terça-feira, 13 de novembro de 2012


Lição 07

O PROFETA MIQUEIAS E A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA

18 de novembro de 2012  

TEXTO ÁUREO

 

[...] Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor é do que o gordura de carneiros(1 Sm 15.22) 

VERDADE PRÁTICA  


A mensagem de Miqueias leva-nos a pensar seriamente
acerca do tipo de cristianismo que estamos vivendo.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO 


[...] Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor é do que o gordura de carneiros(1 Sm 15.22).  

Nosso texto áureo deste domingo está inserido na passagem bíblica de 1 Samuel 15. 1-31, neste episódio o SENHOR Deus manda o rei Saul a destruir os amalequitas. O rei Saul não cumpre a ordem divina e o SENHOR manda  o profeta Samuel repreendê-lo.

O rei Saul argumenta no v. 21 a suposta boa intenção do povo em separar o melhor para sacrificar ao SENHOR. O profeta Samuel usado por Deus o repreende severamente com as palavras do nosso texto áureo (1 Sm 15.22).

O profeta Samuel faz um pergunta ao rei Saul: “Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR?”.

Seguidamente o próprio profeta Samuel responde a pergunta por ele formulada: “obedecer é melhor do que sacrificar”.

Obedecer de coração à palavra de Deus é melhor do que qualquer forma exterior de adoração, serviço a Deus, ou abnegação pessoal.

O pecado do rei Saul foi seguir o seu próprio conceito do certo, acima da revelação bíblica. Esse pecado será, também, a base da apostasia final predita para o período que de pronto precede a volta de Jesus à terra (Mt 24.11-24; 2 Ts 2.9-12; 2 Tm 4.3-4; 2 Pe 2).

O culto, a oração, o louvor, os dons espirituais e o serviço a Deus não têm valor aos seus olhos, se não forem acompanhados pela obediência explícita a Ele e aos seus padrões de retidão (cf. Is 58.2; Ap 2.1; 1 Co 13).  

RESUMO DA LIÇÃO 07  


O PROFETA MIQUEIAS E A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA  

I. O LIVRO DE MIQUEIAS

1. Contexto histórico.

2. Estrutura e mensagem.  

II. A OBEDIÊNCIA A DEUS

1. O conceito bíblico de obediência.

2. A desobediência das nações.

3. A ira de Deus sobre o pecado (1.3-5).  

III. O RITUAL RELIGIOSO

1. O rito levítico.

2. O diálogo de Deus com o povo (6.6).

3. Sacrifício humano (6.7).  

IV. O GRANDE MANDAMENTO

1. A vontade de Deus.

2. O sumário de toda lei (6.8b). 
 

INTERAÇÃO  


Qual o significado da palavra “rito”. Rito é “o conjunto de cerimônias e prática litúrgicas que cumpre a função de simbolizar o fenômeno da fé”. No tempo do profeta Miqueias o povo realizava muito bem todo o ritual levítico.
Porém, o Senhor não se agradava de suas reuniões solenes e sacrifícios, pois os rituais se tornaram algo mecânico, sem vida, uma simples obrigação religiosa. Cumpriam a liturgia, mas não amavam verdadeiramente a Deus nem ao próximo. Que nunca venhamos a nos esquecer que Deus não está preocupado com nossas cerimônias religiosas, mas o que Ele espera é que seu povo o “adore em espírito e em verdade”, que o ame acima de todas as coisas e ao próximo, pois toda a lei se resume nessa verdade (Mc 12.29-31).  

OBJETIVOS 


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Explicar a estrutura da mensagem de Miqueias.
·   Definir a obediência bíblica.
·   Conscientizar-se de que o ritual religioso não proporciona relacionamento íntimo com Deus e nem salvação.  

ESBOÇO DO LIVRO DE MIQUEIAS  


Capítulos 1 — 3

Uma série de juízo contra Israel e Judá:

     Introdução (1.1).

