Lição 05
AS VIRTUDES DOS SALVOS EM CRISTO
04 de agosto de 2013
TEXTO ÁUREO
“Porque Deus é o que opera em vós tanto
o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13).
VERDADE PRÁTICA
A
salvação é obra da graça de Deus, garantida a humanidade mediante a morte
expiatória de Jesus.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
“Porque Deus é o
que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp
2.13).
Nosso
texto áureo (Fp 2.13) está inserido logo após a explicação do exemplo de
humildade e exaltação do Senhor Jesus (Fl 2.5-11). Nos versículos seguintes 12
a 18, Paulo nos exorta a respeito da salvação, obediência e santidade. A
salvação emana exclusivamente da graça de Deus, a Bíblia declara que todos os
membros da raça humana pecaram (Rm 3.23) e por isso, todos precisam de um
Salvador.
O único Deus, eternamente subsistente em
três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo, ou seja, a Santíssima Trindade é
revelada na Bíblia de modo explícito na redenção e reconciliação dos pecadores:
-
O
Pai “envia” o Filho ao mundo (Jo 3.16-17).
-
O
Filho suporta a vergonha do madeiro maldito, trazendo a paz (reconciliação)
entre Deus e a humanidade (Rm 5.1; Ef 2.13-16). Ele nos comprou com seu próprio
Sangue (Atos 20.28).
-
O
Espírito Santo é quem nos convence do pecado, da justiça e do juízo e emprega a
obra do Filho no novo nascimento (Tt 3.5), santifica o crente (1 Co 6.11) e nos
dá acesso (Ef 2.18), mediante o nosso Grande Sumo Sacerdote, Jesus Cristo (Hb
4.14-16), á presença do Pai (2 Co 5.17-21). Portanto, a salvação é obra da
Santíssima Trindade.
Assim, nesta grande salvação, o apóstolo
Paulo nos mostra o lugar para “temor e tremor” (Fp
2.12) e declara: “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o
efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13)”.
A maravilhosa graça de Deus é tão grande,
que Ele opera nos seus filhos, para produzir neles tanto o desejo quando poder
para cumprir sua santa e verdadeira vontade. Porém é bom salientar que a
vontade de Deus mediante sua graça dentro de nós, como templo do Espírito Santo
que somos, não é de compulsão e nem de graça irresistível, lembramos das
palavras do Senhor Jesus: “Eis que estou à
porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua
casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Ap 3.20).
Estejamos atentos que a obra da graça de
Deus em nós está associada a aceitação, obediência, fidelidade e cooperação: “De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes,
não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também
operai a vossa salvação com temor e tremor; Porque Deus é o que opera em vós
tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade. Fazei todas as coisas
sem murmurações nem contendas; Para que sejais irrepreensíveis e sinceros,
filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre
a qual resplandeceis como astros no mundo; Retendo a palavra da vida, para que
no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão” (Fp 2.12-16).
Assim a expressão: “Porque
Deus é o que efetua”, nos revela o lado “divino” da salvação,
assim como o versículo 12 que antecede ao nosso texto áureo, nos mostra o lado
“humano”. Portanto Deus salva, mas o homem deve corresponder a graça divina: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer
será condenado” (Mc 16.16).
“Opera em vós” – essa expressão vem do verbo grego “energeo”, que
significa: “efetuar”, “trabalhar”, “produzir”, “operar”, “atuar”. Todo bem que
é produzido em nós é operado por Deus, veja a relação do fruto do Espírito em
Galátas 5. 22-23.
Agostinho, bispo de Hipona (354-430)
declara: “Nós desejamos, mas é Deus quem
implanta em nós esse desejo. Portanto, agimos, mas Deus é quem age em nós”.
“Segundo a sua boa vontade” – Literalmente “em favor de sua boa
vontade”. A vontade de Deus não envolve uma preferência
arbitrária, mas antes, tem alvos específicos e benéficos em relação aos homens.
Tudo está unido ao amor de Deus Pai, efetuando em nós na qualidade de filhos
seus.
