terça-feira, 17 de setembro de 2019

Lição 11 - 3º Trimestre 2019 - Alerta Contra os Falsos Mestres e Suas Heresias - Jovens.

Lição 11 - Alerta Contra os Falsos Mestres e Suas Heresias 

3º Trimestre de 2019
Introdução
I - Os falsos mestres e suas heresias;
II – Características dos falsos mestres;
III - O julgamento dos impostores da fé.
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Apresentar o perfil dos falsos mestres e suas heresias;
Compreender as características dos falsos mestres;
Refletir a respeito do julgamento dos impostores da fé. 
Palavras-chave: Esperança, alegria, crescimento e firmeza.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Valmir Nascimento: 
Tendo falado no capítulo 1 a respeito da Palavra revelada e inspirada de Deus, instando os crentes a se manterem firmes nela, no capítulo 2 Pedro expõe acerca dos perigos dos falsos ensinos. Assim como houve no Antigo Testamento profetas que falaram guiados pelo Espírito Santo, também houve entre o povo os falsos profetas, homens que falavam segundo os seus próprios interesses. A intenção do apóstolo, portanto, era advertir a comunidade cristã acerca dos impostores que estavam a disseminar doutrinas enganosas entre os crentes, verdadeiras heresias de perdição. Se na primeira carta os cristãos deveriam estar preparados para os desafios externos, na segunda a mensagem é que os crentes precisam estar prontos e precavidos contra os inimigos internos, que se infiltram dentro da igreja e sorrateiramente torcem a verdade das Escrituras. 
Os Falsos Mestres
No seu início e nas décadas seguintes, a igreja foi ameaçada pelos judaizantes que queriam impor a Lei mosaica e seus ritos sobre os cristãos. Estes mestres alteravam o cerne do evangelho, colocando a Lei como complemento da obra de Jesus no Calvário, razão pela qual o apóstolo Paulo os censurou gravemente (Gl 1.8,9). Tempos depois, o cristianismo passou a ser ameaçado pelos falsos doutores (gr. pseudodidaskalos), também chamados falsos mestres ou professores, que tentavam introduzir nas doutrinas cristãs conceitos das filosofias pagãs, induzindo o povo à prática da imoralidade. É dentro desse contexto que Pedro escreve a sua segunda epístola, cujo teor é bem parecido com a Carta de Judas. Ambas advertem sobre as principais características dos falsos mestres, suas heresias, motivações e a certeza do julgamento divino sobre eles.
As heresias dos falsos mestres em face da ortodoxia apostólica (2.1)
Fazendo uma análise comparativa com o que havia acabado de dizer, sobre os profetas que falaram inspirados por Deus, Pedro afirma que também houve entre o povo falsos profetas, como também haveria falsos doutores. Em diversas ocasiões, a nação israelita desviou-se da verdade por dar ouvidos aos mensageiros enganosos. Os falsos profetas bradavam “assim diz o Senhor”, quando na verdade estavam falando em nome próprio; apregoavam paz (Jr 6.14) quando ela não existia. A história, portanto, estava se repetindo, inclusive como um cumprimento profético (Dt 13.2-6; Mt 24.24), e era importante que o povo fosse advertido sobre estes mestres que adulteravam a verdade de Deus. Pedro se levanta com veemência contra os falsos mestres, pois sabia que os seus ensinos eram nocivos, introduzindo encobertamente heresias de perdição. No original grego, embora a palavra heresia (haeresis) tenha o sentido estrito de "fazer uma escolha", no Novo Testamento ela denota uma escolha deliberada de rejeitar o verdadeiro ensino cristão, dando origem a doutrinas heréticas e movimentos sectários (1 Co 11.19; Gl 5.20). 
A forma como a segunda epístola de Pedro defende a verdade apostólica chama a nossa atenção para a própria ideia de heresia. Será que a heresia sempre foi combatida pelos cristãos ou foi uma invenção posterior ao cristianismo primitivo? Em outras palavras: Quem veio primeiro, a heresia ou a ortodoxia?
Ainda que para a grande maioria de nós a heresia seja realmente a deturpação de uma doutrina correta, é importante lembrar que há quem entenda de maneira contrária. Nos últimos anos reacendeu a afirmação de que no início do cristianismo não existia uma ortodoxia cristã (unidade), mas somente a diversidade de interpretações doutrinárias. Essa perspectiva defende que a ortodoxia seria a mãe da heresia. Eis a razão pela qual as heresias despertam a atenção e seduz as pessoas, com o slogan da diversidade e inclusivismo. A esse respeito Will Herbert escreveu: “Hoje, as pessoas se vangloriam avidamente de serem hereges, esperando com isso se mostrarem interessantes; pois o que significa ser herege, senão ter mente original, ser um homem que pensa por si mesmo e rejeita credos e dogmas?” i.
No livro A heresia da ortodoxia, Andreas Kostenberger e Michael Kruger dizem que o que costumava ser considerado heresia é hoje a nova ortodoxia, e a única heresia que resta é a própria ortodoxia, cujo “evangelho” da diversidade desafia abertamente a asserção de que Jesus e os cristãos primitivos ensinavam uma mensagem unificada que consideravam absolutamente verdadeira, bem como consideravam falsas quaisquer negações dessa mensagem ii.
O principal proponente dessa visão foi Walter Bauer, nascido em Konigsberg, Prússia Oriental, em 1877, lexicógrafo e estudioso alemão da Igreja Primitiva. Em sua tese, Bauer argumentou que a diversidade contemporânea é boa e que o cristianismo histórico é excessivamente estreito em sua visão, mas também que o próprio conceito de ortodoxia é uma invenção posterior ao cristianismo primitivo, que não corresponde às convicções de Jesus nem dos primeiros cristãos.
Segundo Kostenberger e Kruger, antes do lançamento do livro de Walter Bauer [Orthodoxy and Heresy in the Earliest Christianity – Ortodoxia e Heresia no Início do Cristianismo, 1965], havia ampla aceitação no pensamento teológico cristão que as raízes do cristianismo se encontravam na pregação unificada dos apóstolos de Jesus e que só posteriormente essa ortodoxia (crença correta) foi corrompida por várias formas de heresia (ou heterodoxia). Desse modo, a ortodoxia precede a heresia. Contudo, em sua obra, Bauer inverte os fatores e afirma que a heresia (pluralidade de crenças, heterodoxia) veio antes da ortodoxia, como um conjunto normativo de crenças doutrinárias cristãs.
A metodologia empregada por Bauer, segundo afirma, foi fazer uma investigação nos quatro centros geográficos do cristianismo primitivo: Ásia Menor, Egito, Edessa e Roma, chegando à conclusão que Roma, já em 95 d.C., tentou impor sua versão de ensino cristão ortodoxo ao resto da cristandade, consolidando sua autoridade eclesiástica, reescrevendo a história, removendo dela registros de formas divergentes de crenças. Coube a Bart Ehrman popularizar a tese de Bauer, a qual ganhou novo fôlego com o surgimento do pós-modernismo e a ideia de que a verdade é inerentemente subjetiva e uma questão de poder.
Ao criticar a tese de Bauer Alister McGrath enfatiza que embora houvesse uma diversidade das comunidades cristãs no início do cristianismo, especialmente em virtude das diferenças geográficas, havia um fio unificador fundamental da fé cristã. De acordo com McGrath, “a diversidade sociológica do cristianismo primitivo não era comparada a nada que se aproximasse, mesmo remotamente, de uma anarquia teológica” iii. No início da era cristã, a Igreja Primitiva era fragmentada socialmente, e não havia nenhuma autoridade centraliza para “impor” as suas doutrinas essenciais, visto que a igreja não tinha poder político e muito menos militar. Aliás, ao contrário disso, o Estado Romano era hostil ao cristianismo, vendo-o muitas vezes como subvertendo as visões religiosas tradicionais. 
McGrath recorda que a convocação do Concílio de Niceia, por Constantino, em 325, pode ser interpretada como o primeiro passo na tentativa de criação de uma igreja imperial, uniforme. Até então, o cristianismo era frágil sob o ponto de vista político. Por essa razão, McGrath rejeita a afirmação de Bauer, dizendo que ele projetou para o passado a influência de Roma sobre as igrejas, o que até então não existia.
O fato é que, segundo McGrath, a heresia possui uma gênese. Em meados do século III, uma narrativa de origem da heresia foi estabelecida dentro da igreja. Suas principais características segundo McGrath podem assim ser resumidas:
1. A igreja fundamentada pelos apóstolos era “pura e imaculada”, mantendo-se firme nos ensinamentos de Jesus Cristo de Nazaré e das tradições dos apóstolos.
2. A ortodoxia precedia temporalmente a heresia. Esse argumento é desenvolvido com particular vigor por Tertuliano, que insistia em afirmar que o primum é o verum. Quanto mais antigo um ensinamento, mais autêntico ele é. Assim, a heresia é considerada inovação.
3. Desse modo, a heresia será vista como um desvio deliberado de uma ortodoxia já existente. A ortodoxia veio primeiro, a decisão de rejeitá-la (ou alterá-la) veio depois.
4. A heresia representa o cumprimento de profecias do NT sobre deserção e desvio dentro da igreja, e pode ser vista como um meio providencial pelo qual a fé dos crentes pode ser testada e confirmada.
5. A heresia surge por meio do gosto pelo novo, ou ciúme e inveja por parte dos hereges como frustrados e ambiciosos, e relaciona as suas visões a um ressentimento por não terem alcançado o reconhecimento do alto comando eclesiástico.
6. Vista de modo geral, a heresia é internamente incompatível, faltando-lhe a coerência da ortodoxia.
7. As heresias individuais são geográficas e cronologicamente restritas, enquanto a ortodoxia se encontra espalhada pelo mundo.
8. A heresia é o resultado da diluição da ortodoxia como filosofia pagã. Mais uma vez, Tertuliano é um defensor ferrenho dessa posição, argumentando que as ideias de Valetino derivavam do platonismo e do estoicismo de Marcião. Ele pergunta: o que Atenas tem a ver com Jerusalém.
Essa “visão aceita” sobre a origem da heresia foi amplamente admitida dentro do cristianismo até o início do século XIX.  Por outro prisma, Roger Olson escreve que 
os pais da igreja antiga, seguindo o exemplo apostólico, tiveram de reconhecer as afirmações da verdade legitimamente cristãs das que não eram, e, para fazê-lo não podiam repetir simplesmente as palavras dos apóstolos, tiveram de reconhecer as afirmações da verdade legitimamente cristãs das que não eram, e para fazê-lo não podiam repetir simplesmente as palavras dos apóstolos que circulavam nos evangelhos e à suposta tradição secreta, não-escrita, de ensinamentos adicionais passados a eles pelos apóstolos. Diante desse pluralismo de afirmações de verdades conflitantes e mensagens sobre o cristianismo autêntico, os líderes eclesiásticos e os pensadores cristãos dos séculos II e III simplesmente tiveram de esclarecer as doutrinas. Esse foi o começo do que denomino de diversas formas, grande tradição, a tradição consensual e a uniformidade interpretativa do cristianismo. iv 
Desse modo, é incorreta a afirmação de que a heresia precedeu a ortodoxia.
A heresia, escreveu Alister McGrath, “parece ser cristã, mas é na verdade uma inimiga da fé, que espalha a semente da destruição” v. Ela também pode ser comparada a um vírus, que se fixa dentro de um hospedeiro e, por fim, usa o sistema de replicação de seu hospedeiro para conseguir a dominação vi. A sua característica básica é o afastamento da verdade apostólica, ou seja, as doutrinas ensinadas pelos apóstolos do Senhor. 
