quinta-feira, 28 de junho de 2018

Lição 01 - 3º Trimestre 2018 - O Que é Milagre? Jovens.

Lição 1 - O que é Milagre

 3º Trimestre de 2018 
Introdução
I - O Milagre
II - Perigos que Rondam o Milagre
III - O Contraste da Religiosidade com a Palavra do Evangelho
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Destacar as definições de milagres, sua função e sua imprevisibilidade;
Elencar alguns principais perigos do milagre;
Constatar a religiosidade com a palavra do Evangelho.
Palavras-chave: Milagre.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor César Moisés Carvalho:
Apesar de Adolf von Harnack (1851–1930) ter dito, no final do século XIX, “que os evangelhos foram escritos numa época em que o maravilhoso ocorria quase diariamente”1, a admiração das pessoas com os feitos de Jesus (Mt 8.27; Mc 1.27, etc.), bem como a expressão de ceticismo de Sara, em época muito anterior, acerca do milagre de ela gerar um filho (Gn 18.9-15), demonstram justamente o contrário de seu raciocínio. Na verdade, a palavra grega comumente utilizada para milagre é thaumazein 2  e significa “admirar-se, espantar-se, surpreender-se, mas também honrar, venerar, apreciar algo”3.  A postura de espanto e assombro das pessoas diante do inexplicável demonstra não passividade, mas justamente o oposto, pois, conforme a filosofia clássica — representada por Sócrates, Platão e Aristóteles —, tal atitude é o início do exercício filosófico. Contrariamente, a filosofia estoica defendia a ideia de que o sábio é alguém que não mais se admira. Enquanto essa última escola apontava a hipótese de as coisas serem explicadas de forma a eliminar completamente qualquer vestígio de espanto e assombro, a primeira defendia a ideia de que “nunca chegaremos ao fim com a admiração, [pois] nunca conheceremos todas as causas, mas permaneceremos reiteradamente assombrados perante o mistério que apenas podemos admirar”4.  Sabe-se que o “ser humano que admira é curioso, quer investigar e compreender o que o assombra”; contudo, é fato que, em “sua tentativa de compreender, também experimentará sempre nova admiração e deter-se-á perante novos mistérios”5.  Portanto, como já é de conhecimento geral, a obra, e muito menos este capítulo, não tem a pretensão de explicar o milagre, pois “milagre não se explica”6
Deparar-se com uma situação-limite e reconhecer a própria incapacidade em entender determinado evento ou fenômeno passa longe de ser preguiça mental ou filosófica. Trata-se apenas do fato inegável de que não há possibilidade de alguém saber todas as coisas. Aliás, como oportunamente observou Karl Popper (1902–94): “Quanto mais aprendemos sobre o mundo, mais consciente, mais detalhado e mais exato se torna nosso conhecimento sobre problemas ainda sem solução, nosso conhecimento socrático de nossa ignorância”7.  Contudo, de onde vem essa presunção que insiste em fazer com que o ser humano acredite que pode saber tudo? Ou, para mudar a pergunta, como se deu a substituição da “fé religiosa” pela “fé científica”, isto é, na “convicção de que o mundo está estruturado de acordo com leis racionais que lhe são próprias”8 ? Sim, como diz Antoine Vergote (1921–2013), “todo o espírito científico se instaura a partir [deste] a priori”, qual seja, “o da fé numa regulação que determina os fatos observados”9.  Dessa forma, o “antigo sentido religioso à espera de sinais prodigiosos se transforma na crença científica no determinismo do mundo fechado e na admiração pelo prodígio universal que é a racionalidade do cosmo e da natureza”10.  Mas será que o universo “funciona” exatamente dessa forma? Um sistema fechado de causa e efeito explica realmente de forma satisfatória todos os eventos e fenômenos observáveis no universo? 
Antes de pensarmos nessas questões (as quais voltarei mais à frente), é preciso entender que dois filósofos iluministas, em particular, Baruch Spinoza e David Hume, foram responsáveis por estabelecer objeções à questão dos milagres, sendo que o primeiro é considerado um dos criadores da exegese histórico-crítica 11.  A despeito de tal importância e de ter contraposto a noção apologética corrente à época, de que os milagres serviam para demonstrar às pessoas a existência de Deus, Spinoza acabou sendo eclipsado por Hume, que, apesar de partir de uma concepção completamente distinta da do primeiro, se celebrizou por afirmar que “milagre é uma violação das leis da natureza; e como uma experiência constante e inalterável estabeleceu estas leis, a prova contra o milagre, devido à própria natureza do fato, é tão completa como qualquer argumento da natureza que se possa imaginar”12.  Ainda que, neste trecho, a grande barreira para o milagre, de acordo com o argumento de Hume, é que este é uma “violação das leis da natureza”, e esta, com o entendimento da física que havia naquele período, funcionava de forma fechada como um sistema de causa e efeito, a primeira grande objeção levantada pelo filósofo escocês, e ao que dedica praticamente todo o seu texto “Dos Milagres”, refere-se a sua completa falta de credibilidade no que diz respeito ao testemunho humano. Uma vez que os milagres bíblicos, particularmente os realizados por Jesus Cristo, dependem do testemunho dos primeiros seguidores do Senhor e estes, para Hume, eram “homens comuns”, ou seja, não eram “pessoas judiciosas e instruídas” e “homens de tão indubitável bom senso, educação e instrução que nos assegurassem contra todo logro de sua parte”13, eis, então, o porquê de o seu testemunho ser suspeito. Para o filósofo escocês, “apenas a experiência confere autoridade ao testemunho humano, e é ainda a experiência que nos assegura a respeito das leis da natureza”14.
Ao longo do tempo, muitas foram as respostas a esse texto de Hume. Evidentemente que o exíguo espaço disponível não oferece oportunidade alguma de analisar essas respostas. Todavia, a observação de David Johnson é oportuna, pois demonstra que a “melancólica avaliação que Hume faz da credibilidade dos relatos-de-milagre historicamente disponíveis nada tem a ver com o fato de eles serem relatos de milagres religiosos”, como equivocadamente se pode supor, mas diz respeito “as lentes filosóficas através das quais Hume lê a história, o critério filosófico supostamente estabelecido”15.  Em outras palavras, o método adotado pelo filósofo escocês para interpretar a realidade influencia toda a sua leitura. Dentre as muitas respostas ao ensaio de Hume, uma delas é proveniente da pena engenhosa de C. S. Lewis (1898–1963). Em sua obra Milagres, o literato cristão irlandês procura defender racionalmente a existência dos milagres. Em contraposição ao filósofo escocês, Lewis diz que a discussão toda “sobre a existência de milagres jamais pode ser respondida simplesmente pela experiência”, pois, mesmo diante de “algo extraordinário [...] podemos dizer que fomos vítimas de uma ilusão”16.  Para ele, se “o milagroso não pode ser provado ou refutado pela experiência imediata, menos ainda o será pela História”17, conforme quer Hume. Lewis defende que a questão passa primeiramente pelo “ponto de vista filosófico” adotado para interpretar a realidade, ou seja, se a priori a possibilidade do sobrenatural está excluída, nada será capaz de convencer a pessoa. Assim, no que diz respeito aos milagres, ele instruía que, antes de afirmar se eles acontecem ou não, é preciso decidir entre os pontos de vista naturalista e sobrenaturalista. No primeiro, abrigam-se os que “acreditam que não existe nada além da Natureza”; no segundo, alocam-se os que “julgam que além da Natureza existe algo mais”. Portanto, a pergunta que se impõe é a seguinte: “Quem está certo, os Naturalistas ou os Sobrenaturalistas?”18.
Apesar de reconhecer que, por “definição, milagres devem, de fato, interromper o curso habitual da Natureza”19, e não a violar como afirma Hume, Lewis diz que um milagre indica “a intervenção de um poder sobrenatural na Natureza”20.  Considerando o fato de que existem leis que governam essa natureza e que, por isso mesmo, ela apresenta certa regularidade e uma aparente linearidade, os “que creem em milagres não estão negando a existência de normas ou regras, mas apenas que ela pode ser suspensa”, ou seja, o “milagre é, por definição, uma exceção”21.  É preciso, contudo, observar que a concepção de natureza e de suas leis, para Hume, difere completamente da visão de Lewis. Para o filósofo escocês, “essas leis são regularidades entendidas no âmbito da estrutura de uma visão de mundo em que o Deus da Bíblia é negado desde o início”, isto é, em lugar “de Deus estar continuamente envolvido no mundo, conforme a Bíblia o apresenta, o mundo funciona por ‘conta própria’”22.  O maior problema desse pensamento foi que ele tornou-se o paradigma da chamada “modernidade”, que, nas palavras de Libanio, “é, antes de tudo, o triunfo da razão”. Na modernidade, as coisas pertencentes ao “universo da religião, da revelação, da metafísica cede lugar ao reino da razão positiva”23.  A partir do século XVI até o início do século XIX, a produção teológica, tanto a conservadora quanto a liberal, deu-se sob a égide desse paradigma, que supervalorizava o racionalismo. Tanto um lado quanto o outro atribuíam demasiado valor à razão, reduzindo as verdades da fé a proposições racionais e a enunciados perfeitamente demonstráveis. Neste quesito, diz Wolfgang Pauly, os “Representantes da teologia evangélico-protestante frequentemente estavam décadas, senão séculos, à frente de seus colegas católicos”24.  Gary McGee informa que autores “de todas as tendências, desde Charles Darwin até John Henry Newman e Charles Hodge, utilizaram-se das descobertas e do progresso da ciência na formação da doutrina”  — leia-se “da teologia”25.
Na verdade, as ideias de Hume, conforme disserta o já citado Pauly, “influenci[aram] por décadas a teoria do conhecimento — na teologia fundamental — com sua teoria do conhecimento em Investigação sobre o entendimento humano (1751)”, obra onde se encontra o texto acerca dos milagres e a mesma em que o filósofo escocês defende a ideia de que a “investigação do entendimento humano exclui qualquer forma de conhecimento com conteúdo metafísico”, pois, para ele, o “conhecimento começa com a experiência sensorial concreta, que afeta a consciência”26.  É assim que, nesse período, diz o mesmo autor, na perspectiva “da teoria do conhecimento, colocou-se a tarefa teológica de uma busca da verdade racional e comunicativa e da formação de uma instância probatória acessível argumentativamente”27.  Como já foi dito, tal tarefa não ficou restrita a um ou outro lado, pois, conforme os teólogos pentecostais James Railey e Benny Aker, “os ocidentais, tanto os conservadores quanto os liberais, sustentam uma epistemologia primariamente racional”28.  Tal epistemologia levou os teólogos liberais a afirmar que os milagres dos tempos bíblicos não passavam de símbolos de algo mais profundo, enquanto os conservadores, adeptos de uma posição conhecida como “cessacionismo”, diziam que os milagres aconteceram, mas encerraram-se imediatamente após a morte do último apóstolo ou depois de completado o Novo Testamento. Analisando mais profundamente o resultado de tal exercício, não é difícil entender o porquê de Agnes Sanford dizer que o “rebaixamento do cristianismo em algo materialista e, como gostamos de chamá-lo, ‘racionalista’, é uma das tragédias de nossa vida moderna”29.  A razão dessa tragédia é muito simples. Dissertando sobre as origens da chamada secularização, uma das marcas da modernidade, o sociólogo Peter L. Berger (1929–2017) diz que é possível “sustentar, pois, que o protestantismo funcionou como um prelúdio historicamente decisivo para a secularização, qualquer que tenha sido a importância de outros fatores”30.  