quarta-feira, 8 de agosto de 2012

LIÇÃO 7 - 3º TRIM. 2012 - A DIVISÃO ESPIRITUAL NO LAR.


Lição 07

A DIVISÃO

ESPIRITUAL NO LAR  

12 de agosto de 2012 

TEXTO ÁUREO




Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum não obedece à palavra, pelo procedimento de sua mulher, seja ganho sem palavra (1 Pe 3.1)



VERDADE PRÁTICA  


Ganhe o seu cônjuge para Cristo, através do seu bom testemunho.


COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO



Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum não obedece à palavra, pelo procedimento de sua mulher, seja ganho sem palavra (1 Pe 3.1)


Nosso texto áureo (1 Pe 3.1) fala sobre a vida cristã, os deveres dos casados (1 Pd 3.1-7), nestes versículos estão orientações do apóstolo Pedro aos cristãos sobre o relacionamento conjugal, quando um dos cônjuges não for crente. Paulo escrevendo aos coríntios (1 Co 7.12-14) fala da mesma forma: “O primeiro exemplo de um casamento misto é aquele no qual o parceiro descrente está disposto a permanecer com o outro que havia se tornado cristão. Nesse caso, o cristão era obrigado a permanecer com o parceiro descrente. Tal diretiva de Paulo deixava claro que o cristão, não poderia partir ou divorciar-se do outro, baseando-se na recusa do outro em se tornar cristão. O cristianismo não pode se tornar uma desculpa para a conduta pagã. Então, se o parceiro descrente está satisfeito, o crente é obrigado a permanecer casado.
Não há qualquer estigma espiritual ligado a um novo convertido que permanece com um cônjuge inconverso. Ao contrário, o parceiro inconverso recebe algum benefício espiritual do cristão. Com relação às bênçãos espirituais que o descrente compartilha, Paulo escreve: ‘Porque o marido descrente é santificado pela mulher, e a mulher descrente é santificada pelo marido’ (v.14). Isto não significa que o descrente sofra uma mudança moral ou espiritual. A expressão ‘é santificado’ ‘não pode significar santo em Cristo perante Deus, porque este tipo de santidade não pode ser atribuído a um descrente’. Paulo usa o termo santificado aqui com um significado cerimonial, e não em um sentido ético espiritual” (Comentário Bíblico Beacon. Vol.8, 1.ed., RJ: CPAD, 2006, p.298).
Embora o contexto está apontando para o testemunho da mulher crente casado com um descrente, as orientações paulinas em Efésios é o mesmo, que as mulheres sejam submissas e os maridos as amem com amor sacrificial (Efésios 5.22-33). Obviamente a cosmovisão mundana não suporta esse ensinamento bíblico, reservado aos crentes nascidos de novo, que não vivem segundo a carne mas segundo o espírito (Gálatas 5.16-26). 

RESUMO DA LIÇÃO 07  


A DIVISÃO ESPIRITUAL NO LAR  

I. CONVIVENDO COM O CÔNJUGRE NÃO CRENTE

1. Convivendo com o cônjuge descrente

2. Santificando o cônjuge  

II. AGINDO COM SABEDORIA

1. Na criação dos filhos

2. Nos afazeres domésticos

3. Na vida espiritual  

III. EVANGELIZANDO O CÔNJUGE

1. Com nova postura

2. Com bom testemunho  

INTERAÇÃO  


 O que fazer quando um dos cônjuges não se converte ao Senhor? Essa é uma situação que, apesar de difícil, possivelmente alguns de seus alunos podem estar enfrentando. Sabemos que o servo de Deus deve casar-se no Senhor, todavia, muitos se convertem a Jesus depois do casamento. Enfatize que nesse caso é preciso que o cônjuge busque, em Deus, sabedoria para que o lar seja um lugar de paz, amor e respeito. Quando o cônjuge não é crente, a Palavra de Deus recomenda a submissão (1 Pe 3.1) a fim de que ele seja alcançado por intermédio do bom testemunho do cristão. Essa é a vontade de Deus! 

OBJETIVOS 


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Explicar como deve ser o procedimento do crente quando um dos cônjuges não é crente.

·   Conscientizar-se de que quando um dos cônjuges não é crente é preciso agir com muita sabedoria.

