Lição 05
O CUIDADO COM AQUILO
QUE FALAMOS
03 de novembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Favo de mel são as palavras suaves:
doces para a alma e saúde para os ossos” (Pv 16.24).
VERDADE PRÁTICA
As
nossas palavras revelam muito do que somos, pois a boca fala do que o coração
está cheio.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
“Favo de mel são
as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos” (Pv 16.24).
Nosso texto áureo
está no livro de Provérbios, especificamente no capítulo 16 e versículo 24. O
versículo apresenta de maneira figurada o poder que emana do interior do ser
humano em razão de seus pensamentos, valores, sentimentos, humor e atitude. As
palavras suaves, ou carinhosas são figurativamente apresentadas como favo de
mel e seu efeito adocica a alma e é saúde para os ossos, ou seja, palavras
suaves ou carinhosas, cheias de amor e acolhimento, são profundamente doces,
maravilhosas ao paladar, elas alegram a alma de quem as ouve, e produz na alma
do ouvinte paz, saúde, segurança e fortalecimento, cura a alma e o corpo,
especialmente das doenças psicossomáticas, alma alegre exterioriza para o
corpo, é saúde para os ossos.
O livro de
Provérbios nos aponta para o interior do homem como sendo o local que procedem à
vida e a morte, apresenta às palavras, um dos principais veículos de
comunicação entre os homens, com o poder de gerar vida ou morte, saúde ou
doença, alegria ou tristeza, esperança ou inquietação, paz ou guerra (Pv
18.20-21).
Mas a palavra não
é só um condutor de comunicação, é o próprio individuo que é expresso em sua
linguagem, demonstrando o seu caráter, sua personalidade, suas intenções, ou
seja, o que está intrínseco no mais profundo do seu ser. Assim a palavra do
homem é um instrumento inerente à sua dimensão espiritual geradora de bem e de
mal.
Portanto, se está
falando da alma, da sede das emoções, tendo na palavra verbalizada a sua
manifestação mais explícita. Como conhecemos verdadeiramente a pessoa? Ouvindo
o que ela tem a dizer. É na observação do que é expresso através da fala, que
um médico, um psicólogo, um terapeuta, pode diagnosticar uma patologia que está
implícita em comportamentos tidos como antissociais e que ambas têm a ver com
as construções do homem interior, de onde sai às palavras, que é a manifestação
mais intensa de expressão e de poder.
O Senhor Jesus
declarou: “... Porque a boca fala do que está cheio o
coração. O homem bom tira do tesouro bom, coisas boas; mas o homem mau, do mau
tesouro, tira coisas más” (Mt
12.34b-35), o Senhor Jesus ensina que a fala é o substrato de uma atitude
interna da alma, da sede das nossas emoções, do nosso ser interior.
As palavras que
ouvimos pela manhã permanecerão conosco durante todo o dia. Os cônjuges
precisam ter consciência de que uma palavra ácida, grosseira e ofensiva pela
manhã estragará a eficiência do relacionamento à noite. Por outro lado, uma
palavra amorosa, suave, terna e bela, uma pequena palavra de oração, soará como
música nos ouvidos do ente querido e o levará à vitória.
Tão grave é a
ofensa verbal ou atitude rude do marido cristão à esposa, que o apóstolo Pedro
categoricamente declara que a oração desse esposo grosseiro é impedida: “Igualmente vós, maridos, coabitai com elas com entendimento,
dando honra à mulher, como vaso mais frágil; como sendo vós os seus
co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações”
(1 Pe 3.7).
Os pais e os
filhos precisam ter consciência de que a harmonia no lar está intimamente ligada
às palavras. Precisamos aprender a fazer com que as palavras trabalhem à nosso
favor. Aprenda a revestir as palavras com poder irresistível. Como você poderá
fazer isso? Usando palavras suaves, doces como o favo de mel... (Pv 16.24).
Todos os dias nos
deparamos com pessoas amargas, pessoas que possuem um contexto de vida dura,
cheias de traumas, de perdas, de dores, por isso estão sempre de cara fechada,
não cumprimentam ninguém, por pouca coisa se irritam e agridem ou explodem
verbalizando coisas horríveis. Isso acontece no nosso cotidiano, na escola, no
comércio, no trabalho, infelizmente muitas vezes até na igreja.