     Destruição de Samaria (1.2-7).

     Destruição de Judá (1.8-16).

     Pecados específicos do povo (2.1-11): cobiça e orgulho (2.1-5); falsos

profetas (2.6-11).

     Vislumbre de um livramento (2.12,13).

     Pecados dos líderes da nação (3.1-12).  

Capítulos 4 — 5

Mensagem de esperança:

     Promessa do reino vindouro (4.1-5).

     A derrota dos inimigos de Israel (4.6-13).

     O Rei virá de Belém (5.1-8).

     O novo reino (5.9-15).  

Capítulos 6 — 7

Juízo de Deus contra Israel e sua misericórdia final:

     Deus contra o seu povo (6.1-8).

     Culpa de Israel e o castigo divino (6.9-16).

     O lamento do profeta (7.1-6).

     A esperança do profeta (7.7).

     Israel será restabelecido (7.8-13).

     Bênçãos finais de Deus para seu povo (7.14-20).  

COMENTÁRIO 

introdução 

PALAVRA CHAVE

OBEDIÊNCIA:

O ato ou efeito de obedecer.  

O problema do povo a quem Miqueias dirigiu a sua mensagem não era falta de liturgia, mas de uma correta motivação para se adorar ao Senhor. Embora cometesse toda a sorte de injustiças sociais, a geração contemporânea do profeta Miqueias oferecia sacrifícios a Deus, praticando todos os rituais levíticos, mas não sabia o verdadeiro significado do amor a Deus e ao próximo.  

I. O LIVRO DE MIQUEIAS  

1. Contexto histórico. Miqueias era de Moresete-Gate (1.1,14; Jr 26.18), cidade esta­va 30 ou 40 quilômetros a sudeste de Jerusa­lém. Eusébio e Jerônimo citam a tradição que colocou esse local não muito longe do leste de Eleuterópolis, que tem sido identificada com Beit Jibrin, situada em um vale que leva da planície costeira ao interior da Judéia, perto de Jerusalém. Dessa forma, o profeta viveu onde era capaz de observar a longa estrada por onde, durante séculos, haviam passado os exércitos invasores, assim como os pionei­ros e as caravanas comerciais.  

Moresete-Gate atual Beit Jibrin, cidade de Miqueias
 

Era um homem do campo e provinha com certeza de família humilde. O nome Miqueias vem de uma palavra hebraica que significa: “Quem é como YHWH?” Miqueias, assim como os demais profetas de Judá, não cita reis do Reino do Norte na introdução de seus oráculos. Seu ministério, porém, aconteceu no período dos reinados “de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá” (1.1). Essas datas estão entre 750 e 686 a.C, mas a soma desses anos deve ser reduzida significativamente por causa das corregências. O profeta Jeremias afirma que a mensagem de Miqueias foi entregue no reinado de Ezequias (26.18). Considerando os últimos anos de Acaz e os primeiros de Ezequias, Miqueias deve ter profetizado entre 735 a.C. e 710 a.C.  

2. Estrutura e mensagem. Trata-se de uma coleção de breves oráculos agrupados em sete capítulos divididos em três partes principais (1,2; 3-5; 6,7). Cada uma das partes marca o imperativo: “Ouvi” (1.2; 3.1; 6.1), que é fraseologia similar a de Isaías (4.1-5; Is 2.2-4). O assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados de Samaria e de Jerusalém.
Miqueias dirigiu seu discurso contra a idolatria, censurou com veemência a opressão aos pobres e denunciou o colapso da justiça nacional (1.5; 2.1,2; 3.9-11). Além disso, anunciou, de antemão, o local do nascimento do Messias, em Belém (5.2 cp. Mt 2.1,4-6). O profeta chegou a ser citado pelo Senhor Jesus (7.6 cp. Mt 10.35,36).  

