quinta-feira, 24 de julho de 2014

Lição 1 - 3º Trimestre 2014 - Jovens e Adultos.



LIÇÃO 01
Tiago — A fé que se mostra pelas obras

06 de julho de 2014
Professor Alberto

TEXTO ÁUREO


 “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma”     (Tg 2.17).

VERDADE PRÁTICA


A nossa fé tem de produzir frutos verdadeiros de amor, do contrário, ela se apresenta falsa.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


“Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg 2.17).

Nosso texto áureo está inserido no capítulo 2 da Epístola Universal do Apóstolo S. Tiago, versículos 14 a 25, quando o mesmo escreve sobre “a fé sem obras para nada aproveita”.
O apóstolo Tiago inicia o assunto no versículo 14 tomando como exemplo prático alguém que declara ter fé, mas a mesma não se materializa em obras, alguém que declara que tem fé, mas não é possível percebê-la por que não há fruto, não há obra: “Que proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode salvá-lo?” (Tg 2.14), ou seja, apenas alguém por fazer uma declaração de fé, isso será suficiente?, ou ele terá que manifestar o fruto dessa fé?
O apóstolo Tiago está tratando aqui de uma fé morta, uma fé que não passa de um mero pronunciamento verbal, uma confissão pública vinda do intelecto humano, mas que não procede do coração. É vazia, sem vida e sem ação. Ele começa com essa negação, e demonstra o que uma fé vazia significa (versículos 15-17, palavras sem ações), trata-se de uma fé falsa, sem conteúdo, sem sentido: “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg 2.17).
Resumindo, o apóstolo Tiago está explicando que há dois tipos de fé: uma que leva a obras de Deus, fé que produz fruto, fé ligada à vida, e outra que não leva a nada, fé estéril, só de palavras, não produz vida. Portanto, a primeira é verdadeira, outra é falsa. Uma é morta, outra é viva; daí “a fé sem as obras é morta” (Tg 2.20).
Observe que o apóstolo Tiago faz referência ao mesmo versículo que o apóstolo Paulo cita em Romanos 4.3 juntamente com vários outros versículos que lidam com justificação pela fé. Tiago 2.23 diz: “E creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado amigo de Deus”. Se o apóstolo Tiago estivesse tentando ensinar uma doutrina sobre fé e obras que estivesse em contradição com os outros escritores do Novo Testamento, ele não teria usado Abraão como exemplo. Logo, podemos ver que justificação é somente pela fé, e que o apóstolo Tiago estava falando a respeito de uma fé falsa, e não de uma fé verdadeira, quando ele diz que não somos justificados somente pela fé.
Portanto, as escrituras ensinam claramente que somos salvos (justificados) pela fé em Cristo e em sua obra redentora na cruz. Somente essa fé nos salva (Ef 2.8-9). No entanto, não podemos parar aqui sem analisar o que o apóstolo Tiago sabiamente nos exorta: “Vedes então que é pelas obras que o homem é justificado, e não somente pela fé” (Tiago 2.24). Assim sendo, não basta simplesmente dizer que tem fé, é preciso expressar a fé verdadeira, aquela que procede do coração, que produz bons frutos, a fé verdadeira gera boas obras, a fé falsa é estéril: “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg 2.17).
INFORMAÇÕES INICIAIS
3º Trimestre - 2014
(Julho, agosto e setembro)
Título: Fé e Obras — Ensinos de Tiago para uma vida cristã autêntica

Comentarista: Pastor Eliezer de Lira e Silva é membro do ministério da IEAD em Curitiba (PR), filiado à CIEADEP, Pastor Auxiliar, Dirigente na Congregação. Comentarista das revistas de Escola Dominical - Lições Bíblicas da CPAD, Bacharel em Teologia, Palestrante em Escolas Bíblicas de Obreiros, Professor de Homilética, Fundador e Diretor do Projeto Missionário “Ide e Ensinai” em Moçambique, África e Articulista da revista "Obreiro" - CPAD. Conferencista na área de liderança ministerial e com casais. É conhecido conferencista de Escolas Bíblicas em todo o país
Capa:


Estudaremos na revista Lições Bíblicas CPAD, os importantes ensinos deixados por Tiago, irmão carnal do Senhor. O tema do trimestre é: “Fé e Obras — Ensinos de Tiago para uma vida cristã autêntica”.

