quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Perfil

Pr. Antonio Gilberto

Ministro do Evangelho, Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD. Formado em Psicologia, Teologia, Pedagogia e Letras, autor de vários livros; editor da Bíblia de Estudo Pentecostal em português, sucesso em todo o Brasil; fundador e primeiro

Coordenador do CAPED, de 1974 a 1989, e com um ministério que vai além das fronteiras nacionais, ele é indiscutivelmente uma das maiores personalidades da literatura evangélica nacional. Recentemente, atendendo a um convite da Convenção Geral da AD nos Estados Unidos, foi empossado membro da Junta Diretora e hoje é consultor da Global University em Springfield, Missouri EUA.

  • Crescer no conhecimento sem esquecer o poder do Alto.

  • Antes crescei na graça e conhecimento de Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A Ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém”, 2 Pe 3.18. O apóstolo Pedro teve suas dificuldades no início da sua fé em Cristo, e também ao longo dela, como registra o Novo Testamento. Jesus, antes do calvário, chegou a adverti-lo de que Satanás estava a tramar contra os Doze, inclusive ele, Pedro, para arruinar a sua fé. “Disse-lhe também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos”, Lc 22.31,32. O texto bíblico que abre este artigo mostra-nos que na vida espiritual, do crente mais simples ao líder cristão mais destacado, o elemento basilar é a fé em Cristo, priorizada, mantida, fortalecida, purificada, renovada e, ao mesmo tempo, seguida do conhecimento de Deus.

    “Crescei na graça e conhecimento”, diz o texto sagrado. Essa ordem jamais deve ser invertida. Cuidar da nossa fé é cuidar do nosso crescente relacionamento e comunhão com Deus. Estamos falando da fé como elemento da natureza divina, como atributo de Deus (Atos 16: “...a fé que é por Ele...”; Gálatas 5.5: “...pelo Espírito da fé...”).

    A fé em Deus, basilar e primacial como é na vida do cristão, deve ser seguida do conhecimento espiritual. “Criado com as palavras da fé e da boa doutrina”, 1 Tm 4.6. Veja também 2 Pedro 1.5, onde o conhecimento deve seguir-se à fé. Fé sem conhecimento, segundo as Escrituras, leva ao descontrole, ao exagero, ao misticismo, ao sectarismo e ao fanatismo final e fatal. Sobre isso adverte-nos o versículo 17, anterior ao que abre o presente artigo, que os leitores farão bem em lê-lo. É oportuno observarmos que o dito versículo remete-nos claramente ao versículo 18, que estamos destacando. “Antes” é um termo conclusivo; refere-se a uma conclusão à qual se chega.

    “Antes crescei” – A vida cristã normal deve ser um crescer constante para a maturidade espiritual, como mostra 2 Coríntios 3.18: “Somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” Esse crescimento transformador deve ser homogêneo, uniforme, simétrico; caso contrário virão as anormalidades com suas consequências. Lembremo-nos do testemunho do apóstolo Paulo sobre si mesmo em 1 Coríntios 13.11, e o comparemos com o depoimento bíblico de Atos 9.19-30 e 11.25-30. Um crente sempre imaturo na graça e conhecimento de Deus é também um problema contínuo para ele mesmo, para outros à sua volta e para a sua congregação como um todo. E pior ainda é quando o cristão desavisado cuida apenas de seu conhecimento secular, terreno, humano, social, e também quando cuido do conhecimento bíblico e teológico sem antes e ao mesmo tempo renovar-se no poder do Alto, o poder do Espírito Santo, que nos vem pela imensurável graça de Deus em suas riquezas (Ef 2.7). Tudo mediante Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

    Crescimento do crente na graça de Deus – A graça de Deus é seu grandioso favor imerecido por todos nós pecadores. Essa maravilhosa graça divina é multiforme e abundante (1Pe 4.10; Ef 2.7). Nosso Deus é “o Deus de toda a graça” (1Pe 5.10). Menosprezar essa inefável graça divina é insultar o Espírito Santo, “o Espírito da graça” (Hb. 10.29). Só haverá crescimento na graça de Deus por parte do crente se este invocá-la, apoderar-se dela pela fé e cultivá-la em sua vida. “Minha graça te basta”, disse o Senhor a Paulo quando este orava por livramento (2 Co 12.8-10).

    Crescimento do crente no conhecimento – Esse conhecimento do crente na esfera da salvação, de que nos fala a Escritura, nos vem pelo Espírito Santo (Ef. 1.17, 18; Cl 1.9; 1Co 12.8). Cristo é a fonte e manancial da graça de Deus (Jo. 1.16, 17) e também o alvo do nosso conhecimento (Fp. 1.8,10). O conhecimento de Deus nos vem também pela comunhão com Ele, é óbvio, sendo um meio de usufruirmos mais de Sua graça (2Pe 1.2). Quem está crescendo na graça e no conhecimento de Deus ainda tem muito a crescer. Afirma o texto de João 1.17 “...e graça por graça...”. Se alguém estacionar no desenvolvimento de seu andar com Deus, virá o colapso. É como alguém sabiamente disse: “A verdadeira vida cristã é como andar de bicicleta; se você parar de avançar, você cai!”.

    O Senhor Jesus ensinou, dizendo: “Se permanecerdes na minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, Jo. 8.31,32. Não é, portanto, o conhecimento em si que liberta; ele é um meio provido por Deus para chegarmos à verdade. Há muitos na igreja com vasto conhecimento secular, teológico e bíblico, contudo repletos de dúvidas, interrogações, suposições e enganos quanto a Deus, quanto à salvação, quanto às Sagradas Escrituras etc.

    Como pode o crente crescer na graça e no conhecimento de Deus – Primeiro, orando sem cessar (1Ts 5.17; 2Co 12.8, 9; Jr 33.3). A oração é um precioso e eficaz meio de comunhão com Deus. Segundo, lendo e estudando a Bíblia continuamente (At 17.11; 1Pe 2.2; Sl 1.2, 3), e obedecendo a Deus, a partir da Sua Palavra (Sl 119.9. 11; Jo 14.21, 23). E também vivendo de modo agradável a Deus (e não somente em obediência a Deus) (Cl 1.10; 1Jo 3.22); testemunhando de Cristo e de Sua salvação (At 1.8; 5.42); permanecendo na doutrina do Senhor (At 2.42; Rm 6.17; 3Jo vv.3,4); frequentando a Casa de Deus (Hb 10.25; Lc 2.37; Sl 27.4); sendo ativo no serviço do Senhor (Mt 21.28); vivendo continuamente em santidade (Lc 1.75; 2Co 7.1); mantendo-se renovado espiritualmente (2Co 4.17; Ef 5.18) e experimentando a progressiva transformação espiritual pelo Espírito Santo, tendo Ele em nós plena liberdade para isso (2Co 3.18).

    Sinais de “meninice” (não-crescimento) espiritual – Os cristãos da igreja de corinto tiveram este problema (1 Co 3.1, 2). Ver também Hebreus 5.12- 14. Crianças, no sentido físico, são fáceis de detectar; no sentido espiritual, também – havendo exceções, é evidente. A criança fala muito, mas não diz nada ou quase nada. A criança, por natureza, é egoísta. Tudo sou “eu” e o todo é “meu”. A criança brinca muito e também “briga” muito. A criança normal dorme muito – e dorme em qualquer lugar! A criança gosta muito de ruído, de barulho, e geralmente no momento e no lugar impróprios para os adultos. Quanto mais barulho, mais a criança gosta! A criança gosta muito de doces (Ler Provérbios 25.16,27 e Levítico 2.11). Doces engordam, mas engordar não é crescer, e nem sempre é sinal de saúde.

    A criança é muito sentimentalista. Ela vive pelo que sente. Por coisa mínima, a criança chora, amua-se e some da cena. A criança é muito crédula. Ela não discute nem questiona as coisas da vida em geral. Ela crê em tudo, sem argumentar. Ela aceita praticamente tudo sem averiguar, sem filtrar, sem discutir.

