terça-feira, 19 de novembro de 2019

Lição 08 - 4º Trimestre 2019 - A Cura de Eneias e a Ressurreição de Tabita - Jovens.

Lição 8 - A Cura de Eneias e a Ressurreição de Tabita 

4º Trimestre de 2019
Introdução
I- Um encontro inesperado no caminho;
II-A visita de Ananias;
III-Um novo tempo de Deus para Saulo.
Conclusão

Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Mostrar como se deu a cura de Eneias;
Ressaltar a importância do trabalho feito por Dorcas;
Refletir a respeito do milagre da ressurreição de Dorcas.
Palavras-chave: Poder, cura e salvação.
Após o relato da conversão de Saulo e o início de seu ministério em Damasco, Jerusalém e em Tarso, o versículo 31 do capítulo 9 diz que as igrejas cresciam. O texto bíblico vai dizer que a Igreja tinha paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria. Elas eram edificadas e caminhavam no temor do Senhor e no conforto do Espírito Santo — e cresciam em número. Aqui, no livro de Atos, mais uma vez temos a chave para o crescimento da Igreja. É interessante observar que essa fórmula não é especificamente o que muitos dizem ser o segredo do crescimento de uma igreja nos dias de hoje. São inventadas muitas estratégias de crescimento que nem sempre funcionam para todos. Mas uma coisa é clara: a Palavra de Deus ainda mostra o segredo para a Igreja crescer. No capítulo 2 do livro de Atos dos Apóstolos, temos, pela primeira vez, o grande fundamento para esse crescimento. O versículo 42 diz que os irmãos “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”. E o versículo 47 diz que lhes acrescentava o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. Esses fundamentos ainda funcionam em qualquer época, inclusive hoje. Logo, temos que nos apropriar e viver essas verdades para que o Senhor faça a sua obra crescer. 
Neste relato de mais um milagre, temos a figura de Pedro, que, diz o texto, passava por toda a parte, certamente supervisionando e edificando as igrejas. Ele havia descido até os santos que habitavam em Lida. 
Lida, situada praticamente a quarenta quilômetros a noroeste de Jerusalém, era a cidade judaica mais importante da planície de Sarom. Capital de um dos distritos da Judeia em que também viviam os não judeus, ela escapou de grande parte da devastação da revolta posterior e acabou hospedando muitos mestres importantes, bem como uma escola rabínica.1  
Provavelmente, Lida foi evangelizada por Felipe, haja vista estar na estrada que ia de Azoto a Cesareia, caminho por qual passou segundo o relato de Atos 8.40. Quando Eusébio escrevia (263–330 d.C.), Diospolis era uma cidade bem conhecida e muito frequentada.
O Paralítico
Diz-nos o texto que Pedro encontrou um paralítico que jazia na cama há oito anos. Seu nome era Eneias. Sobre esse nome, Clarke vai dizer:
Esse nome foi celebrado nos anais da poesia pagã, naquela bela obra do poeta Virgílio chamada Eneida; que dá conta dos infortúnios, viagens, guerras, etc., de um príncipe troiano deste nome, após a destruição de sua cidade natal, Troia. Sobre a diferença de nomes que frequentemente ocorre em alguns passados das Escrituras, Calmet faz as seguintes observações sensatas: Como o grego e o hebraico, ou siríaco, eram comumente falados na Palestina, a maioria das pessoas tinha dois nomes, um grego e outro hebraico. Assim, Pedro foi chamado Cefas em hebraico e Petros em grego. Paulo foi chamado Saulo em hebraico e Paulo em grego. A pessoa em Atos 9.36, Tabita em hebraico e Dorcas em grego. E o paralítico curado por Pedro, Hananias em hebraico e Eneias em grego. Então, Tomé era o nome hebraico do apóstolo que, em grego, se chamava Dídimo.
A menção de um milagre específico, à luz dos “muitos sinais e prodígios” realizados, deve sempre ter um propósito específico. Logo, o ponto aqui é que, como no começo (At 3.1-10), os coxos e paralíticos são restaurados. Em Atos 9, era Eneias, e, no entanto, também devemos ver Eneias como uma imagem da humanidade, paralisada e aguardando a restauração. Foi isso que o ministério contínuo dos apóstolos estava realizando, e a ênfase está no fato de que, realmente, estava continuando. Nada poderia impedir o movimento crescente do poder do Espírito Santo. Ali estava alguém que precisava muito de algo, e agora sua necessidade deveria ser satisfeita, assim como a necessidade de um mundo que espera ainda mais.
E o mundo continua neste estado de paralisação, como se estivesse esperando por um milagre, pois ele está morto em seus pecados (1 Jo 5.19). Somente a ação sobrenatural do Espírito Santo pode levantar essas pessoas, como fez com Eneias, o paralítico. Se olharmos à nossa volta, veremos como muitas pessoas ainda aguardam uma restauração, pois estão paralisadas. Contudo, podemos crer que aquele momento da história iniciado no livro de Atos dos Apóstolos ainda perdura pelos séculos até nossos dias. Cremos, portanto, que podemos utilizar dessa autoridade que ocorreu para sermos canais de cura e transformação para muitos. 
Jesus Cura
Quando Pedro encontrou este homem paralítico, disse a ele de forma contundente: “Eneias, Jesus Cristo te cura! Levanta-te e arruma o teu leito” (At 9.34, ARA). Não era por outro nome que um milagre poderia ser realizado. Não era pelo nome de Pedro ou de qualquer outro apóstolo, mas apenas pelo nome de Jesus! Em sua carta aos Filipenses, Paulo diz que “Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome” (Fp 2.9). 
Logo depois de proferir as palavras de cura, Pedro fala para Eneias levantar-se e fazer a sua cama. E a Palavra de Deus diz que Eneias “logo se levantou”. Não foi necessário nenhum ritual, cerimônia, nenhum culto acontecendo, muito menos música inspiradora; era apenas a fé no nome de Jesus. 
Por sua iniciativa e certo de sua incumbência, ele se dirige ao enfermo: “Enéias, Jesus te cura”. De maneira ainda mais nítida do que na cura do mendigo aleijado em At 3, aqui Jesus é imediatamente destacado como o verdadeiro e único doador da cura. O nome de Jesus podia ser citado imediatamente, porque Jesus era conhecido pela fé nessa casa cristã.3  
Lembro-me de um culto de que participei na sede da Assembleia de Deus em Curitiba, no qual o dirigente do culto chamou os enfermos à frente para que nós, obreiros, orássemos por eles. Naquele momento, fui orar por um irmão da igreja, que não sabia qual era seu problema. Impus minha mão sobre sua cabeça e pedi a cura para ele em nome de Jesus. Semanas depois, ele veio alegremente me relatar que sofria de uma enfermidade há anos e que, naquela noite, naquela oração, Jesus havia-o curado e que, a partir daquele momento, ele nunca mais sofreu com aquele mal! Ficamos alegres no Senhor e certos de que Ele continua realizando milagres! 
Jesus não mudou e continua curando nos dias de hoje. César Moisés Carvalho destaca: “[...] é exatamente dessa forma que crê os pentecostais, pois em nenhum lugar da Bíblia está escrito que as manifestações sobrenaturais do Espírito acabariam com a morte do último apóstolo do Senhor”.4  Há milagres de cura ocorrendo em todas as partes do mundo. Eles não ocorrem com todas as pessoas, pois Deus é soberano e muitas vezes não cura por visar um propósito ainda maior (Is 40.28; Sl 147.5), mas Ele tem o mesmo poder para curar. 
Faça tua Cama
A ordem do apóstolo Pedro era para Eneias levantar-se e fazer a sua cama. Este homem jazia sobre aquele leito havia oito anos. Ele vivia impotente, sem poder levantar-se, além de muito dependente de outras pessoas para sua sobrevivência. Agora, porém, ele estava curado. E aquele ato de fazer a cama iria demonstrar publicamente que aquilo que o detinha estava agora sobre seu controle.
Quando somos curados e libertos por Jesus, temos a capacidade de ter o controle sobre situações que, antes, eram incontroláveis. Pessoas que vivem amarguradas e sem esperança podem alegrar-se quando Deus age, pois agora não mais viverão sob o peso da dor. Foi isso que Noemi disse para sua nora Rute quando ela estava prestes a encontrar-se com Boaz: “Lava-te, pois, e unge-te, e veste as tuas vestes” (Rt 3.3). Em outras palavras, ela estava dizendo: “Um novo tempo chegou para sua vida. Prepare-se para viver a bênção do Senhor”. O salmista declarou isso: “Tornaste o meu pranto em folguedo; tiraste o meu cilício e me cingiste de alegria” (Sl 30.11). O Senhor transformou minha tristeza em dança e o cilício5 em cinto de alegria. 
Nosso Salvador pede que o enfermo da paralisia levante-se e tome sua cama (Mc 2.11); e assim Ele comanda o homem impotente (Jo 5.8). Aqui, Pedro pede para este paralítico fazer sua cama; o que parece mais estranho, sendo ele ordenado a levantar-se, de modo que agora ele não deveria ter necessidade de ter sua cama feita; mas é facilmente respondida, sendo que isso se destinava apenas a mostrar quão plenamente ele estava curado, a construção de sua cama demonstrou tanto para si mesmo quanto para os outros que ele estava recuperado, como qualquer outra coisa poderia fazer.6 
Devemos sempre testemunhar do que Deus fez e faz em nossas vidas. O maior testemunho, com a absoluta certeza, é relatar que fomos salvos quando Ele morreu por nós lá na cruz do Calvário. O perdão de nossos pecados e a vida eterna (Jo 3.16) é algo que sempre deve estar em nossos lábios (Lc 1.46,47). Além da maior das bênçãos, precisamos testemunhar dos milagres que Ele tem realizado conosco e com nossa família. 
E os Habitantes São Convertidos 
Que maravilha é o desfecho dessa história! Aquele homem paralítico, que jazia numa cama havia oito anos, torna-se o instrumento para que muitas pessoas creiam no Senhor. Aliás, o versículo 35 diz: “E viram-no todos os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor”. O impacto do milagre é nítido nessa história. Por meio dessa cura, o evangelho foi aceito, pois todos testemunharam a mudança sobrenatural que ocorreu com aquele homem mediante a oração de Pedro em nome de Jesus.
Os efeitos do poder de Jesus são visíveis. Sob a ordem de Pedro, Enéias se levanta, não deixando dúvida sobre a realidade da cura. Os judeus em Lida e na planície circunjacente de Sarona veem que o homem foi completamente curado. O homem é muito conhecido, e esta ação profética faz com que muitos deles se tornem crentes no Senhor Jesus.7
