quarta-feira, 26 de setembro de 2012


Lição 14

A VIDA PLENA NAS AFLIÇÕES

30 de setembro de 2012 
 

TEXTO ÁUREO


 

Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece(Fp 4.12,13)
 

VERDADE PRÁTICA 


As tribulações levam-nos a amadurecer, em Cristo,
capacitando-nos a desfrutar de uma vida espiritual plena.

 

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO  


Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece(Fp 4.12,13)
“Compromisso com o contentamento (Fp 4.10-13)

[...] Nos versos 11-14, Paulo ressalta ser livre da opressão da necessidade. Sua alegria não se deve a ter suas necessidades satisfeitas, mas ao fato de que a preocupação dos filipenses está fundamentada no Senhor.
O relacionamento de Paulo com Deus tem-no conduzido a um senso de contentamento que transcende sua circunstância imediata. Paulo experimentou tanto a necessidade quanto a abundância.
A palavra usada para ‘necessidade’ aqui, é a mesma para a humilhação de Cristo no capítulo 2.8 de Filipenses; mas, devido a este contexto, provavelmente se refere à privação econômica.
Ele então emprega dois conjuntos de verbos contrastantes para mostrar os extremos através dos quais experimentou contentamento: quando estava bem alimentado, quando teve fome, quando viveu períodos de abundância e quando padeceu necessidades.
Através de todas estas situações, descobriu o segredo do contentamento. Em uma conclusão triunfal, no verso 13 revela a sua principal fonte de contentamento: ‘Posso todas as coisas, naquele que me fortalece’.
Este contexto do verso tem sido frequentemente transgredido, e esta verdade tem sido colocada a serviço de extravagâncias caprichosas.
“O apóstolo está claramente se referindo à grande variedade de suas próprias experiências (Fp 4.12)” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed., RJ: CPAD, 2004, p.1313).  
“O consolo divino e o consolo comunitário
Paulo enfatiza o conceito de consolo. ‘O Deus de toda a consolação’ (2 Co 1.3). Deus Pai não é apenas um Deus que se compadece de nós nas nossas tribulações, mas aquEle que alivia nossos sofrimentos com o bálsamo de consolação do seu Espírito (Is 40.1; 66.13). A força da palavra consolo está no termo grego parák [l] etos utilizado em o Novo Testamento em referência à pessoa do Espírito Santo, como ‘o outro consolador’ prometido por Jesus, antes de ascender ao seu lugar no céu (Jo 14.16; 16.13,14). No versículo 4, Paulo dá um caráter bem pessoal com a frase: ‘Aquele que nos consola’ referindo-se especialmente à sua experiência pessoal vivida naqueles dias com as perseguições e calúnias contra a sua pessoa. Tanto ele quanto seus companheiros de ministério tinham passado por tribulações no mundo, mas tinham também o consolo e a paz de Cristo Jesus (Jo 14.27; 16.33). Na sequência do versículo 4, Paulo diz que o consolo que recebemos de Deus em meio às tribulações tem por objetivo servir de bênçãos para nós mesmos, que aprendemos a lidar com as circunstâncias, e nos tornar canais de consolo para outros. “Na verdade, esse texto nos fala da responsabilidade do crente em relação aos seus irmãos em Cristo, quando enfrentam tribulações” (CABRAL, E. A Defesa do Apostolado de Paulo: Estudo na Segunda Carta aos Coríntios. 1.ed., RJ: CPAD, 2009, p.36). 
 

RESUMO DA LIÇÃO 14  

 A VIDA PLENA NAS AFLIÇÕES
I. VIVENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA
1. As aflições de Paulo.
2. Deixado por seus filhos na fé.
3. A tristeza do apóstolo.
 
II. CONTENTANDO-SE EM CRISTO
1. Apesar da necessidade não satisfeita.
2. Livre da opressão da necessidade.
3.- Contente e fundamentado em Cristo.
 
III. AMADURECIMENTO PELA SUFICIÊNCIA DE CRISTO
1. Através das experiências.
2. Não pela autossuficiência.
3. Tudo posso naquele que me fortalece. 
 