·   Compreender o valor da evangelização no lar.  

COMENTÁRIO  


introdução  

Palavra Chave  

DESCRENTE:

Na lição é aquele(a) que ainda não se converteu a Jesus Cristo. 

Nesta aula, estudaremos os conflitos que surgem quando um cônjuge converte-se, e o outro não, e as implicações que tal mudança ocasiona na convivência do casal. Ressaltaremos que o plano de Deus é que a família toda sirva a Cristo como Senhor e Salvador. Nessa perspectiva, o cônjuge que serve ao Senhor precisa ver-se como o principal responsável pela evangelização dos membros de sua família. Entretanto, a prática demonstra que palavras, nesse caso específico, geralmente transformam-se em discussões infrutíferas. Assim, a melhor atitude evangelística é manter um bom testemunho de vida através da mudança de hábitos. Quem serve ao Senhor deve ser sábio no falar, no agir, evitando conflitos. 

I. CONVIVENDO COM O CÔNJUGE NÃO CRENTE 

1. A convivência com o cônjuge descrente. Quando Deus criou o mundo declarou que tudo era bom (Gn 1.31).
A única coisa que o Criador disse não ser boa era o fato de o homem viver só (Gn 2.18). Por isso, fez para Adão uma adjutora, Eva, formando assim a primeira família (Gn 2.22). Não faz parte do plano divino que o casal se divorcie (Mt 5.31,32; 19.3-9; Mc 10.2-12). Mas em 1 Coríntios 7.15, o apóstolo Paulo fala acerca dessa triste realidade como iniciativa do cônjuge descrente. Todavia, o apóstolo aconselha que, se o cônjuge descrente não se opuser à fé do que aceitou ao Senhor Jesus, então não deve o crente, em hipótese alguma, abandoná-lo (1 Co 7.12,13). A fim de garantir uma convivência pacífica é imprescindível não entrar em conflitos, evitando discussões sobre religião ou igreja. Torne o seu dia a dia agradável; mostre ao cônjuge que servir a Cristo transforma um dia ruim em uma noite tranquila. Se houver algum problema na igreja, ou algo que não concorde, é prudente não dividir tal assunto em casa, pois o cônjuge não compreenderá, podendo até mesmo desenvolver uma aversão pelas coisas de Deus. Como já dissemos, a convivência deve ser pacífica (Rm 12.18). Observemos, ainda, este conselho de Pedro: “Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum não obedece à palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra, considerando a vossa vida casta, em temor” (1 Pe 3.1,2). Esse conselho também vale para o homem. 
“Um casamento misto onde o descrente não está satisfeito (1 Co 7.15,16) A situação aqui é oposta do casamento misto onde os parceiros permanecem juntos por consentimento mútuo. Se o descrente se recusar a permanecer com o crente, o cristão está livre da obrigação de sustentar o casamento: ‘Mas, se o descrente se apartar, aparte-se’ (v.15). Desta maneira o crente fica em paz. Sob tais circunstâncias, o cristão não está destinado a uma vida de perseguição, abuso e agonia, por causa de seu relacionamento com um parceiro pagão. Mas a separação deve ser iniciada e completada por outra pessoa. O cristão nem deve estimular a dissensão nem promover separações.
A paz e o amor devem ser sempre as marcas da vida cristã. Não há qualquer contradição entre a atitude de Paulo ao permitir o rompimento de um casamento com um descrente pagão, e o mandamento de Jesus em Mateus 5.32. As palavras do Senhor foram dirigidas àqueles que professam ser leais e sujeitos a Deus. As palavras de Paulo são dirigidas àqueles que são casados com descrentes. A diretiva não dá permissão para que um crente se case com um descrente. Serve apenas para uma pessoa casada que se torna crente depois de seu casamento. Em tal situação, o cristão está livre para deixar que o descrente parta, em vez de insistir em continuar uma união que sobrevive em uma atmosfera de tensões, brigas e medo. Se o parceiro descrente iniciar a separação, o cristão não deve se condenar pelo fracasso do cônjuge que partiu, por não ter se tornado cristão” (Comentário Bíblico Beacon. Vol.8, 1.ed., RJ: CPAD, 2006, p.299). 
2. Santificando o cônjuge. A Bíblia afirma que o cônjuge que serve ao Senhor santifica o não crente (1 Co 7.14). É muito importante ressaltar que a santidade a que se refere o apóstolo não leva à salvação. Isto é, um incrédulo não pode ser salvo através da experiência salvadora do outro, pois a salvação é individual e intransferível.  