As palavras “boa vontade”, na língua
grega é uma palavra só: “eudokia”,
que significa “favor”, “beneplácito”, “boa vontade”. Todas essas expressões
referem-se à benevolência de Deus.
De acordo com
o subsídio bíblico lemos: “Quem opera a salvação no homem é Deus através do
Espírito Santo que convence o homem do seu estado de pecado. Quando isto
acontece o homem está livre para dizer sim à graça de Deus.
O
arrependimento e a fé em Deus são brotados no coração do homem pelo próprio
Pai. Isto faz do Senhor o autor da salvação humana. Esta verdade precisa ficar
clara para os alunos.
Uma vez
lavados e remidos pelo sangue do Cordeiro o ser humano é livre para colocar em
prática a consequência da salvação.
O discípulo
de Jesus foi chamado para produzir frutos. João 15.8 diz: “Nisto é glorificado meu Pai: que deis muitos frutos; assim
serei meus discípulos”.
Frutos,
aqui, não é ascetismo, arroubos exteriores e comportamentais, mas é amar “uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15.12).
Esta
característica é que distinguirá quem é o discípulo de Jesus: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos
amardes uns aos outros” (Jo 13.35). Ou seja, é pela prática do
amor às outras pessoas que o mundo saberá ou não quem é discípulo de Jesus.
É com esse
olhar que devemos ler a Epístola de Paulo aos filipenses. Então compreenderemos
a sua conclamação: “operai a vossa salvação com
temor e tremor”.
A ideia
desta expressão não é a de reforçar que o crente é responsável de ir ou não
para o inferno segundo as suas ações. Ali, o apóstolo quer mostrar que o crente
recebeu uma tão grande salvação que é inimaginável ele não por em prática esta
nova realidade devida, pois é “Deus que opera em
vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”.
Temos
que destacar que o operar a salvação é a mesma conotação vista acima no Evangelho de
João para produzir frutos.
É por isso
que o apóstolo usa expressões tão fortes que tem haver com a relação com o
próximo: “Fazei todas as coisas sem murmurações
nem contendas”; “sejais irrepreensíveis e sinceros”; “retendo a Palavra da
vida”.
Paulo espera
ver a igreja de Filipos operando a sua salvação, pois segundo o apóstolo, não
pode haver outro resultado, se não, um profundo contentamento e alegria do povo
de Deus.
Os crentes
são chamados a praticar as boas obras. Estas foram preparadas por Deus para os
nascidos de novo andarem por elas.
Essas
grandes verdades devem ser enfatizadas: não somos salvos pelas obras, mas somos
salvos para produzi-las. Era inimaginável para o apóstolo um crente sem obras
(amor)”.
Outro
aspecto importantíssimo sobre o assunto é o que nos mostra o irmão Kennndey: “Estes
versículos servem de reprimenda contra todo o egoísmo e contra toda a
vanglória” .
(algumas citações
adaptadas das obras: A Bíblia de Estudo Pentecostal e O
Novo Testamento Interpretado – versículo por versículo – R. N. Champlin).
RESUMO DA LIÇÃO 05
AS
VIRTUDES DOS SALVOS EM CRISTO
I. A DINÂMICA DA SALVAÇÃO (2.12,13)
1.
O caráter dinâmico da salvação.
2.
DEUS é a fonte da vida.
3.
A bondade divina.
II. OPERANDO A SALVAÇÃO COM TEMOR E TREMOR (2.12-16)
1.
"Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas".
a)
Murmurações.
b)
Contendas.
2.
"Sejais irrepreensíveis e sinceros". O
3.
"Retendo a palavra da vida".
III. A SALVAÇÃO OPERA O CONTENTAMENTO E A ALEGRIA
(2.17,18)
1.
O contentamento da salvação operada.
2. A alegria do povo de DEUS.
INTRODUÇÃO
Há muitos significados que poderíamos tomar
emprestado para conceituar o termo “obediência”. Como, por exemplo,
“sujeitar-se a vontade de”, “estar sob autoridade de” e “estar sujeito”. Estes
manifestam o sentido estrito e real da expressão obediência.
Há de se destacar, porém, que o apóstolo Paulo
quando fala de obediência, refere-se à virtude — uma disposição firme para
praticar o bem — de uma pessoa que abraçou a fé mediante o Evangelho de Cristo.