Esse contato com
o amargo, nos deixa tristes, chateados e pesarosos, esse é um dos motivos, que,
quase todo mundo anda estressado e um tanto amargurado. Se você demorar alguns
instantes mínimos para avançar com seu carro quando o sinal fica verde, é
motivo suficiente para ouvir agressões gratuitas.
A maioria das
pessoas, esqueceram que a melhor maneira de tratar uma pessoa amarga é
adoçá-la: “Favo de mel são as palavras suaves: doces para
a alma e saúde par aos ossos” (Pv 16.24). Para as pessoas
amargas não adianta apresentar razoáveis argumentos. A mente amargurada não tem
condições de raciocinar de forma isenta, pois as emoções a impedem de ver e
ouvir corretamente. Portanto, brigar com o amargurado, igualmente, não resolve,
sua amargura irá somente aumentar.
Ao tratarmos com
alguém assim, devemos nos lembrar do que o Espírito Santo inspirou o apóstolo
Paulo a nos ensinar em Efésios 4.29: “não saia da vossa
boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação,
conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem”.
Só podemos
compartilhar, dar e repartir, o que temos, não podemos dar o que não temos, na
verdade cada um dá o que tem (Mt 12.34b).
O amargurado destila fel, ele só tem rancor, mas quem tem a graça de Deus
transmite o mel da graça, da bondade, da suavidade, da misericórdia divina.
O apóstolo Tiago,
irmão do Senhor, aprendeu muitas coisas com relação ao uso da palavra e ele
mesmo nos ensina, dizendo o seguinte: “Meus irmãos, muitos
de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos
tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é
perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo. Ora, nós pomos freio nas
bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu
corpo. Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos
ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que
as governa. Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes
coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um
fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e
contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo
inferno. Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de
répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana;
Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está
cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela
amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede
bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim” (Tg
3.1-10).
Veja a seguir
essa pequena história: conta-se que um rei muito poderoso iria receber um
grande amigo em seu palácio. Então ele foi ao chefe da cozinha e ordenou que preparasse
a melhor comida.
No dia da visita
o cozinheiro serviu "língua ao molho madeira", para muitos uma iguaria, um prato muito
saboroso e apreciadíssimo.
Passado algum
tempo o rei recebeu a visita de um terrível inimigo. Então ordenou ao
cozinheiro que fizesse a pior comida.
Qual foi a
surpresa de Sua Majestade ao observar que o cozinheiro preparara o mesmo prato!
"Língua ao molho madeira".
Indignado o rei
chamou o cozinheiro e perguntou-lhe:
Como pode,
cozinheiro, servir a mesma comida ao melhor amigo e ao pior inimigo? Eu pedi a
melhor refeição para o amigo e a pior para o inimigo e você trouxe a mesma
comida: "Língua ao molho madeira"?!
O humilde vassalo
respondeu:
“É que a língua
meu rei, num momento pode trazer paz, alegria, felicidade para aqueles a quem
queremos bem e, em seguida, a mesma língua pode trazer guerra, tristeza e
infelicidade a quem não queremos bem”.
A Bíblia nos
ensina e recomenda que é muito bom conviver com as pessoas que têm boas
palavras em suas bocas, é isso que diz o nosso texto áureo retirado do livro de
Provérbios 16.24: "Favos de mel são as palavras suaves,
doces para a alma, saúde para os ossos".
Ainda sobre o
cuidado que temos que ter com as palavras, e como devemos peneira-las, existe
uma história segundo a tradição do grande filósofo grego Sócrates, denominada
de:
“As
três peneiras ...”. Veja a seguir:
“Um homem,
procurou um sábio e disse-lhe:
- Preciso
contar-lhe algo sobre alguém! Você não imagina o que me contaram a respeito
de... Nem chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu os olhos do livro
que lia e perguntou:
- Espere um
pouco. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?
- Peneiras? Que
peneiras?
- Sim. A primeira
é a da verdade. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente
verdadeiro?
