como um exemplo de humildade;
Compreender o diálogo entre Jesus e Pedro ante a atitude do Mestre de lavar os pés dos discípulos;
Refletir a respeito da motivação de Jesus no ato de lavar os pés dos discípulos. 
Palavras-chave: Cobiça e soberba.
Por Pr. Natalino das Neves
Resgatando o Princípio da Submissão Cristã
Jesus, um Exemplo de Humildade 
Conhecendo o Evangelho de João
O Evangelho de João também conhecido como Quarto Evangelho é bem diferente dos anteriores, chamados de sinóticos (Marcos, Mateus e Lucas) devido às semelhanças entre eles (synopsis = visão de conjunto).  No Evangelho de João, Jesus fala principalmente de si mesmo e de sua relação com o Pai. Em João, Jesus não apresenta nenhuma parábola, não anuncia o Reino de Deus, mas declara que nEle as pessoas são convidadas a perceber o Reino por meio dos sinais que realiza (Jo 1.9-14; 20.30,31). Os sinais em João têm estreita relação com a fé (Jo 2.11,23; 3.2; 4.54; 7.31; 10.41; 11.47; 12.37; 20.30). Após a realização dos sinais é narrado a crença em Jesus por muitas pessoas. Para Vancells (1989, pp. 37,38), “Os sinais são uma manifestação da glória para aqueles que estão dispostos a penetrar no mistério de Jesus”. Ele argumenta que esse é o motivo do Evangelho de João enfatizar “muito mais do que os sinóticos, o elemento extraordinário que envolve as ações de Jesus: Lázaro já estava morto há quatro dias, o cego era cego de nascença, o doente da piscina estava doente há trinta e oito anos”.
O Evangelho de João tem início com um poema que apresenta a Palavra de Deus que se torna carne por meio da encarnação de Jesus. Portanto, a melhor maneira de revelar o Pai, o mais profundo que se pode conhecer de Deus. O Livro dos Sinais (Jo 1.19—12.50) apresenta sete sinais intercalados por blocos discursivos, para apresentar as últimas raízes dos sinais e mostrar o seu sentido revelador, ou seja, a visão teológica do autor. Em João 20.30,31, ele apresenta o objetivo do evangelho e deixa claro que tinha muitos outros materiais a respeito de Jesus à sua disposição, mas que escolheu os conteúdos para a composição de sua obra, de acordo com o objetivo teológico da escrita do evangelho. Ele seleciona, de todos os atos de Jesus, sete para servir como sinais e trazer sentido ao objetivo do evangelho: “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31). A intenção é falar de atos poderosos de Jesus e mostrar a presença da mão poderosa de Deus para afirmar que Jesus é a plenitude da revelação salvadora de Deus. Brown (2004, p. 446) afirma que, em João, “obras e sinais são feitos miraculosos que manifestam quem é Jesus, seu objetivo e sua relação com o Pai”.
O Livro da Glória (13.1—20.29) recebe esse nome pela forma como a narrativa joanina transforma os relatos, aparentemente negativos, que levaram à morte de Jesus em processo de desmascaramento dos poderes do mundo com a confirmação de que a obra de Deus estava se realizando plenamente como previsto e para a salvação da humanidade (17.1; 19.30). O Livro da Glória trata dos últimos dias de Jesus, desde a ceia particular com os discípulos até os dias que sucederam sua ressurreição. A unidade está dividida em duas subunidades. A primeira, capítulos de 13 a 17 do Livro da Glória iniciam com a mudança de um ambiente externo, com locomoções para vários lugares e diálogos com diversos personagens, para um ambiente reservado com os seus discípulos. É o lugar da última refeição de Jesus com seus discípulos. Inicia com um gesto de humildade (lava-pés) que suscitará um longo discurso, e alertas sobre os desafios e riscos que seus discípulos iriam enfrentar como suas testemunhas. Palavras de ânimo aos discípulos à medida que Jesus anuncia sua vitória sobre os poderes do mundo, apesar das aparências arrogantes de seus representantes (16.33). A segunda subunidade, nos capítulos 18 a 20 do Livro da Glória abordam a morte e ressurreição de Jesus. Em seguida, o Evangelho é concluído com a apresentação do propósito de sua escrita e as narrativas das aparições do Jesus ressurreto na região da Galileia.