Considerando o perigo que representam à fé cristã em geral e ao crente em particular, Pedro diz que são heresias de perdição, isto é, ensinamentos que destroem princípios éticos e doutrinários. “Aqueles que negam o ensinamento apostólico e distorcem a Escritura, opõem-se, por essa razão, a Deus e trazem destruição para si mesmos e para todos os que seguirem o erros deles” vii.
Observe o modus operandi dos falsos mestres: eles introduzem suas heresias encobertamente, de modo dissimulado. Quase nunca confrontam abertamente a ortodoxia bíblica. Em vez disso, de maneira secreta, sorrateira, desprezam doutrinas elementares da fé, a exemplo da inerrância e inspiração das Escrituras, e adotam métodos hermenêuticos espúrios.
Negam ao Senhor que os resgatou
É preciso concordar com Warren Wirsbe quando afirma que os falsos mestres são mais conhecidos por aquilo que negam do que por aquilo que afirmam. Eles rejeitam a inspiração da Bíblia, o caráter pecaminoso do ser humano, a morte sacrificial de Jesus Cristo na cruz, a salvação somente pela fé e até mesmo a realidade do julgamento eterno viii. Em especial, negam a divindade de Jesus Cristo, pois sabem que, se eliminarem sua divindade, podem destruir a verdade cristãix
Isso é o que Pedro quer dizer quando afirma que os falsos mestres "negarão o Senhor que os resgatou". Uma clara evidência da falsidade de um ensino é tratar Jesus somente como um grande ensinador ou mestre moral, e rejeitar a sua deidade. O próprio Jesus tinha total convicção de sua autoridade. Ele disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). E depois da sua ressurreição dos mortos afirmou: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18). Cristo não se considerava um simples sábio, um mero homem de moral elevada ou somente um profeta. Ele sabia que era o filho unigênito de Deus, enviado com o propósito de proporcionar redenção ao homem.
Essa questão não é trivial. A forma como Jesus se auto-identificava serve como parâmetro fundamental no modo como as pessoas o veem.  C. S. Lewis, um dos maiores escritores cristãos do século XX, dizia que é uma tolice as pessoas afirmarem: “Estou disposto a aceitar Jesus como um grande mestre da moral, mas não aceito a sua afirmação de ser Deus”. Afinal, um homem que fosse um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre da moral, mas sim um lunático ou coisa pior. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou não passa de um louco, pois ele nunca nos deixou a opção de considerá-lo como simples mestre humano. Lewis também observa que parece ser óbvio que Jesus não era lunático, muito menos um demônio. Por isso, precisamos reconhecer que ele era, e é Deus. “Deus chegou sobre forma humana no território ocupado pelo inimigo” x
Erwin Lutzer nos aconselha a esquadrinhar os horizontes religiosos, lendo a vida dos grandes mestres religiosos de todos os tempos; não apenas o que ensinaram, mas também o que disseram acerca deles mesmos. Ao buscar um Salvador qualificado e sem pecado você descobrirá que Cristo não tem rival: “Se houvesse outro que reivindicasse inculpabilidade, teríamos prazer em checar suas credenciais pra ver como elas se comparam com as de Cristo. Mencione a exigência de inocência e o campo religioso se define; só um homem permanece. Cristo vive de acordo com seu nome!”.xi 
Vale lembrar também que os evangelhos estão repletos de curas e milagres realizados por Cristo, a exemplo da transformação de água em vinho, multiplicação de pães, curas de aleijados, cegos e outras doenças. O milagre é uma intervenção divina na natureza. Contudo, o milagre mais magnífico em Jesus é a sua ressurreição dos mortos. A vitória dEle sobre a morte, diz o apóstolo Paulo, é um dos pilares da fé cristã: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1 Co 15.14).
A ressurreição de Jesus é um evento histórico, não um mito, e por isso é possível assegurar que temos elementos consistentes para acreditar no túmulo vazio. Algumas pessoas tentaram provar que Jesus nunca ressuscitou, mas no final acabaram se convencendo do contrário. Uma dessas pessoas foi Frank Morison, um jornalista inglês que se lançou a provar que a história da ressurreição de Cristo não passava de um mito. Porém, suas pesquisas o levaram a crer no Jesus ressurreto, resultando no livro Who Moved the Stone? (Quem moveu a pedra?). 
Características dos Falsos Mestres
Fazem seguidores e conduzem à libertinagem (2.2)
Lamentavelmente, os impostores da fé sempre alcançam êxito na tarefa de arrebanhar ouvintes e seguidores, geralmente pessoas incautas que são levadas por qualquer vento de doutrina (Ef 4.14). O ser humano possui um anseio inato por Deus, pois foi criado como um ser espiritual. Todavia, diante da sua condição caída e pecadora, acaba substituído o Deus verdadeiro e a sua Palavra por ídolos construídos por ele próprio, a exemplo do episódio do bezerro de ouro (Ex 32). A tática dos falsos mestres é idêntica àquela utilizada pelos falsos profetas: falar o que o povo quer ouvir (Jr 5.31; 29.8; Mq 2.11). 
Em razão disso, Pedro afirma que muitos seguem as suas práticas libertinas (v.2, ARA). Tal se deve porque, enganadores religiosos não propagam somente falsas doutrinas, mas também falsas condutas. Ao distorcerem a Palavra de Deus, como fez a serpente no Éden, levam os seus seguidores à libertinagem e às práticas imorais, denegrindo o Evangelho diante do mundo. 
Pelos quais será blasfemado o caminho da verdade, prossegue Pedro. Segundo Michael Green, “existe um só caminho da verdade, o próprio Je¬sus Cristo (Jo 14.6); é por isso que a negação dEle é a mesma coisa que o afastamento da verdade”.xii 
A advertência apostólica contra os ensinos que conduziam à imoralidade era crucial naquele momento. Além do gnosticismo, a comunidade cristã também padecia com os ensinos heréticos dos antinomistas. Estes apregoavam a desnecessidade dos crentes seguirem princípios éticos, ao argumento de que os preceitos morais da Lei de Deus não teriam mais validade após a morte de Cristo. 
Para os falsos mestres, não há qualquer problema em ser crente e ao mesmo tempo viver deliberadamente no pecado. "Jesus só quer o coração" é a frase que melhor resume este ensinamento insidioso. Esta mentira satânica enganou muitas pessoas naquele tempo e continua a seduzir muitos crentes, inclusive jovens, nos dias de hoje. Paulo combateu aqueles que achavam que por causa da graça de Deus podiam continuar numa vida dissoluta (Rm 6.1-4). A graça divina, afinal, não justifica a continuidade no pecado!
Como consequência dos falsos ensinos e suas práticas, Pedro enfatiza que o caminho da verdade é blasfemado. Ou seja, ao deturpar o Evangelho, os impostores trazem escândalo à igreja e envergonham o nome de Cristo. 
Buscam lucro e proveito próprio (2.3a)
Outra marca dos falsos mestres é a busca do lucro financeiro por meio da fé. Movidos pela avareza, eles tratam os seus seguidores como mercadorias, fazendo deles negócio com palavras fingidas. Eles fazem da religião a fonte dos seus lucros.
Certamente, como ensina Lawrence Richards, "não devemos nos precipitar e considerar alguém como um ''falso mestre" com base na sua renda financeira. A questão aqui é a motivação e a exploração financeira" xiii. Exploradores da fé não amam as pessoas, amam o dinheiro. Eles não estão preocupados com o crescimento espiritual dos crentes, e sim com o próprio benefício financeiro. Judas diz que eles são pastores que "apascentam a si mesmos".
Naquela época, muitos desses falsários espirituais cobravam para realizar suas práticas religiosas. Em nossos dias não é diferente. Em muitos casos, há quem use o ministério cristão com propósitos egoístas, com os olhos voltados para o lucro financeiro. Que Deus nos dê sabedoria para discernir entre o falso e o verdadeiro, entre aqueles que servem a Deus e aqueles que servem aos seus interesses pessoais dentro da igreja!
O Julgamento dos Impostores da Fé
Uma sentença decretada (2.3b)
Pedro finaliza o verso 3 dando um alento aos fiéis que clamam por justiça. O tempo dos falsos mestres está terminando; o destino deles é certo: a condenação final. Ninguém poderá livrá-los da sentença do Justo Juiz, porquanto hão de pagar o preço pelos seus falsos ensinamentos e pelas vidas que desviou da verdade. Em sua Palavra, Deus sempre deu a conhecer a sentença sobre os impostores religiosos (Dt 13.1-5; Ap 21.8). No Julgamento Final, nem mesmo o fato de dizerem que profetizaram, expulsaram demônios ou fizeram maravilhas no nome de Deus será suficiente para livrá-los. Jesus lhes dirá: "Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade" (Mt 7.23).
O Deus de justiça (2.4-9)
O apóstolo comprova a certeza da severa condenação divina com base em três condenações anteriores: a rebelião angelical, a geração pré-diluviana e as cidades de Sodoma e Gomorra. "(...) se Deus condenou os anjos que pecaram lançando-os no inferno, se Deus condenou o mundo antigo destruindo-o pelo dilúvio, se Deus condenou as cidades da planície reduzindo-as a cinzas, então é absolutamente certo que os falsos mestres também receberão a sua condenação" xiv.
Esta passagem enaltece a justiça e a imparcialidade de Deus. Ele é amor, mas é também justiça (Sl 50.6).  De modo claro, essa passagem das Escrituras confronta os falsos ensinos que negam a ideia do inferno e da punição eterna para os pecadores. Nesse sentido, o universalismo - linha teológica que afirma que todos os homens estão destinados à salvação eterna - não encontra qualquer respaldo no texto sagrado.
Pedro contrasta a condenação dos ímpios com o livramento dos justos. Ele recorda que Deus guardou a Noé e sua família, e livrou a Ló. Evidentemente, isso é uma prova do favor divino em benefício dos pecadores arrependidos. O perdão de Deus está disponível àqueles que abandonam o pecado e passam a viver inteiramente para Ele, mediante a graça. Por essa razão, não é possível conceber a ideia segundo a qual a salvação é uma ação divina incondicional, sem a necessária correspondência por parte do homem. A condição da salvação é estar em Cristo, permanecendo fiel à sua Palavra. Isso pressupõe fé e arrependimento dos pecados. 
Desde a queda do primeiro casal, as mentiras de Satanás e as heresias provindas da obra da carne (Gl 5.20) tentam afastar os homens da verdade de Deus, por meio da sedução e do engano. Como vimos, nesta segunda epístola Pedro adverte os crentes sobre os perigos dos falsos mestres e seus ensinos heréticos, os quais distorcem as doutrinas bíblicas e conduzem as pessoas a um padrão de vida imoral. A mensagem do apóstolo Pedro ecoa com grande intensidade para a igreja contemporânea, num tempo de falsa tolerância e pluralismo religioso, que tenta a todo custo colocar Jesus ao lado de outros deuses e transmitir a ideia de que todos os caminhos conduzem a Deus. Todavia, a verdade nunca se confunde com a mentira!
Notas e referências do Capítulo 11
*Adquira o livro do trimestre. NASCIMENTO, Valmir. A Razão da Nossa Esperança: Alegria, Crescimento e Firmeza nas Cartas de Pedro. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