- Não. Como posso
saber? O que sei foi o que me contaram! - Então suas palavras já vazaram a
primeira peneira.
Vamos então para
a segunda peneira: a bondade.
O que vai me
contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?
- Não!
Absolutamente, não! - Então suas palavras vazaram, também, a segunda peneira.
Vamos agora para
a terceira peneira: a necessidade.
Você acha mesmo
necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma
coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa?
- Não... Passando
pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta do que iria contar.
E o sábio
sorrindo concluiu:
- Se passar pelas
três peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e os outros iremos nos beneficiar.
Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar
o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos.
Devemos ser
sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz! Da próxima vez que
ouvir algo, antes de ceder ao impulso de passá-lo adiante, submeta-o ao crivo
das três peneiras porque:
Pessoas sábias
falam sobre ideias;
Pessoas comuns
falam sobre coisas;
Pessoas medíocres
falam sobre pessoas”.
Por que não
experimentar estas atitudes ainda hoje? Busque a graça de Deus para a sua vida
e aja segundo essa graça, adoçando os que estão a sua volta e não se deixando
amargurar por aqueles que vivem no fel da amargura. Veja o que em você existe
pelo que de você procede, porque "Favos de mel
são as palavras suaves, doces para a alma, saúde para os ossos" (Pv
16.24).
RESUMO DA LIÇÃO 05
O CUIDADO COM AQUILO QUE FALAMOS
I. O PODER DAS PALAVRAS
1.
Palavras que matam.
2.
Palavras que vivificam.
II. - CUIDADOS COM A LÍNGUA
1.
Evitando a tagarelice.
2.
Evitando a maledicência.
III. O BOM USO DA LÍNGUA
1.
Quando a língua edifica o próximo.
2.
Nossa língua adorando a DEUS.
IV. SALOMÃO E TIAGO
1.
Uma palavra ao aluno.
2.
Uma palavra aos mestres.
INTERAÇÃO
Você deve conhecer as seguintes
expressões:
“Sou sincero!”;
“Só falo a verdade!”;
“Não levo desaforo para casa!”.
Mas quem disse que ser sincero, falar a verdade e não
levar desaforo para casa significa estar sempre com a razão?
Na
verdade, tal postura reflete uma má educação.
Vivemos numa sociedade onde se perdeu o respeito mútuo.
É no trânsito, na fila do caixa do mercado, na fila dos
bancos, nos departamentos das igrejas; as pessoas parecem não ter paciência
para esperar, se acalmar.
Não pensam duas vezes em usar uma arma poderosa para
ofender, maltratar e magoar: a língua.
O Evangelho, por outro lado, desafia-nos a agirmos de
outra maneira: pagando o mal com o bem.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
Conhecer as
consequências das palavras.
Explicar os símbolos
usados por Salomão e Tiago.
Ter cuidado com o
bom uso da língua.
COMENTÁRIO
PALAVRA CHAVE
LÍNGUA:
Órgão muscular,
situado na boca e na faringe, responsável pelo paladar e auxilia na mastigação
e na deglutição, e também na produção de sons, fala.
introdução
Provérbios e Tiago contêm as mais belas exposições sobre uma
capacidade que apenas os seres humanos possuem: a fala.
Na lição de hoje, analisaremos o que as Escrituras revelam sobre esse
fascinante dom. Num primeiro momento, estudaremos como o falar é tratado pelos
autores sagrados.
Em seguida, veremos os conselhos que Salomão e Tiago dão àqueles que
verbalizam pensamentos, princípios e preceitos.
O objetivo é mostrar como a literatura sapiencial bíblica toca num
ponto sensível da vida humana, muitas vezes esquecido pelos cristãos: a devida
e correta utilização das palavras.
I. O PODER DAS PALAVRAS
1. Palavras que matam.É evidente
que, dependendo do contexto em que são faladas e por quem são pronunciadas,
podem ferir ou até mesmo matar (Pv 18.21a).
Este exemplo pode ser observado na vida conjugal, quando uma palavra
ofensiva, ou injuriosa, dita por um cônjuge, ofende e magoa o outro.
Se não houver perdão de ambas as partes, o relacionamento poderá
deteriorar-se (Pv 15.1).