Simbologia da Páscoa e o gesto de Jesus lavar os pés de seus discípulos 
O capítulo 13 tem início com a referência a mais importante festa para os judeus, a Páscoa. O ambiente judaico da Páscoa era de memória à libertação nacional do povo, mas que havia se tornado celebrações ritualísticas e vazias, sem prática do amor. Jesus está por apresentar a sua própria Páscoa (Última Ceia), sabendo que estava chegando a hora de ser oferecido como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Esse era o grande conflito entre o projeto anunciado por Jesus (amor ao próximo e o serviço) que estava por se concretizar e o projeto de poder do Império Romano (orgulho, opressão e desumanização). Enquanto os hebreus comemoravam a passagem da escravidão para uma terra livre celebrando a festa da Páscoa, João afirma que Jesus fez a passagem do mundo para o Pai por meio de sua entrega por amor, um amor extremo realizado na sua plenitude, pois Ele “amou-os até ao fim”. 
A celebração da Páscoa está ligada diretamente com a partilha do pão. O evangelista faz questão de destacar a presença de um traidor na celebração da Páscoa, Judas. Para haver uma vida compartilhada de forma plena não pode haver traidores do projeto no meio da comunidade, mas infelizmente essa presença se repete. Pessoas continuam participando das celebrações e liturgias, mas distantes de Deus e de seu projeto, em busca de seus próprios interesses. Por isso, Paulo orienta os membros da igreja em Corinto para examinar se estão vivendo o projeto do amor ágape, da solidariedade. Jesus precisava e ainda precisa de discípulos comprometidos com o projeto do Reino de Deus e que não tenham se vendido para o projeto do poder imperial. A traição de Judas ocorre dentro do projeto do mundo que é antagônico à experiência da ceia partilhada que estava por acontecer.
Para dar o exemplo de como deveria ser o relacionamento entre os discípulos, Jesus faz um gesto que ficaria marcado na memória de seus seguidores. No primeiro século, as estradas eram empoeiradas e as sandálias e os pés das pessoas sujavam facilmente. Por isso, era uma boa prática de hospitalidade prover meios para se lavar os pés dos visitantes. Um gesto que era comum quando se recebia a pessoa na casa e não durante a refeição. O trabalho de lavar os pés era considerado uma das tarefas mais servis da época. Isso era levado tão a sério que Carson (2007, p. 462) afirma que “alguns judeus insistiam que não se devia exigir de escravos judeus que lavassem os pés de outros; esse trabalho devia ser reservado para escravos gentios, ou para mulheres, crianças e discípulos”. Jesus assume o lugar dessas pessoas ao se levantar da ceia e se vestir como servo (vv. 4,5) e começar a lavar os pés de seus discípulos. Ele que havia se apresentado aos discípulos como Mestre e Senhor (Mt 20.28; Mc 10.45) age como servo (Fp 2.5-11). 
O lava-pés, além da partilha do amor, retratava a solidariedade aos marginalizados, uma atitude na contraposição da postura opressora das autoridades romanas e seus representantes. Uma referência ao Servo Sofredor de Isaias, despido de qualquer atitude de prepotência cuida de forma desinteressada dos desfavorecidos. O último momento de convivência de Jesus com seus discípulos deveria ser marcante e inesquecível. O gesto de Jesus nesta última refeição deixaria claro que a vida cristã não faz sentido se não for acompanhada do serviço e do amor ao próximo, conforme o exemplo deixado por Jesus durante sua vida e ministério (Lc 22.24-27; Jo 13.13-16).
Jesus se coloca na posição de um escravo fazendo o serviço mais desprezível daquela cultura, o lava-pés, em um momento de grande expectativa dos discípulos, que aguardavam a implantação do Reino messiânico e, consequente, libertação do jugo romano. Um Reino do qual pretendiam fazer parte do comando, pois eram as pessoas de confiança do Cristo. Jesus vai revelando de forma progressiva a realidade de seu Reino, diferente do reino político e de dominação que os discípulos e outros aguardavam um reino de solidariedade e serviço. Enquanto as pessoas, inclusive os discípulos, disputavam a posição de maior domínio e poder, Jesus se apresenta como o menor e mais humilde.
