- Categoria: Jovens
- Publicado: 18 Janeiro 2016
A NECESSIDADE UNIVERSAL (3.9-20)
1° Trimestre de 2016
INTRODUÇÃOI - OS JUDEUS E GENTIOS NECESSITAVAM DE UM MEIO EFICAZ PARA SALVAÇÃO (Rm 3.9)
II - A HUMANIDADE NECESSITA ENCONTRAR O CAMINHO DA PAZ (Rm 3.10-18)
III- A HUMANIDADE NECESSITA DA SOLUÇÃO PARA O PECADO (Rm 3.19,20)
CONCLUSÃO
Objetivos:
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
1. Discorrer sobre a incompetência humana de alcançar meio de salvação diante de Deus;
2. Reconhecer que o ser humano sem Deus é dominado pelo seu desejo pecaminoso;
3. Explicar a função da lei no plano de Deus para salvação da humanidade;
4. Aplicar o conteúdo aprendido à sua vida pessoal.
Introdução
Neste estágio, o apóstolo demonstra que todas as pessoas, independente de raça, cor, gênero, classe social estão na mesma situação e necessitam de uma única solução para a justificação diante de Deus. O apóstolo afirma que nem os gentios com seu conhecimento natural e racional, nem os judeus com a lei e a circuncisão foram justificados diante de Deus. Paulo demonstra que o estado pecaminoso do ser humano é universal, a insuficiência da lei para justificação e aponta Cristo como solução.
I – A alternativa para salvação da humanidade (Rm 3.9)
A filosofia humana não apresentou o caminho da salvação (v.9)
Os filósofos trouxeram grandes contribuições tanto para a ciência como para a teologia, basta ver a influência destes nos pais da Igreja. Entretanto, a revelação divina esta acima do raciocínio humano, que apenas consegue obter “lampejos” da revelação maior (possível por meio do Espírito Santo). Século XX (computadores, penicilina, transplante do coração, clonagem de mamíferos , estrutura do DNA, energia nuclear, exploração espacial, fibra ótica, laser, internet, avião, pílula anticoncepcional, radar, televisão, entre outras) Vs. 2 guerras mundiais.
A lei e a circuncisão não libertou o povo judeu (v.9)
Os rituais judeus e as práticas de purificação e pretensa santificação não foram suficientes para alcançarem a tão sonhada justificação diante de Deus. A religiosidade e o legalismo não salvam. A dificuldade judaica de entender a verdadeira mensagem do evangelho fica evidente ao lermos nos relatos dos evangelhos os inúmeros conflitos entre os principais líderes judaicos com o ensinamento de Jesus.
Sentença igual para todas as pessoas (v. 9)
Pergunta interessante dirigida à Igreja: “Somos nós mais excelentes?”
Ele mesmo responde: “De maneira nenhuma!”
Coloca todas as pessoas “no mesmo barco”, debaixo da mesma sentença (Rm 1.20; 2.1).
Os conflitos entre os dois grupos da igreja romana, judeus e gentios, causaram dissenções e prejuízos para o bom andamento das atividades na igreja. Todas as pessoas são indesculpáveis diante de Deus e totalmente dependentes da graça de Deus.
II– Paz com Deus (Rm 3.10-18)Não há nenhum justo sequer (v. 10-12)
A partir deste verso, Paulo faz vários recortes do AT, chamando assim, a escritura judaica para testemunhar a culpa universal. Inicia citando Sl 14.1-3 para demonstrar que toda humanidade estava corrompida pelo pecado. Embasado pelo AT enfatiza que ninguém consegue ser justo por si mesmo, pois a natureza humana é má. O único justo por mérito foi Jesus e ele não se considerou superior ou desprezou as pessoas por isso. Tratou as pessoas como iguais, incluindo os que eram considerados excluídos no seu convívio.
O ser humano, sem Deus, não consegue vencer o poder da carne (v. 13-16).
O autor prossegue citando Sl 5.10 e 140.4 para falar sobre o perigo da língua e das trapaças. O ser humano que consegue domar os animais, as tecnologias, entre outras coisas, não consegue domar sua língua (Tg 3.1-12). O apóstolo continua citando o Sl 10.7 e Is 59.7 para falar sobre a boca cheia de maldições e de amargor e os pés velozes para derramar sangue e causar ruina e desgraça. Paulo demonstra que ser humano por si só não consegue dominar sua língua e nem o poder da carne
A humanidade não alcança a paz a não ser em Cristo (v. 17-18).
Referenciando o AT (Is 59.8; Sl 36,2), destaca a busca sem sucesso da humanidade pela paz por não terem aprendido a temer a Deus (Pv). Vida de paz somente com a reconciliação com Deus por meio de Cristo (AT 4.12). O ser humano sem Deus está na posição de inimigo de Deus. Como ter paz sendo inimigo do Soberano e Criador?
Caminho da paz, apesar dos conflitos e aflições (Jo 16.33). Tudo tranquilo? “Tranquilo não, mas em paz!”