2. Palavras que vivificam. A palavra hebraica dabar
significa palavra, fala, declaração, discurso, dito, promessa, ordem. Os temas
contemplados pelo uso desses termos são, na maioria das vezes, valores morais e
éticos.
Salomão tem consciência da importância das palavras e, por isso,
afirma: “O sábio de coração será chamado prudente, e a
doçura dos lábios aumentará o ensino” (Pv 16.21).
SINOPSE DO
TÓPICO (I)
Segundo
a Bíblia, dependendo da motivação de quem pronuncia, as palavras podem matar ou
vivificar.
II. CUIDADOS COM A LÍNGUA
1. Evitando a tagarelice. Há um provérbio muito popular
que diz: “Quem fala o que quer, ouve o
que não quer”. Este ditado revela a maneira imprudente de se falar, algo
bem próprio do tagarela.
2. Evitando a maledicência. O livro de Provérbios também
apresenta conselhos sobre a maledicência. Ali, a palavra aparece como sendo a
sétima abominação, isto é, o ponto máximo de uma lista de atitudes que o Senhor
odeia (Pv 6.16-19). O Senhor “abomina” (do hebraico to’ebah) a maledicência
ou a contenda entre irmãos.
No original, “abominar” significa “sentir nojo de” e pode se referir a
coisas de natureza física, ritual ou ética. Deus se enoja de intrigas entre
irmãos.
É a mesma palavra usada para descrever coisas abomináveis ao Senhor,
tais como a idolatria (Dt 7.25), o homossexualismo (Lv 18.22-30) e os
sacrifícios humanos (Lv 18.21)!
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O
conselho bíblico para cuidarmos da nossa língua começa por evitarmos a
tagarelice e a maledicência.
III. O BOM USO DA LÍNGUA
1. Quando a língua edifica o próximo.Como servos
de Deus, somos desafiados a usar nossas palavras como um meio para ajudar
nossos irmãos, através de exortações, bons conselhos e também através do ensino
da Palavra de Deus e de seus princípios (1 Co 14.26).
2. Nossa língua adorando a Deus. O melhor uso
que se pode fazer da palavra é quando a empregamos para dirigir-nos a Deus em
adoração. Todo crente fiel sabe disso, ou deveria saber (Pv 10.32).
O Senhor se agrada dos sacrifícios de louvor (Hb 13.15). Esse é o
segredo para uma vida frutífera e agradável ao Senhor (Ef 5.19,20). Não nos
esqueçamos, pois, da maior vocação de nossa língua: louvar e exaltar a Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A
língua deve ser usada para edificar o próximo com bons conselhos, exortações e
ensino da Palavra de Deus; e exaltar ao Altíssimo adorando-O em Espírito e em Verdade.
IV. SALOMÃO E TIAGO
1. Uma palavra ao aluno. Abundante no livro de
Provérbios, a expressão hebraica shama Beni ocorre 21 vezes com o
sentido de “ouvi filho meu”.
Não há dúvida de que o emprego de tal linguagem revela o amor de uma
pessoa mais experiente, dirigindo-se a outra ainda imatura.
É alguém sábio e experimentado na vida, passando tudo o que sabe e o
que vivenciou ao seu aprendiz (Pv 1.8,10,15; 3.1,21; 5.1,20; 7.1).
São mais de trezentos conselhos como regra do bom viver. Segui-los significa
achar o bem, e não segui-los é encontrar-se com o mal.
2. Uma palavra aos mestres. Se por um lado Salomão se
dirigiu ao discípulo (do hebraico: filho, aluno), por outro lado Tiago falou
àqueles que querem ser mestres. Os que pregam e ensinam a Palavra de Deus têm
de falar somente o que convém à sã doutrina (Tt 2.1).
