quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Lição 08 - 1º Trimestre 2021 - Habacuque: A intercessão de um homem cheio de esperanças - Jovens.

 

Lição 8- Habacuque: A intercessão de um homem cheio de esperanças 

1º Trimestre de 2021

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Marcos Tedesco, comentarista do trimestre:

INTRODUÇÃO

Diante da ferocidade do Império Babilônico, o Reino de Judá experimentava um dos momentos mais difíceis de sua história. Depois de uma escalada terrível de violência urbana, paganismo, injustiças sociais e imoralidade por todos os lados, a ruína total era apenas uma questão de tempo diante dos cruéis exércitos de Nabucodonosor que marchavam em direção a Jerusalém. Ao vislumbrar tal cenário, Habacuque se levantou e perguntou ao próprio Deus: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás?” (Hc 1.2) A partir de uma primeira interpretação, somos levados a imaginar o quão desesperançado estava o profeta. Mas, quando nos debruçamos com mais atenção nas letras escritas pelo profeta, podemos perceber quão profundo é esse livro ao revelar uma série de diálogos entre um simples homem e o Deus poderoso, santo, justo e misericordioso. É esse o contexto que nos permitirá conhecer um pouco mais da história de um homem que intercedeu com toda a sua energia em favor do povo e que, a partir de um franco relacionamento com o Senhor, encheu-se de esperança e nos ensinou valiosas lições sobre fé, justiça, soberania e santidade.

I – A Iniquidade de Judá

Os tempos de glória se passaram e já não havia mais disposição para ouvir a voz de Deus no reino de Judá. Em vez de buscarem a retidão e a justiça, os contemporâneos de Habacuque estavam envoltos em iniquidades, injustiças, violência e afrontas à santidade divina. Durante muito tempo, os profetas pregaram o arrependimento e anunciaram o juízo que se aproximava, porém aquele povo não tinha mais interesse em restaurar o que se havia perdido.

Ao profeta bastava a intercessão a Deus pelo povo infiel. Habacuque, em oração, abriu o seu coração em busca da solução a difíceis questões. Contudo, a resposta do Senhor foi muito além do momento em que precedia a queda de Jerusalém e ainda continua repercutindo em um mundo a agonizar entre a iniquidade e a desesperança.

Caos e sofrimento 

O cotidiano vivido em Judá nos anos antecedentes à queda de Jerusalém era aterrorizante. Por todos os lados imperava um panorama de injustiças, perversidades e abominações evidenciando um desinteresse por qualquer mudança dos padrões e, muito menos, um retorno para Deus. Por todos os cantos de Judá, a situação complicava-se ainda mais e diversas atrocidades já eram vistas como algo comum pela maioria das pessoas: o abandono de crianças nas ruas, violência, injustiças sociais, contendas, litígios, suborno de autoridades, opressão aos menos favorecidos, justiça corrompida, entre muitas outras. Era uma época de grande insensibilidade humana, que levava a situações surpreendentes de crueldade e descompromisso com a vida. Os mais fracos eram oprimidos por pessoas que se deleitavam com os lucros da dor alheia. Foram tempos difíceis e que traziam muita tristeza para o profeta Habacuque, que buscava despertar o povo, assim como também fez Jeremias, para um concerto. No entanto, os ouvidos daquela geração já estavam cauterizados e não mais aceitavam as mensagens dos profetas enviados pelo Senhor. Deus, ao enviar profetas, abria uma porta para uma mudança mediante arrependimento e restauração. Todavia, essa mudança não poderia ser imposta já que deveria ser, sempre, fruto de profunda reflexão e desejo de renovo. Por muito tempo, Deus esperou que a situação se transformasse. Entretanto, o dia do juízo havia chegado. Para o profeta, agora só restava o questionamento ao sofrimento dos justos, que também sofreriam junto com os iníquos.

A situação terrível observada no reino de Judá nos anos que antecederam ao cativeiro, também pode ser encontrada nos dias atuais promovendo um esfriamento dos corações e uma terrível insensibilidade para com qualquer pessoa que sofra.

A iniquidade tem se multiplicado de forma assombrosa e as consequências geradas a partir de tal situação assumiram proporções incontroláveis. O atual quadro de iniquidade nos impressiona: a destruição da família e a condenação do padrão de vida santificada; a violência urbana tem revelado uma crueldade impressionante; a corrupção atingiu, nos últimos anos, índices jamais vistos na história da humanidade; as multidões (de todas as idades) que moram nas ruas mendigando e sendo desamparadas ampliam-se a cada dia; a fome tem atingido uma parcela cada vez maior da população; a prostituição e outras formas veladas de mercantilização dos corpos, levando à objetificação dos seres humanos; a justiça, que não é mais a favor do justo, mas é destruída por leis frouxas e interpretações compradas; as doenças da alma, levando um número crescente de pessoas ao suicídio, mutilação e crises psicossomáticas; guerras e terrorismos em todos os continentes; além de muitas outras realidades aqui não mencionadas. Jornais e sites de notícias facilmente nos mostram casos que desafiam a mente humana e causam náuseas pelas dimensões do que é narrado. Desde o abandono até o assassinato de criancinhas, o envenenamento de pessoas que mendigam alimento e a corrupção entranhada em campanhas que visam a salvar vidas são algumas das notícias que recentemente assustaram milhões de brasileiros, porém estão cada vez mais comuns e aos poucos vão sendo banalizadas. Se até nós, em nossa natureza humana, sentimo-nos entristecidos por tais acontecimentos, imaginemos o nosso amado Pai, que nos criou para a glória de seu nome. Com certeza, vivemos tempos de iniquidades semelhantes aos dias antecedentes ao juízo em Judá. São prenúncios dos tempos descritos por Jesus em seu ministério na terra (Mt 24.6-8), apontando, possivelmente, para “o princípio das dores”. O Mestre apontava que ouviríamos falar de guerras e de rumores de guerras e veríamos fomes, pestes, terremotos, todavia tudo isso ainda não seria o fim.

O povo foi alertado acerca das consequências de seus atos por diversos profetas durante muitos anos. As más escolhas daquelas pessoas um dia desencadeariam em juízo do Senhor e já não haveria mais tempo para pedidos de socorro. Os profetas foram desprezados e, inclusive, humilhados por muitos. Um claro exemplo podemos encontrar em Jeremias, que, durante várias décadas, sofreu na mão de incrédulos que o castigavam sem piedade, tendo inclusive seus escritos queimados pelo rei Jeoaquim (Jr 36). Habacuque compreendera perfeitamente que era chegada a hora do juízo, contudo, diante dos executores de tal castigo, questionou a Deus sobre o uso dos babilônicos para tal ação. Para o profeta, não havia mais nada a fazer além de questionar em prol dos justos que sofreriam também as consequências do juízo dos maus. O profeta clamava movido pelo amor a Deus, pelo desejo ardente de restauração (mas não por mãos ímpias) e por sua dor ao ver os justos serem vítimas das mesmas atrocidades que seriam impostas aos iníquos.

II – O Castigo de Judá 

O castigo é algo a trazer muito desconforto, no entanto é necessário em determinados contextos. No caso em que estamos estudando, o castigo aplicado tem a finalidade de correção e classifica-se como “educativo”, pois busca levar o povo novamente à presença do Senhor mediante arrependimento e restauração. Muitos justos também estavam sofrendo, assim como o profeta, nas mãos dos homens maus, como os próprios judeus, até mesmo dos estrangeiros, como os assírios (que derrubaram o Reino do Norte) e os babilônicos comandados por Nabucodonosor. Os justos apresentados por Habacuque ao Pai em suas orações intercessoras estavam tendo, aparentemente, o mesmo fim que os injustos e iníquos. Entretanto era apenas uma aparência, pois Deus jamais os abandonaria. No momento de maior intensidade das orações do profeta, o Senhor prometera que pela fé, eles viveriam. Deus se faria presente, e jamais desampararia os seus. Pela fé, cremos também nisso. Glória a Deus!

Todas as escolhas que fazemos, geram consequências. Se buscarmos o caminho certo e cumprirmos todas as condições para uma viagem tranquila, teremos uma boa chance de chegarmos ao destino desejado bem e em segurança. Não podemos almejar uma meta, ou uma condição futura, se não nos atentarmos às etapas e estruturas necessárias para tal. Sempre foi assim, e a Bíblia nos mostra diversos exemplos a respeito desse preceito. No tempo de Habacuque, assim como no tempo de Moisés, esse era um importante princípio que deveria ser observado. O livro de Deuteronômio registra três discursos de Moisés que impressionam pelo conteúdo influenciando tanto o povo do deserto quanto as gerações posteriores. Um desses discursos nos permite refletir sobre duas possibilidades dispostas à nossa frente: bênção e maldição. Vejamos: “Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando ouvirdes os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que hoje vos mando; porém a maldição, se não ouvirdes os mandamentos do Senhor, vosso Deus, e vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno [...]” (Dt 11.26-28). Se o povo obedecesse à Palavra de Deus, seriam alcançados pela bênção. Por outro lado, se desprezassem os mandamentos do Senhor, seriam alvos da maldição. Era uma questão de escolha e conseqüência; o modo de vida do povo apontaria para o seu futuro. Sabemos que a maior parte do povo hebreu, com grande frequência, afastava-se de Deus e andava por caminhos de impiedade, vindo assim a padecer diante da maldição. Essas palavras de Moisés demonstravam ao povo o quanto suas formas de lidar com os desafios diários seriam determinantes quanto ao futuro. Os muitos anos de pecados e injustiças não passaram despercebidos por Deus. A aparente aceitação divina do que acontecia em Judá nos tempos de Jeremias e Habacuque não representava uma passividade do Senhor, mas sim um período necessário até que o juízo fosse determinado e, finalmente, protagonizado pelos caldeus. A validade dessas palavras é tão real hoje quanto era nos dias de Moisés e Habacuque. Temos diante de nós a escolha: bênção ou maldição. Tudo dependerá da forma como conduziremos os nossos passos. Aquilo que semearmos também colheremos (Gl 6.7). Precisamos ser convictos de que nenhuma injustiça ou iniquidade por si só representa a vitória do mal sobre o bem. No tempo certo, o juízo se cumprirá e os justos serão saciados em sua sede e gozaremos da paz que só encontramos em Deus (Sl 62.5).

