quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Lição 12 - 3º Trim. 2013 - A Reciprocidade do Amor Cristão.

Lição 12
A RECIPROCIDADE
DO AMOR CRISTÃO
22 de setembro de 2013

TEXTO ÁUREO

“Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).

VERDADE PRÁTICA


A igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos que a servem, a fim de que não haja necessitados entre os filhos de Deus.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO

“Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
O contexto do nosso texto áureo está inserido na declaração de Paulo em ter aprendido e contentar-se sob todas as condições de vida (Fp 4. 12).  Mas não obstante a essa declaração do versículo 12, onde percebemos uma auto-suficiência frente as muitas lutas, tribulações e aflições, ao mesmo tempo, o apóstolo tomou o cuidado de declarar que não dependia inteiramente de si mesmo, mas em tudo dependia do SENHOR, ele tinha a consciência da presença íntima de Cristo, a qual, a todo o tempo lhe supria as forças necessárias.
Muitos foram os sofrimentos de Paulo:
• Ele enfrentou “muitas tribulações” ao servir a Deus (At 14.22).
• Foi afligido no “espírito”, por causa do pecado dominante na sociedade (At 17.16).
• Derramou muitas lágrimas (2 Co 2.4).
• Angústia de espírito, por causa do pecado tolerado dentro da igreja (2 Co 2.1-3).
• Tribulações “por fora e por dentro”, por causa do seu compromisso com a pureza moral e doutrinária da igreja (2 Co 7.5).
• Sofreu três naufrágios e foi apedrejado (2 Co 11.25).
• Enfrentou muitos perigos (2 Co 11.26).
• Frio, fome e nudez (2 Co 11.27).
Uma das regras básicas da interpretação da Bíblia é a análise do texto de acordo com o seu contexto. Por conseguinte, quando alguém, para fantasiar uma existência saudável, rica e isenta de problemas, fundamenta-se, por exemplo, em Filipenses 4.13, está perversamente torcendo a Palavra de Deus.
Além do mais, o próprio Cristo advertiu-nos: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33).
Não obstante estar na cadeia e estar cheio de experiências difíceis, Paulo declara sua total dependência de Cristo em todas as circunstâncias: “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12).
Nesse versículo, o apóstolo deixa bem claro que, embora já houvesse experimentado escassez e abundância, jamais deixou de confiar em Deus. Sejam quais fossem as circunstâncias, o Senhor Jesus era a sua contínua suficiência. É por isso que, nEle, o apóstolo podia todas as coisas.
Paulo não ficou rico no seu exercício ministerial. Pelo contrário. Ele iniciou o seu ministério fazendo tendas (At 18.3) e terminou a sua carreira em uma prisão em Roma (Fp 1.3; At 28.30).
No final de seus dias, precisou que Timóteo lhe enviasse uma capa, para se aquecer no cárcere (2 Tm 4.13). O que disso concluímos? O contentamento do apóstolo não dependia da abundância ou da escassez de bens materiais, mas da suficiência em Cristo.
Com certeza este texto áureo é uma dos versículos mais conhecidos e citados das Escrituras Sagradas. Todavia, na maioria das vezes é mencionado de forma equivocada, fora do seu contexto.
De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, p.1313, o apóstolo Paulo nos mostra a termos: “Compromisso com o contentamento (Fp 4.10-13) [...] Nos versos 11-14, Paulo ressalta ser livre da opressão da necessidade”. Sua alegria não se deve a ter suas necessidades satisfeitas, mas ao fato de que a preocupação dos filipenses está fundamentada no Senhor.
O relacionamento de Paulo com Deus tem-no conduzido a um senso de contentamento que transcende sua circunstância imediata. Paulo experimentou tanto a necessidade quanto a abundância.
A palavra usada para ‘necessidade’ aqui, é a mesma para a humilhação de Cristo no capítulo 2.8 de Filipenses; mas, devido a este contexto, provavelmente se refere à privação econômica.
Ele então emprega dois conjuntos de verbos contrastantes para mostrar os extremos através dos quais experimentou contentamento: quando estava bem alimentado, quando teve fome, quando viveu períodos de abundância e quando padeceu necessidades.
Através de todas estas situações, descobriu o segredo do contentamento. Em uma conclusão triunfal, no verso 13 revela a sua principal fonte de contentamento: ‘Posso todas as coisas, naquele que me fortalece’.
Este contexto do verso tem sido frequentemente transgredido, e esta verdade tem sido colocada a serviço de extravagâncias caprichosas. “O apóstolo está claramente se referindo à grande variedade de suas próprias experiências (Fp 4.12)” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed., RJ: CPAD, 2004, p.1313).
Portanto, o “tudo posso” do apóstolo Paulo revela nossa total e completa dependência de Deus. Sendo um homem dependente de Deus, o apóstolo não moldava a sua vida pelas circunstâncias. Cristo era o centro de sua existência.
O mesmo Deus que o fortalecia na abundância, também o sustentava na escassez. Dessa forma, afirmemos com segurança e ousadia: “Tudo posso naquele que me fortalece!” Amém.

