Lição 12
A RECIPROCIDADE
DO AMOR CRISTÃO
22 de setembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Posso todas as coisas naquele que me
fortalece” (Fp 4.13).
VERDADE PRÁTICA
A igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos que a servem, a fim
de que não haja necessitados entre os filhos de Deus.
COMENTÁRIO DO
TEXTO ÁUREO
“Posso todas as
coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
O contexto do nosso
texto áureo está inserido na declaração de Paulo em ter aprendido e
contentar-se sob todas as condições de vida (Fp 4. 12). Mas não obstante a essa declaração do
versículo 12, onde percebemos uma auto-suficiência frente as muitas lutas,
tribulações e aflições, ao mesmo tempo, o apóstolo tomou o cuidado de declarar
que não dependia inteiramente de si mesmo, mas em tudo dependia do SENHOR, ele
tinha a consciência da presença íntima de Cristo, a qual, a todo o tempo lhe
supria as forças necessárias.
Muitos foram os
sofrimentos de Paulo:
• Ele enfrentou
“muitas tribulações” ao servir a Deus (At 14.22).
• Foi afligido no
“espírito”, por causa do pecado dominante na sociedade (At 17.16).
• Derramou muitas
lágrimas (2 Co 2.4).
• Angústia de
espírito, por causa do pecado tolerado dentro da igreja (2 Co 2.1-3).
• Tribulações
“por fora e por dentro”, por causa do seu compromisso com a pureza moral e
doutrinária da igreja (2 Co 7.5).
• Sofreu três
naufrágios e foi apedrejado (2 Co 11.25).
• Enfrentou
muitos perigos (2 Co 11.26).
• Frio, fome e
nudez (2 Co 11.27).
Uma das regras
básicas da interpretação da Bíblia é a análise do texto de acordo com o seu
contexto. Por conseguinte, quando alguém, para fantasiar uma existência
saudável, rica e isenta de problemas, fundamenta-se, por exemplo, em Filipenses
4.13, está perversamente torcendo a Palavra de Deus.
Além do mais, o
próprio Cristo advertiu-nos: “Tenho-vos dito
isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom
ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33).
Não obstante
estar na cadeia e estar cheio de experiências difíceis, Paulo declara sua total
dependência de Cristo em todas as circunstâncias: “Sei
estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as
coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter
abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12).
Nesse versículo,
o apóstolo deixa bem claro que, embora já houvesse experimentado escassez e
abundância, jamais deixou de confiar em Deus. Sejam quais fossem as
circunstâncias, o Senhor Jesus era a sua contínua suficiência. É por isso que,
nEle, o apóstolo podia todas as coisas.
Paulo não ficou
rico no seu exercício ministerial. Pelo contrário. Ele iniciou o seu ministério
fazendo tendas (At 18.3) e terminou a sua carreira em uma prisão em Roma (Fp
1.3; At 28.30).
No final de seus
dias, precisou que Timóteo lhe enviasse uma capa, para se aquecer no cárcere (2
Tm 4.13). O que disso concluímos? O contentamento do apóstolo não dependia da
abundância ou da escassez de bens materiais, mas da suficiência em Cristo.
Com certeza este
texto áureo é uma dos versículos mais conhecidos e citados das Escrituras
Sagradas. Todavia, na maioria das vezes é mencionado de forma equivocada, fora
do seu contexto.
De acordo com o Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento, p.1313, o apóstolo Paulo nos
mostra a termos: “Compromisso com o contentamento (Fp 4.10-13) [...] Nos versos
11-14, Paulo ressalta ser livre da opressão da necessidade”. Sua alegria não se
deve a ter suas necessidades satisfeitas, mas ao fato de que a preocupação dos
filipenses está fundamentada no Senhor.
O relacionamento
de Paulo com Deus tem-no conduzido a um senso de contentamento que transcende
sua circunstância imediata. Paulo experimentou tanto a necessidade quanto a
abundância.
A palavra usada
para ‘necessidade’ aqui, é a mesma para a humilhação de Cristo no capítulo 2.8
de Filipenses; mas, devido a este contexto, provavelmente se refere à privação
econômica.
Ele então emprega
dois conjuntos de verbos contrastantes para mostrar os extremos através dos
quais experimentou contentamento: quando estava bem alimentado, quando teve
fome, quando viveu períodos de abundância e quando padeceu necessidades.