SINOPSE DO TÓPICO (I) 
A Palavra de Deus aconselha que, se o cônjuge descrente não se opuser à fé do que aceitou ao Senhor Jesus, então não deve o crente, em hipótese alguma, abandoná-lo.  

II. AGINDO COM SABEDORIA  

1. Na criação dos filhos. O desejo do cônjuge cristão é que toda a sua família sirva ao Senhor Jesus. Em se tratando dos filhos o desejo é ainda maior. Mas nem sempre é possível criar os filhos dentro dos limites do templo, principalmente se um dos responsáveis não serve ao Senhor. O que fazer? Entrar em conflito com o cônjuge não resolve e ainda traz discórdia para o lar. A única coisa a ser feita é ensinar a Palavra de Deus em casa. Procure estimular a leitura das Sagradas Escrituras e de literatura cristã adequada para a faixa etária dos filhos. Não podemos descuidar da oração. Sigamos o exemplo de Jó que intercedia a Deus por seus filhos (Jó 1.5). Em o Novo Testamento, encontramos a história do jovem Timóteo, filho de uma judia crente com um grego incrédulo (At 16.1). Mas a sua avó e mãe ensinaram-lhe a Palavra de Deus, livrando-o assim das influências do paganismo (2 Tm 1.5). Timóteo tornou-se, então, um discípulo de Cristo, companheiro de Paulo e um grande servo do Senhor. 
2. Nos afazeres domésticos. Tanto os homens quanto as mulheres que servem a Deus devem agir com sabedoria em relação às atividades domésticas. O cônjuge crente não pode descuidar de maneira alguma de sua vida espiritual, do lar, e dos filhos. Saber administrar o tempo é um fator que evita conflitos. A mulher não pode deixar sua casa desorganizada, as refeições por fazer e as roupas da família sujas sob a alegação de que o culto terminou mais tarde. O esposo incrédulo não a compreenderá, e julgará que a igreja está atrapalhando o bom andamento do lar. Da mesma maneira, o homem que deixa de ajudar a mulher na organização do lar, que não realiza os pequenos reparos na casa, desculpando-se que não pode chegar atrasado ao culto, levará a esposa descrente a afastar-se ainda mais do Evangelho.  Portanto, os cônjuges crentes devem agir com sabedoria, procurando os melhores dias e horários para comparecer aos cultos. Não podemos nos esquecer que Deus ama a família, pois Ele mesmo a criou. 
3. Na vida espiritual. Há muitos casos de maridos que proíbem as esposas de participarem das atividades da igreja ou até mesmo de comparecerem aos cultos. Também há casos de mulheres que dificultam a vida espiritual dos maridos.
Mesmo diante de tantas dificuldades não se pode descuidar da vida espiritual. Reservar um lugarzinho e um horário adequados, no lar, para oração, adoração e meditação da Palavra de Deus é uma excelente alternativa (Dn 6.10). Esses momentos preciosos na presença do Pai fortalecem a vida espiritual e ajudam a suportar as perseguições enquanto que, ao mesmo tempo, evitam conflitos. Confie, Deus sabe como agir em todas as situações.  

SINOPSE DO TÓPICO (II) 

O cônjuge crente deve pedir sabedoria a Deus para que seus filhos sejam criados no temor do Senhor. 