    A criança não gosta de disciplina. Ela não gosta de obedecer. Também a criança é fantasiosa. Ela exagera as coisas. Ela cria o seu próprio mundo de fantasia para si e vive esse seu mundo. A criança pequena não tem equilíbrio. Não tem firmeza. Com facilidade, ela tropeça, escorrega, cai e levanta-se. A criança é imitadora. Ela, se puder, imita tudo, inclusive o ato de trabalhar dos adultos, mas tudo imitação, e às vezes machuca-se por isso. A criança, em geral, é fraca; ela não tem a resistência dos adultos. Finalmente, a criança não entende coisas difíceis, coisas de gente grande.

    Essas verdades e realidades devem ser aplicadas à nossa vida cristã para vermos se estamos crescendo para a maturidade ou se ainda permanecemos quais criancinhas incipientes e crédulas. O procedimento correto para o crente evitar um colapso na sua vida espiritual é “crescer na graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.

    Artigo publicado no jornal Mensageiro da Paz - Número 1513 - Junho de 2011, CPAD

Para a CPAD, valorizar a Educação Cristã é estimular o crescimento espiritual da Família de Deus e incentivar uma busca cada vez maior das Escrituras como fonte de conhecimento e adoração. Desfrute conosco da maior escola do mundo, a Escola Dominical.

O que é um currículo?

    Um currículo é um conjunto de assuntos que constitui um curso de estudos, planejado e adaptado às idades e necessidades dos alunos. Enfim, é um meio educacional para atingir os objetivos de ensino.
    1. Como se forma um currículo
    Todo currículo escolar é formado a partir de uma filosofia. Que tipo de aluno se quer formar? Para que finalidade? Com quais objetivos? Definida a filosofia, é a vez da seleção dos conteúdos necessários à formação desse aluno.

    2. Qual a necessidade de se ter um currículo
    Os conteúdos e as práticas educativas são organizados a partir do currículo. Sem o apoio previamente organizado, tendemos a perda de tempo, de propósito e ineficácia. Ficamos à mercê das entediantes rotina e improvisação.


    O que é um currículo de Escola Dominical
    É um conjunto de dados relativos à aprendizagem bíblico-cristã, organizado para orientar as atividades da Escola Dominical, as formas de executá-las e suas finalidades. A concepção de currículo, neste particular, inclui desde os aspectos básicos que envolvem os fundamentos doutrinários e teológicos da Educação Cristã até os marcos teóricos e referenciais técnicos que concretizam na sala de aula.

    1. Suas principais características

    a) Filosofia própria. Ninguém ensina em ambiente neutro. Por isso, todo currículo tem uma filosofia; uma ideologia. Há sempre uma abordagem específica para o ensino, que reflete um conjunto de suposições e pressuposições sobre a natureza e o propósito da educação. A Educação Cristã, por exemplo, firma-se em uma concepção bíblica da realidade, da verdade, e da moralidade, como base para seu conteúdo curricular e prática educativa. Na verdade, a Educação Cristã não se baseia propriamente em uma filosofia, mas em uma teologia centrada na Bíblia.

    b) Abrangência. Reúne diversas matérias, atividades, vivências, recursos, formas de avaliação etc. Uma única matéria não pode ser chamada de currículo. Um determinado livro-texto ou revista de Escola Dominical não constituem um currículo. Há um sentido de progressividade e completude em relação às faixas etárias.

    c) Unidade. As matérias reunidas deverão ser pedagogicamente orientadas. Todo currículo deve ter o sentido interdisciplinar. As matérias devem estar interligadas. Deverão visar à formação integral do aluno. Que tipo de aluno queremos formar?

    d) Encadeamento lógico. Há uma seqüência lógica, ou seja, os temas são encadeados, e não entrecortados.

    e) Flexibilidade. Há a possibilidade de o professor reescrever o conteúdo curricular, adaptando-o à realidade, necessidades e expectativas de seu público-alvo. Nenhum currículo é perfeito. Mas isso não significa que seja preciso mudar os fundamentos filosóficos e pedagógicos do currículo, ou mesmo substituí-lo. O professor poderá readaptá-lo e torná-lo plenamente aplicável à sua classe.

    2. Como funciona um currículo de ED
    Para cada fase de estudos há uma quantidade de informação (conteúdo didático) adequada à capacidade de assimilação e aproveitamento por parte do aluno. O conteúdo é dosado criteriosamente, de modo que ao atingir a idade adulta, o aluno conclua o curso bíblico elementar. O sistema funciona como em uma escola secular. A partir dos primeiros meses de vida (Berçário), a criança dá início às fases do programa. Ela não repetirá nenhuma lição, desde que sua transferência para a classe da faixa etária seguinte seja feita corretamente, até chegar à faixa etária de jovens e adultos. Por exemplo: após passar pela classe do Berçário, e concluir o currículo de Maternal (3 e 4 anos), com oito revistas cada, o aluno recebe um certificado de conclusão, sendo transferido para a faixa etária seguinte, Jardim de Infância (4 e 5 anos), com 8 revistas. Daí em diante repete-se o processo, passando de uma faixa para a outra, até chegar à classe de adultos.

    a) Por quanto tempo pode vigorar um currículo?
    Depende de seu planejamento. Um currículo bem elaborado requer o cumprimento de vários objetivos educacionais em relação a currículos de um curso bíblico, como é o caso do da Escola Dominical, deverá abranger várias áreas do conhecimento bíblico-teológico, sempre levando em conta a capacidade de assimilação dos conteúdos de acordo com a idade dos alunos. O currículo pode retornar para mais um ciclo de estudos de 2 ou 3 anos (2 anos para Berçário, Maternal, Jardim, Primários, Juniores, Pré-adolescentes e Adolescentes, e 3 para Juvenis). Isto acontece com currículos de todas as faixas etárias de qualquer editora que publique currículos de Escola Dominical. Quando um currículo retorna, não significa que está sendo simplesmente repetido, e sim que seu ciclo de estudos foi concluído. Como acontece nas escolas seculares, é o aluno que passa pelo currículo. Ou seja, em qualquer trimestre que ingresse na Escola Dominical, o aluno estudará a revista que está em curso na seqüência do currículo de sua faixa etária. Ao completar idade para ingressar na classe da faixa etária seguinte, ele recebe o Certificado de Conclusão do Curso Bíblico correspondente à faixa etária que acabou de sair. Assim, o aluno passa por todas as revistas apropriadas para cada faixa etária, à medida que for alcançando a idade correspondente.

    b) Isso acontece na escola secular? Na escola secular acontece o mesmo. O aluno que hoje está na 3ª série do Ensino Fundamental, estuda as mesmas matérias que seus pais estudaram há muitos anos. Isto porque a reformulação dos currículos só acontece por extrema necessidade, e após vários anos em vigor. Se os alunos forem transferidos na ocasião correta, nenhum deles, jamais, repetirá uma só lição. Quando o professor terminar de usar, por exemplo, a revista n.º 8 de Adolescentes (13 e 14 anos), voltará a usar a revista n.º 1, reiniciando o ciclo do curso bíblico. Esta forma de uso das revistas exige que o professor especialize-se em determinada faixa etária, para que, desta forma, tenha maior oportunidade de colecionar um bom material específico e também se torne um especialista da faixa etária em que leciona na Escola Dominical.

    c) Como fazer a transferência de alunos para a classe seguinte? Pode haver ingresso de novos alunos na classe em qualquer época do ano, independente da seqüência numérica da revista que tiver sendo usada. A transferência de classe deverá ser feita no trimestre seguinte ao que o aluno fez aniversário. Por exemplo, se um aluno da classe dos adolescentes (13 e 14 anos) completou a idade para ingressar na classe dos juvenis (15 a 17 anos) em um dos três meses do primeiro trimestre do ano (janeiro, fevereiro e março), só deve ingressar na classe seguinte (juvenis) em abril, primeiro mês do segundo trimestre
A minúscula semente de mostarda que se transformou numa grande árvore
A história da Escola Dominical
Por Ruth Doris Lemos:


 
Robert Raikes
Sentado a sua mesa de trabalho num domingo em outubro de 1780 o dedicado jornalista Robert Raikes procurava concentrar-se sobre o editorial que escrevia para o jornal de Gloucester, de propriedade de seu pai. Foi difícil para ele fixar a sua atenção sobre o que estava escrevendo pois os gritos e palavrões das crianças que brincavam na rua, debaixo da sua janela, interrompiam constantemente os seus pensamentos. Quando as brigas tornaram-se acaloradas e as ameaças agressivas, Raikes julgou ser necessário ir à janela e protestar do comportamento das crianças. Todos se acalmaram por poucos minutos, mas logo voltaram às suas brigas e gritos.

