Lição
07
O PROFETA MIQUEIAS E A
IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA
18
de novembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“[...] Tem, porventura, o SENHOR tanto
prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR?
Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor é do que o
gordura de carneiros” (1 Sm 15.22).
VERDADE PRÁTICA
A mensagem de Miqueias leva-nos a pensar seriamente
acerca do tipo
de cristianismo que estamos vivendo.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
“[...] Tem, porventura, o SENHOR tanto
prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR?
Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor é do que o
gordura de carneiros” (1 Sm 15.22).
Nosso texto áureo deste domingo está
inserido na passagem bíblica de 1 Samuel 15. 1-31, neste episódio o SENHOR Deus
manda o rei Saul a destruir os amalequitas. O rei Saul não cumpre a ordem
divina e o SENHOR manda o profeta Samuel
repreendê-lo.
O rei Saul argumenta no v. 21 a suposta boa intenção do
povo em separar o melhor para sacrificar ao SENHOR. O profeta Samuel usado por
Deus o repreende severamente com as palavras do nosso texto áureo (1 Sm 15.22).
O profeta Samuel faz um pergunta ao
rei Saul: “Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer
em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR?”.
Seguidamente o próprio profeta Samuel
responde a pergunta por ele formulada: “obedecer é melhor do que sacrificar”.
Obedecer de coração à palavra de Deus
é melhor do que qualquer forma exterior de adoração, serviço a Deus, ou
abnegação pessoal.
O pecado do rei Saul foi seguir o seu
próprio conceito do certo, acima da revelação bíblica. Esse pecado será,
também, a base da apostasia final predita para o período que de pronto precede
a volta de Jesus à terra (Mt 24.11-24; 2 Ts 2.9-12; 2 Tm 4.3-4; 2 Pe 2).
O culto, a oração, o louvor, os dons
espirituais e o serviço a Deus não têm valor aos seus olhos, se não forem
acompanhados pela obediência explícita a Ele e aos seus padrões de retidão (cf.
Is 58.2; Ap 2.1; 1 Co 13).
RESUMO DA LIÇÃO 07
O PROFETA MIQUEIAS
E A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA
I. O LIVRO DE MIQUEIAS
1. Contexto histórico.
2. Estrutura e mensagem.
II. A OBEDIÊNCIA A DEUS
1. O conceito bíblico de
obediência.
2. A desobediência
das nações.
3. A ira de Deus
sobre o pecado (1.3-5).
III. O RITUAL RELIGIOSO
1. O rito levítico.
2. O diálogo de Deus com o povo
(6.6).
3. Sacrifício humano (6.7).
IV. O GRANDE MANDAMENTO
1. A vontade de
Deus.
2. O sumário de toda lei (6.8b).
INTERAÇÃO
Qual o significado da palavra “rito”. Rito é “o conjunto de cerimônias e prática litúrgicas que cumpre a
função de simbolizar o fenômeno da fé”. No tempo do profeta Miqueias o povo realizava muito bem todo o ritual
levítico.
Porém, o Senhor não se agradava de suas reuniões solenes e sacrifícios,
pois os rituais se tornaram algo mecânico, sem vida, uma simples obrigação
religiosa. Cumpriam a liturgia, mas não amavam verdadeiramente a Deus nem ao
próximo. Que nunca venhamos a nos esquecer que Deus não está preocupado com
nossas cerimônias religiosas, mas o que Ele espera é que seu povo o “adore em
espírito e em verdade”, que o ame acima de todas as coisas e ao próximo, pois
toda a lei se resume nessa verdade (Mc 12.29-31).
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto
a:
·
Explicar a estrutura da mensagem de Miqueias.
·
Definir a obediência bíblica.
· Conscientizar-se de que o ritual
religioso não proporciona relacionamento íntimo com Deus e nem salvação.
ESBOÇO DO LIVRO DE MIQUEIAS
Capítulos
1 — 3
Uma série de juízo contra Israel e Judá:
•
Introdução (1.1).
•
Destruição de Samaria (1.2-7).