 SUMÁRIO DA REVISTA:
   Lição 1: Tiago — Fé que se mostra pelas obras
   Lição 2: O propósito da tentação
   Lição 3: A importância da sabedoria humilde
   Lição 4: Gerados pela Palavra da Verdade
   Lição 5: O cuidado ao falar e a religião pura
   Lição 6: A verdadeira fé não faz acepção de pessoas
   Lição 7: A fé se manifesta em obras
   Lição 8: O cuidado com a língua
   Lição 9: A verdadeira sabedoria se manifesta na prática
   Lição 10: O perigo da busca da autorrealização humana
   Lição 11: O julgamento e a soberania pertencem a Deus
   Lição 12: Os pecados de omissão e de opressão
   Lição 13: A atualidade dos últimos conselhos de Tiago

RESUMO DA LIÇÃO 01


TIAGO – FÉ QUE SE MOSTRA PELAS OBRAS

I - AUTORIA, LOCAL, DATA E DESTINATÁRIOS (Tg 1.1)
1. Autoria.
2. Local e data.
3. Destinatário.

II - O PROPÓSITO DA EPÍSTOLA DE TIAGO
1. Orientar.
2. Consolar.
3. Fortalecer.

III - ATUALIDADE DA EPÍSTOLA
1. Num tempo de superficialidade espiritual.
2. Num tempo de confusão entre “salvação pela fé” ou “salvação pelas obras”.
3. Uma fé posta em prática.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tiago 2.14-26
14 - Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?
15 - E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano,
16 - e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
17 - Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
18 - Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
19 - Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o creem e estremecem.
20 - Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?
21 - Porventura Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?
22 - Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas obras, a fé foi aperfeiçoada,
23 - e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.
24 - Vedes, então, que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé.
25 - E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários e os despediu por outro caminho?
26 - Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.
INTERAÇÃO
“Fé e obras: Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica” é o tema deste trimestre! Portanto, estudaremos a Epístola de Tiago.
O comentarista é o pastor Eliezer de Lira e Silva, conferencista de Escolas Bíblicas e diretor do projeto missionário Ide Ensinai em Moçambique, África.
Ao ler a Epístola Universal de Tiago chegamos à conclusão de que o Evangelho não admite uma vida cristã acompanhada de um discurso desassociado da prática.
A nossa fé deve ser confirmada através das obras.
Caro professor, de maneira profunda, estude esta epístola, pois, temos um grande desafio: convencer os nossos alunos de que vale a pena levar estes ensinamentos até as últimas consequências.  
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Descrever as questões de autoria, local, data e destinatário da epístola.
Entender o propósito da epístola.
Destacar a atualidade da epístola.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para iniciar o estudo da Carta de Tiago sugerimos que reproduza o esquema abaixo na lousa, ou em cópias, conforme as suas possibilidades.
O esquema é um esboço da epístola a ser estudada.
Ele vai auxiliar na análise panorâmica da carta. Neste esquema ainda constam informações como: a estrutura da epístola, autoria, tema, data e uma consideração preliminar. Tenha uma boa aula!

ESBOÇO DA CARTA DE TIAGO

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Tiago é classificada como “epístola universal” porque foi originalmente escrita para uma comunidade maior que uma igreja local.
A saudação: “Às doze tribos que andam dispersas” (1.1), juntamente com outras referências (2.19,21), indicam que a epístola foi escrita inicialmente a cristãos judeus que viviam fora da Palestina.
É possível que os destinatários fossem os primeiros convertidos em Jerusalém, que, após a morte de Estêvão, foram dispersos pela perseguição (At 8.1) até a Fenícia, Chipre, Antioquia da Síria e além (At 11.19).
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
FÉ:
Confiança absoluta em alguém. A primeira das três virtudes teologais: fé, esperança e amor.
Neste trimestre, estudaremos a mensagem de Deus entregue aos santos irmãos do primeiro século por intermédio de Tiago, o irmão do Senhor. Assim pode ser resumida a Epístola universal de Tiago: uma carta de conselhos práticos para uma vida bem-sucedida e de acordo com a Palavra de Deus.
A espiritualidade superficial, a ausência de integridade, a carência de perseverança e a insuficiência da compaixão para com o próximo são características que permeiam o caminho de muitos crentes dos dias modernos.
O estudo dessa epístola é relevante para os nossos dias, pois contempla a oportunidade de aperfeiçoarmos o nosso relacionamento com Deus e com o próximo, levando-nos a compreender que a fé sem as obras é morta (Tg 2.17).

