quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Lição 11 - 3º Trim. 2013 - Uma Vida Cristã Equilibrada!

Lição 11
UMA VIDA CRISTÃ EQUILIBRADA
15 de setembro de 2013









TEXTO ÁUREO


“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8).

VERDADE PRÁTICA


A fim de termos uma vida cristã equilibrada e frutífera, precisamos ocupar a nossa mente com tudo àquilo que é agradável a Deus.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8).
Meu comentário do texto áureo será parcial, uma vez que o mesmo já é tratado no corpo da lição, por isso destacarei mais os aspecto de que crer é também pensar, ou a importância da mente, do intelecto, da razão na fé cristã. O contexto do nosso texto áureo (Fp 4.1-9), Paulo exorta os irmãos filipenses a cultivar o fruto do espírito, o amor fraternal e a vida equilibrada, usando a mente para pensarmos nas coisas de Deus.
Novamente o apóstolo Paulo usa a expressão “finalmente” do grego “Tò Loipón”, literalmente “quanto ao mais”, “quanto ao resto”, ou seja, expressa a ideia de “finalmente”.
Paulo irá nos exortar a pensar em coisas boas, veja que interessante o que alguns filósofos pensaram milhares de anos depois do apóstolo Paulo: “Assim como pensa, assim um homem é” (Leonardo da Vinci – 1452-1519). “O que as pessoas são em seu mundo de pensamentos determina como elas agem. Isso é verdade tanto para o seu conjunto de valores quanto o é a sua criatividade” (Francis Schaeffer (1912 -1984).
Sugiro que você assista ao vídeo de 2 minutos de Bianca Toledo acessando o site: https://www.facebook.com/photo.php?v=4651655229223&set=vb.1828534410&type=2&theater
Uma pergunta que cabe para todos, é que tipo de pensamento seus alunos tem cultivado nas mentes. É pensamento eterno ou efêmero? Não deixe de esclarecer que o que preencher a nossa mente determinará a nossa a ação.
Aproveitando esse abençoado texto áureo (Fp 4.8) que nos exorta a termos pensamentos ligados a Cristo e seu reino, quero sugerir aos amados irmãos a leitura do livro de John R. W. Stott, Crer é também Pensar. A importância da mente cristã. Trad. Milton Azevedo Andrade. Sexta impressão. ABU Editora. São Paulo, SP. 1994.
Aproveito essa oportunidade para apresentar a resenha do livro feita por Isaias Lobão P. Jr., mas independentemente da resenha, sugiro que os irmãos venham a adquirir e ler o livro, sugiro ainda que acesse o site aqui anotado para você conhecer melhor esse servo de Deus pastor John R. W. Stott:  http://www.youtube.com/watch?v=15CDUKQBqdc&feature=player_embedded#t=0
“John Stott é um líder cristão, muito conhecido por suas obras teológicas e pastorais. Escritor, pregador e evangelista, temos editadas em português várias de suas obras, entre elas Cristianismo Básico, Crer é também Pensar, Ouça o Espírito, Ouça o Mundo, Mentalidade Cristã e vários comentários bíblicos da famosa série A Bíblia Fala Hoje, como A Mensagem de Gálatas, Contracultura Cristã, Tu, Porém.

