UMA VIDA CRISTÃ
EQUILIBRADA
15 de setembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Quanto
ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo,
tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma
virtude e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8).
VERDADE PRÁTICA
A fim de termos uma vida cristã
equilibrada e frutífera, precisamos ocupar a nossa mente com tudo àquilo que é agradável
a Deus.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
“Quanto ao mais,
irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo
o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma
virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8).
Meu comentário do
texto áureo será parcial, uma vez que o mesmo já é tratado no corpo da lição,
por isso destacarei mais os aspecto de que crer é também pensar, ou a
importância da mente, do intelecto, da razão na fé cristã. O contexto do nosso
texto áureo (Fp 4.1-9), Paulo exorta os irmãos filipenses a cultivar o fruto do
espírito, o amor fraternal e a vida equilibrada, usando a mente para pensarmos
nas coisas de Deus.
Novamente o
apóstolo Paulo usa a expressão “finalmente” do grego “Tò Loipón”, literalmente “quanto ao mais”, “quanto ao resto”, ou seja, expressa a ideia de “finalmente”.
Paulo irá nos
exortar a pensar em coisas boas, veja que interessante o que alguns filósofos
pensaram milhares de anos depois do apóstolo Paulo: “Assim como pensa, assim um homem é” (Leonardo da Vinci –
1452-1519). “O que as pessoas são em seu
mundo de pensamentos determina como elas agem. Isso é verdade tanto para o seu
conjunto de valores quanto o é a sua criatividade” (Francis Schaeffer (1912 -1984).
Sugiro que você
assista ao vídeo de 2 minutos de Bianca Toledo acessando o site: https://www.facebook.com/photo.php?v=4651655229223&set=vb.1828534410&type=2&theater
Uma pergunta que
cabe para todos, é que tipo de pensamento seus alunos tem cultivado nas mentes.
É pensamento eterno ou efêmero? Não deixe de esclarecer que o que preencher a
nossa mente determinará a nossa a ação.
Aproveitando esse
abençoado texto áureo (Fp 4.8) que nos exorta a termos pensamentos ligados a
Cristo e seu reino, quero sugerir aos amados irmãos a leitura do livro de John
R. W. Stott, Crer é também Pensar. A importância da mente cristã. Trad.
Milton Azevedo Andrade. Sexta impressão. ABU Editora. São Paulo, SP. 1994.
Aproveito essa
oportunidade para apresentar a resenha do livro feita por Isaias Lobão P. Jr., mas
independentemente da resenha, sugiro que os irmãos venham a adquirir e ler o
livro, sugiro ainda que acesse o site aqui anotado para você conhecer melhor
esse servo de Deus pastor John R. W. Stott:
http://www.youtube.com/watch?v=15CDUKQBqdc&feature=player_embedded#t=0
“John Stott é um
líder cristão, muito conhecido por suas obras teológicas e pastorais. Escritor,
pregador e evangelista, temos editadas em português várias de suas obras, entre
elas Cristianismo Básico, Crer é também
Pensar, Ouça o Espírito, Ouça o Mundo, Mentalidade Cristã e vários
comentários bíblicos da famosa série A
Bíblia Fala Hoje, como A Mensagem de Gálatas, Contracultura Cristã, Tu, Porém.
Stott serviu como
pastor da Igreja Anglicana All Souls no centro de Londres, como capelão
honorário da rainha Elizabeth, líder da Aliança Evangélica Britânica. Foi
preletor do Congresso de Evangelização Mundial em Lausanne, na Suiça em 1974 e
posteriormente serviu como membro do comitê do movimento de Lausanne.
Stott esteve
várias vezes na América Latina e foi um dos incentivadores na fundação da
Fraternidade Teológica Latino Americana (FTL). Sua influência na formação de
líderes latino americanos foi muito mais além do que seus livros. Hoje a
fundação John Stott provê livros e material acadêmico aos pastores do Terceiro
Mundo, financiando bolsas de estudos e pesquisa.