Robert Raikes contemplou o quadro em sua frente; enquanto escrevia mais um editorial pedindo reforma no sistema carcerário. Ele conclamava as autoridades sobre a necessidade de recuperar os encarcerados, reabilitando-os através de estudo, cursos, aulas e algo útil enquanto cumpriam suas penas, para que ao saírem da prisão pudessem achar empregos honestos e tornarem-se cidadãos de valor na comunidade. Levantando seus olhos por um momento, começou a pensar sobre o destino das crianças de rua; pequeninos sendo criados sem qualquer estudo que pudesse lhes dar um futuro diferente daquele dos seus pais. Se continuassem dessa maneira, muitos certamente entrariam no caminho do vício, da violência e do crime.

A cidade de Gloucester, no Centro-Oeste da Inglaterra, era um pólo industrial com grandes fábricas de têxteis. Raikes sabia que as crianças trabalhavam nas fábricas ao lado dos seus pais, de sol a sol, seis dias por semana. Enquanto os pais descansavam no domingo, do trabalho árduo da semana, as crianças ficavam abandonadas nas ruas buscando seus próprios interesses. Tomavam conta das ruas e praças, brincando, brigando, perturbando o silêncio do sagrado domingo com seu barulho. Naquele tempo não havia escolas públicas na Inglaterra, apenas escolas particulares, privilégio das classes mais abastadas que podiam pagar os custos altos. Assim, as crianças pobres ficaram sem estudar; trabalhando todos os dias nas fábricas, menos aos domingos.

Raikes sentiu-se atribulado no seu espírito ao ver tantas crianças desafortunadas crescendo desta maneira; sem dúvida, ao atingir a maioridade, muitas delas cairiam no mundo do crime. O que ele poderia fazer?

Por um futuro melhor

Sentado a sua mesa, e meditando sobre esta situação, um plano nasceu na sua mente. Ele resolveu fazer algo para as crianças pobres, que pudesse mudar seu viver, e garantir-lhes um futuro melhor! Pondo ao lado seu editorial sobre reformas nas prisões, ele começou a escrever sobre as crianças pobres que trabalhavam nas fábricas, sem oportunidade para estudar e se preparar para uma vida melhor. Quanto mais ele escrevia, mais sentia-se empolgado com seu plano de ajudar as crianças. Ele resolveu neste primeiro editorial somente chamar atenção à condição deplorável dos pequeninos, e no próximo ele apresentaria uma solução que estava tomando forma na sua mente.

Quando leram seu editorial, houve alguns que sentiram pena das crianças, outros que acharam que o jornal deveria se preocupar com assuntos mais importantes do que crianças, sobretudo, filhos dos operários pobres! Mas Robert Raikes tinha um sonho e este estava enchendo seu coração e seus pensamentos cada vez mais! No editorial seguinte, expôs seu plano de começar aulas de alfabetização, linguagem, gramática, matemática, e religião para as crianças, durante algumas horas de domingo. Fez um apelo, através do jornal, para mulheres com preparo intelectual e dispostas a ajudar-lhes neste projeto, dando aulas nos seus lares. Dias depois um sacerdote anglicano indicou professoras da sua paróquia para o trabalho.

O entusiasmo das crianças era comovente e contagiante. Algumas não aceitaram trocar a sua liberdade de domingo, por ficar sentadas na sala de aula, mas eventualmente todos estavam aprendendo a ler, escrever e fazer as somas de aritmética. As histórias e lições bíblicas eram os momentos mais esperados e gostosos de todo o currículo. Em pouco tempo, as crianças aprenderam não somente da Bíblia, mas lições de moral, ética, e educação religiosa. Era uma verdadeira educação cristã.

Robert Raikes, este grande homem de visão humanitária, não somente fazia campanhas através de seu jornal para angariar doações de material escolar, mas também agasalhos, roupas, sapatos para as crianças pobres, bem como mantimentos para preparar-lhes um bom almoço aos domingos. Ele foi visto freqüentemente acompanhado de seu fiel servo, andando sob a neve, com sua lanterna nas noites frias de inverno. Raikes fazia isto nos redutos mais pobres da cidade para levar agasalho e alimento para crianças de rua que morreriam de frio se ninguém cuidasse delas; conduzindo-as para sua casa, até encontrar um lar para elas.

As crianças se reuniam nas praças, ruas e em casas particulares. Robert Raikes pagava um pequeno salário às professoras que necessitavam, outras pagavam suas despesas do seu próprio bolso. Havia, também, algumas pessoas altruistas da cidade, que contribuíam para este nobre esforço.

Movimento mundial

No começo Raikes encontrou resistência ao seu trabalho, entre aqueles que ele menos esperava - os líderes das igrejas. Achavam que ele estava profanando o domingo sagrado e profanando as suas igrejas com as crianças ainda não comportadas. Havia nestas alturas algumas igrejas que estavam abrindo as suas portas para classes bíblicas dominicais, vendo o efeito salutar que estas tinham sobre as crianças e jovens da cidade. Grandes homens da igreja, tais como João Wesley, o fundador do metodismo, logo ingressaram entusiasticamente na obra de Raikes, julgando-a ser um dos trabalhos mais eficientes para o ensino da Bíblia.

As classes bíblicas começaram a se propagar rapidamente por cidades vizinhas e, finalmente, para todo o país. Quatro anos após a fundação, a Escola Dominical já tinha mais de 250 mil alunos, e quando Robert Raikes faleceu em 1811, já havia na Escola Dominical 400 mil alunos matriculados.

A primeira Associação da Escola Dominical foi fundada na Inglaterra em 1785, e no mesmo ano, a União das Escolas Dominicais foi fundada nos Estados Unidos. Embora o trabalho tivesse começado em 1780, a organização da Escola Dominical em caráter permanente, data de 1782. No dia 3 de novembro de 1783 é celebrada a data de fundação da Escola Dominical. Entre as igrejas protestantes, a Metodista se destaca como a pioneira da obra de educação religiosa. Em grande parte, esta visão se deve ao seu dinâmico fundador João Wesley, que viu o potencial espiritual da Escola Dominical e logo a incorporou ao grande movimento sob sua liderança.

A Escola Bíblica Dominical surgiu no Brasil em 1855, em Petrópolis (RJ). O jovem casal de missionários escoceses, Robert e Sarah Kalley, chegou ao Brasil naquele ano e logo instalou uma escola para ensinar a Bíblia para as crianças e jovens daquela região. A primeira aula foi realizada no domingo, 19 de agosto de 1855. Somente cinco participaram, mas Sarah, contente com “pequenos começos”, contou a história de Jonas, mais com gestos,do que palavras, porque estava só começando a aprender o português. Ela viu tantas crianças pelas ruas que seu coração almejava ganhá-las para Jesus. A semente do Evangelho foi plantada em solo fértil.

Com o passar do tempo, aumentou tanto o número de pessoas estudando a Bíblia, que o missionário Kalley iniciou aulas para jovens e adultos. Vendo o crescimento, os Kalleys resolveram mudar para o Rio de Janeiro, para dar uma continuidade melhor ao trabalho e aumentar o alcance do mesmo. Este humilde começo de aulas bíblicas dominicais deu início à Igreja Evangélica Congregacional no Brasil.

