1º Trimestre de 2021
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Marcos Tedesco, comentarista do trimestre:
INTRODUÇÃO
Diante da ferocidade do Império Babilônico, o Reino de Judá experimentava um dos momentos mais difíceis de sua história. Depois de uma escalada terrível de violência urbana, paganismo, injustiças sociais e imoralidade por todos os lados, a ruína total era apenas uma questão de tempo diante dos cruéis exércitos de Nabucodonosor que marchavam em direção a Jerusalém. Ao vislumbrar tal cenário, Habacuque se levantou e perguntou ao próprio Deus: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás?” (Hc 1.2) A partir de uma primeira interpretação, somos levados a imaginar o quão desesperançado estava o profeta. Mas, quando nos debruçamos com mais atenção nas letras escritas pelo profeta, podemos perceber quão profundo é esse livro ao revelar uma série de diálogos entre um simples homem e o Deus poderoso, santo, justo e misericordioso. É esse o contexto que nos permitirá conhecer um pouco mais da história de um homem que intercedeu com toda a sua energia em favor do povo e que, a partir de um franco relacionamento com o Senhor, encheu-se de esperança e nos ensinou valiosas lições sobre fé, justiça, soberania e santidade.
I – A Iniquidade de Judá
Os tempos de glória se passaram e já não havia mais disposição para ouvir a voz de Deus no reino de Judá. Em vez de buscarem a retidão e a justiça, os contemporâneos de Habacuque estavam envoltos em iniquidades, injustiças, violência e afrontas à santidade divina. Durante muito tempo, os profetas pregaram o arrependimento e anunciaram o juízo que se aproximava, porém aquele povo não tinha mais interesse em restaurar o que se havia perdido.
Ao profeta bastava a intercessão a Deus pelo povo infiel. Habacuque, em oração, abriu o seu coração em busca da solução a difíceis questões. Contudo, a resposta do Senhor foi muito além do momento em que precedia a queda de Jerusalém e ainda continua repercutindo em um mundo a agonizar entre a iniquidade e a desesperança.
Caos e sofrimento
O cotidiano vivido em Judá nos anos antecedentes à queda de Jerusalém era aterrorizante. Por todos os lados imperava um panorama de injustiças, perversidades e abominações evidenciando um desinteresse por qualquer mudança dos padrões e, muito menos, um retorno para Deus. Por todos os cantos de Judá, a situação complicava-se ainda mais e diversas atrocidades já eram vistas como algo comum pela maioria das pessoas: o abandono de crianças nas ruas, violência, injustiças sociais, contendas, litígios, suborno de autoridades, opressão aos menos favorecidos, justiça corrompida, entre muitas outras. Era uma época de grande insensibilidade humana, que levava a situações surpreendentes de crueldade e descompromisso com a vida. Os mais fracos eram oprimidos por pessoas que se deleitavam com os lucros da dor alheia. Foram tempos difíceis e que traziam muita tristeza para o profeta Habacuque, que buscava despertar o povo, assim como também fez Jeremias, para um concerto. No entanto, os ouvidos daquela geração já estavam cauterizados e não mais aceitavam as mensagens dos profetas enviados pelo Senhor. Deus, ao enviar profetas, abria uma porta para uma mudança mediante arrependimento e restauração. Todavia, essa mudança não poderia ser imposta já que deveria ser, sempre, fruto de profunda reflexão e desejo de renovo. Por muito tempo, Deus esperou que a situação se transformasse. Entretanto, o dia do juízo havia chegado. Para o profeta, agora só restava o questionamento ao sofrimento dos justos, que também sofreriam junto com os iníquos.
A situação terrível observada no reino de Judá nos anos que antecederam ao cativeiro, também pode ser encontrada nos dias atuais promovendo um esfriamento dos corações e uma terrível insensibilidade para com qualquer pessoa que sofra.