Stott serviu como pastor da Igreja Anglicana All Souls no centro de Londres, como capelão honorário da rainha Elizabeth, líder da Aliança Evangélica Britânica. Foi preletor do Congresso de Evangelização Mundial em Lausanne, na Suiça em 1974 e posteriormente serviu como membro do comitê do movimento de Lausanne.
Stott esteve várias vezes na América Latina e foi um dos incentivadores na fundação da Fraternidade Teológica Latino Americana (FTL). Sua influência na formação de líderes latino americanos foi muito mais além do que seus livros. Hoje a fundação John Stott provê livros e material acadêmico aos pastores do Terceiro Mundo, financiando bolsas de estudos e pesquisa.
O livro escolhido para ser resenhado foi publicado por John Stott na Inglaterra pela Inter-Varsity Press, em 1972. Com o seguinte título, Your Mind Matters, algo como “sua mente tem importância”. ( em português foi publicado com o título Crer é também Pensar). Já no título ele apresenta sua tese principal. A importância da mente racional na fé cristã.
O primeiro capítulo, Cristianismo de Mente Vazia, Stott desafia a tendência anti-intelectual de muitos crentes. Baseados na filosofia secular do pragmatismo de muitos crentes abandonam a doutrina em busca da prática. Stott critica esses crentes afirmando que toda boa doutrina é sempre acompanhada de um ensino prático. Ele cita três grupos que fazem isto:
- Primeiro: os católicos (e acrescento, muitos evangélicos) que ritualizam sua relação com Deus, mecanizando sua relação com Deus.
- O segundo grupo, os cristãos radicais que concentram suas energias na ação social e na preocupação ecumênica. Se bem que este grupo seja (ainda) pequeno no evangelicalismo brasileiro, é uma postura bastante comum entre os crentes britânicos. Sua luta social esconde uma ignorância e desprezo pela doutrina.
- O terceiro grupo alistado por Stott, são os crentes pentecostais. (esses nós temos de sobra!), a busca incessante dos pentecostais por experiências com Deus, os leva, geralmente, a colocar o subjetivismo e o emocionalismo acima da doutrina bíblica.
Para Stott “são válvulas de escape para fugir à responsabilidade, dada por Deus, do uso cristão de nossas mentes”.
O segundo capítulo, Por que usar nossas mentes?. John Stott apresenta sua defesa contra a postura vazia dos ignorantes. Parte do mandato evangelístico que Cristo nos deixou. O evangelho deve ser proclamado utilizando a razão humana. A motivação para isto, Stott encontra na Criação. O ser humano foi criado por Deus, um ser racional. Mesmo que esta racionalidade tenha sido maculada pela Queda, ainda assim, Deus se manifestou ao ser humano em categorias racionais.
Segundo suas palavras: “É certo que alguns chegaram à conclusão oposta. Já que o homem é finito e decaído, argumentam, já que não pode descobrir a Deus através de sua mente, tendo Deus que se revelar por Si, então a mente não é importante. Mas não! A doutrina cristã da revelação, ao invés de fazer da mente algo desnecessário, na verdade a torna indispensável e a coloca no seu devido lugar. Deus se revelou por intermédio de palavras às mentes humanas [1]. Sua revelação racional a criaturas racionais. Nosso dever é receber sua mensagem, submetermo-nos a ela, esforçando-nos por compreendê-la e relacionarmo-la com o mundo que vivemos.”
O terceiro capítulo, A mente na vida cristã, o pastor John Stott apresenta “os modos segundo os quais Deus deseja que usemos nossas mentes”. Ele alista seis áreas da vida cristã.
Ele fala do culto cristão, lugar onde a mente do crente deve estar ativa e empenhada em produzir frutos. A fé é alistada logo em seguida. E Stott define a fé como “uma confiança racional, uma confiança que, em profunda reflexão e certeza, conta com o fato que Deus é digno de todo crédito”. A fé é um ato de pensar.
Depois, ele alista a terceira área da vida cristã. A busca da santidade. Interessante a definição de Stott para santo. Ser aquilo que Deus deseja que sejamos. E não basta apenas saber o que deveríamos ser, entretanto, temos que ir mais além. Resolvendo em nossas mentes, a alcançá-lo.
A quarta característica, as escolhas que temos fazer como cristãos. Stott fala sobre a responsabilidade de o crente conhecer a vontade de Deus, então, ele apresenta uma distinção que é bem típica de sua teologia. Existe uma vontade de Deus geral e outra particular. No comentário de Efésios, também publicado pela ABU Editora, ele expande mais este pensamento. Deus nos escolheu para sermos conforme à imagem de Jesus (Rm 8:29), esta é a vontade geral. No caso da particular, Deus nos orienta a fazer as escolhas certas. Para cada situação específica. E como a Bíblia não é um livro de receitas, mas um livro de princípios, o crente deve usar a sua mente para discernir o melhor caminho para sua vida.
O quinto exemplo apresentado tem haver com a evangelização. Stott lembra-nos que a apresentação do evangelho deve ter um conteúdo sólido. A mensagem cristã não deve ser baseada no emocionalismo, mas deve ser profunda. Stott se baseia em Paulo para afirmar que nossa mensagem alcança o intelecto do homem. Em seguida ele nos apresenta a tese de que a conversão, é uma conversão a uma verdade. Uma proposição intelectual.
O sexto e último exemplo são os ministérios e seus dons. Parece-me que para muitos crentes hoje em dia, falar em dons espirituais nada tem haver com o uso da mente. Mas, Stott acredita que sim. Os dons espirituais não excluem o uso da nossa mente. O ministério cristão é essencialmente de ensino, e este ensino que fundamenta a nossa fé vem como capacitação espiritual e sobrenatural.
O último capítulo, 4, intitulado Aplicando o Nosso Conhecimento, é a conclusão deste (grande) pequeno livro. Stott apresenta um resumo do que ele vinha falando até então e nos desafia a aplicar o que aprendemos com ele nesta (curta, porém profunda) caminhada. Este conhecimento deve nos conduzir a certas atitudes. Stott apresenta 4.
O conhecimento deve conduzir-nos a adoração, à fé, à santidade e ao amor. E ele conclui dizendo:
“O conhecimento é indispensável à vida e ao serviço cristão. Se não usamos a mente que Deus nos deu, condenamo-nos à superficialidade espiritual, impedindo-nos de alcançar muitas riquezas da graça de Deus. Ao mesmo tempo, o conhecimento nos é dado para ser usado, para nos levar a cultuar melhor a Deus, nos conduzir a uma fé maior, a uma santidade mais profunda, a um melhor serviço. Não é de menos conhecimento que precisamos, mas sim de mais conhecimento, desde que o apliquemos em nossa vida”.