I. AUTORIA, LOCAL, DATA E DESTINATÁRIOS      (Tg 1.1)
1. Autoria. Em primeiro lugar, é preciso destacar o fato de que há, em o Novo Testamento, a menção de quatro pessoas com o nome de Tiago:
1º) Tiago, pai de Judas, não o Iscariotes, (Lc 6.16);
2) Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João (Mt 4.21; 10.2; Mc 1.19, 10.35; Lc 5.10; 6.14; At. 1.13; 12.2);
3º) Tiago, filho de Alfeu, um dos doze discípulos (Mt 10.3; Mc 3.18; 15.40; Lc 6.15; At 1.13) e, finalmente,
4º) Tiago, o autor da epístola, que era filho de José e Maria e meio-irmão do nosso Senhor (Mt 1.18,20).
Após firmar os passos na fé e testemunhar a ressurreição do Filho de Deus, o irmão do Senhor liderou a Igreja em Jerusalém (At 15.13-21) e, mais tarde, foi considerado apóstolo (Gl 1.19). Pela riqueza doutrinária da carta, o autor não poderia ser outro Tiago, senão, o irmão do Senhor e líder da Igreja em Jerusalém.
2. Local e data. Embora a maioria dos biblistas veja a Palestina, e mais especificamente Jerusalém, como local mais indicado de produção da epístola, tal informação é desconhecida.
Sobre a data, tratando-se do período antigo da era cristã, sempre será aproximada. Por essa razão, a Bíblia de Estudo Pentecostal data a produção da carta de Tiago entre os anos 45 a 49 d.C., aproximadamente.
3. Destinatário. “Às doze tribos que andam dispersas” (Tg 1.1).  Há muito a estrutura política de Israel perdera a configuração de divisão em tribos. Assim, em o Novo Testamento, a expressão “doze tribos” é um recurso linguístico que faz alusão, de forma figurativa, à nação inteira de Israel (Mt 19.28; At 26.7; Ap 21.12).
Todavia, ao usar a fórmula “doze tribos”, na verdade, Tiago refere-se aos cristãos dispersos na Palestina e variadas igrejas estabelecidas em outras regiões, isto é, todo o povo de Deus espalhado pelo mundo.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O autor da epístola é Tiago, o meio-irmão de Jesus. A carta foi escrita provavelmente em Jerusalém, entre os anos 45 e 49 d.C. e dirigida aos cristãos dispersos da Palestina bem como as igrejas de outras regiões.