INTERAÇÃO

Chegamos ao final de mais um trimestre, este foi um pouquinho mais longo devido o fato do ano ser bissexto e ganharmos mais uma lição. Vivemos tempos onde somos diuturnamente tentados a trocarmos a essência do verdadeiro Evangelho pela artificialidade das mensagens que nos são convidativas. Prega-se: - o fim do sofrimento em detrimento do sofrimento por Cristo; - o antropocentrismo em detrimento do cristocentrismo; - o triunfalismo em detrimento da simplicidade de Cristo Jesus. Mas, somos convidados, mesmo em tempos difíceis, a não perdermos de vista a simplicidade e o equilíbrio do Evangelho. Por isso, tende bom ânimo! Porque Ele, Jesus Cristo, venceu o mundo!  

OBJETIVOS 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·   Descrever as aflições da vida do apóstolo Paulo.
·   Explicar como se contentar em Cristo apesar das necessidades.
·   Saber que precisamos amadurecer pela suficiência de Cristo, o nosso Senhor.  

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA  

Professor, antes de iniciar a lição de hoje, faça uma revisão dos temas estudados neste trimestre:
1.- No Mundo Tereis Aflições;
2.- A Enfermidade na Vida do Crente;
3.- A Morte para o Verdadeiro Cristo;
4.- Superando os Traumas da Violência Social;
5.- As Aflições da Viuvez;
6.- A Despensa Vazia;
7.- A Divisão Espiritual no Lar;
8.- A Rebeldia dos Filhos;
9.- A Angústia das Dívidas;
10.- A Perda dos Bens Terrenos;
11.- Inveja, um Grave Pecado;
12.- As Dores do Abandono;
13.- A Verdadeira Motivação do Crente;
14.- A Vida Plena nas Aflições. 
A revisão do conteúdo programático das lições é muito importante para você concluir as lições.  O objetivo do trimestre foi demonstrar ao aluno que, apesar dos percalços da vida, é possível ter uma vida plena da graça de Deus. Após a revisão das lições, inicie a última aula explicando aos alunos que, apesar dos sofrimentos cotidianos, como na vida de Paulo, podemos desfrutar da graça e do amor de Deus respectivamente. Não se esqueça de agradecer a Deus pela conclusão de mais um trimestre. O Salmista Davi nos ensina a sermos gratos: "Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios" (Sl 103.1-2). O filósofo romano Cícero declarou: “A gratidão não é somente a maior das virtudes, como é a mãe de todas as outras”. Gratidão é também o fundamento da personalidade cristã. Paulo pede que os tessalonicenses “dêem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.” (1 Tessalonicenses 5.18). 