SINOPSE DO TÓPICO (I)

O livro de Miqueias tem como assunto principal a ira divina sobre os pecados de Samaria e Judá.  

II. A OBEDIÊNCIA A DEUS  

1. O conceito bíblico de obediência. O verbo hebraico shemá: “ouvir, escutar, prestar atenção, obedecer”, não significa apenas receber uma comunicação ou informação. O seu real sentido é mais forte e imperioso: obedecer é acatar ordens de autoridade religiosa, civil ou familiar. O referido verbo é empregado no Antigo Testamento para “obedecer” em 1 Samuel 15.22 e Jeremias 42.6. É usado, também, em seis das nove vezes em que shemá aparece em Miqueias (1.2; 3.1,9; 6.1,2,9). A mesma ideia é vista nos ensinos de Jesus (Mt 11.15; 13.43). Por conseguinte, a obediência deve ser precedida pela compreensão e pelo amoroso acatamento da mensagem divina (Mt 7.24,26).
Nesse sentido, ela pode ser definida como a prova suprema da fé e do nosso amor a Deus.  

2. A desobediência das nações. O Senhor não é uma divindade tribal, que habita em quatro paredes. Ele é o Deus de toda a terra e o Soberano de todo o Universo. Justamente por isso, Ele apresenta-se como juiz e testemunha não apenas contra seu povo, Israel e Judá (1.2,5), mas também contra todas as nações da terra (1.2).  

3. A Ira de Deus sobre o pecado. O profeta descreve de forma pitoresca a reação divina contra o seu povo. Numa linguagem antropomórfica, o Senhor desce de seu santo templo, o céu, para julgar Samaria, capital de Israel e, da mesma forma, Jerusalém, capital de Judá, cujo pecado influencia todo o país. O quadro da sua majestosa e terrível presença lembra a ação dos terremotos e dos vulcões (Jz 5.4; Sl 18.7-10; Is 64.1-3; Hc 3.6,7).  

SINOPSE DO TÓPICO (II)

A obediência deve ser precedida de compreensão e amoroso acatamento da mensagem divina. 
 

III. O RITUAL RELIGIOSO  

1. O rito levítico. Basicamente, o rito é um conjunto de cerimônias e práticas litúrgicas que cumpre a função de simbolizar o fenômeno da fé. O termo vem do latim ritus, que significa “cerimônia religiosa, uso, costume, hábito, forma, processo, modo”. O Antigo Testamento usa a palavra para os sacrifícios (Lv 9.16; Ed 6.9) e para as festividades religiosas (Ne 8.18), tais como a Páscoa (Nm 9.14; 2 Cr 35.13) e a Festa dos Tabernáculos (Ed 3.4). A própria circuncisão é também um ritual (At 15.1). Contudo, em se tratando do Cristianismo, a liturgia é simples, contendo apenas dois rituais: o batismo e a ceia do Senhor (Mt 3.15; 26.26-30). Esses cerimonialismos, contudo, não substituem o relacionamento sincero com Deus, nem proporcionam salvação (1 Sm 15.22; Sl 40.6-8; 51.16,17; 1 Co 1.14-17; 11.28,29). 
2. O diálogo de Deus com o povo (6.6) O Senhor, através do profeta, convida o seu povo para uma controvérsia.
O que Deus fez de mal para Israel rejeitá-lo? (6.1-3). Em seguida, o Eterno traz à memória da nação os seus benefícios desde o princípio, quando remiu a Israel do Egito e protegeu seu povo no deserto contra os inimigos (6.4,5). Em uma pergunta retórica, o próprio Deus antecipa a resposta da nação. A lei estabelecia sacrifícios de animais como provisão pelo pecado (Lv 9.3) e o azeite para certas ofertas de libação (Lv 1.3,4; 2.1,15; 7.12). O problema de Judá não era a falta de rituais e sacrifícios, mas de uma verdadeira conversão a Deus. 
 