II. O PROPÓSITO DA EPÍSTOLA DE TIAGO
1. Orientar. Em um tempo marcado pela falsa espiritualidade e egoísmo, as orientações de Tiago são relevantes e pertinentes.
Isso porque a Escritura nos revela o serviço a Deus como a prática concreta de atitudes e comunhão: guardar-se do sistema mundano (engano, falsidade, egoísmo, etc.) e amar o próximo.
Assim, através de orientações práticas, Tiago almeja fortalecer e consolar os cristãos, exortando-os acerca da profundidade da verdadeira, pura e imaculada religião para com Deus a qual é:
a) visitar os órfãos e as viúvas nas tribulações;
b) não fazer acepção de pessoas e
c) guardar-se da corrupção do mundo (Tg 1.27).
2. Consolar. Numa cultura onde não se dobrar a César, honrando-o como divindade, significava rebelião à autoridade maior, os crentes antigos foram impiedosamente perseguidos, humilhados e mortos.
Entretanto, a despeito de perder emprego, pais, filhos e sofrer martírios em praças públicas, eles se mantiveram fiéis ao Senhor. Por isso, a epístola é, ainda hoje, um bálsamo para as igrejas e crentes perseguidos espalhados pelo mundo (Tg 1.17,18; 5.7-11).
3. Fortalecer. Além das perseguições cruéis, os crentes eram explorados pelos ricos e defraudados e afligidos pelos patrões (Tg 5.4). Apesar de a Palavra de Deus condenar com veemência essa prática mundana, infelizmente, ela ainda é muito atual (Ml 3.5; Mc 10.19; 1Ts 4.6).
A Epístola de Tiago não foge à tradição profética de condenar tais abusos, pois, além de expor o juízo divino contra os exploradores, o meio-irmão do Senhor exorta os santos a não desanimarem na fé, pois há um Deus que contempla as más atitudes do injusto e certamente cobrará muito caro por isso.
A queda de quem explora o trabalhador não tardará (Tg 5.1-3).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O propósito geral da epístola de Tiago era orientar, consolar e fortalecer a Igreja de Cristo que estava sendo perseguida.
III. ATUALIDADE DA EPÍSTOLA
1. Num tempo de superficialidade espiritual.  Outro propósito da epístola é levar o leitor a um relacionamento mais íntimo com Deus e com o próximo.
A carta traz diversas citações do Sermão do Monte como prova de que o autor está em plena concordância com o ensino de Jesus Cristo. Tiago chama a atenção para a verdade de que se as orientações de Jesus não forem praticadas, o leitor estará fora da boa, perfeita e agradável vontade de Deus.
Portanto, a Igreja do Senhor não pode abandonar os conselhos divinos para desenvolver uma espiritualidade sadia e profunda.
2. Num tempo de confusão entre “salvação pela fé” ou “salvação pelas obras”. O leitor desavisado pode pensar que a Epístola de Tiago contradiz o apóstolo Paulo quanto à doutrina da salvação mediante a fé.
Nos tempos apostólicos, falsos mestres torceram a doutrina da salvação pela graça proclamada pelo apóstolo dos gentios (2Pe 3.14-16 cf. Rm 5.20—6.4). Entretanto, a Epístola de Tiago evidencia que não se pode fazer separação entre a fé e as obras.
Apesar de as obras não garantirem a salvação, a sua manifestação dá testemunho da experiência salvífica do crente (Ef 2.10; cf. Tg 2.24).
3. Uma fé posta em prática. Muitos dizem ser discípulos de Cristo, mas estão distantes das virtudes bíblicas. Estes não evidenciam sua fé por intermédio de suas atitudes. Os pseudodiscípulos visam os seus interesses particulares e não a glória de Deus.
Precisamos urgentemente priorizar o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33).
Tiago nos ensina, assim como João Batista (Lc 3.8-14), que precisamos produzir frutos dignos de arrependimento.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Num tempo de superficialidade espiritual e de confusão entre “salvação pela fé” e “salvação pelas obras”, a epístola de Tiago é uma mensagem atual sobre a fé posta em prática.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como em toda a Escritura Sagrada, a Epístola de Tiago é um farol acesso e permanentemente atual. Ela nos alerta contra a mediocridade da vida supostamente cristã e nos exorta a fazer das Escrituras o nosso pão diário. Jesus Cristo sempre foi zeloso pelo bem estar do seu rebanho (Jo 10.10).
Em todas as épocas Ele é o bom pastor que cuida das suas ovelhas (Jo 10.11).