Portanto, ao contrário do que se pode pensar, a fé não desconhece as razões do coração. Ao mesmo tempo, ninguém quer um cristianismo intelectual e frio. Em meio a uma sociedade e igrejas saturadas pelo emocionalismo e pela autoajuda, o livro Crer É Também Pensar do pastor John Stott mostra, à luz das Escrituras, como relacionar a adoração, a evangelização, o serviço — enfim, a vida cristã — com a capacidade de pensar.

Que as palavras do apóstolo Paulo inspiradas pelo Espírito Santo nos incomode a termos uma mente totalmente voltada a Cristo e seu Reino: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8).


RESUMO DA LIÇÃO 11


UMA VIDA CRISTÃ EQUILIBRA
I. A EXCELÊNCIA DA MENTE CRISTÃ
1. Nossos pensamentos.
2. Pensando nas coisas eternas.
3. Agindo sabiamente.
II. O QUE DEVE OCUPAR A MENTE DO CRISTÃO (4.8)
1. "Tudo o que é verdadeiro e honesto".
2. "Tudo o que é justo".
3. "Tudo o que é puro e amável".
4. "Tudo o que é de boa fama".
III. A CONDUTA DE PAULO COMO MODELO (4.9)
1. Paulo, uma vida a ser imitada.
2. Paulo, exemplo de ministro.
3. O DEUS de paz.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conscientizar-se a respeito da excelência da mente cristã.
Compreender o que deve ocupar a mente do cristão.
Analisar a conduta de Paulo como modelo. Uma relação do que deve preencher o pensamento do cristão: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama”. Tais coisas devem orientar os nossos pensamentos.