III. EVANGELIZANDO O CÔNJUGE 

1. Com nova postura. Todo aquele que reconhece Jesus como Salvador é transformado numa nova criatura (At 9.1-15; 2 Co 5.17). A partir daí, a natureza pecaminosa é colocada sob o controle do Santo Espírito, havendo mudança de vida e de comportamento (Gl 5.22). O cônjuge convertido, pois, deve demonstrar que mudou e que Cristo o tornou um ser humano melhor. Agindo dessa maneira, o outro perceberá que, em Jesus Cristo, há mudanças profundas no caráter. E, dessa maneira, o descrente poderá até vir a converter-se pelo bom exemplo que observa no crente (1 Pe 3.1). 
2. Com bom testemunho. O cônjuge convertido não pode viver envolvido em situações ilícitas. Pois, através do seu bom testemunho, pode vir ganhar o outro para Cristo (1 Pe 3.1). Se o cônjuge, antes de ser crente, agia com grosseria, pronunciava palavras de baixo calão ou era dado a vícios, tais coisas devem ser abandonadas, pois agora ele é nova criatura. Afinal, de uma mesma fonte não podem sair águas amargas e doces (Tg 3.11). Lembremo-nos que o bom testemunho começa no lar, nas pequenas ações. O cônjuge descrente precisa perceber a mudança que Jesus realizou em sua casa através da conversão do outro.  

SINOPSE DO TÓPICO (III)  

O cônjuge convertido deve demonstrar que em Cristo ele é uma nova criatura. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS  

A família é uma instituição divina inaugurada no Jardim do Éden por Adão e Eva. E é desejo do Criador que os cônjuges vençam as dificuldades e permaneçam unidos assim como Ele os criou. Diante disso, o bom testemunho daquele que serve ao Senhor é uma forma clara e prática de evangelismo no lar. Tal comportamento demonstra, em ações e palavras, que Cristo o modificou e o tornou um ser humano melhor, levando o cônjuge à conversão.  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 


CRUZ, E. Sócios, Amigos & Amados: Os três pilares do casamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2005.




terça-feira, 7 de agosto de 2012

MENSAGEM PASTORAL AGOSTO 2012.


O SEGREDO DO AMOR

Por Débora White Smith  
Já li e ouvi inúmeras pessoas que põem a culpa de todos os problemas do casamento e da manutenção do lar na falta de submissão da esposa. Além disso, fico doente quando vejo mulheres saindo de conferências completamente convencidas de que são o problema principal de seus matrimônios. À primeira vista, uma visão tendenciosa da submissão pode parecer bíblica. As palavras soam como verdades sagradas. Afinal de contas, o Novo Testamento de fato diz que as esposas devem se submeter a seus maridos. No entanto, uma análise mais profunda mostra que esta visão polarizada da submissão acaba com a vitalidade do casamento, não deixando lugar para uma sexualidade sadia ou mesmo um pouquinho de romance sincero.
Os problemas neste terreno escorregadio surgem quando os versículos-chave sobre submissão são tirados do seu contexto e analisados sem levar em conta todas as passagens que se referem ao casamento e aos relacionamentos em geral. Este método tem sido usado com frequência para justificar o rebaixamento, a dominação e a depreciação das mulheres, ignorando completamente vários versículos bíblicos importantíssimos... 
E houve também entre eles contenda sobre qual deles parecia ser o maior. E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem governa, como quem serve. Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura, não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve (Lc 22.24-27). 

Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros (Rm 12.3-5).  
Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz (Fp 2.3-8).  
Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela [...]. Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo (Ef 5.25,28). 
Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus (Ef 5.21). 
Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas (Mt 7.12).  
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará (1 Co 13.4-8).  
À luz desses versículos, não há fundamento para se considerar um sexo mais responsável do que o outro, no que se refere à submissão. De acordo com H. Norman Wright, “um marido amoroso deseja dar tudo o que for necessário para preencher a vida da sua mulher. O seu amor está pronto a fazer qualquer sacrifício para o bem de sua amada. A responsabilidade primeira do homem é para com a sua mulher. O amor que sente por sua esposa o capacita a entregar-se por ela”. O dicionário Webster define submissão desta forma: “Oferecer por vontade própria”. Tiago escreveu: “... assim também a fé sem obras é morta” (Tg 2.26b). O amor sem submissão também está morto.
A submissão é uma via de mão dupla. De acordo com o Dr. Stan Toler, “chegou o momento de termos uma visão equilibrada sobre submissão. Nenhum casamento se manterá saudável sem altas doses de submissão, tanto do marido quanto da mulher”.  
Texto extraído da obra “Apaixonando-se Por Seu Marido: Desfrutando Junto a  uma Vida Prazerosa”, editada pela CPAD.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

LIÇÃO 6 - 3º TRIM. 2012 - A DESPENSA VAZIA.