Através de todas
estas situações, descobriu o segredo do contentamento. Em uma conclusão
triunfal, no verso 13 revela a sua principal fonte de contentamento: ‘Posso todas as coisas, naquele que me fortalece’.
Este contexto do
verso tem sido frequentemente transgredido, e esta verdade tem sido colocada a
serviço de extravagâncias caprichosas. “O apóstolo está claramente se referindo
à grande variedade de suas próprias experiências (Fp 4.12)” (Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed., RJ: CPAD, 2004, p.1313).
Portanto, o “tudo posso” do
apóstolo Paulo revela nossa total e completa dependência de Deus. Sendo um
homem dependente de Deus, o apóstolo não moldava a sua vida pelas
circunstâncias. Cristo era o centro de sua existência.
O mesmo Deus que
o fortalecia na abundância, também o sustentava na escassez. Dessa forma, afirmemos
com segurança e ousadia: “Tudo posso naquele
que me fortalece!” Amém.
RESUMO DA LIÇÃO 12
A RECIPROCIDADE DO AMOR CRISTÃO
I. AS
OFERTAS DOS FILIPENSES COMO PROVIDÊNCIA DIVINA
1.
Paulo agradece aos filipenses.
2.
Reciprocidade entre o apóstolo e a igreja.
3.
A igreja deve cuidar dos seus obreiros.
II. O
CONTENTAMENTO EM CRISTO EM QUALQUER SITUAÇÃO
1.
O contentamento de Paulo .
2.
"Sei estar abatido" (v.12).
3.
O contentamento desfaz os extremismos.
III. A
PRINCIPAL FONTE DO CONTENTAMENTO (4.13)
1.
Cristo é quem fortalece.
2.
Cristo é a razão do contentamento.
3.
O cumprimento da missão como fonte de contentamento.
INTERAÇÃO
Você tem
sido generoso para com aqueles que servem a Deus e a igreja?
Então não
terá dificuldade alguma em ensinar a respeito do tema proposto para a aula de
hoje: a generosidade da igreja para com aqueles que a servem.
Os irmãos de
Filipos eram bem generosos.
Eles
enviaram os recursos que Paulo necessitava para sobreviver na prisão (4.10-20).
Vivemos em
uma sociedade marcada pelo egoísmo, todavia o crente tem em seu coração o amor
de Cristo e este amor o leva a ajudar aqueles que necessitam de socorro.
Nossa oferta
de amor para aqueles que realizam a obra de Deus revelam a graça do
Todo-Poderoso em nossas vidas.
Ofertamos
não para recebermos algo em troca, mas o fazemos de coração porque já temos
experimentado das dádivas divinas.
Que não
venhamos nos esquecer que “mais bem-aventurada
coisa é dar do que receber” (At 20.35).
OBJETIVOS
Após esta aula, esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Saber que as dádivas dos filipenses era resultado da
providência divina.
Compreender que o cristão tem o contentamento de Cristo em
qualquer situação.
Explicar a respeito da principal fonte de contentamento
do cristão.
COMENTÁRIO
Antes de
adentrarmos na lição discutiremos sobre dois princípios abaixo colocados, extraídos da BÍBLIA
DE APLICAÇÃO PESSOAL, CPAD, p.1620.
Explique que estas duas regras
devem nortear a nossa doação em favor daqueles que trabalham na obra do Senhor:
• “Ao entregar uma oferta o
valor não é o mais importante, mas sim a disposição de contribuir para o
Reino”.
•
“A doação deve ser como resposta a Cristo, e não pelas vantagens que
podemos ter por fazê-lo. O modo como doamos reflete a nossa devoção ao Senhor”
INTRODUÇÃO
PALAVRA CHAVE
GENEROSIDADE:
Virtude daquele que se dispõe a sacrificar os próprios
interesses em benefício de outrem; magnanimidade, ato generoso; bondade.
Na lição de
hoje, aprenderemos a importância da generosidade da igreja para com aqueles que
a servem.
Dependente
das ofertas dos irmãos para sobreviver no cárcere romano, Paulo expressava uma
profunda gratidão à igreja de Filipos pelos recursos enviados por intermédio de
Epafrodito (4.10-20).
O apóstolo
estava agradecido aos filipenses pelo amor que lhe haviam demonstrado. Ele,
porém, destaca que sempre confiou à providência divina o seu sustento, e que
sua alegria maior estava não nas ofertas recebidas, e sim no fato de os
filipenses terem se lembrado dele.