O livro escolhido
para ser resenhado foi publicado por John Stott na Inglaterra pela
Inter-Varsity Press, em 1972. Com o seguinte título, Your Mind Matters, algo
como “sua
mente tem importância”. ( em português foi publicado com o título Crer
é também Pensar). Já no título ele apresenta sua tese principal. A
importância da mente racional na fé cristã.
O primeiro
capítulo, Cristianismo de Mente Vazia, Stott desafia a tendência anti-intelectual
de muitos crentes. Baseados na filosofia secular do pragmatismo de muitos
crentes abandonam a doutrina em busca da prática. Stott critica esses crentes
afirmando que toda boa doutrina é sempre acompanhada de um ensino prático. Ele
cita três grupos que fazem isto:
- Primeiro: os católicos (e acrescento, muitos
evangélicos) que ritualizam sua relação com Deus, mecanizando sua relação
com Deus.
- O segundo grupo, os cristãos radicais que
concentram suas energias na ação social e na preocupação ecumênica. Se bem que
este grupo seja (ainda) pequeno no evangelicalismo brasileiro, é uma postura
bastante comum entre os crentes britânicos. Sua luta social esconde uma
ignorância e desprezo pela doutrina.
- O terceiro grupo alistado por Stott, são os
crentes pentecostais. (esses nós temos de sobra!), a busca incessante dos
pentecostais por experiências com Deus, os leva, geralmente, a colocar o
subjetivismo e o emocionalismo acima da doutrina bíblica.
Para Stott “são
válvulas de escape para fugir à responsabilidade, dada por Deus, do uso cristão
de nossas mentes”.
O segundo
capítulo, Por que usar nossas mentes?. John Stott apresenta sua defesa
contra a postura vazia dos ignorantes. Parte do mandato evangelístico que
Cristo nos deixou. O evangelho deve ser proclamado utilizando a razão humana. A
motivação para isto, Stott encontra na Criação. O ser humano foi criado por
Deus, um ser racional. Mesmo que esta racionalidade tenha sido maculada pela
Queda, ainda assim, Deus se manifestou ao ser humano em categorias racionais.
Segundo suas
palavras: “É certo que alguns chegaram à
conclusão oposta. Já que o homem é finito e decaído, argumentam, já que não
pode descobrir a Deus através de sua mente, tendo Deus que se revelar por Si,
então a mente não é importante. Mas não! A doutrina cristã da revelação, ao
invés de fazer da mente algo desnecessário, na verdade a torna indispensável e
a coloca no seu devido lugar. Deus se revelou por intermédio de palavras às
mentes humanas [1]. Sua revelação racional a criaturas racionais. Nosso dever é
receber sua mensagem, submetermo-nos a ela, esforçando-nos por compreendê-la e
relacionarmo-la com o mundo que vivemos.”
O terceiro
capítulo, A mente na vida cristã, o pastor John Stott apresenta “os modos segundo os quais Deus deseja que
usemos nossas mentes”. Ele alista seis áreas da vida cristã.
Ele fala do culto
cristão, lugar onde a mente do crente deve estar ativa e empenhada em produzir
frutos. A fé é alistada logo em seguida. E Stott define a fé como “uma confiança racional, uma confiança que,
em profunda reflexão e certeza, conta com o fato que Deus é digno de todo crédito”.
A fé é um ato de pensar.
Depois, ele
alista a terceira área da vida cristã. A busca da santidade. Interessante a
definição de Stott para santo. Ser aquilo que Deus deseja que sejamos. E não
basta apenas saber o que deveríamos ser, entretanto, temos que ir mais além.
Resolvendo em nossas mentes, a alcançá-lo.
A quarta
característica, as escolhas que temos fazer como cristãos. Stott fala sobre a
responsabilidade de o crente conhecer a vontade de Deus, então, ele apresenta
uma distinção que é bem típica de sua teologia. Existe uma vontade de Deus
geral e outra particular. No comentário de Efésios, também publicado pela ABU Editora,
ele expande mais este pensamento. Deus nos escolheu para sermos conforme à
imagem de Jesus (Rm 8:29), esta é a vontade geral. No caso da particular, Deus
nos orienta a fazer as escolhas certas. Para cada situação específica. E como a
Bíblia não é um livro de receitas, mas um livro de princípios, o crente deve
usar a sua mente para discernir o melhor caminho para sua vida.