Lição 06
A DESPENSA VAZIA


05 de agosto de 2012 

TEXTO ÁUREO  

Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo,
nem a sua descendência a mendigar o pão”  (Sl 37.25)



VERDADE PRÁTICA  

Mesmo em meio à escassez, cremos que o Senhor é poderoso para suprir,
 em glória, todas as nossas necessidades.  

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO  

 

Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo,
nem a sua descendência a mendigar o pão”  (Sl 37.25) 


No nosso texto áureo (Sl 37.25) o salmista compartilha da sua experiência de longa vida para declarar e assegurar que os retos, os crentes piedosos, jamais serão abandonados pelo Eterno, nem seus descentes. Este Salmo é um poema, onde Davi de maneira pedagógica, procura responder uma questão inquietante: "Por que muitas vezes pessoas justas sofrem e os maus quase sempre se dão bem?" Na verdade, não é uma pergunta fácil de responder, porém Davi abre seu coração à luz de sua experiência e trata de responder essa questão. Assim no Salmo 37 Davi nos convida a não nos indignarmos por causa dos malfeitores, porque seu tempo é efêmero (Sl 37.1-2). Exorta-nos a confiar, agradar, entregar, descansar e esperar no Senhor (Sl 37.3-7). Nos versículos seguintes o salmista mostra a diferença e as conseqüências entre a vida do justo e do ímpio (Sl 37.8-38).
É neste contexto de contraposição entre justo e ímpio, que está o nosso texto áureo: “O Senhor firma os passos do homem bom e no seu caminho se compraz; se cair, não ficará prostrado, porque o Senhor o segura pela mão. Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem sua descendência a mendigar o pão. É sempre compassivo e empresta, e a sua descendência será uma bênção” (Sl 37.23-26) 
·                     Fui moço e já, agora, sou velho... - Esta expressão de Davi, não nos deixa dúvida de que ele era uma pessoa extremamente observadora e de uma sabedoria impressionante. Davi está dizendo que: desde sua adolescência e mocidade até agora que já está velho, ele tem observado a conduta dos homens. Davi não é um desatento, um descuidado, mas sim um observador, gastou tempo, observando e questionando o problema: o sofrimento dos justos e a prosperidade dos homens maus. 
·                     Porém jamais vi o justo desamparado... - Na observação de Davi ele descobriu que desde a sua adolescência até sua velhice: Ele jamais viu o justo desamparado... Nos versículos 23 e 24 Davi afirma: O SENHOR firma os passos do homem bom e no seu caminho se compraz - Se cair, não ficará prostrado, porque o SENHOR o segura pela mão.
Quem é o homem justo? O homem justo aqui, não é o homem que justifica a si mesmo, pelas suas obras; mas o homem é justificado por Deus conforme ensinou o apóstolo Paulo "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 5.1). Na observação de Davi, ele nunca viu o justo desamparado. 
·                     Nem sua descendência a mendigar o pão... - No decorrer da vida de Davi, ele nunca viu o justo desamparado, mas também nunca tinha visto sua descendência a mendigar o pão... O comentarista Clarke, comentando este versículo diz: "Eu já estou com meus cabelos grisalhos e tenho viajado por vários países; também nunca vi um homem justo abandonado por Deus e nem seus filhos a mendigar o pão. Deus tem honrado a todos os que o temem e tem cuidado deles e de toda a sua posteridade".
Na observação de Davi, ele nunca viu o justo e nem a sua descendência a mendigar por comida. Qual é o estilo de vida que realmente vale à pena? É o que Davi conseguiu desvendar, uma vida totalmente dedicada a Deus: “Vem do Senhor a salvação dos justos; Ele é a sua fortaleza no dia da tribulação. O Senhor os ajuda e os livra; livra-os dos ímpios e os salva, porque nele buscam refúgio” (Sl 37.39-40). 

RESUMO DA LIÇÃO 06 


A DESPENSA VAZIA  


I. LUTANDO CONTRA O IMPREVISTO
1. A viuvez.
2. A dívida.
3. A solução.  

II. DEUS AGE COM O QUE VOCÊ TEM
1. A botija de azeite.
2. A farinha na panela.
3. Cinco pães e dois peixes.  
III. A PROVIDÊNCIA DIVINA
1. No Antigo Testamento.
2. Em o Novo Testamento.
3. Na atualidade.  