COMENTÁRIO


PALAVRA CHAVE
MENTE:
Parte incorpórea, inteligente ou sensível do ser humano; pensamento, entendimento.
INTRODUÇÃO

Na lição de hoje estudaremos a respeito das virtudes que acompanham aqueles que já experimentaram o novo nascimento. A vida do cidadão do Reino dos Céus é regida por alguns princípios e valores que transcendem a vida terrena.
A salvação em Jesus não somente nos garante a vida eterna, ela também nos proporciona um novo caráter, uma nova forma de pensar e agir. O crente deve ter os seus pensamentos e ações pautados segundo os valores do Reino.
Na epístola aos Filipenses, Paulo exorta os crentes de Filipos a respeito do cuidado que eles deveriam ter com aquilo que iria ocupar suas mentes.
O apóstolo apresenta no capítulo quatro, versículo oito, uma relação do que deve preencher o pensamento do cristão: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama”. Tais coisas devem orientar os nossos pensamentos.
O Evangelho não apenas proporciona salvação à humanidade, mas também um conjunto de princípios de vida para cada crente, seja na igreja, na família, na sociedade ou com Deus.
Não são meras prescrições ou exigências frias de um código de leis, mas valores que transcendem a vida terrena.
Veremos que o Evangelho é poderoso para mudar o caráter de uma pessoa e torná-la apta a tomar para si o “jugo suave” e o “fardo leve” de Cristo Jesus (Mt 11.30).
I. A EXCELÊNCIA DA MENTE CRISTÃ
O escritor judeu cristão Myer Pearlman declarou: “O pensamento é o pai da ação”. Qual o significado desta afirmação.
Isso aponta que o cérebro é o quartel general do nosso corpo, por isso temos que ter muito cuidado com a nossa mente, com os nossos pensamentos, pois eles antecedem as nossas ações. Veja o que o apóstolo Paulo nos orienta em Romanos 12.2:
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”.
1. Nossos pensamentos.  O versículo oito da leitura bíblica em classe na versão ARA diz: “seja isso o que ocupe o vosso pensamento”.
O apóstolo quer mostrar que a experiência de salvação, em Cristo, produz uma mudança contínua em nossa forma de pensar, a fim de evitarmos as futilidades mundanas que ocupam a mente das pessoas sem Deus.
Paulo exorta-nos a preenchermos a nossa mente com aquilo que gera vida e maturidade espiritual, pois “nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.16).
Aqui surge uma pergunta inevitável: “O que tem ocupado as nossas mentes no mundo de hoje?”. Infelizmente, deparamo-nos com uma geração atraída pela ideologia do consumismo e do materialismo, onde o ter é mais importante do que o ser.
Tal postura anula o ser humano, e faz com que os relacionamentos sejam pensados em termos de vantagens, ou seja, se não houver algum benefício imediato, logo são descartados.
Esse comportamento nos aproxima do modo de vida mundano, e nos distancia das coisas do Alto.
2. Pensando nas coisas eternas. Além da epístola aos Filipenses, o tema do processo de pensar é tratado por Paulo em muitas outras ocasiões (Rm 12.2; Cl 3.2).
Pensar nas coisas que são de cima, por exemplo, não sugere que devamos viver uma espiritualidade irreal, e sim equilibrada, conjugando mente e coração a partir dos valores espirituais na vida terrena (cf. Jo 17.15,18; 1Co 5.9,10).
Os maus pensamentos são frutos da inclinação humana para o mal. Daí a recomendação de que a nossa mente deve ocupar-se com a Palavra de Deus, com os princípios eternos do reino divino, “levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2Co 10.5).
3. Agindo sabiamente. Sabemos que a sociedade atual é dominada por ideologias contrárias ao Evangelho. E é exatamente a esse mundo que o Senhor Jesus nos enviou a fazer a sua obra (Jo 17.18; cf. Mt 28.19).
Temos de atender o seu chamado! Não com medo, mas com coragem; não com ignorância, mas sabiamente; não como quem impõe uma verdade particular, mas como quem expõe e testemunha verdades eternas.