A iniquidade tem se multiplicado de forma assombrosa e as consequências geradas a partir de tal situação assumiram proporções incontroláveis. O atual quadro de iniquidade nos impressiona: a destruição da família e a condenação do padrão de vida santificada; a violência urbana tem revelado uma crueldade impressionante; a corrupção atingiu, nos últimos anos, índices jamais vistos na história da humanidade; as multidões (de todas as idades) que moram nas ruas mendigando e sendo desamparadas ampliam-se a cada dia; a fome tem atingido uma parcela cada vez maior da população; a prostituição e outras formas veladas de mercantilização dos corpos, levando à objetificação dos seres humanos; a justiça, que não é mais a favor do justo, mas é destruída por leis frouxas e interpretações compradas; as doenças da alma, levando um número crescente de pessoas ao suicídio, mutilação e crises psicossomáticas; guerras e terrorismos em todos os continentes; além de muitas outras realidades aqui não mencionadas. Jornais e sites de notícias facilmente nos mostram casos que desafiam a mente humana e causam náuseas pelas dimensões do que é narrado. Desde o abandono até o assassinato de criancinhas, o envenenamento de pessoas que mendigam alimento e a corrupção entranhada em campanhas que visam a salvar vidas são algumas das notícias que recentemente assustaram milhões de brasileiros, porém estão cada vez mais comuns e aos poucos vão sendo banalizadas. Se até nós, em nossa natureza humana, sentimo-nos entristecidos por tais acontecimentos, imaginemos o nosso amado Pai, que nos criou para a glória de seu nome. Com certeza, vivemos tempos de iniquidades semelhantes aos dias antecedentes ao juízo em Judá. São prenúncios dos tempos descritos por Jesus em seu ministério na terra (Mt 24.6-8), apontando, possivelmente, para “o princípio das dores”. O Mestre apontava que ouviríamos falar de guerras e de rumores de guerras e veríamos fomes, pestes, terremotos, todavia tudo isso ainda não seria o fim.
O povo foi alertado acerca das consequências de seus atos por diversos profetas durante muitos anos. As más escolhas daquelas pessoas um dia desencadeariam em juízo do Senhor e já não haveria mais tempo para pedidos de socorro. Os profetas foram desprezados e, inclusive, humilhados por muitos. Um claro exemplo podemos encontrar em Jeremias, que, durante várias décadas, sofreu na mão de incrédulos que o castigavam sem piedade, tendo inclusive seus escritos queimados pelo rei Jeoaquim (Jr 36). Habacuque compreendera perfeitamente que era chegada a hora do juízo, contudo, diante dos executores de tal castigo, questionou a Deus sobre o uso dos babilônicos para tal ação. Para o profeta, não havia mais nada a fazer além de questionar em prol dos justos que sofreriam também as consequências do juízo dos maus. O profeta clamava movido pelo amor a Deus, pelo desejo ardente de restauração (mas não por mãos ímpias) e por sua dor ao ver os justos serem vítimas das mesmas atrocidades que seriam impostas aos iníquos.
II – O Castigo de Judá
O castigo é algo a trazer muito desconforto, no entanto é necessário em determinados contextos. No caso em que estamos estudando, o castigo aplicado tem a finalidade de correção e classifica-se como “educativo”, pois busca levar o povo novamente à presença do Senhor mediante arrependimento e restauração. Muitos justos também estavam sofrendo, assim como o profeta, nas mãos dos homens maus, como os próprios judeus, até mesmo dos estrangeiros, como os assírios (que derrubaram o Reino do Norte) e os babilônicos comandados por Nabucodonosor. Os justos apresentados por Habacuque ao Pai em suas orações intercessoras estavam tendo, aparentemente, o mesmo fim que os injustos e iníquos. Entretanto era apenas uma aparência, pois Deus jamais os abandonaria. No momento de maior intensidade das orações do profeta, o Senhor prometera que pela fé, eles viveriam. Deus se faria presente, e jamais desampararia os seus. Pela fé, cremos também nisso. Glória a Deus!
