Lição 3
- Detalhes
- Categoria: Adultos
- Publicado: 22 Janeiro 2015
Não terás outros deuses
1° Trimestre de 2015
1° Trimestre de 2015
INTRODUÇÃO
I – A AUTORIDADE DA LEI
II – O PRIMEIRO MANDAMENTO
III – EXEGESE DO PRIMEIRO MANDAMENTO
IV – MONOTEÍSMO
I – A AUTORIDADE DA LEI
II – O PRIMEIRO MANDAMENTO
III – EXEGESE DO PRIMEIRO MANDAMENTO
IV – MONOTEÍSMO
CONCLUSÃO
O PAGANISMO NO CONTEXTO HISTÓRICO DE ISRAEL
DEUTERONÔMIO 5.6,7
Na aula desta semana, veremos de que forma o paganismo esteve presente no contexto histórico da nação de Israel, durante e depois da saída do povo hebreu do Egito. Por vários anos, o paganismo (adoração a outros deuses) fez parte da prática religiosa do povo escolhido, a começar com Abraão em Ur dos Caldeus (Gn 11.31,32). De família idólatra, seu pai, Tera, servia aos ídolos e conduzia seus filhos no mesmo caminho, até que aprouve ao Senhor chamar Abraão e lhe fazer a promessa de uma descendência santa (Cf. Gn 12.1-9). Alguns anos depois, a descendência de Abraão desce ao Egito e ali se multiplica.
Com o tempo, a cultura egípcia influenciou o modo de vida dos hebreus a tal ponto, que os costumes pagãos se tornaram parte do seu cotidiano religioso. Por fim, Deus envia seu servo Moisés e com mão poderosa, os tira da casa da servidão no Egito, a fim de que Israel o sirva e o adore no deserto (Cf. Êx 13—14). Apesar de tantos sinais e maravilhas realizados, o povo torna a idolatria e se rebela contra Deus. Então, o Senhor enviou a sua lei, o “Decálogo”, ou, os Dez Mandamentos como é conhecido, a fim de que aprendessem a obediência. Em meio à crise espiritual em que Israel se encontrava, Deus ordenou: “Não terás outros deuses diante de mim” (Cf. Êx 20.3), ou seja, mais do que a revelação da soberania divina, o mandamento declara a exclusividade de adoração exigida pelo Senhor.
Visto que o propósito da lei era libertar o seu povo das raízes do paganismo que estavam aprofundadas em sua alma, de modo que o privava da comunhão com o Criador. Sendo assim, verifique com a classe, as decorrências do período de idolatria em que se encontrava a nação de Israel. Compartilhe com seus alunos, quais lições a respeito da libertação, podemos aprender com o exemplo do povo de Deus.
I. A idolatria no contexto histórico de Israel.
Em vista do que podemos observar, o paganismo esteve presente por muito tempo na história do povo hebreu. Somente, após o cativeiro babilônico, em que a terra descansou dos seus sábados, vemos que a idolatria se apartou de modo significativo do povo Judeu, porquanto, não há mais nenhuma referência a respeito desta prática idólatra em Israel. Porém, no processo de estabelecimento dos hebreus na Terra Prometida, encontramos o paganismo impregnado na vida social e religiosa da nação israelita, apesar de conhecerem as promessas abraâmicas. De fato, a idolatria trouxe um desgaste para a comunhão com Deus.
Durante a travessia pelo deserto, o povo se reuniu e resolveu fazer um bezerro de ouro, visto que Moisés demorava retornar do seu retiro espiritual de quarenta dias no monte Sinai; e disse Arão: “Estes são teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito” (Êx 32.4). Naquele instante, Deus falou com Moisés no alto do monte e contou-lhe o ocorrido. Moisés desceu, repreendeu o povo e quebrou aos pés do monte, as tábuas da lei, escrita pelo dedo do próprio Deus. Em seguida, ordenou a morte dos idólatras (Êx 32.19-29). São estes, dentre outros episódios, que narram a inconstância do povo israelita e o seu apego à idolatria.
Também notamos no período dos Juízes, quando Josué já descansava com seus pais, as Escrituras relatam que “Não havia rei em Israel; cada qual fazia o que parecia direito aos seus olhos” (Jz 17.6; 21.25). Nesse período, o povo estava entregue excessivamente ao paganismo e a palavra do Senhor era de muita valia. Então, Deus levanta Samuel como juiz, profeta e sacerdote, a fim de guiar o povo no caminho em que deve andar (1 Sm 2.18; 3.1; 7.15-17). Samuel aboliu a idolatria e renovou a vida religiosa do povo judeu (1 Sm 7.2-6). E desse modo, a história israelita foi assumindo forma, ora em adoração e temor, ora na idolatria e pecado. Até que chegasse o tempo em que o Senhor traria o cativeiro para extirpar de vez, a idolatria e outras práticas religiosas ilícitas do meio do povo escolhido por Deus.
II. Israel e a prática politeísta.
É importante ressaltar o fato de que, Israel passou quatrocentos e trinta anos na casa da servidão, subjugado aos ídolos do Egito, aprendendo toda a cultura pagã e politeísta do baixo Nilo, em que estavam escravizados (Êx 12.40). Em razão disso, os costumes pagãos tornaram-se parte da vida religiosa dos hebreus. O politeísmo, por exemplo, é resultado desta idolatria compulsiva. Esequias Soares relata a definição desta prática: “O politeísmo é a crença em muitos deuses. O termo deriva de duas palavras gregas, polys, ‘muito’, e theos, ‘Deus’. Era a religião dos antigos mesopotâmios, egípcios, gregos, romanos e do atual hinduísmo” (Os Dez Mandamentos: valores divinos para uma sociedade em constante mudança. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.28).