Diante de tanto sofrimento e apreensão, Habacuque questionava o motivo do sofrimento dos justos. Ele podia aceitar o triste fim que era anunciado aos ímpios e apóstatas de Judá, mas lhe era incompreensível a iminente tragédia que alcançaria as pessoas que se mantinham fiéis. O profeta questiona com respeitosa e prudente indignação a indigesta realidade: “Por que os babilônicos?”. Difícil compreender como um povo ímpio e praticante das mais terríveis abominações poderia ser usado por Deus para trazer juízo ao seu povo. Em seu questionamento, Habacuque usa uma figura de linguagem comparando os invasores a pescadores os quais matavam suas presas por prazer (Hb 1.14-17), apontando uma nítida desumanidade. Como Deus permitiria que o seu povo caísse nas mãos de homens que se deleitavam com o sofrimento alheio? Como um Deus justo não interviria em tal atrocidade? São perguntas perturbadoras ao simples homem que via na intercessão a sua única possibilidade em busca da compreensão de tal dilema. A resposta de Deus para tais questionamentos serviu de bálsamo ao sofrido profeta: o justo, no fim, emergiria vitorioso. Os justos têm uma comunhão com o Pai, pois são retos e obedecem à vontade divina. Para viverem neste mundo decaído, os justos precisam ter uma firme confiança em Deus e, com alegria, seguir os propósitos divinos. Em relação aos ímpios que se aproximavam de Judá, o Senhor deixara bem claro que, também no tempo certo, os caldeus pagariam por suas atrocidades e iniquidades, porém, nesse momento, estariam sendo direcionados a serem os instrumentos de juízo sobre o povo de Judá. A situação parecia caótica, todavia o Senhor tinha tudo sobre controle: o momento terrível se fazia necessário em busca de um final mais elevado. No cativeiro, o povo seria trabalhado, o milagre aconteceria e Deus, no tempo certo, traria um novo tempo de restauração. As palavras de Habacuque tinham a nítida intenção de dar um amparo aos justos, que também sofriam por conta de toda a situação criada. Entrava em cena uma palavra-chave, tanto naqueles dias quanto no Novo Testamento e até hoje: fé!

Uma triste e assustadora sentença era reservada para Judá em que seus habitantes iníquos estavam prestes a ser massacrados pelas forças caldeias. O profeta Habacuque clamava a Deus por um socorro que não mais seria possível. O intercessor desejava o socorro imediato, contudo a resposta do Senhor apontou para uma solução que se projetava para além do seu tempo: o justo vivendo pela fé.

Os justos de Judá tinham uma grande esperança revelada na resposta de Deus a Habacuque: a fé se apresentava como um fator de extrema relevância na busca pela salvação e reconciliação com o Senhor. Era a fé que permitiria ao justo a continuidade da caminhada buscando firmemente os propósitos divinos. A epístola aos Hebreus define com precisão o que é “fé”: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11.1). É a fé que dá sentido ao ato de orar, pois cremos que Deus nos ouve e nos fortalece em meio à nossa caminhada anunciando o Reino de Deus. Deus queria que as pessoas soubessem dessa verdade excelsa e orientou ao profeta a forma correta de proceder. Habacuque deveria escrever de modo destacado em grandes tábuas e de forma bem legível para que, todo aquele que passasse correndo ao ser levado ao cativeiro, pudesse ler e deixar marcado em seu coração e mente que a “fé” seria o segredo para sobreviver ao que passariam, pois tinham a convicção de que um dia o Senhor novamente os colocaria de pé. Deus estava no controle (Is 26.3)!

III – A Oração de Habacuque 

O profeta Habacuque descreve, em seus escritos, uma conversa com Deus questionando o juízo que se aproximava sobre o povo de Judá. Nesse diálogo, é observado um relacionamento com o Senhor envolto em intimidade, obediência, dependência e fidelidade. Não se trata de um questionar confrontando, mas sim de uma ação em busca de melhor compreensão da dimensão dos planos que o Pai tem para os seus. A resposta de Deus à oração revela informações já conhecidas pelo profeta em seu coração; afinal, buscava ao Pai constantemente ao longo de sua vida. A oração de Habacuque nos permite o entendimento do papel da fé na vida dos justos, levando-os a uma firme esperança na soberania divina. 

Deus Os profetas que escreveram livros na Bíblia dirigiram suas palavras a pessoas específicas, ou ainda, a todo um povo, entretanto com Habacuque foi diferente. O seu livro registra palavras que nos mostram um profundo diálogo entre o profeta e Deus. 

Em toda a Bíblia Sagrada, é raríssimo encontrarmos personagens que receberam de Deus a autorização para questioná-lo abertamente: Moisés é um conhecido exemplo (Êx 33), intercedendo pelo povo que era teimoso em pleno deserto. Outro caso muito conhecido se refere a Habacuque. No início do capítulo 1, o profeta se entristece mediante a injustiça que impera no meio de seu povo e pergunta por que Deus não intervém: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: violência! E não me salvarás?” (Hc 1.2). Já mais adiante, o questionamento é mais “cirúrgico”, abordando a aparente passividade divina enquanto o ímpio destrói e humilha aquele que é justo (Hc 1.13). Não obstante, como pode o Senhor soberano permitir que um homem o questione de forma tão direta? A resposta é simples e animadora: o questionamento de Habacuque, assim como o de Moisés, foi originado em uma relação de profunda intimidade com Deus e protagonizado por alguém que buscava servir ao Senhor com inteireza de coração, permitindo-se ser guiado em tudo pela direção divina. A forma de oração praticada por Habacuque, mas que também encontramos em Moisés e Jó, por exemplo, desafia um entendimento comum, no entanto equivocado, de que não podemos questionar a Deus. É importante destacar que esse tipo de questionamento precisa ser envolto em algumas considerações bem específicas. Aqui apontaremos algumas: não deve ser combativo; deve ser fruto de confiança e fé convicta; só acontece em um relacionamento qualitativo com Deus; busca uma compreensão em relação à vontade divina, não a sua contestação.

O questionamento a Deus jamais pode ser motivado por simples indignação ou ainda incredulidade na soberania ou justiça divina. Esse questionamento é aceitável quando expressa um desejo do crente em conhecer melhor os planos que o Senhor tem para os seus. O diálogo questionador, no caso estudado por nós, justifica-se quando almejamos conhecer ainda mais os propósitos de Deus para a nossa vida.

O profeta possuía uma liberdade com Deus que fora construída ao redor de um relacionamento que gerou notável intimidade. Quando Habacuque orou e intercedeu pelo povo, sentimentos e virtudes nobres estavam envolvidos, os quais nos servem de exemplo. Como interceder se não amamos e nem nos importamos com o alvo da intercessão? A verdadeira intercessão não deve ser apenas fruto de uma reflexão e consequente ação intencional. A intercessão que toca o coração de Deus deve, também, ser oriunda de um profundo sentimento de identificação afetiva com aquele que é contemplado no ato intercessor. Sendo assim, o questionamento não é fruto de simples discordância, porém é concebido a partir de um amálgama de posturas e características próprias do crente fiel e diligente. Como interceder sem amar, sem sentir júbilo com a alegria do próximo e tristeza como o lamento de quem está à nossa frente? A intercessão não pode ser descomprometida com o amor reverberado em nós pela ação divina, mas sim, por esse amor, impulsionada. Finalmente, é importante destacar ainda que, mediante a intercessão, os intercessores também são alvos de bênçãos. Veja: aprofunda nossa intimidade com Deus (Sl 63.1-11); amplia a visão espiritual (Dn 9.20-23); intensifica a unidade (Fp 1.19; 1 Co 1.11); e promove a bênção (Mc 10.29-30). Um versículo do livro de Jó exemplifica bem esse fato, vejamos: “E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10). Ao intercedermos com o coração movido pelo amor de Deus, nossas próprias vidas são alcançadas e abençoadas, afinal, como ser dirigido pelo Senhor e não ser cheio das suas bênçãos? Enquanto Habacuque intercedia por aquele povo, o seu coração era inundado pela presença restauradora de Deus e, em pleno diálogo, verdades maravilhosas lhes eram apresentadas. Foi naquele momento que o profeta entendeu, na prática, o alcance do amor, da justiça e da soberania divina. Ao justo, bastava a suficiência da fé e a esperança vívida no soberano Deus.

A sensibilidade de Habacuque nos impressiona. Se atentarmos para duas unidades temáticas, os primeiros dois capítulos e o último capítulo, perceberemos uma marcante diferença entre elas. Em um primeiro momento, o profeta exprime um sofrimento devastador a ponto de questionar Deus e chorar pelos justos que sofrerão no cativeiro. Todavia, algo acontece. O Pai responde e revela um grande segredo para a caminhada triunfante do crente: a fé (Hc 2.4). O profeta tem seu questionamento atendido por Deus, não como desejava o homem, mas de uma forma totalmente alinhada com uma narrativa bíblica amorosa, a qual se direciona para a restauração. Uma palavra a ser enfatizada ao longo do terceiro capítulo do livro de Habacuque é, sem dúvida, a esperança. Ao longo do texto, o profeta enfatiza a soberania divina e, finalmente, declara que a sua força está em Jeová. Independentemente das circunstâncias e das restrições temporais, o profeta sabia que Deus estava no controle e, no tempo certo, o justo teria a sua vitória.  Habacuque agora, com essa mensagem bem gravada em sua mente, via o invisível (Hb 11.27) e estava pronto para um novo tempo de esperança. Então, as palavras são de esperança e paz. Alegremo-nos no Senhor, exultemos no Deus de nossa salvação (Hc 3.17-19).

Após ter obtido a resposta de Deus, Habacuque compõe um cântico celebrando o Senhor e as suas grandes obras. Em uma primorosa abordagem, os grandes feitos divinos são lembrados, demonstrando o cuidado de Deus para como o seu povo (Hc 3.1-15). Independentemente do que pudesse vir a acontecer, o profeta celebra e canta uma maravilhosa verdade: tudo terminaria bem para aqueles que servem ao Deus soberano. Os justos jamais seriam desamparados.o de uma comunhão outrora perdida. 

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Lição 07 - 1º Trimestre 2021 - Felizes os que são misericordiosos - Juniores.

 

Lição 7 - Felizes os que são misericordiosos 

1º Trimestre de 2021

Texto bíblico: Mateus 5.7; Lucas 10.25-35.