É do interesse do Mestre que os discípulos vivam em harmonia e amor mútuo, afim de não trazerem escândalo aos de dentro e, muito menos, aos de fora (1Co 10.32).
E não nos esqueçamos: A religião pura e imaculada é a fé que se mostra através de nossas práticas e obras.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
STAMPS, Donald C (Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD, 1995.
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2 ed., RJ: CPAD, 2004.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Bibliográfico
 “Deve ser observado que existem resultados mais abençoados e reais quando um indivíduo realmente confia no Senhor Jesus Cristo. Há não apenas uma mudança de posição diante de Deus (justificação), mas há o início da obra redentora e santificadora de Deus. Embora a transformação da vida não seja a base da salvação, ela é a evidência da salvação. E sem tal evidência (em maior ou menor grau) deve ser levantada uma questão quanto à autenticidade da fé do indivíduo. [...]
As boas obras de um cristão são o resultado e a evidência da autenticidade da sua fé. É o entendimento deste fato que resolverá o problema de alguns quanto a uma alegada discrepância entre Paulo e Tiago. Paulo certamente relaciona as boas obras com a fé (Ef 2.8-10). Fica claro que Tiago está falando da justificação diante dos homens (Tg 2.18 — ‘mostra-me’, ‘te mostrarei’; v.22 - ‘bem vês’; v.24 - ‘vedes’; v.26), e que a fé é provada pelas obras (v.22)” (PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009, pp.779,80).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Tiago — Fé que se mostra pelas obras
A O tema deste trimestre é “Fé e Obras: Ensino de Tiago para uma vida cristã autêntica”. Por isso, ao professor não poderá faltar algumas obras literárias para o bom desenvolvimento do trabalho educativo, como, por exemplo, várias versões da Bíblia (pelo menos quatro); um bom Dicionário Bíblico; um Dicionário Teológico e um Comentário Bíblico.
Por que usarmos diferentes versões bíblicas para interpretar cuidadosamente as Escrituras? Ora, apesar de boas e fieis ao original do texto bíblico, algumas versões apresentam, por exemplo, problemas de linguagem arcaica, que não se adequa à contemporaneidade da língua portuguesa (cf. Caridade / Amor — 1 Co 13). Quando comparamos as várias versões da epístola de Tiago, podemos compreender os textos de razoável dificuldade interpretativa. Por isso é que sugerimos ao menos quatro das muitas versões disponíveis em língua portuguesa: a ARC (Almeida Revista Corrigida); a ARA (Almeida Revista Atualizada); a NVI (Nova Versão Internacional); e outra (poder ser até mesmo uma tradução católica da Bíblia, como TEB — Tradução Ecumênica da Bíblia — ou a Bíblia de Jerusalém).
O Dicionário Bíblico lhe auxiliará para a compreensão de algum termo das Escrituras. Por exemplo, a carta de Tiago cita a palavra “obra”. Mas a que Tiago se refere ao usar o termo “obra”? Às Obras da Lei ou à “Ação de Misericórdia”? Os artigos de um bom Dicionário Bíblico (sugerimos o Dicionário Bíblico Wycliffe, editado pela CPAD) desenvolvem a exaustão os termos bíblicos dessa natureza.
Para compreendermos a linguagem teológica de uma palavra contextualizada à doutrinas bíblicas, o Dicionário Teológico muito lhe ajudará (sugerimos o Dicionário Teológico, editado pela CPAD). Dominarmos os conceitos doutrinários de Salvação, Lei, Graça etc., e os seus desdobramentos, é de grande relevância para quem estuda a Epístola de Tiago. Ademais, não podemos confundir os conceitos teológicos que, ao mesmo tempo, aparecem na carta de Tiago e nas de Paulo.
Por último, um bom Comentário da Epístola de Tiago (sugerimos O Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, editado pela CPAD) para remontarmos o contexto histórico, social, cultural, econômico e exegese da epístola. Mas, antes de tudo, sugiro-lhe ler as treze lições do trimestre em uma única leitura. Este processo lhe ajudará a desenvolver o panorama do assunto de maneira mais eficaz. Faço votos de que você e a sua classe cresçam no estudo desta belíssima carta que é a Epístola de Tiago! FONTE: www.professoralberto.com.br