COMENTÁRIO  

Introdução  
Palavra Chave  
Aflição:
Estado daquele que está aflito; profundo sofrimento; ânsia, agonia, angústia.  
No início desse trimestre, perguntamos se o crente em Jesus pode sofrer. A resposta reflete àquilo que já sabemos. O sofrimento na vida do justo é perfeitamente natural, pois peregrinamos num mundo de aflições. No entanto, é possível ao crente sofredor viver plenamente em Cristo (Jo 10.10). Por isso, na lição de hoje, estudaremos acerca da possibilidade de, apesar das angústias e lutas, vivermos de forma plena. Veremos que o servo de Deus pode desfrutar de uma vida cristã abundante em meio aos sofrimentos cotidianos. Com nossa mente e coração firmados no Eterno, Ele nos conduzirá, pelo seu poder e graça, ao deleite das suas promessas (Is 40.28).  
I. VIVENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA 
1. As aflições de Paulo. Depois de Jesus, uma das pessoas mais experimentadas no sofrimento por amor a Deus certamente foi Paulo. O Meigo Nazareno revelara a Ananias a dolorosa experiência paulina: “E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (At 9.16). Ao longo do Novo Testamento, o apóstolo dos gentios é provado de várias formas (2 Co 11.23-33). O homem que perseguia os cristãos se torna perseguido; aquele que os afligia, é afligido; o que consentia na morte dos outros, tem a sua consentida. Por isso, o Senhor disse a Paulo que duro seria “recalcitrar contra os aguilhões” (At 9.5).  
2. Deixado por seus filhos na fé. “Bem sabes isto: que os que estão na Ásia todos se afastaram de mim; entre os quais foram Fígelo e Hermógenes” (2 Tm 1.15). Após uma prática intensa de implantação de igrejas locais — discipulado, formação de liderança nativa e defesa do Evangelho —, comunidades inteiras foram atendidas pelo trabalho de um verdadeiro apostolado. Não obstante, Paulo sente-se abandonado por seus irmãos de caminhada. Prisioneiro de Roma, é inimaginável a tristeza do apóstolo nesse momento de solidão (2 Tm 4.9-11).  
3. A tristeza do apóstolo. O apóstolo dos gentios sente a dor do desamparo, da traição e da perda quando pede a Timóteo: “Procura vir ter comigo depressa. Porque Demas me desamparou amando o presente século [...] Só Lucas está comigo” (2 Tm 4.9,11). O quadro da vida de Paulo mostra-nos como podemos ser vítimas do desamparo, da traição e do abandono na caminhada cristã. Esse fato não acontece apenas com pessoas não crentes. Aconteceu com Paulo! Pode acontecer com você também! Mas, onde está a sua esperança? Em quem ela se fundamenta? As respostas a essas perguntas podem, ou não, mudar o caminho de sua vida cristã (Mt 7.14; 2 Tm 2.4).  
SINOPSE DO TÓPICO (I) 
A provação do apóstolo dos gentios é assim sintetizada: o homem que perseguia os cristãos é perseguido; aquele que afligia, é afligido; o que consentia na morte dos outros, tem a sua consentida.  
II. CONTENTANDO-SE EM CRISTO  
1. Apesar da necessidade não satisfeita. A prisão gélida onde Paulo foi encerrado expressa o estado da completa falta de dignidade humana em que ele encontrava-se. Apesar de receber apoio das igrejas locais, nem sempre o apóstolo dos gentios teve suas necessidades satisfeitas. Por isso, dizia ele estar escrevendo em meio a muitos sofrimentos, angústias e com muitas lágrimas (2 Co 2.4). A experiência paulina desafia-nos a viver um Evangelho que não prioriza a ilusão de uma vida de “mar de rosas”. Antes, desafia-nos a viver a realidade dos “espinhos” e “abrolhos” que não poucas vezes “ferem-nos a carne”. Todavia, a graça de Cristo é-nos suficiente para que, mesmo não tendo as necessidades satisfeitas, o nosso coração se acalme e venhamos a nos deleitarmos em Deus (2 Co 12.9). 
2. Livre da opressão da necessidade. Embora preso e necessitado, o apóstolo envia uma carta aos filipenses, demonstrando o regozijo do Senhor em seu coração ao saber que os crentes daquela localidade lembravam-se dele (Fp 4.10). Esse fato denota a maturidade do apóstolo em Cristo mesmo no sofrimento do cativeiro (v.11).  Como Paulo, devemos regozijar-nos no Senhor em meio às aflições e aos sofrimentos da vida. Isso é ser maduro e livre da opressão da necessidade! Embora esta nos assole o coração, ainda assim esperamos em Deus e alegramo-nos nEle, que é a nossa esperança (Sl 11.1; 35.9; 42.11). 