Nesse episódio, podemos ver claramente a relevância que o milagre teve na conversão daquela gente. O evangelho nem sempre vai enfatizar que o meio para crermos é vendo milagres, mas também é ouvindo a Palavra de Deus e, pela fé, crer no Senhor Jesus, mesmo não vendo milagre algum (Hb 3.7,8; Rm 10.9). Nessa passagem, porém, o milagre foi a mola propulsora para que muitos cressem. Isso nos faz lembrar a resposta de Jesus mediante a pergunta de João Batista — se Ele era, de fato, aquEle que haveria de vir. César Moisés Carvalho comenta:
Fico pensando em como Jesus Cristo seria visto nessa análise, posto que ao ser questionado pelos discípulos de João Batista, a pedido do último profeta veterotestamentário, acerca de sua messianidade, o Senhor não lhes ofereceu uma “resposta-teológica-proposicional-metafísica”, mas apenas operou vários milagres e maravilhas diante deles e deixou que os discípulos do Batista levassem o relatório e que, diante disso, ele mesmo tirasse suas conclusões (Mt 11.1-6; Lc 7.18-23).8  
A figura de Pedro foi crucial nesse acontecimento, pois o próprio Senhor Jesus disse: “E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, [...] imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Mc 16.17,18). 
Uma Cidade Chamada Jope
No mesmo capítulo 8 de Atos, após o maravilhoso relato da cura de Eneias, o texto vai informar mais um acontecimento extraordinário. Esse se deu em Jope, onde é, hoje em dia, a moderna cidade de Jafa, porto marítimo, mais próximo a Jerusalém. Essa cidade foi local de vários momentos importantes na história ao longo dos séculos. Beers discorre:
Mencionada em primeiro lugar na lista das cidades tomadas por Tumés III no século XV a.C., foi, durante muito tempo, um centro importante do governo egípcio. Sob os filisteus, tornou-se o porto do norte da nação. Davi a recapturou, e Salomão a usou para receber o cedro que fez flutuar desde o Líbano, e transportou por terra até Jerusalém para usar no seu templo. Jonas fugiu de Jope, de barco, para evitar a sua ida a Nínive. Em 701 a.C., Senaqueribe destruiu a cidade, mas nos tempos de Esdras ela novamente estava disponível para que Zorobabel transportasse os cedros para o seu Templo, em Jerusalém. Alexandre, o Grande, mudou seu nome de Yapho para Jope, em honra a Jope, filha de Éolo, deus dos ventos. Sob a dominação de Roma, ela se tornou parte do território de Herodes, o Grande. Como o povo de Jope odiava Herodes, ele construiu Cesaréia a 64 quilômetros ao norte, e a importância de Jope declinou.9 
Nos dias de hoje, como subúrbio de Tel Aviv, ela abriga em torno de 55 mil habitantes. Já a área da grande Tel Aviv possui quase 440 mil habitantes, correspondendo a um terço da população do país. Instalada sobre uma rocha que se projeta no Mediterrâneo, possui praias arenosas, mas que escondem recifes perigosos. 
Uma Mulher de Boas Obras
Nessa cidade, havia “uma discípula chamada Tabita, que, traduzido, se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia” (At 9.36). Ambos os nomes significam “gazela”. Essa palavra era usada como símbolo de beleza e graciosidade. Mas a beleza dessa mulher não era necessariamente devida à sua aparência física, mas, sim, à caridade que ela exercia. Sua notabilidade originava-se de suas ações, e não apenas de suas palavras. 
Jesus diz que a árvore é conhecida por seus frutos (Lc 6.44). Em outra passagem, no Sermão do Monte, o Senhor diz: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16). Essa mulher certamente glorificava a Deus pelas suas obras. Sabemos que as obras não nos salvam (Ef 2.8,9). Contudo, fomos salvos em Cristo Jesus para as boas obras (Ef 2.10), ou seja, as boas obras são uma confirmação externa de nossa fé, pois elas agem conjuntamente (Tg 2.22). A Bíblia afirma categoricamente que “a fé sem obras é morta” (Tg 2.26). 
No Mundo Tereis Aflições
Como qualquer outra pessoa, o discípulo ou discípula de Jesus também passa por provações. Jesus disse isso aos seus discípulos em suas palavras de despedida (Jo 16.33). Nesse caso, Tabita adoeceu, o que a levou às últimas consequências: a morte. 
Existe um evangelho sendo pregado que promete só coisas boas àqueles que se entregam a Cristo e utilizam a sua fé. A trágica teologia da prosperidade vai dizer que sofremos porque não temos fé; se estivermos sem dinheiro, é porque não temos fé; se ficarmos doentes, também é porque não usamos nossa fé. Mas não é isso que a Bíblia diz. O fato de estarmos sem dinheiro ou mesmo passando por dificuldades não quer dizer que não estamos na presença do Senhor ou porque não temos fé. Jesus disse que Ele mesmo não tinha onde “reclinar a cabeça” (Mt 8.20). Ainda temos a história do jovem rico, que ficou demonstrando que o amor ao dinheiro é terrível (Lc 18.18-30; cf. 1 Tm 6.10). O sofrimento também faz parte da vida do cristão. Em Tiago 1.2-4, está escrito: 
Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma. 
E, quanto a estar doente, temos alguns exemplos na Bíblia de pessoas de fé que continuaram doentes. Em 2 Samuel 12, Davi pediu cura para seu filho, mas ele acabou morrendo. Paulo, a quem Deus usou para realizar maravilhas, deixou Trófimo doente em Mileto (2 Tm 4.20); e ele mesmo pediu que o curassem de um espinho na carne, que o Senhor não o atendeu (2 Co 12.7-9). 
Chamem o Homem de Deus
Os discípulos de Jesus em Jope ouviram falar que Pedro estava em Lida, outra cidade. As pessoas que conheciam Dorcas não hesitaram em buscar Pedro, que estava a uns 15 km dali, para encontrar-se com eles (At 9.38). Mesmo diante da morte, eles ainda criam que Pedro era um homem a quem o Senhor usava poderosamente. Como é lindo perceber que muitas pessoas ainda creem que Deus usa os seus servos escolhidos! 
Mesmo diante do pior cenário, aquelas pessoas criam que algo poderia acontecer por meio da vida do apóstolo. Isso nos traz valiosas lições, a saber, que as pessoas olharão para nós, cristãos, como homens e mulheres de Deus e terão uma grande expectativa de que poderemos ajudá-las de alguma forma. Outra grande lição que vem dessas pessoas que amavam a falecida é a de que temos de fazer tudo o que estiver a nosso alcance para socorrer uma pessoa, ainda que seu estado esteja sem esperança.
Preparação do Ambiente
Quando Pedro chegou ao ambiente fúnebre, fez com que todas as pessoas saíssem. Pedro não queria estar perto de duvidosos ou de pessoas que não iriam ajudar naquele momento crucial. O apóstolo não desejou ficar perto de pessoas que estavam apenas chorando, mas queria ter toda a sua concentração naquEle que poderia realizar o milagre. Ele não queria transformar aquilo num espetáculo, mas apenas glorificar o nome do Senhor Jesus. “Pedro quis ver-se livre das pessoas que não contavam com o poder divino: sente-se dependente da graça que vem pela oração”.10 
E a Morta Ressuscita
Tendo preparado o ambiente, Pedro volta-se para o corpo e diz: “Tabita, levanta-te” (v. 40). “A frase que Pedro usa em 9.40 — ‘Tabita, levanta-te’ — é muito semelhante à que Jesus disse em aramaico em Marcos 5.41: ‘Talita cumi’”.11  E o texto continua: “E ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, assentou-se. E ele, dando-lhe a mão, a levantou e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva” (At 9.40,41). Que maravilha! Assim como aconteceu nas passagens do filho da viúva (Lc 7.11-17); a filha de Jairo (Mc 5.21-43) e com o amigo de Jesus, Lázaro (Jo 11), mais um milagre de devolver a vida a quem estava morto acontece! 
E muitos Creram no Senhor
Esse milagre ficou “conhecido por toda Jope, e muitos creram no Senhor” (At 9.42, ARA), isto é, creram em Cristo Jesus, em cujo nome e através de cujo poder eles entenderam que esse milagre foi realizado. Esse milagre, assim como o de Lida, não era apenas o meio de fortalecer a fé dos discípulos e de ganhar crédito pela causa do cristianismo, mas também de trazer muitos convertidos sinceros ao Senhor, de modo que a Igreja era tanto edificada como aumentada.
Um fato dessa grandeza não pode ficar oculto. Antes disso os “santos” em Jope também não haviam se calado acerca de Jesus. Agora seu poder redentor tornou-se visível entre eles em sua própria cidade. “E muitos creram no Senhor”. Muitos, não todos. Contudo, Pedro tem motivos para permanecer um tempo mais longo em Jope e levar adiante o movimento desencadeado pelo avivamento de Tabita. Por maior que fosse a alegria dos cristãos, sobretudo das viúvas, de terem a “Gazela” de volta, o mais importante não era esse movimento corporal, mas o subsequente avivamento espiritual. Tabita teria de morrer em outro dia. Porém quem aceitava a fé agora ganhava a vida eterna.12 
Esse foi o primeiro milagre desse tipo que foi realizado pelos apóstolos. O efeito foi que muitos creram. Não se tratou apenas de um trabalho de benevolência, em restaurar a vida a alguém que contribuiu em grande parte para o conforto dos pobres, mas também era um meio de ampliar e estabelecer, como foi concebido, sem dúvida, o Reino do Salvador.
Os frutos do milagre estavam claros. Dorcas foi apresentada viva novamente aos crentes da igreja local e, especialmente, às suas companheiras viúvas. Isso foi mais do que um consolo; também foi uma ação sobrenatural do poder e da bondade de Deus para com aquelas pessoas. Certamente, houve uma alegria indizível por parte das pessoas que a conheciam naquela região; afinal de contas, uma irmã que realizava tantas coisas boas faria muita falta. Fora uma perda terrível. Deus, todavia, quis demonstrar seu poder sobre a morte e que isso seria sinal aos incrédulos, assim como foi de fato. Então, além de ser a fonte de gozo para com a comunidade local, esse milagre fantástico serviu para que muitos se voltassem ao Senhor e recebesse a fé cristã. Não foi algo para enaltecer Pedro ou promover a igreja, como muito se vê atualmente, mas, sim, para que as pessoas cressem em Cristo. Aliás, o texto subsequente ao milagre diz que Pedro, o canal por onde se deu o milagre, ficou muitos dias em Jope. Mas ele não ficou em um hotel 5 estrelas, nem ficou dando entrevistas e tirando fotos como uma unanimidade. Não. Pedro ficou na casa de um profissional chamado Simão, cuja atividade era ritualmente imunda para Pedro — um curtidor, alguém que convertia peles de animais em couro. Isso é bem diferente do que acontece com muitas estrelas gospel de hoje, que são tão badaladas como se fossem estrelas de Hollywood. 
*Adquira o livro do trimestre. PESCH, Henrique. Poder Cura e Salvação: O Espírito Santo Agindo na Igreja em Atos. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Lição 07 - 4º Trimestre 2019 - Presentes para um menino - Berçário.