Todas as escolhas que fazemos, geram consequências. Se buscarmos o caminho certo e cumprirmos todas as condições para uma viagem tranquila, teremos uma boa chance de chegarmos ao destino desejado bem e em segurança. Não podemos almejar uma meta, ou uma condição futura, se não nos atentarmos às etapas e estruturas necessárias para tal. Sempre foi assim, e a Bíblia nos mostra diversos exemplos a respeito desse preceito. No tempo de Habacuque, assim como no tempo de Moisés, esse era um importante princípio que deveria ser observado. O livro de Deuteronômio registra três discursos de Moisés que impressionam pelo conteúdo influenciando tanto o povo do deserto quanto as gerações posteriores. Um desses discursos nos permite refletir sobre duas possibilidades dispostas à nossa frente: bênção e maldição. Vejamos: “Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando ouvirdes os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que hoje vos mando; porém a maldição, se não ouvirdes os mandamentos do Senhor, vosso Deus, e vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno [...]” (Dt 11.26-28). Se o povo obedecesse à Palavra de Deus, seriam alcançados pela bênção. Por outro lado, se desprezassem os mandamentos do Senhor, seriam alvos da maldição. Era uma questão de escolha e conseqüência; o modo de vida do povo apontaria para o seu futuro. Sabemos que a maior parte do povo hebreu, com grande frequência, afastava-se de Deus e andava por caminhos de impiedade, vindo assim a padecer diante da maldição. Essas palavras de Moisés demonstravam ao povo o quanto suas formas de lidar com os desafios diários seriam determinantes quanto ao futuro. Os muitos anos de pecados e injustiças não passaram despercebidos por Deus. A aparente aceitação divina do que acontecia em Judá nos tempos de Jeremias e Habacuque não representava uma passividade do Senhor, mas sim um período necessário até que o juízo fosse determinado e, finalmente, protagonizado pelos caldeus. A validade dessas palavras é tão real hoje quanto era nos dias de Moisés e Habacuque. Temos diante de nós a escolha: bênção ou maldição. Tudo dependerá da forma como conduziremos os nossos passos. Aquilo que semearmos também colheremos (Gl 6.7). Precisamos ser convictos de que nenhuma injustiça ou iniquidade por si só representa a vitória do mal sobre o bem. No tempo certo, o juízo se cumprirá e os justos serão saciados em sua sede e gozaremos da paz que só encontramos em Deus (Sl 62.5).
Diante de tanto sofrimento e apreensão, Habacuque questionava o motivo do sofrimento dos justos. Ele podia aceitar o triste fim que era anunciado aos ímpios e apóstatas de Judá, mas lhe era incompreensível a iminente tragédia que alcançaria as pessoas que se mantinham fiéis. O profeta questiona com respeitosa e prudente indignação a indigesta realidade: “Por que os babilônicos?”. Difícil compreender como um povo ímpio e praticante das mais terríveis abominações poderia ser usado por Deus para trazer juízo ao seu povo. Em seu questionamento, Habacuque usa uma figura de linguagem comparando os invasores a pescadores os quais matavam suas presas por prazer (Hb 1.14-17), apontando uma nítida desumanidade. Como Deus permitiria que o seu povo caísse nas mãos de homens que se deleitavam com o sofrimento alheio? Como um Deus justo não interviria em tal atrocidade? São perguntas perturbadoras ao simples homem que via na intercessão a sua única possibilidade em busca da compreensão de tal dilema. A resposta de Deus para tais questionamentos serviu de bálsamo ao sofrido profeta: o justo, no fim, emergiria vitorioso. Os justos têm uma comunhão com o Pai, pois são retos e obedecem à vontade divina. Para viverem neste mundo decaído, os justos precisam ter uma firme confiança em Deus e, com alegria, seguir os propósitos divinos. Em relação aos ímpios que se aproximavam de Judá, o Senhor deixara bem claro que, também no tempo certo, os caldeus pagariam por suas atrocidades e iniquidades, porém, nesse momento, estariam sendo direcionados a serem os instrumentos de juízo sobre o povo de Judá. A situação parecia caótica, todavia o Senhor tinha tudo sobre controle: o momento terrível se fazia necessário em busca de um final mais elevado. No cativeiro, o povo seria trabalhado, o milagre aconteceria e Deus, no tempo certo, traria um novo tempo de restauração. As palavras de Habacuque tinham a nítida intenção de dar um amparo aos justos, que também sofriam por conta de toda a situação criada. Entrava em cena uma palavra-chave, tanto naqueles dias quanto no Novo Testamento e até hoje: fé!