O Diálogo entre Jesus e Pedro 
Pedro, símbolo da liderança que privilegia o poder e a desigualdade 
O gênero literário preponderante da perícope em estudo é o diálogo de revelação, tipicamente simbólico. Nos diálogos são apresentadas doutrinas significativas ao cristianismo. João 13.6-10 é fundamental para a interpretação da unidade de João 13.1-17. As controvérsias sobre o lava-pés define o modo como o texto deve ser interpretado. Em João 13.6-10 ocorrem três intervenções de Pedro e três respostas de Jesus que revelam um significado oculto ainda não compreendido do gesto revolucionário de Jesus. 
Quando Jesus se aproxima de Pedro para lavar os seus pés, ele não concorda com sua atitude. Para ele, como as demais pessoas da época, em especial as lideranças religiosas que olhavam as pessoas sob seus cuidados sob a perspectiva do poder, o gesto de Jesus, como mestre, era inconcebível. Essas pessoas não tinham interesse que os costumes culturais mudassem, pois estavam em vantagem sobre os menos favorecidos. O modo de produção escravagista greco-romano transformava o ser humano que estava debaixo da escravidão como um simples objeto, um instrumento de produção, sem direito a própria dignidade. A classe dos escravos, que era a maioria, não tinha voz. O gesto de Jesus trouxe um novo significado ao valor aos responsáveis pela tarefa do lava-pés (mulheres, escravos e crianças). Uma proposta de renúncia e inversão de status, uma reciprocidade de papeis e eliminação da discriminação e desigualdade entre as pessoas. Algo inadmissível pelo império romano, bem como os seus representantes de demais beneficiados pela cultura de dominação. Nesse caso, até os discípulos judeus, dentro de sua comunidade, tinham os seus privilégios em relação aos gentios. Práticas que impactassem na ruptura com costumes e padrões socioculturais predominantes eram rejeitadas de imediato. 
Pedro representa os discípulos com dificuldades de compreensão sobre o seguimento de Jesus e sobre a própria fé, que fazem adesão apaixonada e são carentes ainda de maturidade (6.69; 13.37,38; 18.17-27). A indignação de Pedro em relação à atitude de Jesus é típica de quem está preso aos costumes e não aceita a ruptura dos padrões socioculturais vigentes. A resistência de Pedro à proposta apresentada por Jesus é comum a muitas pessoas e líderes cristãos na atualidade. Líderes que não aceitam se submeter à reciprocidade dos papéis e a equivalência dos status produzidos pela prática mútua do lava-pés.
Jesus deixa claro que a atitude de Pedro tinha um significado sociocultural e o distanciava do projeto do Reino proposto. 
A advertência de Jesus continua atual, ou seja, quem se diz seu seguidor, mas privilegia a desigualdade e a dominação sobre as demais pessoas, não pode estar seguido o mesmo projeto proposto por Jesus. Portanto, ainda não é o verdadeiro discípulo de Jesus.
A discussão sobre a purificação 
A última parte do diálogo entre Jesus e Pedro (Jo 13.9,10) trata de um novo tema, a polêmica em torno do rito de purificação. Muitos ainda preferem tratar o lava-pés como um rito penitencial de purificação dos pecados cotidianos, em complemento ao batismo, mas não é essa a intenção da narrativa. O lava-pés não é um ritual religioso de purificação de pecado. Ele simboliza a identidade do discipulado proposto por Jesus que privilegia a igualdade no exercício do poder e na divisão de suas tarefas. Ele tem mais a função crítica aos ritos de purificação do judaísmo, radicais em suas práticas sobre o puro-impuro. Os ritos de purificação era uma prática de grupos judaicos como o de João, o Batista (2.6; 3.25), dos essênios, mas não da comunidade cristã do final do primeiro século. Nas duas primeiras intervenções em que Pedro fica indignado com o gesto de Jesus fica claro que ele se refere à prática de higiene doméstica cultural da época, que Jesus traz para um ambiente de refeição com seus discípulos. 