i MCGRATH, 2014, p. 8.
ii KOSTENBERGER, Andreas J., KRUGER, Michael. A heresia da ortodoxia. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 18.
iii MCGRATH, Alister. Heresia: uma história em defesa da verdade. São Paulo: Hagnos, 2014, p. 60.
iv  OLSON, 2004, p. 43.
v MCGRATH, 2014, p. 46-47.
vi Idem.
vii ZUCK, 2016, p. 517.
viii WIRSBE, 2007, p. 577.
ix Idem.
x LEWIS, C. S. Cristianismo puro e simples. São Paulo: Martins Fontes. 2005, p. 68-71.
xi LUTZER, Erwin. Cristo entre outros deuses: uma defesa da fé crista numa era de tolerância. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p. 81.
xii GREEN, 1983, p. 92.
xiii RICHARDS, 212, p. 974.
xiv ARRINGTON; STRONSTAD, 2015, p. 937. 

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 11 - 3º Trimestre 2019 - A Mordomia das Obras de Misericórdia - Adultos.

Lição 11 - A Mordomia das Obras de Misericórdia 

3º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – SIGNIFICADO DE MISERICÓRDIA
II – A MORDOMIA DA MISERICÓRDIA CRISTÃ
III – CUIDADOS NA PRÁTICA DAS BOAS OBRAS

Elinaldo Renovato
“Misericordioso e piedoso é o SENHOR; longânimo e grande em benignidade” (Sl 103.8). Misericórdia faz parte do caráter e dos atributos morais de Deus transferíveis ao homem. Ele não transmite ou reparte seus atributos absolutos, o de onipotência, onisciência e onipresença, dentre outros, mas Ele transfere seus atributos relativos para os homens. Sendo misericordioso, Deus quer que seus filhos também o sejam. “Misericórdia é o princípio eterno da natureza de Deus que o leva a buscar o bem temporal e a salvação eterna dos que se opuseram à vontade dele, mesmo a custo do sacrifício próprio” 1. Se Ele não fosse misericordioso, ninguém subsistiria ante sua santidade. “As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3.22).
Bancroft 2 diz que a misericórdia era mais enfatizada no Antigo Testamento, enquanto a graça é mais apresentada no Novo Testamento. Ele dizia que misericórdia também é sinônimo da longanimidade de Deus. A misericórdia de Deus é a manifestação do seu sentimento para com os que se acham angustiados, em miséria, seja pelo pecado, seja pelo sofrimento. A misericórdia de Deus age no sentido de livrar o sofredor de seus problemas. A Bíblia diz: “Misericordioso e piedoso é o SENHOR; longânimo e grande em benignidade” (Sl 103.8); “Piedoso e benigno é o SENHOR, sofredor e de grande misericórdia” (Sl 145.8).
Com essa visão acerca de Deus, a Bíblia mostra-nos que Ele requer de seus filhos que também sejam misericordiosos, que façam obras que demonstre esse sentimento, que é fruto do amor cristão, que deve dominar os corações dos que o aceitam como Salvador. Assim como Deus deseja livrar o que sofre de suas aflições, da mesma forma, o crente fiel precisa sentir compaixão e misericórdia daqueles que estão ao seu redor, ou de que tem conhecimento, no sentido de não só orar por eles, como também fazer o que estiver ao seu alcance para minorar a dor alheia. O salvo precisa cultivar e difundir obras de misericórdia e de amor. São obras que refletem o amor cristão na prática, ou seja, a caridade. O apóstolo João escreveu em sua primeira epístola: “Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar o seu coração, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1 Jo 3.17,18). João, considerado “o apóstolo do amor”, foi, de fato, o escritor bíblico que mais discorreu sobre a importância de praticar o amor de Deus na vida cristã. A exemplo de Tiago, João questiona se “a caridade de Deus” está naquele que, vendo seu irmão necessitado, fecha o coração. E ele completa com uma solene exortação, ensinando que não devemos amar apenas “de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade”. 
Um cristão só pode identificar-se com Deus e com Cristo se praticar a misericórdia. Jesus censurou os fariseus na questão dos dízimos, pois esses se diziam os mais rigorosos no cumprimento da Lei, a ponto de pagarem os dízimos das coisas mínimas, como o “endro e o cominho”; mas eles desprezavam, segundo Jesus, “o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé” (Mt 23.23 – grifo acrescido). A prática da misericórdia é condição determinante para alguém alcançar a misericórdia de Deus no Juízo. Tiago diz: “Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa sobre o juízo” (Tg 2.13). 
Texto extraído da obra “Tempo, Bens e Talentos”, editada pela CPAD. 