Uma triste e assustadora sentença era reservada para Judá em que seus habitantes iníquos estavam prestes a ser massacrados pelas forças caldeias. O profeta Habacuque clamava a Deus por um socorro que não mais seria possível. O intercessor desejava o socorro imediato, contudo a resposta do Senhor apontou para uma solução que se projetava para além do seu tempo: o justo vivendo pela fé.
Os justos de Judá tinham uma grande esperança revelada na resposta de Deus a Habacuque: a fé se apresentava como um fator de extrema relevância na busca pela salvação e reconciliação com o Senhor. Era a fé que permitiria ao justo a continuidade da caminhada buscando firmemente os propósitos divinos. A epístola aos Hebreus define com precisão o que é “fé”: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11.1). É a fé que dá sentido ao ato de orar, pois cremos que Deus nos ouve e nos fortalece em meio à nossa caminhada anunciando o Reino de Deus. Deus queria que as pessoas soubessem dessa verdade excelsa e orientou ao profeta a forma correta de proceder. Habacuque deveria escrever de modo destacado em grandes tábuas e de forma bem legível para que, todo aquele que passasse correndo ao ser levado ao cativeiro, pudesse ler e deixar marcado em seu coração e mente que a “fé” seria o segredo para sobreviver ao que passariam, pois tinham a convicção de que um dia o Senhor novamente os colocaria de pé. Deus estava no controle (Is 26.3)!
III – A Oração de Habacuque
O profeta Habacuque descreve, em seus escritos, uma conversa com Deus questionando o juízo que se aproximava sobre o povo de Judá. Nesse diálogo, é observado um relacionamento com o Senhor envolto em intimidade, obediência, dependência e fidelidade. Não se trata de um questionar confrontando, mas sim de uma ação em busca de melhor compreensão da dimensão dos planos que o Pai tem para os seus. A resposta de Deus à oração revela informações já conhecidas pelo profeta em seu coração; afinal, buscava ao Pai constantemente ao longo de sua vida. A oração de Habacuque nos permite o entendimento do papel da fé na vida dos justos, levando-os a uma firme esperança na soberania divina.
Deus Os profetas que escreveram livros na Bíblia dirigiram suas palavras a pessoas específicas, ou ainda, a todo um povo, entretanto com Habacuque foi diferente. O seu livro registra palavras que nos mostram um profundo diálogo entre o profeta e Deus.
Em toda a Bíblia Sagrada, é raríssimo encontrarmos personagens que receberam de Deus a autorização para questioná-lo abertamente: Moisés é um conhecido exemplo (Êx 33), intercedendo pelo povo que era teimoso em pleno deserto. Outro caso muito conhecido se refere a Habacuque. No início do capítulo 1, o profeta se entristece mediante a injustiça que impera no meio de seu povo e pergunta por que Deus não intervém: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: violência! E não me salvarás?” (Hc 1.2). Já mais adiante, o questionamento é mais “cirúrgico”, abordando a aparente passividade divina enquanto o ímpio destrói e humilha aquele que é justo (Hc 1.13). Não obstante, como pode o Senhor soberano permitir que um homem o questione de forma tão direta? A resposta é simples e animadora: o questionamento de Habacuque, assim como o de Moisés, foi originado em uma relação de profunda intimidade com Deus e protagonizado por alguém que buscava servir ao Senhor com inteireza de coração, permitindo-se ser guiado em tudo pela direção divina. A forma de oração praticada por Habacuque, mas que também encontramos em Moisés e Jó, por exemplo, desafia um entendimento comum, no entanto equivocado, de que não podemos questionar a Deus. É importante destacar que esse tipo de questionamento precisa ser envolto em algumas considerações bem específicas. Aqui apontaremos algumas: não deve ser combativo; deve ser fruto de confiança e fé convicta; só acontece em um relacionamento qualitativo com Deus; busca uma compreensão em relação à vontade divina, não a sua contestação.