quinta-feira, 15 de maio de 2014

Lição 7- 2º Trimestre 2014 - Jovens e Adultos.



LIÇÃO 07
O MINISTÉRIO DE PROFETA

18 de maio de 2014
Professor Alberto

TEXTO ÁUREO

 “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1Co 12.28).

VERDADE PRÁTICA


O ministério de profeta é fundamental para a Igreja de Cristo nos dias atuais.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1Co 12.28).

O contexto do nosso texto áureo é a unidade dos membros do corpo, todavia esse versículo especificamente nos remete a um assunto muito importante: os dons ministeriais.
O apóstolo Paulo declara que o Senhor Jesus capacitou extraordinariamente sua Igreja, mediante o Espírito Santo, com os dons ministeriais, visando o “...aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 3.12). Os dons ministeriais são concedidos pelo Espírito Santo aos crentes que possuem uma chamada específica para a edificação do corpo de Cristo. Esses dons ministeriais presentes em nosso texto áureo (1 Co 12.28), podem ser classificados em quatro grupos:
1º) Três possuem funções pedagógicas: apóstolos, profetas e doutores;
2º) Dois possuem funções miraculosas: milagres e dons de curar;
3º) Dois possuem funções administrativas: socorros e governos;
4º) Um possui função de manifestação vocal (adoração e louvor): variedades de línguas.
O apóstolo Paulo em Efésios 4.8 e 11 declara: “Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens”... “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”. Neste versículo de Efésios (Ef 4.11) o apóstolo Paulo fala apenas sobre os dons ministeriais, ligados a funções pedagógicas, que são dons destinados aqueles crentes com chamada específica para esse ministério: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores.
A igreja está: “...edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício bem ajustado cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito" (Ef 2.20-22). Nesta passagem da Escritura, a formação da igreja é comparada com a construção de uma edificação. Ela começa com a colocação da pedra principal a Pedra de esquina, que é nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Então a fundação é posta (os apóstolos e profetas) e finalmente, o edifício se levanta ao qual todo verdadeiro crente é juntado, até que todo o edifício esteja completo na vinda do Senhor.
Isso mostra que o lugar que os apóstolos e profetas ocupam na igreja é o de fundação. Eles foram diretamente usados pelo Senhor para estabelecer a igreja no princípio. As epístolas que eles escreveram estabelecem a ordem e funcionamento da igreja: neles a fundação do cristianismo foi assentada. O Senhor Jesus não nos dá mais apóstolos, como no início da igreja, porque Ele não está mais construindo a fundação. Ela já foi posta! Na verdade, o edifício está quase completo.
Estamos esperando pelas últimas pessoas a serem salvas, para que as poucas últimas pedras (vivas) possam ser colocadas no lugar na construção. O ministério dos apóstolos e profetas ainda permanece com a igreja em suas palavras inspiradas, como fundamento do edifício (Ef 4.11-13).
É importante ressaltar que embora os dons ministeriais sejam distintos dos espirituais, ambos provêm do Senhor e são indispensáveis para a Igreja. Portanto nosso texto áureo apresenta os dons ministeriais, dentro do contexto da unidade do corpo de Cristo.
A Revista Ensinador Cristão traz o seguinte comentário: O ministério de profeta ainda é válido para os nossos dias? Esta pergunta é polêmica em alguns lugares. Há pessoas que dão por encerrado esse ministério. Se fosse verdade, algumas perguntas seriam inevitáveis: Quando encerrou? Quem o encerrou? E como ficam as experiências do exercício do ministério de profeta relatadas pelo Novo Testamento e ao longo da História da Igreja?
Os exemplos são diversos. Em o Novo Testamento Ágabo e outros profetas exerciam o ministério em Antioquia (At 11.27-30; 21.10-12). As filhas de Filipe eram profetisas (At 21.8,9). Apesar de usar o ministério para o mal, a mulher em Apocalipse, de codinome de Jezabel, dizia-se profetisa (Ap 2.20) — por isso achava-se respeitada na comunidade cristã de Tiatira induzindo a muitos para a prostituição.
Outros exemplos são profusos na história da Igreja. Podemos começar por um documento cristão antigo datado do segundo século: “Didaqué: A Instrução dos Doze Apóstolos”. Apesar de se chamar “A instrução dos Doze”, o documento não foi escrito pelos doze apóstolos de Cristo, mas formulado pelas lideranças da igreja do segundo século objetivando orientar os fiéis sobre vários assuntos da vida cristã. No capítulo 11, sobre “A Vida em Comunidade”, os versículos 7-12 do documento falam do pleno exercício do ministério de profeta conforme registrado em Efésios 4.11.
Empurrado para o ralo da heresia pela igreja romana e pelos cessacionistas, e devido à autonomia profética e carismática, Montano é um grande exemplo do exercício profético entre os séculos II e III na Ásia Menor, tendo inclusive atraído um dos mais importantes pais latinos da Igreja: Tertuliano.
O que dizer sobre Catarina de Siena, Tereza Dávila — mulheres que denunciaram profeticamente a corrupção de Roma —, John Huss, John Wycliffe e tanto outros gigantes da história que aprouve ao Senhor nosso Deus levantá-los como verdadeiros profetas e profetisas?
À semelhança do Antigo Testamento, o ministério dos profetas neotestamentários, e na história da Igreja, sempre foi exercido nas raias da marginalização. Indo no caminho contrário ao que foi institucionalizado como certo, quando na verdade estava corrompido e longe dos desígnios de Deus. Foi assim no Antigo Testamento; assim ocorreu em o Novo Testamento; e vem acontecendo ao longo da rica história eclesiástica. Por que teria de ser diferente na contemporaneidade?


RESUMO DA LIÇÃO 07


O MINISTÉRIO DE PROFETA

I- O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO
1. Conceito.
2. O ofício.
3. O profetismo.

II- O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO
1. A importância do termo “profeta” em o Novo Testamento.
2. O ofício do profeta neotestamentário.
3. O objetivo do dom ministerial de profeta.

