Lição 13 - Conselhos Para a Vida
2º Trimestre de 2018
INTRODUÇÃO
I - O DEUS QUE FAZ O EXTRAORDINÁRIO POR NÓS
II - O QUE NÓS DEVEMOS FAZER PELOS IRMÃOS
III - COMO SEU LÍDER SE DESPEDIRÁ DE VOCÊS
CONCLUSÃO
I - O DEUS QUE FAZ O EXTRAORDINÁRIO POR NÓS
II - O QUE NÓS DEVEMOS FAZER PELOS IRMÃOS
III - COMO SEU LÍDER SE DESPEDIRÁ DE VOCÊS
CONCLUSÃO
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Pensar a respeito das maravilhosas obras de Deus;
Refletir a respeito do que devemos fazer por nossos irmãos;
Mostrar como deve ser a relação entre líderes e liderados.
Pensar a respeito das maravilhosas obras de Deus;
Refletir a respeito do que devemos fazer por nossos irmãos;
Mostrar como deve ser a relação entre líderes e liderados.
Palavra-chave: Conselho.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio abaixo:
A parte final das duas epístolas aos tessalonicenses é dedicada a saudações finais calorosamente recomendadas. Não há, em ambos os textos, um desfecho dolorido ou áspero; pelo contrário, percebe-se, mais uma vez, o bom relacionamento entre Paulo e aqueles irmãos. Alguns detalhes marcam essas despedidas, como, por exemplo, a referência ao “ósculo santo” e o pedido de leitura coletiva do texto (o que ratifica o caráter epistolar do escrito), além do sentimento de gratidão que transborda em cada palavra.
Temos, assim, a despedida de um líder que, apesar de toda a tribulação que enfrentou, continua a lembrar daquela comunidade com alegria. Talvez, esta seja a lição mais relevante que o apóstolo concede-nos no momento final das cartas: não devemos permitir que as dores oriundas de fatores estranhos ao evangelho afastem-nos daqueles a quem Cristo tão sacrificialmente amou. Aprendamos, então, com Paulo, como nos despedir de quem amamos e anelamos saudosamente encontrar.
Paulo entre os Tessalonicenses: um Modelo de Liderança
Quem finaliza as epístolas é Paulo, o apóstolo, aquele que ensinou aos tessalonicenses os fundamentos da fé. Temos, assim, nesse contexto histórico, um líder em pleno vigor ministerial — com uma atuação missionária riquíssima e bem-sucedida — e uma jovem comunidade, certamente com apenas alguns meses — talvez com, no máximo, dois ou três anos de fé em Cristo.
Mesmo assim, ao final de seu texto, Paulo roga aos irmãos: “[...] orai por nós” (1 Ts 5.25). Num contexto tão adoecedor como o nosso, onde as pessoas esforçam-se o tempo todo para parecerem fortes e autossuficientes, um pedido como esse soaria como fraqueza ou desespero.
Para Paulo e os tessalonicenses, um pedido como esse tinha uma repercussão completamente diferente. Soava como confiança mútua, como humildade do apóstolo, como reconhecimento de que ninguém é tão independente que não precise de amigos intercessores nos momentos de angústia e medo.
Provavelmente por isso, a relação entre Paulo e os tessalonicenses fluía com tamanha naturalidade: havia sinceridade, mutualidade e humildade. É de líderes como Paulo que as igrejas precisam mais e mais nos dias atuais; precisamos de pessoas que se apresentem como pessoas, e não como deuses.
A Igreja Contemporânea, os Ministérios de Liderança e as Doenças de nosso Tempo
Cada vez mais nos assusta o fato de que líderes evangélicos chegam, em números crescentes, à exaustão existencial. Tornou-se frequente as narrativas sobre depressão, estafa, altos níveis de ansiedade e até mesmo suicídio de pessoas que atuam em ministérios de liderança.
A cultura de competitividade que impera em nossa sociedade adentrou a igreja em várias comunidades. Já existem lideranças gerais de grandes denominações que exigem de seus pastores locais o cumprimento de determinadas “metas”, que vão desde um determinado número de pessoas batizadas nas águas por ano, até a arrecadação mensal de valores destinados a campanhas faraônicas, cujo fim nunca chega, mas que produzem elevados índices de ansiedade.