O questionamento a Deus jamais pode ser motivado por simples indignação ou ainda incredulidade na soberania ou justiça divina. Esse questionamento é aceitável quando expressa um desejo do crente em conhecer melhor os planos que o Senhor tem para os seus. O diálogo questionador, no caso estudado por nós, justifica-se quando almejamos conhecer ainda mais os propósitos de Deus para a nossa vida.
O profeta possuía uma liberdade com Deus que fora construída ao redor de um relacionamento que gerou notável intimidade. Quando Habacuque orou e intercedeu pelo povo, sentimentos e virtudes nobres estavam envolvidos, os quais nos servem de exemplo. Como interceder se não amamos e nem nos importamos com o alvo da intercessão? A verdadeira intercessão não deve ser apenas fruto de uma reflexão e consequente ação intencional. A intercessão que toca o coração de Deus deve, também, ser oriunda de um profundo sentimento de identificação afetiva com aquele que é contemplado no ato intercessor. Sendo assim, o questionamento não é fruto de simples discordância, porém é concebido a partir de um amálgama de posturas e características próprias do crente fiel e diligente. Como interceder sem amar, sem sentir júbilo com a alegria do próximo e tristeza como o lamento de quem está à nossa frente? A intercessão não pode ser descomprometida com o amor reverberado em nós pela ação divina, mas sim, por esse amor, impulsionada. Finalmente, é importante destacar ainda que, mediante a intercessão, os intercessores também são alvos de bênçãos. Veja: aprofunda nossa intimidade com Deus (Sl 63.1-11); amplia a visão espiritual (Dn 9.20-23); intensifica a unidade (Fp 1.19; 1 Co 1.11); e promove a bênção (Mc 10.29-30). Um versículo do livro de Jó exemplifica bem esse fato, vejamos: “E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10). Ao intercedermos com o coração movido pelo amor de Deus, nossas próprias vidas são alcançadas e abençoadas, afinal, como ser dirigido pelo Senhor e não ser cheio das suas bênçãos? Enquanto Habacuque intercedia por aquele povo, o seu coração era inundado pela presença restauradora de Deus e, em pleno diálogo, verdades maravilhosas lhes eram apresentadas. Foi naquele momento que o profeta entendeu, na prática, o alcance do amor, da justiça e da soberania divina. Ao justo, bastava a suficiência da fé e a esperança vívida no soberano Deus.
A sensibilidade de Habacuque nos impressiona. Se atentarmos para duas unidades temáticas, os primeiros dois capítulos e o último capítulo, perceberemos uma marcante diferença entre elas. Em um primeiro momento, o profeta exprime um sofrimento devastador a ponto de questionar Deus e chorar pelos justos que sofrerão no cativeiro. Todavia, algo acontece. O Pai responde e revela um grande segredo para a caminhada triunfante do crente: a fé (Hc 2.4). O profeta tem seu questionamento atendido por Deus, não como desejava o homem, mas de uma forma totalmente alinhada com uma narrativa bíblica amorosa, a qual se direciona para a restauração. Uma palavra a ser enfatizada ao longo do terceiro capítulo do livro de Habacuque é, sem dúvida, a esperança. Ao longo do texto, o profeta enfatiza a soberania divina e, finalmente, declara que a sua força está em Jeová. Independentemente das circunstâncias e das restrições temporais, o profeta sabia que Deus estava no controle e, no tempo certo, o justo teria a sua vitória. Habacuque agora, com essa mensagem bem gravada em sua mente, via o invisível (Hb 11.27) e estava pronto para um novo tempo de esperança. Então, as palavras são de esperança e paz. Alegremo-nos no Senhor, exultemos no Deus de nossa salvação (Hc 3.17-19).
Após ter obtido a resposta de Deus, Habacuque compõe um cântico celebrando o Senhor e as suas grandes obras. Em uma primorosa abordagem, os grandes feitos divinos são lembrados, demonstrando o cuidado de Deus para como o seu povo (Hc 3.1-15). Independentemente do que pudesse vir a acontecer, o profeta celebra e canta uma maravilhosa verdade: tudo terminaria bem para aqueles que servem ao Deus soberano. Os justos jamais seriam desamparados.o de uma comunhão outrora perdida.
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.