Em sua epístola, Tiago utiliza símbolos extraídos do cotidiano, mas
carregados de significado:
a)
Freios: Assim como o freio controla o animal, deve o crente refrear e
controlar a sua língua;
b)
Leme: Se o leme conduz o navio ao porto desejado, deve o crente dirigir o
seu falar para enaltecer a Deus;
c)
Fogo: Uma língua sem freios e fora de controle queima como fogo. Por isso,
mantenhamos a nossa língua sob o domínio do Espírito Santo;
d)
Mundo: A língua pode se tornar um universo de coisas ruins. Então, o que
fazer? Transformá-la num manancial de coisas boas;
e)
Veneno: O perigo reside em alguém possuir uma língua grande e ferina e,
portanto, venenosa.
f)
Fonte: Como fonte, a língua deve jorrar coisas próprias à edificação;
g)
Árvore: A boca do crente, por conseguinte, deve produzir bons frutos.
Portanto, usemos as nossas palavras para a glória de Deus (Tg 3.1-12).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Ao
ensinar os provérbios, Salomão tem em mente ensinar os discípulos, enquanto
Tiago aconselha os mestres.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos nesta lição os conselhos dos sábios sobre o bom uso da língua. A
linguagem, como algo peculiar ao ser humano, é muito preciosa para ser usada
iniquamente.
Não permitamos, pois, que a nossa língua seja instrumento de um dos
pecados que Deus mais abomina: a disseminação de contendas entre os irmãos.
À luz da Palavra de Deus, somos encorajados a andar em união, harmonia
e paz. Portanto, com a nossa língua abençoemos o nosso semelhante, pois assim
fazendo, bendiremos também ao Senhor nosso Deus.
“Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam;
e conseguimos dirigir todo o seu corpo.
Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos
ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que
as governa.
Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes
coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia”. (Tiago 3.3-5).
As expressões: “freio nas bocas dos
cavalos”; “a nau dominada por um pequeno leme” e “a língua, um pequeno membro”.
São expressões que representam um pequeno elemento que é poderoso para
impedir ou permitir uma tragédia inigualável.
A nossa língua, um pequeno órgão, pode edificar vidas, mas, também,
ofendê-las, magoá-las ou destruí-las.
À luz dessas metáforas, desafiamos a todos a desenvolverem o
autocontrole sobre o que dizem e, consequentemente, fazem.
Basta ter a Jesus como o hóspede de nosso lar.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HUGHES, R. K. Disciplinas do Homem Cristão. 3 ed.,
RJ: CPAD, 2004.
SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos
Sofrimentos à Cruz. 1 ed., RJ: CPAD, 2006.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
“Zelo Bíblico como Relacionamento
Subsídio
Vida Cristã
“DISCIPLINA
DA LÍNGUA
Que poder tem a palavra escrita ou falada! Nações se ergueram, e
nações caíram pela língua. Vidas foram enaltecidas e rebaixadas pelo falar
humano. A bondade flui como um doce rio de nossas bocas, da mesma forma, o
esgoto. A pequena língua, sem dúvida, é uma força poderosa.
[...] Tiago, o irmão do Senhor, entendia isto tão bem, quanto qualquer
homem na história e, através do uso de analogias gráficas, ele nos deu a mais
penetrante exposição sobre a língua do que qualquer texto literário, seja
secular ou sagrado [...] (Tg 3.3-5).
[...] A principal preocupação de Tiago é com o poder destrutivo da
língua, e isto produz uma das mais provocantes declarações: ‘Vede como uma
fagulha põe em brasa tão grande selva! Ora, a língua é fogo; é mundo de
iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo e contamina o
corpo inteiro e não só contamina e não só põe em chamas toda a carreira da
existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno’ (vv.5,6)”
(HUGHES, R. K. Disciplinas do Homem Cristão. 3 ed., RJ: CPAD, 2004, pp.126-27).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio
Teológico
“Abençoando
o Malfeitor
Fazer o bem àqueles que nos fizeram mal envolve tanto palavras quanto
atos, tanto bênçãos quanto servir. John Stott afirma: ‘Na nova comunidade de
Jesus as maldições devem ser substituídas por bênçãos; a malícia, por oração; e
a vingança, por serviço. De fato, a oração purga o coração da malícia; os
lábios que abençoam não podem, ao mesmo tempo, amaldiçoar; e a mão ocupada com
serviços fica impedida de se ocupar com vingança’.