Lição 07 - Presentes para um menino 

4º Trimestre de 2019

Objetivo da lição: Mostrar à criança que Samuel morava na Casa do Papai do Céu. Ele servia a Deus com alegria.
É hora do versículo: “Ele abençoará todos [...]” (Sl 115.13).
Nesta lição, as crianças continuarão aprendendo sobre a história do bebê Samuel. Agora ele já era uma criança e já estava morando na Casa do Papai do Céu servindo-o com alegria. Em tudo Samuel obedecia ao sacerdote e aprendia com ele a cuidar da Casa de Deus e todo ano sua mãe ia visitá-lo e levava presentes para ele. 
Suas crianças podem ser pequenas demais para guiar um carro, trocar uma lâmpada ou ter um emprego, mas nunca serão jovens demais para orar, falar aos amigos sobre Jesus ou ajudar na igreja. Elas podem servir a Deus desde cedo como Samuel, que mesmo sendo apenas um menino, ele aprendeu a servir a Deus como os sacerdotes. Desde pequenos, estimule sempre seus alunos.
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 07 - 4º Trimestre 2019 - Ana louva a Deus - Maternal.

Lição 7 - Ana louva a Deus 

4º Trimestre de 2019 
Objetivo da Lição: Ensinar à criança a louvar ao Senhor pelas orações respondidas. 
Para Guardar no Coração: “Ele me escuta, quando peço ajuda e atende as minhas orações” (Salmos 6.9).
Perfil da Criança
Já vimos que as crianças do maternal reagem a todas as impressões que recebem, e aprendem muito através das emoções. Por isso, o local das aulas deve ser tranquilo, organizado e bonito. Conforme a disponibilidade do espaço, será de bom proveito criar diversos centros de interesse, a que chamamos de “cantinhos”; cantinho da Bíblia, da natureza, dos brinquedos, da história, dos livros, do lanche, das atividades manuais, etc. Ó, não pense que para isto você terá de ter uma sala imensa e muito dinheiro. Conheço professores que montam sua sala de aula numa garagem, numa cantina, ou num pátio, e nem por isso deixam de se valer destes recursos. Se não há móveis apropriados, bancos, cadeiras, caixas e um pouco de criatividade fazem milagres. Dá trabalho guardar tudo após a aula, e chegar cedo no domingo seguinte para arrumar antes da chegada dos alunos, mas quando se ama a Deus e aos seus pequeninos, tudo fica mais fácil.
Subsídio Professor
 “Vai-te em paz”, disse o sacerdote Eli a Ana, depois de ouvir-lhe a explicação de que estivera orando angustiada. E ela foi-se em paz? Ó, sim. Tanta paz, que conseguiu alimentar-se – o que antes não pudera – “e o seu semblante já não era triste”. De onde provinha esta paz? Certamente que as palavras reconfortantes do sacerdote ajudaram, mas na sua essência, a paz vinha do fato de haver Ana aberto o coração perante o Pai, e lhe deixado aos pés os seus problemas. O fardo já não lhe pesava nos ombros. Naquele momento, ela não tinha como saber se o seu pedido seria concedido, ou se Deus lhe responderia “não”. Mesmo assim, o seu coração voltou leve para casa. A paz provinha de haver Ana levado a sua angústia a Deus, com a convicção de que Ele a ouvia, e responder-lhe-ia de acordo com o que fosse melhor para ela. Ana confiava não apenas no poder de Deus, mas também na perfeição de sua vontade. Em seu amor e soberania, o Senhor pode conceder o que lhe pedimos, se for algo sonhado por Ele para nós; ou negar, se for algo que nos trará prejuízos futuros, ou que não o glorificará.
Seja qual for o pedido que você estiver fazendo a Deus, o seu coração só experimentará a paz se você tiver esta confiança e deixar a decisão nas mãos do Pai amoroso. Tão amoroso, que será capaz de reter o que você estiver lhe pedindo, se for algo que não lhe fará bem, ou que não trará glórias ao seu nome.
Oficina de Ideias 1
Providencia a silhueta de uma criança orando. Faça uma cópia para cada aluno. Distribua tinta guache e pincéis largos, para que pintem a figura. (Recomendamos o uso de aventais sempre que se mexer com tinta.) Converse sobre a oração. Você ora todos os dias? Com quem você fala quando está orando? O Papai do Céu quer que você fale com Ele todos os dias. Ele sempre ouve a sua oração. Você pode contar-lhe tudo o que quiser. Pode agradecê-lo pelas coisas que Ele lhe dá, e pode pedir-lhe aquilo que você precisa. Se alguém maltratar você, conte isto ao Papai do Céu. Se alguém que você conhece estiver doente, peça para Deus curar esta pessoa. (Mencione outras necessidades específicas.)
Até Logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Recomende às crianças que peçam aos pais para lerem a história bíblica que se encontra em 1 Samuel 1.1-20; 2.1-10.  
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
*Este subsídio foi extraído de Lições Bíblicas do Maternal Mestre 7/8, Marta Doreto, CPAD. 
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal

Lição 07 - 4º Trimestre 2019 - Jesus Lê e Ensina o Livro de Deus - Jd. Infância.

Lição 07 - Jesus Lê e Ensina o Livro de Deus 

4º Trimestre de 2019
Objetivos: Os alunos deverão compreender que não devemos ter medo de falar da Palavra de Deus aos que ainda não conhecem Jesus. 
É hora do versículo: “[...] Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a todas as pessoas” (Mc 16.15).
Nesta lição, as crianças irão reconhecer que Jesus veio ao mundo para nos ensinar sobre o Livro de Deus. Nem todas as pessoas ficavam felizes com os ensinos de Jesus, mas mesmo assim Ele não tinha medo de falar da Palavra do Papai do Céu.
Estimule seus alunos a falarem sempre da Palavra de Deus para as pessoas e principalmente para seus amiguinhos. Não importa se ainda são crianças, desde pequenas elas já podem trabalhar na Casa de Deus e falar da Palavra que aprenderem na Escola Dominical.
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 07 - 4º Trimestre 2019 - Davi Toca para Saul - Primários.

Lição 7 - Davi Toca para Saul 

4º Trimestre de 2019
Objetivo: Que o aluno creia que o louvor atrai a presença de Deus.
Ponto central: Nossa vida deve ser um louvor a Deus.
Memória em ação: “Tu, porém, és santo e, sentado no seu trono, recebes os louvores do povo de Israel” (Sl 22.3).
Querido (a) professor (a), em nossa próxima aula, vamos aprofundar para as crianças o conceito de louvor. Elas precisam compreender que louvar a Deus, vai muito além de apenas cantar para Ele. Pegando o gancho da lição passada, reforce que para o nosso louvor agradar a Deus, precisa ser com sinceridade, não apenas falado ou cantado, mas vindo de nossos corações, que também precisam estar limpos de toda maldade.
Após contar a história, ore com as crianças pedindo que o Senhor perdoe os nossos pecados e aceite feliz o nosso louvor. 
Em seguida, além dos demais conteúdos pedagógicos já disponibilizados em sua revista, sugerimos um momento de louvor bem dinâmico. Ao longo dos hinos que escolher, você pode conduzir a turma hora fazendo um “trenzinho”, hora dando as mãos, girando para um lado, depois para o outro, para o centro da roda, para fora, com as mãos livres, etc. Use sua criatividade para proporcionar um momento bem divertido, de entrega sincera na presença de Deus. 
Abaixo segue um cântico de louvor infantil bem conhecido que poderá ser utilizado neste momento, para frisar ainda mais tudo o que foi ensinado na aula.
Se o Espírito de Deus se move em mim
Eu canto como o Rei Davi
Se o Espírito de Deus se move em mim
Eu canto como o Rei Davi
Eu canto, eu canto
Eu canto como o rei Davi
Eu canto, eu canto
Eu canto como o rei Davi
Se o Espírito de Deus se move em mim
Eu danço como o Rei Davi
Se o Espírito de Deus se move em mim
Eu danço como o Rei Davi
Eu danço, eu danço
Eu danço como o rei Davi
Eu danço, eu danço
Eu danço como o rei Davi
Se o Espírito de Deus se move em mim
Eu pulo como o Rei Davi
Se o Espírito de Deus se move em mim
Eu pulo como o Rei Davi
Eu pulo, pulo, pulo, pulo
Eu pulo como o rei Davi
Eu pulo, pulo, pulo, pulo
Eu pulo como o rei Davi
Deus te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD 

Lição 07 -4º Trimestre 2019 - Devemos Brilhar - Juniores.

