Lição
14
A VIDA PLENA NAS AFLIÇÕES
30
de setembro de 2012
TEXTO
ÁUREO
“Sei estar abatido e sei também ter
abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a
ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.12,13).
VERDADE
PRÁTICA
As tribulações levam-nos a
amadurecer, em Cristo,
capacitando-nos a desfrutar de uma vida espiritual
plena.
COMENTÁRIO
DO TEXTO ÁUREO
“Sei estar abatido e sei também ter
abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a
ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.12,13).
“Compromisso com o contentamento (Fp 4.10-13)
[...] Nos versos 11-14,
Paulo ressalta ser livre da opressão da necessidade. Sua alegria não se deve a
ter suas necessidades satisfeitas, mas ao fato de que a preocupação dos
filipenses está fundamentada no Senhor.
O relacionamento de Paulo
com Deus tem-no conduzido a um senso de contentamento que transcende sua
circunstância imediata. Paulo experimentou tanto a necessidade quanto a
abundância.
A palavra usada para
‘necessidade’ aqui, é a mesma para a humilhação de Cristo no capítulo 2.8 de
Filipenses; mas, devido a este contexto, provavelmente se refere à privação
econômica.
Ele então emprega dois
conjuntos de verbos contrastantes para mostrar os extremos através dos quais
experimentou contentamento: quando estava bem alimentado, quando teve fome,
quando viveu períodos de abundância e quando padeceu necessidades.
Através de todas estas
situações, descobriu o segredo do contentamento. Em uma conclusão triunfal, no
verso 13 revela a sua principal fonte de contentamento: ‘Posso
todas as coisas, naquele que me fortalece’.
Este contexto do verso tem
sido frequentemente transgredido, e esta verdade tem sido colocada a serviço de
extravagâncias caprichosas.
“O apóstolo está claramente
se referindo à grande variedade de suas próprias experiências (Fp 4.12)” (Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed.,
RJ: CPAD, 2004, p.1313).
“O consolo divino e o consolo comunitário
Paulo
enfatiza o conceito de consolo. ‘O Deus de toda a consolação’ (2 Co 1.3). Deus
Pai não é apenas um Deus que se compadece de nós nas nossas tribulações, mas
aquEle que alivia nossos sofrimentos com o bálsamo de consolação do seu
Espírito (Is 40.1; 66.13). A força
da palavra consolo está no termo grego parák
[l] etos utilizado em o Novo Testamento
em referência à pessoa do Espírito Santo, como ‘o outro consolador’ prometido
por Jesus, antes de ascender ao seu lugar no céu (Jo 14.16; 16.13,14). No
versículo 4, Paulo dá um caráter bem pessoal com a frase: ‘Aquele que nos
consola’ referindo-se especialmente à sua experiência pessoal vivida naqueles
dias com as perseguições e calúnias contra a sua pessoa. Tanto
ele quanto seus companheiros de ministério tinham passado por tribulações no
mundo, mas tinham também o consolo e a paz de Cristo Jesus (Jo 14.27; 16.33). Na
sequência do versículo 4, Paulo diz que o consolo que recebemos de Deus em meio
às tribulações tem por objetivo servir de bênçãos para nós mesmos, que
aprendemos a lidar com as circunstâncias, e nos tornar canais de consolo para
outros. “Na
verdade, esse texto nos fala da responsabilidade do crente em relação aos seus
irmãos em Cristo, quando enfrentam tribulações” (CABRAL, E. A Defesa do Apostolado de Paulo: Estudo na Segunda Carta aos
Coríntios. 1.ed., RJ: CPAD,
2009, p.36).
RESUMO
DA LIÇÃO 14
A VIDA PLENA NAS
AFLIÇÕES
I. VIVENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA
1. As aflições de Paulo.
2. Deixado por seus filhos na fé.
II. CONTENTANDO-SE EM CRISTO
1. Apesar da necessidade não satisfeita.
2. Livre da opressão da necessidade.
3.- Contente e fundamentado em Cristo.