Aqui, obedecê-lo é encarnar os valores do Reino
de Deus numa perspectiva de se espalhar o bem no mundo.
Para Paulo, a melhor forma de fazer isso é
semeando o Evangelho, a mais bela das notícias para a humanidade.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
Conhecer a dinâmica da salvação.
Analisar a operação da salvação.
Saber que a salvação opera alegria e contentamento no
crente.
COMENTÁRIO
PALAVRA CHAVE
Virtude:
Na lição é a disposição firme e constante para
prática do bem.
Na lição de hoje,
aprenderemos que a obediência a Deus é uma virtude que deve ser buscada por
todos aqueles que são salvos em Cristo.
O apóstolo Paulo
não duvidava da obediência dos irmãos filipenses, contudo, ele reafirma aos
crentes a verdade de que a submissão ao Evangelho de Cristo é uma das
principais virtudes dos salvos.
Assim, a intenção
do apóstolo é estimular os cristãos de Filipos a continuar perseverando na
obediência ao Santo Evangelho.
I. A DINÂMICA DA SALVAÇÃO (2.12,13)
O
propósito de explicar a dinâmica da salvação é meramente didático, pois nos é
impossível catalogar um assunto da natureza do mistério da salvação.
Seria
muita pretensão nossa pensar que podemos dar conta de tão importante aspecto da
salvação através de um instrumento didático.
A DINÂMICA DA SALVAÇÃO
1.
Obra realizada e consumada na cruz. O brado de Cristo na cruz — “Está consumado!” — representa
o significado atemporal da salvação. Nele, somos salvos do passado, guardados
do presente, mas esperançosos no futuro.
O
pecado não tem mais poder sobre a vida do discípulo de Cristo: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em
Cristo Jesus” (Rm 8.1).
2.
O progresso da operação da salvação. É bem verdade que não estamos
plenamente redimidos porque habitamos num corpo corrompido. Mas as palavras de
Agostinho de Hipona têm muito a nos dizer sobre como devemos lidar com essa
tensão:
“A permanência da concupiscência em nós, é uma
maneira de provarmos a Deus o nosso amor a Ele, lutando contra o pecado por
amor ao Senhor; é, sobretudo, no rompimento radical com o pecado que damos a
Deus a prova real do nosso amor”.
3.
A plenitude da salvação. Vivemos a vida cristã numa tensão entre o “já” e
o “ainda não”. Isto é, o reino de Deus está entre nós, mas não se manifestou
plenamente. Temos a esperança de uma transformação gloriosa que permeará toda a
terra quando da vinda de Jesus: “Porque a ardente
expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus” (Rm 8.19).
1. O caráter dinâmico da salvação. No texto de
Filipenses 2.12, podemos destacar três aspectos da salvação operada em nossa
vida pelo Senhor Jesus. O primeiro refere-se à obra realizada e consumada de
forma suficiente na cruz do Calvário. É a salvação da pena do pecado. Não somos
mais escravos, e sim libertos em Cristo (Rm 8.1).
O
segundo aspecto diz respeito ao caráter progressivo da salvação na vida do
crente. Mesmo que o nosso corpo ainda não tenha sido transformado, resistimos
ao pecado e este não mais nos domina (Rm 8.9; cf. 1Jo 2.1,2).
Não
obstante o fato de a salvação eterna vir de Deus, Paulo diz que o Senhor nos
chama a zelar e a “desenvolvê-la” em nosso cotidiano.
Por
último, o texto trata da plenitude da salvação, quando finalmente o nosso corpo
receberá uma redenção gloriosa e não mais teremos dor, angústia ou lágrima,
pois estaremos para sempre com o Senhor (1Ts 4.14-17).
2. Deus é a fonte da vida. Por si só o crente não pode ser
salvo (Fp 2.13), pois é o Espírito Santo quem “opera” no homem a salvação (Jo
16.8-11). Sem o Senhor, a humanidade está cega, morta no pecado e carente da
iluminação do Espírito para o arrependimento.