•
Destruição de Judá (1.8-16).
•
Pecados específicos do povo (2.1-11): cobiça e orgulho (2.1-5); falsos
profetas (2.6-11).
• Vislumbre
de um livramento (2.12,13).
•
Pecados dos líderes da nação (3.1-12).
Capítulos
4 — 5
Mensagem de esperança:
•
Promessa do reino vindouro (4.1-5).
• A
derrota dos inimigos de Israel (4.6-13).
• O
Rei virá de Belém (5.1-8).
• O
novo reino (5.9-15).
Capítulos
6 — 7
Juízo de Deus contra Israel e sua misericórdia final:
• Deus
contra o seu povo (6.1-8).
•
Culpa de Israel e o castigo divino (6.9-16).
• O
lamento do profeta (7.1-6).
• A
esperança do profeta (7.7).
•
Israel será restabelecido (7.8-13).
• Bênçãos finais de Deus para seu povo (7.14-20).
COMENTÁRIO
introdução
PALAVRA CHAVE
OBEDIÊNCIA:
O ato ou efeito de obedecer.
O
problema do povo a quem Miqueias dirigiu a sua mensagem não era falta de
liturgia, mas de uma correta motivação para se adorar ao Senhor. Embora
cometesse toda a sorte de injustiças sociais, a geração contemporânea do
profeta Miqueias oferecia sacrifícios a Deus, praticando todos os rituais
levíticos, mas não sabia o verdadeiro significado do amor a Deus e ao próximo.
I. O LIVRO
DE MIQUEIAS
1. Contexto
histórico. Miqueias era de Moresete-Gate (1.1,14; Jr 26.18), cidade estava 30 ou 40 quilômetros a
sudeste de Jerusalém. Eusébio e
Jerônimo citam a tradição que colocou esse local não muito longe do leste de
Eleuterópolis, que tem sido identificada com Beit Jibrin, situada em um vale
que leva da planície costeira ao interior da Judéia, perto de Jerusalém. Dessa forma, o
profeta viveu onde era capaz de observar a longa estrada por onde, durante
séculos, haviam passado os exércitos invasores, assim como os pioneiros e as
caravanas comerciais.
Moresete-Gate atual Beit
Jibrin, cidade de Miqueias
Era um homem do campo e provinha com certeza de
família humilde. O nome Miqueias vem de uma palavra hebraica que
significa: “Quem é como YHWH?” Miqueias, assim como os demais profetas de Judá,
não cita reis do Reino do Norte na introdução de seus oráculos. Seu ministério, porém, aconteceu no período dos
reinados “de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá”
(1.1). Essas datas estão entre 750 e 686 a.C, mas a soma desses
anos deve ser reduzida significativamente por causa das corregências. O profeta Jeremias afirma que a mensagem de
Miqueias foi entregue no reinado de Ezequias (26.18). Considerando os últimos anos de Acaz e os primeiros
de Ezequias, Miqueias deve ter profetizado entre 735 a.C. e 710 a.C.
2. Estrutura
e mensagem. Trata-se de uma coleção de breves oráculos
agrupados em sete capítulos divididos em três partes principais (1,2; 3-5;
6,7). Cada uma das partes marca o imperativo: “Ouvi”
(1.2; 3.1; 6.1), que é fraseologia similar a de Isaías (4.1-5; Is 2.2-4). O assunto do livro é a ira divina em relação aos
pecados de Samaria e de Jerusalém.
Miqueias dirigiu seu discurso contra a idolatria,
censurou com veemência a opressão aos pobres e denunciou o colapso da justiça
nacional (1.5; 2.1,2; 3.9-11). Além disso, anunciou, de antemão, o local do
nascimento do Messias, em Belém (5.2 cp. Mt 2.1,4-6). O profeta chegou a ser citado pelo Senhor Jesus
(7.6 cp. Mt 10.35,36).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O livro de Miqueias tem como
assunto principal a ira divina sobre os pecados de Samaria e Judá.