E como se deu esse processo de secularização protestante? Alister McGrath diz que “a ênfase do protestantismo tradicional no conhecimento indireto de Deus, mediado por intermédio da leitura da Bíblia, levou à ‘dessacralização’ — à criação de uma cultura sem senso nem expectativa de ter a presença de Deus em seu meio”31.  Tal processo levou o Ocidente à secularização e, consequentemente, ao ateísmo, pois a “ausência de toda expectativa de encontro direto com o divino por meio da natureza ou da experiência pessoal encoraja inevitavelmente a crença em um mundo sem Deus — é o tipo de cultura que vive etsi Deus non daretur (‘como se Deus não existisse’)”32.  No afã de limitar o conhecimento de Deus a exclusivamente o que a “Bíblia diz”, não na leitura simples, mas numa determinada forma de interpretação, “algumas seções do protestantismo, muitas vezes muitíssimo influenciadas pelo racionalismo do Iluminismo, continuam até hoje a enfatizar a ‘correção teológica’, ressaltando a abrangente importância de ter as ideias corretas sobre Deus”33.  Infelizmente, nessa perspectiva, a Bíblia é vista apenas “como um livro de estudo doutrinal”. Não apenas isso, “a fé torna-se um conhecimento indireto de Deus, declarado em termos de crenças a respeito de Deus que, por mais corretas que possam ser até o ponto em que alcançam, transmitem a impressão de que o cristianismo é um pouco mais que teorização abstrata sobre um Deus cuja vontade é revelada na Bíblia”34.  O problema maior dessa postura é que um “Deus permanentemente ausente logo pode se tornar um Deus morto”35, isto é, dispensável. A verdade é que, diz Gregory Miller, enquanto “cosmovisão, o modernismo secular colide com o cristianismo em sua doutrina mais básica: a realidade do sobrenatural”36.  Enquanto tal realidade sobrenatural é parte intrínseca da religião cristã, ao mesmo tempo se constitui não apenas dispensável na modernidade, mas antagônica aos seus postulados. A despeito do desprezo de alguns protestantes em relação ao pentecostalismo, Miller diz que “Nenhuma quantidade de pensamento cristão teria mantido as igrejas pelos anos difíceis deste século não fosse por esses crentes que reconheceram a necessidade da experiência cristã e da realidade da intervenção direta e sobrenatural na vida das pessoas”. O mesmo autor reconhece isso levando em consideração não apenas o “meio secular”, mas a própria realidade “dentro das igrejas”, pois, “numa cultura que tende a ser dominada pela racionalidade, um papel absolutamente essencial na formação da cosmovisão cristã foi representado por pentecostais e carismáticos no século XX”37.
Alinhado com a mesma visão, Alister McGrath diz que a “ênfase do pentecostalismo na experiência direta e imediata de Deus evita as formas, antes, secas e intelectuais do cristianismo que muitos acham sem atrativos e ininteligíveis”, ou seja, o “pentecostalismo declara que é possível o encontro direto e pessoal com Deus por meio do poder do Espírito Santo”, pois na perspectiva pentecostal, “Deus é para ser conhecido de forma imediata e direta, não indiretamente por meio do estudo de um texto”38.  Tal iniciativa proporcionou um movimento inverso do protestantismo, ou seja, trouxe a “re-sacralização” da realidade, pois “ao abrir de novo a possibilidade de uma realidade transcendente, praticamente isolada pelo modernismo”, diz McGrath, o pentecostalismo “injeta a presença de Deus na vida diária — por meio da ação social, política e do evangelismo”39.  James Dunn, citado por John Wyckoff, “observa que [enquanto] os católicos enfatizam o papel da Igreja e dos sacramentos, e subordinam o Espírito à Igreja”40  e os “protestantes enfatizam o papel da pregação e da fé, e subordinam o Espírito à Bíblia”, os “pentecostais, no entanto, reagem a esses dois extremos — ao sacramentalismo que pode se tornar mecânico e à ortodoxia biblista que pode se tornar espiritualmente morta — e reclamam uma experiência vital com o próprio Deus no Espírito Santo”41.  Coincidentemente, ao irromper de forma global, o pentecostalismo encontra-se com a “revolução quântica” que, iniciando no âmbito da física, trouxe transformações filosóficas na forma de se perceber a realidade, modificando radicalmente o conceito de um universo fechado funcionando como uma máquina tal como se pensava na concepção newtoniana. Consequentemente, a ideia de uma razão absoluta, com plenos poderes, e a concepção histórica de um progresso indefinido que marcou a modernidade foi cedendo espaço a uma noção pós-moderna de ver as coisas. A ciência deixou de ser a única forma segura de conhecimento e fonte exclusiva de saber. A objetividade prevalente do positivismo lógico que oferecia certezas eliminando tudo aquilo que não pudesse ser provado materialmente ruiu ante a realidade que, agora já se sabia, é muito mais complexa do que se apresentava aos cinco sentidos humanos. O reino da religiosidade, antes renegado pela ciência, veio novamente à tona e trouxe consigo novas formas de espiritualidade. Em termos diretos, “a oposição entre razão moderna ‘iluminada’ e fé religiosa parece ser, hoje em dia, um fato do passado: [pois] a consciência da ‘dialética do iluminismo’ reduziu muito as pretensões daqueles que às crenças religiosas desejam opor uma explicação puramente racional do mundo”42. Justamente por isso, alinho-me aos já citados teólogos pentecostais James Railey e Benny Aker, em sua defesa de que a epistemologia primariamente racional dos teólogos protestantes (tanto liberais quanto conservadores) é “inadequada para os pentecostais”, pois estes não veem uma descontinuidade, em termos de operação divina, entre o “mundo da Bíblia”, que “não é [o mesmo] do racionalista, pois [...] reconhece o sobrenatural e as experiências sobrenaturais outorgadas por Deus”43 , e o mundo atual, onde Deus, de igual forma, continua atuando na história. Tal perspectiva é diametralmente oposta à de Simon Kistemaker, teólogo reformado, que afirma, por exemplo, na introdução de sua obra, que com frequência “usamos a palavra milagre quando alguém se recupera de um ferimento grave ou de uma cirurgia complicada”44.  Ele diz que, ao fazermos isso, “estamos expressando a nossa incapacidade de explicar o poder curador que existe no corpo humano”, isto é, para ele, utilizamos a palavra milagre nessas ocasiões reconhecendo “que a recuperação não foi apenas por causa da habilidade e perícia dos cirurgiões, mas que está ligada à força inata que existe dentro do nosso corpo físico e que vence as probabilidades existentes contra a restauração”. Dessa forma, continua Kistemaker, “logo admitimos que uma recuperação miraculosa de um ferimento ou uma enfermidade é diferente dos milagres que Jesus realizou quando curou os enfermos e ressuscitou pessoas”. Para o mesmo autor, acabamos atribuindo “uma volta à saúde e à força a um misterioso poder que Deus criou dentro do nosso corpo físico”. Sua conclusão é que os “milagres que Jesus fez foram diferentes porque o poder de curar e restaurar residia nele”45.  Evidentemente que o autor, cuja teologia adotada já o impede de acreditar que hoje possa acontecer milagres, mistura casos de regeneração “natural” de células e tecidos com prodígios que são notórios e cujos os testemunhos são abundantes. Quanto à questão do “poder residente” de Jesus, será objeto de análise no próximo capítulo.
Da mesma forma que o teólogo, ou crente, reformado possui suas pressuposições, James Railey e Benny Aker dizem ser importante “que o pentecostal tenha uma base e um ponto de referência realmente bíblicos e pentecostais”, ou seja, primeiramente “deve crer no mundo sobrenatural, especialmente em Deus, que opera de forma poderosa e revela-se na história”46.  Partindo dessa premissa, eles acrescentam que os “milagres, no sentido bíblico, são ocorrências comuns”, pois nas Escrituras, “‘milagre’ refere-se a qualquer manifestação do poder de Deus e não necessariamente a um evento raro ou incomum”. De igual forma, o pentecostal crê, tal como o texto bíblico relata, que “outros poderes no mundo sobrenatural, quer angelicais (bons), quer demoníacos (maus), penetram em nosso mundo e aqui operam”. Na realidade, o “pentecostal não é materialista nem racionalista, mas reconhece a realidade da dimensão sobrenatural”47.  Portanto, a forma de o pentecostal comportar-se diante da realidade é distinta da do típico fiel reformado, não tendo dificuldade alguma em admitir que, a despeito de crer na Bíblia como Palavra de Deus, “o conhecimento racional das Escrituras, que não é o simples fato de decorá-las, não substitui a experiência pessoal da regeneração e o batismo no Espírito Santo, com todas as atividades de testemunho e de edificação que o Espírito coloca diante de nós”48.  Assim, enquanto os “argumentos a favor da ‘cessação dos milagres’ revelam, em parte, o desejo de proteger a singularidade dos atos divinos na história da redenção” 49 pois, uma vez que “o cânon da Bíblia agora está completo ou fechado”, continua Vern Poythress, “o que esses teólogos querem dizer é que hoje não podem ocorrer milagres de natureza tal que confirmem novos acréscimos ao cânon bíblico”50 , diferentemente, o “pentecostal  crê que Deus fala à sua igreja através dos dons do Espírito Santo a fim de corrigir, edificar e consolar”51.  Evidentemente que o pentecostal sabe que os dons devem ser “subordinados às Escrituras e discerníveis à luz destas”, porém, não desconhece igualmente que “não é a teologia nem a cultura que inibe a obra do Espírito Santo, mas o ponto de referência teológica e educacional”, daí o porquê da importância de se “interpretar a Bíblia dentro de suas próprias condições através de um ponto de referência apropriado”, pois somente assim “teremos uma teologia corroborada pela experiência”52.  
Apesar de saber que há vários “séculos a teologia sistemática no Ocidente tem sido disposta segundo um sistema coerente que reflete o idealismo53  racional (cf. a busca por parte dos teólogos de um centro unificante)”, informam os teólogos pentecostais James Railey e Benny Aker, o “uso de um único centro, tem limitações; por exemplo, não leva em conta os paradoxos que tanto prevaleciam no mundo antigo”, por isso, continuam, o “que agora está se tornando mais aceitável à maioria dos teólogos é ver um sistema disposto em volta de vários centros”54.  O teólogo Jack Deere, ex-cessacionista, diz que além de “arrogância” é também uma ilusão a ideia “de que se pode chegar a uma pura objetividade bíblica na determinação de todas as práticas e crenças”, pois “somos significativamente influenciados pelas circunstâncias: a cultura na qual vivemos, a família na qual crescemos, a igreja que atendemos, nossos professores, desejos, alvos e desapontamentos, nossas tragédias e traumas”55.  Em outros termos, a interpretação bíblica não acontece em um vácuo atemporal, mesmo porque os fatos relatados pelas Escrituras também encontram-se situados geográfica, histórica e socialmente por uma realidade. Portanto, o pentecostal crê na realidade do milagre, não o encarando como uma “violação das leis da natureza” e nem até mesmo com uma “suspensão delas”, mas sim como a atuação livre e soberana da parte de Deus. Somos cientes de que como obra da soberania divina, o milagre não pode ser fabricado, seguir uma fórmula única e nem ter data, horário e local marcado para acontecer, em outras palavras, trata-se de algo imprevisível e indomável.                                                                                
*Adquira o livro. CARVALHO, César Moisés. Milagres de Jesus: A Fé Realizando o Impossível. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