Se
na vida dos ímpios Satanás opera instigando-os à prática das obras más (2Ts
2.9), é o Espírito de Deus quem opera nos crentes a vida eterna (Jo 16.7-12;
cf. Rm 8.9,14). Dessa forma, o salvo torna-se um instrumento de justiça num
mundo corrompido.
3. A bondade divina. A ideia que a salvação tem um caráter seletivo
não é bíblica. Todos têm o direito de recebê-la. O querer e o efetuar de Deus
não anulam esse direito, pelo contrário, a operação do Eterno habilita qualquer
pessoa à salvação através da iluminação do Evangelho (Jo 1.9), tornando-se
posteriormente útil ao Corpo de Cristo (Ef 4.11-16; 1Co 12.7).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Por si só o crente
não pode ser salvo, pois é o Espírito Santo quem “opera” no homem o desejo de
salvação.
II. OPERANDO A SALVAÇÃO COM TEMOR E
TREMOR (2.12-16)
1. “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas”. No versículo
14, o apóstolo Paulo destaca duas posturas nocivas à predisposição dos
filipenses:
a)
Murmurações. O Antigo Testamento descreve a murmuração dos
judeus como uma atitude de rebelião. Quando os israelitas atravessaram o
deserto, sob a liderança de Moisés, passaram a reclamar da pessoa do líder
hebreu.
Para
eles, Moisés jamais deveria ter estimulado a saída do povo judeu do Egito (Nm
11.1; 14.1-4; 20.2-5). Esse ato constrangeu o homem mais manso da face da
terra, e os israelitas receberam dele a alcunha de “geração
perversa e rebelde” (Dt 32.5,20).
Tal
“titulação” não se aplicava aos filipenses, pois eles não eram rebeldes nem
murmuradores, ainda assim o apóstolo Paulo os exortou a fazer todas e quaisquer
coisas sem murmurações ou queixas, tal como convém aos mansos.
b)
Contendas. Em o Novo Testamento, a expressão grega para contendas é dialogismos.
Essa expressão descreve as disputas e os debates inúteis que geram dúvidas e
separações na igreja local.
É
o mesmo que discussões, litígios e dissensões. Infelizmente, muitos hoje as
promovem levando, inclusive, seus irmãos aos tribunais (1Co 6.1-8). Esta,
definitivamente, não é a vontade de Deus para a sua Igreja.
2. “Sejais irrepreensíveis e sinceros”. O apóstolo
apela aos filipenses para que se achem irrepreensíveis e sinceros. Ser
irrepreensível significa conduzir-se de forma correta e moralmente pura, não
necessitando de repreensão.
É
alguém que dominou a carne, pois anda no Espírito (Gl 5.16,17). A sinceridade é
outra virtude que se opõe ao mal, ao dolo, ao engano e à má fé. A pessoa
sincera pauta-se pela lealdade, a lisura e a boa fé. Nada menos que isso é o
que o Eterno espera do seu povo.
3. “Retendo a palavra da vida”. Para o
apóstolo, reter a Palavra de Deus não é apenas assimilá-la, mas, sobretudo
praticá-la, pois o poder da Palavra gera vida (Hb 4.12). Por isso, Paulo
encoraja os filipenses a guardarem a Palavra, pois além de promover a vida no
presente, ela ainda nos garante esperança e vida eterna para o futuro próximo.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
De acordo com o ensino do apóstolo Paulo, quem
guarda a Palavra não murmura, não cria contendas e vive em sinceridade.
III. A SALVAÇÃO OPERA O
CONTENTAMENTO E A ALEGRIA (2.17,18)
1. O contentamento da salvação operada. O apóstolo
Paulo reporta-se ao Antigo Testamento para mostrar aos filipenses como, a fim
de servi-los, ele entregou sua vida: “ainda que seja
oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé” (v.17).
O
apóstolo está ciente das privações que impôs a si mesmo para edificar o Corpo
de Cristo em Filipos. Ele, porém, se regozija e alegra-se pelo privilégio de
servir aos filipenses. Em outras palavras, a essa altura, o sacrifício e os
desgastes do apóstolo são superados pela alegria de contemplar, naquela
comunidade, o fruto da sua vocação dada por Cristo Jesus: a salvação operada em
sua vida também operou na dos filipenses.