II. A
OBEDIÊNCIA A DEUS
1. O
conceito bíblico de obediência. O verbo hebraico shemá: “ouvir,
escutar, prestar atenção, obedecer”, não significa apenas receber uma comunicação
ou informação. O seu real sentido é mais forte e imperioso:
obedecer é acatar ordens de autoridade religiosa, civil ou familiar. O referido verbo é empregado no Antigo Testamento
para “obedecer” em 1 Samuel 15.22 e Jeremias 42.6. É usado, também, em seis das nove vezes em que shemá aparece em Miqueias (1.2; 3.1,9; 6.1,2,9). A mesma ideia é vista nos ensinos de Jesus (Mt
11.15; 13.43). Por conseguinte, a obediência deve ser precedida
pela compreensão e pelo amoroso acatamento da mensagem divina (Mt 7.24,26).
Nesse sentido, ela pode ser definida como a prova
suprema da fé e do nosso amor a Deus.
2. A desobediência das nações. O
Senhor não é uma divindade tribal, que habita em quatro paredes. Ele
é o Deus de toda a terra e o Soberano de todo o Universo. Justamente
por isso, Ele apresenta-se como juiz e testemunha não apenas contra seu povo,
Israel e Judá (1.2,5), mas também contra todas as nações da terra (1.2).
3. A Ira de Deus sobre o pecado. O
profeta descreve de forma pitoresca a reação divina contra o seu povo. Numa
linguagem antropomórfica, o Senhor desce de seu santo templo, o céu, para
julgar Samaria, capital de Israel e, da mesma forma, Jerusalém, capital de
Judá, cujo pecado influencia todo o país. O
quadro da sua majestosa e terrível presença lembra a ação dos terremotos e dos
vulcões (Jz 5.4; Sl 18.7-10; Is 64.1-3; Hc 3.6,7).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A
obediência deve ser precedida de compreensão e amoroso acatamento da mensagem
divina.
III. O
RITUAL RELIGIOSO
1. O rito
levítico. Basicamente,
o rito é um conjunto de cerimônias e práticas litúrgicas que cumpre a função de
simbolizar o fenômeno da fé. O
termo vem do latim ritus, que significa
“cerimônia religiosa, uso, costume, hábito, forma, processo, modo”. O
Antigo Testamento usa a palavra para os sacrifícios (Lv 9.16; Ed 6.9) e para as
festividades religiosas (Ne 8.18), tais como a Páscoa (Nm 9.14; 2 Cr 35.13) e a
Festa dos Tabernáculos (Ed 3.4). A
própria circuncisão é também um ritual (At 15.1). Contudo,
em se tratando do Cristianismo, a liturgia é simples, contendo apenas dois
rituais: o batismo e a ceia do Senhor (Mt 3.15; 26.26-30). Esses
cerimonialismos, contudo, não substituem o relacionamento sincero com Deus, nem
proporcionam salvação (1 Sm 15.22; Sl 40.6-8; 51.16,17; 1 Co 1.14-17;
11.28,29).
2. O diálogo
de Deus com o povo (6.6) O
Senhor, através do profeta, convida o seu povo para uma controvérsia.
O
que Deus fez de mal para Israel rejeitá-lo? (6.1-3). Em
seguida, o Eterno traz à memória da nação os seus benefícios desde o princípio,
quando remiu a Israel do Egito e protegeu seu povo no deserto contra os
inimigos (6.4,5). Em
uma pergunta retórica, o próprio Deus antecipa a resposta da nação. A
lei estabelecia sacrifícios de animais como provisão pelo pecado (Lv 9.3) e o
azeite para certas ofertas de libação (Lv 1.3,4; 2.1,15; 7.12). O
problema de Judá não era a falta de rituais e sacrifícios, mas de uma
verdadeira conversão a Deus.