III – DISCERNINDO O VERDADEIRO PROFETA DO FALSO
1. Simplicidade x arrogância.
2. Pelos frutos os conhecereis.
3. Ainda sobre o falso profeta.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 12.27-29; Efésios 4.11-13.
1 Coríntios 12
27 - Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.
28 - E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.
29 - Porventura, são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres?
Efésios 4
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,
13 - até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.
INTERAÇÃO
O ministério de profeta é um dom de Deus para a igreja atual. O profeta é chamado para falar segundo o coração do Pai. Nem sempre sua mensagem é aceita.
No Antigo Testamento alguns sofreram perseguições terríveis por trazer aos israelitas a mensagem divina. Em o Novo Testamento os profetas não perderam a preeminência. Eles, juntamente com os apóstolos, eram as colunas da Igreja.
Atualmente, temos a Bíblia, a profecia maior, porém o Senhor continua a levantar e a usar seus porta-vozes para revelar a sua mensagem ao seu povo.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Descrever a função do profeta no Antigo Testamento.
Compreender o ofício do profeta em o Novo Testamento.
Discernir o verdadeiro do falso profeta.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Profeta: Porta-voz oficial da divindade.
A lição desta semana versa sobre o dom ministerial de profeta. Estudaremos alguns aspectos deste dom à luz da Bíblia, mas também considerando o contexto histórico e cultural do Antigo e do Novo Testamento.
O ministério de profeta é altamente importante para os nossos dias, pois de acordo com o ensino dos apóstolos, tal ministério tem um valor excelso para a igreja de qualquer tempo e lugar.
I. O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO
1. Conceito. O profeta do Antigo Testamento era a pessoa incumbida para falar em nome de Deus. O Altíssimo fazia dele o seu porta-voz, um embaixador que representava os interesses do reino divino na Terra.
Quando Deus levantava um profeta, designava-o a falar para toda a nação israelita, e até mesmo a povos ou nações estranhas (Jr 1.5). Ao longo de toda a história veterotestamentária o Senhor levantou homens e mulheres para profetizarem em seu nome:
- Samuel, o último dos juízes e o primeiro dos profetas para a nação de Israel (1Sm 3.19,20),
- Elias e Eliseu (1Rs 18.18-46; 2Rs 2.1-25),
- a profetisa Hulda (2Rs 22.14-20)
- e muitos outros, como os profetas literários Isaías, Jeremias e Daniel.
2. O ofício. Através da inspiração divina o profeta recebia uma revelação que desvendava o oculto, anunciava juízos, emitia conselhos e advertências divinas. Expressões como “veio a mim a palavra do Senhor” e “assim diz o Senhor” eram fórmulas usuais para o profeta começar a mensagem divina (Jr 1.4; Is 45.1).
Símbolos e visões também eram formas de Deus falar através dos profetas ao seu povo (Jr 31.28; Dn 7.1). Num primeiro momento, o profeta exercia um importante papel de conselheiro no palácio real (Natã, cf. 2Sm 12.1; 1Rs 1.8,10,11).
Contudo, após a divisão do reino de Israel, o profeta passou a ser perseguido, pois sua profecia confrontava diretamente a prepotência da nobreza, a dissimulação dos sacerdotes e a injustiça social (Jr 1.18,19; 5.30,31; Is 58.1-12).
3. O profetismo. De acordo com o Dicionário Teológico (CPAD), o profetismo foi um movimento que surgiu no período aproximado do século VIII a.C. tanto em Israel quanto em Judá.
O objetivo desse movimento era “restaurar o monoteísmo hebreu”, “combater a idolatria”, “denunciar as injustiças sociais”, “proclamar o Dia do Senhor” e “reavivar a esperança messiânica”. Foi nesse tempo que os verdadeiros profetas em Israel foram cruelmente surrados, presos e mortos.