3. Contente e fundamentado em Cristo. O apóstolo dos gentios agradece aos filipenses pelas ofertas e generosidade praticadas em seu favor (Fp 4.14). No entanto, embora carente, a alegria do apóstolo pela oferta recebida não demonstra o desespero de alguém necessitado por dinheiro, antes, evidencia a suficiência de Cristo representada através do socorro da igreja de Filipos (4.18). Outro destaque nesse episódio é o regozijo de Paulo pela maturidade cristã dos filipenses. Ele atestara que, a seu exemplo, essa igreja encontrava-se edificada em Cristo (1.3-6). A alegria de Paulo não estava na oferta recebida, mas no contentamento que desfrutava em Cristo Jesus, nos momentos de aflições, e em ver a disposição da igreja filipenses.  
SINOPSE DO TÓPICO (II)  
Apesar de muitas vezes o apóstolo Paulo não ter suas necessidades satisfeitas, ele se viu livre da opressão da necessidade, contentando-se em Jesus Cristo.  
III. AMADURECENDO PELA SUFICIÊNCIA DE CRISTO  
1. Através das experiências. “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12). Em Romanos 5.3-5 o apóstolo Paulo descreve o processo da maturidade cristã que o Senhor espera de seus servos: a tribulação produz a paciência; a paciência, a experiência; a experiência, a esperança; a esperança, a certeza. A vida de Paulo nos ensina que a provação na vida do servo de Deus forjará uma pessoa melhor, mais crente em Jesus e fiel a Deus. O sofrimento faz-nos constatar o quanto dependemos do Senhor (Sl 118.8,9). Nada melhor do que crescermos em Deus, e diante dos homens, com as nossas próprias experiências! 
2. Não pela auto-suficiência. Passar pelas experiências angustiosas da vida só revela o quanto somos dependentes do Altíssimo. Se não fosse por obra e graça de Deus não desfrutaríamos a sua doce presença. Como explicar a solidez da fé de uma mãe que perdeu seu filho; da esposa que, de forma trágica, viu a vida do seu cônjuge se esvair; do pai de família que, da noite para o dia, veio a perder todos os bens materiais; mas, ao mesmo tempo, podem dizer: O Senhor o deu e o tomou; bendito seja o nome do Senhor! (Jó 1.21). Muitos outros exemplos podem ser lembrados, mas nessa oportunidade, destacamos o quanto somos finitos, limitados e insuficientes na hora da aflição da vida. Há, porém, um lugar de abrigo nos dias de tribulação: o esconderijo do Altíssimo. Pelo qual, podemos dizer: “Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei” (Sl 91.2). 
3. Tudo posso naquele que me fortalece. Essa expressão revela o contentamento de Paulo e a sua verdadeira fonte: Jesus Cristo. Infelizmente, a expressão paulina tem sido mal interpretada. O texto não mostra nada além da maturidade que o apóstolo adquiriu. Após, e durante todo o sofrimento por amor a Cristo, o apóstolo pôde regozijar-se, não pela auto-suficiência, mas pela confiança em Cristo, nosso Senhor. Diante de toda a provação e sofrimento, o Pai Celestial pode nos dar a sua graça para suportar as aflições do mundo. Pois, verdadeiramente podemos dizer: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).  
SINOPSE DO TÓPICO (III) 
Através das experiências obtidas na vida cristã, não nos tornamos auto-suficientes, mas amadurecemos pela suficiência de Cristo.  
CONSIDERAÇÕES FINAIS  
Querido irmão e prezada irmã, jamais foi nossa intenção, nesse trimestre, desenhar para você um quadro ilusório da vida, dizendo: “Você não mais sofrerá, nem ficará doente ou muito menos morrerá”. Não! Tais falácias não são promessas bíblicas. Jesus nunca usou desses subterfúgios para lidar com os problemas existenciais dos seus discípulos. Nós, segundo o seu exemplo, temos a obrigação de dizer ao povo de Deus que no mundo teremos aflições (Jo 16.33). Mas Ele venceu o mundo e, por isso, devemos ter bom ânimo. É perfeitamente possível desfrutar a paz do Senhor no momento de provação e sofrimento. Por isso, tenha a paz em Deus, que excede todo entendimento, e bom ânimo em Cristo! Ele está conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28.20). Amém!  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA  