1 HARNACK, A. O que é Cristianismo?, p. 33.
2 Do ponto de vista essencialmente vocabular, os textos do Antigo Testamento, ou seja, na “Bíblia hebraica e na antiga versão grega, chamada dos Setenta, oferecem, em hebreu e em grego, uma grande variedade do vocabulário miraculoso, constatada nas seguintes expressões:
– ‘os grandes feitos’ de Deus (em hebreu gebûrôt ou gedôlôt; Dt 3,24);
– ‘as maravilhas’ (em hebreu niflâ’ôt; Êx 5,11; Sl 71,17);
– ‘os prodígios’ (em hebreu môfetim; em grego terata);
– ‘os poderes’ (em grego dynamis, plural dynameis, do radical dyna, significando uma capacidade ou um poder ‘dinãmico’), como os gestos de salvação atribuídos ao Poder de Deus; a palavra Poder é, além disso, um substitutivo do Nome divino, como em Mc 14,62;
– ‘os sinais’ (em hebreu ôtô; em grego sèmeia; Êx 7,3; Dt 4,34).
Na Escritura, essas palavras são aplicadas tanto a fenômenos naturais, como a chuva e o trovão, quanto a um gesto extraordinário” (PERROT, Charles. Os milagres no século I In SOULETIE, Jean-Louis; THÉVENOT, Xavier. Os Milagres. 1.ed. São Paulo: Loyola, 2009, p. 39–40).
3 GRÜN, Anselm. Livrar-se de Deus?, p. 98. “Nos Evangelhos, é sobretudo Lucas quem descreve a reação dos homens aos milagres de Jesus com a palavra thaumazein: todos se assombravam com aquilo que Jesus fazia (cf. Lc 9,43; 11,14)” (Ibid., p. 99). Tal significado é o mesmo para a expressão milagre, em português, que, diz Charles Perrot, “vem do latim ‘miraculum’, cujo radical é ‘mirror’, ficar impressionado ou estupefato” (Os milagres no século I In; SOULETIE, Jean-Louis; THÉVENOT, Xavier. Os Milagres. 1.ed. São Paulo: Loyola, 2009, p. 39). 
4 Ibid.
5 Ibidem.
6 Apesar de tal aforismo ser pronunciado como conhecimento de “senso-comum”, a primeira definição de milagre de Nicola Abbagnano — reconhecendo ele que esta era a noção prevalente na Antiguidade clássica e que perdurou igualmente na Idade Média — diz que este é “Fato excepcional ou inexplicável, considerado como sinal ou manifestação de uma vontade divina” (Dicionário de Filosofia. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 670).
7 POPPER, K. Em busca de um mundo melhor, p. 64.
8 VERGOTE, Antoine. Modernidade e cristianismo, p. 67.
9 Ibid.
10 Ibid., p. 68.
11  “Baruch Spinoza (1632–1677) descreveu na obra publicada anonimamente Tratado teológico-político as tarefas e os métodos de uma exegese crítica da Bíblia. Sua finalidade não era a redução ou mesmo a destruição da verdade divina, mas justamente o contrário, a descoberta dela e sua transmissão de modo justificável. Quando formas de linguagem e de pensamento mítico-arcaicas confundem o leitor, as afirmações da escritura devem ser transmitidas com clareza e inteligência: ‘para escapar desta confusão e libertar o espírito dos prejulgamentos teológicos, devemos usar os verdadeiros métodos de explicação da escritura e esclarecê-la, pois se não se conhece isso também não se pode ter certeza alguma sobre o que a escritura e o Espírito Santo querem ensinar’ (SPINOZA, 1984, p. 114). Spinoza menciona o conhecimento da língua hebraica, a busca da afirmação central de um texto bíblico e a pesquisa das condições do surgimento de um escrito bíblico como os mais importantes passos metódicos de qualquer exegese (cf. ibid., p. 116 s)” (PAULY, Wolfgang. História da Teologia Cristã, p. 162).

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Lição 01 - 3º Trimestre 2018 - Levítico, Adoração e Serviço ao Senhor - Adultos.

Lição 1 - Levítico, Adoração e Serviço ao Senhor

 3º Trimestre de 2018
PONTO CENTRAL
A verdadeira adoração a Deus é evidenciada mediante o serviço voluntário, santo e amoroso ao Reino. 
ESBOÇO GERAL
Introdução
I – Sobre o Livro de Levítico
II – A Razão do Livro
III – O Manual do Sacerdote
Conclusão
OBJETIVO GERALMostrar que a verdadeira adoração a Deus compreende o nosso serviço voluntário, santo e amoroso ao seu Reino.
Levítico, Adoração e Serviço ao Senhor
Pr. Claudionor de Andrade
Embora seja visto, às vezes, como um manual de cerimônias estressante e monótono, o livro de Levítico vai além das celebrações e ritos que prescreve. No cânon divino, surge como parte viva, orgânica e essencial da História Sagrada. Por essa razão, sua atualidade não pode ser ignorada por nenhum cristão. Isso não significa, porém, que devamos submeter-nos à sua liturgia que, como muito bem explica o apóstolo Paulo, cumpriu-se plenamente em Cristo. Enveredando-se pelo caminho dos judaizantes, os gálatas caíram da graça; quase pereceram. Os princípios teológicos e devocionais de Levítico, todavia, são eternos; eram necessários ontem e continuam imprescindíveis hoje.
Nessa porção sagrada, deparamo-nos com três palavras-chave: adoração, santidade e serviço. Tais proposições servem de alicerce tanto à congregação israelita quanto à Igreja de Cristo. Ambas precisaram aprender, cada uma a seu tempo, a adorar a Deus e a reconhecê-lo como o Criador, Senhor e Mantenedor de todas as coisas. Em seguida, aprendemos com Moisés e Arão que, para agradar ao Senhor, temos de apartar-nos do mundo e separar-nos exclusivamente ao serviço divino. Eis o cerne da santificação preconizada em cada seção do livro de Levítico.
Já em suas primeiras linhas, é possível concluir que a adoração nada é sem a santificação, e a santificação, por sua vez, nenhum valor terá se não resultar em serviços ao Reino de Deus. Aqui está o fulcro do terceiro livro do Pentateuco. Ao chegarmos à última etapa desta obra, concluiremos: o Levítico é tão vivo, hoje, como no dia em que Moisés, inspirado pelo Espírito Santo, lavrou-o num papiro a caminho da Terra Prometida.Moisés, inspirado pelo Espírito Santo, lavrou-o num papiro a caminho da Terra Prometida.
I- Levítico, um Livro por Excelência
À semelhança dos demais livros do Cânon Sagrado, o Levítico destaca-se por sua singularidade, origem e excelência. Vejamos, em primeiro lugar, a razão de seu nome e de sua estrutura.
1. O nome do livro. No original hebraico, o livro de Levítico é conhecido por suas palavras iniciais: Vaicrá que, literalmente, significam “e chamou” (Lv 1.1). Numa primeira instância, veremos, nesse enunciado, um chamado indireto de Deus a Moisés a escrever a terceira porção do Pentateuco. Em seguida, enxerguemo-la como a vocação direta de Deus a Israel a reerguer-se como nação santa, profética, real e sacerdotal.
Vaicrá tem, ainda, mais duas traduções possíveis: “e separou” e “e santificou”. Teologicamente, o chamado de Deus implica em nossa separação do mundo e em nossa imediata santificação ao serviço de seu Reino.
Na erudição judaica, o livro é conhecido também como Torath Kohanim – A Lei dos Sacerdotes.
Já na Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento, o livro recebe o nome de Leuitikon, denotando-lhe o tema e o propósito: as coisas pertencentes ao ministério dos levitas. No latim, a sua designação é Leviticus. E, tendo em vista a origem românica do idioma português, nossos tradutores houveram por bem denominá-lo de Levítico pelas razões já apontadas.
2. Estrutura do livro. Terceiro livro das Sagradas Escrituras, o Levítico é composto por 27 capítulos, 859 versículos e, aproximadamente, 24 mil palavras. Nele, são encontrados mandamentos, proposições, narrativas e profecias. Em suas páginas, há 26 promessas quanto ao proceder obediente de quem professa adorar a Deus.

3. Singularidade do livro. O Levítico é um livro singular por duas razões: 1) É o único manual que temos na Bíblia referente à forma correta de se adorar a Deus; e 2) Embora dirigido aos sacerdotes, foi redigido por um profeta (Lv 1.1).