3. Sacrifício humano (6.7). Oferecer o primogênito pela transgressão e o fruto do ventre pelo pecado era sinal de completo desatino do povo. A lei de Moisés condena tal prática sob pena de morte (Lv 18.21; 20.2-5) e em todo o Israel era repulsa nacional (2 Rs 3.27). Esse tipo de sacrifício só foi praticado por aqueles que, em todo Israel e Judá, apostataram-se da fé (2 Rs 16.3; 21.6; Jr 19.5; 32.35). Todos estavam dispostos a oferecer até mesmo o que Deus nunca exigiu deles, menos o essencial: sincero arrependimento e mudança de vida.  

SINOPSE DO TÓPICO (III)

O ritual religioso não substitui o relacionamento intenso com Deus e, muito menos, proporciona salvação.  

IV. O GRANDE MANDAMENTO 

1. A vontade de Deus. O estilo de vida que agrada a Deus foi comunicado ao povo desde Moisés. Portanto, toda a nação tinha o dever de conhecê-lo (Dt 10.12,13). Daí o porquê da indagação do profeta (6.8). Mas ninguém estava interessado nisso. O povo preferia tirar proveito da prática das injustiças sociais, esperando que o mero ritual do sacrifício fosse suficiente para autojusticar-se diante de Deus. Estavam enganados, pois Deus não se deleita em sacrifícios nem em rituais exteriores (Sl 51.17,18). 
 
2. O sumário de toda a lei (6.8b). Os três preceitos — praticar a justiça, amar a beneficência e andar humildemente com Deus — são considerados pela tradição judaica, desde o século 1 a.C, o resumo dos 613 preceitos depreendidos da lei de Moisés. Essa é vista por muitos como a maior declaração do Antigo Testamento. Os dois primeiros preceitos falam do compromisso horizontal com o nosso próximo; e o terceiro, de compromisso vertical com Deus. Isso vale para todos os seres humanos e é paralelo ao ensino de Jesus: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mt 22.37-40).  

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

O grande mandamento é este: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS  

A lição para todos nós é esta: O que importa para Deus não é o que fazemos na Igreja, mas a nossa vivência com a família, o que fazemos no trabalho e como relacionamo-nos com a sociedade. Sem o verdadeiro arrependimento e um profundo compromisso com Deus, todas as práticas religiosas não passam de rituais vazios e completamente desprovidos de valor espiritual. 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA  


ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010. 
 


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I  


Subsídio Teológico  

“Os profetas Isaías, Miqueias, Amós e Oseias foram contemporâneos, o ministério de cada um deles começou entre 760 e 735 a.C. Eles viveram no período do esplendor profético dos hebreus. Isaías era profeta da corte e conselheiro da casa real, ao passo que Miqueias era profeta do campo. Ambos eram do Reino do Sul, capital Jerusalém. Oseias e Amós exerceram seu ministério no reino do Norte, em Samaria.

O título de cada livro profético nem sempre quer dizer ser ele o seu redator ou mesmo o orador que pronunciou tais oráculos. A profecia escatológica sobre Sião, em Isaías 2.3, reaparece em Miqueias. Ambos foram contemporâneos e profetizaram em Judá, sendo que Isaías era profeta da corte, na capital, e seu companheiro do campo, mas é difícil saber a fonte literária original” (SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, p.116).  

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II 


Subsídio Teológico 

“[...] Miqueias previu uma segunda vinda de Davi (cf. Jr 30.9; Ez 34.23,24; 37.24,25). Ao que parece, este é o significado da famosa profecia registrada em Miqueias 5.2: ‘E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade’. A associação do futuro rei com Belém e a referência às suas origens estarem nos tempos antigos dão a entender que a reaparição do próprio Davi está em vista. Claro que esta é uma predição messiânica. Outros profetas (por exemplo, Isaías em Is 9.6,7; 11.1,10) e a revelação bíblica subsequente deixam claro que estas referências a Davi se cumpriram no Messias que, como o Filho de Davi, reinará no espírito e poder do seu ilustre antepassado.