No mundo há muitas coisas que pessoas sinceras e humanitárias fazem sem pensar ou imaginar a extensão de influência que seus atos podem ter. Certamente, Robert Raikes nunca imaginou que as simples aulas que ele começou entre crianças pobres e analfabetas da sua cidade, no interior da Inglaterra, iriam crescer para ser um grande movimento mundial. Hoje, a Escola Dominical conta com mais de 60 milhões de alunos matriculados, em mais de 500 mil igrejas protestantes no mundo. É a minúscula semente de mostarda plantada e regada, que cresceu para ser uma grande árvore cujos galhos estendem-se ao redor do globo.
Ruth Dorris Lemos é missionária norte-americana em atividade no Brasil, jornalista, professora de Teologia e uma das fundadoras do Instituto Bíblico da Assembleia de Deus (IBAD), em Pindamonhangaba (SP) * ( Já dorme no Senhor)
 
A CPAD e a Escola Dominical
A CPAD tem uma trajetória marcante na Escola Dominical das igrejas brasileiras. As primeiras revistas começaram a ser publicadas em forma de suplemento do primeiro periódico das Assembleias de Deus – jornal Boa Semente, que circulou em Belém, Pará, no início da década de 20. O suplemento era denominado Estudos Dominicais, escritos pelo missionário Samuel Nystrom, pastor sueco de vasta cultura bíblica e secular, e com lições da Escola Dominical em forma de esboços, para três meses. Em 1930, na primeira convenção geral das Assembleias de Deus realizada em Natal (RN) deu-se a fusão do jornal Boa Semente com um outro similar que era publicado pela igreja do Rio de Janeiro, O Som Alegre, originando o MENSAGEIRO DA PAZ. Nessa ocasião (1930) foi lançada no Rio de Janeiro a revista Lições Bíblicas para as Escolas Dominicais. Seu primeiro comentador e editor foi o missionário Samuel Nystrom e depois o missionário Nils Kastberg.

Nos seus primeiros tempos a revista Lições Bíblicas era trimestral e depois passou a ser semestral. As razões disso não eram apenas os parcos recursos financeiros, mas principalmente a morosidade e a escassez de transporte de cargas, que naquele tempo era todo marítimo e somente costeiro; ao longo do litoral. A revista levava muito tempo para alcançar os pontos distantes do país. Com a melhora dos transportes a revista passou a ser trimestral.

Na década de 50 o avanço da CPAD foi considerável. A revista Lições Bíblicas passou a ter como comentadores homens de Deus como Eurico Bergstén, N. Lawrence Olson, João de Oliveira, José Menezes e Orlando Boyer. Seus ensinos seguros e conservadores, extraídos da Bíblia, forjaram toda uma geração de novos crentes. Disso resultou também uma grande colheita de obreiros para a seara do Mestre.

As primeiras revistas para as crianças só vieram a surgir na década de 40, na gestão do jornalista e escritor Emílio Conde, como editor e redator da CPAD. A revista, escrita pelas professoras Nair Soares e Cacilda de Brito, era o primeiro esforço da CPAD para melhor alcançar a população infantil das nossas igrejas. Tempos depois, o grande entusiasta e promotor da Escola Dominical entre nós, pastor José Pimentel de Carvalho, criou e lançou pela CPAD uma nova revista infantil, a Minha Revistinha , que por falta de apoio, de recursos, de pessoal, e de máquinas apropriadas, teve vida efêmera.

Usava-se o texto bíblico e o comentário das Lições Bíblicas (jovens e adultos) para todas as idades. Muitos pastores, professores e alunos da Escola Dominical reclamavam das dificuldades insuperáveis de ensinar assuntos sumamente difíceis, impróprios e até inconvenientes para os pequeninos.
Escola Bíblica Dominical no Rio de Janeiro em Abril de 1946.


      
 Na década de 70 acentuava-se mais e mais a necessidade de novas revistas para a Escola Dominical, graduadas conforme as diversas faixas de idade de seus alunos. Isto acontecia, principalmente, à medida que o CAPED (Curso de Aperfeiçoamento de Professores da Escola Dominical), lançado pela CPAD em 1974, percorria o Brasil.
Foi assim que, também em 1974, com a criação do Departamento de Escola Dominical (atual Setor de Educação Cristã), começa-se a planejar e elaborar os diversos currículos bíblicos para todas as faixas etárias, bem como suas respectivas revistas para aluno e professor, e também os recursos visuais para as idades mais baixas.
O plano delineado em 1974 e lançado na gestão do pastor Antônio Gilberto, no Departamento de Escola Dominical, foi reformulado e relançado em 1994 na gestão do irmão Ronaldo Rodrigues, Diretor Executivo da CPAD, de fato, só foi consumado em 1994, depois que todo o currículo sofreu redirecionamento tendo sido criadas novas revistas como as da faixa dos 15 a 17 anos e as do Discipulado para novos convertidos, desenhados novos visuais, aumentado a quantidade de páginas das revistas de alunos e mestres e criado novo padrão gráfico-visual de capas e embalagem dos visuais.

Após duas edições das revistas e currículos (1994 a 1996 e 1997 a 1999), a CPAD apresentou em 2000, uma nova edição com grandes novidades nas áreas pedagógicas, gráficas e visuais.
Em 2007, mais uma vez a CPAD sai na frente com a publicação do novo currículo (vigente) — fundamentado nas atuais concepções e pressupostos da Didática, Pedagogia e Psicologia Educacional.

Missionário Eurico Bérgsten e esposa

Missionário Samuel Nyström




Revistas antigas

Classe Juvenis - 15-17 anos - Dez. 2012.

Essa página foi elaborada para auxiliar o professor de escola dominical em seu ministério de levar o conhecimento da Palavra de Deus a seus alunos.

Seja bem vindo a sala professor!

Conteúdo adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para as lições do 4º Trimestre de 2012
O que a bíblia fala sobre o futuro da igreja
  • Lição 12- Os Últimos Dias

    Texto Bíblico: 2 Timóteo 3.1-5

    Paulo profetizou pelo Espírito Santo (1 Tm 4.1)que as coisas se tornarão piores à medida que o fim se aproxima (2 Pe 3.3; 1 Jo 2.18; Jd 17,18). Os últimos dias serão assinalados por um aumento cada vez maior de iniquidade no mundo, um colapso nos padrões morais e a multiplicação de falsos crentes e falsas igrejas dentro do Reino de Deus (Mt 24.11,12; 1 Tm 4.1). Esses tempos serão espiritualmente difíceis e penosos para os verdadeiros servos de Deus.

    “... Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos” Paulo faz essa advertência a fim de reanimar os obreiros que, com suas igrejas, permanecerem leais a Cristo e à sua revelação. A plena benção da salvação e o poderoso derramamento do Espírito Santo continuarão à disposição dos que permanecem leais à fé e à prática do ensino do Novo Testamento. A apostasia da igreja redundará em mais graça e poder para os que se mantiverem firmes na fé original que foi entregue aos santos (At 4.33; Rm 5.20; Jd 3).

    Boa ideia!

    Professor, leia com os alunos o texto bíblico de 2 Timóteo 3.1-5. Explique aos alunos que esta lista descritiva de Paulo sobre o comportamento das pessoas nos últimos dias descreve a nossa sociedade atual e infelizmente o comportamento de muitos “cristãos”.

    Oriente os alunos a fazerem uma autoavaliação, examinarem as suas vidas à luz da lista de Paulo. Comente que não podemos ceder às pressões da sociedade, devemos resistir e nos posicionar contra o mal.
    Se permanecermos firmes e fiéis a Deus, subiremos com Cristo quando Ele vier buscar a sua igreja.

    Bibliografia:

    Bíblia de Estudo Pentecostal, CPD.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Conteúdo adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para as lições do 4º Trimestre de 2012
Os Doze Profetas Menores
  • Lição 12 Zacarias- Proteção divina sob o reinado messiânico

    TEXTO ÁUREO “Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra”          (Jr 23.5).

    INTRODUÇÃO

    I. O LIVRO DE ZACARIAS
    II. PROMESSA DE RESTAURAÇÃO
    III. O REINO MESSIÂNICO

    CONCLUSÃO

    A VITÓRIA FINAL DO MESSIAS EM JERUSALÉM

    Steven C. Ger
    Zacarias narra a libertação sistemática dos inimigos nacionais vizinhos dada por Deus a Judá e a vinda do Messias para estabelecer o seu reino (9.1―11.17). Ele revela as circunstâncias angustiantes, ainda que revigorantes, que precedem a vitória definitiva do Rei messiânico e o estabelecimento do reino (12―14).