No entanto, deixemos claro que na prática, conquistar o mal com o bem
envolve muitas vezes a obstinação e a dureza que vai contra nossas concepções
sentimentalizadas da bondade. A fim de verdadeiramente fazermos o bem para alguém
implicará dar o que mais precisa — não necessariamente o que ele quer. Por
exemplo, fazer o bem para um pai ameaçador e ditatorial que insiste em
controlar seu filho adulto pode significar resistir a ele e se recusar a ceder
a suas exigências. Por outro lado, no caso de uma mãe fraca e indecisa fazer o
bem significa se recusar a tomar qualquer atitude a fim de que ela seja forçada
a tomar suas decisões. Como Allender e Longman sugerem: ‘Em muitos casos, um
amor [tão] corajoso muitas vezes enerva, fere, pertuba e compele a pessoa amada
a lidar com as enfermidades interiores que estão roubando a alegria dela e dos
outros’.
Esse tipo de amor vigoroso é exemplificado na última frase da passagem
de Provérbios citada por Paulo. A frase diz que ao dar comida e bebida a nossos
inimigos amontoa-se ‘brasas de fogo sobre a [nossa] cabeça’ (Rm 12.20). Embora
isso possa nos parecer um ato pouco amigável, nos tempos bíblicos, essa era uma
figura de linguagem para dizer que isso traz um profundo sentimento de vergonha
a seus inimigos, não a fim de ofendê-los ou humilhá-los, mas para levá-los ao
arrependimento e à reconciliação” (SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando
Nossos Sofrimentos à Cruz. 1 ed., RJ: CPAD, 2006, pp.166-67).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O
Cuidado Com Aquilo que Falamos
De todos os seres criados pelo Todo-Poderoso, o homem é o único que
possuiu um aparelho fonador. Logo, podemos afirmar que a fala é um dom divino
que distingue o ser humano. É algo realmente especial que pode ser usado para o
bem como para o mal. Tiago compara a língua a um fogo devastador (Tg 3.6). Pois
uma pequena fagulha pode queimar e destruir uma floresta inteira. Ele ainda
afirma que “nenhum homem pode domar a língua” (Tg 3.8). Com a nossa língua
podemos bendizer a Deus e maldizer o próximo. Ter o controle da língua não é
fácil, mas não é impossível para o crente. Quem consegue controlar a língua,
controla todo o seu ser.
Nossa maneira de falar nos identifica, revelando o nosso verdadeiro
eu, pois a boca fala do que o coração está cheio (Mt 12.34). É do coração, ou
seja, do íntimo do ser humano que procedem os males. Certa vez, Pedro foi
identificado como alguém que esteve com Jesus somente pelo seu linguajar (Mt
26.73). Sua fala evidencia que você é um cristão?
Muito se falou a respeito do poder das palavras e não faltou heresia.
Sabemos que nossas palavras não têm poder em si mesmas. Todavia, não podemos
sair por aí falando o que nos vem à cabeça, pois nossas palavras afetam o nosso
próximo de forma positiva ou negativa. Por isso, o livro de Provérbios dá uma
ênfase especial ao modo como empregamos as palavras. Jesus também ensinou que
no Dia do Juízo, todos terão que dar conta diante de Deus por suas palavras (Mt
12.36).
Quer aprender a guardar sua língua do mal? Então leia e estude o livro
de Provérbios, pois nele podemos encontrar ensinamentos preciosos a respeito do
uso da língua. Um destes ensinos é a respeito do ser moderado no falar (Pv
21.23). Você fala demais? Então tome cuidado! Quem fala em demasia prejudica o
outro e a si próprio (Pv 13.3). Vários Provérbios tratam a respeito da língua
mentirosa e da calúnia (Pv 6.17). A difamação, em especial nos blogs e nas
redes sociais, tem feito muitas vítimas. A calunia é devastadora e consegue
separar até os amigos mais íntimos (Pv 16.28). O Diabo é o pai da mentira (Jo
8.44) e toda mentira e engano procedem dele. Muitos usam sua língua para fazer
fofoca, caluniar os outros ou distorcer a verdade. Saiba que Deus abomina a
língua mentirosa (Pv 6.17).
Aprendamos com os conselhos dos sábios a usar nossa língua de maneira
que o nome do Senhor seja glorificado.