INTERAÇÃO  

Enfatize o fato de que temos um Deus que é fiel e que tem cuidado de nós. Muitas vezes somos provados pela escassez, como a viúva que foi até o profeta Eliseu, mas nesses momentos podemos também ver o agir do Pai Celeste. Ele nos surpreende com o milagre da provisão. Ninguém deseja sofrer privações, todavia as intempéries da vida são sempre uma boa oportunidade para o nosso crescimento espiritual. É o que nos ensina a Palavra de Deus:
 “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).
Basta-nos confiar na suficiente graça de Deus. Ela, e somente ela, nos basta!  

OBJETIVOS 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·   Compreender que a fé em Deus nos ajuda a lutar contra os imprevistos.
·   Conscientizar-se de que Deus age segundo aquilo que temos.
·   Explicar a providência divina no Antigo e Novo Testamento.  

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA  

Os israelitas, durante a jornada pelo deserto, por várias vezes, foram provados com a escassez de água e alimento. Porém, eles sempre murmuravam contra o Senhor. A murmuração demonstrava a falta de fé deles. Leia e discuta as atitudes relacionadas no quadro. Enfatize que tais atitudes devem marcar a vida dos que crêem no Senhor.  

COMENTÁRIO 

Introdução 
Palavra Chave
Escassez: 
Falta, carência, período de privação material. 


Na lição de hoje, estudaremos acerca do cuidado do Senhor para conosco e a disposição que devemos ter em cuidar e socorrer os necessitados. Ele multiplica nossos recursos, fazendo com que haja o bastante para todas as nossas carências básicas. Sim, Deus utiliza o que temos para alimentar os famintos (2 Rs 4.42-44). Em o Novo Testamento, o apóstolo João exorta-nos à prática do amor verdadeiro; um sentimento que nos constrange a ser solícitos uns com os outros e a buscar o bem dos necessitados (1 Jo 3.17,18).  


I. LUTANDO CONTRA O IMPREVISTO 


1. A viuvez. Sem dinheiro e uma grande dívida. Eis a “herança” de uma pobre mulher, que fora surpreendida pela repentina morte do esposo, cuja atividade era servir aos profetas do Deus Altíssimo (2 Rs 4.1). Apesar de fiel, o homem deixou a família em uma situação calamitosa, pois não havia comida em casa nem meios de subsistência para a viúva e os dois filhos. A forma como a mulher dirige-se ao homem de Deus demonstra a sua situação desesperadora, pois provavelmente ela não tinha nenhum familiar para auxiliá-la. Não obstante, ela não poderia, passivamente, ver os filhos padecerem de fome e, ainda, correndo o risco de serem levados como escravos como pagamento da dívida do pai. Por isso, for buscar ajuda, recorrendo ao profeta Eliseu, pois sabia que, como homem de Deus, poderia interceder por toda a família. E você, o que faz quando o imprevisto bate à sua porta? Desespera-se ou vai ao Senhor? Ir a Deus significa conversar com Ele e crer em sua provisão (Sl 147.7-9; At 17.25).

2. A dívida. A Bíblia não revela o valor da dívida deixada pelo falecido, mas o certo é que era uma alta soma, pois seria necessário dar os dois filhos do casal como escravos para quitar o débito (2 Rs 4.1). De acordo com a lei, o devedor que não pudesse pagar o seu débito era obrigado a servir ao credor até ao ano do Jubileu (Lv 25.39,40). O credor estava amparado pela lei; ninguém podia repreendê-lo. Não era incomum um israelita vender-se como escravo ou dar algum membro de sua família para saldar dívidas (Êx 21.7; Ne 5.5). Tal situação ensina-nos que é preciso pensar no futuro de nossa família bem como sermos zelosos com as nossas finanças, pois caso sobrevenha-nos um imprevisto, os nossos não sofrerão determinados constrangimentos. 