Prezado(a) professor(a),

Na lição desta semana seus alunos aprenderão a respeito da misericórdia. Jesus ensinou que os misericordiosos são mais do que felizes, pois a misericórdia é uma virtude que faz parte do caráter de Deus (cf. Sl 106). Ele é misericordioso e espera que da mesma maneira os seus filhos sejam misericordiosos com os que estão ao seu redor.

Nesta mesma perspectiva, a lição desta semana narra o episódio em que Jesus é questionado por um mestre da Lei a respeito do que devemos fazer para herdar a vida eterna. Na mesma hora, Jesus contou uma parábola que mostra o quanto a religiosidade, muitas vezes, substitui a vontade de Deus em nossos corações. A história que Jesus contou é a do Bom Samaritano: um moço que percorria a estrada de Jerusalém com destino a Jericó. No meio do caminho, ele encontrou salteadores que levaram seus bens e o espancaram, deixando-o quase morto. Três pessoas distintas aparecem na estrada e apenas uma delas oferece ajuda ao moço ferido. Nesta história, muitas lições podem ser adquiridas. Vejamos o que Jesus ensinou aos seus ouvintes:

1. Um sacerdote. O sacerdote dessa história representa o sistema religioso judaico da época de Jesus. Para ele, não era prioridade oferecer ajuda ao próximo, haja vista que a sua preocupação estava na manutenção do templo e das tradições judaicas (Mt 23.1-7,23). Não havia interesse em ajudar as pessoas nos tempos de Jesus, ainda mais se ele fosse estrangeiro. Como poderia o sacerdote, um homem de ordem elevada na religião judaica, interromper o seu percurso para atender a necessidade de um pecador, alguém que talvez nem cumprisse as obrigações com o judaísmo? Era um comportamento totalmente apático, distante do amor de Deus, e que o mestre da lei, que havia interrogado Jesus, conhecia muito bem. O exemplo do sacerdote nos ensina que por mais ocupados ou interessados que estejamos em cumprir com as nossas responsabilidades na Casa de Deus, estas não são mais importantes do que zelar pelo bem-estar das pessoas (Mc 2.17). Há muitos feridos e abatidos que vêm à igreja. A Casa de Deus é um hospital e deve estar preparada para acolher os que precisam.

2. O levita. O levita era outro personagem que tinha responsabilidades a cumprir de ordem cerimonial do templo. Da mesma maneira que o sacerdote, o levita também não se importou com a necessidade do próximo, ele conhecia muito bem as ordenanças do templo e quais as implicações da sua função, mas nada o comoveu a interromper seu percurso para ajudar o moço que estava caído e abandonado à beira do caminho. Aprendemos, também, com o exemplo do levita que devemos dar atenção às necessidades do próximo. As obrigações com a igreja sempre existirão, porém ajudar as pessoas, ainda mais, aquelas que se encontram feridas, é uma necessidade urgente e que precisa ser atendida (Mt 25.35,40,45). Muitas vezes, estamos tão ocupados em cumprir as ordenanças do templo que nos esquecemos de observar se ao nosso lado não há pessoas precisando de ajuda ou mesmo de uma palavra de apoio. Todo sentimento de egoísmo deve ser rejeitado em nossos corações, afinal de contas, a mensagem fundamenta do evangelho é a mensagem do amor de Deus.

3. O samaritano. A história assume um contexto diferente a partir da entrada do samaritano em cena. Quando aqueles que representavam a religião se foram e as expectativas do moço ferido já chegavam ao fim, um homem que não tinha as obrigações com o templo aparece para ajudar. O samaritano sofria com o preconceito, porquanto, judeus não se relacionavam com os samaritanos, tendo vista que havia uma guerra étnica e religiosa que perdurava há anos naquela região, desde quando o reino de Israel ao norte havia sido ocupado pelo governo assírio (cf. 2 Rs 17.5,6). Mesmo assim, o samaritano demonstrou compaixão pelo seu próximo, sem se importar quem era ele, de onde viera e o que fazia. O samaritano apenas se importou em ajudar o moço ferido para que ele sobrevivesse. Da mesma maneira o Senhor deseja encontrar “bons samaritanos” nos dias atuais, pessoas que estejam com o coração disposto a amar as pessoas sem olhar para as suas falhas ou as julgarem por seus erros passados. Há muitos que estão morrendo e, assim como o moço dessa história, precisam apenas de uma nova chance para arrependerem-se e obedecerem a vontade de Deus.

Com base nestas afirmativas, sugerimos a seguinte atividade: entregue aos alunos cartões que tenham o versículo do dia escrito. Depois, distribua lápis de cor, canetinhas coloridas, régua, tesoura sem ponta e outros materiais para os alunos decorarem os cartões. Reserve o final da aula para realizarem uma arrecadação de mantimentos com a finalidade de ajudar as pessoas conhecidas da igreja que estejam precisando. Os cartões podem ser entregues às pessoas que receberão os mantimentos. Estenda o convite a todos os membros da igreja.

Tenha uma boa aula! 

Lição 07 - 1º Trimestre 2021 - Cumprindo minhas Tarefas - Pré Adolescentes.

 

Lição 7 - Cumprindo minhas Tarefas 

1º Trimestre de 2021

Texto bíblico: Provérbios 10.1; 22.6.

Prezado(a) professor(a),

Na lição desta semana seus alunos aprenderão a respeito da necessidade de serem organizados. Manter-se de forma ordeira em vários aspectos da vida não é uma proeza que não se alcança da noite para o dia. Antes é fruto do exercício contínuo da disciplina e do respeito às regras. Seja em casa, na escola ou em qualquer ocasião da vida somos obrigados a reconhecer as regras e sujeitarmo-nos a elas. Concordando ou não as regras existem para que seja mantida a ordem e a organização da sociedade.

A lição desta semana faz um apelo para que seus alunos entendam que ser responsável não é uma virtude que deve ser imposta, mas deve passar a existir dentro de cada pessoa que entende o significado que essa atitude tem para sua vida própria vida. Seus alunos devem ser responsáveis porque para aqueles que praticam a justiça, a Bíblia afirma que há recompensa (Sl 58.11). Devem ser organizado porque o nosso Deus não realiza nada sem ordem e decência. Ele mesmo determinou um tempo para todas as coisas (cf. Ec 3.1-11). E, por fim, para que seus alunos consigam cumprir com afinco todas as suas tarefas e atribuições, precisam ser pessoas comprometidas com a ordem. Esta aula será uma oportunidade de seus alunos tomarem consciência dos benefícios que receberão como consequência de atenderem aos requisitos da disciplina e da ordem.

1. A necessidade de organização. Como já ressaltamos no início deste artigo a prática de uma vida disciplinada não é uma virtude que se alcança com pouco tempo. Muitas pessoas, desde a infância, crescem em lares onde não são ensinados a cumprirem regras ou horários na realização de tarefas. Esse é um prejuízo que reflete na sociedade, tendo em vista que é em casa, junto à família, que aprendemos as regras básicas de convivência e cumprimento de atribuições. Neste caso, ser organizado, mais do que uma qualidade da pessoa é uma necessidade. Pessoas que aprendem a ser regradas e disciplinadas são bem vistas pela sociedade nos diversos espaços onde freqüenta, seja na escola, na faculdade, no trabalho, entre os amigos. Por esse motivo é importante que o pré-adolescente cristão seja conscientizado dos diversos benefícios acarretados por conta de uma vida disciplinada. A Palavra de Deus reforça esta mensagem quando trata da prudência, da disciplina e da graça nos lábios (cf. 1 Sm 18.14; Pv 4.1; 22.11).

2. Ser responsável, uma virtude espontânea. Assumir o compromisso em cumprir de forma justa e responsável com as atribuições que lhes são confiadas é uma postura que deve fazer parte da índole de seus alunos. Infelizmente, na fase que seus alunos estão atravessando é muito comum não pensarem na importância que este comportamento tem para suas vidas em vários sentidos. Diga-se de passagem, ser responsável não é uma virtude que todos os pais têm o compromisso de ensinar a seus filhos. Como consequência disso, encontramos muitos lares desestruturados, filhos rebeldes e pais separados porque na infância não receberam uma educação que os disciplinassem para a vida (cf. Pv 22.6). Por esse motivo, caro professor, o seu trabalho é de suma importância, pois você tem a grande responsabilidade de instruir seus alunos, à luz da Palavra de Deus, e mostrá-los que o evangelho de Jesus Cristo nos ensina que a disciplina, a obediência e a responsabilidade no cumprimento de qualquer tarefa que nos são confiadas, são virtudes que não podem faltar em nossa vida diária (cf. Mt 5.20; 10.16). Sendo assim, seus alunos devem entender que tais atitudes somente terão o efeito que merecem se, de fato, houver uma espontaneidade da parte deles.

Considere as informações apresentadas e converse com seus alunos a respeito da forma como eles cumprem suas atividades em casa, na escola e juntamente com os amigos. Pergunte-lhes e escreva no quadro quais as atividades que eles mais encontram dificuldades para cumprir. Distribua uma folha de papel A4 e ajude-os a preparar uma rotina de atividades para o período de uma semana. Se preferir, você pode preparar o planejamento de um mês. Com isso, você ajudará seus alunos a serem mais organizados.

Tenha uma boa aula!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Lição 07 - 1º Trimestre 2021 - Josafá, o Herói que Venceu Louvando - Primários.

 

Lição 7 - Josafá, o Herói que Venceu Louvando 

1º Trimestre de 2021

Objetivo: Que o aluno compreenda que quando confiamos no Senhor, Ele nos envia socorroe livramento, mesmo quando estamos com medo.

Ponto central: Quando confiamos no Senhor, Ele nos livra de todos os nossos medos.

Memória em ação: “Eu pedi a ajuda do Senhor, e Ele me respondeu; Ele me livrou de todosos meus medos” (Sl 34.4).

Querido (a) professor (a), sempre que falamos sobre Josafá, sabemos que a aula tende aser ainda mais dinâmica e musical. Mas não nos esqueçamos que o foco principal propostopor sua revista é abordar o testemunho deste herói sob a perspectiva “da confiança no Senhorque vence todos os nossos medos”.

Prepare-se espiritualmente e emocionalmente ao longo da semana. Isso mesmo, permitaque antes de ministrar esta mensagem do Senhor para os seus pequeninos o Espírito Santoprimeiro trabalhe em você – quais são seus medos? Você tem fugido de alguma situação pormedo? O que atemoriza seu coração? É o medo da falta? De que não consiga pagar algumaconta? O medo da perda de algo ou alguém importante? Medo de não conseguir realizar umsonho? De que algum milagre de que você precisa não venha? De uma traição? Da solidão?O que você teme?