Muitos líderes, no afã de realizarem suas vocações com maestria e dedicação, tomam a corajosa, porém comprometedora decisão, de abandonarem suas carreiras profissionais para dedicarem-se exclusivamente às inúmeras tarefas que se exige de um líder ministerial ou de um pastor local. Merece destaque o fato de que — como, inclusive, já problematizamos em páginas anteriores — alguns indivíduos usam de má-fé ao enveredarem pelo caminho de viverem integralmente para e da obra; contudo, e essa ressalva precisa ser feita em respeito à imensa maioria daqueles que servem a Deus com integridade, o grande número daqueles que decidem trabalhar unicamente nas atividades eclesiásticas doam e doam-se mais do que ganham.
Num país desigual como o nosso e com altas taxas de desemprego, renunciar um salário mensal, uma carreira promissora e a certeza de uma aposentadoria é algo que só alguém motivado pelas boas intenções do Reino é capaz de fazer. Há, dessa forma, um exército de famílias — pois seria injusto excluir esposas e filhos dessa conta — que dependem diretamente daquilo que recebem da administração eclesiástica. É aqui que os adoecimentos encontram sua justificativa social e econômica.
Refletindo exatamente sobre essa condição vitimizada do líder, Ebert e Soboll, por meio de uma análise de uma série de entrevistas realizadas, atestam que:
Temos, assim, a despedida de um líder que, apesar de toda a tribulação que enfrentou, continua a lembrar daquela comunidade com alegria. Talvez, esta seja a lição mais relevante que o apóstolo concede-nos no momento final das cartas: não devemos permitir que as dores oriundas de fatores estranhos ao evangelho afastem-nos daqueles a quem Cristo tão sacrificialmente amou. Aprendamos, então, com Paulo, como nos despedir de quem amamos e anelamos saudosamente encontrar.
Paulo entre os Tessalonicenses: um Modelo de Liderança
Quem finaliza as epístolas é Paulo, o apóstolo, aquele que ensinou aos tessalonicenses os fundamentos da fé. Temos, assim, nesse contexto histórico, um líder em pleno vigor ministerial — com uma atuação missionária riquíssima e bem-sucedida — e uma jovem comunidade, certamente com apenas alguns meses — talvez com, no máximo, dois ou três anos de fé em Cristo.
Mesmo assim, ao final de seu texto, Paulo roga aos irmãos: “[...] orai por nós” (1 Ts 5.25). Num contexto tão adoecedor como o nosso, onde as pessoas esforçam-se o tempo todo para parecerem fortes e autossuficientes, um pedido como esse soaria como fraqueza ou desespero.
Para Paulo e os tessalonicenses, um pedido como esse tinha uma repercussão completamente diferente. Soava como confiança mútua, como humildade do apóstolo, como reconhecimento de que ninguém é tão independente que não precise de amigos intercessores nos momentos de angústia e medo.
Provavelmente por isso, a relação entre Paulo e os tessalonicenses fluía com tamanha naturalidade: havia sinceridade, mutualidade e humildade. É de líderes como Paulo que as igrejas precisam mais e mais nos dias atuais; precisamos de pessoas que se apresentem como pessoas, e não como deuses.
A Igreja Contemporânea, os Ministérios de Liderança e as Doenças de nosso Tempo
Cada vez mais nos assusta o fato de que líderes evangélicos chegam, em números crescentes, à exaustão existencial. Tornou-se frequente as narrativas sobre depressão, estafa, altos níveis de ansiedade e até mesmo suicídio de pessoas que atuam em ministérios de liderança.
A cultura de competitividade que impera em nossa sociedade adentrou a igreja em várias comunidades. Já existem lideranças gerais de grandes denominações que exigem de seus pastores locais o cumprimento de determinadas “metas”, que vão desde um determinado número de pessoas batizadas nas águas por ano, até a arrecadação mensal de valores destinados a campanhas faraônicas, cujo fim nunca chega, mas que produzem elevados índices de ansiedade.
Muitos líderes, no afã de realizarem suas vocações com maestria e dedicação, tomam a corajosa, porém comprometedora decisão, de abandonarem suas carreiras profissionais para dedicarem-se exclusivamente às inúmeras tarefas que se exige de um líder ministerial ou de um pastor local. Merece destaque o fato de que — como, inclusive, já problematizamos em páginas anteriores — alguns indivíduos usam de má-fé ao enveredarem pelo caminho de viverem integralmente para e da obra; contudo, e essa ressalva precisa ser feita em respeito à imensa maioria daqueles que servem a Deus com integridade, o grande número daqueles que decidem trabalhar unicamente nas atividades eclesiásticas doam e doam-se mais do que ganham.