    Zacarias conta que todas as nações batalharão contra o povo judeu, e a sua capital Jerusalém será cercada de todos os lados por uma coalizão internacional (cap. 14). No entanto, o Senhor intervirá em favor do seu povo e incapacitará os seus inimigos (12.2-3).

    Quando as nações parecerem estar prontas para derrotar completamente Jerusalém (com metade da população da cidade tendo sido levada cativa e deportada, e o restante tendo visto suas possessões pilhadas e suas mulheres, brutalmente violentadas; 14.1,2) e parecer que as nações completarão a sua vitória com uma “solução final”, o Senhor entrará pessoalmente na batalha e engajará as nações em favor do seu povo (14.3). Ele chega a leste da cidade, no monte das Oliveiras, acompanhado por exércitos de anjos sob seu comando.

    O Messias é poderosamente revelado como o próprio Deus que se manifestou abertamente. Com a sua aparição, o monte das Oliveiras se dividirá em dois (uma lembrança da divisão do mar Vermelho), criando um vale que servirá como rota de escape (14.5). A vitória conclusiva do Senhor levará à bênção suprema para o seu povo, o estabelecimento do seu reino, e o cumprimento final de todas as promessas do concerto.

    Quando a ameaça que representam os inimigos nacionais de Israel for finalmente neutralizada, o Senhor infundirá no povo judeu convicção espiritual e contrição. Ele capacitará o povo a perceber a sua necessidade do perdão divino, e toda a nação de Israel se arrependerá de sua rejeição anterior ao Messias, o representante da liderança amorosa do Senhor.

    Zacarias integra a identidade do Senhor com a do Messias. Ele declara que, quando o povo judeu vir o Senhor, repentinamente compreenderá que, quando feriram mortalmente o Messias, tinham ferido fisicamente o próprio Senhor. Depois de perceber isto a sua angústia será enorme (12.10). Após este período de tristeza e arrependimento, o Senhor perdoará o povo judeu pela rejeição da sua liderança e conduzirá a sua purificação espiritual (13.1).

    Texto extraído da obra “Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica”, editada pela CPAD.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Classes Juvenis 15-17 anos.

Conteúdo adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para as lições do 4º Trimestre de 2012
O que a bíblia fala sobre o futuro da igreja
  • Lição 11- Juízo Final

    Texto Bíblico: Apocalipse 20.11-15 

    Após esse juízo, a humanidade inteira entrará na eternidade, permanecendo os homens na situação determinada pelo modo como cada um viveu diante de Deus nesse mundo. Para que todas as coisas sejam feitas às claras, e para que não possam existir dúvidas, serão todos chamados a comparecer diante do Trono Branco, para ouvirem pessoalmente da boca do grande Juiz a palavra decisiva.

    Os sepulcros se abrirão, e os mortos ressuscitarão. Assim como os corpos mortos dos santos foram ressuscitados na vinda de Jesus (1Ts 4.16-18), também ressuscitarão os ímpios que morreram em seus pecados (At 24.15; Jo 5.29). Enquanto viviam na terra, serviram ao pecado (Rm 6.13,16,19,21).

    Agora esses ímpios ressuscitarão em um corpo imperecível, mas carregado de pecado. Também os corpos dos salvos, que morreram durante o Milênio, ressuscitarão nesse momento. Mas estes sim, com um corpo de glória. O Hades deu aos mortos que nele havia (Ap 20.13). Os espíritos dos ímpios estão no Hades, aguardando a ressurreição para condenação. Diante da convocação de Jesus, o Supremo Juiz, esses espíritos deixarão o Hades para se unirem aos seus corpos ressuscitados, em uma ressurreição para vergonha e desprezo eternos (Dn 12.2). Suas consciências estarão recordando todos os males que praticaram enquanto viviam na terra. Todos os ímpios que morreram, do princípio da criação até o final do Milênio, ressuscitarão naquele dia, e todos comparecerão diante do Trono Branco.

    A sentença será totalmente justa, feita de acordo com o que tiver escrito nos livros de Deus acerca dos homens. Nada se fará ao acaso. Nenhum julgamento será coletivo: todos comparecerão individualmente diante do trono, e todos serão julgados segundo a situação espiritual de cada um.

    Bibliografia:

    BERGSTÉN, Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. P.430-432;Rio de Janeiro: CPAD

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Lição 11 - 4º Trim. 2012 - O Profeta Ageu e o Compromisso da Aliança.


Lição 11

O PROFETA AGEU E O

COMPROMISSO DA ALIANÇA 

16 de dezembro de 2012 

TEXTO ÁUREO 


Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça,
e todas essas coisas vos serão acrescentadas (Mt 6.33).

VERDADE PRÁTICA

 

A verdadeira profecia liberta o povo da indiferença e do comodismo espiritual.
 

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO  


Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça,
 e todas essas coisas vos serão acrescentadas”  (Mt 6.33)           

O texto áureo deste domingo é uma citação do Sermão da Montanha, quando o Senhor Jesus fala sobre a ansiosa solicitude pela nossa vida. O capítulo 6 do Evangelho de Mateus apresenta 34 versículos, que podem ser subdivididos em 3 agrupamentos;
- o primeiro grupo de versículos Mt 6.1-18 nos mostram o contraste entre os antigos padrões judaicos de conduta e os novos padrões ensinados pelo Senhor Jesus, o Messias;
- o segundo grupo de versículos Mt 6.19-24. nos mostram o uso correto das propriedades, a relação que devemos ter para com as riquezas, e o cuidado da busca desenfreada pelas coisas terrenas e outros bens materiais.
-o terceiro e último grupo de versículos Mt 6.25-34, onde está inserido o nosso texto áureo, fala sobre a ansiedade e a confiança. Como declara Sherman Johnson: “O homem que quiser ter um tesouro nos céus (vs. 20), que quiser que a linha orientadora de sua vida seja reta (vs. 22), e que quiser servir a Deus e não às propriedades (vs. 24), deve desvencilhar-se das preocupações”, ao mesmo tempo deve desenvolver a confiança correta a Deus, nosso Pai. Isso o Senhor Jesus exige da parte do novo Israel, ou seja, do Israel Espiritual, sua Igreja, chamados para fora do mundo para serví-lo.
Essas instruções são distintamente cristãs, ainda que originalmente tenham sido dadas aos judeus, são direcionadas a igreja, aqueles que acolheram sua nova Lei. O Evangelho de Mateus é um documento cristão, ainda que reflita a transição da antiga para a nova dispensação.
Neste último grupo de versículos, 24 a 34 do capítulo 6 de Mateus,onde se insere o nosso texto áureo (Mt 6.33), encontramos oito razões pelas quais os crentes no Senhor Jesus Cristo devem evitar toda sorte de ansiedades relacionadas a vida material e física, que são:
1.- a nossa vida aqui nessa terra, é muito mais que simplesmente esse viver cotidiano, material e físico, portanto não deve se restringir e ser dominada apenas pelos desejos e elementos materiais que o mundo ou o sistema possa oferecer (Mt 6.25);
2.- Deus, nosso Pai, cuida dos animais irracionais, inferiores e isolados, quanto mais dos seus filhos queridos (Mt 6.26);
3.- a nossa ansiedade, as nossas preocupações, em nada altera as condições de vida, ou aumenta a sua duração, ou seja, nossas ansiedades, não mudam absolutamente nada, não nos faz crescer em nada (Mt 6.27);

4.- Nosso Santo e amoroso Deus, veste as flores frágeis de maneira belíssima e perfumada, sem que as mesmas tenham raciocínio algum, quanto mais nós, seus filhinhos amados, Deus providencia e tem providenciado as necessidades de cada um sem que precisemos nos preocupar (Mt 6.28-30);

5.- Os gentios, os mundanos, os carnais, vivem desesperadamente em busca das coisas deste mundo, faz parte do raciocínio dos pagãos a ansiedade pelas coisas materiais e terrenas, diferentemente os crentes, filhos do reino de Deus, contam com seu Pai Celestial (Mt 6.31-32);

6.- Nosso Deus é Pai, o Pai conhece as necessidades de seus filhos, nosso Deus e Pai conhece muito bem, as minhas e as suas necessidades, a fé nisso, nos traz conforto, porque diferentemente dos deuses do paganismo, que não eram pai para seus adeptos, mas apenas senhores, fazia com que seus adeptos tivessem razões para não esperar muito deles. Mas os discípulos do reino, que são filhos do Pai celeste, tem razão em esperar o fornecimento de tudo. (Mt 6.32). Glória a Deus;
7.- A busca pelo reino de Deus e sua justiça , por si mesma, nos garante as coisas menos importante. 