O medo age muitas vezes no nosso inconsciente, o que torna muito difícil tantas vezespercebermos o quanto ele tem nos feito mal, seja física, emocional, espiritualmente oumesmo nos impedido de avançar em alguma área de nossa vida. Esse sentimento tão abstratoàs vezes age como um parasita, sugando a nossa energia, a nossa potência de agir e atémesmo as nossas alegrias. Tantas são as pessoas que não celebram ou testemunham asvitórias e bênçãos que o Senhor tem lhes dado, por medo de perdê-las, de inveja, de lhe seremtiradas repentinamente, etc.

Apesar de ser uma emoção, sentimento, tão inerente ao ser humano e inevitável, logopercebemos porque Satanás, o inimigo de nossas almas, trabalha tanto para implantar adúvida e o medo. Como se ele colocasse cupins nos alicerces de uma construção de madeira epronto, apenas esperasse ela ruir pouco a pouco.

Por isso, querido (a) professor (a), aproveite essa oportunidade preciosa que o Senhor lhedá de ser canal da Palavra dEle, deixando que ela examine, retire e cure primeiramente a suaalma dos danos causados pelos seus temores. Lance sobre o Altíssimo o que te atemoriza eEle te encherá de fé, ânimo e forças, ao enxergar quão infinito e soberano é o teu Deus sobreesta situação.

“ [...] agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome; tu és meu.

Quando passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não tesubmergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.Porque eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador; dei o Egito por teuresgate, a Etiópia e Sebá, por ti.

Enquanto foste precioso aos meus olhos, também foste glorificado, e eu te amei, pelo quedei os homens por ti, e os povos, pela tua alma.Não temas, pois, porque eu estou contigo [...] ” (Isaías 43.1-5).

O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.

Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD 

Lição 07 - 1º Trimestre 2021 - Vista-se do que é Bom - Adolescentes.

 

Lição 7 - Vista-se do que é Bom 

1º Trimestre de 2021

Texto Bíblico: Colossenses 3.1-16

Destaque: Vocês são o povo de Deus. Ele os amou e os escolheu para serem dele. Portanto, vistam-se de misericórdia, de bondade, de humildade, de delicadeza e de paciência. (Cl 3.12)

Objetivos
Mostrar nossa condição em Cristo;
Destacar a necessidade de pensarmos nas coisas do Céu;
Reafirmar o compromisso que devemos ter com a santidade.

Querido professor (a),

A Paz do Senhor Jesus!

A única forma de um ser humano mau se tornar um ser humano bom de maneira plenaé por intermédio da graça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo (Ef 2.8). Somente assim apessoa tem a condição de compreender as implicações destes dois mandamentos do Senhor:

“O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o únicoSenhor. Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e detodo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outromandamento maior do que estes” (Mc 12.29-31).

Por isso devemos compreender que há somente um Deus todo-poderoso, glorioso egracioso. E que devemos amá-lo e honrá-lo com toda a nossa vida. De modo que esse amorseja direcionado ao próximo que está ao nosso lado. Aqui, a bondade como fruto do Espíritocomeça a se manifestar.

Neste aspecto, a bondade é um compromisso que tem a ver com o benefício do outro. É viver a bondade de Deus até as últimas consequências. Ora, Deus é bom e deseja que todosmanifestemos sua bondade por onde passarmos. Uma bondade extraordinária que não podeser encontrada em nenhum lugar, senão pela Palavra de Deus, mediante o encontro quetivemos com Jesus, o Nazareno, cuja vocação nos foi dada sem arrependimento. Nosso Deusé bondoso, gracioso, maravilhoso, pois assim criou os céus e a terra. Por isso, no lugar devingança, oferecemos amor, consolo e disponibilidade para acolher quem mais precisa denós. Sempre há alguém que precisa de um acolhimento verdadeiro e podemos ser oinstrumento de Deus nesse momento.

Deus lhe abençoe!

Flavianne Vaz
Editora Responsável pela Revista Adolescentes Vencedores da CPAD

Fonte: Texto extraído da revista Ensinador Cristão, editada pela CPAD. 

Lição 07 - 1º Trimestre 2021 - Igreja Local: Expressão Viva da Fé - Juvenis.

 

Lição 7 - Igreja Local: Expressão Viva da Fé 

1º Trimestre de 2021

ESBOÇO DA LIÇÃO
1. UM LUGAR DE PERSEVERANÇA
2. UM LUGAR DE COMUNHÃO
3. UM LUGAR DE SERVIÇO

OBJETIVOS
Evidenciar que a Igreja é um lugar de perseverança;
Declarar que a igreja é um lugar de comunhão entre irmãos;
Refletir sobre a posição do crente como servo de Deus.

Querido (a) professor (a), nesta próxima lição abordaremos a importância histórica, social,emocional e espiritual da igreja local, seu papel e impacto na vida de seus membros e dasociedade ao redor. Ao longo dos séculos a igreja local tem sido reconhecida até mesmo externamente como um lugar de perseverança, comunhão e, sobretudo de serviço ao próximo. Muitos trabalhos e melhorias sociais se deram e se dão justamente através dela. Sob essa perspectiva, a igreja local, como bem intitula a nossa lição, é uma expressão viva da fé e doexemplo de Jesus. O próprio Rabi predisse que seus genuínos discípulos seriam reconhecidosatravés de um sinal, uma evidência: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vosamardes uns aos outros” (Jo 13.35). Portanto, a igreja que não vivencia este amor, dentro efora de seus portões, não passa de um templo religioso.

Desde seus primórdios a igreja já foi marcada pela comunhão, perseverança e amor aopróximo que se estendia para além das paredes das casas onde eram realizadas as reuniões. Mais do que palavras, os irmãos expressavam em atitudes esse amor.

“De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas. E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam desalvar” (At 2.41-47).

Sugerimos que após a lição aplicada, assim como as orientações de sua revista de Escola Dominical, você promova um bate-papo entre seus alunos sobre estes versículos aqui relacionados. Pergunte-lhes o que acham que falta em sua igreja local hoje para ela ser essa perfeita expressão de fé, perseverança, comunhão, amor e serviço.

Em seguida, diga-lhes que não adianta murmurarmos, criticarmos ou culparmos seja láquem for por não sermos uma comunidade como Senhor Jesus idealizou. Não podemos nos esquivar da responsabilidade de fazer da nossa igreja esse local; é de cada um de nós essa missão! Que possamos reparar as brechas para que juntos e individualmente cumpramos o papel para o qual o Senhor nos instituiu como igreja.

Ao final da aula ore com sua classe em prol deste propósito, a fim de que a mudança e melhorias necessárias comecem primeiramente em cada um de nós. Que sejamos a igreja que nós queremos ter; que sejamos a igreja que Cristo deseja ver.

O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula!

Paula Renata Santos
Editora Responsável da Revista Juvenis

Lição 07 - 1º Trimestre 2021 - Daniel: Um estadista que orava - Jovens.

 

Lição 7 - Daniel: Um estadista que orava 

1º Trimestre de 2021

Pr. Marcos Tedesco

Introdução

Daniel foi um profeta bíblico, um estadista durante o exílio e um ser humano que se destacou pela integridade. No entanto, há uma área na vida desse grande homem que nos chama a atenção de forma singular: sua vida de oração. Em cada momento de sua trajetória estava a prática da oração em que, em um diálogo com Deus, a vida era direcionada em uma dinâmica que glorificava a soberania divina e evidenciava um comprometimento com a santificação, adoração e esperança no Senhor. Provavelmente, nasceu e cresceu em Jerusalém ainda nos tempos de Josias, o último rei piedoso a governar Judá (2 Cr 34 e 35). Os textos deixados por ele nos levam a crer que viveu muitos anos, aproximadamente noventa, dos quais setenta foram no exílio, jamais voltando à sua terra natal. Sabemos que Daniel era de linhagem real e nobre (Dn 1.3) recebendo, assim, em sua terra natal, uma sólida educação. Cresceu servindo ao Deus vivo, ouvindo as preleções do profeta Jeremias e, possivelmente, observando, quando criança, a forma como Josias se portava frente à grande reforma religiosa. Daniel acompanhou a queda dos reis que não serviam ao Senhor e foi vítima da destruição e maldade imposta pelos invasores babilônicos. Mas, em tudo, ele foi vencedor servindo ao Senhor e sempre levando todas as coisas em oração a Deus. Aprendamos com o exemplo de Daniel, um estadista que orava.

A Educação de Daniel e de seus Amigos na Corte Babilônica (Dn 1) 

A chegada de Daniel e seus amigos na corte babilônica foi um acontecimento rodeado de profunda tristeza e lamento por um lado, surpresa e espanto por outro e, contraditoriamente compreensível, a tentação diante de tanto luxo e confortos acessíveis nas mais diversas formas. Os jovens nasceram em uma corte decadente e, por ocasião da invasão caldeia, foram vitimados pelo poderio de um império em plena ascensão. Ao chegar à Babilônia, foram surpreendidos pelo destino, até então, inusitado para eles: convocados a viver na opulência da corte, seriam fartos com manjares reais e seriam educados para servir ao rei à frente de grandes projetos e responsabilidades. Aparentemente, estavam diante de uma grande sorte, todavia Daniel e seus amigos tinham compromisso com Deus e sabiam que aquilo era incompatível com a vida de pessoas que almejavam servir ao grande Eu Sou. Eles possuíam uma identidade firmada na Rocha. 

O que estava acontecendo com o Reino do Sul, repetindo a sorte do Reino do Norte, era uma consequência natural de uma série de ações inaceitáveis e abomináveis diante de Deus, levando a um total afastamento dos propósitos divinos. A situação apontava para um caos, embora, por diversas vezes, o Senhor havia proporcionado oportunidades para arrependimento e restauração. Enfim, diante das escolhas pecaminosas, as consequências foram terríveis. Ao final de um longo período, em que diversas formas de alertas e chamadas para uma mudança de vida, a porta foi fechada e as oportunidades tiveram fim. Deus entregou não só Jeoaquim e os utensílios religiosos, mas todo o povo nas mãos do rei Nabucodonosor.