4. As divisões de Levítico. Utilizaremos A Bíblia Explicada para esboçar o Levítico. Esse livro sagrado, de acordo com S. E. Macnair, pode ser dividido em nove seções principais: 1) As ofertas (caps. 1-6.7). 2) A lei das ofertas (caps. 6.8-7.38). 3) Consagração (caps. 8.1-9.24). 4) Uma transgressão e um exemplo (cap. 10.1-20). 5) Um Deus santo exige um povo santo (caps. 11-15). 6) Expiação (cap. 16). 7) A conduta do povo de Deus (caps. 17 e 22). 8) As festas de Jeová (cap. 23). 9) Instruções e avisos (caps. 24-27). 
5. Origem divina e humana do livro. À semelhança dos demais livros das Sagradas Escrituras, o Levítico é um texto verdadeiramente humano e verdadeiramente divino. Sua autoria fica bem patente logo no primeiro versículo: “E chamou o SENHOR a Moisés, e falou com ele da tenda da congregação” (Lv 1.1).
O livro tem como fonte o próprio Deus e, como medianeiro, Moisés. Inspirado pelo Espírito Santo, o profeta e legislador dos hebreus redigiu-o e encarregou-se de transmiti-lo aos levitas e aos demais filhos de Israel, seus leitores e ouvintes imediatos, e, depois, a nós, a Igreja de Cristo. É uma obra, pois, de dupla procedência e autoria: divino-humana.
6. Excelência literária do livro. Que o livro de Levítico é inspirado pelo Espírito Santo, não há dúvida. Nós ouvimos a voz de Deus em cada uma de suas páginas; é um texto comprovadamente divino. Todavia, o que podemos dizer acerca de suas qualidades literárias?
Apesar de ser uma obra técnica, o Levítico não se perde naqueles jargões e tecnicismos que caracterizam os manuais. O seu autor humano, sempre guiado pelo Espírito de Deus, redigiu-o de tal forma que, passados mais de três milênios, sentimo-lo como se tivesse acabado de ser escrito. É importante observarmos que a sua redação não secciona a narrativa pentateutica da peregrinação dos israelitas à Terra Prometida.
Moisés escreveu o Levítico com tanto “engenho e arte”, que se tem a impressão de que essa porção da Bíblia Sagrada é a continuidade do Êxodo e a transição natural para os livros de Números e Deuteronômio. Temos, pois, diante de nós, uma obra de comprovada excelência literária. É bela e sublime; em seu gênero, inigualável. 
II- A Certeza da Autoria MosaicaNeste tópico, ressaltaremos as qualidades literárias de Moisés. Em seguida, veremos o idioma e a escrita usada pelo autor sagrado.
1. Deus, o autor divino. Do primeiro ao último versículo de Levítico, sente-se claramente que Deus é o seu autor (Lv 1.1). Tal convicção não advém apenas das reivindicações formais do livro; advém, principalmente, da experiência do leitor com a obra. Pelo menos essa é a minha experiência pessoal.
Do início ao final de Levítico, o Senhor dirige-se a Moisés em 38 ocasiões diferentes. Patenteia-se, dessa forma, a origem divina da terceira seção do Pentateuco. Não há dúvida: é a palavra inspirada, inerrante e completa de Deus.
2. Moisés, o autor humano. Não exagero ao afirmar que Moisés foi o homem mais sábio que o mundo já conheceu. É claro que faço essa afirmação depois de excetuar o Senhor Jesus Cristo que, além de sapientíssimo, era e é a própria sabedoria. Aliás, Ele é a Palavra de Deus encarnada. Nesse sentido, toda a palavra do Levítico era, essencial e tipologicamente, o oráculo do Filho de Deus.
Vejamos algumas qualidades literárias de Moisés.
Educado na corte faraônica, Moisés tornou-se um homem poderoso em palavras e obras. Sua cultura não se restringia ao Egito; era universal. Ele podia transitar por todo o Oriente Médio sem constrangimento algum. Já refugiado em Canaã, entrou em contato com a escrita sinaítica: um meio termo entre a pictografia egípcia e o alfabeto assurítico, que, no tempo de Esdras, seria adotado pelos escribas judeus.
Ali, nos prados midianitas, Moisés foi induzido, providencialmente, a trocar a primeira forma de escrita pela segunda. Em termos técnicos, pode-se considerar os signos sinaíticos como uma espécie de alfabeto. Será que os intelectuais egípcios conheciam os signos do Sinai? Talvez. Mas, à semelhança dos chineses, resolveram manter o seu complexo sistema de linguagem, a fim de não popularizar o conhecimento.
O estilo literário de Moisés foi divinamente forjado no deserto. Fugindo às ladainhas egípcias, foi conduzido didaticamente a sair da movediça e fantástica literatura faraônica até firmar-se num estilo firme, racional e próprio da literatura histórico-profética. Nesse período, deixa-se impregnar pela dicção poética, campesina e pastoral de seu povo. E, assim, depois de quarenta anos no exílio e, após muito pensar, o filho de Anrão e Joquebede estava preparado a lavrar as palavras que Deus, por intermédio do Espírito Santo, assoprar-lhe-ia na alma.
3. O idioma original. Ao ser intimado por Deus a ser o pai da nação eleita, Abraão ainda não falava o hebraico, embora fosse reconhecido como hebreu (Gn 14.13). Seu idioma materno era, mui provavelmente, um caldaico primitivo que ainda lutava por desvencilhar-se das influências dialetais da Acádia. Nesse sentido, a língua de suas peregrinações pode ser classificada como pré-hebraica. Isso porque, em suas caminhadas por Canaã foi mesclando sua língua materna aos diversos falares cananeus. Como estes se expressavam em línguas igualmente semíticas, o patriarca não teve dificuldades em transitar pelos diversos reinos cananeus e, com estes, negociar e estabelecer alianças. O capítulo 14 de Gênesis mostra, implicitamente, a desenvoltura linguística de Abraão entre os povos de Canaã. Seria como um lusófono a andejar numa área onde predominasse a hispanofonia.
Nos lábios dos patriarcas, a língua hebraica foi sendo paulatinamente formada ao longo de cinco séculos: do chamado de Abraão ao chamamento de Moisés. Um período que vai, de acordo com a cronologia bíblica geralmente aceita, do ano 2.000 a 1.500 a.C.
A estadia de Israel no Egito foi decisiva à consolidação do idioma hebraico. Ali, na distante Gósen, isolada no delta oriental do Nilo, os israelitas puderam desenvolver o seu idioma, livres das influências linguísticas dos cananeus e dos egípcios. Apesar de residirem no Egito, os filhos de Israel não mantinham contato com os habitantes da terra, uma vez que estes os consideravam abominação (Gn 46.34). Os súditos de Faraó não toleravam pastores de ovelhas, pois tinham o gado vacum e ovino como divindade.
Por conseguinte, quando o Senhor chamou Moisés a escrever os primeiros cinco livros da Bíblia Sagrada, a língua hebraica já estava devidamente formada. Faltava-lhe, porém, um sistema de escrita. Que signos adotar? Os hieróglifos egípcios? Ou a escrita cuneiforme das antigas Suméria e Acádia? Se Moisés tivesse optado quer pelos primeiros quer pela segunda, hoje não teríamos acesso às revelações do Gênesis e às narrativas da redenção de Israel.
4. A escrita pentatêutica. Foi nesse período que Moisés descobriu a escrita sinaítica. Se comparada aos hieróglifos egípcios e às cunhas mesopotâmicas, ela pode ser considerada, de fato, um sistema alfabético. No entanto, prefiro classificá-la de pré-alfabética por duas razões: ela ainda estruturava-se em sinais pictóricos, e estava bem longe de usar vogais em seus fonemas. Mesmo assim, era um avanço admirável em relação às grafias dos vales do Nilo e do Eufrates.
O que poderia ter acontecido se Moisés, ao invés de usar a escrita sinaítica, tivesse optado pela egípcia ou pela mesopotâmica? Certamente, hoje, a História Sagrada seria um amontoado de signos incompreensíveis e sujeitos às mais bizarras interpretações. Aliás, nem os próprios israelitas achariam nelas qualquer sentido. Mas, graças a Deus, o profeta foi não apenas inspirado a escrever inerrantemente o Pentateuco, como também foi dirigido, pelo mesmo Espírito, a escolher o sistema de escrituração mais eficaz da época, para narrar os princípios da História Sagrada até a libertação completa dos hebreus.
O alfabeto sinaítico (chamemo-lo assim) foi rapidamente assimilado pelos sábios de Israel que, sempre dirigidos e supervisionados pelo Espírito Santo, puderam dar continuidade à História Sagrada. Josué, Samuel, Davi e Gade, por exemplo, tornaram-se mestres na escrita do Sinai; grandes literatos (Js 24.26; 1 Sm 10.25; Sl 45.1). Aliás, pelo que inferimos de algumas passagens, era um sistema já bastante utilizado naquela região (Jz 8.14).
Na verdade, a escrita sinaítica nasceu entre os fenícios que, já naqueles dias, dominavam o comércio na região do Oriente Médio. E, para agilizar suas escriturações contábeis, entenderam por bem criar um sistema de registro mais dinâmico e eficaz. E, tendo como base os hieróglifos egípcios, elaboraram um pré-alfabeto que, séculos depois, seria adotado e aperfeiçoado pelos gregos e romanos.
Se bem atentarmos à história de Israel, perceberemos que, durante o exílio babilônico, os judeus vieram a trocar, de fato, o seu alfabeto pelo assurítico. Denominado escrita quadrática, devido à forma de suas letras, foi introduzido na cópia das Sagradas Escrituras mui provavelmente por Esdras. O eruditíssimo doutor e escriba, aliás, foi quem procedeu a última reforma editorial e gráfica do Antigo Testamento. Sem o seu trabalho, as Sagradas Escrituras corriam o risco de se tornarem um todo incompreensível. E, dessa maneira, viriam a cair no esquecimento.
O hebraico, como o lemos hoje no Antigo Testamento, é um legado tanto de Moisés quanto de Esdras, intermediados por filólogos como os homens de Ezequias (Pv 25.1).
A Moisés coube uma tripla e dificílima tarefa: adaptar a escrita sinaítica às necessidades linguísticas de Israel; gramaticar o hebraico e, finalmente, torná-lo uma língua literária. Nesse sentido, Moisés está para o hebraico como Martinho Lutero (1483-1546) está para o alemão. Sem o trabalho de ambos, separados por trinta séculos, hoje não teríamos nem a língua hebraica nem a alemã. Moisés, por esse motivo, não foi apenas o maior profeta da História Sagrada, foi também um dos maiores linguistas e filólogos que o mundo já conheceu. Infelizmente, os eruditos seculares, sempre preocupados em desconstruir a Bíblia, ainda não atentam a esse fato.
Quanto a Esdras, coube-lhe uma missão dupla e igualmente dificílima. Em primeiro lugar, adaptou o alfabeto assurítico, usado pelos falantes do aramaico, ao hebraico do exílio. Já resolvido o problema alfabético, o grande e bem-conceituado doutor pôs-se a revisar linguisticamente as Escrituras Sagradas até então lavradas. Sua revisão, frisamos, não avançou além do campo filológico; ele não fez nenhuma mudança de conteúdo, pois a própria Escritura, a fim de preservar-se, proibia-o terminantemente (Pv 30.5,6; Ap 22.18.19). E, sobre as adaptações linguísticas, os editores sagrados não esconderam a sua participação (Gn 22.14; Dt 3.14; 1 Sm 5.5).
A mudança da escrita sinaítica para o alfabeto assurítico, conhecido hoje como hebraico, começou a ser feita no exato momento em que Daniel e seus companheiros chegaram à corte babilônica. Eles foram não somente obrigados a aprender a língua e a cultura dos caldeus, mas também constrangidos a assimilar o seu alfabeto (Dn 1.4). Afinal, os documentos oficiais eram redigidos, inicialmente, em arameu e no alfabeto assurítico, e, depois, nas demais línguas e alfabetos.
Hoje, temos o livro de Levítico na Bíblia Hebraica, não mais na escrita sinaítica, mas no sistema alfabético assurítico. Concernente à língua hebraica, em si, o que podemos dizer? O hebraico falado no tempo de Esdras seria perfeitamente inteligível a um israelense de nossos dias. Deus, portanto, reservou os meios mais eficazes (alfabeto, língua e trabalho editorial), para que tivéssemos, hoje, a sua Palavra como Ele a inspirou a Moisés e aos demais profetas. 
III- Ocasião, o Nascimento de IsraelAo datarmos a redação do livro de Levítico, temos de levar em consideração três coisas muito importantes: a ocasião da obra, a peregrinação e o aparente atraso e, finalmente, o estabelecimento da congregação israelita no deserto.
1. A data da redação do Levítico. De acordo com a cronologia bíblica geralmente aceita, o livro de Levítico foi escrito por Moisés em 1445 a.C. É claro que essa data não pode ser considerada exata, mas também não é absurda nem pode ser descartada. E, se levarmos em conta Êxodo 40.7, veremos que a redação da terceira parte do Pentateuco começou a ser feita um ano depois de os israelitas terem saído do Egito. Foi nessa ocasião, ainda, que o Senhor ordenou fosse erguido o Santo Tabernáculo no deserto.
2. O período do Levítico. Moisés escreveu o Levítico num momento particularmente difícil da história de Israel. Os israelitas tinham acabado de sair de uma segunda apostasia. A primeira, como se recorda, foi o episódio do bezerro de ouro (Êx 32). Mas a segunda, embora não tivesse como motivação a idolatria, foi pior do que a primeira; tinha como fundamento a incredulidade que, a partir daquele momento, tornar-se-ia crônica na vida dos judeus.
Embora conhecessem a promessa feita por Deus a Abraão, os hebreus, contaminados pelo desânimo, não se animaram a apossar-se de Canaã. Foram, por isso, condenados a peregrinar no deserto por quarenta anos (Nm 14.34). Em meio a essa rebelião e apostasia, foi que Moisés, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu o Levítico, a fim de ensinar o povo a adorar o Deus Santo, Vivo, Único e Verdadeiro.
3. A peregrinação e o atraso. Não fossem as duas grandes apostasias, Israel teria chegado a Canaã em, no máximo, dois meses. Mas, em consequência de seus pecados, os hebreus tiveram de voltear o Sinai por um período de quarenta anos, até que toda aquela geração de incrédulos caísse no deserto e, no deserto, fosse sepultada. Sem esse longo contratempo, o livro de Levítico poderia ter sido escrito em Canaã, sob circunstâncias mais favoráveis. E, quem sabe, o lamentável episódio de Nadabe e Abiú teria sido igualmente evitado, pois ambos, frutos daquela incredulidade, eram tão culpáveis quanto os dez espias que esparramaram o desalento pelo arraial hebreu.
Todavia, como o cronograma redentivo de Deus não pode ser atrasado pelas circunstâncias, aprouve ao Senhor entregar as regras e mandamentos levíticos em pleno Sinai. E, dessa forma, a nova geração de Israel adentraria Canaã com uma disposição renovada, apossando-se de vez da terra que mana leite e mel. Sendo assim, podemos dizer que o atraso ocorrido na peregrinação dos israelitas em direção à Terra Prometida foi providencial e didático. Sem a longa estadia no deserto, Israel jamais alcançaria o seu status de nação profética, sacerdotal e real.
4. A congregação no deserto. Foi nesse período conturbado, que Deus ordenou a construção do Santo Tabernáculo. Neste ponto, vejo-me obrigado a levantar esta questão: se não fossem as duas apostasias de Israel, no Sinai, a tenda de adoração seria necessária?
Que os israelitas careciam de um centro de adoração ninguém o pode negar. Entretanto, se a peregrinação tivesse durado apenas sessenta dias, um tempo mais do que razoável, acredito que, ao invés de um santuário portátil, os israelitas seriam instruídos, pelo Senhor, a erguer uma casa definitiva. Isso, porém, só viria a acontecer quatro séculos depois da entrada de Israel em seu território. A desobediência traz retardos e atrasos em todos os sentidos. Eis porque devemos primar por uma vida de obediência ao Senhor.
IV- Os Objetivos de LevíticoÀ primeira vista, o livro de Levítico é um manual de cerimônia como outro qualquer. Todavia, uma leitura mais atenta leva-nos a ver, em suas páginas, pelo menos cinco objetivos: doxológico, hagiológico, didático, diaconológico e missiológico.