1 Augustus H. STRONG, Teologia Sistemática, p. 431. 
2 E. H. BANCROFT, Teologia Sistemática, p. 77.

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sábado, 7 de setembro de 2019

Lição 10 - 3º Trimestre 2019 - Jesus é o meu Pastor - Berçário.

Lição 10 - Jesus é o meu pastor 

3º Trimestre de 2019 
Objetivo da lição: Apresentar Jesus como o Bom Pastor, que deu por eles a vida.
É hora do versículo: “[...] O bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10.11).
Nesta lição, as crianças serão apresentadas a Jesus como o Bom Pastor, que deu por elas a vida. Ele nos carrega em seus braços e cuida de nós, assim como a mamãe, o papai, os avós, os tios e as tias cuidam do bebê.
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças colorirem, usando giz de cera, a figura de Jesus, o Bom Pastor, segurando as ovelhas. 
pastor licao10 bercario
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 10 - 3º Trimestre 2019 - O Amigo do Papai do Céu - Maternal.

Lição 10 - O Amigo do Papai do Céu 

3º Trimestre de 2019
Objetivo da lição: Mostrar à criança que Deus é o nosso verdadeiro amigo. 
Para guardar no coração: “[...] Chamo vocês de amigos [...].” (Jo  15.15)
Mensagem ao professor
“Somos seres sociáveis. Fomos criados com a necessidade de relacionar-nos com outros de nossa espécie. Observando os animais viverem em grupos da mesma raça, Adão sentiu-se só; desejou ter alguém com quem conversar e partilhar as boas coisas do Éden. Deus supriu esta necessidade criando Eva. Ambos tornaram-se não apenas marido e mulher, mas grandes amigos. E, além de terem um ao outro, desfrutavam da amizade de Deus que, todas as tardes, vinha conversar com eles no jardim (Gn 3.8). O próprio Deus aprecia a comunhão com os seres humanos. Jesus cultivava boas amizades aqui na terra; mesmo sendo o Filho de Deus, gostava de ter amigos. Além dos discípulos que estavam sempre com Ele, o Senhor passava bons momentos na companhia de Marta, Maria e Lázaro (Jo 11.5). Ele entende que você precisa de amigos, e aprova as boas amizades. Ele sabe que “melhor é serem dois... se um cair, o outro levanta o seu companheiro” (Ec 4.9,10).
Que dádiva de Deus é ter um amigo que nos anima e conforta, que ora conosco e nos ampara na travessia do vale sombrio, mas que também ri e conosco comemora, quanto chegamos ao topo da montanha. Um amigo que nos ouve sem julgar. Que nos aceita do jeito que somos, mas que faz o possível para nos melhorar. Glorifique a Deus pelos amigos que você tem, e seja você também um amigo bom e leal” (Marta Doreto).    
Perfil da criança
“Lembramos, mais uma vez, que a criança do maternal acha-se numa faze em que come muito, dorme bastante, e cresce ininterrupta e rapidamente. Resultado: é uma criança cheia de energia.
E toda energia sem controle é desastrosa, como bem explica o Pr. Antônio Gilberto, ao falar dos dons espirituais. Explica ele que, ‘a eletricidade, quando domada nas subestações, torna-se apropriada ao consumo doméstico, mas nas linhas de alta tensão é letal e destruidora’. O mesmo princípio aplica-se à energia física acumulada nas crianças. Se ela for bem canalizada e distribuída em atividades diversas, ao longo da aula, resultará em melhor aproveitamento do ensino por parte do aluno, e satisfação sem estresse para o professor.
Frisamos que o aprendizado dessa ‘turma enérgica’ dá-se principalmente por meio do olhar as coisas, do gesticular, repetir falas, pular, correr, atirar coisas, etc. Tenha isto sempre em mente, e não caia no erro de esperar, muito menos de exigir, que os seus alunos fiquem sentados passivamente, ouvindo-o contar uma história ou explicar um conceito.
Permita-lhes participar ativamente da aula, repetindo as falas dos personagens, imitando-lhes os movimentos, e ‘conversando’ com eles, ao dirigir-lhes cumprimentos, elogios, palavras de consolação, repreensão, etc” (Marta Doreto). 
Até logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Recomende às crianças que peçam aos pais para que leiam (em uma bíblia infantil) a história de Abraão, o amigo de Deus que se encontra em Gênesis 11.31—12.9.   Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal

Lição 10 - 3º Trimestre 2019 - O Meu Amigo Guia e Protege o seu Povo - Jd. Infância.

Lição 10 - O meu Amigo Guia e Protege o seu Povo 

3º Trimestre de 2019
Objetivo: Os alunos deverão reconhecer que o deserto é um local difícil de viver; e relacionar alguns cuidados de Deus.  
É hora do versículo: “Confie no SENHOR. Tenha fé e coragem [...]” (Sl 27.14).
Professor, continuamos falando de cuidado e proteção com nossas crianças. Na lição passada as crianças viram o poder de Deus abrindo o Mar Vermelho, e depois de passar pelo mar com os pés secos, o povo continuou caminhando pelo deserto rumo à Terra Prometida. Agora não tinha mais o perigo de serem pegos por Faraó, mas eles tinham os perigos do deserto e ainda precisavam do cuidado e da proteção de Deus. E como Deus mostrava que estava com o seu povo? Através da nuvem durante o dia e da coluna de fogo durante a noite. 
Não se preocupe se você acha que essa história está se repetindo, pois há vantagem na repetição. “Acreditamos que é bom cantar os mesmos corinhos — com a mesma letra de música — por anos e anos, durante o crescimento dos nossos filhos. Fazemos o mesmo com versos e gestos; não hesitamos em repeti-los, quando já nos julgamos habilidosos em alguns deles. Contudo, quando falamos de histórias, logo pensamos: ‘Ah, já ouviram esta’. Mas se as histórias mantém as palavras corretas, as crianças querem ouvi-las mais uma vez, querem reconhecer suas falas favoritas, sem que sejam modificadas. Podemos ajudar nossas crianças a conhecer as histórias bíblicas tão bem como conhecem as três palavrinhas ‘Jesus me ama’, se assim as ensinarmos desde cedo.” (Beechick, Ruth. Como ensinar crianças do Jardim de Infância: Compreendendo e educando crianças de 4 e 5 anos. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 65,66)
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 10 - 3º Trimestre 2019 - Os Dez Mandamentos - Primários.