À luz do exemplo de Jesus Cristo, sejamos sal da terra e luz do mundo tendo “luz na mente, mas fogo no coração”.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A Palavra de Deus exorta-nos a preenchermos a nossa mente com aquilo que gera vida e maturidade espiritual, pois “nós temos a mente de Cristo”       (1Co 2.16).
II. O QUE DEVE OCUPAR A MENTE DO CRISTÃO (4.8)
1. “Tudo o que é verdadeiro e honesto”. O apóstolo Paulo inicia a sua reflexão com a verdade. Percebemos que, com essa virtude, o apóstolo entende tudo o que é reto e se opõe ao falso.
É tudo aquilo que é autêntico, não baseado em meras suposições, ou em algo que não possa ser comprovado. Lamentavelmente, o espírito da mentira entrou até mesmo entre os crentes e vem produzindo grandes males. Difamações e rumores negativos acabam sendo comuns entre nós. E isso desagrada profundamente a Deus.
Quando o apóstolo dos gentios afirma que devemos pensar “em tudo o que é honesto”, de fato, está nos exortando a desenvolvermos uma conduta transparente e decorosa, digna de alguém que age bem à luz do dia (Rm 13.13).
O mundo não pode ver em nós um comportamento que contradiga os conceitos éticos e bíblicos da verdade e da honestidade, pois isso é incoerente aos princípios cristãos. O verdadeiro crente tem um firme compromisso com a verdade. Ele não mente nem calunia seu irmão.
2. “Tudo o que é justo”. Aqui, de acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal (CPAD), as “coisas que são ‘justas’ obedecem aos padrões de justiça de Deus” para desenvolvermos uma relação positiva com os que nos rodeiam.
O padrão de justiça divina deve nortear o nosso comportamento moral em relação a Deus e às pessoas. O verdadeiro cristão deve pautar a sua conduta pela defesa de tudo o que é justo (Mt 5.6), agindo contra tudo aquilo que promove injustiça e gera opressão.
3. “Tudo o que é puro e amável”. Pureza sugere inocência, singeleza ou sinceridade em relação a algo não contaminado ou poluído. Uma mente pura significa uma mente casta.
A ideia de “ser puro” é defendia por Paulo na perspectiva de que as palavras, as ações e os pensamentos dos crentes de Filipos fossem francos e sinceros.
A fim de que toda impureza seja eliminada de sua vida, o crente tem de dar lugar para que o Espírito Santo limpe continuamente o seu coração e consciência (Ef 5.3).
Assim, estaremos prontos a desejar tudo o que promove o amor fraternal. Desse modo, “tudo o que é amável” é aquilo que edifica os relacionamentos entre irmãos.
4. “Tudo o que é de boa fama”.O sentido de “boa fama” é simples e objetivo, pois a expressão se refere ao cuidado que devemos ter com as palavras e ações em nosso dia a dia. Então, podemos afirmar que boa fama é tudo o que é digno de louvor, de elogio e graça. Algumas versões bíblicas traduzem a mesma expressão por bom nome.
Tal se refere ao que uma pessoa é, pois possuir um bom nome é o mesmo que ter um bom caráter.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O crente não deve ter um comportamento que contradiga os conceitos éticos e bíblicos da verdade e da honestidade, pois isso é incoerente com os princípios cristãos. O verdadeiro crente tem um firme compromisso com a verdade.
III. A CONDUTA DE PAULO COMO MODELO (4.9)
1. Paulo, uma vida a ser imitada. No versículo nove, o apóstolo dos gentios utiliza cinco verbos que denotam ação: aprender, receber, ouvir, ver e fazer.
Paulo utilizou tais recursos para que os irmãos filipenses percebessem que poderiam viver as virtudes da Palavra de Deus. Ele, inclusive, assume um papel referencial a ser imitado.
Paulo não tem a presunção de uma pessoa que se acha infalível, mas exorta aos filipenses a serem uma carta transparente e exposta a quem quisesse vê-la. Eles deveriam, pois, ser um modelo tanto aos crentes como aos descrentes.