Num país desigual como o nosso e com altas taxas de desemprego, renunciar um salário mensal, uma carreira promissora e a certeza de uma aposentadoria é algo que só alguém motivado pelas boas intenções do Reino é capaz de fazer. Há, dessa forma, um exército de famílias — pois seria injusto excluir esposas e filhos dessa conta — que dependem diretamente daquilo que recebem da administração eclesiástica. É aqui que os adoecimentos encontram sua justificativa social e econômica.
Refletindo exatamente sobre essa condição vitimizada do líder, Ebert e Soboll, por meio de uma análise de uma série de entrevistas realizadas, atestam que:
“Tinha um professor de seminário que dizia ‘o pastor tem que tomar muito cuidado que ele é como um soldado na guerra. Se ele comete falhas, ele está sujeito a morrer'. Então é uma vida de extrema tensão, isso, sem dúvida, que se você é uma pessoa muito visada. O pastor é uma pessoa visada” (55 anos, sexo masculino, 30 anos de trabalho pastoral).
Este relato apresenta semelhanças a uma guerra a qual, descrita por Dejours (2001, p.14), é travada sem recurso às armas, mas que implica “sacrifícios individuais consentidos pelas pessoas e sacrifícios coletivos em altas instâncias, em nome da razão econômica”. O autor afirma que nessa guerra o fundamental é o desenvolvimento da competitividade e que só permanecem os aptos para o combate, ou seja, que suportem a exigência de “desempenhos sempre superiores em termos de produtividade, de disponibilidade, de disciplina e de abnegação” (Dejours, 2001, p.13). Dessa forma, observa-se no trabalho pastoral a mesma lógica de mercado produtivo, em que o trabalhador é descartável e precisa produzir de acordo com os interesses da organização, a qual associa a manutenção do espaço de trabalho com a condição de que o pastor seja multifuncional em suas tarefas e altamente produtivo. (EBERT e SOBOLL, 2009, p.203)
Muitos líderes vivem debaixo de opressões terríveis e ameaças constantes de liderados que, mesmo longe da vontade de Deus, exigem prestígio e honra à custa de suntuosas ofertas.
O que acontece quando um líder fica refém de uma numerosa família que, apesar de ter pessoas envolvidas em escândalos e pecados, exige — leia-se isso mesmo, EXIGE — que tudo seja jogado debaixo do tapete sob a ameaça de todas as contribuições financeiras serem retidas? Quando um líder cede a esse tipo de chantagem, seu ministério está falido.
Para outros líderes, o problema está na estrutura administrativa, a qual, na maioria dos casos, não está sob o controle da liderança local e constrói uma cultura da punição. Líderes locais que não obedecem cega e alienadamente às suas lideranças maiores são retiradas de suas comunidades de maneira arbitrária; a outros são impostas exigências de uma natureza tão desumana, que forçam os mesmos a desistirem de seus ministérios.
Na balança da desigualdade, o Reino de Deus é posto de lado em muitos casos, e impera apenas o nefasto governo dos homens. É evidente que existe um Senhor no céu, cuja justiça Ele fará valer sobre toda a terra; entretanto, não podemos fazer-nos de cegos ante os abusos e injustiças que são cometidos em nome de Deus, de uma suposta visão e de uma irracional ânsia por poder.
Diante de um quadro tão dramático como esse, como fica alguém que amorosamente renunciou um projeto pessoal de desenvolvimento profissional? É desesperador imaginar que alguns santos homens e mulheres estão à mercê dos caprichos e humores de lideranças gerais que estão fora da vontade de Deus.
A que condições de humilhação um homem que, por exemplo, tenha dedicado vinte, trinta anos de sua vida ao serviço de Deus é capaz de submeter-se ao perceber que não há mais nenhuma possibilidade de retornar ao mercado de trabalho?
Ora, num país onde se discute ferrenhamente ações para reestruturar o modelo previdenciário, sob a alegação de que este não se sustenta a médio-longo prazo, o que pensar sobre o futuro de anciãos dentro da estrutura administrativo-eclesiástica contemporânea onde se insiste em não se discutir sobre o comprometimento social e econômico que as igrejas precisam ter com essas pessoas?
