quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Lição 4 - 1º Trimestre 2015 - Adultos.

Lição 4

Não farás imagens de escultura
1° Trimestre de 2015
rev-adultos
INTRODUÇÃO

I – PROIBIÇÃO À IDOLATRIA
II – AMEAÇAS E PROMESSAS
III – O CULTO VERDADEIRO
IV – AS IMAGENS E O CATOLICISMO ROMANO

CONCLUSÃO
A VENERAÇÃO MARIANA OU MARIOLATRIA
ATOS 4.12
Na lição desta semana, estudaremos a respeito de uma prática que Deus abomina: a idolatria. Em toda a Escritura Sagrada, encontramos a admoestação divina a respeito desta veneração ilícita que adultera a genuína adoração que é devida somente a Deus, Criador dos céus e da terra. Todavia, muitas são as práticas idólatras encontradas em diversas religiões. Tudo isso, é fruto do anseio do coração do homem por um Deus que supra as suas necessidades.
Em razão disso, surgiram muitos personagens significativos ao longo da história que se tornaram influentes, e por isso, venerados por muitos, e até mesmo, depois de mortos, exercem papel importante na cultura local onde viviam. Como exemplo, vemos em nosso contexto atual, uma prática que adquiriu influência significativa no Cristianismo: a adoração a Maria, ou como é conhecida, “Mariolatria”.
Instituída pela Igreja Católica Apostólica Romana, a veneração a Maria acredita na deificação daquela que foi o instrumento de Deus para trazer o Salvador da humanidade a este mundo. Com base nessas concepções e dogmas, estudaremos quais os fundamentos da adoração mariana, mais especificamente abordados pelo catolicismo romano, e o que a Palavra de Deus afirma a respeito. Em virtude disso, o professor poderá refletir com seus alunos acerca das principais implicações desta tradição religiosa. Enfatize também, a respeito da incumbência especial designada a Maria de ser a bem aventurada serva do Senhor e escolhida para ser a mãe terrena do Salvador do mundo.

I. O contexto histórico da idolatria.
Para discorrermos sobre este assunto, é necessário que retornemos um pouco na história. A prática da idolatria é antiga, desde os tempos mais remotos da história da humanidade. Pelo fato do homem ser essencialmente espiritual e religioso, a busca pela proximidade com o divino não deixa de ser uma necessidade de explicação para tudo que existe no campo material. O mundo, os seres vivos e a própria existência são frutos de uma fonte inteligente com capacidade de criar e manter tudo o que existe no universo.
Em vista disso, o homem cria a imagem do divino, das mais diferentes formas e tamanhos possíveis, e isso, de acordo com as suas necessidades e, conforme o tipo de sociedade que está inserido. O Dicionário Bíblico Wycliffe comenta esta fase épica e cita os diversos tipos de adoração que existiram ao longo da história humana.
“a) Aminismo. Era a adoração ou reverência aos objetos inanimados, tais como pedra, árvores, rios, fontes e outros objetos naturais. Também havia a adoração a coisas animadas, tais como aos animais: touros ou bezerros sagrados, símbolos do princípio da reprodução e da procriação; a serpente, como símbolo de renovação anual, uma vez que ela troca sua pele velha por uma nova; e pássaros, tais como o gavião, a águia e o falcão, como símbolos de sabedoria e conhecimento interior. Estas formas animais eram às vezes combinadas com formas humanas como objetos de adoração — o teriomorfismo.
b) Divindades astrais. Era a adoração aos corpos celestes, tais como o sol, a lua, e as estrelas. Os elementos e as forças da natureza também eram reverenciados e adorados: tempestades, ar, fogo, água e terra. Consequentemente, os deuses da vegetação e o genii loci (‘espírito do lugar’) recebiam uma posição importante.
O princípio da fertilidade era frequentemente divinizado como uma deusa-mãe como as imagens de Éfeso indicam. Isso envolvia a adoração ao sexo e a glorificação da prostituição.
Havia a tendência comum da adoração aos heróis, que também incluía os ancestrais mortos da tribo ou do clã.
c) Totemismo. Representava não apenas a atividade em artes e ofícios, mas a adoração ao deus ou à deusa que eram patronos do clã, qualquer que fosse a imagem sob a qual a divindade tivesse sido concebida. Geralmente este era um animal selvagem ou um pássaro, ou ainda a combinação de uma das formas animais com a humana.
d) Idealismo. Envolvia a adoração a conceitos abstratos tais como a sabedoria e a justiça. A adoração ao imperador deve ser incluída. Os reis, por terem o poder da vida e da morte sobre seus súditos, passaram a ser divinizados. ‘Ave César’ significava mais que um desejo de ‘vida longa ao rei’, assim como Heil Hitler’ (Salve Hitler); estes eram atos de adoração” (CPAD, 2010, p.945).