2. Paulo, exemplo de ministro. Os obreiros do Senhor devem aprender com Paulo uma verdade pastoral: Todo ministro de Deus deve ser transparente.
Assim como o Deus da graça chamou os fiéis da terra para serem irrepreensíveis, Ele igualmente nos chamou para administrarmos o seu rebanho com lisura, amor e muita boa vontade (1Pe 5.2,3).
Essas qualidades pastorais são indispensáveis na experiência ministerial dos líderes cristãos nos dias de hoje.
3. O Deus de paz. Se buscarmos tudo o que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama, teremos uma preciosa promessa: “E o Deus de paz será convosco”. A presença do “Deus de paz” descreve uma segurança inabalável para aqueles que confiam no seu nome.
Ele nos orienta, guarda e protege. Por isso, devemos experimentar da constante e doce presença do “Deus de paz”, e manter uma vida irrepreensível diante dEle, pois nas circunstâncias mais adversas lembraremos estas palavras: “E o Deus de paz será conosco”.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Buscarmos tudo o que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama “o Deus de paz será convosco”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
“Assim como pensa, assim um homem é” (Leonardo da Vinci – 1452-1519). Partindo dessa ideia “o homem é aquilo que pensa”, devemos, sem dúvida alguma, guardar a nossa mente de tudo quanto é vil, pernicioso, egocêntrico e imoral.
Só desfrutaremos de uma vida cristã saudável e equilibrada se alimentarmos a nossa mente com tudo o que é do Alto. Por isso, leia continuamente a Palavra de Deus.
Apesar de a verdade, a honestidade, a pureza, a justiça, o amor e a boa fama parecerem estar fora de moda, e até ignorados por grande parte da sociedade, para o Altíssimo continuam a ser virtudes que autenticam os valores do seu Reino.
E nós, os que cremos, somos chamados a vivê-las aqui e agora (Mt 5.13-16).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Educação Cristã
“Os assuntos do pensar correto
Meus pensamentos produzem maus modos de viver; por outro lado, o pensar correto levará a uma vida correta. Paulo faz uma lista de assuntos que devem alimentar os pensamentos do cristão. ‘Nisso pensai’. (1) ‘Tudo o que é verdadeiro’. As coisas verdadeiras se opõem à falsidade em palavras e conduta. (2) ‘Tudo o que é honesto’. Honesto aqui significa literalmente o que é honroso ou reverente. Refere-se às coisas consistentes com santa dignidade e respeito e corresponde àquele amor que ‘não se conduz inconvenientemente’. (3) ‘Tudo o que é justo’. O trato justo em todos os nossos relacionamentos. O cristão auferirá todos os seus pensamentos com a Regra Áurea. (4) ‘Tudo que é puro’ refere-se à pureza no seu sentido mais lato — pensamentos, motivos, palavras e ações livres de elementos que rebaixam e maculam. ‘Bem-aventurados os limpos de coração’. (5) ‘Tudo que é amável’ se refere à delicadeza, humildade e caridade que atraem o amor e tornam amáveis as pessoas. (6) ‘Tudo que é de boa fama’ se refere às coisas que todos concordemente recomendam: a cortesia, agradabilidade, justiça, temperança, verdade e respeito pelos pais. É impossível realizar coisas boas com modos tais que lancem opróbrio sobre a causa de Deus. ‘Não seja, pois blasfemado o vosso bem’ (Rm 14.16). [...] ‘Se há alguma virtude, [...] nisso pensai’” (PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998, pp.151-52).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Histórico
“As epístolas escritas na prisão refletem o casamento da profunda teologia de Paulo com as preocupações pastorais”. Deus triunfa na cruz e na ressurreição de Jesus. Assim, o Pai estendeu sua libertação àqueles que vão a Ele pela fé. Isso quer dizer que os crentes fazem parte do que Deus usa para refletir a redenção de toda a criação. Essa esperança suprema quer dizer que a vida neste mundo também é transformada. Vida, quer dizer servir a Deus (não a si mesmo), refletindo a cidadania celestial (não a terrena), valendo-se da capacitação concedida por Deus para conquistar o pecado e para resplandecer como luz em um mundo necessitado. É estar disposto a sofrer e a permanecer unidos diante de um mundo de trevas em necessidade, ao mesmo tempo em que revelamos o evangelho, a bondade e o caráter de Deus na forma como nos relacionamos uns com os outros e com os que precisam da obra redentora de Deus.