3. A solução. A mulher foi ao encontro de Eliseu, ciente de que, através dele, o Todo-Poderoso interviria. A viúva fez algo incomum, pois raramente as mulheres conversavam com os homens sem serem convidadas. Contudo, aquela pobre viúva não poderia intimidar-se com as convenções humanas. A família dependia dela para sobreviver e ela, igualmente, precisava de ajuda. Foi então que a pobre mulher decidiu aproximar-se de Eliseu e relatou a sua triste história, levando o profeta a encher-se de compaixão. Eliseu realiza o milagre da multiplicação do azeite e, com a venda deste, a viúva liquida o débito do esposo e tem para si uma reserva financeira (2 Rs 4.1-7). Ainda que não consigamos enxergar, Deus sempre tem uma solução nos momentos de angústia (Sl 50.15).  


SINOPSE DO TÓPICO (I) 
Nos momentos de angústia e escassez, Deus sempre tem uma solução para os seus filhos.  
II. DEUS AGE COM O QUE VOCÊ TEM


1. A botija de azeite. Quando Eliseu perguntou à viúva sobre o que ela tinha em casa, a resposta imediata da mulher foi que não havia nada além de uma botija de azeite (2 Rs 4.2). Essa pequena quantidade de azeite era insignificante, mas nas mãos do Senhor tornou-se muito. Note, o profeta usou o que a mulher tinha em casa. Eliseu orientou-a a pedir vasos emprestados aos vizinhos, todos quantos pudesse pegar. E depois que estivesse com as vasilhas em casa, ela deveria fechar a porta e despejar o azeite nelas. O azeite cessou de jorrar da pequena botija quando não havia mais vasilhas. O Deus que servimos é um Deus de milagres. Ele multiplica o pouco que temos (1 Rs 17.14).


2. A farinha na panela. Após dizer que haveria seca em Israel (1 Rs 17.1), o profeta Elias recebeu a ordem divina de ir à Sarepta, porque ali residia uma viúva que o sustentaria (1 Rs 17.8,9). É paradoxal imaginar Elias sendo sustentado por uma mulher viúva. Entretanto, o Senhor não se esquece dos seus filhos e desejava usar essa situação para amparar aquela mulher necessitada, pois Ele trabalha com o pouco que temos. Mesmo sem condições, a viúva preparou uma refeição para o profeta e este disse que o Senhor Deus não deixaria faltar farinha na panela e nem azeite na botija (1 Rs 17.16). 
3. Cinco pães e dois peixes. Cinco pães de cevada e dois peixinhos (Jo 6.9) foram suficientes para Jesus alimentar uma grande multidão (Jo 6.10). Para o Senhor Jesus o lanche oferecido pelo rapaz era o suficiente, pois ainda sobraram doze cestos cheios de pedaços de pães (Jo 6.13). Mais uma vez vemos Deus multiplicando o pouco que temos. Ele jamais despede os seus filhos de mãos vazias.  


SINOPSE DO TÓPICO (II) 
Quando entregamos tudo nas mãos de Deus, Ele transforma o pouco em muito.  


III. A PROVIDÊNCIA DIVINA  


1. No Antigo Testamento. Encontramos a provisão divina para alimentar Israel (Êx 16.15). Assim, vemos Deus agindo na natureza e em sua criação (Êx 16.13-21; 1 Rs 17.4-6), operando grandes milagres de multiplicação (2 Rs 4.1-7). A ocorrência desses sinais ensina-nos a depender do Senhor dia após dia. 


2. Em o Novo Testamento. Além dos milagres para a provisão de alimentos, o Novo Testamento apresenta também a disposição de homens e mulheres em ajudar uns aos outros, repartindo tudo o quanto possuíam (At 4.32-37). Esses irmãos desfrutavam de um sentimento de unidade, que os levava a vender seus bens trazendo-os para a igreja, a fim de que o valor fosse dividido conforme as necessidades dos santos (At 4.36,37). O que os movia era o amor fraternal que Cristo tanto ensinou (Jo 15.9-17). Aprendamos, pois, com a Igreja do século I e pratiquemos a generosidade e a verdadeira comunhão. 
3. Na atualidade. Deus pode prover alimento para os seus filhos da maneira que Ele quiser, porém, convida-nos a fazer parte dessa gloriosa missão que é socorrer àqueles que passam por privações (Rm 12.9-21). O apóstolo Paulo exorta-nos a trabalhar para repartir com aqueles que passam por dificuldades (2 Co 8.14; Ef 4.28), Tiago fala da fé sem obras (Tg 2.14-17), e João do amor “só de palavras” (1 Jo 3.16-18). Através da nossa vida, Deus deseja sustentar os necessitados. Não sejamos negligentes com a nossa nobre missão.  