O lava-pés era um fenômeno cultural do oriente próximo e particularmente da cultura mediterrânea, presente em várias literaturas. Um fenômeno característico do ambiente doméstico com uma tripla função: a) higiene; b) preparação para a refeição; e c) acolhida do hóspede.  Uma prática já presente no Antigo Testamento (Gn 18.4; 19.2; 24.32; 43.24; Jz 19.16-21; 1 Sm 25.41) acontece em um ambiente doméstico para higiene dos pés em primeiro lugar, como boa prática de hospitalidade ao hóspede ou convidado pelo anfitrião e no momento que antecede a refeição. Segundo Thomas (1990, p. 47-65), um pesquisador sobre documentos e testemunhas do lava-pés na cultura greco-romana e intertestamentária, o lava-pés aparecem em dois cenários distintos nesse período: a) doméstico, como prática de higiene e conforto pessoal, em especial antes da refeição. Comum também como gesto de hospitalidade; b) religioso — porém o autor afirma que são poucas as evidências da utilização do lava-pés com esse propósito. 
A terceira intervenção de Pedro demonstra o comportamento das primeiras comunidades ainda sob a influência do legalismo da religião judaica, alvo de conflitos entre os cristãos gentios e os judeu-cristãos tão presentes nas epístolas paulinas. A imposição do legalismo era uma forma de dominação e exercício do poder opressor religioso sobre as demais pessoas. Quando Jesus afirma que quem não se permitisse ter os pés lavados não teria parte com Ele, Pedro influenciado por esse imaginário da purificação pede para lavar também os demais membros do corpo. Jesus reponde: “Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo”, uma clara intenção de purificação religiosa. Naquela época, o que estava geralmente sujo eram os pés devido às estradas empoeiradas e o tipo de calçado utilizado (a grande maioria do povo pobre andava descalço), por isso a prioridade de lavar. Jesus deixa claro que não estava falando de ritual de purificação de membros do corpo, Ele afirma “Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo”. No entanto, como característica intrínseca do Evangelho de João as narrativas têm como objetivo trazer um significado além de si mesmo. Jesus tinha intenção de trazer o sentido para o gesto do lava-pés, mas no momento faz uso da intervenção de Pedro sobre a purificação para alternar para a definição simbólica, ao afirmar “Ora, vós estais limpos, mas não todos”. O autor do evangelho aproveita o próximo versículo (v. 11) para explicar que Jesus estava se referindo à situação espiritual de Judas. No contexto do Evangelho de João o que purifica não é a água por meio dos rituais religiosos, mas a Palavra de Jesus (15.3). Na próxima unidade (13.12-17), isso vai ficando cada vez mais evidente.
Assim, o gesto do lava-pés foi incluído em João 13.1-17 como uma prática que era habitual e cultural, e que tinha implicações sociais em relação à divisão social das tarefas domésticas realizadas por escravos e, na ausência desses, por mulheres ou crianças.
*Adquira o livro do trimestre. NEVES, Natalino. Cobiça e Orgulho: Combatendo o desejo da Carne, o Desejo dos Olhos e a Soberba da Vida. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 13 - 2º Trimestre 2019 - O Sacerdócio Celestial - Adultos.

Lição 13 - O Sacerdócio Celestial 

2º Trimestre de 2019
ESBOÇO 
I – O SACERDÓCIO CELESTIAL TEM UM ÚNICO SUMO SACERDOTE 
II – O SACERDÓCIO UNIVERSAL DA IGREJA 
III – O MAIOR E MAIS PERFEITO TABERNÁCULO
Elienai Cabral
O Tabernáculo Era o Verbo que se Fez Carne (Jo 1.14)
A primeira coisa que temos de entender nesta escritura é a revelação da Deidade do Verbo: “No princípio era o Verbo, [...] e o Verbo era Deus”, ou seja, o unigênito Filho, isto é, “o Unigênito de Deus” (Jo 1.1,14,18).  