2. A alegria do povo de Deus. O apóstolo estimula os
filipenses a celebrarem juntamente com ele esta tão grande salvação (Hb 2.3). O
apelo de Paulo é contagiante: “regozijai-vos e
alegrai-vos comigo por isto mesmo” (v.18).
A
alegria de Paulo é proveniente do fato de que uma vez que Jesus nos salvou
mediante o seu sacrifício no Calvário, agora o Mestre nos chama para
testemunharmos a verdade desta mesma salvação operada em nós (v.13). Portanto,
alegremo-nos e regozijemo-nos nisto.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A salvação opera no
povo de Deus a alegria e o contentamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Evangelho nos convoca a desenvolvermos a salvação recebida por
Deus através de Cristo Jesus. Devemos ser santos, como santo é o Senhor nosso
Deus.
Para isso, precisamos nos afastar de todas as murmurações e
contendas e abrigarmo-nos no Senhor, vivendo uma vida irrepreensível, sincera e
que retenha a palavra da vida (Fp 2.16).
Somente assim a alegria do Senhor inundará a nossa alma e
testemunharemos do seu poder salvador para toda a humanidade.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HOLMES,
A. F. Ética: As decisões Morais à Luz da Bíblia. 1 ed., RJ: CPAD, 2000.
ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário
Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., Vol. 2, RJ: CPAD, 2009
CHAMPLIN,
R. N. - O Novo Testamento Interpretado – versículo por versículo – Ed.
Candeia – 1995 – SP).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio
Bibliológico
“O ALCANCE
DA OBRA SALVÍFICA DE CRISTO”
Há
entre cristãos uma diferença significativa de opiniões quanto à extensão da
obra salvífica de Cristo. Por quem Ele morreu? Os evangélicos, de modo global,
rejeitam a doutrina do universalismo absoluto (isto é, o amor divino não
permitirá que nenhum ser humano ou mesmo o diabo e os anjos caídos permaneçam
eternamente separados dEle). O universalismo postula que a obra salvífica de
Cristo abrange todas as pessoas, sem exceção. Além dos textos bíblicos que
demonstram ser a natureza de Deus de amor e de misericórdia, o versículo chave
do universalismo é Atos 3.21, onde Pedro diz que Jesus deve permanecer no Céu
‘até aos tempos da restauração de tudo’. Alguns entendem que a expressão grega
apokastaseōs pantōn (‘restauração de todas as coisas’) tem significado
absoluto, ao invés de simplesmente ‘todas as coisas, das quais Deus falou pela
boca de todos os seus santos profetas’. Embora as Escrituras realmente se
refiram a uma restauração futura (Rm 8.18-15; 1Co 15.24-26; 2Pe 3.13), não
podemos, à luz dos ensinos bíblicos sobre o destino eterno dos seres humanos e
dos anjos, usar esse versículo para apoiar o universalismo. Fazer assim seria
uma violência exegética contra o que a Bíblia tem a dizer deste assunto.
Entre
os evangélicos, a diferença acha-se na escolha entre o particularismo, ou
expiação limitada (Cristo morreu somente pelas pessoas soberanamente eleitas
por Deus), e o universalismo qualificado (Cristo morreu por todos, mas sua obra
salvífica é levada a efeito somente naqueles que se arrependem e creem). O fato
de existir uma nítida diferença de opinião entre crentes bíblicos igualmente
devotos aconselha-nos a evitar a dogmatização extrema que temos visto no
passado e ainda hoje. Os dois pontos de vista, cada um pertencente a uma
doutrina específica da eleição, têm sua base na Bíblia e na lógica. Nem todos
serão salvos. Os dois concordam que, direta ou indiretamente, todas as pessoas
receberão benefícios da obra salvífica de Cristo. O ponto de discórdia está na
intenção divina: tornar a salvação possível a todos ou somente para os
eleitos?” (HORTON, S. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal.
10 ed., RJ: CPAD, 2007, pp.358-59). FONTE: www.professoralberto.com.br