A expressão em primeiro lugar” do nosso texto áureo (Mt 6.33) provavelmente, nos remeta que Jesus só permite uma busca, uma ansiedade, portanto, não uma série, sendo essa  a primeira de várias, mas a primeira, no sentido de única, uma forte expressão de desejo, um exercício de alma naquilo que diz respeito ao reino de Deus e à sua justiça.

Portanto essa busca deve ser suprema e nenhuma outra coisa merece a atenção do ser humano, é a única coisa digna de ocupar a mente e o coração do crente, que foi feito à imagem de Deus, ou seja somente essa busca é permitida e incentivada no Reino de Deus, que são coisas pertinente ao próprio Reino: “Desejai as coisas grandes (as mais importantes), e as coisas pequenas vos serão acrescentadas, e desejai as coisas celestiais, e as coisas terrenas vos serão acrescentadas”, tanto Orígenes como Clemente de Alexandria, considerados pais da igreja cristã, citaram essas palavras (Mt 6.33);

8.- A ansiedade por si só é inútil, só acrescenta maior sofrimento na vida diária da pessoa, já tão perturbado em seu cotidiano. Na realidade é uma irracionalidade sofrer algo, que ainda não existe, juntamente com o já existente, o qual é perfeitamente real (Mt 6.34).

Esse é o contexto do nosso texto áureo. O capítulo 6 de Mateus deve ser um dos ensinos norteadores de nossas vidas, assim sendo, não devemos isolar o versículo 33, mas devemos considerar e compreender que esse versículo 33 "Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas", atinge o ponto mais elevado do MANIFESTO CONTRA O MATERIALISMO e ao mesmo tempo nos apresenta a principal instrução do ensino do Senhor Jesus a respeito da atitude cabível ao crente, concernente as coisas materiais.

Quando estamos focados e fixados no projeto original de Deus, temos uma vida abençoada, sem exageros, sem gastos desnecessários, sem desperdícios, a vida espiritual nos capacita a termos vida comedida, abençoada, independentes dos modismos materiais deste mundo, vida triunfante, vida de paz e alegria, portanto, buscai: o batismo com o Espírito Santo e com fogo, os dons espirituais, a verdadeira adoração, a Palavra de Deus, buscai o Reino de Deus e tenha uma vida vitoriosa e livre do stress, da ansiedade deste mundo. 
 

RESUMO DA LIÇÃO 11


 

O PROFETA AGEU E O COMPROMISSO DA ALIANÇA

 

I. O LIVRO DE AGEU

1. Contexto histórico.

2. Vida Pessoal.

3. Zorobabel. 

4. Estrutura e mensagem. 
 

II. RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES

1. A desculpa do povo.

2. Inversão de prioridades (vv. 3,4).

3. Um convite a reflexão. 
 

III. A EXORTAÇÃO DIVINA

1. Crise econômica.

2. A solução.

3.- O Segundo Templo.  

INTERAÇÃO


 
O Templo era o símbolo visível da aliança de Deus com o seu povo.
Nesse contexto é que aparece Ageu, o primeiro profeta a exercer o ministério no período pós-exílio. Sua mensagem central não poderia ser outra: “Israel, reconstrua o Templo para o Senhor!”. Os judeus estavam indiferentes em relação à obra de Deus, porém através do ministério de Ageu e Zacarias, o Templo foi reconstruído, e conforme a palavra do Senhor, “a glória da segunda Casa será maior que a da primeira”. Como servos do Altíssimo precisamos estar atentos, pois como os israelitas, também podemos negligenciar a obra de Deus e o cuidado com a Casa do Senhor. Que sejamos servos compromissados com o Reino, trabalhando para o seu crescimento aqui na Terra. Coloque suas prioridades em ordem correta, segundo as Escrituras Sagradas.  

OBJETIVOS 


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Conhecer o contexto histórico da vida de Ageu.

·   Elencar os principais problemas encontrado pelos judeus para reconstruir o Templo.

·   Saber que temos responsabilidade diante de Deus e dos homens. 
 

ESBOÇO DO LIVRO DO PROFETA AGEU


 

Parte I — Reconstrução do Templo (1.1-15)
(1.1) ...................Introdução.
(1.2-11) ..............Primeiro oráculo: exortação para a reconstrução do Templo.
(1.12-15) ...........Segundo oráculo: resposta e compromisso.
 
Parte II — Esplendor Futuro do Templo (2.1-23)
(2.1-9)................Terceiro oráculo: compromisso e promessas.
(2.10-23)...........Quarto oráculo: decisões e bênçãos futuras.  

 

COMENTÁRIO  


introdução  

Palavra Chave

TEMPLO:

 Espaço ou edifício destinado a culto religioso.

Foto do Professor Alberto da Maquete do Templo em Jerusalém  - Israel

 

De Joel até Ageu passaram-se mais de 300 anos. A hegemonia política e militar, nessa fase da história mundial, estava com os persas, pois os assírios e babilônios não existiam mais como impérios. Quanto ao pecado de Judá, este não era a idolatria, pois o cativeiro erradicara de vez essa prática. O problema agora, igualmente grave, era a indiferença, a mornidão e o comodismo espiritual dos judeus em relação à obra de Deus.  

1. O LIVRO DE AGEU

 

        COMO OS JUDEUS VOLTARAM DO EXÍLIO?

 

Os Judeus voltaram em três levas.
 A primeira com Zorababel, que era da Casa de Davi. Zorobabel partiu da Babilônia no ano 520 a.C., para reconstruir o Templo em Jerusalém. É o início do período chamado de período do 2º. Templo. O templo bonito e majestoso que Salomão construiu foi destruído em 587 a.C., pelos babilônicos. Então Zorobabel voltou para Jerusalém com um grupo para reconstruir o templo e a cidade (Ed 2.1-2).

A segunda leva veio no ano 457 a.C., quase 50 anos depois, com Esdras, um levita, um homem versado na lei de Moisés.
Esdras veio para Jerusalém para restaurar o culto judaico, porque nessa época os seus irmãos já estavam em Jerusalém trabalhando para reconstruir o templo, mas precisava de pessoas instruídas na lei do Senhor para instruir o povo, então Esdras chegou e o seu trabalho foi extraordinário.

A terceira leva veio 12 anos depois no ano 445 a.C., chegou a Jerusalém com Neemias, para reconstruir as fendas no muro de Jerusalém. Assim os judeus retornaram em três levas principais. Durante este período Deus levantou os profetas Ageu e Zacarias, são os profetas do exílio. 
 

 
OS JUDEUS VOLTARAM EM TRÊS GRANDE GRUPOS:
 
1o.) Liderados por Zorobabel, príncipe (520 a.C., para reconstruir o 2 templo em Jerusalém, é o início do 2o. Templo e a cidade (Ed. 2.1-2);
2o.) Liderados por  Esdras, sacerdote Levita, versado na Lei de Moisés veio para Jerusalém para restaurar o culto judaico (457 a.C.);
3o.) Liderados por Neemias, para reconstruir as fendas dos muros de Jerusalém  (445 a.C.)
 