Na língua grega do NT, a palavra “verbo” é “Logos”, e isso indica que só o “Deus-Homem” (Jesus, que se fez carne) pôde revelar plenamente a Deus na forma de homem para poder ser compreendido. O texto diz literalmente: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). 
A palavra “carne” significa tão somente a natureza humana assumida por Jesus. A expressão “o Verbo se fez carne” traduz-se como eskenosen, no grego bíblico, e significa “habitou num tabernáculo”, ou seja, “o verbo se fez homem”. Paulo emprega a expressão “tenda” para referir-se ao corpo como “morada terrena”. Do mesmo modo, Cristo foi a manifestação visível de Deus em carne para habitar entre o seu povo. Ele foi a plena manifestação da presença divina no meio do seu povo. Paulo escreveu a Timóteo, dizendo: “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória” (1 Tm 3.16). O Filho de Deus fez-se homem sem deixar de ser Deus. Assim como a Palavra de Deus vive e permanece para sempre (ver 1 Pe 1.23), assim também o Verbo de Deus, uma vez feito homem, permanecerá para sempre “Deus-Homem”.      
Entendemos, portanto, sem sombra de dúvida, que a igualdade de natureza divina entre Deus Pai e Deus Filho foi possível porque Jesus foi gerado pelo Espírito Santo. A palavra “unigênito”, em relação ao Filho de Deus, aparece na língua grega do NT como monogenes, que significa que vem de mono, ou seja, único, singular, e genes, que advém de ginomai, que significa “ser, existente”. Subentende-se que monogenessignifica: único de sua classe, único em seu gênero, único em sua espécie e diferente a toda coisa criada. Portanto, o Verbo, sendo Deus, tem a mesma natureza de Deus e a “expressa imagem da sua pessoa” (Hb 1.3). 
O Tabernáculo de Deus na Terra É a Igreja de Cristo
Se nem o Tabernáculo de Moisés, nem o Templo de Salomão e nem os outros templos reconstruídos em Israel não existem mais, onde Deus habita agora? Os mais lindos santuários foram construídos ao longo da historia. Desde os tempos do AT até os nossos tempos, podemos entender por que a Escritura em Atos 17.24 declara que Deus “não habita em templos feitos por mãos de homens”. Portanto, não são os templos materiais que tem a Deus como morador permanente. Tem-se a presença imanente de Deus nos nossos templos, mas sua habitação não é em lugares físicos, como foi em Israel. 
No Tabernáculo do deserto, a presença de Deus era sentida na simbologia dos mobiliários existentes, especialmente a “Arca da Aliança”. Deus vê a igreja local como casa espiritual, isto é, Ele está presente na vida da igreja através do Espírito Santo. Esta casa espiritual (a Igreja) é construída com pedras espirituais que são os remidos pelo sangue de Cristo. Esta é a morada de Deus na terra (ver 1 Pe 2.4-9). Ele, Jesus, é o Tabernáculo de Deus com os homens, porque Ele morará com eles, e eles serão seu povo (ver Ap 21.3).     
O Tabernáculo de Deus É, particularmente, o Crente
Aprendemos que o Tabernáculo é uma antecipação do Cristo de Deus e do deleite que Ele tem em seu povo redimido. Visto que todo crente é identificado na Bíblia como “pedra viva” edificada como casa espiritual e sacerdócio santo, o Tabernáculo é símbolo de todo crente. A presença de Cristo é sentida com a vinda do Espírito Santo, que o Filho enviou para viver e morar no crente. Jesus disse aos seus discípulos: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós” (Jo 14.16,17). Outra verdade acerca da morada do Espírito Santo no crente é o selo da promessa que se refere à garantia dessa morada do Espírito Santo no crente e da obra expiatória efetuada por Cristo. O texto de Paulo diz: “[...] fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória” (Ef 1.13,14). Não há, portanto, o que duvidar: nosso corpo é, particularmente, o Tabernáculo do Espírito Santo (ver 1 Co 6.19).  
Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD.
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