SINOPSE DO TÓPICO (III) 
Deus pode e deseja prover alimento para os seus filhos. Porém, Ele nos convida a fazer parte dessa gloriosa missão: socorrer àqueles que passam por privações. 


CONSIDERAÇÕES FINAIS
A história do povo de Deus é marcada por milagres e provisões, pois o Senhor tem cuidado do seu povo e o seu zelo é notório. Todavia, não podemos nos esquecer de praticar o amor que o Senhor Jesus nos ensinou (Mc 12.31). O apóstolo Paulo deixou um rico ensinamento: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos” (Gl 6.10).
Deus pode e quer usar a nossa vida no alívio ao sofrimento dos que nos rodeiam. Assistamos ao nosso próximo como gostaríamos de ser assistidos (1 Jo 3.16-18). 


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA  



BARNETT, T. Há um milagre em sua casa: A solução de Deus começa com o que você tem. 9.ed., RJ: CPAD, 2007.
HORTON, S. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 1996. 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I  



Subsídio Vida Cristã 


“Eliseu deu uma resposta surpreendente à viúva quando ela lhe contou seu problema. ‘Que te hei de fazer? ’ — Eliseu perguntou. Sua reação, com respeito à mulher, parecia de frustração por ela ter vindo a ele. O que queres que eu faça sobre isso? É o que o profeta parece ter-lhe respondido. Acredito que ele estava simplesmente fazendo com que ela confiasse apenas em Deus, e desviasse a atenção dos recursos humanos. Infelizmente, o Cristianismo atual é muito orientado por celebridades.
Se eu pudesse pelo menos falar com o pastor Fulano’. ‘Se eu pudesse ter o profeta Sicrano para orar por mim, Deus viria ao encontro de minha necessidade’. Como cristãos, devemos somente tocar a orla das vestes de Jesus, e de mais ninguém. Eliseu sabia que não poderia ajudar a viúva com seus limitados recursos. Todavia, ajudou-a a manter a fé na direção certa.
Eliseu estava guiando a viúva necessitada à fonte de seu milagre. A sabedoria e o auxílio de Deus ultrapassam qualquer outra coisa que alguém possa fazer por você. Desta maneira, busque-o sempre e ponha sua confiança nEle” (BARNETT, T. Há um milagre em sua casa: A solução de Deus começo com o que você tem. 9.ed., RJ: CPAD, 2007, pp.30,31).  


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II 



Subsídio Teológico  


“A Igreja é também chamada a ser uma comunidade com solicitude e responsabilidade sociais. Infelizmente, esta vocação tem sido minimizada ou negligenciada entre muitos evangélicos e pentecostais. É possível que muitos crentes sinceros tenham receio de se tornar modernistas ou rumar na direção do assim chamado ‘evangelho social’, caso se envolvam em ministérios que visem o atendimento social. 
Haveria fundamento para tal receio se esse tipo de obra fosse levado a extremos malsãos e deixasse de lado verdades eternas ao oferecer alívio temporário. Por outro lado, o descuido com as necessidades sociais representa o abandono de um vasto número de admoestações bíblicas dirigidas ao povo de Deus, no sentido de serem cumpridas essas obrigações. O ministério de Jesus caracterizava-se pela compaixão amorosa a todos os sofredores e indigentes deste mundo (Mt 25.31-46). Idêntica solicitude é demonstrada tanto nos escritos proféticos do Antigo Testamento (Is 1.15-17) quanto nas epístolas neo-testamentárias (Tg 1.27).
Expressar o amor de Cristo de modo tangível pode ser um meio vital de a Igreja cumprir a missão que lhe foi confiada por Deus. Assim como todos os aspectos da missão (ou propósito) da Igreja, é essencial que nossos motivos e métodos visem fazer tudo para a glória de Deus” (HORTON, S. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal.1.ed., RJ: CPAD, 1996, pp.555-56).