O quinto exemplo
apresentado tem haver com a evangelização. Stott lembra-nos que a apresentação
do evangelho deve ter um conteúdo sólido. A mensagem cristã não deve ser
baseada no emocionalismo, mas deve ser profunda. Stott se baseia em Paulo para
afirmar que nossa mensagem alcança o intelecto do homem. Em seguida ele nos
apresenta a tese de que a conversão, é uma conversão a uma verdade. Uma
proposição intelectual.
O sexto e último
exemplo são os ministérios e seus dons. Parece-me que para muitos crentes hoje
em dia, falar em dons espirituais nada tem haver com o uso da mente. Mas, Stott
acredita que sim. Os dons espirituais não excluem o uso da nossa mente. O
ministério cristão é essencialmente de ensino, e este ensino que fundamenta a
nossa fé vem como capacitação espiritual e sobrenatural.
O último
capítulo, 4, intitulado Aplicando o Nosso Conhecimento, é a
conclusão deste (grande) pequeno livro. Stott apresenta um resumo do que ele
vinha falando até então e nos desafia a aplicar o que aprendemos com ele nesta
(curta, porém profunda) caminhada. Este conhecimento deve nos conduzir a certas
atitudes. Stott apresenta 4.
O conhecimento
deve conduzir-nos a adoração, à fé, à santidade e ao amor. E ele conclui
dizendo:
“O conhecimento é indispensável à vida e ao
serviço cristão. Se não usamos a mente que Deus nos deu, condenamo-nos à
superficialidade espiritual, impedindo-nos de alcançar muitas riquezas da graça
de Deus. Ao mesmo tempo, o conhecimento nos é dado para ser usado, para nos
levar a cultuar melhor a Deus, nos conduzir a uma fé maior, a uma santidade
mais profunda, a um melhor serviço. Não é de menos conhecimento que precisamos,
mas sim de mais conhecimento, desde que o apliquemos em nossa vida”.
Portanto, ao
contrário do que se pode pensar, a fé não desconhece as razões do coração. Ao
mesmo tempo, ninguém quer um cristianismo intelectual e frio. Em meio a uma
sociedade e igrejas saturadas pelo emocionalismo e pela autoajuda, o livro Crer
É Também Pensar do pastor John Stott mostra, à luz das Escrituras, como
relacionar a adoração, a evangelização, o serviço — enfim, a vida cristã — com
a capacidade de pensar.
Que as palavras
do apóstolo Paulo inspiradas pelo Espírito Santo nos incomode a termos uma
mente totalmente voltada a Cristo e seu Reino: “Quanto
ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é
justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há
alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8).
RESUMO DA LIÇÃO 11
UMA VIDA CRISTÃ EQUILIBRA
I. A EXCELÊNCIA DA MENTE CRISTÃ
1.
Nossos pensamentos.
2.
Pensando nas coisas eternas.
3.
Agindo sabiamente.
II. O QUE DEVE OCUPAR A MENTE DO
CRISTÃO (4.8)
1.
"Tudo o que é verdadeiro e honesto".
2.
"Tudo o que é justo".
3.
"Tudo o que é puro e amável".
4.
"Tudo o que é de boa fama".
III. A CONDUTA DE PAULO COMO MODELO
(4.9)
1.
Paulo, uma vida a ser imitada.
2.
Paulo, exemplo de ministro.
3. O DEUS de paz.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conscientizar-se a respeito da excelência da mente cristã.
Compreender o que deve ocupar a mente do cristão.
Analisar a conduta de Paulo como modelo. Uma relação do
que deve preencher o pensamento do cristão: “tudo o
que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro,
tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama”. Tais coisas
devem orientar os nossos pensamentos.
COMENTÁRIO
PALAVRA CHAVE
MENTE:
Parte incorpórea, inteligente ou
sensível do ser humano; pensamento, entendimento.
INTRODUÇÃO
Na lição de
hoje estudaremos a respeito das virtudes que acompanham aqueles que já
experimentaram o novo nascimento. A vida do cidadão do Reino dos Céus é regida
por alguns princípios e valores que transcendem a vida terrena.