O que será desse conjunto de líderes que, depois de servirem a vida toda a comunidades locais, não recebe qualquer tipo de auxílio financeiro para garantir-lhe um envelhecimento digno? Projetar o futuro nessas condições adoece qualquer pessoa, por mais espiritual e madura que seja.
É um fato que a esmagadora maioria das igrejas não possui um serviço de atendimento psicológico voltado para o público que trabalha na liderança de ministérios. Além disso, nossa cultura exageradamente preconceituosa ainda associa o adoecimento psicológico a demonismo, ou, em alguns casos, à fraqueza de caráter.
Por tais motivos, o número de líderes adoecidos emocional e psicologicamente é preocupante. Como alguém com feridas e dores insuportáveis em seu ser será capaz de cuidar de outras pessoas? E, afinal de contas, quem deve zelar pela saúde dos líderes? A quem a liderança local de uma comunidade pode ou deve recorrer em um momento de crise? A clareza nas respostas das questões acima pode ser o primeiro passo para apoiar alguém em contínuo sofrimento emocional.
Sobre o papel que a religiosidade pode exercer sobre os indivíduos, Mano, em concordância com Dalgalarrondo, assevera que:
O que acontece quando um líder fica refém de uma numerosa família que, apesar de ter pessoas envolvidas em escândalos e pecados, exige — leia-se isso mesmo, EXIGE — que tudo seja jogado debaixo do tapete sob a ameaça de todas as contribuições financeiras serem retidas? Quando um líder cede a esse tipo de chantagem, seu ministério está falido.
Para outros líderes, o problema está na estrutura administrativa, a qual, na maioria dos casos, não está sob o controle da liderança local e constrói uma cultura da punição. Líderes locais que não obedecem cega e alienadamente às suas lideranças maiores são retiradas de suas comunidades de maneira arbitrária; a outros são impostas exigências de uma natureza tão desumana, que forçam os mesmos a desistirem de seus ministérios.
Na balança da desigualdade, o Reino de Deus é posto de lado em muitos casos, e impera apenas o nefasto governo dos homens. É evidente que existe um Senhor no céu, cuja justiça Ele fará valer sobre toda a terra; entretanto, não podemos fazer-nos de cegos ante os abusos e injustiças que são cometidos em nome de Deus, de uma suposta visão e de uma irracional ânsia por poder.
Diante de um quadro tão dramático como esse, como fica alguém que amorosamente renunciou um projeto pessoal de desenvolvimento profissional? É desesperador imaginar que alguns santos homens e mulheres estão à mercê dos caprichos e humores de lideranças gerais que estão fora da vontade de Deus.
A que condições de humilhação um homem que, por exemplo, tenha dedicado vinte, trinta anos de sua vida ao serviço de Deus é capaz de submeter-se ao perceber que não há mais nenhuma possibilidade de retornar ao mercado de trabalho?
Ora, num país onde se discute ferrenhamente ações para reestruturar o modelo previdenciário, sob a alegação de que este não se sustenta a médio-longo prazo, o que pensar sobre o futuro de anciãos dentro da estrutura administrativo-eclesiástica contemporânea onde se insiste em não se discutir sobre o comprometimento social e econômico que as igrejas precisam ter com essas pessoas?
O que será desse conjunto de líderes que, depois de servirem a vida toda a comunidades locais, não recebe qualquer tipo de auxílio financeiro para garantir-lhe um envelhecimento digno? Projetar o futuro nessas condições adoece qualquer pessoa, por mais espiritual e madura que seja.
É um fato que a esmagadora maioria das igrejas não possui um serviço de atendimento psicológico voltado para o público que trabalha na liderança de ministérios. Além disso, nossa cultura exageradamente preconceituosa ainda associa o adoecimento psicológico a demonismo, ou, em alguns casos, à fraqueza de caráter.
Por tais motivos, o número de líderes adoecidos emocional e psicologicamente é preocupante. Como alguém com feridas e dores insuportáveis em seu ser será capaz de cuidar de outras pessoas? E, afinal de contas, quem deve zelar pela saúde dos líderes? A quem a liderança local de uma comunidade pode ou deve recorrer em um momento de crise? A clareza nas respostas das questões acima pode ser o primeiro passo para apoiar alguém em contínuo sofrimento emocional.