I. AS OFERTAS DOS FILIPENSES COMO
PROVIDÊNCIA DIVINA
1.
Paulo agradece aos filipenses.A igreja em Filipos já vinha contribuindo com o
ministério de Paulo desde o seu início (v.15).
Agora, o
apóstolo fora surpreendido pela segunda oferta enviada a ele, exatamente quando
estava preso em Roma. Por isso, agradece e regozija-se pela lembrança dos
irmãos (v.10).
Ele declara
ainda que a oferta dos filipenses era o fruto da providência divina em seu
ministério, pois confiava plenamente em Deus, em qualquer situação.
2.
Reciprocidade entre o apóstolo e a igreja. Paulo amava
a igreja em Filipos. Esta cidade foi a primeira da Europa a receber a mensagem
do Evangelho. Ali, Paulo enfrentou perseguições, prisão e muito sofrimento.
Porém, agora
a igreja, firmada em Cristo, demonstra sua gratidão ao apóstolo cuidando dele e
ajudando-o em suas necessidades (vv.10,11,15-18).
3.
A igreja deve cuidar dos seus obreiros. Nenhum obreiro deve fazer de
sua missão um meio de ganhar dinheiro. Todavia, a igreja precisa prover
sustento digno àqueles que a servem.
Paulo muito
sofreu com a falta de sensibilidade da igreja em Corinto (v.15). Por outro
lado, a igreja em Filipos procurou ajudar o apóstolo.
A Palavra de
Deus nos exorta quanto ao sustento daqueles que labutam na seara do Senhor: “Não amordaces o boi, quando pisa o trigo” (1Tm 5.18 — ARA).
No mesmo
versículo, o apóstolo completa que “digno é o obreiro
do seu salário”. Por isso, a
igreja deve apoiar devidamente àqueles que são verdadeiramente obreiros,
ajudando-os em suas necessidades (1Tm 5.17).
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Nenhum obreiro deve
fazer de sua missão um meio de ganhar dinheiro, todavia a igreja precisa
oferecer sustento digno àqueles que a servem.
II. O CONTENTAMENTO EM CRISTO EM
QUALQUER SITUAÇÃO
1.
O contentamento de Paulo. O apóstolo aprendeu a contentar-se em toda e
qualquer situação. Seu contentamento estava alicerçado no fato de que Deus
cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante.
Aos
coríntios, Paulo escreveu: “não que sejamos
capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa
capacidade vem de Deus” (2Co 3.5).
Paulo deu o
crédito de sua força e contentamento a Deus. Muitos se gabam de sua robustez,
coragem e até espiritualidade, esquecendo-se de que a nossa capacidade vem do
Senhor.
Para agirmos
de forma adequada em meio às provações e privações é preciso reconhecer que
dependemos integralmente do Senhor.
2.
“Sei estar abatido” (v.12). Paulo inicia o versículo doze dizendo: “Sei estar abatido e também ter abundância”.
Ele estava
convicto do cuidado de Deus. Por isso, aceitava as privações sem se envergonhar
ou mesmo entristecer-se.
Precisamos
acreditar na provisão divina e aprender a contentar-nos em toda e qualquer
situação.
Talvez você
esteja passando por dificuldades. Não permita, porém, que elas o abatam. Confie
no cuidado e na bondade do Pai Celeste. Ele é o nosso provedor.
Para que o
Evangelho chegasse aos confins da terra, muitos homens e mulheres, às vezes sem
qualquer sustento oficial, deixaram suas famílias e saíram pregando a Palavra
de Deus e fundando igrejas.
Esses
pioneiros não desistiram, e os resultados ainda podem ser vistos. Hoje, as
igrejas, em sua maioria, possuem recursos para enviar obreiros e missionários a
outras nações e ali sustentá-los, e devem fazê-lo. Cumpramos, pois, o nosso
dever conforme a Bíblia nos recomenda.
3.
O contentamento desfaz os extremismos. Apesar de o exemplo paulino e
de a Bíblia ensinar-nos acerca do contentamento, é necessário abordar o perigo
da adoção dos extremismos nessa questão.
Muitos
servos de Deus são obrigados, pela falta de compromisso de suas igrejas, a
abandonar a obra de Deus. Para que isso não aconteceça, sejamos fiéis no
sustento daqueles que estão servindo a causa do Mestre (1Tm 5.18).