A salvação
em Jesus não somente nos garante a vida eterna, ela também nos proporciona um
novo caráter, uma nova forma de pensar e agir. O crente deve ter os seus
pensamentos e ações pautados segundo os valores do Reino.
Na epístola
aos Filipenses, Paulo exorta os crentes de Filipos a respeito do cuidado que
eles deveriam ter com aquilo que iria ocupar suas mentes.
O apóstolo
apresenta no capítulo quatro, versículo oito, uma relação do que deve preencher
o pensamento do cristão: “tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o
que é amável, tudo o que é de boa fama”. Tais coisas devem
orientar os nossos pensamentos.
O Evangelho
não apenas proporciona salvação à humanidade, mas também um conjunto de
princípios de vida para cada crente, seja na igreja, na família, na sociedade
ou com Deus.
Não são
meras prescrições ou exigências frias de um código de leis, mas valores que
transcendem a vida terrena.
Veremos que
o Evangelho é poderoso para mudar o caráter de uma pessoa e torná-la apta a
tomar para si o “jugo suave” e o “fardo leve” de
Cristo Jesus (Mt 11.30).
I. A EXCELÊNCIA DA MENTE CRISTÃ
O escritor
judeu cristão Myer Pearlman declarou: “O pensamento é o pai da ação”. Qual
o significado desta afirmação.
Isso aponta
que o cérebro é o quartel general do nosso corpo, por isso temos que ter muito
cuidado com a nossa mente, com os nossos pensamentos, pois eles antecedem as
nossas ações. Veja o que o apóstolo Paulo nos orienta em Romanos 12.2:
“E
não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita
vontade de Deus”.
1.
Nossos pensamentos. O
versículo oito da leitura bíblica em classe na versão ARA diz: “seja isso o que ocupe o vosso pensamento”.
O apóstolo
quer mostrar que a experiência de salvação, em Cristo, produz uma mudança
contínua em nossa forma de pensar, a fim de evitarmos as futilidades mundanas
que ocupam a mente das pessoas sem Deus.
Paulo
exorta-nos a preenchermos a nossa mente com aquilo que gera vida e maturidade
espiritual, pois “nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.16).
Aqui surge
uma pergunta inevitável: “O que tem ocupado as nossas mentes no mundo
de hoje?”. Infelizmente, deparamo-nos com uma geração atraída pela
ideologia do consumismo e do materialismo, onde o ter é mais importante do que
o ser.
Tal postura
anula o ser humano, e faz com que os relacionamentos sejam pensados em termos
de vantagens, ou seja, se não houver algum benefício imediato, logo são
descartados.
Esse
comportamento nos aproxima do modo de vida mundano, e nos distancia das coisas
do Alto.
2.
Pensando nas coisas eternas. Além da epístola aos Filipenses, o tema do
processo de pensar é tratado por Paulo em muitas outras ocasiões (Rm 12.2; Cl
3.2).
Pensar nas
coisas que são de cima, por exemplo, não sugere que devamos viver uma
espiritualidade irreal, e sim equilibrada, conjugando mente e coração a partir
dos valores espirituais na vida terrena (cf. Jo 17.15,18; 1Co 5.9,10).
Os maus
pensamentos são frutos da inclinação humana para o mal. Daí a recomendação de
que a nossa mente deve ocupar-se com a Palavra de Deus, com os princípios
eternos do reino divino, “levando cativo todo
entendimento à obediência de Cristo” (2Co 10.5).
3.
Agindo sabiamente. Sabemos que a sociedade atual é dominada por
ideologias contrárias ao Evangelho. E é exatamente a esse mundo que o Senhor
Jesus nos enviou a fazer a sua obra (Jo 17.18; cf. Mt 28.19).
Temos de
atender o seu chamado! Não com medo, mas com coragem; não com ignorância, mas
sabiamente; não como quem impõe uma verdade particular, mas como quem expõe e
testemunha verdades eternas.