Como é triste a realidade que aponta uma pecaminosidade tal no ser humano, levando-o a não mais poder ser “suportado” por Deus. Do mesmo modo como foi nos dias antecedentes ao cativeiro, também, em certa medida, está sendo nos dias atuais. A impiedade, a depravação moral, a violência, entre tantas outras formas de corrupção humana têm desagradado ao nosso Senhor, e a nós, Igreja, cabe a grande missão de anunciar que é tempo de arrependimento e salvação. Entre os judeus levados à Babilônia estava um grupo muito seleto. O rei havia solicitado que trouxesse “alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real, e dos nobres, jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus” (Dn 1.3-4). E entre eles, estavam Daniel e seus amigos.

Os jovens foram levados para a corte babilônica em um enredo apontando para o medo, a apreensão e a expectativa de um triste fim. Entretanto, assim que chegaram, foram surpreendidos diante do que os aguardava. Em vez de torturas físicas e restrições das mais diversas ordens, eles receberam o que havia de melhor naquele império, ao menos aos olhos babilônicos. Fora-lhes oferecido o conforto da corte, a abundância da melhor comida, o acesso à cultura erudita e as mordomias de uma vida que não conheceria o trabalho braçal (Dn 1.5). Aos jovens, a única obrigação, por hora, era estudar muito e aproveitar com intensidade todos os confortos e privilégios ofertados. A Babilônia encontrada por eles era impressionante nos mais diversos aspectos.

Tal descrição aponta uma realidade que deve ter iludido muito os jovens que chegavam à Babilônia, pois viam algo impressionante e desejável aos padrões humanos. Contudo, Daniel e seus amigos não viam dessa forma: eles serviam ao grande Eu Sou e não se deixavam iludir pela glória humana. Eles almejam algo infinitamente mais precioso: servir a Deus e glorificá-lo com suas próprias vidas. Assim é o mundo para as pessoas de hoje em dia. Os confortos são apresentados e os prazeres nos rondam. Muitas vezes, os caminhos mais curtos e menos cansativos têm detalhes que muitos não se atentam. Os prazeres do “deixa para lá”, do “vamos viver o momento”, do “Deus quer o coração” vão promovendo um esfriamento do temor e amor ao Pai Eterno. Gerações inteiras vão trocando a presença de Deus pelas “aparentes bênçãos” de um mundo decaído (Êx 33). Aprendamos com o exemplo de Daniel e seus amigos: vamos colocar em nossos corações o desejo de não nos contaminarmos com os padrões “aparentemente” bons desse mundo (Dn 1.8). 3 – Uma identidade firmada na rocha Entre as medidas tomadas para a formação e mudança de mentalidade dos jovens trazidos para servir na corte babilônica estava a mudança de seus próprios nomes. Daniel recebeu um novo nome babilônico, bem como os seus demais colegas. Nos tempos bíblicos, o significado de um nome dizia muito acerca da identidade de seu possuidor. Veja alguns exemplos: Moisés (salvo das águas), Isaque (riso), José (Deus acrescentará), Samuel (Deus ouve), Ana (graça), Rute (companheira). Muitas vezes, o nome era alterado ao longo da vida com base em novos momentos da vida de uma pessoa, como Josué (Deus é a salvação), por exemplo, inicialmente Oseias (salvação), e Abraão (Pai das multidões), inicialmente Abrão (Pai elevado). 2 HALLEY, Henry. Manual Bíblico. São Paulo: Vida Nova, 1991. Ensina nos a orar.indd 82 16/10/2020 16:09 83 Daniel, um Estadista que Orava Em uma tentativa por desconstruir e negar a identidade de Daniel e seus amigos, os nomes foram mudados. Não bastava tirar-lhes a pátria; era preciso também negar o idioma e, principalmente, o Deus a quem serviam (Dn 1.7). Os nomes que faziam referência ao Deus de Israel foram alterados para nomes que enfatizavam os deuses caldeus. Daniel, cujo nome significava “Deus é meu Juiz”, passou a ser chamado de Beltessazar, que significa “Príncipe de Bel”, o principal deus babilônico. Hananias (o Senhor é gracioso) passou a ser chamado de Sadraque (servo de Aku, iluminado pelo deus lua), Misael (Quem é igual a Deus?) foi chamado de Mesaque (a sombra do príncipe) e Azarias (o Senhor ajuda) de Abede-Nego (Servo de Nego, deus da sabedoria). A estratégia usada para a destruição das identidades, por mais incisiva que tenha sido, não teve o sucesso esperado. Daniel, Hananias, Misael e Azarias continuaram servindo a Deus com integridade e fidelidade inabaláveis. Não se deixaram seduzir pelo manjar do rei (Dn 1.8), nem se permitiram dominar pela opressão de uma religiosidade morta. Mesmo sendo ameaçados, perseguidos, jogados na fornalha ou ameaçados pela boca dos leões, jamais tiveram sua relação com Deus abalada, pois suas identidades eram firmadas na Rocha Inabalável.

A Oração, a Fornalha e a Cova dos Leões 

Diante dos desafios levantados em nossa caminhada, podemos sempre ter a certeza de que Deus está conosco. No entanto, para gozarmos dessa bênção que é a presença divina, devemos buscar constantemente ao Pai vivendo em conformidade com a sua Palavra e cumprindo os seus desígnios. Para tanto, a oração é um meio imprescindível. Em nossa caminhada de fé, atravessamos muitas dificuldades e armadilhas que podem causar a queda e a destruição daqueles que pouco se comprometem com Deus, mas essa não pode ser a realidade em nossas vidas. Como Daniel e seus amigos, encontramo-nos em “terra estranha” e, constantemente, somos surpreendidos por dificuldades e tentações que insistem, todavia sem sucesso, em afastar-nos de Deus. Mesmo que sejamos ameaçados por “fornalhas” e “covas de leões”, jamais devemos deixar de orar e confiar no Senhor. Assim como Ele esteve lá com os seus servos, também estará conosco nos protegendo e nos conduzindo por caminhos elevados. 

Caos, tormentas e uma fidelidade inabalável 

Parece fácil exercer uma fidelidade a Deus quando tudo vai bem e os nossos projetos estão todos sendo executados como o previsto. Ao longo de nossa caminhada, somos direcionados em diversos caminhos e vamos construindo muitas histórias nas mais diversas áreas. Se tudo vai bem, fica mais fácil seguir em frente e demonstrar fidelidade para com o nosso Senhor. Entretanto, e quando as coisas começam a sair do controle do que havíamos projetado? E quando, no meio de nossa caminhada, deparamo-nos com caos e tormenta? Será que nossa fidelidade no Senhor consegue se manter firme e o nosso olhar seguro, sereno e confiante? O nosso relacionamento com o nosso Deus não pode ser dependente das circunstâncias e, mesmo quando as coisas não acontecem como gostaríamos, fortalecidos na prática diária da oração, nossa fé deve ser sempre inabalável. Ao longo do tempo que passaram no exílio, aqueles homens encontraram diversos momentos de grande opressão, bem como de consideráveis vitórias. Um desses eventos nos chama a atenção e aconteceu ainda sob o domínio de Nabucodonosor. Certa vez, o rei babilônico, envolto em arrogância e soberba, ordenou que uma estátua sua fosse erguida com sessenta côvados de altura (aproximadamente 27 metros) a fim de receber a adoração de todos que estivessem diante dela. A resposta de Ananias, Misael e Azarias à ordem do rei foi convicta: “Não!”. Mesmo diante da insistência do rei, eles permaneceram decididos a não prestar adoração àquela imagem feita por mãos humanas e nem ao homem Nabucodonosor. O rei, para punir os três homens, decidiu que fossem jogados em uma fornalha ardente. A história já é bem conhecida de todos, porém o seu desfecho ainda nos surpreende pela grandiosidade do milagre e do livramento.

Diante de tal cena, Nabucodonosor é forçado a reconhecer a soberania e o poder de Deus. Não há nada que possa impedir ou interferir nos planos que Deus tem para cada um dos seus. Aquele difícil momento foi o meio para que o caos e a tormenta se diluíssem e o nome do Senhor fosse exaltado. A fé inabalável que eles tinham em Deus os impeliu a dizer “Não!”. Jamais adoraremos outro além do Senhor. Jamais deixaremos de orar e conversar com o Pai celeste. Será que conseguimos também ter tal convicção? 

Vidas que glorificam a Deus 

A confiança de Daniel e seus amigos em Deus era fruto de uma relação de grande intimidade que só poderia ser obtida em uma vida de constante oração. Qual seria a nossa postura diante de desafios como a fornalha ardente e a cova dos leões? Que tipo de relacionamento com Deus a nossa rotina de orações pode indicar? Almejemos com ardor que nossas vidas glorifiquem a Deus assim como foi com os três amigos. Já Daniel foi vítima de uma conspiração que impunha restrições às orações dirigidas a Deus. Durante aquele tempo, apenas Dario, o rei do Império Medo-Persa, que sucedera o Império Babilônico, poderia ser alvo das orações. Ninguém poderia dirigir orações a nenhuma divindade, e todas as atenções e petições deveriam ser exclusivas para o monarca. Não obstante, Daniel tinha uma vida marcada pela oração e devoção a Jeová e, como sempre acontecia, continuou orando e buscando a Deus. O preço pela desobediência seria alto: ser lançado na cova dos leões, e assim aconteceu.

O desfecho da história já é bem conhecido: os inimigos de Daniel foram derrotados e o rei Dario reconheceu, a exemplo de Nabucodonosor, que a glória e a soberania pertenciam a Jeová. Daniel e seus amigos glorificaram a Deus com suas vidas e foram submetidos a momentos difíceis e a um alto custo. Que nossas vidas possam, em tudo, glorificar a Deus, honrando-o em tudo, a todo o tempo (1 Co 10.31). 

Quem era o quarto homem (Dn 3.24-25)? 

Um anjo, uma indicação para a obra que Cristo um dia viria cumprir ou era outro ser celeste enviado por Deus para proteger aqueles três homens em um tão difícil e assustador momento? E, na cova dos leões, como foi fechada a boca daqueles animais famintos que, em questão de segundos no dia seguinte, devorariam os homens que tramaram contra Daniel (Dn 6.22-23)? São questões que nos levariam longe nas reflexões, mas nesse momento nos concentraremos no que tudo isso representa: o compromisso de Deus para os que têm compromisso com Ele. Aqueles homens não estavam sozinhos. Tanto na fornalha quanto na cova dos leões, de uma forma sobrenatural e maravilhosa, Deus os conduzia e em nenhum momento os deixara desamparados. A vida de oração e a comunhão que buscavam ter com o Senhor lhes proporcionava uma caminhada sempre acompanhada pelo Altíssimo: jamais estavam sós, na bonança ou na miséria, na serenidade ou no caos, tinham a certeza de que jamais seriam desamparados por Deus. Inspirados por tais testemunhos de fé, devemos, com ainda mais ímpeto, buscar uma intimidade progressiva com o nosso Pai amado. Quando entregamos nossa vida ao Senhor e o glorificamos com toda a nossa existência, Ele passa a guiar-nos em segurança por caminhos desafiadores, e podemos jubilosos nos permitir ser instrumentos para a realização dos planos divinos. 