RESUMO DA LIÇÃO 12


A RECIPROCIDADE DO AMOR CRISTÃO

I. AS OFERTAS DOS FILIPENSES COMO PROVIDÊNCIA DIVINA
1. Paulo agradece aos filipenses.
2. Reciprocidade entre o apóstolo e a igreja.
3. A igreja deve cuidar dos seus obreiros.

II. O CONTENTAMENTO EM CRISTO EM QUALQUER SITUAÇÃO
1. O contentamento de Paulo .
2. "Sei estar abatido" (v.12).
3. O contentamento desfaz os extremismos.

III. A PRINCIPAL FONTE DO CONTENTAMENTO (4.13)
1. Cristo é quem fortalece.
2. Cristo é a razão do contentamento.
3. O cumprimento da missão como fonte de contentamento.

INTERAÇÃO

Você tem sido generoso para com aqueles que servem a Deus e a igreja?
Então não terá dificuldade alguma em ensinar a respeito do tema proposto para a aula de hoje: a generosidade da igreja para com aqueles que a servem.
Os irmãos de Filipos eram bem generosos.
Eles enviaram os recursos que Paulo necessitava para sobreviver na prisão (4.10-20).
Vivemos em uma sociedade marcada pelo egoísmo, todavia o crente tem em seu coração o amor de Cristo e este amor o leva a ajudar aqueles que necessitam de socorro.
Nossa oferta de amor para aqueles que realizam a obra de Deus revelam a graça do Todo-Poderoso em nossas vidas.
Ofertamos não para recebermos algo em troca, mas o fazemos de coração porque já temos experimentado das dádivas divinas.
Que não venhamos nos esquecer que “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35).


OBJETIVOS

Após esta aula, esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Saber que as dádivas dos filipenses era resultado da providência divina.
Compreender que o cristão tem o contentamento de Cristo em qualquer situação.
Explicar a respeito da principal fonte de contentamento do cristão.

COMENTÁRIO


Antes de adentrarmos na lição discutiremos sobre dois  princípios abaixo colocados, extraídos da BÍBLIA DE APLICAÇÃO PESSOAL, CPAD, p.1620.
Explique que estas duas regras devem nortear a nossa doação em favor daqueles que trabalham na obra do Senhor:
•   “Ao entregar uma oferta o valor não é o mais importante, mas sim a disposição de contribuir para o Reino”.
•   “A doação deve ser como resposta a Cristo, e não pelas vantagens que podemos ter por fazê-lo. O modo como doamos reflete a nossa devoção ao Senhor”