Sobre o papel que a religiosidade pode exercer sobre os indivíduos, Mano, em concordância com Dalgalarrondo, assevera que:
Dalgalarrondo (2008), ao apresentar uma das dimensões a respeito dos aspectos “positivos e negativos” da religião na vida das pessoas, exemplifica que, assim como na família, no casamento e no trabalho e nos demais constructos socioculturais, haverá sempre essa dimensão contraditória do positivo e do negativo. Quando vivida de maneira saudável, por exemplo, a religião atua como papel positivo de proteção em relação aos transtornos; por outro lado, pode intensificar e desencadear transtornos... (MANO, 2010, p.163)
Por tradição, os líderes pentecostais são envoltos em uma área de santidade e inviolabilidade extremas. Tal estereótipo, muitas vezes alimentado pelo próprio líder, torna-se um perigoso caminho para consolidação e cristalização da condição de sofrimento.
Urge repensarmos nossa prática ministerial de liderança, para, assim, resguardarmos a integridade psicoemocional de nossos líderes atuais. Chega de tratarmos a obra de Deus por meio de categorias como produtividade, metas ou acúmulo de riquezas. É hora de retornarmos aos basilares princípios da graça, misericórdia e bondade.
Urge repensarmos nossa prática ministerial de liderança, para, assim, resguardarmos a integridade psicoemocional de nossos líderes atuais. Chega de tratarmos a obra de Deus por meio de categorias como produtividade, metas ou acúmulo de riquezas. É hora de retornarmos aos basilares princípios da graça, misericórdia e bondade.
A Questão do Ósculo Santo como um Traço Cultural da Sociedade Tessalonicense
A recomendação final de Paulo quanto à saudação com ósculo (1 Ts 5.26) não é uma exclusividade para com os tessalonicenses; ele também faz recomendações idênticas às igrejas em Corinto (1 Co 16.20; 2 Co 13.12) e Roma (Rm 16.16). Deve-se notar, no entanto, que esse tipo de saudação era algo habitual entre as comunidades orientais daquele contexto histórico; tanto que Pedro também faz menção desse mesmo tipo de saudação (1 Pe 5.14).
Além disso, podemos perceber que Jesus, durante seu ministério, também se utilizava da saudação com ósculo, tanto que o traidor Judas sinaliza a identidade do Mestre por meio de um beijo (Mt 26.48; Mc 14.44; Lc 22.47); também, durante a gratidão que Jesus faz à mulher na casa do fariseu (Lc 7.45), Ele demonstra que aquela não pode ser repreendida, visto que ela beija os pés do Mestre humildemente, enquanto que o anfitrião sequer saudou o convidado com um beijo de recepção.
O beijo, φίλημα em grego, era uma tradicional saudação tanto entre judeus como entre pagãos; por isso, tornou-se uma prática comum no paleocristianismo. Inclusive, é importante ressaltar que, no contexto do cristianismo primitivo, o beijo ritualístico foi incorporado em determinadas práticas litúrgicas oficialmente pela Igreja.
Sobre essa temática do ósculo, Airhart defende que:
A recomendação final de Paulo quanto à saudação com ósculo (1 Ts 5.26) não é uma exclusividade para com os tessalonicenses; ele também faz recomendações idênticas às igrejas em Corinto (1 Co 16.20; 2 Co 13.12) e Roma (Rm 16.16). Deve-se notar, no entanto, que esse tipo de saudação era algo habitual entre as comunidades orientais daquele contexto histórico; tanto que Pedro também faz menção desse mesmo tipo de saudação (1 Pe 5.14).
Além disso, podemos perceber que Jesus, durante seu ministério, também se utilizava da saudação com ósculo, tanto que o traidor Judas sinaliza a identidade do Mestre por meio de um beijo (Mt 26.48; Mc 14.44; Lc 22.47); também, durante a gratidão que Jesus faz à mulher na casa do fariseu (Lc 7.45), Ele demonstra que aquela não pode ser repreendida, visto que ela beija os pés do Mestre humildemente, enquanto que o anfitrião sequer saudou o convidado com um beijo de recepção.
O beijo, φίλημα em grego, era uma tradicional saudação tanto entre judeus como entre pagãos; por isso, tornou-se uma prática comum no paleocristianismo. Inclusive, é importante ressaltar que, no contexto do cristianismo primitivo, o beijo ritualístico foi incorporado em determinadas práticas litúrgicas oficialmente pela Igreja.