A Oração de Daniel e as Revelações do Senhor 

A oração se traduz em uma prática que nos permite chegar diante do Altíssimo e abrir nosso coração (Jr 29.13). Palavras que tentam traduzir-nos são proferidas a Deus que, dos céus, inclina-se para nos ouvir (Sl 55.1). Desde os temas mais simples de nossa existência até questões centrais em nossas vidas, todos devem ser levados ao Pai em oração. Essa era a forma como Daniel se permitia viver e enfrentar os grandes desafios do seu tempo bem como receber as revelações do Senhor. 

Um homem de oração Daniel não orava apenas quando precisava de um socorro ou diante de uma grande ameaça. Ele tinha na oração uma prática diária e cotidiana (Dn 6.10-13). Não era dependente de grandes ritos ou preparações; ele simplesmente dobrava os joelhos e falava com Deus. É interessante notarmos como todas as coisas foram acontecendo de forma fluida e natural na narrativa do livro do profeta: ao passar pelos grandes desafios, Daniel naturalmente dobrava os seus joelhos e se permitia ser conduzido pelo Senhor. Assim foi quando chegou à corte, também quando foram desafiados a revelar e interpretar o sonho de Nabucodonosor e nos demais momentos descritos. Em oração, Daniel apresentava a Deus todas as suas necessidades e também intercedia pelo povo que sofria. No capítulo 9, encontramos um notável exemplo da oração de Daniel. Muitos anos haviam se passado desde que fora para o cativeiro, mas em seu coração ardia o desejo para que o sofrimento do povo terminasse, bem como as assolações sobre Jerusalém. Em uma reveladora oração, o profeta se humilha e reconhece as suas falhas, sentindo-se participante, com o povo, de todas as faltas denunciadas pelos profetas que precederam ao exílio. Finalmente, com o coração dilatado pede: “Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e opera sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu nome” (Dn 9.19). A integridade de Daniel pôde ser amplamente percebida nessa oração: ele não culpou o povo, não se vitimizou e nem se justificou, contudo reconheceu ser participante de um problema que precisava de uma solução. Conhecedor do amor e da misericórdia divinos, pede ao Pai que “perdoe” e “opere” no meio do povo chamado pelo “teu nome”. Diante de tal apelo, a resposta foi imediata e um enviado por Deus apareceu diante do profeta fazendo uma revelação do maravilhoso plano do Senhor

A resposta àquela oração foi muito além do perdão e da permissão para que o povo de Israel (e Judá) pudesse, no tempo certo, reerguer Jerusalém. Ali era revelado de forma maravilhosa o plano de Deus, o qual apontaria para o sacrifício redentor de Cristo por todos nós na cruz do Calvário. O poder da oração feita pelo justo é algo muito precioso e Daniel se permitiu viver uma experiência profunda nessa área ao se prostrar e interceder pelo povo. A resposta de Deus trouxe paz e alegria a Daniel e ao povo. Entretanto, a bênção maior era destinada a todos os que viriam a ser alcançados pelo precioso plano de Deus para a redenção da humanidade. 2 – O estadista que orava A oração era uma constante na vida de Daniel (Dn 6.10), também em sua área de atuação pública e profissional. Muitas vezes, oramos em intenção de nossa vida privada, no entanto deixamos de lado as questões relacionadas ao trabalho, ao estudo e aos negócios da vida pública. Precisamos de muita disciplina e atenção para não cairmos na armadilha de compartimentarmos as áreas de nossas vidas. Enfim, cristianismo exige integralidade e completude: ou somos 100% cristãos, ou não somos reais seguidores de Jesus (Mt 6.24). Daniel logo foi elevado a cargos de alto escalão nos palácios da Babilônia e, em pouco tempo, tornou-se um dos homens de confiança. 

Daniel, um Estadista que Orava dos reis. O jovem judeu foi nomeado conselheiro-chefe da corte real de Nabucodonosor (Dn 2.49), também foi nomeado o terceiro no comando do império de Belsazar (Dn 5.29) e um dos príncipes no comando do império de Dario, abaixo apenas do imperador (Dn 6.1-3). Cada um desses momentos na vida de Daniel fora marcado por tempos tranquilos e também por tenebrosas tempestades. Todavia, sempre o estadista que orava depositava suas ansiedades aos pés do soberano Deus. Em tudo ele prosperava, pois Deus estava presente em sua vida (Dn 2.47-49). Sabemos que toda a vida de Daniel era colocada diante de Deus em oração. Também suas funções como estadista eram apresentadas diante do Senhor, buscando orientação sobre como proceder em cada etapa do trabalho, quais decisões deviam ser tomadas e como enfrentar os dilemas tão comuns no mundo da política. Atuando no alto escalão de governo desde a época de Nabucodonosor, chegando a estar abaixo apenas do próprio rei nos tempos de Dario, Daniel é mais um exemplo de estadista íntegro e comprometido com o que é correto e ético. Outros podem ser citados, como José e Moisés, por exemplo. Quando estudamos os métodos e princípios da vida desse personagem, deparamo-nos com o exemplo de como ser um profissional para a glória de Deus. Sigamos esse exemplo e glorifiquemos ao Pai em todas as áreas de nossa vida. 

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Lição 07 - 1º Trimestre 2021 - Papai do Céu me Dá Amigos - Maternal.

 

Lição 7 - Papai do Céu me Dá Amigos 

1º Trimestre de 2021

Objetivo da lição: Que a criança compreenda que os amigos são presentes do Papai do Céu. 

Para guardar no coração: “[...] Um verdadeiro amigo é mais chegado que um irmão.” (Pv 18.24)

É hora de preparar-se
“Somos seres sociáveis. Fomos criados com a necessidade de relacionar-nos com outros de nossa espécie. Observando os animais viverem em grupos da mesma raça, Adão sentiu-se só; desejou ter alguém com quem conversar e partilhar as boas coisas do Éden. Deus supriu esta necessidade criando Eva. Ambos tornaram-se não apenas marido e mulher, mas grandes amigos. E, além de terem um ao outro, desfrutavam da amizade de Deus que, todas as tardes, vinha conversar com eles no jardim (Gn 3.8). O próprio Deus aprecia a comunhão com os seres humanos. Jesus cultivava boas amizades aqui na terra; mesmo sendo o Filho de Deus, gostava de ter amigos. Além dos discípulos que estavam sempre com Ele, o Senhor passava bons momentos na companhia de Marta, Maria e Lázaro (Jo 11.5). Ele entende que você precisa de amigos, e aprova as boas amizades. Ele sabe que “melhor é serem dois... se um cair, o outro levanta o seu companheiro” (Ec 4.9,10).

Que dádiva de Deus é ter um amigo que nos anima e conforta, que ora conosco e nos ampara na travessia do vale sombrio, mas que também ri e conosco comemora, quanto chegamos ao topo da montanha. Um amigo que nos ouve sem julgar. Que nos aceita do jeito que somos, mas que faz o possível para nos melhorar. Glorifique a Deus pelos amigos que você tem, e seja você também um amigo bom e leal.” (Marta Doreto)

Perfil da criança do maternal
“Lembramos, mais uma vez, que a criança do maternal acha-se numa faze em que come muito, dorme bastante, e cresce ininterrupta e rapidamente. Resultado: é uma criança cheia de energia. E toda energia sem controle é desastrosa, como bem explica o Pr. Antônio Gilberto, ao falar dos dons espirituais. Explica ele que, “a eletricidade, quando domada nas subestações, torna-se apropriada ao consumo doméstico, mas nas linhas de alta tensão é letal e destruidora”. O mesmo princípio aplica-se à energia física acumulada nas crianças. Se ela for bem canalizada e distribuída em atividades diversas, ao longo da aula, resultará em melhor aproveitamento do ensino por parte do aluno, e satisfação sem estresse para o professor.

Frisamos que o aprendizado dessa “turma enérgica” dá-se principalmente por meio do olhar as coisas, do gesticular, repetir falas, pular, correr, atirar coisas, etc. Tenha isto sempre em mente, e não caia no erro de esperar, muito menos de exigir, que os seus alunos fiquem sentados passivamente, ouvindo-o contar uma história ou explicar um conceito.

Permita-lhes participar ativamente da aula, repetindo as falas dos personagens, imitando-lhes os movimentos, e “conversando” com eles, ao dirigir-lhes cumprimentos, elogios, palavras de consolação, repreensão, etc.” (Marta Doreto) 

Bem-vindos!
“Receba as crianças chamando-as de “meus amiguinhos”, e expresse alegria pela amizade delas. Mostre o cartaz da palavra-chave, leia com eles a palavra “amigo”, e diga que hoje estaremos agradecendo ao Papai do Céu pelos bons amigos que Ele nos dá. Pergunte quem trouxe um amigo visitante, e cumprimente-os com um cântico de boas-vindas.” (Marta Doreto)

Oficina de ideias
“Faça retângulos de cartolina, de aproximadamente 12 x 8 centímetros, e escreva neles o versículo da lição. Dê um a cada aluno, distribua lápis e giz de cera, e incentive-os a fazer um cartão bem bonito para dar ao melhor amigo que possuem. Faça perguntas sobre os amigos deles; os da classe e os que não a frequentam. Recorde que os amigos são um presente do Papai do Céu.” (Marta Doreto) 

Até logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em 1 Samuel 18.1-5; 19.1-6.  

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal 

Lição 07 - 1º Trimestre 2021 - Cultuando a Deus com Liberdade e Reverência - Adultos.

 

Lição 07 – Cultuando a Deus com Liberdade e Reverência 

1º Trimestre de 2021

ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – O CULTO PENTECOSTAL: LIBERDADE E REVERÊNCIA
II – O CENTRO DO CULTO PENTECOSTAL
III – COMO  SE EXPRESSA A LITURGIA DE NOSSAS IGREJAS? 
CONCLUSÃO

OBJETIVO GERAL
Conscientizar que no culto pentecostal há liberdade e reverência.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I – Conceituar o culto pentecostal;
II – Apresentar o centro do culto pentecostal;
III – Explicar como se expressa a liturgia de nossa igreja.