3. Sacrifício
humano (6.7). Oferecer o primogênito pela transgressão e o fruto
do ventre pelo pecado era sinal de completo desatino do povo. A lei de Moisés condena tal prática sob pena de
morte (Lv 18.21; 20.2-5) e em todo o Israel era repulsa nacional (2 Rs 3.27). Esse tipo de sacrifício só foi praticado por
aqueles que, em todo
Israel e Judá, apostataram-se da fé (2 Rs 16.3; 21.6; Jr
19.5; 32.35). Todos estavam dispostos a oferecer até mesmo o que
Deus nunca exigiu deles, menos o essencial: sincero arrependimento e mudança de
vida.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O
ritual religioso não substitui o relacionamento intenso com Deus e, muito
menos, proporciona salvação.
IV. O
GRANDE MANDAMENTO
1. A vontade de Deus. O
estilo de vida que agrada a Deus foi comunicado ao povo desde Moisés. Portanto,
toda a nação tinha o dever de conhecê-lo (Dt 10.12,13). Daí
o porquê da indagação do profeta (6.8). Mas ninguém estava interessado nisso. O
povo preferia tirar proveito da prática das injustiças sociais, esperando que o
mero ritual do sacrifício fosse suficiente para autojusticar-se diante de Deus. Estavam
enganados, pois Deus não se deleita em sacrifícios nem em rituais exteriores
(Sl 51.17,18).
2. O sumário
de toda a lei (6.8b). Os três preceitos — praticar a justiça, amar a
beneficência e andar humildemente com Deus — são considerados pela tradição
judaica, desde o século 1 a.C,
o resumo dos 613 preceitos depreendidos da lei de Moisés. Essa é vista por muitos como a maior declaração do
Antigo Testamento. Os dois primeiros preceitos falam do compromisso
horizontal com o nosso próximo; e o terceiro, de compromisso vertical com Deus. Isso vale para todos os seres humanos e é paralelo
ao ensino de Jesus: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a
nós mesmos (Mt 22.37-40).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O
grande mandamento é este: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A lição para todos nós é esta: O que importa para
Deus não é o que fazemos na Igreja, mas a nossa vivência com a família, o que
fazemos no trabalho e como relacionamo-nos com a sociedade. Sem o verdadeiro arrependimento e um profundo
compromisso com Deus, todas as práticas religiosas não passam de rituais vazios
e completamente desprovidos de valor espiritual.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Antigo
Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
SOARES, E. O
Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed.,
RJ: CPAD, 2010.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Os
profetas Isaías, Miqueias, Amós e Oseias foram contemporâneos, o ministério de
cada um deles começou entre 760 e 735
a.C. Eles viveram no período do esplendor profético dos
hebreus. Isaías era profeta da corte e conselheiro da casa real, ao passo que
Miqueias era profeta do campo. Ambos eram do Reino do Sul, capital Jerusalém.
Oseias e Amós exerceram seu ministério no reino do Norte, em Samaria.
O título
de cada livro profético nem sempre quer dizer ser ele o seu redator ou mesmo o
orador que pronunciou tais oráculos. A profecia escatológica sobre Sião, em
Isaías 2.3, reaparece em
Miqueias. Ambos foram contemporâneos e profetizaram em Judá,
sendo que Isaías era profeta da corte, na capital, e seu companheiro do campo,
mas é difícil saber a fonte literária original” (SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed.,
RJ: CPAD, 2010, p.116).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“[...]
Miqueias previu uma segunda vinda de Davi (cf. Jr 30.9; Ez 34.23,24; 37.24,25).
Ao que parece, este é o significado da famosa profecia registrada em Miqueias
5.2: ‘E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me
sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos,
desde os dias da eternidade’. A associação do futuro rei com Belém e a
referência às suas origens estarem nos tempos antigos dão a entender que a
reaparição do próprio Davi está em vista. Claro que esta é uma predição messiânica.
Outros profetas (por exemplo, Isaías em Is 9.6,7; 11.1,10) e a revelação
bíblica subsequente deixam claro que estas referências a Davi se cumpriram no
Messias que, como o Filho de Davi, reinará no espírito e poder do seu ilustre
antepassado.
Em
Miqueias 5.2, a atenção é dada à insignificância relativa de Belém entre os
clãs de Judá. Ironicamente, o rei escolhido do Senhor surgiria desta pequena
cidade. Este padrão de Deus elevar o pequeno e insignificante ocorre em outros
textos do Antigo Testamento (Gn 25.23; 48.14; Jz 6.15; 1 Sm 9.21).
Este
rei, que surge de tais origens humildes, protegerá o povo como um pastor (o mesmo
foi dito acerca de Davi; 2 Sm 5.2; Sl 78.71,72). Reinando pelo poder do Senhor,
a sua fama alcançará proporções universais (Mq 5.4). Ele e o vice-regente
evitarão que o mais poderoso dos inimigos de Israel (simbolizado aqui pela
Assíria, o inimigo tradicional de Israel) invada a terra (Mq 5.5,6).
Junto
com a restauração do rei davídico, Miqueias também profetizou uma reversão na
sorte de Jerusalém. Miqueias advertiu que esta cidade, escolhida por Davi como
capital e local do templo do Senhor, seria sujeita ao sítio (Mq 5.1) e reduzida
a entulhos (Mq 3.12). Ele personificou a cidade em sua humilhação como uma
mulher em trabalho de parto, estorcendo-se em agonia para dar à luz (Mq
4.9,10). Da perspectiva do exílio, Jerusalém personificada reconhece a justiça
do castigo de Deus e prevê o dia da justificação e restauração (Mq 7.8-12).
Utilizando a imagem de Miqueias 4.9,10, o profeta comparou a volta do povo
exilado em Sião a dar à luz (Mq 5.3). No futuro, o Senhor livraria Jerusalém
dos que a atacavam (Mq 4.11-13)” (ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009, p.444).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Miqueias:
A importância da obediência
Miqueias
profetizou nos mesmos dias em que profetizaram Amós e Isaías. Isso nos deve
fazer refletir que diversos profetas ministraram ao mesmo tempo em determinadas
épocas. Portanto, em um mesmo período, Deus se utilizou de servos que
ministraram ao mesmo tempo, para as duas nações, de forma que o testemunho de
Deus sempre estivesse presente entre os hebreus.
Miqueias
apresenta sua profecia a Judá e Israel, mostrando que Deus é o responsável por
julgar a falta de temor do povo para com seu Deus. Ele denuncia os falsos
profetas, os líderes desonestos e os sacerdotes ímpios que enganavam o povo e o
conduziam ao pecado, ao invés de direcioná-los a uma vida mais próxima de Deus.
Por mais que se pratique de forma correta os rituais que a Lei ordena, esses
rituais não podem ser suficientes se o coração do povo mantinha seus pecados.
Deus estava irado com Samaria e Jerusalém, pois o povo não o adorava de
coração. Isso não significa que Deus abomina rituais. Ele mesmo prescreveu em
Levítico a liturgia e as festas religiosas. O que deixou Deus irado foi o povo
imaginar que seguindo corretamente os rituais, estariam isentos de uma vida de
fé e das obrigações sociais da Lei quanto ao auxílio dos pobres. “Agradar-se-á
o SENHOR de milhares de carneiros? De dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu
primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu ventre, pelo pecado da
minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede
de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes
humildemente com o teu Deus?” (Mq 6.7,8). O profeta deixa claro o desejo de
Deus para os israelitas, numa referência que serve também para a Igreja do
Senhor: a prática da justiça, o amor à bondade e o andar de forma não soberba
diante de nossos pares e do próprio Deus.
Miqueias
nos mostra também a grandiosidade de um Deus que possui em suas mãos a
capacidade de julgar seu povo, mas que também tem a grandiosa capacidade de
perdoar: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e que te
esqueces da rebelião do restante da tua herança? O SENHOR não retém a sua ira
para sempre, porque tem prazer na benignidade” (Mq 7.18). Miqueias também
anuncia que Belém há de ser o lugar em que o Messias haveria de nascer: “E tu,
Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que
será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os
cias da eternidade” (Mq 5.2).