Portanto, era nesta perspectiva que a nação se encontrava, servindo a vários deuses, o que era comum na cultura egípcia, pois cada localidade específica tinha o seu deus. Mediante a isso, o Senhor escolheu seu servo Moisés, a fim de enviá-lo a casa de Faraó para libertar o seu povo da escravidão (Cf. Êx 3.10-14). Para tanto, Deus realizou uma série de prodígios por intermédio de Moisés, em que cada divindade egípcia que possuía grande influência sobre a nação foi, humilhada pelo poder de Deus (Êx 7—11). Todavia, ainda assim, o povo escolhido permaneceu na rebeldia e posteriormente, a idolatria tornou a fazer parte da vida religiosa da nação de Israel.
III. A libertação de Israel do paganismo.
Em face disso, Deus enviou ao seu povo, por meio das mãos de Moisés, a sua santa lei, pela qual, os israelitas deveriam receber a orientação referente à ética da vontade divina, a fim de obedecer tudo quanto fosse ordenado para o bem da nação (Êx 20.1-17). Nesse propósito, Deus ordenou que Moisés subisse ao monte Sinai, e ali o próprio Deus escreveu na tábua de pedra, os mandamentos que Israel deveria guardar e ensinar aos seus filhos (Êx 24.12; 31.18).
Conhecido como “Decálogo”, os Dez Mandamentos foram enviados para libertá-los dos ensinamentos egípcios e formar no povo uma concepção ética do que seria a vontade de Deus. Por esta causa, encontramos dentre os mandamentos divinos, o primeiro que diz “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Como podemos observar, esse mandamento está relacionado diretamente com a soberania de Deus, e com a exclusividade de adoração que somente a Ele pertence, porquanto, não existe outro Deus além dEle (Cf Is 42.8; 45.5,6). Todos os outros deuses são vaidades e invenções, fruto da imaginação humana, os quais possuem alguma influência demoníaca por de trás de tamanha idolatria e paganismo.
O Comentário Bíblico Beacon ratifica tal informação: “Deus identifica quem tirou os filhos de Israel da servidão egípcia: O SENHOR. Visto que Ele os libertara e provara que era supremo, eles tinham de torná-lo seu Deus. Não havia lugar para competidores. Todos os outros deuses eram falsos. Diante de mim (v.3) significa ‘lado a lado comigo ou além de mim’. [...] Ele [Deus] sabia que o perigo estava na tendência de prestar submissão igual a outros deuses. Este mandamento destaca o monoteísmo do judaísmo e do cristianismo. ‘O primeiro mandamento proíbe todo tipo de idolatria mental e todo afeto imoderado a coisas terrenas e que podem ser percebidas com os sentidos’. Não existe verdadeira felicidade sem Deus, porque Ele é a Fonte de toda a alegria. Quem busca alegria em outros lugares quebra o primeiro mandamento e acaba na penúria e em meio a acontecimentos trágicos” (CPAD, 2005, p.189). Embora Deus tenha tirado o seu povo da casa da servidão, a libertação do paganismo ocorreu definitivamente com o cativeiro Babilônico, no ano 605 a.C., quando Deus começou a permitir que o mal atingisse o seu povo em decorrência da sua desobediência.
Considerações finais
Finalizando, notamos que a história da nação de Israel foi bem conturbada, pelo fato de que Deus esperava que seu povo, a quem Ele havia manifestado o seu poder e libertado da escravidão, o servisse com integridade. Todavia, isso não ocorreu, pelo contrário, Israel se entregou ao paganismo e por várias vezes se desviou da presença do Criador (Cf. Jr 2.13,17-19).
Com efeito, o período no Egito teve influência significativa na construção da nação israelita, seus valores e costumes estavam entrelaçados com a cultura egípcia e libertá-los desse sistema não seria tão fácil assim. De modo que, na saída do Egito, Deus realizou com mão poderosa, sinais, prodígios e maravilhas, porém, tirar o Egito de dentro deles era o mais difícil, visto que exigia a predisposição do povo em abrir mão das práticas ilícitas que corrompiam a comunhão com o Criador e os tornavam infrutíferos para com Deus.Em razão disso, Deus enviou a sua lei, a fim de instruí-los no caminho que deveriam seguir, eles e seus descendentes, de modo que aprendessem a ética encontrada na palavra de Deus e, assim, estivessem de acordo com a vontade do Criador (Dt 6.1-25).
Os Dez mandamentos, além de apresentar a soberania do Criador, demonstravam o afeto de Deus pelo seu povo à medida que exigia a exclusividade de adoração ao seu nome. Deus os amava e desejava que Israel desfrutasse de uma íntima comunhão com o Criador, e removessem do coração, qualquer apego ao paganismo que de certa forma, estava tão impregnado na alma dos hebreus. Do mesmo modo, o Senhor quer que o seu povo nos dias atuais, desapegue-se de tudo quanto é passível de ocupar o lugar de Deus, pois Ele espera uma entrega na totalidade, a fim de que o seu nome seja adorado e conhecido entre as nações.
Por Thiago Santos
Educação Cristã.
Publicações. CPAD
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