III. AMADURECIMENTO PELA SUFICIÊNCIA DE CRISTO
1. Através das experiências.
2. Não pela autossuficiência.
3. Tudo posso naquele que me fortalece.
INTERAÇÃO
Chegamos ao final de mais um trimestre, este foi um
pouquinho mais longo devido o fato do ano ser bissexto e ganharmos mais uma
lição. Vivemos tempos onde somos diuturnamente tentados a
trocarmos a essência do verdadeiro Evangelho pela artificialidade das mensagens
que nos são convidativas. Prega-se: - o fim do sofrimento em detrimento do sofrimento
por Cristo; - o antropocentrismo em detrimento do
cristocentrismo; - o triunfalismo em detrimento da simplicidade de
Cristo Jesus. Mas, somos convidados, mesmo em tempos difíceis, a
não perdermos de vista a simplicidade e o equilíbrio do Evangelho. Por isso, tende bom ânimo! Porque Ele, Jesus
Cristo, venceu o mundo!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Descrever
as aflições da vida do apóstolo Paulo.
·
Explicar como
se contentar em Cristo apesar das necessidades.
·
Saber
que precisamos amadurecer pela suficiência de Cristo, o nosso Senhor.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, antes de iniciar
a lição de hoje, faça uma revisão dos temas estudados neste trimestre:
1.-
No Mundo Tereis Aflições;
2.-
A Enfermidade na Vida do Crente;
3.-
A Morte para o Verdadeiro Cristo;
4.-
Superando os Traumas da Violência Social;
5.-
As Aflições da Viuvez;
6.-
A Despensa Vazia;
7.-
A Divisão Espiritual no Lar;
8.-
A Rebeldia dos Filhos;
9.-
A Angústia das Dívidas;
10.-
A Perda dos Bens Terrenos;
11.-
Inveja, um Grave Pecado;
12.-
As Dores do Abandono;
13.-
A Verdadeira Motivação do Crente;
14.-
A Vida Plena nas Aflições.
A revisão do conteúdo
programático das lições é muito importante para você concluir as lições. O objetivo do trimestre foi
demonstrar ao aluno que, apesar dos percalços da vida, é possível ter uma vida
plena da graça de Deus. Após a revisão das lições,
inicie a última aula explicando aos alunos que, apesar dos sofrimentos
cotidianos, como na vida de Paulo, podemos desfrutar da graça e do amor de Deus
respectivamente. Não se esqueça de agradecer
a Deus pela conclusão de mais um trimestre. O Salmista Davi nos ensina a sermos gratos: "Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em
mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma ao SENHOR, e não te
esqueças de nenhum de seus benefícios" (Sl 103.1-2). O filósofo romano Cícero declarou: “A
gratidão não é somente a maior das virtudes, como é a mãe de todas as outras”. Gratidão é também o fundamento da personalidade
cristã. Paulo pede que os tessalonicenses “dêem graças em
todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.” (1
Tessalonicenses 5.18).
COMENTÁRIO
Introdução
Palavra Chave
Aflição:
Estado daquele que
está aflito; profundo sofrimento; ânsia, agonia, angústia.
No início desse trimestre,
perguntamos se o crente em Jesus pode sofrer. A resposta reflete àquilo
que já sabemos. O sofrimento na vida do
justo é perfeitamente natural, pois peregrinamos num mundo de aflições. No entanto, é possível ao
crente sofredor viver plenamente em Cristo (Jo 10.10). Por isso, na lição de hoje,
estudaremos acerca da possibilidade de, apesar das angústias e lutas, vivermos
de forma plena. Veremos que o servo de Deus
pode desfrutar de uma vida cristã abundante em meio aos sofrimentos cotidianos.
Com nossa mente e coração
firmados no Eterno, Ele nos conduzirá, pelo seu poder e graça, ao deleite das
suas promessas (Is 40.28).
I. VIVENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA
1. As aflições de Paulo. Depois de Jesus, uma das
pessoas mais experimentadas no sofrimento por amor a Deus certamente foi Paulo.
O Meigo Nazareno revelara a
Ananias a dolorosa experiência paulina: “E eu lhe mostrarei
quanto deve padecer pelo meu nome” (At 9.16). Ao longo do Novo
Testamento, o apóstolo dos gentios é provado de várias formas (2 Co 11.23-33). O homem que perseguia os
cristãos se torna perseguido; aquele que os afligia, é afligido; o que
consentia na morte dos outros, tem a sua consentida. Por isso, o Senhor disse a
Paulo que duro seria “recalcitrar contra
os aguilhões” (At 9.5).
2. Deixado por seus filhos na fé. “Bem sabes isto: que os que
estão na Ásia todos se afastaram de mim; entre os quais foram Fígelo e
Hermógenes” (2 Tm 1.15). Após uma prática intensa de
implantação de igrejas locais — discipulado, formação de liderança nativa e
defesa do Evangelho —, comunidades inteiras foram atendidas pelo trabalho de um
verdadeiro apostolado. Não obstante, Paulo
sente-se abandonado por seus irmãos de caminhada. Prisioneiro de Roma, é
inimaginável a tristeza do apóstolo nesse momento de solidão (2 Tm 4.9-11).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A provação do apóstolo dos gentios é assim sintetizada: o homem que
perseguia os cristãos é perseguido; aquele que afligia, é afligido; o que
consentia na morte dos outros, tem a sua consentida.
II. CONTENTANDO-SE EM CRISTO
1. Apesar da necessidade não satisfeita. A prisão gélida onde Paulo foi
encerrado expressa o estado da completa falta de dignidade humana em que ele
encontrava-se. Apesar de receber apoio das
igrejas locais, nem sempre o apóstolo dos gentios teve suas necessidades
satisfeitas. Por isso, dizia ele estar
escrevendo em meio a muitos sofrimentos, angústias e com muitas lágrimas (2 Co
2.4). A experiência paulina
desafia-nos a viver um Evangelho que não prioriza a ilusão de uma vida de “mar
de rosas”. Antes, desafia-nos a viver
a realidade dos “espinhos” e “abrolhos” que não poucas vezes “ferem-nos a
carne”. Todavia, a graça de Cristo
é-nos suficiente para que, mesmo não tendo as necessidades satisfeitas, o nosso
coração se acalme e venhamos a nos deleitarmos em Deus (2 Co 12.9).
2. Livre da opressão da necessidade. Embora preso e necessitado,
o apóstolo envia uma carta aos filipenses, demonstrando o regozijo do Senhor em
seu coração ao saber que os crentes daquela localidade lembravam-se dele (Fp
4.10). Esse fato denota a
maturidade do apóstolo em Cristo mesmo no sofrimento do cativeiro (v.11). Como Paulo, devemos
regozijar-nos no Senhor em meio às aflições e aos sofrimentos da vida. Isso é ser maduro e livre
da opressão da necessidade! Embora esta nos assole o
coração, ainda assim esperamos em Deus e alegramo-nos nEle, que é a nossa
esperança (Sl 11.1; 35.9; 42.11).
3. Contente e fundamentado em Cristo. O apóstolo dos gentios
agradece aos filipenses pelas ofertas e generosidade praticadas em seu favor
(Fp 4.14). No entanto, embora carente,
a alegria do apóstolo pela oferta recebida não demonstra o desespero de alguém
necessitado por dinheiro, antes, evidencia a suficiência de Cristo representada
através do socorro da igreja de Filipos (4.18). Outro destaque nesse
episódio é o regozijo de Paulo pela maturidade cristã dos filipenses. Ele atestara que, a seu
exemplo, essa igreja encontrava-se edificada em Cristo (1.3-6). A alegria de Paulo não
estava na oferta recebida, mas no contentamento que desfrutava em Cristo Jesus , nos
momentos de aflições, e em ver a disposição da igreja filipenses.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Apesar de muitas vezes o apóstolo Paulo não ter suas necessidades
satisfeitas, ele se viu livre da opressão da necessidade, contentando-se em Jesus Cristo.
