quarta-feira, 27 de junho de 2018

Lição 01 - 3º Trimestre 2018 - Levítico, Adoração e Serviço ao Senhor - Adultos.

Lição 1 - Levítico, Adoração e Serviço ao Senhor

 3º Trimestre de 2018
PONTO CENTRAL
A verdadeira adoração a Deus é evidenciada mediante o serviço voluntário, santo e amoroso ao Reino. 
ESBOÇO GERAL
Introdução
I – Sobre o Livro de Levítico
II – A Razão do Livro
III – O Manual do Sacerdote
Conclusão
OBJETIVO GERALMostrar que a verdadeira adoração a Deus compreende o nosso serviço voluntário, santo e amoroso ao seu Reino.
Levítico, Adoração e Serviço ao Senhor
Pr. Claudionor de Andrade
Embora seja visto, às vezes, como um manual de cerimônias estressante e monótono, o livro de Levítico vai além das celebrações e ritos que prescreve. No cânon divino, surge como parte viva, orgânica e essencial da História Sagrada. Por essa razão, sua atualidade não pode ser ignorada por nenhum cristão. Isso não significa, porém, que devamos submeter-nos à sua liturgia que, como muito bem explica o apóstolo Paulo, cumpriu-se plenamente em Cristo. Enveredando-se pelo caminho dos judaizantes, os gálatas caíram da graça; quase pereceram. Os princípios teológicos e devocionais de Levítico, todavia, são eternos; eram necessários ontem e continuam imprescindíveis hoje.
Nessa porção sagrada, deparamo-nos com três palavras-chave: adoração, santidade e serviço. Tais proposições servem de alicerce tanto à congregação israelita quanto à Igreja de Cristo. Ambas precisaram aprender, cada uma a seu tempo, a adorar a Deus e a reconhecê-lo como o Criador, Senhor e Mantenedor de todas as coisas. Em seguida, aprendemos com Moisés e Arão que, para agradar ao Senhor, temos de apartar-nos do mundo e separar-nos exclusivamente ao serviço divino. Eis o cerne da santificação preconizada em cada seção do livro de Levítico.
Já em suas primeiras linhas, é possível concluir que a adoração nada é sem a santificação, e a santificação, por sua vez, nenhum valor terá se não resultar em serviços ao Reino de Deus. Aqui está o fulcro do terceiro livro do Pentateuco. Ao chegarmos à última etapa desta obra, concluiremos: o Levítico é tão vivo, hoje, como no dia em que Moisés, inspirado pelo Espírito Santo, lavrou-o num papiro a caminho da Terra Prometida.Moisés, inspirado pelo Espírito Santo, lavrou-o num papiro a caminho da Terra Prometida.
I- Levítico, um Livro por Excelência
À semelhança dos demais livros do Cânon Sagrado, o Levítico destaca-se por sua singularidade, origem e excelência. Vejamos, em primeiro lugar, a razão de seu nome e de sua estrutura.
1. O nome do livro. No original hebraico, o livro de Levítico é conhecido por suas palavras iniciais: Vaicrá que, literalmente, significam “e chamou” (Lv 1.1). Numa primeira instância, veremos, nesse enunciado, um chamado indireto de Deus a Moisés a escrever a terceira porção do Pentateuco. Em seguida, enxerguemo-la como a vocação direta de Deus a Israel a reerguer-se como nação santa, profética, real e sacerdotal.
Vaicrá tem, ainda, mais duas traduções possíveis: “e separou” e “e santificou”. Teologicamente, o chamado de Deus implica em nossa separação do mundo e em nossa imediata santificação ao serviço de seu Reino.
Na erudição judaica, o livro é conhecido também como Torath Kohanim – A Lei dos Sacerdotes.
Já na Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento, o livro recebe o nome de Leuitikon, denotando-lhe o tema e o propósito: as coisas pertencentes ao ministério dos levitas. No latim, a sua designação é Leviticus. E, tendo em vista a origem românica do idioma português, nossos tradutores houveram por bem denominá-lo de Levítico pelas razões já apontadas.
2. Estrutura do livro. Terceiro livro das Sagradas Escrituras, o Levítico é composto por 27 capítulos, 859 versículos e, aproximadamente, 24 mil palavras. Nele, são encontrados mandamentos, proposições, narrativas e profecias. Em suas páginas, há 26 promessas quanto ao proceder obediente de quem professa adorar a Deus.