À luz do
exemplo de Jesus Cristo, sejamos sal da terra e luz do mundo tendo “luz na mente, mas fogo no coração”.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A Palavra de Deus
exorta-nos a preenchermos a nossa mente com aquilo que gera vida e maturidade
espiritual, pois “nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.16).
II. O QUE DEVE OCUPAR A MENTE DO
CRISTÃO (4.8)
1.
“Tudo o que é verdadeiro e honesto”. O apóstolo Paulo inicia a sua
reflexão com a verdade. Percebemos que, com essa virtude, o apóstolo entende
tudo o que é reto e se opõe ao falso.
É tudo
aquilo que é autêntico, não baseado em meras suposições, ou em algo que não
possa ser comprovado. Lamentavelmente, o espírito da mentira entrou até mesmo
entre os crentes e vem produzindo grandes males. Difamações e rumores negativos
acabam sendo comuns entre nós. E isso desagrada profundamente a Deus.
Quando o
apóstolo dos gentios afirma que devemos pensar “em tudo
o que é honesto”, de fato, está
nos exortando a desenvolvermos uma conduta transparente e decorosa, digna de
alguém que age bem à luz do dia (Rm 13.13).
O mundo não
pode ver em nós um comportamento que contradiga os conceitos éticos e bíblicos
da verdade e da honestidade, pois isso é incoerente aos princípios cristãos. O
verdadeiro crente tem um firme compromisso com a verdade. Ele não mente nem
calunia seu irmão.
2.
“Tudo o que é justo”. Aqui, de acordo com o Comentário Bíblico
Pentecostal (CPAD), as “coisas que são
‘justas’ obedecem aos padrões de justiça de Deus” para desenvolvermos uma
relação positiva com os que nos rodeiam.
O padrão de
justiça divina deve nortear o nosso comportamento moral em relação a Deus e às
pessoas. O verdadeiro cristão deve pautar a sua conduta pela defesa de tudo o
que é justo (Mt 5.6), agindo contra tudo aquilo que promove injustiça e gera
opressão.
3.
“Tudo o que é puro e amável”. Pureza sugere inocência, singeleza ou sinceridade
em relação a algo não contaminado ou poluído. Uma mente pura significa uma
mente casta.
A ideia de “ser puro” é
defendia por Paulo na perspectiva de que as palavras, as ações e os pensamentos
dos crentes de Filipos fossem francos e sinceros.
A fim de que
toda impureza seja eliminada de sua vida, o crente tem de dar lugar para que o
Espírito Santo limpe continuamente o seu coração e consciência (Ef 5.3).
Assim,
estaremos prontos a desejar tudo o que promove o amor fraternal. Desse modo, “tudo o que é amável” é aquilo que edifica os
relacionamentos entre irmãos.
4.
“Tudo o que é de boa fama”.O sentido de “boa fama” é simples e objetivo, pois a expressão se refere ao
cuidado que devemos ter com as palavras e ações em nosso dia a dia. Então,
podemos afirmar que boa fama é tudo o que é digno de louvor, de elogio e graça.
Algumas versões bíblicas traduzem a mesma expressão por bom nome.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O crente não deve ter
um comportamento que contradiga os conceitos éticos e bíblicos da verdade e da
honestidade, pois isso é incoerente com os princípios cristãos. O verdadeiro
crente tem um firme compromisso com a verdade.
III. A CONDUTA DE PAULO COMO MODELO
(4.9)
1.
Paulo, uma vida a ser imitada. No versículo nove, o apóstolo dos gentios utiliza
cinco verbos que denotam ação: aprender, receber, ouvir, ver e fazer.
Paulo
utilizou tais recursos para que os irmãos filipenses percebessem que poderiam
viver as virtudes da Palavra de Deus. Ele, inclusive, assume um papel
referencial a ser imitado.
Paulo não
tem a presunção de uma pessoa que se acha infalível, mas exorta aos filipenses
a serem uma carta transparente e exposta a quem quisesse vê-la. Eles deveriam,
pois, ser um modelo tanto aos crentes como aos descrentes.
2.
Paulo, exemplo de ministro. Os obreiros do Senhor devem aprender com Paulo
uma verdade pastoral: Todo ministro de Deus deve ser transparente.