Sobre essa temática do ósculo, Airhart defende que:
Saudai a todos os irmãos com ósculo (“beijo”, BAB, NTLH, NVI) santo (26). O modo costumeiro de trocar saudações pessoais naquela sociedade era pelo beijo. Entre os cristãos era um ósculo santo, porque simbolizava o amor cristão e a unidade em Cristo. Na igreja, a prática assumiu posteriormente significação formal e litúrgica. Paulo está dizendo: “Dai minhas mais amáveis saudações pessoais a todos”. Phillips dá uma conotação moderna com: “Cumprimentem-se com um aperto de mãos por toda a irmandade” (CH) (BEACON, 2006, p.402)
Por exemplo, Justino — um dos pais da Igreja — informa-nos em sua Apologia1 que, tradicionalmente após os batismos, se realizava imediatamente a celebração da ceia do Senhor, em memória do sacrifício de Jesus e para conceder aos novos ingressantes na comunidade cristã a oportunidade de participar desta que é a mais importante cerimônia cúltica do cristianismo.
Após o batismo, o novo convertido era conduzido a uma reunião de oração, na qual, ao seu final, o recém-ingressante na comunidade era saudado com ósculos, os quais eram tradicionalmente denominados de “ósculos da paz”.
Fazer menção de tal saudação para com os irmãos demonstra apenas o grau de proximidade que havia entre Paulo e os irmãos em Tessalônica. Todo e qualquer esforço para impor uma tradição cultural como esta como dogma comportamental no culto cristão hoje, ou, mais especificamente, em nossa cultura evangélica brasileira contemporânea, soaria como um total desconhecimento das tradições culturais das comunidades nos tempos apostólicos e um considerável desrespeito aos costumes das igrejas locais atuais.
É claro que o “ósculo santo” ainda é uma tradição em culturas atuais; isso porque naturalmente, entre esses povos, suas tradições interpessoais acolhem tais práticas — até mesmo independentemente de qualquer influência cristã. O que não se pode acatar é a imposição de uma prática cultural local como regra a ser imposta como verdade doutrinária.
Após o batismo, o novo convertido era conduzido a uma reunião de oração, na qual, ao seu final, o recém-ingressante na comunidade era saudado com ósculos, os quais eram tradicionalmente denominados de “ósculos da paz”.
Fazer menção de tal saudação para com os irmãos demonstra apenas o grau de proximidade que havia entre Paulo e os irmãos em Tessalônica. Todo e qualquer esforço para impor uma tradição cultural como esta como dogma comportamental no culto cristão hoje, ou, mais especificamente, em nossa cultura evangélica brasileira contemporânea, soaria como um total desconhecimento das tradições culturais das comunidades nos tempos apostólicos e um considerável desrespeito aos costumes das igrejas locais atuais.
É claro que o “ósculo santo” ainda é uma tradição em culturas atuais; isso porque naturalmente, entre esses povos, suas tradições interpessoais acolhem tais práticas — até mesmo independentemente de qualquer influência cristã. O que não se pode acatar é a imposição de uma prática cultural local como regra a ser imposta como verdade doutrinária.
Conclusão
A convivência de Paulo com os tessalonicenses deve servir-nos de modelo para o estabelecimento de nossas relações interpessoais; tanto como líderes e liderados, como entre pessoas e instituições — questão bastante comum, porém extremamente complexa em nossos dias.Precisamos constantemente de apoio e cuidado. Se não obtivermos os mesmos por meio de nossos relacionamentos, que também se constituem na igreja local, onde mais alcançaremos o equilíbrio emocional, que é tão importante para cada um de nós?
A convivência de Paulo com os tessalonicenses deve servir-nos de modelo para o estabelecimento de nossas relações interpessoais; tanto como líderes e liderados, como entre pessoas e instituições — questão bastante comum, porém extremamente complexa em nossos dias.Precisamos constantemente de apoio e cuidado. Se não obtivermos os mesmos por meio de nossos relacionamentos, que também se constituem na igreja local, onde mais alcançaremos o equilíbrio emocional, que é tão importante para cada um de nós?
*Este subsídio foi extraído de BRAZIL, Thiago. A Igreja do Arrebatamento: O Padrão dos Tessalonicenses para Estes Últimos Dias. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
1 JUSTINO DE ROMA. I Apologia. São Paulo: Paulus, 1995.LXV.1-2.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.
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