1. Objetivo doxológico. No Êxodo, o Senhor demanda de seu povo uma adoração perfeita. Já no Levítico, ensina Ele, a esse mesmo povo, como alcançar esse alvo. Em suas páginas, observamos que, além da intenção do adorador, a adoração tem de processar-se de maneira correta e santa, pois o Senhor busca os que o honram em espírito e em verdade. Por isso, a partir do sacerdócio araônico, a adoração passa a ser considerada um serviço a ser prestado regular e corretamente ao Deus Santo e Verdadeiro.
A doxologia é o primeiro e mais elevado objetivo do livro de Levítico. Eis porque, no cerne de todo sacrifício e oferta, tem de estar o coração e a alma do adorador. Menos que isso é inaceitável.
2. Objetivo hagiológico. A hagiologia não se limita a estudar a vida dos homens santos; seu objetivo inclui a pesquisa de coisas tidas como santas e o processo de santificação que as acompanha. Por essa razão, temos de ver os estágios de santificação de Israel como o segundo objetivo de Levítico. Isso porque, o Deus Santo e Verdadeiro requer, de seus adoradores, a mesma santidade e a mesma verdade. Aliás, o texto áureo desse livro é bastante claro quanto aos seus objetivos hagiológicos: “Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o SENHOR vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2).
A hagiologia bíblica abrange um duplo processo. O primeiro é separar o homem do mundo, para que ele, pelos meios da graça, santifique-se ao Senhor. O segundo leva esse mesmo homem, já separado do mundo, a santificar-se para o serviço de Deus. Conclui-se que a doxologia só há de ser perfeita se a hagiologia for completa na vida de quem professa amar e servir ao Senhor.
3. Objetivo didático. Mas, como alcançar os objetivos doxológicos e hagiológicos demandados no livro de Levítico? A fim de que a adoração de Israel fosse perfeita, o Senhor providenciou um amplo e eficaz aparato didático. Somente assim o perfeito e santo Deus seria perfeita e santamente adorado.
Devemos, portanto, ver como didáticos os livros de Êxodo e de Levítico, pois o objetivo de ambos é conduzir Israel, para que este, perfeita e completamente instruído, viesse a servir a Deus em espírito e em verdade.
Se levarmos em conta os ensinos das epístolas endereçadas aos gálatas e aos cristãos hebreus, veremos o Santo Tabernáculo como um jardim de infância, no qual os israelitas, sempre conduzidos pelas mãos de Arão e de Moisés, deveriam aprender os primeiros rudimentos das verdades divinas (Gl 3.24,25).
Infelizmente, eles recusaram-se a crescer na graça e no conhecimento do Senhor; optaram por ficar na escola de pré-alfabetização; não avançaram jamais. Vendo esse retardo atingir inclusive os cristãos, o autor sagrado exorta-os a deixar os tipos e emblemas dos bens futuros e, nestes, fixarem-se (Hb 9.11; 10.1).
Hoje, não são poucas as igrejas evangélicas gentias que, embevecidas pelo esplendor do culto hebreu, buscam reviver festas e cerimônias judaicas, como se o templo cristão fosse mera sinagoga. Nosso compromisso com Israel é orar pela paz de Jerusalém, para que os filhos de Abraão retornem o mais depressa possível à sua herança, conforme preconizam os santos profetas. Quanto a nós, já saímos do jardim de infância espiritual. Eis porque devemos cumprir a terceira ordenança de Jesus: evangelizar até aos confins da terra.
4. Objetivo diaconológico. Que Israel fora chamado a servir a Deus era algo que não podia ser ignorado nem pela nação como um todo, nem pelo adorador em particular. A doxologia, a hagiologia e a didática tinham de resultar, naturalmente, na diaconia de quem professa conhecer o Deus Único e Verdadeiro. Israel deveria erguer-se, necessária e urgentemente, como a comunidade servidora por excelência. Mas não foi isso que aconteceu. Os judeus tardaram em reconhecer a natureza de sua missão como filhos de Deus e herdeiros de Abraão. Se nos detivermos no espírito de Levítico, constataremos que o seu principal objetivo era preparar um povo obreiro ao Senhor.
5. Objetivo missiológico. O verdadeiro santo não é aquele que se limita a não praticar o mal; é aquele que, apartando-se do mal, deleita-se em fazer o bem e servir a Deus. Refugiar-se num convento pode até ser eficiente para quem busca fugir à avareza, à prostituição e às intemperanças. Todavia, tal refúgio impedir-nos-á de praticar o bem. E quem sabe praticar o bem e não o pratica ofende a Deus; faz-se tão pecador como aquele que, intemperando-se, lança-se a todos os excessos. Por essa razão, entendamos de uma vez por todas: fomos salvos para divulgar o testemunho de Jesus Cristo.
Tal ensino pode ser encontrado na essência de Levítico. Portanto, à semelhança dos demais livros das Sagradas Escrituras, ele é, também, um livro missiológico. Se Israel, compenetrando-se de sua missão como povo de Deus, observasse os seus mandamentos, teria partido dali mesmo, em pleno deserto, a anunciar as grandezas de Deus. Mas, recolhido aos seus privilégios, limitou-se a reagir às agressões dos gentios. De que modo estamos agindo como Igreja de Deus? Agimos? Ou limitamo-nos a reagir às circunstâncias? Santifiquemo-nos! Testemunhemos de Cristo em toda e qualquer circunstância.  
*Adquira o livro. ANDRADE, Claudionor de. Adoração, Santidade e Serviço: Os Princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018. 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão disponíveis toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não se trata de uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Lição 13 - 2º Trimestre 2018 - Deus me Ouve Quando eu Oro - Berçário.