Assim como o
Deus da graça chamou os fiéis da terra para serem irrepreensíveis, Ele
igualmente nos chamou para administrarmos o seu rebanho com lisura, amor e
muita boa vontade (1Pe 5.2,3).
Essas
qualidades pastorais são indispensáveis na experiência ministerial dos líderes
cristãos nos dias de hoje.
3.
O Deus de paz. Se buscarmos tudo o que é verdadeiro, honesto,
justo, puro, amável e de boa fama, teremos uma preciosa promessa: “E o Deus de paz será convosco”. A presença do “Deus de paz” descreve
uma segurança inabalável para aqueles que confiam no seu nome.
Ele nos
orienta, guarda e protege. Por isso, devemos experimentar da constante e doce
presença do “Deus de paz”, e manter uma vida irrepreensível diante dEle, pois
nas circunstâncias mais adversas lembraremos estas palavras: “E o Deus de paz será conosco”.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Buscarmos tudo o que
é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama “o Deus de paz será
convosco”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
“Assim como
pensa, assim um homem é” (Leonardo da Vinci – 1452-1519). Partindo dessa
ideia “o homem é aquilo que pensa”, devemos, sem dúvida alguma,
guardar a nossa mente de tudo quanto é vil, pernicioso, egocêntrico e imoral.
Só
desfrutaremos de uma vida cristã saudável e equilibrada se alimentarmos a nossa
mente com tudo o que é do Alto. Por isso, leia continuamente a Palavra de Deus.
Apesar de a
verdade, a honestidade, a pureza, a justiça, o amor e a boa fama parecerem
estar fora de moda, e até ignorados por grande parte da sociedade, para o
Altíssimo continuam a ser virtudes que autenticam os valores do seu Reino.
E nós, os
que cremos, somos chamados a vivê-las aqui e agora (Mt 5.13-16).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, L.
O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
PEARLMAN, M.
Epístolas
Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Educação
Cristã
“Os assuntos
do pensar correto
Meus
pensamentos produzem maus modos de viver; por outro lado, o pensar correto
levará a uma vida correta. Paulo faz uma lista de assuntos que devem alimentar
os pensamentos do cristão. ‘Nisso pensai’. (1) ‘Tudo o que é verdadeiro’. As
coisas verdadeiras se opõem à falsidade em palavras e conduta. (2) ‘Tudo o que
é honesto’. Honesto aqui significa literalmente o que é honroso ou reverente.
Refere-se às coisas consistentes com santa dignidade e respeito e corresponde
àquele amor que ‘não se conduz inconvenientemente’. (3) ‘Tudo o que é justo’. O
trato justo em todos os nossos relacionamentos. O cristão auferirá todos os
seus pensamentos com a Regra Áurea. (4) ‘Tudo que é puro’ refere-se à pureza no
seu sentido mais lato — pensamentos, motivos, palavras e ações livres de
elementos que rebaixam e maculam. ‘Bem-aventurados os limpos de coração’. (5)
‘Tudo que é amável’ se refere à delicadeza, humildade e caridade que atraem o
amor e tornam amáveis as pessoas. (6) ‘Tudo que é de boa fama’ se refere às
coisas que todos concordemente recomendam: a cortesia, agradabilidade, justiça,
temperança, verdade e respeito pelos pais. É impossível realizar coisas boas
com modos tais que lancem opróbrio sobre a causa de Deus. ‘Não seja, pois
blasfemado o vosso bem’ (Rm 14.16). [...] ‘Se há alguma virtude, [...] nisso
pensai’” (PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1
ed., RJ: CPAD, 1998, pp.151-52).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Histórico
“As
epístolas escritas na prisão refletem o casamento da profunda teologia de Paulo
com as preocupações pastorais”. Deus triunfa na cruz e na ressurreição de
Jesus. Assim, o Pai estendeu sua libertação àqueles que vão a Ele pela fé. Isso
quer dizer que os crentes fazem parte do que Deus usa para refletir a redenção de
toda a criação. Essa esperança suprema quer dizer que a vida neste mundo também
é transformada. Vida, quer dizer servir a Deus (não a si mesmo), refletindo a
cidadania celestial (não a terrena), valendo-se da capacitação concedida por
Deus para conquistar o pecado e para resplandecer como luz em um mundo
necessitado. É estar disposto a sofrer e a permanecer unidos diante de um mundo
de trevas em necessidade, ao mesmo tempo em que revelamos o evangelho, a
bondade e o caráter de Deus na forma como nos relacionamos uns com os outros e
com os que precisam da obra redentora de Deus.