INTRODUÇÃO

PALAVRA CHAVE
GENEROSIDADE:
Virtude daquele que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em benefício de outrem; magnanimidade, ato generoso; bondade.
Na lição de hoje, aprenderemos a importância da generosidade da igreja para com aqueles que a servem.
Dependente das ofertas dos irmãos para sobreviver no cárcere romano, Paulo expressava uma profunda gratidão à igreja de Filipos pelos recursos enviados por intermédio de Epafrodito (4.10-20).
O apóstolo estava agradecido aos filipenses pelo amor que lhe haviam demonstrado. Ele, porém, destaca que sempre confiou à providência divina o seu sustento, e que sua alegria maior estava não nas ofertas recebidas, e sim no fato de os filipenses terem se lembrado dele.
I. AS OFERTAS DOS FILIPENSES COMO PROVIDÊNCIA DIVINA
1. Paulo agradece aos filipenses.A igreja em Filipos já vinha contribuindo com o ministério de Paulo desde o seu início (v.15).
Agora, o apóstolo fora surpreendido pela segunda oferta enviada a ele, exatamente quando estava preso em Roma. Por isso, agradece e regozija-se pela lembrança dos irmãos (v.10).
Ele declara ainda que a oferta dos filipenses era o fruto da providência divina em seu ministério, pois confiava plenamente em Deus, em qualquer situação.
2. Reciprocidade entre o apóstolo e a igreja. Paulo amava a igreja em Filipos. Esta cidade foi a primeira da Europa a receber a mensagem do Evangelho. Ali, Paulo enfrentou perseguições, prisão e muito sofrimento.
Porém, agora a igreja, firmada em Cristo, demonstra sua gratidão ao apóstolo cuidando dele e ajudando-o em suas necessidades (vv.10,11,15-18).
3. A igreja deve cuidar dos seus obreiros. Nenhum obreiro deve fazer de sua missão um meio de ganhar dinheiro. Todavia, a igreja precisa prover sustento digno àqueles que a servem.
Paulo muito sofreu com a falta de sensibilidade da igreja em Corinto (v.15). Por outro lado, a igreja em Filipos procurou ajudar o apóstolo.
A Palavra de Deus nos exorta quanto ao sustento daqueles que labutam na seara do Senhor: “Não amordaces o boi, quando pisa o trigo” (1Tm 5.18 — ARA).
No mesmo versículo, o apóstolo completa que “digno é o obreiro do seu salário”. Por isso, a igreja deve apoiar devidamente àqueles que são verdadeiramente obreiros, ajudando-os em suas necessidades (1Tm 5.17).
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Nenhum obreiro deve fazer de sua missão um meio de ganhar dinheiro, todavia a igreja precisa oferecer sustento digno àqueles que a servem.
II. O CONTENTAMENTO EM CRISTO EM QUALQUER SITUAÇÃO
1. O contentamento de Paulo. O apóstolo aprendeu a contentar-se em toda e qualquer situação. Seu contentamento estava alicerçado no fato de que Deus cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante.
Aos coríntios, Paulo escreveu: “não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2Co 3.5).
Paulo deu o crédito de sua força e contentamento a Deus. Muitos se gabam de sua robustez, coragem e até espiritualidade, esquecendo-se de que a nossa capacidade vem do Senhor.
Para agirmos de forma adequada em meio às provações e privações é preciso reconhecer que dependemos integralmente do Senhor.
2. “Sei estar abatido” (v.12). Paulo inicia o versículo doze dizendo: “Sei estar abatido e também ter abundância”.
Ele estava convicto do cuidado de Deus. Por isso, aceitava as privações sem se envergonhar ou mesmo entristecer-se.
Precisamos acreditar na provisão divina e aprender a contentar-nos em toda e qualquer situação.
Talvez você esteja passando por dificuldades. Não permita, porém, que elas o abatam. Confie no cuidado e na bondade do Pai Celeste. Ele é o nosso provedor.
Para que o Evangelho chegasse aos confins da terra, muitos homens e mulheres, às vezes sem qualquer sustento oficial, deixaram suas famílias e saíram pregando a Palavra de Deus e fundando igrejas.
Esses pioneiros não desistiram, e os resultados ainda podem ser vistos. Hoje, as igrejas, em sua maioria, possuem recursos para enviar obreiros e missionários a outras nações e ali sustentá-los, e devem fazê-lo. Cumpramos, pois, o nosso dever conforme a Bíblia nos recomenda.
3. O contentamento desfaz os extremismos. Apesar de o exemplo paulino e de a Bíblia ensinar-nos acerca do contentamento, é necessário abordar o perigo da adoção dos extremismos nessa questão.
Muitos servos de Deus são obrigados, pela falta de compromisso de suas igrejas, a abandonar a obra de Deus. Para que isso não aconteceça, sejamos fiéis no sustento daqueles que estão servindo a causa do Mestre (1Tm 5.18).
Os obreiros, por sua parte, não podem deixar-se dominar pela avareza e pela ganância. Paulo nos dá uma importante lição quando afirma: “Aprendi a contentar-me com o que tenho” (v.11).
O culto ao Senhor não pode ser transformado em uma fonte de renda. É o próprio apóstolo Paulo quem ensina a nos apartar daqueles que não se conformam “com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade”.
Isto porque, os tais apreciam “contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho” (1Tm 6.5).
O ensino paulino demonstra que a piedade, com contentamento, já é, por si mesma, um “grande ganho” (1Tm 6.6).