Os obreiros,
por sua parte, não podem deixar-se dominar pela avareza e pela ganância. Paulo
nos dá uma importante lição quando afirma: “Aprendi a
contentar-me com o que tenho” (v.11).
O culto ao
Senhor não pode ser transformado em uma fonte de renda. É o próprio apóstolo
Paulo quem ensina a nos apartar daqueles que não se conformam “com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a
doutrina que é segundo a piedade”.
Isto porque,
os tais apreciam “contendas de homens corruptos de entendimento
e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho” (1Tm 6.5).
O ensino
paulino demonstra que a piedade, com contentamento, já é, por si mesma, um “grande ganho” (1Tm
6.6).
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O crente pode
contentar-se em toda e qualquer situação, pois seu contentamento está no fato
de que Deus cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante.
III. A PRINCIPAL FONTE DO
CONTENTAMENTO (4.13)
1.
Cristo é quem fortalece. Paulo nos ensina, com a declaração do versículo
13, que sua suficiência sempre esteve em Cristo. O que fez com que Paulo
suportasse tantas adversidades?
Havia algum
segredo? Não! O que fez do apóstolo um vencedor foi a sua fé em Jesus Cristo,
aquele que tudo pode.
A força do
seu ministério era o Senhor. Você quer forças para vencer os obstáculos em seu
ministério? Confie plenamente no Senhor!
2.
Cristo é a razão do contentamento. Nossa alegria e força vêm do
Senhor Jesus. Segundo Matthew Henry, “temos necessidade de obter forças de
Cristo, para sermos capacitados a realizar não somente as obrigações puramente
cristãs.
Precisamos
da força dEle para nos ensinar a como ficar contente em cada condição”. Busque ao
Senhor e permita que a alegria divina preencha a sua alma (Ne 8.10).
3.
O cumprimento da missão como fonte de contentamento. Uma vez que
o objetivo de Paulo era pregar o Evangelho em toda parte, nada lhe era mais
importante que ganhar almas para o Reino de Deus.
Nenhuma
dificuldade financeira roubaria a visão missionária do apóstolo. Ele não se
angustiava pela privação material e social. Pelo contrário, a alegria do Senhor
era a sua força.
Paulo
regozijava-se com a suficiência que tinha de Cristo. O descontentamento é como
uma planta má que faz brotar a avareza (Hb 13.5,6), o roubo (Lc 3.14) e a
preocupação com as coisas materiais (Mt 6.25-34).
Por isso,
contente-se em Cristo! Ele tomará conta de nós.
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Cristo é a razão do
contentamento, nossa alegria e força vêm dEle.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aprendemos
na lição de hoje, que a igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos seus
obreiros, a fim de que não venham a passar privações.
Todavia, a
real motivação para servirmos à igreja de Deus jamais devem ser as recompensas
materiais.
Confiemos na
provisão divina, pois assim seremos felizes em toda e qualquer situação.
Nosso
contentamento em meio às adversidades é resultado da nossa fé e comunhão com o
Senhor Jesus.
Que
estejamos na dependência do Senhor, para que Ele nos conceda alegria e força a
fim de vencermos as vicissitudes e tribulações da vida.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, L.
O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007. PEARLMAN,
M. Epístolas
Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Graças pelo
dom e comunhão deles. A principal razão para Paulo escrever a essa igreja e de estar
agradecido por esses irmãos é a expressão concreta deles de apoio a ele
(4.1-18). Essa igreja enviou um presente em dinheiro para auxiliar Paulo
enquanto estava na prisão (4.10-18). Paulo chama esse presente de ‘comunic[ar]
com ele, usando a forma verbal (ekoinõsen, v.15) da palavra grega para comunhão
(koinonia). Eles comungam com ele ao participar de seu ministério por meio
dessa expressão concreta de amor e de preocupação. Paulo não esperava nem
pretendia esse auxílio. Paulo aprendeu a se contentar seja qual fosse sua
situação, quer na pobreza quer na abundância. Na verdade, quando Paulo escreve
que pode todas as coisas por intermédio de Cristo que o fortalece (4.13), ele
quer dizer que pode enfrentar todo tipo de circunstância ou situação financeira
sem perder de vista o propósito de Deus para ele. Por isso, recebe o presente
deles com gratidão, no qual ele diz ser ‘oferta de aroma suave’ a Deus (4.18 —
NVI). A preocupação deles faz com que lhes assegure que Deus também cuida deles
(4.19)’” (ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008,
p.365).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“Nos versos
15 e 16, Paulo alegremente relembra o apoio que os filipenses lhe ofereceram”.