Lição 7 - Devemos Brilhar 

4º Trimestre de 2019
Texto Bíblico — Marcos 4.21-23. 
Prezado(a) professor(a),
Na aula desta semana seus alunos aprenderão que, assim como nosso Senhor Jesus Cristo declarou ser a Luz do mundo, seus discípulos também deveriam brilhar a luz do evangelho para todas as pessoas. “Vocês são a luz do mundo” (Mt 5.14) — disse Jesus, ilustrando a responsabilidade da missão que havia designado aos seus discípulos.
Durante o período do ministério terreno de Jesus, eles não fizeram outra coisa senão aprender diretamente com o próprio Mestre, a partir dos ensinamentos e milagres que presenciavam, como deveriam se comportar ao entrar pelas cidades e vilarejos de Israel pregando o evangelho da salvação. A luz que havia neles deveria resplandecer em meio às trevas do pecado que dominava o coração dos homens. Vejamos que esta luz não se tratava de torná-los conhecidos, famosos ou orgulhosos de cumprir a maior missão de todos os tempos, e sim de anunciar o plano da salvação aos perdidos. Muitos desses estavam cegos pela religiosidade, outros eram discriminados e viviam sem esperança à margem da sociedade sem saber para onde ir. Somente a luz do evangelho seria capaz de iluminar o entendimento dessas pessoas, e isso só seria possível se os discípulos se empenhassem em propagar a Palavra de Deus não apenas com palavras, mas também com a própria vida.
Quando Jesus foi assunto ao céu, Ele deixou a seguinte informação aos seus discípulos: “Quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até nos lugares mais distantes da terra” (cf. At 1.8). Ser testemunha de Cristo implicava uma mudança tão radical nos discípulos que não seria difícil perceber no estilo de vida deles que algo havia mudado. O revestimento de poder no dia de Pentecostes foi o marco na vida dos discípulos e que os fortaleceu de tal modo que nada os impedia de sair por toda a parte anunciando a mensagem do evangelho.
Do mesmo modo ocorre na vida daqueles que declaram fé em Jesus Cristo nos dias atuais. O Espírito Santo provoca uma transformação de tal maneira que o comportamento da pessoa revela que ela, de fato, foi transformada pelo evangelho de Jesus Cristo. A luz do evangelho em nós deve resplandecer para que o mundo veja o testemunho de Jesus Cristo. As pessoas só conhecerão realmente Jesus Cristo se observarem que o nosso modo de viver foi transformado desde o momento em que aceitamos a Cristo como nosso Salvador.
O apóstolo Paulo declara que quem está em Cristo é uma nova pessoa, o velho modo de viver já foi sepultado e todas as coisas foram feitas de novo (cf. 2 Co 5.17). Portanto, os hábitos e atitudes que não agradam a Deus são rejeitados e abandonados. Desde então, a vontade de fazer o que agrada a Deus invade o coração do salvo de modo que sente o interesse de tornar conhecida aos demais a mesma alegria que agora domina o seu viver. Entretanto, há determinados obstáculos que surgem à frente do salvo para que este não dê fruto com perfeição. Os hábitos e costumes do mundo continuam a persegui-lo, sem contar a pressão que sofre da parte daqueles que não tiveram a mesma experiência. Os apelos do mundo, a rejeição por conta da fé e as adversidades combatem a pessoa salva a fim de que esta não persista na fé e torne para sua antiga vida de pecados. Isso explica a ilustração de Cristo a respeito da luz.
São muitas as nuvens obscuras que tentam ofuscar o brilho do Espírito Santo de resplandecer na vida do crente. Por esse motivo, é importante que seus alunos saibam como lidar com as dificuldades que surgem para impedi-los de colocar em prática os ensinamentos de Cristo. Eles devem estar atentos quando perceberem que estão sendo tentados a se comportarem de maneira desagradável a Deus. Sendo assim, para que eles possam refletir sobre este ensinamento, realize com eles a brincadeira conhecida como morto-vivo, porém, substitua a expressão morto-vivo por expressões que refletem as práticas que são agradáveis ou desagradáveis a Deus. Exemplo: amizade — alunos de pé / mentira — alunos abaixados / amor — alunos de pé / raiva — alunos abaixados, etc. A ideia é que os alunos saibam identificar a diferença entre as práticas que agradam ou não a Deus. Conforme os alunos forem errando, peça que fiquem a parte. Vence a brincadeira quem permanecer sem errar até o fim.
Tenha uma boa aula!

Lição 07 - 4º Trimestre 2019 - O Uso das Redes Sociais - Pré Adolescentes.

Lição 7 - O Uso das Redes Sociais 

4º Trimestre de 2019
A lição de hoje encontra-se em: Efésios 5.11-16.
Caro(a) professor(a),
A lição desta semana trata de um assunto muito preocupante em nossos dias, principalmente por parte dos pais. Estamos vivendo na era da tecnologia e muitas crianças e adolescentes estão tendo acesso a um nível de informação que nem mesmo seus pais tiveram quando eram da mesma idade. O mau uso das redes sociais e da internet tem trazido muitos problemas para as famílias, tendo em vista que muitos pais não conseguem controlar o que os seus filhos estão acessando, pois muitos pais nem mesmo sabem como manusear o computador, quanto mais filtrar o que seus filhos acessam.
A internet, de fato, é uma importante ferramenta que trouxe muitos benefícios para os nossos dias. Por meio dela é possível realizar pesquisas e realizar trabalhos de escola de forma muito mais rápida. É possível também realizar compras, pagar contas, conversar com os parentes e trocar informações importantes a longa distância. São benefícios que estão a um clique de nossas mãos. Contudo, assim como o uso adequado pode trazer vários benefícios, o mau uso também pode trazer grandes prejuízos. E quando falamos de prejuízos a preocupação com os pré-adolescentes aumenta, porquanto é nesta fase que eles estão passando por todas as transformações possíveis: a curiosidade está mais aguçada, a capacidade de refletir sobre uma quantidade maior de informações aumenta. É nesse momento que mora o perigo e muitos pais não sabem como lidar com esta situação.
Por esse motivo, caro professor, é extremamente importante que você saiba orientar seus alunos e conscientizá-los a respeito dos perigos que estão do outro lado da tela. Lembre-se de que o seu trabalho é preventivo e não corretivo, pois não é da sua competência proibir ou mesmo controlar o que seus alunos estão assistindo. Entretanto, é seu papel orientá-los a respeito dos riscos que estão correndo a partir do momento que acessam sites ou conversam com pessoas desconhecidas por meio das redes sociais.
Para mantê-los antenados, seu papel é formar em seus alunos uma consciência cristã por intermédio do conhecimento da Palavra de Deus. Não há nada melhor do que um crente que sabe lidar com o mundo e, ao mesmo tempo, não fazer parte dele. O texto da lição de hoje aborda o ensinamento de Paulo aos efésios. O apóstolo estimulou os crentes daquela igreja não somente a rejeitarem, mas também a condenarem tudo o que pertence às obras das trevas. Desde agora, a vida deles com Deus deveria evitar qualquer contato com as práticas pecaminosas que não têm parte com a nova vida em Cristo (cf. Ef 5.11-13).
“É importante evitar as obras ‘infrutuosas das trevas’ (qualquer prazer ou atividade que resultem em pecado). Mas devemos ir além. Paulo nos ensina a expor essas obras, porque nosso silêncio pode ser interpretado como aprovação. Deus precisa de pessoas que defendam o que é correto, e os cristãos devem afirmar, com convicção e bondade, tudo aquilo que é verdadeiro e justo. [...] Ao se referir aos dias como ‘maus’, Paulo está comunicando seu senso de urgência por causa do poder de influência do pecado. Precisamos desse mesmo senso de urgência porque nossos dias também são difíceis. Devemos manter nossos padrões morais elevados, agir com prudência e fazer o bem sempre que possível” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 1653). Por esse motivo é importante não apenas apresentar os riscos existentes nas redes sociais ou mesmo na internet em nossos dias, mas estimular seus alunos ao uso consciente de tais ferramentas.
Converse com seus alunos a respeito da quantidade de tempo que eles passam entretidos na internet. Permita que expressem o que pensam a respeito do mundo virtual que estão tendo acesso. Aproveite e peça que façam uma pesquisa para a próxima aula: eles deverão consultar sites que mostram pesquisas sobre o uso da internet no Brasil. Solicite que formem grupos e elaborem cartazes com gráficos e informações a respeito do uso da internet e das redes sociais. Os alunos deverão trazer na próxima aula e colar os cartazes no mural da classe para que todos tenham acesso às informações.

Lição 07 - 4º Trimestre 2019 - A Bíblia e a Ciência - Adolescentes.