Em Miqueias 5.2, a atenção é dada à insignificância relativa de Belém entre os clãs de Judá. Ironicamente, o rei escolhido do Senhor surgiria desta pequena cidade. Este padrão de Deus elevar o pequeno e insignificante ocorre em outros textos do Antigo Testamento (Gn 25.23; 48.14; Jz 6.15; 1 Sm 9.21).

Este rei, que surge de tais origens humildes, protegerá o povo como um pastor (o mesmo foi dito acerca de Davi; 2 Sm 5.2; Sl 78.71,72). Reinando pelo poder do Senhor, a sua fama alcançará proporções universais (Mq 5.4). Ele e o vice-regente evitarão que o mais poderoso dos inimigos de Israel (simbolizado aqui pela Assíria, o inimigo tradicional de Israel) invada a terra (Mq 5.5,6).

Junto com a restauração do rei davídico, Miqueias também profetizou uma reversão na sorte de Jerusalém. Miqueias advertiu que esta cidade, escolhida por Davi como capital e local do templo do Senhor, seria sujeita ao sítio (Mq 5.1) e reduzida a entulhos (Mq 3.12). Ele personificou a cidade em sua humilhação como uma mulher em trabalho de parto, estorcendo-se em agonia para dar à luz (Mq 4.9,10). Da perspectiva do exílio, Jerusalém personificada reconhece a justiça do castigo de Deus e prevê o dia da justificação e restauração (Mq 7.8-12). Utilizando a imagem de Miqueias 4.9,10, o profeta comparou a volta do povo exilado em Sião a dar à luz (Mq 5.3). No futuro, o Senhor livraria Jerusalém dos que a atacavam (Mq 4.11-13)” (ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009, p.444).  

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO  


Miqueias: A importância da obediência  

Miqueias profetizou nos mesmos dias em que profetizaram Amós e Isaías. Isso nos deve fazer refletir que diversos profetas ministraram ao mesmo tempo em determinadas épocas. Portanto, em um mesmo período, Deus se utilizou de servos que ministraram ao mesmo tempo, para as duas nações, de forma que o testemunho de Deus sempre estivesse presente entre os hebreus.

Miqueias apresenta sua profecia a Judá e Israel, mostrando que Deus é o responsável por julgar a falta de temor do povo para com seu Deus. Ele denuncia os falsos profetas, os líderes desonestos e os sacerdotes ímpios que enganavam o povo e o conduziam ao pecado, ao invés de direcioná-los a uma vida mais próxima de Deus. Por mais que se pratique de forma correta os rituais que a Lei ordena, esses rituais não podem ser suficientes se o coração do povo mantinha seus pecados. Deus estava irado com Samaria e Jerusalém, pois o povo não o adorava de coração. Isso não significa que Deus abomina rituais. Ele mesmo prescreveu em Levítico a liturgia e as festas religiosas. O que deixou Deus irado foi o povo imaginar que seguindo corretamente os rituais, estariam isentos de uma vida de fé e das obrigações sociais da Lei quanto ao auxílio dos pobres. “Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros? De dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu ventre, pelo pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?” (Mq 6.7,8). O profeta deixa claro o desejo de Deus para os israelitas, numa referência que serve também para a Igreja do Senhor: a prática da justiça, o amor à bondade e o andar de forma não soberba diante de nossos pares e do próprio Deus.

Miqueias nos mostra também a grandiosidade de um Deus que possui em suas mãos a capacidade de julgar seu povo, mas que também tem a grandiosa capacidade de perdoar: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e que te esqueces da rebelião do restante da tua herança? O SENHOR não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade” (Mq 7.18). Miqueias também anuncia que Belém há de ser o lugar em que o Messias haveria de nascer: “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os cias da eternidade” (Mq 5.2).

 

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