SINOPSE DO TÓPICO (2)
O crente pode contentar-se em toda e qualquer situação, pois seu contentamento está no fato de que Deus cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante.
III. A PRINCIPAL FONTE DO CONTENTAMENTO (4.13)
1. Cristo é quem fortalece. Paulo nos ensina, com a declaração do versículo 13, que sua suficiência sempre esteve em Cristo. O que fez com que Paulo suportasse tantas adversidades?
Havia algum segredo? Não! O que fez do apóstolo um vencedor foi a sua fé em Jesus Cristo, aquele que tudo pode.
A força do seu ministério era o Senhor. Você quer forças para vencer os obstáculos em seu ministério? Confie plenamente no Senhor!
2. Cristo é a razão do contentamento. Nossa alegria e força vêm do Senhor Jesus. Segundo Matthew Henry, “temos necessidade de obter forças de Cristo, para sermos capacitados a realizar não somente as obrigações puramente cristãs.
Precisamos da força dEle para nos ensinar a como ficar contente em cada condição”. Busque ao Senhor e permita que a alegria divina preencha a sua alma (Ne 8.10).
3. O cumprimento da missão como fonte de contentamento. Uma vez que o objetivo de Paulo era pregar o Evangelho em toda parte, nada lhe era mais importante que ganhar almas para o Reino de Deus.
Nenhuma dificuldade financeira roubaria a visão missionária do apóstolo. Ele não se angustiava pela privação material e social. Pelo contrário, a alegria do Senhor era a sua força.
Paulo regozijava-se com a suficiência que tinha de Cristo. O descontentamento é como uma planta má que faz brotar a avareza (Hb 13.5,6), o roubo (Lc 3.14) e a preocupação com as coisas materiais (Mt 6.25-34).
Por isso, contente-se em Cristo! Ele tomará conta de nós.
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Cristo é a razão do contentamento, nossa alegria e força vêm dEle.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aprendemos na lição de hoje, que a igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos seus obreiros, a fim de que não venham a passar privações.
Todavia, a real motivação para servirmos à igreja de Deus jamais devem ser as recompensas materiais.
Confiemos na provisão divina, pois assim seremos felizes em toda e qualquer situação.
Nosso contentamento em meio às adversidades é resultado da nossa fé e comunhão com o Senhor Jesus.
Que estejamos na dependência do Senhor, para que Ele nos conceda alegria e força a fim de vencermos as vicissitudes e tribulações da vida.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007. PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Graças pelo dom e comunhão deles. A principal razão para Paulo escrever a essa igreja e de estar agradecido por esses irmãos é a expressão concreta deles de apoio a ele (4.1-18). Essa igreja enviou um presente em dinheiro para auxiliar Paulo enquanto estava na prisão (4.10-18). Paulo chama esse presente de ‘comunic[ar] com ele, usando a forma verbal (ekoinõsen, v.15) da palavra grega para comunhão (koinonia). Eles comungam com ele ao participar de seu ministério por meio dessa expressão concreta de amor e de preocupação. Paulo não esperava nem pretendia esse auxílio. Paulo aprendeu a se contentar seja qual fosse sua situação, quer na pobreza quer na abundância. Na verdade, quando Paulo escreve que pode todas as coisas por intermédio de Cristo que o fortalece (4.13), ele quer dizer que pode enfrentar todo tipo de circunstância ou situação financeira sem perder de vista o propósito de Deus para ele. Por isso, recebe o presente deles com gratidão, no qual ele diz ser ‘oferta de aroma suave’ a Deus (4.18 — NVI). A preocupação deles faz com que lhes assegure que Deus também cuida deles (4.19)’” (ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008, p.365).