Paulo foi um teólogo profundo que escreveu sobre temas de dimensões cósmicas, mas ele não estava tão voltado para o céu a ponto de não ser um bem terreno. Ele era um pastor que guiava os santos em seu chamado. O desejo de Paulo para os crentes é simples: seja um bom cidadão do céu e tenha a mente tão voltada para o céu de forma a ser bom para a terra. Ele também lembra aos crentes que Deus os capacita para realizar a tarefa e que, à medida que eles mantêm o foco em Jesus, podem ir, unidos em seu serviço a Ele, no encalço desse objetivo. Eles nunca devem esquecer que, nEle, são uma nova comunidade. No contexto da obra soberana de Deus e à luz da vitória e capacitação dEle, os crentes devem refletir a presença, o amor e o caráter dEle até que Ele traga esperança da realização e todas as coisas que sejam sintetizadas na restauração que, por fim, Cristo trará” (ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008. p.367).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Uma vida cristã equilibrada
É notório que o sistema de pensamento do mundo se volta contra tudo o que tem haver com Deus. Panoramicamente, três são os pensamentos predominantes na sociedade atual: Materialismo, Hedonismo e Relativismo.
O materialismo, ou naturalismo, é um sistema de pensamento que trabalha com a hipótese de que não há Deus, não há mundo espiritual, nem muito menos juízo final. A ideia central deste sistema é que não há nada transcendente além da matéria, do físico. As pessoas que adotam esse pensamento vivem a vida aqui e agora sem se preocuparem com o além.
O hedonismo é caracterizado por uma busca intensa e transloucada pelo prazer. E um ponto de vista utilitário da vida. Os detentores desse sistema dizem: “Se me dá prazer, eu faço; se me dá prazer, eu compro; se me dá prazer, eu quero”.
O relativismo é uma concepção filosófica de meias verdades. Tudo é relativo. Não há verdade absoluta. O absoluto se relativiza. O que é verdade para mim, pode não ser para você. Cada um tem a sua própria verdade.
A mensagem do apóstolo para os filipenses é bem atual para a igreja contemporânea. Ela não nega que a fé cristã tem uma dimensão naturalista, hedonista e até relativista. Naturalista porque Deus encarnou na matéria. Fez-se carne num tempo, numa história e numa região geográfica. Hedonista porque a fé cristã possui uma dimensão de prazer em Deus. É o prazer oriundo de uma vida com Deus, onde o crente se sente preenchido por Ele. E tem uma dimensão relativista porque o Evangelho relativiza a visão de mundo que tínhamos antes de nos encontrarmos com Jesus. O Evangelho relativizou a tradição da lei e a tradição gentílica, trazendo uma novidade de vida indescritível para todo aquele que crê.
Por isso o apóstolo propõe aos crentes de Filipos a pensar aquilo que é do alto, pois o que vem de Deus gera vida. O que vem de Deus é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, de boa fama. Mas o que oriunda de um sistema filosófico mundano é irremediavelmente oposto. É falso, desonesto, injusto, impuro, odioso, de má fama.

Uma pergunta que cabe a classe, prezado professor, é que tipo de pensamento os alunos tem cultivado nas mentes. E pensamento eterno ou efêmero? Não deixe de esclarecer que o que preencher a nossa mente determinará a nossa a ação. Deus chama os seus servos a relativizar o relativismo mundano. FONTE: www.professoralberto.com.br

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