CABRAL, E. A Defesa do Apostolado de Paulo: Estudo na Segunda Carta aos Coríntios. 1.ed., RJ: CPAD, 2009.
ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2008.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Lição 13 - 3º Trim. 2012 - A Verdadeira Motivação do Crente.


Lição 13
A VERDADEIRA
MOTIVAÇÃO DO CRENTE
23 de setembro de 2012 

TEXTO ÁUREO  

Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e,
 fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto;
 e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará (Mt 6.6) 

VERDADE PRÁTICA  

A verdadeira motivação do crente não está na fama ou no poder,
 mas em viver para glorificar a Cristo.
 

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO  

Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e,
 fechando a tua porta,  ora a teu Pai, que vê o que está oculto; 
 e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará (Mt 6.6) 
O texto áureo deste domingo é uma citação do Senhor Jesus Cristo registrado no Evangelho de Mateus 6.6, esse ensinamento do Senhor não condena a adoração pública, mas condena a atitude de espetáculo, teatral, envolvida nessas orações em público.
Orações sem comunhão com Deus não passa de religiosidade teatral, é inútil e apenas perda de tempo, infelizmente no tempo do Senhor Jesus havia muitos homens denominados “homens de oração”, mas que não passavam de atores, eram profissionais de oração, falavam bonito, gesticulavam com grande emoção, mas não tinham comunhão com o Senhor, era apenas para ser vista e admirada pelos homens.
O Senhor nos convida a orarmos realmente para o nosso Pai e não para ser visto pelos homens. Quando Ele fala de aposento, no original grego é despensa, ou seja, o lugar onde somente o responsável pela dispensa tinha acesso, portanto, um lugar onde jamais seria visto por alguém, a idéia é de um lugar reservado com exclusividade entre o fiel e o Senhor.
Jesus nos convida a orarmos somente voltado ao Senhor, sem preocupação com o público, sem rituais para ser visto pelos homens e impressioná-los.
Embora não haja censura a oração pública, na sinagoga, igreja, praça, ou com as porta abertas, em horários pré determinados, mas, sim, condena o costume de orar em lugar público somente para impressionar a atenção alheia, para que os outros fiquem admirados com a “piedade” o orador. O Senhor nos convida a oração exclusivamente a Ele, daí a necessidade de lugar reservado, privado, com as portas fechadas.
Portanto, a idéia explícita do nosso texto áureo (Mateus 6.6) Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará”, ensina o orarmos com humildade, com toda a atenção ao Senhor e apenas a Ele e para Ele, dessa maneira o Senhor Jesus tirou a oração dos exageros e gestos teatrais, tornando-as parte do santuário exclusivo a Ele.  

RESUMO DA LIÇÃO 13  

 A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRENTE  
I. A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRENTE
1. O crente fiel dispensa a vaidade.
2. O crente fiel não deseja o primeiro lugar.
3. O crente fiel não se porta soberbamente.
 
II. NÃO FOMOS CHAMADOS PARA A FAMA
1. O que é fama.
2. O problema. 
III. O ANONIMATO NÃO É SINÔNIMO DE DERROTA
1. A verdadeira sabedoria.
2. A simplicidade.
3. O equilíbrio.  

INTERAÇÃO 

A palavra vaidade no meio evangélico, muitas vezes, é compreendida de maneira equivocada. De acordo com Salomão, “tudo o que passa” (Ec 1.2; 12.8);
A palavra “vaidade” aponta para a ideia de hipervalorização pessoal: a busca intensa de reconhecimento e admiração dos outros. É o desejo intenso do poder pelo poder; das riquezas pelas riquezas; da fama pela fama. Isso sim é o pleno mundanismo batendo nas portas de muitos arraias evangélicos! Verdadeiramente, essa não é a verdadeira motivação do crente. E muito menos a do Evangelho de Jesus de Nazaré!  

OBJETIVOS 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·   Compreender qual deve ser a verdadeira motivação do crente.
·   Conscientizar-se de que não fomos chamados para a fama.
·   Saber que o anonimato não é sinônimo de derrota.  

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA  

Leve para a classe jornais e revistas antigos. Distribua entre os alunos e peça para pesquisarem reportagens e figuras de pessoas “famosas” (artistas, cantores de música gospel, pregadores, políticos, etc.) de cunho secular e evangélico. Depois, peça que os alunos comentem as figuras e em seguida discuta com a classe as seguintes questões:
“O que é fama?”. “Qual a diferença entre ser famoso e ser bem-sucedido?”. Conclua explicando que devemos seguir o exemplo de Jesus. Ele nunca buscou a fama e até incentivou a prática anônima da vida cristã. O anonimato não é sinônimo de derrota. 