 

 

OS PROFETAS
 
DURANTE O REINO DE JUDÁ: Isaías, Miquéias, Sofonias e Jeremias
NORTE: Os principais profetas:Jonas, Amós e Oséias
CATIVEIRO OU EXÍLIO: Daniel e Ezequiel
PÓS-CATIVEIRO: Os dois profetas principais Ageu e Zacarias
 

 

 

O EMBARGO DA CONSTRUÇÃO DO TEMPLO

 

Com o retorno de Judá do cativeiro decretado por Ciro, que foi um homem piedoso, um homem designado por Deus, como registra a Palavra de Deus, o povo de Israel voltou a sua terra, mas nem todos os sucessores de Ciro, os reis da Pérsia, foram piedosos e favoráveis aos judeus.

Dario Artaxerxes (Cambises) suspendeu e embargou as obras de reconstrução do templo (Ageu 1 ), porque os samaritanos mandaram uma carta ao rei da Pérsia solicitando o embargo do templo, dizendo que o povo judeu estava preparando para uma revolta contra a Pérsia, que era um povo obstinado, um povo que não obedecia nem a Deus, nem suas leis, nem a Moisés, e por causa disso o povo tinha sido levado ao cativeiro, em virtude disso a cidade santa tinha sido destruída e tão logo o povo estando de volta, já estava se preparando para uma outra revolta.

O rei Dario Artaxerxes lendo a carta, mandou parar o trabalho para examinar a situação, e o povo ao invés de se defender, buscar a presença de Deus e se esforçar para continuar a construção, não, ficaram acomodados, ficaram até mesmo contentes e deixaram a construção do Templo e começaram a reconstruir suas casas, os seus pomares, a cuidar de seus afazeres, se esquecendo da Casa do Senhor Deus de Israel, aí Deus levantou o profeta Ageu para exortar o povo a  trabalhar na reconstrução da Casa do Senhor e o povo foi despertado e começaram a construir a Casa do Senhor.

Dario Artaxerxes morreu e seu filho Dario Histaspes assumiu o trono do reino da Pérsia e mandou um decreto autorizando a construção, ele desembargou a construção do Templo de Deus em Jerusalém. E voltaram a construir a Casa do Senhor no local onde Davi havia comprado. O segundo Templo assim continuou a ser reconstruído, no mesmo local do primeiro Templo, na eira de Araúna, que Davi comprou dos jebusitas, que é a parte mais alta da cidade de Jerusalém. Só que a estética ou arquitetura do templo já não era a mesma da época de Salomão, e ficou chamado de o Segundo Templo.

O Segundo Templo iniciou sua reconstrução por Zorobabel e foi inaugurado antes de seu término, no capítulo 2 do profeta Ageu, nós vemos ali que o povo especialmente os anciãos estavam tristes na ocasião da inauguração porque os anciãos que foram levados cativos para a Babilônia eram meninos e conheciam o templo construído por Salomão, eles tinham visto o primeiro Templo e 50 anos depois eles voltaram e já estavam idosos e ao ver essa construção, muitos ficaram até tristes, porque conheciam aquele esplendoroso templo e agora estavam inaugurando aquele templo tão simples, então choraram.

Os seus filhos que não conheceram o primeiro Templo estavam todos contentes, alegres pela inauguração, mas os anciãos que conheceram a beleza extraordinário do primeiro Templo se entristeciam, além do mais o segundo Templo nem estava acabado. Então Deus falou através do profeta Ageu, foi o segundo discurso (Ageu 2.8-9). O templo estava feio e nem havia terminado e o profeta ousadamente declarou que a glória daquela casa seria superior a da primeira.

O profeta Ageu falou como portador de Deus: “Diz o Senhor dos Exércitos, aqui está a assinatura e como de fato foi neste templo que Nosso Senhor Jesus Cristo foi apresentado a glória do Segundo Templo” realmente foi maior do que a do primeiro.

O Senhor Jesus quando nasceu foi levado ao templo, Simeão, o tomou em suas mãos e apresentou o Senhor Jesus. O Senhor Jesus entrou neste Segundo Templo muitas vezes para ensinar a Palavra de Deus, então a glória do Segundo Templo foi maior do que a do Primeiro Templo”. (Do livro: O Povo de Israel, Uma Perspectiva Bíblica e Histórica – páginas 91-94– autor: Professor Alberto).  

1. Contexto histórico. No livro de Esdras, encontra-se o relato das primeiras décadas do período pós-exílio. Por isso, é fundamental ler os seis primeiros capítulos do referido livro, para compreendermos o profeta Ageu. O rei Ciro, da Pérsia, baixou o decreto que pôs fim ao cativeiro de Judá em 539 a.C. Pouco tempo depois, a primeira leva dos hebreus partiu da Babilônia de volta para Judá.

a) Cambises. Ciro reinou até 530 a.C, ano em que faleceu. Cambises, identificado na Bíblia como Artaxerxes (Ed 4.7-23), reinou em seu lugar até 522 a.C. Este, por dar ouvidos a uma denúncia dos vizinhos invejosos e hostis a Judá, decidiu embargar a construção da Casa de Deus em Jerusalém (Ed 4.23).  

b) Dario Histaspes. Após a morte de Cambises, Dario Histaspes assumiu o trono da Pérsia (reinando até 486 a.C), e autorizou a continuação da obra do Templo. Ele é citado nas Escrituras Sagradas simplesmente como “Dario” (Ed 6.1,12,13). 

REIS MEDO-PERSAS (XÁS)

1.- Ciro (536-529 a.C.);

2.- Cambises (529-522 a.C.);

3.- Dario Histaspes (521-486 a.C.);

4.- Xerxes I (486-465 a.C.)

5.- Artaxerxes I, Longimano (465 – 425 a.C.);

6.- Xerxes II (425 – 424 a.C.);

7.- Dario II (424-405 a.C.);

8.- Artaxerxes II (405 – 350 a.C.);

9.- Artaxerxes Ocus (350 – 336 a.C.);

10.- Dario III, Codomano (336-331 a.C.).

 

2. Vida pessoal. Não há, além do profeta, outro Ageu no Antigo Testamento. O seu nome aparece nove vezes na profecia e duas no livro de Esdras (Ed 5.1; 6.14). O nome Ageu significa “festivo”. É possível entender que o profeta tenha nascido em um dia de festa. Pouco se sabe sobre esse profeta, mas acredita-se que por ter esse ministério, era uma pessoa distinta em seus dias. A tradição judaica crê que ele nasceu no cativeiro babilônico, mas que fora orientado na fé a Jeová pelo profeta Ezequiel. Tendo nascido na Babilônia, deve ter retornado a Jerusalém depois do primeiro grupo de exilados, já que seu nome não consta na primeira lista apresentada em Esdras 2. Ageu foi o primeiro profeta a atuar no pós-exílio. Seu chamado ocorreu cerca de dois meses antes de Zacarias receber o primeiro oráculo: “no ano segundo do rei Dario” em 520 a.C (1.1; Zc 1.1). O fato de Ageu apresentar-se como “profeta” (vv.1,3,12; 2.1,10) demonstra que os contemporâneos reconheciam-lhe o ofício sagrado. Além dele, apenas Habacuque e Zacarias mencionam o ofício profético em suas apresentações (Hc 1.1; Zc 1.1).  

3. Zorobabel. A profecia de Ageu foi dirigida “a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote” (v.1). Sob a sua liderança e a do sacerdote Josué, ou Jesua, filho de Jozadaque, os remanescentes judeus retornaram da Babilônia para Jerusalém (Ed 2.2; Ne 7.6,7; 12.1). A promessa divina dirigida a Zorobabel é messiânica (2.21-23), sendo que a própria linhagem messiânica passa por ele (Mt 1.12; Lc 3.27).  Dessa forma, Jesus é o “Filho de Davi”, mas também de Zorobabel.  