Lição 13 - Deus me ouve quando eu oro

 2º Trimestre de 2018
Objetivo da lição: Mostrar às crianças que o Papai do Céu ouve as orações.
É hora do versículo: “[...] e Ele ouvirá a minha voz” (Salmos 55.17).
Nesta lição, as crianças concluirão o trimestre quando aprenderam sobre falar com o Papai do Céu, ou seja, aprenderam sobre a oração e sua importância na vida do bebê.

Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças colorirem o desenho de Jesus com as crianças. O Papai do Céu nos ouve quando falamos com Ele e nos leva em seu colo, assim como Jesus.
licao13.bercario.jesuseascriancas
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas lições da Revista Berçário. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 13 - 2º Trimestre 2018 - O Meu Amigo Cura a Sogra de Pedro e os Doentes - Maternal.

Lição 13 - O Meu Amigo Cura a sogra de Pedro e os Doentes

2º Trimestre de 2018
Objetivo da lição: Que a criança aprenda a expressar gratidão a Jesus por meio do louvor.

Para guardar no coração: “ [...] louvem a Deus, com gratidão no coração.” (Cl  3.16)
Seja bem-vindo“Após receber com carinho a acomodar todos os alunos, converse com eles sobre o que fizeram antes de vir à igreja. Pergunte: Vocês tomaram café da manhã? Comeram pão, ou beberam um leitinho? Que delícia! Mas vocês se lembraram de agradecer ao Papai do Céu pela comidinha do café da manhã? E pelo sol, bem lindo, que está lá fora? Vocês agradeceram a Deus pelo dia de hoje? É muito importante agradecer. Vamos ficar em pé, agora, para orar e dizer obrigado ao Papai do Céu? Faça uma breve oração de agradecimento. Agradeça também pelo trimestre. Cantem um hino apropriado à lição. Recolha as ofertinhas. Aproveite para dizer que quando entregamos a Deus a nossa oferta, também estamos agradecendo pelas coisas que Ele nos dá.” (Karen Bandeira)
Somos assim
“Para os alunos do Maternal, a interatividade é fundamental. Para aprender, eles devem se relacionar entre si, o que lhes ensinará que as pessoas são diferentes umas das outras, e interagir com a maior diversidade possível de recursos (brinquedos, materiais de arte, livros, etc.). Quanto mais heterogêneo o ambiente, mais os pequeninos extraem dele. A sala de aula, portanto, deve apresentar diversos estímulos (visuais, táteis, auditivos, palatáveis e olfativos). Sempre que possível, inclua nas aulas objetos diferentes, que produzam sons, água, areia, pedrinhas, ou algum tipo de alimento que possam cheirar e degustar. O esforço do professor em oferecer tais estímulos contribui na organização da forma de pensar e agir dos alunos.” (Karen Bandeira)
Atividade do aluno
licao13maternalimagem  
Até logoPrezada professora, chegamos ao final da nossa série de estudos a respeito dos milagres de Jesus. Com certeza, a sua fé e a de seus alunos foram fortalecidas mediante o estudo de cada lição. Aprendemos o quanto o Senhor Jesus Cristo é poderoso. Ele tudo pode! Não somos merecedores dos feitos de Jesus em nosso favor, mas Ele pela sua graça nos salvou e atende aos nossos clamores. Que venhamos louvar a Jesus pelos seus feitos e partilhar do presente da salvação com aqueles que ainda não receberam a Cristo como Salvador. 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal
Envie suas dúvidas ou sugestões para telma.bueno@cpad.com.br
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas lições da Revista Maternal. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 13 - 2º Trimestre 2018 - O Amigo Corajoso - Jd. Infância.

Lição 13 - O Amigo Corajoso

 2º Trimestre de 2018
Objetivos: Os alunos deverão esclarecer que a vontade de Deus está acima da dos homens e Daniel teve coragem porque confiava em Deus.

É hora do versículo: “[...] Ele me livrou de todos os meus medos” (Sl 34.4).
Nesta lição, as crianças aprenderão, através da história de Daniel sendo lançado na cova dos leões, que podemos ter coragem para enfrentar as coisas mais terríveis porque confiamos no Papai do Céu.

Após realizar todas as atividades propostas na revista do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo com o desenho de Daniel sentado junto com os leões que estão dormindo e tranquilos, mesmo com um humano junto deles. É assim que o Papai do Céu faz conosco, Ele fecha a boca dos leões e os colocam para dormir para não devorar os seus filhos que confiam nEle. 
licao13.jardim.daniel
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 13 - 2º Trimestre 2018 - Uma Menina Vive outra Vez - Primários.

Lição 13 - Uma Menina Vive outra Vez

 2º Trimestre de 2018
Objetivo: Que o aluno compreenda que Jesus venceu a morte, nos garantindo a vida eterna com Deus.Ponto central: Jesus tem poder até para ressuscitar mortos e nos dar a vida eterna.
Memória em ação: “E Deus não é Deus dos mortos e sim dos vivos [...]” (Mc 12.27)
     Querido (a) professor (a), chegamos ao final de mais um trimestre e não poderíamos encerrar de maneira mais significativa do que falando aos Primários sobre o maior de todos os milagres, a salvação que Cristo conquistou por nós na cruz. Humanamente, nenhum de nós jamais mereceríamos ou tínhamos condições de alcançá-lo.
     O milagre da salvação ainda aquece seu coração? A sede de ganhar almas para Jesus ainda habita em você? A alegria quando um pecador se arrepende ainda é motivo de festa em sua alma, como o é nos céus? (Lc 15.7) 
     Como sempre dizemos, a sua aula começa e continua fora das salas de ED. Não há lição ou pregação que tenha alcance mais alto do que aquela verbalizada pelas suas ações, mais até que as com apenas suas palavras. Por isso, antes de iniciar esta aula, reflita sobre essas e tantas outras questões que o tempo e ósseos do ofício de um cristão de longa data vão tentando ofuscar. Essa reflexão é muito valiosa sempre, especialmente ao final e começo de um trimestre. Permita que o Espírito Santo renove a chama de sua vocação, reacenda o amor e alegria pelo seu chamado. Temos certeza que isso terá grande impacto no aprendizado de seus alunos.
    Já que nosso objetivo, ponto central e texto áureo são todos voltados para a salvação, além das estratégias e atividades já propostas em sua revista, sugerimos ao final da aula a confecção com os alunos do tradicional método de evangelismo chamado “Livro sem Palavras”. Para isso você precisará de cartolina ou papel 40 quilos nas cores: preta, vermelha e branca. E papel laminado dourado e verde. Como provavelmente você já sabe, a história é contada com as cores em ordem e pode ser com o recurso da canção, para facilitar a aprendizagem e memorização dos primários:
    “Meu coração era preto. Mas Cristo aqui já entrou e com seu precioso sangue (vermelho), mais alvo que a neve o tornou (branco). E disse em suas palavras que em ruas de ouro andarei (dourado ou amarelo). Ó dia feliz quando, em Cristo, a vida eterna ganhei (verde)”.

   Há possibilidade de confeccionar chaveiros, livros, dados, etc. com esta mesma ferramenta e, sobretudo, com este mesmo propósito. Use sua criatividade e decida previamente a forma lúdica que mais despertará o interesse de sua turma. Incentive-os a contarem esta história utilizando a ferramenta elaborada para seus amigos, vizinhos e familiares que ainda não vão à igreja. 
Livro sem palavras Livro sem palavras 2
Imagens de Internet
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.

Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas lições da Revista Primários. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

domingo, 24 de junho de 2018

Lição 13 - 2º Trimestre 2018 - Glória a Deus pela Família - Juniores.

Lição 13 - Glória a Deus pela Família 

 2º Trimestre de 2018
TEXTO BÍBLICO: Gênesis 12.1-3.

OBJETIVOS:
Apontar a promessa de Deus feita a Abraão;
Mostrar que a família é bênção para o mundo;
Conscientizar que devemos agradecer a Deus pela nossa família.

Prezado(a) professor(a),

Estamos chegando ao final de mais um trimestre e desejamos que as ricas bênçãos de Deus estejam estendidas sobre o vosso ministério e alunos. O tema que tratamos neste trimestre é de suma importância, pois trouxe uma reflexão profunda sobre a família, a célula máter da sociedade. Uma instituição que tem sofrido ataques constantes da parte de Satanás e os efeitos de uma desestruturação que tem predominado por conta da impaciência e desvalorização do conceito de família.

A lição de hoje tem como proposta mostrar que a família é uma bênção de Deus para o mundo. Foi assim com Abraão, quando o Senhor ordenou seu servo que saísse do lugar onde estava, porquanto havia uma promessa de fazê-lo próspero e a sua descendência ocuparia as terras da sua peregrinação (cf. Gn 22.15-18). Abraão ouviu a voz do Senhor e obedeceu e, por consequência, Israel surgiu no cenário mundial e tornou-se uma das maiores potências que o mundo já conheceu.

Como se não bastasse, Abraão se tornou também conhecido como o “pai da fé”, porquanto em um tempo de condições difíceis e sem amparo de qualquer artifício ou mesmo sem o auxílio das Escrituras Sagradas para fortalecer a sua fé, ele não recuou, mas acreditou nas promessas que Deus havia feito a seu respeito. É bem verdade que Abraão não foi fiel em todos os momentos à espera do cumprimento das promessas, prova disso é o nascimento de Ismael por intermédio da concubina Hagar. No entanto, a promessa de Deus havia de se cumprir em Isaque, por intermédio de Sara, mesmo após o seu ventre já estar amortecido e impossível de gerar um filho.

Deus é aquele que opera maravilhas e quando todas as circunstâncias diziam que já não havia mais possibilidade o Senhor surpreendeu a Abraão e cumpriu a promessa que havia feito ao seu servo. No tempo determinado, Sara já com a idade avançada teve um filho e dele frutificou toda a descendência da nação de Israel. Deus disse a Abraão: “[...] em ti serão benditas todas as famílias da terra” (cf. Gn 12.3). De modo que todos os crentes em Jesus Cristo recebem a bênção de Deus mediante a fé.

Outro aspecto que deve ser considerado na lição de hoje é a gratidão pela família. Há muitos adolescentes que se queixam de seus pais e fazem comparações desnecessárias com os pais de seus colegas porque acham que estes são melhores do que os seus. Isso é um engano, pois não sabem o que se passa na vida de seus colegas nem conhecem o tipo de relacionamento que prevalece na casa deles.

De outro modo há adolescentes que pensam que seus pais têm a obrigação de cumprir as suas vontades, pagar suas contas e prover tudo o que eles precisam. Alguns chegam ao absurdo de utilizarem-se do seguinte argumento: “Se foram eles que me colocaram neste mundo é obrigação deles arcarem com todos os meus gastos”. Esse tipo de pensamento é originário de uma geração que não respeita os pais e desonra aqueles que foram escolhidos por Deus para serem seus responsáveis. Deus não está indiferente ao que está acontecendo, mas espera pacientemente o dia em que trará a juízo toda e qualquer desobediência (Ec 12.14).