COMENTÁRIO

introdução 
 
Palavra Chave
Motivação: 
Ato ou efeito de motivar; motivo, causa. 
Vivemos numa sociedade onde o ter sobrepõe-se ao ser. Sofremos pressões diárias para vivermos de forma materialista. Fama, poder e influência política procuram atrair-nos.
No entanto, quando a pessoa acostumada à fama e ao poder cai no anonimato, perde o total controle da situação. Ela percebe não ser mais o centro das atenções. Nesta lição, estudaremos como o crente deve lidar com o anonimato em sua vida. Certamente não é a vontade de Deus que seus filhos busquem o estrelato terreno, mas o verdadeiro sentido de viver à luz do exemplo de simplicidade evidenciado na vida de Jesus de Nazaré.  
I. A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRENTE 
1. O crente fiel dispensa a vaidade. Além de significar o que é “vão” ou “aparência ilusória”, o termo vaidade, segundo o dicionário Houaiss, designa a ideia de “valorização que se atribui à própria aparência”. É o desejo intenso de a pessoa ser reconhecida e admirada pelos outros. Isso é vaidade! E a motivação verdadeiramente cristã a dispensa.
Quando lemos as Sagradas Escrituras percebemos que “o buscar a glória para si” é algo absolutamente rechaçado pela Palavra de Deus (Jo 3.30).
A Palavra revela que o servo de Cristo não deve, em hipótese alguma, ser motivado por essa cobiça (Mc 9.30-37). 
2. O crente fiel não deseja o primeiro lugar. Ao lançar mão de uma criança e apresentá-la entre os discípulos, ensinava o Senhor Jesus uma extraordinária lição: no coração do verdadeiro discípulo deve haver a mesma inocência e sinceridade de um infante (Mc 9.36). Entre os seguidores do Mestre não pode haver espaço para disputas, intrigas e contendas. No Reino de Deus, quem deseja ser o “primeiro” revela-se egoísta, mas quem procura servir ao próximo é chamado pelo Mestre para ser o primeiro (Mc 10.42-45). Aqui, se estabelece a diferença entre o vocacionado por Deus e o chamado pelo homem. 
3. O crente fiel não se porta soberbamente. O livro de Provérbios demonstra com abundantes exemplos e contundentes palavras do que o ser humano é capaz quando o seu coração é dominado pela soberba e pelo desejo desenfreado pela fama (Pv 6.16-19; 8.13).
Ele “se apressa em fazer perversidade”; “usa de língua mentirosa”; “semeia contendas entre irmãos”; e, “com olhos altivos”, assiste as consequências dos seus atos sem stanejar, arrepender-se ou sensibilizar-se. Isso, absolutamente, não é a verdadeira motivação do crente fiel! Pelo contrário, a motivação do discípulo do Meigo Nazareno está em servir ao Senhor com um coração íntegro e sincero diante de Deus e dos homens (Jo 13.34,35).  
SINOPSE DO TÓPICO (I) 
A verdadeira motivação cristã dispensa a vaidade, não deseja o primeiro lugar e não se porta soberbamente.  
II. NÃO FOMOS CHAMADOS PARA A FAMA
 
1. O que é fama. É o conceito (bom ou mau) formado por determinado grupo em relação a uma pessoa. Para que tal conceito seja formado em relação a si, é preciso tornar-se o centro das atenções. Lamentavelmente, a síndrome de “celebridade” chegou aos arraiais evangélicos. Porém, é preciso refletir: O ser humano, criado por Deus, foi feito para a fama? O homem, como o centro das atenções, é algo cristão? Uma classe de privilegiados e outra de meros coadjuvantes é projeto de Deus à sua Igreja? Desenvolver o poder de influência política e midiática, segundo as categorias desse mundo, é expandir o reino divino? Uma breve meditação em poucos textos bíblicos seria o bastante para verificarmos que a resposta a todas essas indagações é “não” (Jo 3.30; 5.30; 8.50; Rm 12.16; 2 Co 11.30). 
2. O problema. O espaço na mídia oferece a ilusão de que podemos obter sucesso imediato em todas as coisas, gerando em muitos corações, até mesmo de crentes, uma aspiração narcisista pelo sucesso (2 Tm 3.1-5). Cuidado! Quando a fama sobe à cabeça, a graça de Deus desaparece do coração! Buscar desenfreadamente a fama é a maior tragédia na vida do crente. Este, logo perde a essência da alma e a sua verdadeira identidade cristã. Nessa perspectiva, o Evangelho declara: “Porque que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?” (Lc 9.25).  
SINOPSE DO TÓPICO (II) 
O ser humano, criado por Deus, não foi feito para a fama. 
III. O ANONIMATO NÃO É SINÔNIMO DE DERROTA  
1. A verdadeira sabedoria. O livro de Eclesiastes relata a história de um pobre homem sábio que livrou a sua cidade das mãos de um rei opressor (Ec 9.13-18). No entanto, o povo logo o esqueceu. Ele, porém, não deu importância alguma para isso, pois o que mais queria era livrar, de uma vez por todas, a sua querida cidade das mãos do tirano. A fama e o desejo de ser reconhecido passavam longe do seu coração. Afinal, o que caracteriza a verdadeira sabedoria é o “temor do Senhor” (Pv 1.7). 
 