Relembra os dias anteriores, quando o evangelho foi proclamado pela primeira
vez em Filipos (At 16.4). Quando o apóstolo passou pela Macedônia até a Acaia,
em sua segunda viagem missionária, a igreja em Filipos foi a única a sustentar
seus esforços. Na linguagem emprestada do mundo comercial, o apóstolo considerou
sua parceria como uma questão de ‘dar e receber’ (termos aproximadamente
equivalente aos conceitos de débito e crédito). Paulo ‘deu’ o evangelho aos
filipenses e ‘recebeu’ seu apoio. De fato, o verso 16 indica que por mais de
uma vez enviaram sua assistência a Paulo antes que deixasse a Macedônia,
enquanto ainda estava na cidade vizinha de Tessalônica (At 17.1-9). Os
filipenses, por sua vez, ‘deram’ seu apoio material e moral a Paulo, tendo
recebido a mensagem das boas novas e agido de acordo com esta.
No versículo
17, Paulo reitera a pureza de seus motivos em sua expressão de gratidão aos
cristãos de Filipos. Não está procurando ‘dádivas’ ou agradecendo de alguma
maneira que venha a ser a base para favores futuros. Sua motivação visa o
benefício deles. Sua descrição da recompensa que terão por associarem-se a ele
na obra de Deus é expressa em termos financeiros. Sua participação no Evangelho
produzirá juros ou dividendos (literalmente ‘fruto’), o que resultará no
‘aumento da conta’ deles” (ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.) Comentário
Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., RJ: CPAD, 2004. p.510).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A reciprocidade do
Amor Cristão
“Amarás,
pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; [...] Amarás o teu próximo
como a ti mesmo” (Mc 12.30,31). Estes dois mandamentos eram o estrado da
prática cristã na Igreja do Primeiro Século. Eles aparecem implicitamente na
porção escrita pelo apóstolo Paulo. Antes o apóstolo havia ordenado aos
filipenses a regozijarem-se, mas agora ele é quem se regozija em Deus pela
atitude amorosa dos irmãos para com a sua vida. Esses crentes, através das
ofertas, supriram a necessidade do apóstolo dos gentios.
O amor mútuo
e profundo dos irmãos filipenses pelo o apóstolo Paulo era forjado nas raias do
sofrimento. A alegria de Paulo não se deu pelo valor da oferta, mas por aquilo
que ela significava. Não era uma oferta negociada pelas regras comerciais e de
mercado, mas geradas pelo amor recíproco da comunidade de Filipos para com seu
pai na fé. Este ato de amor faz o apóstolo reviver reminiscências entre ele e
os filipenses. Como sofreram juntos pelo o amor do Evangelho! Caminharam dia e
noite objetivando demonstrar a verdade que gera vida. Ao receber a oferta de
amor da igreja tais recordações explodiram como bomba no coração do apóstolo.
O apóstolo
não se turbava porque através da demonstração de amor dos seus filhos na fé,
ele compreendia que o próprio Cristo o fortalecera no amor partilhado pelos
seus irmãos. Paulo vivia uma vida de grande contentamento em Deus, pois no amor
recíproco ele sente-se recompensado por Deus em tudo. O contentamento de Paulo
o faz jamais elevar a sua voz para murmurar das circunstâncias que lhe
rodeavam. Ele compreende e aceita a vocação de padecer por amor ao Evangelho.
Interessante
ressaltar que, apesar de Paulo receber ofertas dos irmãos de Filipos, a sua
confiança não está nelas, pois o apóstolo estava instruído em tudo, seja no abatimento,
seja na abundância; a ter fartura como a passar fome. Esta experiência não o
permitia a dissimular e ser avarento. O apóstolo tinha decidido há muito deixar
o conforto do farisaísmo para padecer por Cristo. Ele bem sabia o que isto
representava. Por isso, Paulo tinha outro olhar quando recebia a oferta de amor
dos filipenses. Não para o dinheiro, mas para motivação amorosa que se escondia
por de trás daquele ato filipense. FONTE: www.professoralberto.com.br