Lição 7 - A Bíblia e a Ciência 

4º Trimestre de 2019
ESBOÇO DA LIÇÃO
A BÍBLIA REVELA O CRIADOR
A CIÊNCIA DESTACA A CRIAÇÃO
A BÍBLIA NÃO É UM LIVRO CIENTÍFICO, MAS DE FÉ
OBJETIVOS
Conscientizar os alunos de que a Bíblia é a Palavra de Deus;
Mostrar que não há incompatibilidade entre fé e ciência;
Explicar a importância de se manter a fé em uma época de tantos questionamentos.
FÉ E RAZÃO
César Moisés Carvalho
Quando em 14 de setembro de 1998 o então papa João Paulo II publicou sua 12ª Encíclica ― Fides et Ratio ― que, devido a temática abordada, causou frisson no mundo inteiro, a impressão que se teve é que a fé e, consequentemente, a religião, inimigas da razão, quisessem agora manter uma harmonia impossível. É como se elas fossem água e óleo, não tendo o que dizer uma à outra, devendo manter-se cada uma em seu próprio campo de atuação. A igreja ― leia-se o catolicismo ― através de seu pontífice maior também já havia reconhecido, inclusive formalmente, em 1992 o erro cometido no caso Galileu. Evidentemente que vozes mais “conservadoras” do catolicismo afirmam que, na verdade, o erro foi justamente o pedido de desculpas pelo falecido papa. Porém, o fato é que essa atitude serviu como uma forma de comemoração para os racionalistas que acreditam que o reconhecimento do equívoco demonstra o ilogismo que há em a ciência ser subordinada à religião. 
Não questiono a inegável verdade de que não há lógica em a ciência ser restringida por assuntos de “fé” ( aqui no sentido denominacional) desta ou daquela religião, porém, não acredito que seja interessante para a ciência uma “autonomia absoluta” (o que, particularmente, não acredito que exista) como se esse tipo de concessão pudesse torná-la mais produtiva e interessante. Recentemente, André Petry escreveu na revista Veja (Edição 2163, n.18) que a tecnologia [ciência] é moralmente neutra. No melhor estilo positivista, disse isso como se não houvesse pressupostos e premissas que fundamentam a elaboração de qualquer tecnologia. É como se alguém pudesse produzir qualquer tipo de conhecimento em um vácuo, em uma bolha atemporal que não sofre influência e nem influencia (Deixo claro que isso vale também para a teologia). Sua afirmação fez-me lembrar do que li na ficção O Diálogo, de Peter Kreeft. Na narrativa, interagem C. S. Lewis, Aldous Huxley e o presidente norte-americano, John Kennedy, todos falecidos no dia 22 de novembro de 1963, com espaços de apenas poucas horas. Quando Kennedy interpela C. S. Lewis com a objeção: “― Cálculos não mentem”. O professor de Oxford prontamente lhe replica: “― Mentirosos calculam”. Se não se pode confundir ato com agente, não é possível conceber o ato ― mesmo que este tenha sido involuntário ― sem um agente.
Na questão da ciência, todos os seus resultados ― indistintamente ― são frutos de atitudes voluntárias, pensadas, refletidas e com um propósito muito claro. Salvo raríssimas exceções (como, por exemplo, no caso da “invenção” do telefone por Alexander Graham Bell), nenhuma tecnologia é produzida por acidente ou visando uma massificação inicial, de forma que todos tenham acesso ao invento. Pensar assim é ingenuidade. Alinho-me com Petry no fato de que a demonização da tecnologia é uma inutilidade, mas não posso me esquecer que ela é sempre produto de uma visão de mundo. Mesmo que o resultado final seja objetivo, tangível e lógico, o grande e grave problema é quando há uma negação acrítica de que as premissas, os pressupostos e as motivações que levaram os seus criadores a pensá-la, não possuem a mesma objetividade e concretude do seu resultado. Isso implica em afirmar que não existe autonomia, mas as ideias são geradas dentro de um continuum social: você influencia e sofre influências. E mais, quanto menos consciente disso, mais refém a pessoa torna-se de seus pressupostos e ideologias. Consequentemente ela será mais intolerante, discriminadora e unilateral, pois partirá do princípio que todo mundo deve pensar igual a ela. Por isso, dizer que a ciência atual (com sua busca desenfreada por produção tecnológica de consumo de massa) visa apenas “melhorar” a vida das pessoas é um simplismo inconsequente. Qualquer um sabe que a volúpia tecnológica é inspirada pelo capitalismo dos países de Primeiro Mundo. Nem bem saiu um computador ou celular, dezenas de outros já estão a caminho, instilando o consumismo de milhões que acreditam que estarão adquirindo o melhor, quando na realidade, ao chegar ao Terceiro Mundo, os aparelhos já estarão obsoletos!
Mas, voltando à tendência e à postura dicotômica que insistem em manter fé e razão (ou ciência e religião) separadas, questiono: Será que tal postura reflete a verdadeira relação entre esses dois campos da realidade? É sabido, como diz Afonso Soares e João Décio, em Teologia e Ciência, que a “história testemunha [...] momentos de integração, ruptura e diálogo” entre elas, isto é, fé/razão ou ciência/religião, geralmente experimentam essa dialética constante que mostra-se recorrente no processo histórico. Por isso, acredito que a grande pergunta mesmo é se existe ao menos possibilidade de separá-las! É claro que nesse sentido existe diferença entre o tipo de “fé” que aqui está agora sendo discutida e que entendo ser impossível separá-la da ciência. Contudo, isso não a torna menos improvável que a fé religiosa, mas apenas diferente. Thomas Kuhn disserta em seu clássico A Estrutura das Revoluções Científicas, que quando um cientista desenvolve uma pesquisa partindo de um paradigma que ele tem como certo, “não tem mais necessidade, nos seus trabalhos mais importantes, de tentar construir seu campo de estudo começando pelos primeiros princípios e justificando o uso de cada conceito introduzido” (p.40). Dessa forma, mesmo que o paradigma fundante não seja um fato, mas uma crença filosófica ou um arcabouço teórico, ele fundamentará toda a sua produção científica sobre tal premissa e sua atividade será desempenhada sem nenhuma reflexão crítica a respeito do assunto, pois o cientista a tem ― aprioristicamente ― como verdade.
A cultura brasileira tem o costume de “romantizar” a história e não conhecer os fatos com mais profundidade antes de abraçá-los. Essa postura é fruto de um processo civilizatório que coloca viseiras na sociedade, condicionando-a à polarização. De um lado estão as pessoas inocentes que acreditam que são miseráveis “porque Deus quer que assim seja”, e do outro, as que acreditam que adquirindo e consumindo mais e mais, obterão felicidade. Quanto à parcela infinitesimal que consegue tudo que é lançado, cedo descobre que essas coisas não produzem felicidade, e que é preciso preservar a natureza e assim não destruir o planeta. As parafernálias tecnológicas não podem ser um fim em si mesmas, mas também não podem ser um “meio”, visto que não proporcionam as melhores condições para qualquer um fim. Quando Petry disse que o “pensamento religioso, traduzido na ideia de que somos criaturas divinamente concebidas, tende a turvar a percepção de que nossa condição natural é miserável”, pois a vida do homem primitivo era muito difícil e que a “tecnologia nos retirou dessa miséria”, esqueceu de dizer que a tecnologia não nos tornou mais humanos, mais próximos e relacionais. Aliás, se se quisesse mesmo discutir o que a tecnologia causou à humanidade, comparando-a ao papel que a religião desempenhou, basta olhar para o depoimento do historiador francês Fustel de Coulanges, em sua obra A Cidade Antiga, quando diz que o “que uniu os membros da família antiga foi algo de mais poderoso do que o nascimento: o sentimento ou a força física”, e que é justamente “na religião do lar e dos antepassados [que] se encontra esse poder”, não significa que a “religião criou a família, mas seguramente foi a religião que lhe deu as sua regras”, por isso recebeu “a família antiga constituição muito diferente da que teria se os sentimentos naturais dos homens tivessem sido os seus únicos causadores” (pp.36-7). 
Mesmo sendo uma expressão religiosa totalmente estranha ao cristianismo, seu poder de catalisação ainda é infinitamente maior, em termos de fortalecimento familiar, que qualquer hardware com seus softwares mais sofisticados. Assim, ao absolver a tecnologia do seu mau uso, Petry esqueceu que o mesmo é verdade em relação à religião. Ela pode servir para bons e maus propósitos. O próprio fato de a humanidade ter feito tanto progresso em relação à tecnologia, mas paradoxalmente, não deixar de buscar um sentido para a vida em algo que transcende sua existência física e material, demonstra que se ela não pode avançar e evoluir sem tecnologia, tampouco o fará sem a devida valorização de sua essência e da busca por respostas que extrapolam os limites do que a ciência pode lhe oferecer. Se existe a boa tecnologia, resultante da boa ciência, existe também a piedade, o amor, o humanitarismo, a voluntariedade, o altruísmo e a solidariedade, frutos de uma vida cristã condizente com os valores ensinados no cristianismo.    
Texto extraído do site CPADNEWS, disponível em: <http://www.cpadnews.com.br/blog/cesarmoises/fe-e-razao/7/fe-e-razao.html>
Marcelo Oliveira de Oliveira
Redator do Setor de Educação Cristã da CPAD 

Lição 07 - 4º Trimestre 2019 - A Segunda Vinda de Cristo – a Manifestação Gloriosa - Juvenis.