2. A simplicidade. O maior exemplo de simplicidade e equilíbrio temos na vida de Jesus de Nazaré. A leitura bíblica em classe descreve-nos a sábia atitude de Jesus em não deixar-se seduzir pela fama e retirar-se na hora apropriada. O Nazareno sabia exatamente da sua missão a cumprir (Jo 5.30). Quando percebeu que a multidão desejava fazer dEle um referencial de fama, Cristo retirou-se para não comprometer a sua missão (Mc 1.45). O Mestre é o nosso maior exemplo de simplicidade e equilíbrio no trato com as ultidões.
Enquanto estas o procuravam, Ele se refugiava em lugares desérticos (Mt 14.13; Mc 1.45).
 
3. O equilíbrio. No mundo contemporâneo, somos pressionados a sermos sempre os melhores em todas as coisas. O Evangelho, entretanto, oferece-nos a oportunidade de retirarmos de sobre nós esse fardo mundano (Mt 11.30). Você não precisa viver o estresse de ser quem não é! Você deve tornar-se o que o Senhor o chamou para ser. Não tente provar nada a ninguém. O Filho de Deus conhece-nos por dentro e por fora. Ele sabe as nossas intenções, pensamentos e desejos mais íntimos. Não se transforme num ser que você não é só para ganhar fama. A ilusão midiática não passa disso — é apenas uma ilusão! Nunca foi a vontade de Jesus que seus filhos se curvassem à fama, ao sucesso, à riqueza ou ao poder. Façamos o contrário, prostrando-nos aos pés de Cristo e fazendo do Calvário o nosso verdadeiro esteio. Se há alguma coisa em que devemos gloriar-nos, que seja na Cruz de Cristo (1 Co 2.2; Gl 6.14).  
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A verdadeira sabedoria cristã consiste na simplicidade
 e no equilíbrio (bom senso) das coisas. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Como estudamos na lição de hoje, a fama não pode ser a motivação do crente. E o anonimato não significa derrota alguma para aqueles que estão em Cristo Jesus. O Meigo Nazareno chega a incentivar a prática anônima da vida cristã (Mt 6.1-4). A pureza, a simplicidade e a sinceridade são os valores do Reino de Deus que nem sempre são entendidos pelos incrédulos. Todavia, somos chamados a manifestar esses valores em nossa vida. Portanto, não se preocupe com o anonimato, mas seja o seu desejo em agradar ao Senhor que criou os céus e a terra. Pois estes manifestam a sua existência e provam que Ele esquadrinha as intenções dos nossos pensamentos e corações. 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 

 

LIMA, E. R. Ética Cristã: Confrontando as questões morais do nosso tempo.
 1.ed., RJ: CPAD, 2002.
CABRAL, E. A Síndrome do Canto do Galo: Consciência Cristã
 — Um desafio à ética dos tempos modernos. 1.ed., RJ: CPAD, 2000.  

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO  

Subsídio Bibliológico 
“Os Apelos da Consciência
O apóstolo Paulo entendeu a ligação entre uma consciência cristã e uma mente espiritual. Ele escreveu: ‘Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo’ (1 Co 2.15,16). O cristão que tem a mente de Cristo conhece a sua vontade e seu propósito, por isso ele aprende a viver com uma consciência dos valores morais e espirituais estabelecidos por sua Palavra. Quando praticamos alguma ação, dizemos uma palavra, pensamos algo ou adotamos alguma atitude, devemos agir com uma mente espiritual. Ao avaliar essas várias situações, nossa consciência acenderá sua luz verde ou vermelha, concordando ou discordando; acusando ou defendendo. O julgamento da consciência será de acordo com o senso de justiça que a estiver dominando, se estiver purificada, jamais ela concordará com o erro; se contaminada, ela não conseguirá julgar corretamente. Devemos sempre comparar nossas ações à luz da justiça que a Bíblia apresenta. Nossas ações devem corresponder à uma consciência baseada na Palavra de Deus (2 Tm 3.16,17)” (CABRAL, E. A Síndrome do Canto do Galo: Consciência Cristã — Um desafio à ética dos tempos modernos. 
1.ed., RJ: CPAD, 2000, p.134).