4. Estrutura e mensagem.  O livro do profeta Ageu é um livro pequeno são apenas 2 capítulos, 4 discursos, 4 mensagens, que foram reveladas no período de aproximadamente 3 meses entre o mês de agosto e dezembro do ano 520 a.C. (20º. Ano do rei Dario) capítulo 1 de Ageu. São discursos pequenos, mas cheios do Espírito Santo. O livro consiste de quatro curtos oráculos. - o  primeiro foi entregue “no sexto mês, no primeiro dia do mês” (v.1) [mês hebraico de elul, 29 de agosto]; - o segundo, “no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês” (2.1) [mês de tisrei, 17 de outubro]; - o terceiro e o quarto oráculos vieram no mesmo dia, o “vigésimo quarto dia do mês nono” (2.10,20) [mês de quisleu, 18 de dezembro]. A revelação foi dada diretamente por Deus (vv.1,3). Apenas Ageu apresenta com tamanha precisão as datas do recebimento dos oráculos. O tema do livro é reconstrução do Templo. Dos a 38 versículos divididos em dois capítulos, dez falam da Casa de Deus, em Jerusalém (vv.2,4,8,9,14; 2.3,7,9,15,18). Em o Novo Testamento, Ageu é citado uma única vez (2.6; Hb 12.26,27).  

SINOPSE DO TÓPICO (I)

O tema do livro de Ageu é a reconstrução do Templo. Dos trinta e oito versículos, dez falam da Casa de Deus em Jerusalém. 
II. RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÃO
 

1. A desculpa do povo.  Ageu inicia a mensagem com a fórmula profética que aponta para a autoridade divina (v.2).
O povo, em débito que estava com o Eterno (v.2b), em vez de reivindicar o decreto de Ciro para continuar a construção do Templo, usou a desculpa de que não era tempo de construir. Por isso, o Senhor evita chamar Judá de “meu povo”, referindo-se a eles como “este povo”. Em outras palavras, Deus não gostou da desculpa da nação (Jr 14.10,11).  

2. Inversão de prioridades (vv. 3,4). O oráculo volta a dizer que a Palavra de Deus veio a Ageu (v.3). Ênfase que demonstra ser o discurso do profeta uma mensagem advinda diretamente do Senhor que, inclusive, trouxera Judá de volta a Jerusalém para construir a sua Casa. Mas o povo preocupou-se mais em morar nas casas forradas, enquanto que o Templo, cujo embargo havia ocorrido há 15 anos, continuava em total abandono (v.4). Era uma opção insensata. Os judeus negligenciaram uma responsabilidade que, através do rei Ciro, o Altíssimo lhes atribuíra (Ed 1.8-11; 5.14-16). O desprezo pela Casa do Altíssimo representa o gesto de ingratidão do povo judeu (veja o reverso em Davi: 2 Sm 7.2).  

3. Um convite à reflexão. No versículo cinco, vemos um apelo à consciência e ao bom senso, pois é o próprio Deus quem fala. Tal exemplo mostra que devemos parar e refletir, avaliando a situação à nossa volta, percebendo, inclusive, o agir do Senhor.  

SINOPSE DO TÓPICO (II) 
A responsabilidade e as obrigações devem ser precedidas por uma reflexão cujo bom senso e a consciência permite-nos conhecer o agir do Senhor em nossa volta.
 

III. A EXORTAÇÃO DIVINA  

1. Crise econômica. O profeta fala sobre o trabalhar, o comer, o beber e o vestir como necessidades básicas, pois garantem a dignidade do ser humano. Mas temos aqui um quadro deplorável da economia do país. A abundante semeadura produzia muito pouco. A quantidade de víveres não era suficiente para saciar a fome de todos. A bebida era escassa, a roupa de baixa qualidade e o salário não tinha a bênção de Deus (v.6). Tudo isso “por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa” (v.9). Era o castigo pela desobediência (Dt 28.38-40). Era o resultado da ingratidão do povo. Por isso, o profeta convida a todos a refletir (v.7).  

2. A solução. Nem tudo estava perdido! Deus enviou Ageu para apresentar uma saída ao povo. O Profeta deveria levar adiante o compromisso assumido com Deus: subir ao monte, cortar madeira e construir a Casa de Deus. Fazendo isso, o Senhor se agradaria de Israel e o nome do Eterno seria glorificado (v.8). Não era comum o povo e as autoridades acatarem a mensagem dos profetas naqueles tempos. Oseias e Jeremias são exemplos clássicos disso, mas aqui foi diferente. O Espírito Santo atuou de maneira tão maravilhosa, que ocorreu um verdadeiro avivamento e a construção do Templo prosseguiu sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (v.14).  

3. O Segundo Templo. Enquanto isso, na Pérsia, o novo rei Dario Histaspes pôs fim ao embargo. Ele colheu ofertas para a construção e deu ordens para não faltar nada durante o andamento da obra. Ele ainda pediu oração ao povo de Deus em seu favor (Ed 6.7-10). Finalmente, o Templo foi inaugurado em 516 a.C, “no sexto ano de Dario” (Ed 6.15). Esse é o segundo e o último Templo de Jerusalém na história dos judeus. E assim, a presença de Deus no Templo fez da glória da segunda Casa maior que a da primeira (2.9).
 
 
 
 
 
 
Maquete do Segundo Templo em Jerusalém - Israel
 

SINOPSE DO TÓPICO (III) 

A presença de Deus no Templo fez a glória da segunda Casa maior que a da primeira. 
 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A lição de Ageu tem muito a ensinar-nos. Não devemos encarar a nossa responsabilidade e compromisso como fardos pesados, mas recebê-los como algo sublime. É honra e privilégio fazer parte do projeto e do plano divinos, mesmo em situação adversa (At 5.41). Assim, somos encorajados por Jesus a atuar na seara do Mestre a fim de que a nossa luz brilhe diante dos homens e Deus seja glorificado (Mt 5.16). 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 


HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007. FONSECA, Alberto Alves da - O Povo de Israel, Uma Perspectiva Bíblica e Histórica 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO 


Subsídio Teológico                     

Ageu: O compromisso do povo da aliança  

O nome Ageu significa “festivo”. É possível entender que o profeta tenha nascido em um dia de festa. Pouco se sabe sobre esse profeta, mas acredita-se que por ter esse ministério, era uma pessoa distinta em seus dias. A tradição judaica crê que ele nasceu no cativeiro babilônico, mas que fora orientado na fé a Jeová pelo profeta Ezequiel. Tendo nascido na Babilônia, deve ter retornado a Jerusalém depois do primeiro grupo de exilados, já que seu nome não consta na primeira lista apresentada em Esdras 2.

Passados setenta anos de cativeiro babilônico, os judeus começaram a retomar com o apoio de um decreto que permitia e incentivava seu retorno, sob o governo de Ciro. O templo do Senhor precisava ser reconstruído, e quatorze anos depois, sem que o povo tomasse a iniciativa de reconstruir o local de adoração, Deus advertiu o povo por meio de uma seca e de uma colheita ruim, mostrando que o problema econômico pelo qual os israelitas passavam era fruto do descuido para com as coisas de Deus: “Tendes semeado muito e recolhido pouco; corneis, mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado” (Ag 1.6). Era Ele quem dava a chuva e impedia que ela caísse, e Ele também abençoava as plantações, mas também impedia que elas frutificassem.

A profecia de Ageu tem por objetivo motivar os líderes e liderados a não pararem de cuidas das coisas de Deus. Isso seria visto por Deus quando o povo tornasse a contribuir com seus próprios recursos (enviados por Deus, é claro!) para que a Casa do Senhor fosse reparada e tornasse a ser um local de encontro para a adoração do Deus vivo e verdadeiro. Não importa as desculpas que venhamos a dar para atrasar a obra de Deus. Ele espera que seus trabalhos não sejam esquecidos.

Felizmente, o povo ao qual Ageu profetizou aprendeu rápido com aquela profecia. Três semanas depois, eles estavam de volta aos labores para que o templo do Senhor fosse terminado. Ocorre que um mês depois do reinicio dos trabalhos, logo foi perceptível que o novo templo não seria tão grandioso quanto o templo de Salomão. Era um templo menor, e sem dúvida, desprovido dos adornos preciosos dos quais o antigo templo era dotado. Mas isso não deveria servir de elemento para desanimar os israelitas, pois Deus os estava abençoando pela sua obediência. “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos; e, neste lugar, darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ag 2.9).