III – Uma solução definitiva para o pecado (Rm 3.19-20)A lei tem a função de mostrar ao ser humano sua condição de pecador (v. 19)
A função da lei não era justificar ninguém, mas tornar o pecador consciente de sua condição de pecador e merecedor da ira de Deus. Paulo estava dizendo aos judeu-cristãos que insistiam em buscar a justificação mediante a lei, continuavam na mesma condição anterior. Esta afirmação de Paulo serve para calar os judeus que se vangloriavam por causa da lei. Exemplo da pessoa doente que vai realizar exames médicos. O resultado servirá somente para identificar a enfermidade.
O ser humano não pode se justificar pelas suas próprias obras (v. 20a).
Nenhuma obra humana poderá justificar o ser humano diante de Deus (Gn 4.1-8).
Os judeus, como alguns crentes atuais, se dedicam à oração, jejuns e sacrifícios para “barganhar” com Deus. Motivação errada! Algumas pessoas que fazem a obra de Deus na base do sacrifício não por amor, mas para compensar pecados cometidos, geralmente ocultos. A redenção do pecado se dá mediante a misericórdia e graça de Deus, por meio do sacrifício de Cristo.
A lei não liberta, mas serve de tutor para conduzir a Cristo (v. 20b)
O apóstolo vem desenvolvendo uma argumentação para demonstrar a principal função da lei, que ele explicita na epístola enviada aos gálatas (Gl 3.23-25): servir de aio para se chegar a Cristo. O aio (tutor/pedagogo) tinha uma função transitória e não definitiva. Mostra o caminho e sai de cena. Voltando ao exemplo do doente que realizou os exames médicos. O resultado possibilitará ao médico receitar o remédio que será eficiente para a cura. A lei identifica a situação de pecador, Paulo apresenta o “remédio” para a cura: Cristo.
Considerações finais
Nesta lição nos aprendemos que:
toda humanidade esta na mesma situação de culpabilidade diante de Deus, pois nem a Lei, a circuncisão nem a filosofia humana pode justificar o ser humano; devido ao efeito do pecado o ser humano não tem paz, que é possível somente por meio de Cristo; que o ser humano não tem como se justificar com obras, por isso a lei serviu como um tutor provisório para conduzir até Cristo.
Referências
BALL, Charles Fergunson. A vida e os tempos do apóstolo Paulo. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
BARTH, Karl. Carta aos Romanos: Tradução e comentários Lindolfo K. Anders. São Paulo: Novo Século, 2003.
BRUCE, F.F. Romanos: introdução e comentário. São Paulo: Editora Vida Nova, 2004.
CABRAL, Elienai. Mordomia Cristã: aprenda como servir melhor a Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
CABRAL, Elienai. Romanos: o evangelho da justiça de Deus. 7a edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
CALVINO, João. Romanos. 2a Edição. São Paulo: Edições Parakletos, 2001.
GABY, Wagner Tadeu dos Santos. As doenças do Século. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
GILBERTO, Antônio. O fruto do Espírito: a plenitude de Cristo na vida do crente. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry. Tradução: Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro: CPAD, 2002 JEREMIAS, Joaquim. A mensagem central do Novo Testamento. São Paulo: Editora Academia Cristã, 2005
KASEMANN, Ernest. Perspectivas paulinas. 2a edição. São Paulo: Teológica, 2003.
KÜMMEL, Werner Georg. Sintese teológica do Novo Testamento. São Paulo: Teológica, 2003.|
LOHSE, E. Contexto e Ambiente do Novo Testamento. 2ª ed. São Paulo: Paulinas, 2004.
LUTERO, Martin. Comentarios de Martin Lutero: Romanos. Volumen I. Traducción de Erich Sexauer. Barcelona: Editorial Clie, 1998.
MACARTHUR JR., John et all. Justificação pela fé somente: a marca da vitalidade esperitual da igreja. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2005.
MOODY. Comentário bíblico Moody: Romanos à Apocalipse. V. 5. São Paulo: Editora Batista Regular, 2001.
MURRAY, John. Romanos: comentário bíblico fiel. São Paulo: Editora Fiel, 2003.
POHL, Adolf. Carta aos romanos. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 1999.
REGA, Lourenço Stelio e BERGMANN, Johannes. Noções do Grego Bíblico: gramática fundamental. São Paulo: Editora Vida Nova, 2004.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Tradução de Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do leitor da Bíblia: uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
RIDDERBOS, Herman. A teologia do apóstolo Paulo: a obra definitiva sobre o pensamento do apóstolo dos gentios. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2004.
RONIS, Osvaldo. Geografia bíblica. 3a Edição. Rio de Janeiro: SEGRAFE, 1978.
SANDERS, E. P. Paulo, a lei e o povo judeu. São Paulo: Edições Paulinas, 1990.
SCHNELLE, Udo. A evolução do pensamento paulino. São Paulo: Edições Loyola, 1999.
STOTT, John. Romanos. São Paulo: ABU editora, 2000.
SCHRAGE, Wolfgang. Ética do Novo Testamento. São Leopoldo: Sinodal/IEPG, 1994.
STUHLMACHER, Peter. Lei e graça em Paulo: uma reafirmação da doutrina da justificação. São Paulo: Vida Nova, 2002.
TRASK, Thomas E.; GOODALL, Waide I. Um retorno à Vida Santificada. In: De volta para a Palavra: um chamado à autoridade da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, P. 187-205.
ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.