Lição 7 - A Segunda Vinda de Cristo – a Manifestação Gloriosa 

4º Trimestre de 2019
“Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” (Ap 1.7).
OBJETIVOSApontar o caráter visível da Segunda Vinda Gloriosa de Jesus;
Mostrar o aspecto glorioso e poderoso dessa vinda;
Explicar os propósitos de sua vinda.
ESBOÇO DA LIÇÃO1. NA OCASIÃO DE SUA VINDA JESUS SERÁ VISTO POR TODOS
2. JESUS VOLTARÁ COM GRANDE GLÓRIA E PODER
3. JESUS PRENDERÁ SATANÁS
4. PROPÓSITOS DE SUA VINDA
Querido (a) professor (a), dando continuidade ao tema deste trimestre, que apesar de muito interessante, requer uma didática especial para o seu público juvenil, na próxima aula vamos abordar a maravilhosa expectativa da “Segunda Vinda de Cristo e sua Manifestação Gloriosa”.
Como dissemos no início, dentro do que lhe for possível, utilize seu tempo livre dando preferência a livros; artigos; filmes; documentários; e pregações que foquem neste tema complexo, profundo e maravilhoso. 
Certamente, todos esses recursos lhe auxiliarão na dinâmica em classe, despertando o interesse de sua turma, sanando possíveis dúvidas e indicando-os também alguns materiais de credibilidade para que possam estender sua pesquisa extraclasse.
Para esta próxima aula, além de todos os demais conteúdos presentes em sua revista, lhes deixamos abaixo, como subsídio extra, trecho de um artigo sobre o tema de autoria do doutor em Teologia Sistemática, mestre em Teologia do Novo Testamento e presidente do Conselho de Educação e Cultura da CGADB, pastor Douglas Baptista.
O retorno de Cristo e o reino milenar
1. O retorno de Cristo está sobejamente registrado nas Escrituras. No entanto, os intérpretes discordam entre si acerca das doutrinas do “quiliasmo” – uma expressão grega que designa “mil” e que se refere ao Milênio. A discussão gira em torno do tempo da vinda de Cristo para instalar o reino milenar. Atualmente existem quatro escolas diferentes para abordagem da segunda vinda de Cristo em relação ao milênio.
1.1. Posição não-literal. Esta escola nega que haverá um retorno literal. Para eles, Cristo não retornará corporalmente ou visível. Ensinam que o segundo advento aconteceu com a destruição de Jerusalém, ou no dia do Pentecostes, ou ainda, na morte ou conversão do crente.
1.2. Posição Pós-milenarista. Para esta escola, o retorno de Cristo será literal, mas acontecerá somente após o milênio na terra. Seus adeptos ensinam que o mundo todo será alcançado e se converterá pela pregação do Evangelho antes da segunda vinda de Cristo a terra.
1.3. Posição amilenarista. Esta escola nega que haverá um reino milenar literal na terra. Para eles, Satanás já foi aprisionado na primeira vez que Cristo veio. Ensinam que na presente era, entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, as profecias acerca do milênio já estão espiritualmente sendo cumpridas.
1.4. Posição Pré-milenarista. Para esta escola, o retorno de Cristo será literal e corporalmente, e, acontecerá antes do início do milênio na terra. Os que professam esta posição acreditam que após o retorno de Cristo, será instituído a era milenar e Cristo literalmente reinará na terra por mil anos.         
2. Acerca destas posições convém esclarecer que a posição não-literal coloca em descrédito as inúmeras profecias que anunciam uma segunda vinda de Cristo. A posição pré-milenarista está presente nos escritos apostólicos do Novo Testamento. Dos chamados pais da Igreja, Clemente de Roma (40-100 d.C), Inácio, bispo de Antioquia (50-115 d.C), Policarpo, bispo de Esmirna (70 e 167 d.C); Justino Mártir (100-165 d.C), Ireneu (130-202 d.C) e Tertuliano (160-220 d.C) dentre outros eram pré-milenaristas. Porém a escola pré-milenarista passou a ser contestada a partir do III século, tendo Orígenes (185 – 254 d.C) como seu principal expoente, pois o sentido literal das Escrituras passou a ser substituído pela alegorização em busca de um suposto sentido secreto. Em seguida Agostinho de Hipona (354-430 d.C) começou a ensinar o amilenarismo, defendendo que o milênio ocorreria no período entre os dois adventos. Esta posição perdurour até a Reforma Protestante. No período pós-reforma ressurgiu a posição pré-amilenarista, sendo contestada com o surgimento do pós-milenarismo que exerceu grande influência até fins da 2ª Guerra Mundial (1945), e que praticamente tem desaparecido dos atuais debates teológicos. Em nossa época temos visto o ressurgimento do amilenarismo, mas, também e ainda em maior escala o ressurgimento do pré-milenarismo da Igreja primitiva:
Desse modo, a pesquisa histórica revela que a interpretação pré-milenarista, unanimemente defendida pela Igreja primitiva, foi suplantada mediante a influência do método de alegorização de Orígenes e pelo amilenarismo agostiniano, que se tornou o ponto de vista da igreja romana e continuou a dominar até a Reforma Protestante, por ocasião da qual o retorno ao método literal de interpretação restaurou a interpretação pré-milenarista. Essa interpretação foi desafiada pelo surgimento do pós-milenarismo, que começou a tomar forma... e, continuou até seu declínio após a Segunda Guerra Mundial. Esse declínio promoveu a ascensão do amilenarismo, que agora compete com o pré-milenarismo como método de interpretação da questão quiliástica. (Pentecost, 1998, p. 403)
3. O posicionamento da teologia pentecostal adotada pelas Assembleias de Deus no Brasil segue o método de interpretação literal conforme a fé praticada na Igreja primitiva. Nossa Declaração de Fé ratifica a posição pré-milenarista:
O Milênio é o Reino de Cristo com duração de mil anos que terá início por ocasião da vinda de Cristo em glória com os seus santos. Todos os que estiverem vivos na terra após esses acontecimentos serão submetidos ao governo de Jesus Cristo. Nesse período, Satanás estará aprisionado no abismo. Isso significa que a sua ação destruidora na terra será neutralizada e, assim, será iniciada uma nova ordem. (SOARES, 2017, p. 189).
4. Esta postura da teologia pentecostal professa que o retorno de Cristo se dará em duas fazes distintas e está em consonância como artigo de fé número 13 do credo menor assembleiano, que afirma: “Cremos na segunda vinda de Cristo, em duas fases distintas: a primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja antes da Grande Tribulação; a segunda — visível e corporal, com a sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16, 17; 1 Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 1.14)”.

Pense nisso!
Douglas Roberto de Almeida Baptista
Referências Bibliográficas
SOARES, Esequias (Org). Declaração de Fé a das Assembleias de Deus. Rio: CPAD, 2017.
PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. São Paul: Editora Vida. 1964.
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

Lição 07 - 4º Trimestre 2019 - A Conversão de Saulo - Jovens.