Lição 10 - Os Dez Mandamentos 

3º Trimestre de 2019
Objetivo: Que o aluno compreenda que os mandamentos de Deus são importantes para o nosso bem-estar.
Ponto central: Os mandamentos de Deus são para o nosso bem.
Memória em ação: “Guardo a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti” (Salmos 119.11).
Querido (a) professor (a), no próximo domingo o tema de nossa aula é provavelmente o mais conhecido do Pentateuco – os Dez Mandamentos. 
Muitas crianças lembrarão de imediato de alguma referência que já tiveram sobre o assunto, até mesmo vinda do universo externo à igreja, como na escola, programação televisiva, filme, série, novela... Portanto, para atrair a atenção delas pergunte se elas já ouviram falar, conhecem, sabem de cor... Deixem que se expressem livremente e com tato e carinho vá corrigindo qualquer informação equivocada.
A fim de despertar ainda mais o interesse delas para a nossa próxima lição, diga que hoje elas se divertirão muito aprendendo. Além de todo o conteúdo programático de sua revista, sugerimos aqui, caso haja tempo, duas brincadeiras para a memorização. Lembrando sempre que o lúdico é muito eficaz para o ensino e aprendizagem. 
A primeira é um jogo da memória. Porém, invés deles localizarem a carta do mandamento transcrito, eles deverão formar o par com o número, a ordem do mandamento. Por exemplo: “Respeite seu pai e sua mãe” deverá fazer par com o numeral 5º, por ser o quinto mandamento.
Para a confecção deste material você pode usar sua criatividade livremente. Seja aproveitando sobras de materiais de outras aulas, ou até permitindo que as próprias crianças façam o jogo, sob sua orientação, escrevendo os mandamentos e/ou enfeitando os numerais. O jogo pode ser em EVA com peças grandes – posteriormente pode virar um pôster ou ocupar um mural em sala – ou mesmo algo mais simples, com peças pequenas em cartolina ou o papel que você dispuser.
Outra sugestão é a elaboração de uma “Amarelinha” em classe. Pode ser previamente confeccionada por você ou mesmo a tradicional, desenhada com giz no chão, dependendo e se adequando sempre a realidade de sua igreja. Cada criança jogará normalmente a diferença é que quando chegarem ao número em que a pedrinha caiu deverá dizer o mandamento correspondente a ele. A diversão é garantida e o aprendizado e memorização também.
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Deus te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD

Lição 10 - 3º Trimestre 2019 - Ética Cristã nos Relacionamentos - Juvenis.

Lição 10 - Ética Cristã nos Relacionamentos 

3º Trimestre de 2019
“E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18).
OBJETIVOS
Apontar para a necessidade de relacionar-se;
Mostrar que o cristão não pode viver isolado;
Conscientizar sobre o valor de uma boa amizade.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. O SER HUMANO É UM SER SOCIAL
2. RELACIONAMENTOS COM CRENTES E NÃO-CRENTES
3. UMA AMIZADE SINCERA E BOA DEMAIS
Querido (a) professor (a), vamos prosseguir estudando ética, desta vez na esfera dos relacionamentos. Em sua revista você encontrará todo o planejamento de aula e subsídio necessário. 
É interessante aproveitar a temática que será levantada em classe, para aprofundar o debate sobre “jugo desigual”. Muitos associam esta expressão apenas a uma relação entre evangélico e alguém do mundo. Contudo, é importante salientar que o joio cresce junto ao trigo (Cf. Mt 13.24-30). Ou seja, pode e ocorre com frequência de o jugo desigual se dar entre dois “crentes”, duas pessoas da igreja. Portanto, acima de avaliar um status religioso, é importante incentivar os juvenis a observarem o caráter das pessoas com as quais se relacionam através de suas atitudes, não por suas palavras ou suposta fé.
Outro ponto relevante a ser debatido é o jugo desigual não só sob a ótica da espiritualidade, mas também analisando outros critérios importantes: interesses, comportamento, personalidade, ética e uma série de outros fatores que precisam ser minimamente compatíveis para que haja uma relação sadia.
A fim de lhe proporcionar ainda maior reflexão acerca do assunto desta próxima aula, segue um artigo para do nosso comentarista e autor da CPAD, Esdras Bentho, que também é Mestre, Doutorando em Teologia e professor da FAECAD.
A arte dos relacionamentos
Não existem relacionamentos perfeitos. Eles são construídos e dependentes da experiência, maturidade e sabedoria da pessoa em interpretar e corrigir as experiências afetivas negativas (Pv 15.31), transformando-as em lições positivas para que não se repita os erros cometidos (Pv 9.9; 13.16). É preciso educar as emoções para conviver com as diferenças e não responder o agravo com outro (Pv 15.1, 18, 23). Isto não ocorre de um dia para o outro, mas é um processo que perdura por toda vida. 
Relacionamentos saudáveis e afetividade (Jo 13.34)
O homem é um ser em construção. Ele não nasce pronto, acabado, mas do início ao fim da vida está em permanente desenvolvimento de sua personalidade, talentos, habilidades e relacionamentos (Sl 103.14-16). O homem não é apenas capaz de aprender, como também em desaprender, adquirir novos hábitos e caminhar rumo à maturidade (Ec 3.1-7). Ele cria e recria a si mesmo.  
A construção do sujeito não é um processo retilíneo, mas repleto de serpenteados, de rupturas e retomadas de rumo, como afirma Ec 3. Ele cresce no cultivo da vida social e deve ser sábio para distinguir os relacionamentos bons dos maus, as boas companhias das más, as interações frutíferas das frívolas e assim sucessivamente (Pv 13.20; 14.8). É no encontro dos vários afluentes da vida social, espiritual e afetiva que a vida e a identidade do sujeito são construídas. Ele tanto exerce quanto sofre influências e deve proceder de tal modo que as influências negativas não modifiquem seu comportamento e suas escolhas cristãs (Pv 14.33; 1Co 13.11). O homem deve ser bom apesar de toda lama que o cerca (Pv 4.20-27; 16.2; 21.21). 
Entendendo as interações humanas como parte de um processo necessário à construção do sujeito, e que esse desenvolvimento não ocorre exatamente como fórmulas matemáticas, mas se trata de uma construção social na qual o indivíduo se constitui e prossegue se constituindo, a pessoa é responsável por aquilo que cultiva e pelas escolhas que faz ao longo do caminho (Pv 16.9; 22.24-26). Nessa lida, a educação dos sentimentos desenvolvidos nas interações sociais na infância e adolescência são muito significativas para a nova fase da vida adulta, a qual o jovem, por exemplo, já se encontra no limiar. Cabe bem uma parte da poesia de Rudyard Kipling (Citado por Júlio Schwantes, em Colunas do Caráter):
“Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes, e, entre reis, não perder a naturalidade, e de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes, se a todos podes ser de alguma utilidade, e se és capaz de dar, segundo por segundo, ao minuto fatal todo valor e brilho, tua é a terra com tudo o que existe no mundo, e – o que ainda é muito mais – és um Homem, meu filho!.” 
Relacionamentos doentios e o ser  
O desenvolvimento integral do homem não deve ser fragmentado na imatura linguagem teológica da dicotomia ou tricotomia (Lc 2.52; 1Ts 5.23; Hb 4.12) ou mesmo nas expressões da psicologia (motor, afetivo, cognitivo, social), como se o crescimento afetivo saudável ou doentio se manifestasse em uma das partes sem afetar ou ter relação com o todo. O ser humano se desenvolve numa totalidade e cada uma das dimensões que o compõe é afetada como também influencia umas às outras. No exemplo de Saul, o primeiro a ser prejudicado foi o próprio rei que, tomado de profunda inveja e ira (Pv 14.17, 30), não teve maturidade para resolver seus dilemas e conflitos, vindo a cometer suicídio (1Sm 31.1-6). O desgaste emocional de Saul (1Sm 18.7-9) teria sido evitado se ele dominasse a si próprio (Pv 30.33; 25.28; Gl 5.23). 
[...] Sentir raiva, inveja, ciúmes entre outros sentimentos que afetam a vida psicossocial do homem, embora não desejável, faz parte da vida humana e da aprendizagem afetiva a qual o homem está trilhando e são descritos na Bíblia como pecado (Gl 5). Todavia, é necessário dominar e refrear tais sentimentos e impulsos (Pv 25.38; At 24.25). Caim (Gn 4.8-15), Saul (1Sm 18.7-15) e Sansão (Jz 14) são exemplos de pessoas que se deixaram levar por sentimentos que destruíram suas vidas. Leia a recomendação de Deus a Caim (Gn 4.7). Afirmou Júlio Schwantes, em Colunas do Caráter: "O domínio-próprio é uma conquista diária, em que as pequenas vitórias de hoje preparam as vitórias maiores de amanhã". Deste modo, afirmo que a verdadeira grandeza do homem é medida pela força dos sentimentos que ele domina, e não pelos sentimentos que o dominam.  
Construção de bons relacionamentos
Para compreender a base dos bons e dos maus relacionamentos é preciso entender a construção do próprio sujeito em seus diversos níveis: social, cultural, religioso. As interações sociais são construídas com base nos valores advindos da experiência de vida e formação da personalidade e caráter das pessoas. Nisto, a educação familiar como também a sociedade pode interferir positiva ou negativamente na construção ou não de relacionamentos maduros (Pv 23.13; 20.11; 29.15). Todavia, isso não significa que o sujeito esteja mecanicamente determinado por essas relações sociais, contudo, não se pode negar as influências externas na formação da afetividade. Da mesma forma como se aprende bons hábitos pode-se também com algum esforço abandonar os maus costumes e sentimentos que prejudicam as interações humanas. 
Bons relacionamentos são construídos ao longo do processo de aprendizado de vida do indivíduo (1Sm 18.1). Eles são capazes de estimular o que há de melhor no outro, revelando qualidades que talvez fosse ignorada pela própria pessoa (1Sm 19.1-7), pois favorece o conhecimento de si e do outro (1Sm 18.3-4). Eles não surgem de modo inesperado e mágico, mas desenvolvem-se à medida que os interesses e afinidades correspondem ao do outro. Neste aspecto, é importante escolher e iniciar boas amizades e relacionamentos saudáveis nos grupos de afinidades como a família e a igreja. Nesses dois grupos principais, os valores, os objetivos e as crenças são possivelmente mais afins do que noutros grupos de interesse como os da empresa, da universidade, onde nem sempre se encontram pessoas dispostas a compartilhar dos valores e crenças pessoais. A igreja, a comunidade da fé, é o lugar ideal para que o cristão estabeleça relacionamentos maduros e duradouros. Isto é possível porque há certa afinidade e interesse mútuos. Os princípios estabelecidos no Salmo 1.1-6 e 1 Coríntios 15.33 devem ser observados cuidadosamente por aqueles que desejam agradar ao Senhor, até mesmo na seleção de suas amizades e relacionamentos sólidos.
Infelizmente, os bons relacionamentos estão cada vez mais raros. O vulgar é ter muitas “curtidas” e “amigos” nas redes sociais, mas raro são os amigos para se estabelecer relacionamentos verdadeiros e duradouros. Todavia, isso não quer dizer que estabelecer bons relacionamentos seja impossível, apenas que boas interações humanas não se acham em qualquer lugar como mercadoria barata e de pouco prestígio. Alguns não encontram boas pessoas para se estabelecer boas interações humanas e significativas pelo simples fato de procurarem em lugares ruins. Daí a razão pela qual devemos valorizar as amizades dentro do grupo de interesse como a família e a igreja e, mesmo assim, doses de discernimento e perspicácia são necessários. Nem todas as amizades na comunidade de fé são sinceras. Sempre há um "judas" disposto a macular a honra dos outros e pilhar as sobras. Portanto, cultive os bons relacionamentos! Invista nas pessoas com as quais existe certa afinidade, principalmente com os domésticos na fé.
Personagens como Caim, Saul e Sansão ilustram como a falta de domínio pessoal sobre os sentimentos e desejos podem prejudicar as interações humanas. Portanto, se você tem dificuldade em dominar a si próprio ore a Deus pedindo o fruto do Espírito (Gl 5.22-23). 
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