PONTO CENTRAL
Há liberdade e reverência no culto pentecostal.

Prezado (a) professor (a), nos últimos dias, muitas dúvidas sobre o culto pentecostal têm surgido entre os irmãos e as irmãs. Mas na Escola Dominical,  temos a oportunidade única de sanar todas as dúvidas que pairam sobre as mentes. Vejamos o que o comentarista da lição, pastor Esequias Soares, discorre sobre O Centro do Culto Pentecostal

“O cristianismo não tem o objetivo de padronizar o mundo e nem destruir as culturas, sua mensagem, porém, é universal. No dia do triunfo de Cristo e da igreja, cada povo ou etnia se apresentará louvando a Deus na sua própria tradição. O cântico dos salvos em Apocalipse 5 mostra pessoas de todas as tribos, línguas e povos da terra, cada um na sua cultura, na sua forma de adoração ao Deus verdadeiro. Isso se reflete na forma de adoração desenvolvida ao longo dos séculos. A religião cristã é flexível quanto à forma de adoração e permite várias liturgias. Todos os ramos do cristianismo, incluindo os cristãos nominais, têm sua forma distintiva de culto, desde o cerimonialismo ornamental das igrejas Católica Romana, Ortodoxas e algumas Protestantes ao modelo simples dos evangélicos, principalmente os pentecostais. Não se deve associar o rigor da liturgia do culto judaico com os vários sistemas de cultos cristãos, nem engessar o ritual cristão em nossos templos, mas essa flexibilidade tem limites por isso deve haver respeito pela estrutura já existente (1 Co 14.40).

O Senhor Jesus Cristo é o centro da nossa adoração. Há sempre entre aqueles críticos que costumam desafiar os pentecostais, que ousam nos acusar da ênfase do Espírito Santo acima de Jesus em nossos cultos. 

A igreja, no sentido completo da palavra, é toda congregação ou assembleia que se reúne em torno do nome de Jesus Cristo como Senhor e Salvador, professando sua fé nele publicamente e de forma diversificada aberta a todas as pessoas. Sendo a realização de batismo e as celebrações da Ceia do Senhor nas reuniões específicas. Temos essa promessa diretamente Dele: ‘Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles’ (Mt 18.20); ‘E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos’ (Mt 28.20). Ele está presente na igreja por meio do Espírito Santo.

O que nos distingue das igrejas não pentecostais é a forma de condução do culto e não os pontos principais da fé cristã, que são os mesmos. Eles têm a salvação em Cristo, como nós temos, mas muito deles não têm essas promessas pentecostais porque não acreditam nelas como nós cremos. Não somos diferentes dos primitivos cristãos e podemos ver no Novo Testamento alguns lampejos do que acontece em nossas reuniões. Os cultos nos tempos apostólicos eram espontâneos, não há indicação no Novo Testamento de protocolo ou ordem litúrgica inflexível. Esse modelo se mantém entre nós atualmente como característica dos cultos pentecostais. As Escrituras nos ensinam que a vida cristã reflete o caráter de Cristo em nossa vida. Este estilo de vida é pautado pela prudência, sabedoria, sensatez, entendimento das coisas do Espírito, alegria e ações de graças. Todos nós temos consciência da nossa responsabilidade sobre a missão da igreja: testemunhar (martyria) do evangelho. Fazemos isso por meio da kerygma, ‘proclamação’ e convite; koinonia, ‘comunhão’, na comunidade; diakonia, ‘serviço’; leitourgia, sistema de adoração pública e didaskalia, ‘ensino’, formação e discipulado. O fervor espiritual do crente vai além das reuniões de adoração, na casa de Deus, é um estilo de vida contínuo como parte essencial da vida doméstica diária. São basicamente cinco os elementos do culto. Fazia parte da liturgia judaica nas sinagogas do primeiro século d.C. a oração antífona do Shema (Dt 6.4), leitura bíblica e exortação (Lc 4.17-20; At 13.15). Os apóstolos se aproximaram do modelo judaico, havia nessas primeiras reuniões oração: ‘onde muitas pessoas estavam congregadas e oravam’ (At 12.12); cânticos e louvores: ‘vou cantar com o espírito, mas também vou cantar com a mente’ (1 Co 14.15), isso acontecia também na adoração coletiva (1 Co 14.26); leitura e exposição das Escrituras Sagradas: ‘No primeiro dia da semana, nós nos reunimos a fim de partir o pão. Paulo, que pretendia viajar no dia seguinte, falava aos irmãos e prolongou a mensagem até a meia-noite’ (At 20.7); ‘Até a minha chegada, dedique-se à leitura pública das Escrituras, à exortação, ao ensino’ (1 Tm 4.13). A contribuição financeira, dízimos e ofertas, são elementos do culto e partes da adoração a Deus, essa prática vem desde o Antigo Testamento (Dt 26.10) e se continua no cristianismo (1 Co 16.1, 2; 2 Co 9.7). A administração desses elementos no culto acontece com a manifestação do Espírito Santo (1 Co 14.26; Ef 5.18-20) e não de forma mecânica ou formalística.”

Texto extraído da obra “O Verdadeiro Pentecostalismo: A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo”.

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Setor de Educação Cristã 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Lição 06 - 1º Trimestre 2021 - Santificação: Comprometidos com a Ética do Espírito - Adultos.

 

Lição 6 - Santificação: Comprometidos com a Ética do Espírito 

1º Trimestre de 2021

ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – A SANTIFICAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO
II – A SANTIFICAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO
III – A SANTIFICAÇÃO APLICADA AO CRENTE 
CONCLUSÃO

OBJETIVO GERAL
Mostrar o quanto devemos estar comprometidos com a ética do Espírito.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I – Apresentar a santificação no Antigo Testamento;
II – Explicar a santificação no Novo Testamento;
III – Aplicar o exemplo de santificação à vida dos alunos.

PONTO CENTRAL
É preciso ter uma vida santa, estar comprometido com a ética do Espírito.

Prezado (a) professor (a), o assunto desta lição ainda é motivo de muitas dúvidas entre os irmãos e as irmãs. Por isso este estudo continua sendo muito necessário na igreja de Cristo. Vejamos o que o comentarista da lição, pastor Esequias Soares, discorre sobre A Santificação Aplicada ao Crente

“É desejo de todo cristão se parecer com Jesus e ter uma vida santa como Jesus teve. Pela sua infinita graça, Deus concede vida santa a todos os pecadores, desde que eles se arrependam e confessem o nome de Jesus (Rm 10.9, 10). Assim Deus disponibilizou três meios para a santificação – o sangue de Jesus (Hb 13.12), o Espírito Santo (2 Ts 2.13) e a Palavra de Deus (Jo 17.17; Ef 5.26). O conceito de santidade ou santificação é o mesmo no Antigo e no Novo Testamento. Uma diferença significativa é que não há na nova aliança rituais de purificação e nem a ideia de santificação legal ou cerimonial. A santificação é interior e vem do Espírito Santo. Ela se manifesta de três modos pelos quais o Espírito age na vida cristã: santificação posicional, santificação real ou progressiva e a santificação futura.

    • Santificação posicional ou passada

A santificação posicional é também conhecida como santificação passada, ou ainda, santificação instantânea. É uma obra do Espírito que nos posiciona como separados para Deus quando aceitamos a Cristo como Salvador. Trata-se de uma mudança moral que ocorre no momento da regeneração (Tt 3.5), de pecador para santificado em Cristo. A iniciativa e a execução dessa santificação são unicamente de Deus (At 26.18; 1 Co 1.2). O catolicismo romano aplica o termo ‘santo’ a certas pessoas que foram canonizadas, mas isso não é bíblico. Todos nós, os salvos em Jesus, somos santos; é assim que somos reconhecidos no Novo Testamento (At 9.13, 32, 41) e é dessa maneira que o apóstolo Paulo se dirige aos crentes nas suas epístolas (Rm 1.7). A base dessa santificação é o sacrifício de Jesus (Hb 10.10, 14). Essa santificação é instantânea, mas é também o começo de uma vida progressiva de santificação. 

    • Santificação real ou progressiva

Essa santificação é chamada progressiva porque nela o crente cresce em vitória sobre o pecado e em Cristo. O nosso crescimento espiritual começa com a santificação posicional no momento em que recebemos o Senhor Jesus como salvador e isso continua durante toda a nossa vida em direção à maturidade cristã (Fp 3.12, 13). Diferente da santificação posicional, que é obra exclusiva de Deus, a santificação progressiva ‘envolve uma parceria com Deus’.6 Quem nasceu de novo foi transformado pelo poder de Deus, seu estilo de vida agora é outro, de modo que a santificação não pode ficar estagnada: ‘Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado, porque nele permanece a semente divina; esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus’ (1 Jo 3.9). A santificação real é progressiva e se desenvolve no nosso dia a dia (Pv 4.18). A cada dia avançamos em santidade (2 Co 3.18), lembrando que jamais chegaremos à santidade plena enquanto estivermos vivos (Ef 4.13). Todos nós precisamos de crescimento espiritual (2 Pe 3.18). O apóstolo Pedro exorta à santificação (1 Pe 1.15,16). Essa santificação é possível porque somos nascidos de Deus (1 Jo 4.7; 5.1) e o Espírito Santo está em nós e habita em nós (Jo 14.17; 2 Tm 1.14). Isso não significa que os crentes santificados se tornam perfeitos, não é isso (Ec 7.20; 1 Rs 8.46), mas nos tornamos irrepreensíveis diante de Deus, num estilo de vida de que Deus se agrada (Rm 12.1, 2; 1 Ts 5.23). Observe que havia crentes carnais na igreja de Corinto (1 Co 3.3) e, mesmo assim, eles eram ‘santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos’ (1 Co 1.2). O papel do crente na santificação é passivo, sim, porque dependemos de Deus (Fp 2.12, 13), pois sem o Espírito não há santificação, e, ao mesmo tempo, ativo, isso porque nos esforçamos para obedecer a Deus (Rm 12.1,2; 2 Co 6.14; 7.1; 1 Ts 4.3; Hb 12.14). É claro que o progresso da santificação não pode acontecer sem a atuação do Espírito Santo. Nada podemos fazer sem a ajuda divina, mas temos os recursos espirituais para o desenvolvimento da santificação. A leitura da Bíblia e a meditação, a oração, a adoração, o testemunho, o autodomínio, tudo isso faz parte da vida cristã. Somos nós que devemos nos esforçar para o crescimento espiritual (Ef 4.1-3; 1 Ts 5.11). Deus já fez a sua parte.