Como professores, devemos estimular os alunos a serem gratos pela família que Deus lhes concedeu, pois há muitos que não têm o privilégio de viver em família. Quantos estão sofrendo sozinhos e gostariam de ter a presença do pai ou da mãe por perto, ou até mesmo de irmãos que pudessem compartilhar das dificuldades ou de momentos de alegria! Aproveite a aula de hoje e reflita com seus alunos a respeito da família, um bem precioso que Deus nos concedeu. Diga aos seus alunos que devem demonstrar amor pela sua família e devem orar para que Deus alcance o coração daqueles que, porventura, ainda não estão salvos em Cristo.
Thiago Santos
Editor do Setor de Educação Cristã da CPAD
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Lição 13 - 2º Trimestre 2018 - A Igreja e o Movimento dos Desigrejados - Juvenis.

Lição 13 - A Igreja e o Movimento dos Desigrejados

 2º Trimestre de 2018
“[...] não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; tanto mais quanto vedes que vai se aproximando aquele Dia.” (Hb 10.25)

Esboço da Lição
1. UM NOVO MOVIMENTO
2. A IMPORTÂNCIA DA IGREJA
3. A SANTA CEIA E A COMUNHÃO DO CORPO DE CRISTO
4. SEMPRE EM COMUNHÃO

Objetivos
Compreender
 o que é o movimento dos desigrejados;
Mostrar a importância da Igreja;
Saber que precisamos estar em comunhão com a Igreja de Cristo.
    Querido (a) professor (a), chegamos ao final de mais um trimestre e a você que está lendo essas linhas, todo o nosso apoio e congratulações. Sabemos que não é largo o caminho em obediência ao chamado do Mestre e árduo é o trabalho de Semeador. Contudo, eterno e glorioso também o seu galardão. “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Co 15.58).
    Nesta última aula vamos abordar um triste questão do nosso tempo, o crescente número de desigrejados, que não apenas abandonam a comunhão numa casa espiritual, como também incentivam outros a fazerem o mesmo. Faz-se muito necessário abordar este tema em sala de aula, cada vez mais cedo. É vital que seus juvenis compreendam a importância de congregar.
    Portanto, além dos subsídios já oferecidos em sua revista, também lhe damos aqui uma rica sugestão. A fim de elucidar o entendimento de seus juvenis a respeito da importância da igreja, enquanto Corpo de Cristo, propomos uma dinâmica, com a qual de forma lúdica e eficiente, seus juvenis aprofundarão ainda melhor esta lição em sua memória e coração.
     Solicite cinco voluntários, após ter todos os candidatos explique: Um não poderá falar (coloque-lhe um esparadrapo na boca); outro não poderá ver (coloque-lhe uma venda nos olhos); o outro não poderá ouvir (coloque-lhe um fone de ouvido tocando um louvor bem alto); o quarto não poderá tocar (amarre-lhe as mãos, juntas palma com palma) e, por fim, o quinto não poderá andar (amarre-lhe os pés). Diga que agora eles terão de concluir algumas tarefas em um determinado tempo (de acordo com seu planejamento de aula) e TODOS precisarão executá-las juntos, nenhum dos cinco pode ficar para trás. Os demais alunos observarão se eles estão cumprindo as regras e cronometrarão o tempo. 
    As tarefas podem ser simples, elaboradas por você, de acordo com sua criatividade e realidade, mas com o objetivo de que todos necessitem cooperar um com o outro para concluí-las. Por exemplo: O aluno que estiver de olhos vendados deverá guiar os demais, em fila, até a outra ponta da sala para pegar um objeto, mas sem pisar nas fitas - coladas por você no chão antes do início da aula (assim ele precisará ouvir seus companheiros. E o que estiver de pés atados também precisará ser auxiliado para seguir o grupo). 
    Tal objeto deve estar dentro de uma caixa e o de olhos vendados precisará identificar com as mãos qual é, mas apenas o que não estiver ouvindo poderá dizer em voz alta o nome do objeto (toda a equipe fará mímica ou o que mais lhes ocorrer para que este entenda o que é necessário. Afinal, ele ficou sem ouvir antes de sua explicação. O objeto pode ser um cata-vento, um brinquedo ou o que você tiver fácil acesso, mas que não seja tão fácil de identificar).
    Em seguida, apenas o que não pode pegar, com as mãos atadas, deverá guardar o objeto na caixa, na outra ponta da sala. E desta vez, para a travessia, sob a mesma regra de não pisar nas fitas coladas no chão, quem guiará a fila será o que está de pés atados.
    Evidentemente, para todas estas realizações, eles precisarão de paciência, cooperação, criatividade e muito espírito de equipe. Será muito divertido e engraçado para eles. Deixe que riam a vontade, pois esta descontração na verdade facilita ainda mais a aplicabilidade e internalização das importantes mensagens e lições contidas na dinâmica.
    Ao final, frise estas lições deixando que os alunos que observaram também participem. Para tal, faça perguntas que os instigue: Eles teriam conseguido executar todas as tarefas sem a ajuda uns dos outros? O que não podia ver teria conseguido atravessar sozinho, sem pisar nos “obstáculos”? E o que não podia ouvir, sem auxílio, teria entendido todas as tarefas? O que não podia pegar conseguiria transpor o objeto sem nenhuma cooperação? E o que não podia andar, teria conseguido guiar o grupo sem a compreensão e paciência de todos? O que pudemos aprender com tudo isso?
   Conclua enfatizando que da mesma maneira que observamos na dinâmica, cada um de nós temos habilidades, dons e também limitações diferentes. Mas como Igreja, como o Corpo de Cristo, nós nos completamos e ajudamos uns aos outros, estando unidos e em harmonia. Fora do corpo qualquer membro cortado putrefaça, isto é morre e se decompõe.
    Para finalizar, peça que a classe leia, responsivamente, as passagens de 1 Coríntios 12.12-27 e Eclesiastes 4.9-12.
[...] assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.
Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.
Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?  E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo?
Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.
E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários.
E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra.
Porque os que em nós são mais honestos não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela, para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.
Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.
Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante.
Também se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.
    Ore com sua turma, clamando ao Senhor para que nenhum dos que estão hoje, em comunhão, se perca, seja arrancado do Corpo de Cristo ou mutile o mesmo, matando espiritualmente a si mesmo.
    O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Juvenis. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 13 - 3º Trimestre 2018 - Conselhos Para a Vida - Jovens.

Lição 13 - Conselhos Para a Vida

2º Trimestre de 2018
INTRODUÇÃO
I - O DEUS QUE FAZ O EXTRAORDINÁRIO POR NÓS
II - O QUE NÓS DEVEMOS FAZER PELOS IRMÃOS
III - COMO SEU LÍDER SE DESPEDIRÁ DE VOCÊS
CONCLUSÃO
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:

Pensar a respeito das maravilhosas obras de Deus;
Refletir a respeito do que devemos fazer por nossos irmãos;
Mostrar como deve ser a relação entre líderes e liderados.
Palavra-chave: Conselho.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio abaixo:
A parte final das duas epístolas aos tessalonicenses é dedicada a saudações finais calorosamente recomendadas. Não há, em ambos os textos, um desfecho dolorido ou áspero; pelo contrário, percebe-se, mais uma vez, o bom relacionamento entre Paulo e aqueles irmãos. Alguns detalhes marcam essas despedidas, como, por exemplo, a referência ao “ósculo santo” e o pedido de leitura coletiva do texto (o que ratifica o caráter epistolar do escrito), além do sentimento de gratidão que transborda em cada palavra.

Temos, assim, a despedida de um líder que, apesar de toda a tribulação que enfrentou, continua a lembrar daquela comunidade com alegria. Talvez, esta seja a lição mais relevante que o apóstolo concede-nos no momento final das cartas: não devemos permitir que as dores oriundas de fatores estranhos ao evangelho afastem-nos daqueles a quem Cristo tão sacrificialmente amou. Aprendamos, então, com Paulo, como nos despedir de quem amamos e anelamos saudosamente encontrar.

Paulo entre os Tessalonicenses: um Modelo de Liderança 

Quem finaliza as epístolas é Paulo, o apóstolo, aquele que ensinou aos tessalonicenses os fundamentos da fé. Temos, assim, nesse contexto histórico, um líder em pleno vigor ministerial — com uma atuação missionária riquíssima e bem-sucedida — e uma jovem comunidade, certamente com apenas alguns meses — talvez com, no máximo, dois ou três anos de fé em Cristo.

Mesmo assim, ao final de seu texto, Paulo roga aos irmãos: “[...] orai por nós” (1 Ts 5.25). Num contexto tão adoecedor como o nosso, onde as pessoas esforçam-se o tempo todo para parecerem fortes e autossuficientes, um pedido como esse soaria como fraqueza ou desespero.

Para Paulo e os tessalonicenses, um pedido como esse tinha uma repercussão completamente diferente. Soava como confiança mútua, como humildade do apóstolo, como reconhecimento de que ninguém é tão independente que não precise de amigos intercessores nos momentos de angústia e medo.

Provavelmente por isso, a relação entre Paulo e os tessalonicenses fluía com tamanha naturalidade: havia sinceridade, mutualidade e humildade. É de líderes como Paulo que as igrejas precisam mais e mais nos dias atuais; precisamos de pessoas que se apresentem como pessoas, e não como deuses.

A Igreja Contemporânea, os Ministérios de Liderança e as Doenças de nosso Tempo

Cada vez mais nos assusta o fato de que líderes evangélicos chegam, em números crescentes, à exaustão existencial. Tornou-se frequente as narrativas sobre depressão, estafa, altos níveis de ansiedade e até mesmo suicídio de pessoas que atuam em ministérios de liderança.

A cultura de competitividade que impera em nossa sociedade adentrou a igreja em várias comunidades. Já existem lideranças gerais de grandes denominações que exigem de seus pastores locais o cumprimento de determinadas “metas”, que vão desde um determinado número de pessoas batizadas nas águas por ano, até a arrecadação mensal de valores destinados a campanhas faraônicas, cujo fim nunca chega, mas que produzem elevados índices de ansiedade.

Muitos líderes, no afã de realizarem suas vocações com maestria e dedicação, tomam a corajosa, porém comprometedora decisão, de abandonarem suas carreiras profissionais para dedicarem-se exclusivamente às inúmeras tarefas que se exige de um líder ministerial ou de um pastor local. Merece destaque o fato de que — como, inclusive, já problematizamos em páginas anteriores — alguns indivíduos usam de má-fé ao enveredarem pelo caminho de viverem integralmente para e da obra; contudo, e essa ressalva precisa ser feita em respeito à imensa maioria daqueles que servem a Deus com integridade, o grande número daqueles que decidem trabalhar unicamente nas atividades eclesiásticas doam e doam-se mais do que ganham.