Lição 10 - 3º Trimestre 2019 - Um Grande Sermão - Juniores.

Lição 10 - Um grande sermão 

3º Trimestre de 2019
Texto Bíblico – Mateus 5.1-12.
Prezado(a) Professor(a),
Na aula desta semana seus alunos aprenderão a respeito da verdadeira felicidade. Jesus ensinou que existem atitudes que trazem a verdadeira felicidade aos nossos corações. Muitos procuram a felicidade em várias coisas deste mundo, achando que os bens materiais ou os prazeres da vida terrena podem preencher o vazio que sentem ou trazer alegria. Por isso, é importante que seus alunos aprendam desde cedo a respeito da verdadeira felicidade. 
Jesus expôs a vontade de Deus para os seus servos quando detalhou o Sermão do Monte (cf. Mt 5.1-12). Os ensinamentos apresentados neste sermão remetem às qualidades do caráter do cristão.
“Grandes multidões seguiam Jesus. Ele era o principal assunto da cidade; todos queriam vê-lo. Os discípulos, os companheiros mais íntimos desde homem popular, certamente foram tentados a sentirem-se importantes, orgulhosos e possessivos. Estar com Jesus não apenas lhes garantia prestígio, mas também poderia constituir-se numa oportunidade para receber dinheiro e poder.
As multidões se reuniam mais uma vez. Porém antes de dirigir-se a tão grande número de ouvintes, Jesus chamou seus discípulos à parte e advertiu-os sobre as tentações que enfrentariam como companheiros dEle. Disse-lhes que não esperassem fama e fortuna, mas pranto, fome e perseguição. No entanto, Jesus garantiu a seus discípulos que seriam recompensados, mas talvez não nesta vida.
Pode haver ocasiões em que seguir a Jesus traga grande popularidade. Aqueles que não viverem de acordo com as palavras de Jesus neste sermão poderão, para própria desgraça, usar a mensagem de Deus somente para promover seus interesses pessoais.
Jesus começou seu sermão com palavras que pareciam contradizer-se. Mas o modo de vida de Deu normalmente contradiz o do mundo. Se você deseja viver para Deus, deve estar pronto para dizer e fazer o que parece estranho para o mundo. Deve estar disposto a dar quando outros abusam. Abrindo mão de seus direitos e benefícios a fim de servir os outros, um dia receberá tudo o que Deus tem reservado para você.
Há pelo menos quatro considerações sobre as bem-aventuranças. (1) São um código de ética para os discípulos e um padrão de conduta para todos os cristãos. (2) Contrastam os valores do Reino, que é eterno, com os terrenos, que são temporários. (3) Contrastam a fé superficial dos fariseus com a fé real que Cristo exige. (4) Demonstram que as expectativas do Antigo Testamento cumprir-se-ão no novo Reino.
As bem-aventuranças não nos permitem escolher aquelas que nos agradam e desprezar as demais; devem ser consideradas como um todo, pois relacionam o que nós enfrentamos e como devemos agir como seguidores de Cristo” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp. 1222-23).
Como bons discípulos é nosso dever permitir que o Espírito Santo aperfeiçoe o caráter de Cristo em nós, a fim de que todas estas qualidades citadas no Sermão do Monte façam parte da nossa realidade diária. 
Para reforçar o ensinamento da lição de hoje, sugerimos a seguinte atividade:
Confeccione cartões com as palavras abaixo e coloque em uma sacola. Leia novamente o texto bíblico do Sermão do Monte, juntamente com seus alunos. Em seguida, retire as palavras da sacola, uma de cada vez, apresente para a turma e pergunte a qual bem-aventurança se refere.
 HUMILDADE – POBRE – FOME – MISERICÓRDIA –CORAÇÃO – PAZ – PERSEGUIÇÃO – CHORO

Lição 10 - 3º Trimestre 2019 - O Perdão Aproxima-nos de Deus - Pré Adolescentes.

Lição 10 - O Perdão aproxima-nos de Deus 

3º Trimestre de 2019
A lição de hoje encontra-se em: Mateus 5.43-48; Marcos 11.25,26.
Prezado(a) professor(a),
Na aula de hoje seus alunos aprenderão a respeito do perdão, uma qualidade indispensável ao servo de Deus. Jesus ensinou que o perdão é uma decisão que devemos tomar se quisermos adentrar no Reino Celestial. Embora não seja uma atitude fácil, perdoar não deixa de ser uma condição, pois se não perdoarmos aqueles que nos causaram algum mal, nosso Pai Celestial também não perdoará as nossas faltas perante Ele (cf. Mt 6.14,15).
De fato, não há ninguém que possa afirmar que é perfeito e em algum momento da vida nunca tenha errado. Por esse motivo, devemos reconhecer que somos imperfeitos e, da mesma maneira que esperamos sermos tratados pelo nosso Senhor, devemos tratar as pessoas que estão à nossa volta.
Seus alunos estão na fase em que devem aprender a ser responsáveis por cada decisão que precisam tomar. Alguns aspectos emocionais são aprendidos com os responsáveis ainda na infância. Dentre eles está o hábito de perdoar o próximo. Se uma criança aprende com seus pais que deve resistir perdoar alguém que lhe tenha feito algum mal, crescerá desenvolvendo essa dificuldade. Na fase da infância, o exemplo dos pais é fundamental na formação do caráter.
Por esse motivo, o perdão deve ser um exercício aprendido desde a infância, e quando chegar a fase adulta a pessoa não sofrerá com problemas emocionais causados por conta da ausência de perdão.
“Ao ensinar a não retaliar os inimigos, Jesus nos impede de procurar fazer justiça com as próprias mãos. Amando e orando por nossos adversários, podemos vencer o mal com o bem. Os fariseus interpretavam de forma diferente os textos em Levítico 19.18 e Salmos 139.19-22; 140.9-11: eles criam que deviam amar somente aqueles que os amavam e odiar seus inimigos. Mas Jesus disse que devemos amar nossos inimigos. Se você os amar e tratá-los bem, demonstrará que Jesus verdadeiramente é o Senhor da sua vida. Isso só é possível àqueles que se entregam completamente a Deus, porque só Ele pode livrar-nos de nosso egoísmo natural. Devemos confiar no Espírito Santo que nos ajuda a demonstrar amor para com quem não amamos.
[...] Jesus nos dá uma surpreendente advertência sobre o perdão: se recusarmos perdoar aos outros, negamos nossa condição de pecadores que precisam do perdão de Deus. O perdão dos pecados, concedido por Deus quando aceitamos Jesus como Salvador e Senhor, não é resultado direto de perdoamos aos outros, e sim do sacrifício de Cristo por nós (ver Ef 4.32), mas ao entendermos o significado da misericórdia de Deus para conosco, devemos colocá-la em prática em relação a nosso próximo. É fácil pedir perdão a Deus, mas é difícil concedê-lo aos outros. Sempre que pedirmos que Deus perdoe os nossos pecados, devemos perguntar a nós mesmos: será que eu tenho perdoado aqueles que me têm magoado?” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp. 1226, 1228).
Aproveite e converse com seus alunos a respeito da dificuldade de perdoar. Explique que a magoa, o rancor, a raiva e outros sentimentos parecidos com esses estão ligados à nossa emoção. De outro modo, o perdão, o amor ensinado por Jesus, a alegria e outros aspectos benéficos encontrados nos mandamentos do Senhor estão ligados à nossa reflexão e capacidade de decisão. Portanto, podem ser pensados e colocados em prática como ensina nosso Senhor.