II. Fundamentos da adoração mariana.
Em decorrência dessas práticas religiosas e sincréticas de adoração, encontramos por volta do ano 431 d.C., no concílio ecumênico de Éfeso, a declaração da deificação da Virgem Maria na Igreja Católica Romana, considerando-a “Mãe de Deus”. Desde então, a adoração ou veneração a Maria, como alguns assim a chamam, veio a se propagar pelos países que adotaram o Cristianismo católico como religião.
Com base nisso, muitos teólogos romanistas entendem que não há problema algum na prática de veneração a Maria, visto que, ela foi a “bem aventurada” e “escolhida” do Senhor para dar à luz ao Salvador do mundo. De fato, Maria se dispôs ousadamente em ser instrumento da graça de Deus, e assim, a virtude do Altíssimo a envolveu de tal maneira que foi cheia do Espírito Santo. De modo humilde, a jovem que era fiel ao Senhor, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1.38), de maneira que no tempo aceitável, a promessa se cumpriu e o menino nasceu (Cf. Lc 2.6,7).
Não obstante, a Palavra de Deus não atribua a Maria nenhum tipo de glorificação, há algumas ramificações do Cristianismo que concordam com a sua deificação e a contemplem com tal mérito. Na obra Heresias e Modismos de Ezequias Soares, o autor discorre: “O termo ‘mariolatria’ vem de Maria, forma grega do nome hebraico (miryâm), ‘Miriã’ de latreia, ‘serviço sagrado, culto’. A mariolatria é o culto, ou a adoração de Maria, estabelecido pelo catolicismo romano ao longo dos séculos.
[...] Os teólogos católicos fazem distinção de três palavras gregas: latria, dulia, e hiperdulia. Afirmam que latria é um termo usado para culto de adoração somente a Deus. Dulia, do grego douleia, que significa ‘escravidão’, aparece como ‘servidão’ na ARC (Rm 8.15,21; Gl 4.24; 5.1; Hb 2.15), no entanto, para esses teólogos, o termo traz a ideia de ‘veneração aos santos canonizados’, incluindo a honra dos santos em busca da intercessão deles diante de Deus.
O termo hiperdulia sequer aparece no Novo Testamento e nem mesmo nos dicionários e léxicos gregos. A preposição (hyper) traz a ideia de superioridade, na língua grega, então, hiperdulia seria uma super servidão. Para os católicos, porém, não chega a ser uma adoração, é mais que veneração. O culto oferecido a Maria, segundo o clero romano, seria a hiperdulia.
A distinção entre culto de latria e culto de dulia não existe na Bíblia, não existem graus de adoração. É a maneira sutil de adorar a Maria sem usar o termo adoração, para não espantar o povo. A Bíblia proíbe adorar e ajoelhar-se diante de qualquer ser que não seja o Deus verdadeiro, independentemente de estar na terra ou no céu” (CPAD, 2006, p.221-23).

III. O que a Bíblia afirma concernente a adoração mariana
A respeito da prática de adoração mariana, a Escrituras Sagradas afirmam que “Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12). Sendo assim, não há outro nome, ou outro meio pelo qual possamos chegar ao trono da graça. Cristo é o único caminho (Cf. Jo 14.6), e o único mediador entre Deus e os homens (Cf. 1 Tm 2.5).
Desse modo, não é bíblica qualquer espécie de adoração direcionada a Maria, visto que, ela, assim como os demais seres humanos, nasceu decadente por conta do pecado original. Assim, é também contestável o dogma da “Imaculada Conceição” que nega que Maria tenha nascido isenta da culpa do pecado original, pois a Palavra de Deus afirma que: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer (Cf. Rm 3.10), e, “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (3.23) e, “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (5.12).

Da mesma maneira, é equivocado o dogma que sustenta a perpétua virgindade de Maria, visto que após o nascimento de Cristo, Maria teve outros filhos de José (Cf. Mt 1.25; 12.47; 13.55). Ainda na obra Heresias e Modismos, encontramos a respeito: “Esse dogma não tem sustentação bíblica e era desconhecido da igreja nos primeiros três séculos da história do cristianismo. Os pais da igreja, como Tertuliano e Orígenes, rejeitaram essa doutrina. Foi a partir do século IV que quase todos os pais da igreja defenderam-na. Sua preocupação era com a vida ascética nos monastérios em que vivia a maioria deles, pois queriam ter vida celibatária, e tal dogma ajudava a parecer-se com Maria” (CPAD, 2006, p.239).

De modo que, é inegável que a preocupação católica era manter a conduta dos seus sacerdotes de forma celibatária por meio do dogma da virgindade mariana. Portanto, os dogmas apresentados pelo concilio católico, a fim de sustentar a ideia da adoração mariana é passível de refutação, visto que, não há base bíblica para tal argumentação.

Considerações finais

Em face do que aprendemos, a idolatria é uma das práticas pecaminosas que mais ferem o coração de Deus, visto que vai de encontro a sua soberania e natureza. Embora Deus tenha se revelado de diversas maneiras à humanidade, por último se manifestou através de seu Filho Amado Jesus Cristo e, ainda assim, o rejeitaram e o crucificaram em uma cruz. Por conseguinte, instituíram heróis para si, conforme o que bem pareceu aos seus olhos, assim escolher, deixando de lado a adoração ao verdadeiro Deus e voltando-se aos ídolos, obras das mãos de homens. Tal atitude entristeceu muito o coração de Deus.

Em vista disso, encontramos em nossos dias, mais especificamente, da parte do catolicismo romano, algumas práticas sincréticas e de adoração a Maria, prestando-lhe o titulo de “Mãe de Deus”, pelo fato de ter sido esta, o instrumento que trouxe o Salvador ao mundo. Em contrapartida, a Palavra de Deus não reconhece tal prática de adoração, pois deixa claro que, nem em cima no céu, nem debaixo da terra, não existe outro nome pelo qual possamos ser salvos, a não ser por intermédio de Cristo (Cf. At 4.12).

Portanto, a bem da verdade é que Maria se dispôs como serva de Deus, ainda que pecadora, mas fielmente se permitiu ser usada por Deus para a realização de tal feito e, por isso, foi reconhecida como “a bem aventurada”. Com isso, o exemplo de submissão e coragem de Maria é digno de ser considerado, embora, Deus não tenha deixado nenhuma ordenança que a torne digna de veneração ou mesmo de adoração alguma (Cf Lc 1.38; At 4.12).

Por Thiago Santos
Educação Cristã.
Publicações. CPAD

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