Num país desigual como o nosso e com altas taxas de desemprego, renunciar um salário mensal, uma carreira promissora e a certeza de uma aposentadoria é algo que só alguém motivado pelas boas intenções do Reino é capaz de fazer. Há, dessa forma, um exército de famílias — pois seria injusto excluir esposas e filhos dessa conta — que dependem diretamente daquilo que recebem da administração eclesiástica. É aqui que os adoecimentos encontram sua justificativa social e econômica.

Refletindo exatamente sobre essa condição vitimizada do líder, Ebert e Soboll, por meio de uma análise de uma série de entrevistas realizadas, atestam que:
“Tinha um professor de seminário que dizia ‘o pastor tem que tomar muito cuidado que ele é como um soldado na guerra. Se ele comete falhas, ele está sujeito a morrer'. Então é uma vida de extrema tensão, isso, sem dúvida, que se você é uma pessoa muito visada. O pastor é uma pessoa visada” (55 anos, sexo masculino, 30 anos de trabalho pastoral).
Este relato apresenta semelhanças a uma guerra a qual, descrita por Dejours (2001, p.14), é travada sem recurso às armas, mas que implica “sacrifícios individuais consentidos pelas pessoas e sacrifícios coletivos em altas instâncias, em nome da razão econômica”. O autor afirma que nessa guerra o fundamental é o desenvolvimento da competitividade e que só permanecem os aptos para o combate, ou seja, que suportem a exigência de “desempenhos sempre superiores em termos de produtividade, de disponibilidade, de disciplina e de abnegação” (Dejours, 2001, p.13). Dessa forma, observa-se no trabalho pastoral a mesma lógica de mercado produtivo, em que o trabalhador é descartável e precisa produzir de acordo com os interesses da organização, a qual associa a manutenção do espaço de trabalho com a condição de que o pastor seja multifuncional em suas tarefas e altamente produtivo. (EBERT e SOBOLL, 2009, p.203)
Muitos líderes vivem debaixo de opressões terríveis e ameaças constantes de liderados que, mesmo longe da vontade de Deus, exigem prestígio e honra à custa de suntuosas ofertas.

O que acontece quando um líder fica refém de uma numerosa família que, apesar de ter pessoas envolvidas em escândalos e pecados, exige — leia-se isso mesmo, EXIGE — que tudo seja jogado debaixo do tapete sob a ameaça de todas as contribuições financeiras serem retidas? Quando um líder cede a esse tipo de chantagem, seu ministério está falido.

Para outros líderes, o problema está na estrutura administrativa, a qual, na maioria dos casos, não está sob o controle da liderança local e constrói uma cultura da punição. Líderes locais que não obedecem cega e alienadamente às suas lideranças maiores são retiradas de suas comunidades de maneira arbitrária; a outros são impostas exigências de uma natureza tão desumana, que forçam os mesmos a desistirem de seus ministérios.

Na balança da desigualdade, o Reino de Deus é posto de lado em muitos casos, e impera apenas o nefasto governo dos homens. É evidente que existe um Senhor no céu, cuja justiça Ele fará valer sobre toda a terra; entretanto, não podemos fazer-nos de cegos ante os abusos e injustiças que são cometidos em nome de Deus, de uma suposta visão e de uma irracional ânsia por poder.

Diante de um quadro tão dramático como esse, como fica alguém que amorosamente renunciou um projeto pessoal de desenvolvimento profissional? É desesperador imaginar que alguns santos homens e mulheres estão à mercê dos caprichos e humores de lideranças gerais que estão fora da vontade de Deus.

A que condições de humilhação um homem que, por exemplo, tenha dedicado vinte, trinta anos de sua vida ao serviço de Deus é capaz de submeter-se ao perceber que não há mais nenhuma possibilidade de retornar ao mercado de trabalho?

Ora, num país onde se discute ferrenhamente ações para reestruturar o modelo previdenciário, sob a alegação de que este não se sustenta a médio-longo prazo, o que pensar sobre o futuro de anciãos dentro da estrutura administrativo-eclesiástica contemporânea onde se insiste em não se discutir sobre o comprometimento social e econômico que as igrejas precisam ter com essas pessoas?

O que será desse conjunto de líderes que, depois de servirem a vida toda a comunidades locais, não recebe qualquer tipo de auxílio financeiro para garantir-lhe um envelhecimento digno? Projetar o futuro nessas condições adoece qualquer pessoa, por mais espiritual e madura que seja.

É um fato que a esmagadora maioria das igrejas não possui um serviço de atendimento psicológico voltado para o público que trabalha na liderança de ministérios. Além disso, nossa cultura exageradamente preconceituosa ainda associa o adoecimento psicológico a demonismo, ou, em alguns casos, à fraqueza de caráter.

Por tais motivos, o número de líderes adoecidos emocional e psicologicamente é preocupante. Como alguém com feridas e dores insuportáveis em seu ser será capaz de cuidar de outras pessoas? E, afinal de contas, quem deve zelar pela saúde dos líderes? A quem a liderança local de uma comunidade pode ou deve recorrer em um momento de crise? A clareza nas respostas das questões acima pode ser o primeiro passo para apoiar alguém em contínuo sofrimento emocional.

Sobre o papel que a religiosidade pode exercer sobre os indivíduos, Mano, em concordância com Dalgalarrondo, assevera que:
Dalgalarrondo (2008), ao apresentar uma das dimensões a respeito dos aspectos “positivos e negativos” da religião na vida das pessoas, exemplifica que, assim como na família, no casamento e no trabalho e nos demais constructos socioculturais, haverá sempre essa dimensão contraditória do positivo e do negativo. Quando vivida de maneira saudável, por exemplo, a religião atua como papel positivo de proteção em relação aos transtornos; por outro lado, pode intensificar e desencadear transtornos... (MANO, 2010, p.163)
Por tradição, os líderes pentecostais são envoltos em uma área de santidade e inviolabilidade extremas. Tal estereótipo, muitas vezes alimentado pelo próprio líder, torna-se um perigoso caminho para consolidação e cristalização da condição de sofrimento.

Urge repensarmos nossa prática ministerial de liderança, para, assim, resguardarmos a integridade psicoemocional de nossos líderes atuais. Chega de tratarmos a obra de Deus por meio de categorias como produtividade, metas ou acúmulo de riquezas. É hora de retornarmos aos basilares princípios da graça, misericórdia e bondade.
A Questão do Ósculo Santo como um Traço Cultural da Sociedade Tessalonicense

A recomendação final de Paulo quanto à saudação com ósculo (1 Ts 5.26) não é uma exclusividade para com os tessalonicenses; ele também faz recomendações idênticas às igrejas em Corinto (1 Co 16.20; 2 Co 13.12) e Roma (Rm 16.16). Deve-se notar, no entanto, que esse tipo de saudação era algo habitual entre as comunidades orientais daquele contexto histórico; tanto que Pedro também faz menção desse mesmo tipo de saudação (1 Pe 5.14).

Além disso, podemos perceber que Jesus, durante seu ministério, também se utilizava da saudação com ósculo, tanto que o traidor Judas sinaliza a identidade do Mestre por meio de um beijo (Mt 26.48; Mc 14.44; Lc 22.47); também, durante a gratidão que Jesus faz à mulher na casa do fariseu (Lc 7.45), Ele demonstra que aquela não pode ser repreendida, visto que ela beija os pés do Mestre humildemente, enquanto que o anfitrião sequer saudou o convidado com um beijo de recepção.

O beijo, φίλημα em grego, era uma tradicional saudação tanto entre judeus como entre pagãos; por isso, tornou-se uma prática comum no paleocristianismo. Inclusive, é importante ressaltar que, no contexto do cristianismo primitivo, o beijo ritualístico foi incorporado em determinadas práticas litúrgicas oficialmente pela Igreja.

Sobre essa temática do ósculo, Airhart defende que:
Saudai a todos os irmãos com ósculo (“beijo”, BAB, NTLH, NVI) santo (26). O modo costumeiro de trocar saudações pessoais naquela sociedade era pelo beijo. Entre os cristãos era um ósculo santo, porque simbolizava o amor cristão e a unidade em Cristo. Na igreja, a prática assumiu posteriormente significação formal e litúrgica. Paulo está dizendo: “Dai minhas mais amáveis saudações pessoais a todos”. Phillips dá uma conotação moderna com: “Cumprimentem-se com um aperto de mãos por toda a irmandade” (CH) (BEACON, 2006, p.402)
Por exemplo, Justino — um dos pais da Igreja — informa-nos em sua Apologia1 que, tradicionalmente após os batismos, se realizava imediatamente a celebração da ceia do Senhor, em memória do sacrifício de Jesus e para conceder aos novos ingressantes na comunidade cristã a oportunidade de participar desta que é a mais importante cerimônia cúltica do cristianismo.

Após o batismo, o novo convertido era conduzido a uma reunião de oração, na qual, ao seu final, o recém-ingressante na comunidade era saudado com ósculos, os quais eram tradicionalmente denominados de “ósculos da paz”.

Fazer menção de tal saudação para com os irmãos demonstra apenas o grau de proximidade que havia entre Paulo e os irmãos em Tessalônica. Todo e qualquer esforço para impor uma tradição cultural como esta como dogma comportamental no culto cristão hoje, ou, mais especificamente, em nossa cultura evangélica brasileira contemporânea, soaria como um total desconhecimento das tradições culturais das comunidades nos tempos apostólicos e um considerável desrespeito aos costumes das igrejas locais atuais.

É claro que o “ósculo santo” ainda é uma tradição em culturas atuais; isso porque naturalmente, entre esses povos, suas tradições interpessoais acolhem tais práticas — até mesmo independentemente de qualquer influência cristã. O que não se pode acatar é a imposição de uma prática cultural local como regra a ser imposta como verdade doutrinária.
Conclusão

A convivência de Paulo com os tessalonicenses deve servir-nos de modelo para o estabelecimento de nossas relações interpessoais; tanto como líderes e liderados, como entre pessoas e instituições — questão bastante comum, porém extremamente complexa em nossos dias.Precisamos constantemente de apoio e cuidado. Se não obtivermos os mesmos por meio de nossos relacionamentos, que também se constituem na igreja local, onde mais alcançaremos o equilíbrio emocional, que é tão importante para cada um de nós?
*Este subsídio foi extraído de BRAZIL, Thiago. A Igreja do Arrebatamento: O Padrão dos Tessalonicenses para Estes Últimos Dias.  1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

1 JUSTINO DE ROMA. I Apologia. São Paulo: Paulus, 1995.LXV.1-2.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
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