    • A santificação futura ou glorificação

Essa é a santificação perfectiva, quando o Senhor Jesus nos transformar de modo que sejamos semelhantes a Ele na sua vinda (1 Ts 5.23). Essa santificação é chamada também de ‘glorificação’ (Rm 8.29, 30; Fp 3.21). Na ressurreição seremos completos, e isso é extensivo à santificação, quando o Senhor Jesus declarar ‘que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso’ (Fp 3.21). É nessa ocasião que veremos a Deus como ele é (1 Jo 3.2). Essa é a nossa esperança.”

6 HOLLOMAN, Henry. O Poder da Santificação – Redescubra o que Deus Quer Fazer através de Você. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 5. 

Texto extraído da obra “O Verdadeiro Pentecostalismo: A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo”.

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Setor de Educação Cristã 

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Lição 06 - 1º Trimestre 2021 - Felizes os que têm fome de Justiça - Juniores.

 

Lição 6 - Felizes os que têm fome de Justiça 

 1º Trimestre de 2021

Texto bíblico: Mateus 5.6; Lucas 19.1-9.

Prezado(a) professor(a),

Na lição desta semana seus alunos aprenderão a respeito da fome e sede por justiça. Geralmente, quando precisamos alguma injustiça, reagimos com indignação e esperamos que a justiça seja feita contra a pessoa que fez o mal. Mas a justiça de Deus é diferente, pois não está baseada na vingança, e sim na misericórdia. O personagem da história de hoje é Zaqueu, um homem que de acordo com os costumes da época era o mais indigno de receber em sua casa o Mestre da justiça. Ele não apenas era um pecador como também era chefe dos publicanos, tinha a função de coordenar a cobrança de impostos para o governo romano naquela região.

Como bem sabemos, os publicanos cobravam a mais do que era necessário. Zaqueu, sendo o chefe deles, certamente, lucrava com a cobrança feita pelos seus empregados. Por esse motivo, o povo odiava os publicanos e havia certo preconceito em relação a eles. Mas Jesus sabia que aquele homem precisava apenas de uma oportunidade para alcançar a salvação. Então o Senhor avistou Zaqueu no alto da árvore e decidiu entrar em sua casa. Depois de desfrutar da presença de Jesus, Zaqueu se rendeu ao Senhor e se arrependeu de seus pecados.

A aula desta semana é uma boa oportunidade para ensinar seus alunos a respeito do amor e da misericórdia de Deus pelos pecadores. Deus ama o ser humano e não os trata de acordo com os seus pecados. Antes, oferece a oportunidade para que se arrependam e decidam fazer a vontade de Deus.

A. A justiça de Deus é misericordiosa. Diferentemente do que muitas pessoas ensinam o Senhor Deus não deseja castigar as pessoas por conta dos seus pecados. Deus trata os pecadores com misericórdia a fim de que se arrependam dos seus pecados e viviam (cf. Ez 33.11). O Senhor não tem prazer na morte nem no sofrimento de nenhum dos seres humanos que Ele mesmo criou. Mesmo enfrentando o julgamento das pessoas, Zaqueu teve a oportunidade de experimentar a misericórdia do Senhor. Às vezes agimos da mesma maneira que aquela multidão e achamos que algumas pessoas não são dignas de receber o perdão e a misericórdia de Deus. Mas não é da nossa competência definir a maneira como Deus deseja fazer justiça sobre estas pessoas. Jesus mostrou que a oportunidade da salvação não é privilégio para algumas pessoas. Antes o Senhor deseja que todos os homens sejam salvos (cf. Jo 17.3; 1 Tm 2.3,4).

B. Apenas uma oportunidade de arrependimento. A passagem de Jesus por Jericó era estratégica. Ele precisava passar por aquele lugar para conceder aos pecadores a oportunidade de salvação. Dentre eles estava Zaqueu, alguém que apesar de agir de forma ilegal e oportunista, precisava apenas de uma oportunidade para arrepender-se de seus pecados e praticar a justiça. Talvez, muitos de nós, não concordamos com a maneira de Jesus fazer justiça e achamos que muitos não merecem receber a oportunidade de salvação. Mas Deus não pensa dessa forma e todo aquele que é lavado e remido no sangue do Cordeiro deve desejar que todas as pessoas sejam salvas (cf. 1 Jo 5.1,2). A fome e sede por justiça não significa a condenação dos maus e pecadores, muito embora Deus esteja reservando um dia em que há de julgar toda maldade praticada pelos seres humanos (cf. At 17.30,31). Mas a fome e sede de justiça, neste tempo presente, se traduzem no anseio pela salvação e bem-estar das pessoas. Jesus declara que as pessoas que anseiam pela justiça de Deus em toda a terra são as mais felizes (cf. Mt 5.6). Esta alegria deve ser compartilhada com todas as pessoas. 

Vale ressaltar que a oportunidade de salvação e perdão deve ser compartilhada com todas as pessoas. Ensine seus alunos que compartilhar esta verdade faz parte da nossa missão como servos de Deus. Não é de nossa alçada definir quem merece ou não receber a salvação, pois o amor de Deus e a sua graça estão disponíveis a toda a humanidade.

Para reforçar o ensinamento da aula de hoje, ao final da aula, distribua uma premiação para os alunos que cumprirem com êxito as atividades propostas na revista. Pode ser um bombom ou outro doce. Não deixe de fora os que não conseguiram atingir a meta, no entanto, explique que da mesma maneira a graça de Deus está disponível a todos.

Tenha uma boa aula!

Lição 06 - 1º Trimestre 2021 - Uma Conversa Franca - Pré Adolescentes.

 

Lição 6 - Uma Conversa Franca 

1º Trimestre de 2021

Texto bíblico: Provérbios 13.24; Tiago 5.16.

Prezado(a) professor(a),

Na lição desta semana seus alunos aprenderão sobre a importância do diálogo. Em muitas ocasiões é difícil para o pré-adolescente expressar o que sente e o que pensa para um adulto, tendo em vista que nesta fase o sentimento de acanhamento e a timidez estão muito presentes. Geralmente, os colegas da escola ou amigos da mesma idade são vistos como os mais confiáveis ao diálogo haja vista que a afinidade é fundamental para que o pré-adolescente se sinta à vontade para conversar. Se conversar é importante para o emocional o grande perigo que ronda nossos alunos nesta etapa da vida é justamente em quem confiam para compartilhar seus dilemas, pensamentos e intenções. Muitas vezes, o conselho de alguém da mesma idade é tão perigoso quanto o problema que o pré-adolescente está enfrentando.

A aula de hoje é mais do que um conselho. É um alerta para que seus alunos não compartilhem sua vida com pessoas que não terão o conselho vindo da parte de Deus para auxiliá-los. Este dilema também faz parte do trabalho do professor, tendo em vista que os alunos precisam encontrar nele a referência para que possam fazer escolhas sábias. Portanto, seja amigo de seus alunos, não obrigue-os a contar a você o que não sentem vontade. Apenas se mostre empático, acolhedor e transborde confiança, pois no momento certo eles procurarão você para conversar. Esteja preparado!

1. Um passo de confiança. Embora seus alunos demonstrem contínua timidez na hora de expressar o que sentem ou pensam sobre vários assuntos, na verdade o que eles mais querem é falar. Entretanto, é natural que para iniciarmos a conversa com uma pessoa é preciso que haja interesse em falar sobre o assunto e afinidade. Infelizmente, muitos pré-adolescentes têm encontrado afinidade em amizades que não servem a Deus ou possuem uma forma de pensar completamente oposta ao ensinamento bíblico. A esse tipo de amizade a Bíblia aponta para o perigo do conselho dos ímpios, do caminho dos pecadores e da roda dos escarnecedores (cf. Sl 1). Por esse motivo, caro professor, é que as barreiras da desconfiança precisam ser derrubadas. Se os alunos encontrarem em você um(a) professor(a) acolhedor(a), amoroso(a), sem preconceito ou qualquer julgamento precipitado com relação às questões que fazem parte do universo juvenil, certamente, será mais fácil a aproximação e abertura ao diálogo.

2. A importância das referências.  A referência é uma importante informação que serve de parâmetro ou indicação de proximidade quando pretendemos chegar a algum lugar. Semelhantemente, seus alunos procuram eventualmente em algumas pessoas o modelo de comportamento adequado para cada ocasião. É uma necessidade humana sentir-se pertencente a algum grupo. Seja na escola ou em alguma outra ocasião, seus alunos procurarão estar inseridos e relacionados com o meio onde vivem e constroem amizades. Para tanto, muitas vezes, seus alunos estarão abertos a fazer mudanças na maneira de pensar, de falar ou se comportar com vista em serem aceitos pelos grupos. Nesse contexto, é fundamental o trabalho da Escola Dominical, haja vista que é neste espaço que a consciência cristã é formada. Seus alunos precisam aprender a pensar, falar e se comportar de acordo com os preceitos da Palavra de Deus (cf. Rm 12.1,2). A Escola Dominical não é apenas um espaço de aquisição de conhecimento bíblico, mas também um espaço de formação do caráter cristão e, para isso, precisam de boas referências. Seus alunos precisam encontrar em você o modelo de vida para que aprendam como se comportar diante dos desafios enfrentados na sociedade.

Com base nas informações apresentadas, dialogue com seus alunos sobre o que pensam da classe de Escola Dominical. Entregue para cada um deles um pedaço de papel e peça que escrevam o que pesam. Explique que eles não precisam colocar o nome. Prepare uma caixa (pode ser de sapato), faça um furo na tampa e utilize de urna para que os alunos depositem o papel. Depois retire alguns papéis e comente o assunto. Mostre-se atencioso(a) com a opinião de seus alunos. Não faça nenhuma crítica ou julgamento. Esta dinâmica será fundamental para que seus alunos sintam-se à vontade para expressar o que pensam e servirá para que você possa reavaliar o seu trabalho e realizar as mudanças necessárias para que a sua classe tenha mais afinidade. A unidade e comunhão são fundamentais para que os alunos sintam-se pertencentes ao grupo e desenvolvam a comunhão.

Tenha uma ótima aula!