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“Nos versos 15 e 16, Paulo alegremente relembra o apoio que os filipenses lhe ofereceram”. Relembra os dias anteriores, quando o evangelho foi proclamado pela primeira vez em Filipos (At 16.4). Quando o apóstolo passou pela Macedônia até a Acaia, em sua segunda viagem missionária, a igreja em Filipos foi a única a sustentar seus esforços. Na linguagem emprestada do mundo comercial, o apóstolo considerou sua parceria como uma questão de ‘dar e receber’ (termos aproximadamente equivalente aos conceitos de débito e crédito). Paulo ‘deu’ o evangelho aos filipenses e ‘recebeu’ seu apoio. De fato, o verso 16 indica que por mais de uma vez enviaram sua assistência a Paulo antes que deixasse a Macedônia, enquanto ainda estava na cidade vizinha de Tessalônica (At 17.1-9). Os filipenses, por sua vez, ‘deram’ seu apoio material e moral a Paulo, tendo recebido a mensagem das boas novas e agido de acordo com esta.
No versículo 17, Paulo reitera a pureza de seus motivos em sua expressão de gratidão aos cristãos de Filipos. Não está procurando ‘dádivas’ ou agradecendo de alguma maneira que venha a ser a base para favores futuros. Sua motivação visa o benefício deles. Sua descrição da recompensa que terão por associarem-se a ele na obra de Deus é expressa em termos financeiros. Sua participação no Evangelho produzirá juros ou dividendos (literalmente ‘fruto’), o que resultará no ‘aumento da conta’ deles” (ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., RJ: CPAD, 2004. p.510).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A reciprocidade do Amor Cristão
“Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; [...] Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.30,31). Estes dois mandamentos eram o estrado da prática cristã na Igreja do Primeiro Século. Eles aparecem implicitamente na porção escrita pelo apóstolo Paulo. Antes o apóstolo havia ordenado aos filipenses a regozijarem-se, mas agora ele é quem se regozija em Deus pela atitude amorosa dos irmãos para com a sua vida. Esses crentes, através das ofertas, supriram a necessidade do apóstolo dos gentios.
O amor mútuo e profundo dos irmãos filipenses pelo o apóstolo Paulo era forjado nas raias do sofrimento. A alegria de Paulo não se deu pelo valor da oferta, mas por aquilo que ela significava. Não era uma oferta negociada pelas regras comerciais e de mercado, mas geradas pelo amor recíproco da comunidade de Filipos para com seu pai na fé. Este ato de amor faz o apóstolo reviver reminiscências entre ele e os filipenses. Como sofreram juntos pelo o amor do Evangelho! Caminharam dia e noite objetivando demonstrar a verdade que gera vida. Ao receber a oferta de amor da igreja tais recordações explodiram como bomba no coração do apóstolo.
O apóstolo não se turbava porque através da demonstração de amor dos seus filhos na fé, ele compreendia que o próprio Cristo o fortalecera no amor partilhado pelos seus irmãos. Paulo vivia uma vida de grande contentamento em Deus, pois no amor recíproco ele sente-se recompensado por Deus em tudo. O contentamento de Paulo o faz jamais elevar a sua voz para murmurar das circunstâncias que lhe rodeavam. Ele compreende e aceita a vocação de padecer por amor ao Evangelho.

Interessante ressaltar que, apesar de Paulo receber ofertas dos irmãos de Filipos, a sua confiança não está nelas, pois o apóstolo estava instruído em tudo, seja no abatimento, seja na abundância; a ter fartura como a passar fome. Esta experiência não o permitia a dissimular e ser avarento. O apóstolo tinha decidido há muito deixar o conforto do farisaísmo para padecer por Cristo. Ele bem sabia o que isto representava. Por isso, Paulo tinha outro olhar quando recebia a oferta de amor dos filipenses. Não para o dinheiro, mas para motivação amorosa que se escondia por de trás daquele ato filipense.  FONTE: www.professoralberto.com.br

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