Complemento da Lição 13 - 3º Trim. 2012.


Texto Bíblico: Marcos 1.35-45 

 CRESCENDO À SEMELHANÇA DAS CRIANÇAS

Por  David Jeremiah

Se queremos adorar em espírito e em verdade, precisamos redescobrir a capacidade de nos maravilharmos, a qual Deus colocou dentro de cada um de nós. Ela foi distorcida pelo pecado, de forma que nossas percepções foram confundidas. O oposto preciso de maravilha é ceticismo, e eu duvido que alguma vez houve um tempo mais caracterizado por ceticismo que este em que vivemos. Se não tivermos cuidado, cairemos nesta armadilha.

Afinal de contas, o ceticismo está no ar cultural que respiramos diariamente. A menos que você viva em uma ilha deserta, passa mais tempo exposto a atitudes céticas do que comendo ou se exercitando.

Pense em nossos programas de televisão. Considere os filmes a que nossos jovens assistem e a música que pulsa em seus fones de ouvido.

Depois de 11 de setembro de 2001, houve muita discussão na mídia sobre “a morte da ironia”, mas na realidade pouco mudou. Há uma cultura do sarcasmo que tem, há décadas, se infiltrado em nossa mídia e chega até nós através de muito de nossos líderes a fim de infectar a todos.

Frequentemente digo que não vejo como um servo compromissado com Cristo pode manter uma atitude sarcástica a título de humor, porém temos muito poucos outros modelos diante de nós. Depois de um tempo, não nos maravilhamos mais com Oz, o Grande e Poderoso ― estamos esticando nossos pescoços para achar o pequeno homem encolhido atrás da cortina. Estamos certos de que deve haver um, pois tudo parece ser uma fraude e subterfúgio.

Enquanto o pregador está nos falando sobre Deus, estamos desejando saber quanto pagam a ele para pregar o sermão. O ceticismo é uma infecção mortal que corrói nossa habilidade pueril de sermos surpreendidos e nos maravilharmos. Ele corrói nossos canais de adoração, e esta é uma doença terminal.

Este não é um problema novo, naturalmente. Jesus enfrentou os céticos a cada esquina. Não só os fariseus eram incapazes de participar da experiência maravilhosa dos seus milagres e ensinos, mas até mesmo os seus próprios discípulos constantemente falhavam em alcançar um entendimento maior.

Tantas das suas parábolas convidavam os ouvintes a se maravilhar ante à grandeza do Reino de Deus, mas quase todos não entenderam o essencial.

Finalmente, como não pudessem ver o quadro maior, Ele lhe deu um pequeno. Pôs em seu colo uma criancinha. Os discípulos foram surpreendidos; eles achavam que as crianças não eram merecedoras do tempo do Mestre, e geralmente as mantinham à parte:

Mas Jesus, chamando-as para si, disse: Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus. Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele.

― Lucas 18.16,17

O tema principal aqui, naturalmente, é a humildade. (Mateus 18 nos fala que os discípulos estavam discutindo ― outra vez ― sobre quem seria o maior no Reino de Jesus.) Todavia, humildade e maravilha andam de mãos dadas. Nossa fé precisa ser pueril, não infantil. Precisamos redescobrir o temor de Deus. Muito do cristianismo contemporâneo, como nós percebemos, se refere a Deus em termos muito casuais, como principal Melhor Amigo ― o que, naturalmente, Ele é. Mas se não tivermos cuidado, nós o colocamos do nosso tamanho. Então nosso Deus se torna muito pequeno. Não precisamos de um deus conveniente e compacto.

Precisamos daquEle que nos faça cair de joelhos, que nos deixe mudos, que faça nossos olhos brilharem com o seu fogo e nos despeça como pessoas transformadas. E precisamos deste Deus a cada momento do dia.

Texto extraído da obra “O Desejo do Meu Coração: Vivendo Cada Momento na Maravilha da Adoração”, editada pela CPAD.