III. AMADURECENDO PELA SUFICIÊNCIA DE
CRISTO
1. Através das experiências. “Sei estar abatido e sei
também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído,
tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer
necessidade” (Fp 4.12). Em Romanos 5.3-5 o apóstolo
Paulo descreve o processo da maturidade cristã que o Senhor espera de seus
servos: a tribulação produz a paciência; a paciência, a experiência; a
experiência, a esperança; a esperança, a certeza. A vida de Paulo nos ensina
que a provação na vida do servo de Deus forjará uma pessoa melhor, mais crente
em Jesus e fiel a Deus. O sofrimento faz-nos
constatar o quanto dependemos do Senhor (Sl 118.8,9). Nada melhor do que
crescermos em Deus, e diante dos homens, com as nossas próprias experiências!
2. Não pela auto-suficiência. Passar pelas experiências
angustiosas da vida só revela o quanto somos dependentes do Altíssimo. Se não fosse por obra e
graça de Deus não desfrutaríamos a sua doce presença. Como explicar a solidez da
fé de uma mãe que perdeu seu filho; da esposa que, de forma trágica, viu a vida
do seu cônjuge se esvair; do pai de família que, da noite para o dia, veio a
perder todos os bens materiais; mas, ao mesmo tempo, podem dizer: O Senhor o
deu e o tomou; bendito seja o nome do Senhor! (Jó 1.21). Muitos outros exemplos
podem ser lembrados, mas nessa oportunidade, destacamos o quanto somos finitos,
limitados e insuficientes na hora da aflição da vida. Há, porém, um lugar de
abrigo nos dias de tribulação: o esconderijo do Altíssimo. Pelo qual, podemos dizer: “Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele
confiarei” (Sl 91.2).
3. Tudo posso naquele que me fortalece. Essa expressão revela o
contentamento de Paulo e a sua verdadeira fonte: Jesus Cristo. Infelizmente, a expressão
paulina tem sido mal interpretada. O texto não mostra nada além da maturidade
que o apóstolo adquiriu. Após, e durante todo o
sofrimento por amor a Cristo, o apóstolo pôde regozijar-se, não pela auto-suficiência,
mas pela confiança em Cristo, nosso Senhor. Diante de toda a provação e
sofrimento, o Pai Celestial pode nos dar a sua graça para suportar as aflições
do mundo. Pois, verdadeiramente
podemos dizer: “Posso todas as coisas naquele que me
fortalece” (Fp 4.13).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Através das experiências obtidas na vida cristã, não nos tornamos
auto-suficientes, mas amadurecemos pela suficiência de Cristo.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Querido irmão e prezada
irmã, jamais foi nossa intenção, nesse trimestre, desenhar para você um quadro
ilusório da vida, dizendo: “Você não mais sofrerá, nem ficará doente ou muito
menos morrerá”. Não! Tais falácias não são
promessas bíblicas. Jesus nunca usou desses
subterfúgios para lidar com os problemas existenciais dos seus discípulos. Nós, segundo o seu exemplo,
temos a obrigação de dizer ao povo de Deus que no mundo teremos aflições (Jo
16.33). Mas Ele
venceu o mundo e, por isso, devemos ter bom ânimo. É perfeitamente possível
desfrutar a paz do Senhor no momento de provação e sofrimento. Por isso, tenha a paz em
Deus, que excede todo entendimento, e bom ânimo em Cristo! Ele está conosco todos os
dias até a consumação dos séculos (Mt 28.20). Amém!
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
CABRAL, E. A Defesa do Apostolado de Paulo: Estudo na Segunda Carta aos
Coríntios. 1.ed., RJ: CPAD,
2009.
ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2008.
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