Lição 7 - A Conversão de Saulo 

4º Trimestre de 2019
Introdução
I- Um encontro inesperado no caminho;
II-A visita de Ananias;
III-Um novo tempo de Deus para Saulo.
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Explicar como se deu o encontro inesperado de Saulo com Jesus;
Analisar a importância de Ananias no episódio da conversão de Saulo;
Conscientizar de que é Deus quem muda nossos planos e que devemos buscar a sua vontade.
Palavras-chave: Poder, cura e salvação.
Quando pensamos em Paulo, logo nos vem à mente o grande apóstolo dos gentios, escritor de praticamente metade do Novo Testamento com 13 epístolas, o grande decodificador do cristianismo, o maior teólogo que já existiu, etc. Sua vida e escritos deixaram-nos um legado de valor inestimável, pois o Cânon sagrado foi reconhecidamente oficializado como Palavra Inspirada de Deus. John Oswald Sanders (1902–1992) descreve-o assim: 
Ele tem sido nomeado como o cristão mais bem-sucedido do mundo, e sua carreira tem sido considerada a mais surpreendente na história mundial. Talvez nenhum outro tenha alcançado as mesmas alturas em tantas habilidades. Sua versatilidade era tanta em retrospecto que parece que ele possuía quase todos os dons. Mas, apesar do maravilhoso histórico de Paulo, em seus escritos ele consegue estabelecer conexão com o crente mais humilde como com o filósofo erudito. Um paralelo dos dias atuais com o apóstolo, tem sido sugerido, seria um homem que pudesse falar chinês citando Confúcio, que pudesse escrever boa teologia em inglês e expô-la em Oxford e que pudesse defender sua causa em russo perante a Academia de Ciências Soviéticas.1 
Com tantas qualidades, é difícil imaginar como um homem que foi usado de maneira ímpar nas mãos do Senhor tenha sido um feroz perseguidor da Igreja. No capítulo anterior, foi discorrido sobre o martírio de Estêvão. O primeiro versículo do capítulo 8 de Atos diz que Saulo consentia na morte do diácono. Alguns até alegam que Saulo era aquele que ficava bradando os pecados de Estêvão pelo caminho enquanto este era apedrejado. 
O capítulo 9 inicia dizendo que Saulo respirava “ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor”. Uma pessoa que respira ameaças e mortes é alguém que está obcecado em perseguição e violência. Paulo possuía um ódio aterrorizante contra a “seita” nova que surgira. Como judeu zeloso, porém ignorante sobre as coisas de Deus, ele achava que estava fazendo a coisa certa em estrangular aquele movimento de cristãos, usando de todas as formas possíveis. 
Ele pediu cartas ao sumo sacerdote (Caifás) para ir às sinagogas de Damasco para que, caso achasse cristãos por lá, prendesse-os e levasse-os a Jerusalém. Essas “cartas de autorização do Sinédrio eram válidas entre os judeus por toda a extensão do império romano”.2 
Um Judeu Zeloso
Saulo estava empenhado em perseguir os cristãos e, mesmo depois de tornar-se um, lembrou-se de seus dias como perseguidor. Em Filipenses 3, ele faz menção a essa formação sua, dizendo: 
Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu, segundo o zelo, perseguidor da igreja; segundo a justiça que há na lei, irrepreensível (Fl 3.5,6). 
Em Gálatas 1.13, Paulo acrescenta mais sobre seu histórico:
Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava. E, na minha nação, excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais (Gl 1.13,14). 
Como era Saulo? Um livro apócrifo muito antigo, datado do final do primeiro século, descreve Paulo assim: “Um homem de estatura moderada, cabelos crespos, pernas tortas, olhos azuis, grandes sobrancelhas e nariz comprido, às vezes parecendo um homem, às vezes como um anjo” (Citado por Gaebelein)3.  Sobre seu nascimento e família, Buckland comenta:
O nascimento e família do futuro apóstolo habilitaram-no a chamar-se a si próprio “hebreu de hebreus”. Era de puro sangue judaico, da tribo de Benjamim (Rm 11.1; Fp 3.5); e nasceu em Tarso, na Cilícia (At 9.11; 21.39; 22.3), pelo ano 2 antes de Cristo, quando estava no seu auge o poder do imperador romano César Augusto. A sua educação foi caracteristicamente judaica. Quando rapaz, foi mandado para Jerusalém a fim de ser instruído por Gamaliel “segundo a exatidão da lei de nossos antepassados”, dizia ele (At 22.3). Tanto Gamaliel como a própria família de Paulo pertenciam à seita dos fariseus. Do seu mestre, pois, era natural que Paulo obtivesse um firme conhecimento da doutrina da ressurreição (At 23.6; 26.5; Fp 3.5). Com Gamaliel aprendeu ele, também, aquelas estreitas doutrinas do farisaísmo, “sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais (Gl 1.14). Além disso, sabia Paulo a arte de fazer tendas (At 20.34; 1 Ts 2.9).4  
Paulo era, de fato, muito zeloso com a sua religião — um traço que também seria muito importante quando se convertesse ao cristianismo. Ele, contudo, não tinha ideia de que Deus já tinha um plano completamente diferente para a sua vida. Luiz Vaz de Camões (1524–1580), o grande poeta português, expressou: “Ocultos os juízos de Deus são”. Realmente, o Senhor tem seus caminhos e Ele faz com que sejam revelados mostrando sua soberania e amor para conosco. 
Um Encontro Inesperado
Quando, na época, Saulo estava próximo de Damasco, capital da Síria, uma luz do céu brilhou em seu redor subitamente. Essa luz fez com que ele caísse por terra. Aí, ele ouviu uma voz que dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Imagine você o susto que Saulo levou. Foi uma luz e uma voz que o atingiram. Se Saulo, porventura, perdesse sua audição, não se esqueceria da luz; se perdesse sua visão, não se esqueceria da voz! E isso aconteceu de fato, pois nos diz o relato bíblico que ele ficou três dias sem ver, porém certamente se lembrava da voz. 
Nunca Saulo podia imaginar que ele teria esse tipo de encontro naquele caminho. Ele, no entanto, era vaso escolhido de Deus para levar o nome de Cristo “diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel” (At 9.15). Ele teve um encontro com o Senhor e ouviu a sua voz. Essa grande visão tornou-se o grande ponto de virada de sua vida. Ele recebeu perfeito conhecimento e certeza de que o rejeitado Jesus de Nazaré é o Filho de Deus. O grande evento foi profético. Será repetido em uma escala maior quando o Senhor Jesus vier novamente e o remanescente de Israel vê-lo nas nuvens do Céu. Arno C. Gaebelin (1861–1945) comenta sobre a conversão de Paulo:
O nono capítulo não contém o registro completo do que aconteceu no caminho para Damasco. O próprio apóstolo Paulo relata duas vezes sua própria experiência no capítulo 22.5-16 e no capítulo 26.12-18. Ele também menciona sua conversão brevemente em 1 Coríntios 15.8; Gálatas 1.15-16 e 1 Timóteo 1.12-13. Os três relatos da conversão de Saulo não são sem significado. Aquele que está diante de nós no nono capítulo é o mais breve, e é simplesmente o relato histórico do evento, como deveria ser incorporado no Livro de Atos, como história. O relato no vigésimo segundo capítulo foi dado por Paulo na língua hebraica; é a declaração mais longa e foi dirigida aos judeus. O relato no vigésimo sexto capítulo foi dado na presença do governador romano Festo e do rei judeu Agripa, portanto endereçado a judeus e gentios. Mas não há discrepâncias e discordâncias nesses três relatos? Tal tem sido a reivindicação do lado dos homens que rejeitam a inspiração da Bíblia. Existem diferenças, mas não há desentendimentos. Essas diferenças em si são as evidências da inspiração. As diferenças, no entanto, são simplesmente da maneira como os fatos do evento são apresentados.5 
A questão é que aquele encontro derrubou Saulo em todos os sentidos: física, emocional e espiritualmente. Foi uma reviravolta e tanto na vida daquele homem. Nem todos têm um encontro assim com Cristo, mas Ele age da forma que quer, e ninguém pode impedi-lo (Is 43.13). 
Perseguindo quem?
As primeiras palavras de Jesus para Saulo foram em forma de pergunta: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. É interessante observar que, nessa pergunta, Jesus não questiona o fato de Saulo estar perseguindo os cristãos — o que realmente estava acontecendo. Saulo era um feroz perseguidor da Igreja. Jesus, porém, coloca-se no lugar dela. Ele estava dizendo: “Quando você persegue a Igreja, você está perseguindo a mim, Saulo”.
Isso é algo simplesmente maravilhoso: saber que todas as vezes que um cristão é perseguido, é o próprio Jesus que assume ser perseguido. Podemos encontrar consolo nesse questionamento do Senhor a Saulo quando somos, de alguma forma, perseguidos, injustiçados, zombados — não estão fazendo simplesmente para nós, mas nosso Jesus toma essas dores para si. O profeta Isaías já havia prenunciado este sofrimento que o Mestre iria trazer sobre Ele quando diz: 
Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados (Is 53.4,5).
Jesus tem uma união sobrenatural com a Igreja. Paulo, mais tarde, considera essa união como um mistério, pois o amor de Cristo para com esse povo foi tão intenso que Ele deu a sua própria vida por ela (Ef 5.25). Isso também nos traz uma grande lição de como devemos considerar e tratar a noiva de Cristo. Há alguns pregadores que, quando assumem o púlpito, começam a simplesmente “bater” na igreja como se ela fosse um público qualquer, que pode ser confrontada de qualquer maneira. Obviamente que a advertência e o confronto são, sim, parte da Palavra de Deus para conosco. Deus corrige a quem Ele ama (Hb 12.6). Todavia, precisamos ter muito temor com o povo escolhido de Deus, que foi lavado pelo sangue de Jesus e comprado por alto preço. Deveríamos sempre ter zelo, amor e responsabilidade quando realizarmos qualquer atividade dentro da igreja. Não devemos ficar preocupados quando as perseguições vierem ou, então, se estamos precisando desesperadamente de auxílio humano ou de políticos em nossa defesa, porque a Igreja tem um grande advogado — seu nome é Jesus, o dono dela por excelência.
De “Mandão para Mandado”
Saulo era aquele que ditava as ordens e fazia o que queria. Ele perseguia os cristãos e violentava-os, além de ser orgulhoso, cheio de si e achar que nada poderia impedir os seus propósitos. No entanto, mal sabia ele que tudo iria mudar naquele caminho. A partir daquele encontro miraculoso com Cristo, quem recebia as ordens, agora, era ele. O Senhor Jesus, então, ordena Saulo levantar-se e ir a Damasco, pois lá ele iria saber o que deveria ser feito. E não há muita explicação sobre o assunto: ele apenas deveria ir a Damasco. 
Logo que se levanta, Saulo precisou ser guiado pela mão até o lugar designado, pois não podia ver. Em Damasco, diz o relato bíblico, ele ficou orando (v. 11). Que mudança tremenda aconteceu neste homem. De rude, cruel, arrogante, a uma pessoa dependente, ouvinte e que buscava a presença de Deus. Só mesmo um encontro verdadeiro com Cristo pode transformar o mais vil pecador em um vaso de honra que glorifica o nome do Senhor. Mais para o final de seu ministério, Paulo relata essa experiência, bem como seu significado ao jovem obreiro Timóteo:
E dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus, Senhor nosso, porque me teve por fiel, pondo-me no ministério, a mim, que, dantes, fui blasfemo, e perseguidor, e opressor; mas alcancei misericórdia, porque o fiz ignorantemente, na incredulidade. E a graça de nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que há em Jesus Cristo. Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por isso, alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna. Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém!6 
E o Senhor continua transformando pessoas ao redor do mundo através do evangelho, que é “o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). 
Um Discípulo Chamado Ananias
Há três pessoas em Atos dos Apóstolos chamadas Ananias: (1) O marido de Safira (At 5.1); (2) Um discípulo de Jesus Cristo (9.10); e (3) Um sumo sacerdote (23.2). O nome significa “Jeová é gracioso”. Jesus permitira que seu discípulo vivesse a verdade do seu nome e demonstrasse graça surpreendente a Saulo. Uma vez que o Ananias em análise é um discípulo, significa que ele é um “aprendiz” e, neste contexto, é um seguidor de Jesus, um crente, um cristão. Adam Clarke (1760–1832) comenta:
Uma opinião geral prevaleceu na Igreja Grega de que este Ananias era um dos setenta e dois discípulos e que ele foi martirizado; e eles celebram seu martírio no dia primeiro de outubro. Afirmou-se ainda que sua casa foi transformada em uma igreja, que permanece até os dias atuais, embora agora ocupada como uma mesquita turca; mas até mesmo os maometanos têm a tradição e tratam sua memória com grande respeito. Seja como for, de acordo com Atos 22.12, aprendemos, o que é mais importante, que ele era um homem devoto de acordo com a lei, tendo um bom relatório de todos os judeus que moravam lá.7 
Mas por que Ananias? Ele era um cristão proeminente? Não temos razão para acreditar. Deus precisou usar um agente humano nesse trabalho? Na verdade, não. Deus usou Ananias porque Ele gosta de usar pessoas, e Ananias era um servo voluntário.
Ananias era um homem comum — não um apóstolo, um profeta, um pastor, um evangelista, um ancião ou um diácono. Deus, no entanto, usou-o especialmente por ele ser um homem comum. Se um apóstolo ou uma pessoa proeminente tivesse ministrado a Paulo, as pessoas poderiam dizer que Paulo recebeu seu evangelho de um homem em vez de Jesus. Da mesma forma, Deus precisa usar o homem comum — há um trabalho especial a fazer para aqueles que se acham comuns. Se você, jovem, acha que é alguém comum, então pode ter certeza de que Deus quer usar sua vida para grandes propósitos! 
A Desconfiança
Mesmo recebendo uma ordem do próprio Deus para ir até onde Saulo estava, Ananias ficou desconfiado e receoso. Era para ele ir à rua chamada Direita e, na casa de Judas, procurar por Saulo e impor-lhe as mãos para que este recuperasse a vista. Ananias, entretanto, logo questiona ao Senhor acerca dessa responsabilidade colocada sobre seus ombros, argumentando que já ouvira falar da fama de Saulo e de todos os males que ele fazia. 
Não é razoável apenas julgarmos o questionamento de Ananias, pois, provavelmente, qualquer um de nós faria o mesmo. Ele ainda não estava a par de todo o plano que Deus tinha com Saulo. Perceba: Ananias não estava fugindo da missão que fora dada a ele, mas apenas sendo cauteloso sobre como seria esse encontro. 
Semelhantemente à atitude de Ananias, muitos agem com desconfiança em relação a pessoas com quem Deus está trabalhando. Embora isso seja natural de alguma forma, assim como foi com Ananias, não podemos deixar de cuidar de alguém que Deus colocou em nossa vida apenas pelo fato de ela ainda não estar pronta. Se estivesse, não teríamos a necessidade de cuidarmos dela. E o Senhor quer usar cada um de nós como canal para restabelecer pessoas que a sociedade — e até muitos dentro da igreja — não consideram e não acreditam, mas que Deus pode levantá-las com poder e autoridade. Isso se torna não apenas uma responsabilidade, como também um privilégio. 
Nova Vida
O plano de Saulo era ir até Damasco e prender crentes. O plano de Deus era “transformar” Saulo em Paulo e fazê-lo um pastor de crentes. Saulo queria violentar os crentes, mas Deus fez dele um sofredor pelos crentes. Saulo queria massacrar o novo movimento, mas Deus transformou-o no maior defensor do movimento. É simplesmente impressionante o que o Senhor Jesus pode fazer na vida de uma pessoa mediante um encontro real com Ele. O chamado que o Senhor tinha para com Saulo foi tremendo. John Oswald Sanders comenta:
Na estrada de Damasco, o Senhor apresentou duas coisas únicas a Paulo concernentes ao seu serviço missionário: 1) que seu ministério seria a terras distantes; 2) seria principalmente para os gentios (At 22.21). Desde que Jesus foi enviado em primeiro lugar para as ovelhas perdidas da casa de Israel (Mateus 10.6), ele teve que deixar a evangelização dos gentios para seus seguidores, cuja liderança estava com Paulo. O caráter universal do evangelho foi apreendido pelos apóstolos apenas lentamente. Um passo significativo nessa direção foi dado quando Pedro venceu sua estreita intolerância, indo à casa de Cornélio, um centurião romano (Atos 10.9-48). Mas os eventos subsequentes na Galácia provaram que o preconceito não foi totalmente dissipado. A conversão dos gentios em escala mundial exigiu alguém com uma mente mais ampla e um coração maior do que o de Pedro. Em Paulo, o Espírito Santo encontrou um instrumento de grande coração e preparo único. Mas foi somente através de um processo gradual que Paulo entendeu todas as implicações de seu chamado (Atos 13.46; 18.6; 22.19-21).8 
E é graças a essa nova vida de Paulo que podemos experimentar e sermos transformados pelos escritos do apóstolo dos gentios, além de podermos também fazer grande diferença nas pessoas através da nova vida que temos em Cristo. Quando o Espírito Santo toma conta de nosso ser, guiando nossa mente e ações, muitas coisas são realizadas para o Reino de Deus. Isso exige a apreensão do que está escrito em Hebreus: 
Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé [...] (Hb 12.1,2). 
E os Olhos São Abertos
O texto bíblico diz que, assim que Ananias entra na casa onde Saulo estava e impõe as mãos sobre ele, explicando-lhe a razão de estar ali, imediatamente caíram dos olhos de Paulo como se fossem umas escamas, e ele voltou a ver. Em seguida, ele levantou-se e foi batizado. Somente através da ação do Espírito Santo é que as pessoas podem enxergar o mundo espiritual, pois as coisas espirituais “se discernem espiritualmente” (1 Co 2.14). O próprio Paulo vai dizer aos coríntios que o “deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Co 4.4), e ele era um deles. No entanto, quando temos um encontro real com Cristo, não andamos mais em trevas, pois agora entramos no Reino da sua luz (Cl 1.12,13). 
Curando Saulo de sua cegueira o Senhor lhe dá um sinal poderoso de que o chama, e pelo batismo com o Espírito, o capacita a proclamar o Evangelho a todo mundo (v. 15). Esta experiência demonstra que Deus dá a plenitude do Espírito àqueles que obedecem e aos que fervorosamente o buscam. Note como depois do encontro com o Senhor na estrada, Saulo obedeceu à voz divina entrando em Damasco onde passou três dias em intensa oração e jejum.9 
Creio que Deus deseja não somente nos dar visão no momento em que o encontramos, como também continuar limpando nossa vista com colírio do Céu para que vejamos nosso real estado, assim como a Igreja de Laodiceia foi advertida (Ap 3.18). Mediante uma contínua purificação e transformação de nossa mente, podemos experimentar “qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). 
Cidade do Jasmim
O capítulo 9 de Atos começa dizendo que Saulo ia para Damasco, que, em árabe, quer dizer “cidade do jasmim”. Lá ele ia prender e levar cristãos para Jerusalém. Contudo, após sua conversão no versículo 19, a Palavra de Deus diz que, depois de comer, ele sentiu-se fortalecido e ficou em Damasco alguns dias com os discípulos. O “contra” os discípulos mudou para “com” os discípulos. Logo adiante, ele já está pregando Cristo nessa cidade. 
Nesse local, onde havia muitas flores de jasmim — como ainda tem hoje —, Saulo começa exalar o “bom cheiro de Cristo (2 Co 2.15). E, dessa forma, continua não só nessa localidade, como também por muitos lugares por onde passou. Nada mais importava para ele, como enfatizou aos coríntios: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1 Co 2.2). 
A Bíblia diz que somos como um jardim fechado (Ct 4.12). Deus começou a história da humanidade em um jardim (Gn 2.15), redimiu-a em um jardim (Mt 26) e agora nos diz que há também algo muito parecido com um jardim na cidade celestial (Ap 22.1,2). Precisamos cuidar de nós mesmos como um jardim, propriedade exclusiva de Deus, onde Jesus é o único que pode cultivá-lo. Como diz Shedd: “A exclusividade do amor da noiva lembra como a verdadeira Igreja deve ter o coração fechado contra tudo que porventura possa afastá-la do amor por Cristo e do amor para com aqueles que nele creem”.10
 Nessa cidade do jasmim, Paulo inicia seu ministério afirmando que Jesus é o Filho de Deus. Que milagre tremendo foi a conversão de Saulo, assim como o foi na vida de todos aqueles que também tiveram um encontro real com Cristo! 