Lição 10 - 3º Trimestre 2019 - A Igreja e Sociedade - Adolescentes.

Lição 10 - A Igreja e Sociedade 

3º Trimestre de 2019

ESBOÇO DA LIÇÃO
O QUE É IGREJA
O VALOR DA IGREJA
LUGAR DE COMUNHÃO E SERVIÇO
AS ORDENANÇAS À IGREJA
OBJETIVOS
Ensinar
 o que a Igreja, dentro de uma perspectiva bíblica.
Conscientizar a respeito da importância da Igreja do Senhor.
Mostrar as ordenanças das igrejas.
Prezado professor, 
Prezada professora,
A paz do Senhor!
A lição desta semana versa sobre a relação entre Igreja e Sociedade. Um assunto muito importante para todos os que se identificam como parte do Corpo de Cristo, a Igreja. Por isso, considere as quatro perguntas abaixo antes de inicial o preparo de tua aula:
O que é a igreja para você? 
Segundo a perspectiva bíblica, qual o fundamento nas Escrituras para a existência da Igreja? 
Como a igreja primitiva encarava o conceito de Igreja?
Assim, para ajudar na reflexão dessas três perguntas, a fim de auxiliá-lo (a) na preparação da lição, disponibilizamos o seguinte texto:
A Igreja como agente do Reino de Deus
Como se vê, o Reino de Deus sobrepuja a esfera de ação da Igreja, pois, como se afirmou acima, tem a ver com a soberania de Deus sobre todas as eras. Entretanto, assim como o povo de Israel constituía-se na congregação de Deus do Antigo Testamento, com a responsabilidade de consubstanciar diante das nações pagãs o conteúdo do Reino de Deus, igualmente foi a Igreja comissionada por Deus com a mesma finalidade. Por viver a maior parte de sua história sob o domínio de outros povos, Israel não soube interpretar as profecias bíblicas acerca do Reino. Esta herança cultural serviu de ambiente propício à proliferação da chamada literatura apocalíptica judaica, como já vimos, cuja essência vislumbrava um juízo que libertasse a nação da opressão política. Este, no entanto, não era o conteúdo da proclamação do Reino de Deus por Jesus. Razão pela qual foi rejeitado pelos seus contemporâneos. Com a rejeição de Jesus pelos judeus, a implantação do Reino de Deus na Terra torna necessária a existência da Igreja para que a soberania divina, mediante o ministério de Cristo, confrontasse os indivíduos a ‘manifestarem uma resposta positiva, introduzindo-os em um novo grupo de comunhão’. Como bem afirmou um respeitado erudito, ‘a Igreja não é senão o resultado da vinda do Reino de Deus ao mundo por intermédio da missão de Jesus Cristo’. A Igreja, portanto, não é o Reino de Deus em sua plenitude, mas a sua expressão entre os homens. 
Como Igreja, ela não proclama a si mesma, mas o Reino de Deus. Ela não é um fim, mas o instrumento que apresenta ao mundo o Senhor do Reino e introduz em suas fronteiras os seres humanos arrancados do reino das trevas. Aqui e agora, em seu confronto com as forças do mal, antecipa as características da vida abundante e da glória divina a serem integralmente experimentadas na dimensão escatológica do Reino de Deus. Nesse sentido, Abraão de Almeida definiu o Reino de Deus como o nosso bem, alinhando oito áreas em que é percebida a sua presença benéfica: a área espiritual, emocional, física, intelectual, política, social, econômica, nacional e internacional. Veja parte do que ele afirma: 
O Reino de Deus é, em primeiro lugar, o nosso bem espiritual. Quando recebemos o Reino, recebemos a nossa plena realização espiritual. O nosso espírito, antes morto, revive com aquela vida abundante que Cristo oferece aos que creem nEle.
Essa realização espiritual, por sua vez, resulta em nosso bem emocional. Nossas emoções, antes confusas, se harmonizam quando adentramos o Reino. O ódio desaparece, dando lugar ao amor, e o amor tudo perdoa (...). 
Quando nossa mente é assim purificada de quaisquer sentimentos de inimizade, de mágoas ou ressentimentos, nosso corpo desfruta saúde, pois o Reino de Deus é também o nosso bem físico. 
São inúmeros os casos de cura física através do perdão. Os médicos confirmam o que acabamos de dizer. A causa de muitas enfermidades está exatamente em nossa recusa em perdoar. Quando abrigamos no coração desejo de vingança, inimizades e invejas, abrigamos também distúrbios circulatórios, respiratórios, glandulares, etc. E quando sobre nós reina o Deus de amor, também reina a saúde. 
O bem físico produzido pelo Reino de Deus em nossa vida resulta em nosso bem intelectual. Centralizados em Deus, os nossos conhecimentos têm amparo universal, cósmico. A própria Bíblia afirma que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Isso equivale a dizer que fora do âmbito do temor do Senhor, ou seja, fora do Reino, nossa intelectualidade se perde, fica sem propósito, e totalmente confusa. Deus considerou louca a sabedoria deste mundo, diz a Bíblia, que também afirma que aprouve a Deus salvar o homem pela loucura da pregação, pois a loucura da pregação, pois a loucura de Deus é mais sábia do que os homens (...). 
Como se observa, todos os que vivem dentro do Reino podem, por isso mesmo, exercer influência em todas as áreas da vida, mesmo que a pressão contrária do reino das trevas tente criar barreiras. Numa sociedade onde os cidadãos do Reino de Deus ocupem os lugares estratégicos e ajam à luz de seus princípios, quer na administração do país, quer na formulação de políticas educacionais, quer estabelecendo diretrizes para o bem-estar social, com certeza a ação deletéria do mal não terá como avançar os seus tentáculos. Por conseguinte, para que o ser humano seja alcançado por esse bem da realeza, a Igreja realiza as obras do Reino mediante a proclamação do evangelho de poder que lhe foi entregue por Cristo. A mesma instrumentalidade que operou em Jesus durante o seu ministério terreno - o Espírito Santo - está presente na vida da Igreja para que os milagres se realizem, as boas novas cheguem até os confins da Terra e ela possa confrontar o orgulho, a falsidade e o egoísmo disseminado pelo reino das trevas, manifestando em sua existência as qualidades do fruto do Espírito que antecipam a verdadeira natureza da era vindoura.
Texto extraído da obra “Transparência da Vida Cristã”, editada pela CPAD. 
Marcelo Oliveira de Oliveira
Redator do Setor de Educação Cristã da CPAD

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Lição 08 - 3º Trimestre 2019 - A Ética Cristã no Namoro - Juvenis.

Lição 8 - A Ética Cristã no Namoro

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis” (2 Coríntios 6.14a).
Esboço da Lição
1. O QUE É E PARA QUE SERVE O NAMORO?
2. RESPEITO AO NAMORADO(A) E A SUA FAMÍLIA
3. SE BEM APROVEITADO, O NAMORO É UMA FASE MARAVILHOSA DA JUVENTUDE

Objetivos
Explicar o propósito do namoro; 
Mostrar que o respeito é indispensável no namoro;
Pontuar o namoro como uma bênção.