SINOPSE DO TÓPICO (I)
Os profetas do Antigo Testamento falavam em nome de Deus, em primeiro lugar para a nação de Israel, em segundo, para povos estranhos.
II. O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO
1. A importância do termo “profeta” em o Novo Testamento. Como já vimos, em Efésios 4.11 são mencionados cinco ministérios que exerciam papéis fundamentais na liderança da Igreja Antiga: apóstolo, profeta, evangelista, pastor e doutor.
Não por acaso, o termo “profeta” aparece na segunda posição da lista apresentada em 1 Coríntios 12.28; Efésios 4.11. O profeta é identificado três vezes na epístola aos Efésios como alguém que acompanhava os apóstolos (2.20; 3.5; 4.11).
A Bíblia afirma que os “concidadãos dos Santos e da família de Deus estão edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas [...]” (Ef 2.19,20). Aqui, a Bíblia denota a importância do ministério de profeta na liderança da Igreja do primeiro século.
2. O ofício do profeta neotestamentário. Seu ministério no Novo Testamento não consistia em predizer o futuro, adivinhar o presente ou ficar fora de si. Não! De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, o profeta neotestamentário era dotado por Deus para receber e mediar diretamente a Palavra do Altíssimo.
Apesar de ele algumas vezes predizer o futuro, conforme instrui-nos a Bíblia de Estudo Pentecostal, seu ofício consiste em proclamar e interpretar a Palavra de Deus, por vocação divina, com vistas à admoestação, exortação, ânimo, consolação e edificação da igreja (At 3.12-26; 1Co 14.3).
“Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17)”.
Por causa da mensagem de justiça que o profeta apresenta em tempos de apostasia e confusão espiritual, inclusive na igreja, não há outro jeito: ele fatalmente será rejeitado e perseguido por muitos.
3. O objetivo do dom ministerial de profeta. A função do profeta do Novo Testamento é apresentada por Paulo no mesmo bloco de versículos em que ele menciona os cinco ministérios em Efésios (4.11-16).
Ou seja, o profeta é chamado por Deus a levar a igreja de Cristo a uma plena maturidade cristã, pois como um organismo vivo, a Igreja, o Corpo de Cristo, deve desenvolver-se para a edificação em amor (v.16). Para que tal seja uma realidade, os profetas do Senhor devem desempenhar suas funções, capacitados e dirigidos pelo Espírito Santo.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Os profetas em o Novo Testamento desempenhavam um importante papel de liderança nas igrejas locais.
III. DISCERNINDO O VERDADEIRO PROFETA DO FALSO
 “De todos os dons espirituais, um dos que mais devemos desejar é seguramente o de discernimento”.
“Nós ouvimos muitas vozes e não podemos seguir todas elas (Gilbert Kirby) [por outro lado] a palavra de Deus ensina que a nossa razão é parte da imagem divina na qual Deus nos criou” (Cristianismo Equilibrado, CPAD, pp.12,22).
Após a leitura, discuta com os alunos sobre o texto ora lido. Em seguida, à luz de Mateus 7.15-20, argumente sobre a necessidade de identificarmos a figura do falso profeta e não deixarmos nos enganar por ele.
1. Simplicidade x arrogância. Duas características do verdadeiro profeta são a simplicidade e o amor. Ainda que a Palavra seja de juízo, o coração do profeta transborda de amor e a sua conduta simples demonstra a quem ele está servindo: o Deus de amor.
Lembremo-nos de Jeremias (38.14-27), Oseias (8.12) e do próprio Senhor Jesus (Mt 23.37). Já o falso profeta só pensa em si, em seu status e benefícios.  Profetiza objetivando a autopromoção. Ele mente, ilude e engana. Lembremo-nos de Hananias, o profeta mentiroso que enfrentou Jeremias (Jr 28.10-12).
2. Pelos frutos os conhecereis. Uma advertência séria de Jesus para os seus discípulos foi acerca da precaução com os falsos profetas. Como reconhecê-los? Jesus disse que os reconheceríamos “pelos seus frutos” (Mt 7.15,20), pois o resultado, ou “fruto”, do que o profeta “diz” e “faz”, revela o seu caráter.
Logo você conhecerá de onde procede a “árvore” (o profeta). Lembre-se de que não devemos diferençar o verdadeiro profeta do falso pela “performance” ou pelo “espetáculo”, mas pelos frutos que eles produzem.
3. Ainda sobre o falso profeta. Apesar de o falso profeta ser arrogante e iníquo, ele fala com grande eloquência, e isso basta para que ele seja tido como verdadeiro.
Na obra Assim Diz o Senhor? (CPAD), John Bevere diz que falsos profetas “são aqueles que ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e conferências, os que partem o coração dos justos, [e que] embora o ministério seja apresentado em nome de Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito”.
Não tenha medo! Na autoridade do Espírito de Deus, “acautele-se” dos falsos profetas. Seja prudente! O Espírito Santo mediante o Evangelho te fará discernir a procedência desses enganadores. Não se deixe conduzir por eles!

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Uma das formas de reconhecer o falso profeta é identificar a sua arrogância e a podridão dos seus frutos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acabamos de estudar o exercício do ministério de profeta no Antigo e no Novo Testamento. Vimos que tal ministério, juntamente com o dos apóstolos, era um dos pilares na liderança da Igreja do primeiro século (Ef 2.20).
Apesar de ao longo da história da igreja o ministério de profeta ter perdido preeminência, sabemos o quanto ele é importante para a vida espiritual da Igreja de Cristo.
O profeta do Senhor, com autoridade e sabedoria divina deve desmascarar as injustiças, o falso profetismo e primar pela edificação da Igreja do Senhor Jesus. Que Deus levante os legítimos profetas!
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1: Mateus a Atos. 4 ed., RJ: CPAD, 2009.
MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5 ed., RJ: CPAD, 2005.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“Os verdadeiros Profetas e os Falsos Profetas (7.15-23)”
O Evangelho de Mateus torna o fruto dos profetas a verdadeira prova de tais ministérios. O caráter é essencial. O evangelista comenta muitas vezes o tema de árvores boas e ruins e seus frutos; seu interesse em produzir justiça o compele a repetir o tema. João Batista fala que a impenitência dos fariseus e saduceus é como árvores ruins (cf. Mt 3.8-12). Em Mateus 12.33,35 Jesus une a acusação dos fariseus (de que Ele faz o bem pelo poder do mal) com dar maus frutos e a chama de blasfêmia contra o Espírito Santo. [...] Em algumas comunidades a prova para as profecias lidava com a negação protognóstica da carne de Jesus Cristo (1Jo 4.1-3) ou com o espírito de legalismo (Gl 1.8,9). Aqui Mateus identifica que o fruto do erro é o antinomismo, chamando estas pessoas de: ‘Vós que praticais a iniquidade’ (Mt 7.23). Mesmo que eles [os profetas] façam milagres, a doutrina e o estilo de vida são os critérios para discernimento” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1., 4.ed., RJ: CPAD, 2009, pp.61-62).