*Adquira o livro do trimestre. PESCH, Henrique. Poder Cura e Salvação: O Espírito Santo Agindo na Igreja em Atos. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

 1 SANDERS, J. Oswald. Dynamic Spiritual Leadership, 1999, pp. 14, 15.
 2 SHEDD, 1997, 1542. 
3 GAEBELIN, ARNO C. CHRIST AND GLORY: ADDRESSES DELIVERED AT THE NEW YORK PROPHETIC CONFERENCE, CARNEGIE HALL, NOVEMBER 25-28, 1918. 
4 BUCKLAND, Dicionário Bíblico Universal, 1981, p.329.
5 GAEBELIN, Arno C. Annotated Bible, 1913.
6 1 Tm 1.12-17.
7 CLARKE, Adam. The Adam Clarke Commentary, 1832. 
8 SANDERS, 1999, pp. 122,123.
9 ARRINGTON, 2003, p. 675. 
10 SHEDD, 1997, p. 975.

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Lição 07 - 4º Trimestre 2019 - Davi é Ungido Rei - Adultos.

Lição 7 - Davi é Ungido Rei 

4º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – DAVI: O REI UNGIDO
II – DAVI: O REI QUE ERA SERVO
III – DAVI: O REI QUE ERA GUERREIRO 
Osiel Gomes
O Simbolismo da Unção
No que diz respeito ao simbolismo da unção, faz-se necessário analisar com muito cuidado e atentando para os parâmetros bíblicos, pois a base da unção neotestamentária se fundamenta no Antigo Testamento. Podemos asseverar que a unção de Cristo e do cristão está ligada ao que já antes vinha sendo praticado pelos servos de Deus no passado. 
No ato da unção, declarava-se que a pessoa estava sendo separada para um propósito especial e que em sua vida estava a presença do Espírito Santo de Deus, o qual a guiaria, orientaria, para desempenhar com sucesso a missão para a qual fora designada. Isso fala para nós que o sucesso na obra de Deus só acontece se dependermos plenamente do Espírito Santo, razão pela qual Paulo fala de sermos cheios dEle (Ef 5.18).
Com o Espírito Santo na vida, o rei, o profeta, o sacerdote podiam desempenhar com denodo a obra de Deus. Jesus foi ungido para esse fim (Is 61.1; Lc 4.18). Seu ministério foi marcado por milagres, curas, maravilhas, pregação e ensino poderoso, porque, de fato, estava ungido. Vale dizer que messias vem do hebraico, mas no grego é ungido. Assim, Jesus era um servo ungido, sob a dependência do Espírito Santo para fazer a obra do Pai (At 10.38).
No simbolismo da unção podemos ter dois sentidos específicos: o primeiro é relacionado à linhagem do rei Davi, tendo seu aspecto escatológico, pois, a partir da sucessão dessa linhagem, esperava-se o Messias redentor; Ele seria o mais perfeito (Sl 2.2; 18.50). O segundo simbolismo está no fato de pessoas serem consagradas para cumprirem bem a missão para a qual foram designadas (Rm 1.1).
A Unção sobre Davi
Lendo 1 Samuel 13.1-13, podemos pontuar algumas coisas importantes antes de destacarmos a unção de Davi. Primeiramente, percebe-se que Samuel desempenhava de modo constante reuniões caracteristicamente religiosas. Outro detalhe importante é que os anciãos temiam sua vinda, pois se podia crer que, como profeta, juiz, seu aparecimento poderia ser por causa de algum tipo de ofensa, pecado cometido; assim, ele viria para julgar.
É bom entender que esse texto também revela o lado humano de Samuel ao separar os filhos de Jessé para a consagração. Prontamente ele se impressiona com Eliabe, isso porque, na escolha de Saul, o que ficou bem nítido foi sua altura, o que era peculiar nesse filho de Jessé. Por isso, logo Deus deixa claro que Ele não vê como o homem, pois procura atingir não o exterior, mas o interior, o coração (1 Sm 16.7; 1 Cr 28.9; Sl 147.10-11; Is 55.8; Jr 17.10).
O homem que será ungido, Davi, tem pontos positivos em sua vida. Isso pode ser comprovado por meio da palavra ruivo, que no hebraico é admoni, “vermelho, ruivo”, mas pode referir-se a uma criança sadia como também à destreza física. Esse termo é aplicado apenas a Davi e Esaú (Gn 25.25). Certos biblistas traduzem ruivo como guerreiro, aplicando a Davi, que desde cedo já manifesta qualidades de guerreiro. 
A unção de Davi acontece em um banquete particular sem qualquer alarde, em disfarce de sacrifício; há que se dizer que se trata do último ato profético de Samuel (1 Sm 25.1; 28.3). Nem Jessé nem seus filhos entenderam o propósito da unção naquele instante na vida de Davi, pois o real propósito não foi revelado e, por isso, alguns pensavam que tal unção era para que ele fosse discípulo de Samuel ou, quem sabe, no futuro, um profeta. O jovem, porém, que estava sendo ungido, era, na verdade, o amado do Senhor, o Dod, pois revela em sua vida qualidades que agradavam a Deus.
O real propósito da unção sobre Davi naquele dia era capacitá-lo, conceder-lhe orientação, sabedoria, a fim de que pudesse entender os propósitos divinos para sua vida e como cumpri-los perfeitamente bem (1 Sm 16.13; Nm 27.18; Sl 89.20). A unção divina sobre o cristão não é para ele pular, gritar, rodopiar, mas, sim, para conceder-lhe prudência, sabedoria, autoridade, para poder cumprir com êxito a missão divina neste mundo.
Texto extraído da obra “Tempo, Bens e Talentos”, editada pela CPAD. 
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