Querido(a) professor(a), em nossa próxima aula vamos debater em classe um assunto muito importante e que agrada demais aos juvenis: NAMORO. E para ajudá-lo, além de todos os subsídios e orientações já fornecidas por sua revista, separamos aqui um artigo do pastor Ciro Zibordi, autor pela CPAD do best-seller “Erros que os pregadores devem evitar”. É ainda co-autor da obra “Teologia Sistemática Pentecostal”, também da CPAD.
Namoro: isto ainda existe?
Quando eu era jovem, tive a felicidade de ter sido instruído por meus pais e pastores acerca do namoro cristão. Aprendi que, para ser abençoado no casamento, é preciso começar certo, tendo um namoro de acordo com a vontade do Senhor (Rm 12.1,2), já que “aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 Jo 2.17).
Como meu namoro foi grandemente abençoado por Deus, sinto-me no dever de ajudar a outros, apesar de saber que o que vou dizer aqui parecerá ultrapassado, arcaico e rígido demais para o mundo pós-moderno, em que prevalecem o relativismo, o hedonismo, o egoísmo, o imediatismo e o narcisismo. Mas espero ajudar pelos menos os jovens cristãos realmente interessados em glorificar a Deus em tudo (1 Co 10.31).
Há três fases muito importantes num relacionamento afetivo: namoro, noivado e casamento. O namoro é a fase em que o futuro casal deve se conhecer e, por isso, precisa conversar, conversar, conversar... O noivado é o período de preparação para o casamento, isto é, a união do casal propriamente dita.
O que é o namoro?
Confunde-se, hoje em dia, namoro com flerte, aventura e relacionamento sem compromisso. O chamado “ficar” parece ter chegado para ficar, mesmo. E é comum ouvir jovens dizendo: “Eu só fiquei com ele naquele dia; não foi nada sério”. Entre as pessoas que não temem a Deus prevalece a ideia de que os namorados podem se relacionar intimamente, sem nenhuma restrição. E vemos psicólogos e a própria mídia incentivando isso.
O namoro — namoro, mesmo! — é uma fase de conhecimento recíproco, que precede o período de preparação para o casamento: o noivado. Na palavra “namoro” está contido o termo “amor”, evidenciando que não se trata de um período sem importância. O namoro verdadeiro é para pessoas que se amam, e não para aquelas que apenas têm uma atração passageira ou simplesmente não querem ficar sozinhas.
Quando começar um namoro?
Para se começar um namoro, é preciso ter alcançado a maturidade, período que só vem após a adolescência, uma fase de transição entre a infância e a juventude. Como não se trata de passatempo, e sim de uma importante etapa, só deve pensar em namoro quem realmente está determinado a casar. Quem namora por namorar começa errado e sofrerá as consequências (Gl 6.7). Mas quem pensa em namoro sério precisa, necessariamente, se preocupar com as condições mínimas para um futuro casamento.
Certo rapaz que havia pedido uma jovem em namoro ouviu dela o seguinte: “Eu gostei de você, mas quero que converse com o meu pai”. O rapaz concordou em pedir permissão ao pai da jovem para namorá-la (prática que, hoje em dia, é tida como retrógrada, infelizmente) e, então, chegou o dia do interrogatório:
— Você trabalha? — perguntou o pai da jovem.
— Não, mas Deus vai me ajudar — respondeu o rapaz.
— Estuda?
— Não; precisei parar. Mas Deus vai me ajudar.
— Tem ideia de como sustentará a minha filha quando casarem?
— Não, mas tenho certeza de que Deus me ajudará...
Após ouvir tantas resposta repetitivas, o pai disse a sua filha: “Descobri que sou Deus...”
Sabemos que Deus ajuda a quem se esforça, tem vontade de estudar, trabalhar etc. (Jó 5.7; Pv 31.27). Nesse caso, quem namora — namora, mesmo! — deve ter um alvo: o casamento. E deve trabalhar em prol de tal realização, por mais estranhos que isso possa parecer nesses tempos pós-modernos.
Como encontrar a pessoa ideal para namorar?
Quem pensa em namorar de verdade, tendo como objetivo o casamento, precisa atentar para o seguinte:
Ore com fé, esperando no Senhor (Sl 40.1). Ele é poderoso para ajudar o jovem cristão a encontrar a pessoa certa (Pv 19.14). Ao mesmo tempo, é necessário procurar (Pv 18.22), pois em tudo, na vida, existe a parte de Deus e a do homem (cf. Pv 16.1,2; Tg 4.8).
Tenha cuidado com os profetizadores casamenteiros (Ez 13.2,3; Ap 2.20). A profecia, como dom do Espírito Santo que se manifesta, comumente, num culto coletivo a Deus, não serve, em regra geral, para ajudar os jovens crentes a encontrarem a “pessoa preparada”. Suas finalidades são edificação, exortação e consolação do povo de Deus (1 Co 14.3). Muitos hoje são infelizes em sua vida conjugal porque deram ouvidos a falsos profetas. Namoro é coisa séria! Não se deve permitir que a escolha tenha a interferência de terceiros, exceto a dos pais, que devem sim aconselhar e ajudar os filhos nessa tomada de decisão.
Procure uma pessoa segundo os critérios contidos na Palavra de Deus. Nessa busca, é necessário identificar qualidades, como a espiritualidade (1 Co 2.14-16; 5.11), que é uma beleza interior (Pv 15.13). Muitos se preocupam demasiadamente com a beleza física, que é enganosa (Pv 31.30). Esquecem-se de que a beleza do coração é a mais importante (1 Sm 16.17) e permanece mesmo com o passar dos anos, enquanto a exterior é ilusória, passageira e morrerá tal como uma flor (Pv 11.22; 1 Pe 1.24,25).
Preocupe-se com a incompatibilidade (Am 3.3). Muitos hoje dizem que isso não é importante e pensam que podem namorar uma pessoa descrente para ganhá-la para Jesus. Fazer isso, no entanto, é o mesmo que se jogar em um poço para tentar salvar alguém que lá caiu. E ninguém faria isso. Deve-se jogar a “corda” do Evangelho para o não crente se salvar, mas sem nenhum envolvimento sentimental. Antes de começar um namoro, é preciso verificar se não há incompatibilidades espiritual, social, etária, cultural etc. A mais perigosa é a espiritual (2 Jo vv. 10,11).
Considerando que a Bíblia chama os incrédulos de filhos do diabo (1 Jo 3.10), não havendo, pois, meio-termo, relacionar-se com um significa ter o Diabo como sogro. Não pense que um filho do Diabo terá Deus como sogro, em razão de se relacionar com uma filha de Deus, equilibrando, assim, o relacionamento. Nos casos de mistura, sempre é o crente o prejudicado (Gn 6.1-4; 1 Co 10). Por quê? Porque está pecando conscientemente, ignorando o que a Palavra de Deus ensina quanto ao jugo desigual com os infiéis (2 Co 6.14-18). Não há, portanto, nenhum consenso entre a luz e as trevas, entre Cristo e Satanás.
Que cuidados se deve tomar em um namoro?
Aos que já namoram dou também alguns conselhos. É preciso ter a preocupação de não exceder nas intimidades (2 Tm 2.22). Não é preciso se sentar a um metro de distância nem pedir para alguém ficar entre os dois. Todavia, não se deve confundir carinho com carícias, que devem ser guardadas para o casamento (cf. Pv 6.27,28; 20.21). Para isso, é preciso vencer as concupiscências, cobiças (Tg 1.14,15; 1 Jo 2.15-17), seja a dos olhos (Gn 3.6; Js 7.21; Mt 6.22,23), seja a da carne (1 Co 6.19,20). Peço ao leitores interessados no assunto que confiram todas as referências bíblicas, pois elas são muito mais relevantes do que as próprias palavras deste consulente.

Quanto tempo deve durar o namoro?
Nem muito nem pouco tempo. Geralmente, quem prolonga o período do namoro é porque não tem vontade de casar. Alguns, após longos anos, casam, mas não são felizes. O motivo? É possível que o casamento tenha sido ocasionado por pressão, e não por amor verdadeiro. Por outro lado, quem namora pouco tempo, não se prepara suficientemente para o casamento e poderá ter problemas sérios de ajustamento conjugal.
Como conduzir o namoro de acordo com a vontade de Deus?
Leia sempre a Palavra de Deus (Sl 119.105); ore todos os dias (1 Ts 5.17; Jr 33.3); cultive o amor (1 Co 16.14; 13.4-8), pois, sem ele, não há razão para existir namoro; aprenda a renunciar; não seja sempre o “dono da verdade” (Fp 2.4); saiba viver em harmonia (Pv 17.1), aprendendo a “dar o braço a torcer” (Pv 15.1); seja fiel, pois, quem não é fiel no namoro, não o será no casamento. Quem ama de verdade se mantém fiel até o fim (Pv 5.15-20; Ml 2.14,15).
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.

Paula Renata Santos Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD