quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Lição 6 - 4º Trim. 2012 - O Profeta Jonas e a Misericórdia Divina.


Lição 06

O PROFETA JONAS E A MISERICÓRDIA DIVINA

11 de novembro de 2012

Professor Alberto 

TEXTO ÁUREO 


E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho;
e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez (Jn 3.10). 

VERDADE PRÁTICA


O relato de Jonas ensina-nos o quanto Deus ama
 e está pronto a perdoar os que se arrependem. 
 

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO 


E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho;
 e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez (Jn 3.10) 

Nosso texto áureo deste domingo é a citação do profeta Jonas 3.10. Durante a exposição da lição será comentado sobre a linguagem antropológica da expressão “Deus se arrependeu do mal”, por isso não comentarei essa expressão aqui.
Aproveitarei o subsídio da lição para o comentário do texto áureo: “O livro de Jonas é diferente dos outros livros dos Profetas Menores. Trata-se de uma narrativa bibliográfica das experiências do profeta, e não de uma coletânea de mensagens proféticas.
O tema prioritário do livro é a graça soberana de Deus pelos pecadores, ilustrada na sua decisão de reter o julgamento sobre os culpados, mas arrependidos ninivitas. Há também uma lição teológica importante a ser aprendida observando as respostas de Jonas a Deus.
O retrato do autor de Jonas é altamente depreciativo. Os padrões duplos de Jonas fizeram com que as suas ações lhe contradissessem os credos de tom espiritual. Pelo exemplo negativo de Jonas, o leitor aprende a não resistir à vontade e decisões soberanas de Deus” (ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009, p.467).
Jonas teve um chamado missionário, e fez o que foi possível para se eximir dessa vocação divina. Não é demais chamá-lo de egoísta (ele pensou em si mesmo, e não na nação á qual Deus o mandara ir), vingativo (ele desejava que os ninivitas fossem exterminados por Deus, por causa dos seus pecados e das atrocidades que cometeram) e orgulhoso (o senso nacionalista de Jonas era muito forte, fazendo-o crer que ele estava acima.
O pensamento de Jonas tinha alguma lógica. Ele não nutria bons sentimentos para com os assírios, pois estes eram pessoas muito más, e manifestavam sua maldade com os povos dominados, chegando a empalar os homens e abrir o ventre de mulheres grávidas vivas! A lógica de Jonas era, por assim dizer, baseada naquilo que Deus disse: “Vou destruir Nínive se a cidade não se arrepender”. Se Jonas não vai lá pregar, a cidade não vai se arrepender e Deus a destruirá. Mas Deus não pensava assim. Ele desejava que Jonas fosse cumprir sua missão.
Jonas é uma mostra do povo judeu do seu tempo. Um povo que desejava ver o julgamento de Deus contra seus inimigos. Um povo que deseja ser conhecido pelo nome de Deus, mas que foge da vontade desse Deus quando ela é manifesta. Fala também de um povo que precisava aprender que as nações podem ser perdoadas por Deus, e que Ele se importa com o bem-estar das nações, e não apenas de Israel.
A relação da Assíria com Israel não era das melhores. Israel pagava tributos à Assíria até que Jeroboão II rebelou-se. Nos dias de Jeroboão II, Israel começou a experimentar segurança como nação, e a Assíria, o declínio.
A visita de Jonas a Nínive deve ter ocorrido em 765 a.C, e levando em consideração que Nínive está distante de Israel 960 km (uma viagem que durava algo em torno de três meses), não é difícil entender que Jonas certamente levou um bom tempo para ser descoberto e lançado nas águas pelos marinheiros do navio.
Não raro, costumamos reprovar a atitude de Jonas quanto à ordem de Deus. Mas quantas vezes não nos identificamos com Jonas e sua rebeldia quando somos desafiados por Deus a obedecê-lo, e não o fazemos? Jonas é, portanto, um espelho para cada cristão: não precisamos aguardar que Deus aja de forma extrema conosco, como agiu com Jonas quando o conduziu a Nínive na barriga de um grande peixe, para que possamos obedecer a Sua vontade, qualquer que seja o mandado de Deus para nossas vidas”.  

RESUMO DA LIÇÃO 06  


O PROFETA JONAS E A
MISERICÓRDIA DIVINA  

I. O LIVRO DE JONAS

1. Contexto histórico.

2. Vida pessoal.

3. Estrutura e mensagem.  

II. O GRANDE PEIXE

1. Baleia ou grande peixe?

2. Interpretação.  

III. A MISERICÓRDIA DIVINA

1. A conversão dos ninivitas (3.8-9).

2. O “arrependimento” de Deus.

3. Explicação exegética.  

IV. A JUSTIÇA HUMANA

1. Descontentamento de Jonas (4.1).

2. Jonas esperava vingança?

3. Compreendendo a misericórdia divina. 
 

INTERAÇÃO


 

Nínive era absolutamente odiada pelos judeus. Como capital do império assírio, ela representava a maldade, a crueldade, a impiedade e agudeza de um império perverso. Mas o Altíssimo, cheio de graça e amor, volta seu olhar para aquela cidade impenitente e decide enviar-lhe o profeta Jonas. O profeta, sabedor de toda maldade praticada pelos ninivitas, resistiu ao chamado divino. Entretanto, Deus estava no controle e não demorou para que o profeta fosse até Nínive levar a mensagem de salvação. Jonas aprendeu uma extraordinária lição a respeito do grande amor e misericórdia de Deus. Não podemos nos esquecer que a mensagem da salvação é para toda a humanidade. 
 

OBJETIVOS 


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Explicar o contexto histórico, a estrutura e a mensagem do livro de Jonas.

·   Conhecer o atributo da misericórdia divina.

·   Conscientizar-se da perenidade da misericórdia Deus. 
 

ESBOÇO DO LIVRO DE JONAS


O livro de Jonas destaca as duas principais chamadas de Deus na vida do profeta. Na primeira, ele desobedece e sofre as consequências. Na segunda, ele ouve ao Senhor e lhe obedece.  

 A CHAMADA DO PROFETA JONAS 

Primeira chamada (1.1 — 2.10)
         1.1,2 .............. Chamada de Jonas: “vai à Nínive”;
         v.3 .............. Desobediência de Jonas;
         vv.4-17 .............. Consequências da desobediência de Jonas: para os 
                                        outros (4-11); para si mesmo (12-17);
         2.1-9 .............. A oração de Jonas no meio da calamidade;
         v.10 .............. O livramento de Jonas.  

Segunda chamada (3.1 — 4.11)

         3.1,2 .............. A chamada de Jonas: “vai à Nínive”;
         vv.3,4 .............. A missão obediente de Jonas;
         vv.5-10 .............. Resultados da obediência de Jonas: os ninivitas se
                                        arrependem (vv.5-9); os ninivitas poupados do juízo
                                         divino (v.10);
         4.1-3 .............. A queixa de Jonas;
         vv.4-11 .............. A repreensão e a lição de Jonas. 
 

COMENTÁRIO


introdução

                                        PALAVRA CHAVE

      MISERICÓRDIA:

Sentimento de solidariedade com relação a alguém que sofre uma tragédia; compaixão, piedade.  

A história de Jonas, que fascina crianças e adultos, é mais conhecida por narrar a experiência do profeta no ventre do grande peixe. No entanto, esse acontecimento não deve ofuscar o milagre maior: a conversão de uma cidade pagã. Os dois milagres foram mencionados pelo Senhor Jesus e continuam a impressionar ao longo da história.  

I. O LIVRO DE JONAS  

1. Contexto histórico. Salta aos olhos de qualquer leitor que Jonas é da época do império assírio, cuja capital era Nínive. O nome do rei ninivita impactado com a pregação de Jonas, segundo se diz, é Adade-Nirari III, falecido em 783 a.C. Nessa época, Jeroboão II, filho de Joás, reinava em Samaria, sobre as dez tribos do Norte. 

O IMPÉRIO ASSÍRIO
 

O Império Assírio era localizado na região leste da Alta Mesopotâmia, entre o rio Tigre e a cordilheira de Zagros.
Seus domínios se estenderam de Elam até as fronteiras do Egito.
Seu ápice foi com o rei Sargão II (722-705 a.C.).
Com seu forte exército dominou os hebreus, babilônios e egípcios, mas não resistiu à pressão de um levante em Elam, juntamente com um na Babilônia, dando a oportunidade para os egípcios recuperarem sua liberdade.
Logo em seguida, os medos, povo aliado aos caldeus e aos citas, tomaram a capital Nínive e a destruíram.

Os assírios formaram o maior império, até então criado, antes do Império Romano.
O Império Assírio desenvolveu as armas de ferro, mantinha o seu exército como o mais poderoso da época, e para manter os altos custos deste exército, os mesmos obrigavam os povos vencidos em suas batalhas, pagarem tributos.
A crueldades dos Assíros (Nivivitas) consistia em trazer as pessoas vencidas de suas batalhas para seu Império, furar seus olhos, cortar seus braços, mutilar seus adiversários vencidos, a crueldade mais famosa era a "Pirâmede Sangrenta" que era formada de cabeças cortadas, colocadas uma ao lado da outra e depois em cima. Seria mais humano matar seus adversários em suas batalhas, mas os Assirios tinham prazer em torturar seus inimigos. A fama de sua crueldade espalhou por toda região, tanto que outros povos chegava pagar tributos, para não precisar guerrear.  

.2. Vida pessoal. Jonas se apresenta apenas como filho de Amitai (1.1). Ele é mencionado em outras narrativas bíblicas e, por essa razão, sabe-se que era profeta do Reino do Norte, natural de Gate-Hefer, tendo vivido na época de Jeroboão II (2 Rs 14.23-25). Gate-Hefer localizava-se na terra de Zebulom (Js 19.13), nas proximidades de Nazaré da Galileia. Jonas, que deveria ir para Nínive clamar contra esta cidade, desobedeceu à ordem divina, procurando fugir para Társis. É o único profeta bíblico, do qual se tem notícia, que tentou resistir ao Senhor. Ele seguiu em direção oposta. Társis, segundo Herodoto, é a mesma Tartessos, na orla ocidental do Mediterrâneo, a sudoeste da Espanha, ideia aceita pela maioria dos pesquisadores bíblicos. Será que Jonas não conhecia a onipresença de Deus? (Sl 139.7-10).  

3. Estrutura e mensagem. O livro contém 48 versículos distribuídos em quatro breves capítulos. Apesar de começar com estrutura profética (1.1), a mensagem é apresentada em estilo biográfico. Não deixa, contudo, de ser uma profecia da história de Israel, ao mesmo tempo em que anunciam o ministério, a ressurreição e a obra missionária de Cristo (Mt 12.39-41; 16.4). O tema principal do livro é a infinita misericórdia de Deus e a sua soberania sobre todas as nações.  

SINOPSE DO TÓPICO (I)

O tema principal do livro de Jonas é a inefável misericórdia de Deus e a sua soberania sobre as nações.
 

II. O GRANDE PEIXE  

1. Baleia ou grande peixe? Na Bíblia Hebraica e na Septuaginta, o versículo 17 é deslocado para o capítulo seguinte (2.1). A língua hebraica não dispõe de termo técnico para “baleia”. Essa palavra é usada como resultado de uma interpretação tradicional que atravessou séculos. As Escrituras Hebraicas empregam dag gadol, “grande peixe”, uma vez (1.17;2.1), e simplesmente dag, “peixe”, três vezes (1.17; 2.1,10). A Septuaginta traduz ketei megalo por “grande monstro marinho”, e ketos por “monstro marinho”, a mesma palavra usada no Novo Testamento grego (Mt 12.40).  

2. Interpretação. Não há indício algum no texto para que ele possa ser interpretado como alegoria, ficção didática, mito, lenda etc. Rejeitamos todas essas linhas de pensamento, pois o oráculo foi entregue a Jonas no mesmo estilo dos outros profetas (1.1; Jr 33.1; Zc 1.1). Além disso, o Senhor Jesus Cristo, a maior autoridade no céu e na terra, interpretou o livro como histórico, assim como históricos foram o ministério e a ressurreição do Mestre. O Novo Testamento é a palavra final, e isso encerra qualquer questão (Mt 12.39-41; 16.4).  

SINOPSE DO TÓPICO (II) 

Em relação ao texto de Jonas que fala sobre o “grande peixe”, não há indício algum para uma interpretação alegórica, mitológica ou lendária. 
 

III. A MISERICÓRDIA DIVINA  

1. A conversão dos ninivitas (3.8,9).  O curto relato do livro de Jonas serve como prenúncio da graça salvadora para todas as nações (Tt 2.11). Os ninivitas foram salvos pela graça, pois “creram em Deus” (3.5) e “se converteram do seu mau caminho” (3.10). As obras foram consequência da sua fé no Deus de Israel.  

2. O “arrependimento” de Deus. O arrependimento humano é mudança de mente e de coração, de pior para melhor. Quando a Bíblia fala que “Deus se arrependeu” (3.10), parece confundir-nos um pouco, pois Deus é perfeito e imutável, não pode mudar, nem alterar a sua mente (Ml 3.6). A explicação para uma declaração como essa é a linguagem antropopática, um modo de falar em termos humanos, ou se trata de uma questão de ordem exegética, que é o nosso caso aqui. Quem mudou, na verdade, foi o povo, e nesse caso o perdão é parte do plano divino (Jr 18.7,8). 

3. Explicação exegética. O texto sagrado declara que “Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho” (3.10a). O verbo hebraico aqui é shuv, literalmente: “voltar-se, retornar”, frequentemente usado para indicar o arrependimento humano. A respeito do “arrependimento” de Deus, que vem na sequência (3.10b), o verbo é outro, nanam, “ter pena, arrepender-se, lamentar, consolar, ser consolado” (Gn 6.6; 1 Sm 15.11; Jr 8.18).
Essas nuanças linguísticas podem ser confirmadas por qualquer pessoa, ainda que não conheça uma única letra do alfabeto dessas línguas, com o auxílio, por exemplo, da Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego (CPAD).  

SINOPSE DO TÓPICO (III) 

A misericórdia divina alcançou os ninivitas segundo a graça do Deus Altíssimo.  

IV. A JUSTIÇA HUMANA  

1. Descontentamento de Jonas (4.1). Jonas foi bem-sucedido em sua missão. Qualquer profeta de Israel, ou mesmo algum pregador de hoje, sem dúvida alguma ficaria satisfeito com o resultado do trabalho. A Bíblia não revela a razão do descontentamento de Jonas, senão o que o ele mesmo afirma, ao dizer que sabia que Deus é “piedoso e misericordioso, longânimo e grande em benignidade e que te arrependes [niham] do mal” (4.2b). 

2. Jonas esperava vingança? O império assírio foi um dos mais cruéis da história e tinha domínio sobre todo o Oriente Médio. Será que Jonas esperava uma vingança como retaliação por terem os assírios massacrado o seu povo? O certo é que, ainda hoje, há crentes que se incomodam com o retorno à Igreja dos que se acham afastados do rebanho. Quem não se lembra do irmão mais velho do filho pródigo? (Lc 15.25-32). Às vezes, a bondade divina incomoda alguns (Mt 20.15).  

3. Compreendendo a misericórdia divina. A misericórdia divina é um dos atributos que revela a natureza de Deus (Êx 34.6; Jr 31.3). O Senhor poupou Nínive da destruição, prorrogou a sua ruína, e perdoou os seus moradores. O próprio Jonas, na qualidade de desertor, também foi alvo da infinita bondade de Deus.  

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

A justiça humana é rápida para julgar, mas a divina é longânima em perdoar.  

CONSIDERAÇÕES FINAIS  

Jonas transmite-nos uma importante lição prática. O relato em si mostra a diferença abissal entre a bondade divina e a justiça humana. Aos ninivitas Deus falou por intermédio de Jonas. Hoje, Ele fala através de Jesus, que continua a salvar, a curar e a batizar com o Espírito Santo (Jo 14.16; At 4.12). Ele mesmo disse: E eis que está aqui quem é maior do que Jonas” (Mt 12.41 - ARA). O Mestre operou sinais, prodígios e maravilhas como nenhum outro antes ou depois dele, e deu oportunidade de salvação a todos (At 10.38). Mesmo assim, foi rejeitado pela sua geração (Jo 1.11). Por isso, lançou em rosto a incredulidade dos seus contemporâneos e elogiou a fé dos ninivitas por haverem ouvido a pregação do profeta e arrependido de seus pecados.  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA  


ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.
SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.

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