Paulo foi um
teólogo profundo que escreveu sobre temas de dimensões cósmicas, mas ele não
estava tão voltado para o céu a ponto de não ser um bem terreno. Ele era um
pastor que guiava os santos em seu chamado. O desejo de Paulo para os crentes é
simples: seja um bom cidadão do céu e tenha a mente tão voltada para o céu de
forma a ser bom para a terra. Ele também lembra aos crentes que Deus os
capacita para realizar a tarefa e que, à medida que eles mantêm o foco em
Jesus, podem ir, unidos em seu serviço a Ele, no encalço desse objetivo. Eles
nunca devem esquecer que, nEle, são uma nova comunidade. No contexto da obra
soberana de Deus e à luz da vitória e capacitação dEle, os crentes devem
refletir a presença, o amor e o caráter dEle até que Ele traga esperança da
realização e todas as coisas que sejam sintetizadas na restauração que, por
fim, Cristo trará” (ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ:
CPAD, 2008. p.367).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Uma vida cristã
equilibrada
É notório
que o sistema de pensamento do mundo se volta contra tudo o que tem haver com
Deus. Panoramicamente, três são os pensamentos predominantes na sociedade
atual: Materialismo, Hedonismo e Relativismo.
O
materialismo, ou naturalismo, é um sistema de pensamento que trabalha com a
hipótese de que não há Deus, não há mundo espiritual, nem muito menos juízo
final. A ideia central deste sistema é que não há nada transcendente além da
matéria, do físico. As pessoas que adotam esse pensamento vivem a vida aqui e
agora sem se preocuparem com o além.
O hedonismo
é caracterizado por uma busca intensa e transloucada pelo prazer. E um ponto de
vista utilitário da vida. Os detentores desse sistema dizem: “Se me dá prazer,
eu faço; se me dá prazer, eu compro; se me dá prazer, eu quero”.
O
relativismo é uma concepção filosófica de meias verdades. Tudo é relativo. Não
há verdade absoluta. O absoluto se relativiza. O que é verdade para mim, pode
não ser para você. Cada um tem a sua própria verdade.
A mensagem
do apóstolo para os filipenses é bem atual para a igreja contemporânea. Ela não
nega que a fé cristã tem uma dimensão naturalista, hedonista e até relativista.
Naturalista porque Deus encarnou na matéria. Fez-se carne num tempo, numa
história e numa região geográfica. Hedonista porque a fé cristã possui uma
dimensão de prazer em Deus. É o prazer oriundo de uma vida com Deus, onde o
crente se sente preenchido por Ele. E tem uma dimensão relativista porque o
Evangelho relativiza a visão de mundo que tínhamos antes de nos encontrarmos
com Jesus. O Evangelho relativizou a tradição da lei e a tradição gentílica,
trazendo uma novidade de vida indescritível para todo aquele que crê.
Por isso o
apóstolo propõe aos crentes de Filipos a pensar aquilo que é do alto, pois o
que vem de Deus gera vida. O que vem de Deus é verdadeiro, honesto, justo,
puro, amável, de boa fama. Mas o que oriunda de um sistema filosófico mundano é
irremediavelmente oposto. É falso, desonesto, injusto, impuro, odioso, de má
fama.
Uma pergunta
que cabe a classe, prezado professor, é que tipo de pensamento os alunos tem
cultivado nas mentes. E pensamento eterno ou efêmero? Não deixe de esclarecer
que o que preencher a nossa mente determinará a nossa a ação. Deus chama os
seus servos a relativizar o relativismo mundano. FONTE: www.professoralberto.com.br