3. Singularidade do livro. O Levítico é um livro singular por duas razões: 1) É o único manual que temos na Bíblia referente à forma correta de se adorar a Deus; e 2) Embora dirigido aos sacerdotes, foi redigido por um profeta (Lv 1.1).

4. As divisões de Levítico. Utilizaremos A Bíblia Explicada para esboçar o Levítico. Esse livro sagrado, de acordo com S. E. Macnair, pode ser dividido em nove seções principais: 1) As ofertas (caps. 1-6.7). 2) A lei das ofertas (caps. 6.8-7.38). 3) Consagração (caps. 8.1-9.24). 4) Uma transgressão e um exemplo (cap. 10.1-20). 5) Um Deus santo exige um povo santo (caps. 11-15). 6) Expiação (cap. 16). 7) A conduta do povo de Deus (caps. 17 e 22). 8) As festas de Jeová (cap. 23). 9) Instruções e avisos (caps. 24-27). 
5. Origem divina e humana do livro. À semelhança dos demais livros das Sagradas Escrituras, o Levítico é um texto verdadeiramente humano e verdadeiramente divino. Sua autoria fica bem patente logo no primeiro versículo: “E chamou o SENHOR a Moisés, e falou com ele da tenda da congregação” (Lv 1.1).
O livro tem como fonte o próprio Deus e, como medianeiro, Moisés. Inspirado pelo Espírito Santo, o profeta e legislador dos hebreus redigiu-o e encarregou-se de transmiti-lo aos levitas e aos demais filhos de Israel, seus leitores e ouvintes imediatos, e, depois, a nós, a Igreja de Cristo. É uma obra, pois, de dupla procedência e autoria: divino-humana.
6. Excelência literária do livro. Que o livro de Levítico é inspirado pelo Espírito Santo, não há dúvida. Nós ouvimos a voz de Deus em cada uma de suas páginas; é um texto comprovadamente divino. Todavia, o que podemos dizer acerca de suas qualidades literárias?
Apesar de ser uma obra técnica, o Levítico não se perde naqueles jargões e tecnicismos que caracterizam os manuais. O seu autor humano, sempre guiado pelo Espírito de Deus, redigiu-o de tal forma que, passados mais de três milênios, sentimo-lo como se tivesse acabado de ser escrito. É importante observarmos que a sua redação não secciona a narrativa pentateutica da peregrinação dos israelitas à Terra Prometida.
Moisés escreveu o Levítico com tanto “engenho e arte”, que se tem a impressão de que essa porção da Bíblia Sagrada é a continuidade do Êxodo e a transição natural para os livros de Números e Deuteronômio. Temos, pois, diante de nós, uma obra de comprovada excelência literária. É bela e sublime; em seu gênero, inigualável. 
II- A Certeza da Autoria MosaicaNeste tópico, ressaltaremos as qualidades literárias de Moisés. Em seguida, veremos o idioma e a escrita usada pelo autor sagrado.
1. Deus, o autor divino. Do primeiro ao último versículo de Levítico, sente-se claramente que Deus é o seu autor (Lv 1.1). Tal convicção não advém apenas das reivindicações formais do livro; advém, principalmente, da experiência do leitor com a obra. Pelo menos essa é a minha experiência pessoal.
Do início ao final de Levítico, o Senhor dirige-se a Moisés em 38 ocasiões diferentes. Patenteia-se, dessa forma, a origem divina da terceira seção do Pentateuco. Não há dúvida: é a palavra inspirada, inerrante e completa de Deus.
2. Moisés, o autor humano. Não exagero ao afirmar que Moisés foi o homem mais sábio que o mundo já conheceu. É claro que faço essa afirmação depois de excetuar o Senhor Jesus Cristo que, além de sapientíssimo, era e é a própria sabedoria. Aliás, Ele é a Palavra de Deus encarnada. Nesse sentido, toda a palavra do Levítico era, essencial e tipologicamente, o oráculo do Filho de Deus.
Vejamos algumas qualidades literárias de Moisés.
Educado na corte faraônica, Moisés tornou-se um homem poderoso em palavras e obras. Sua cultura não se restringia ao Egito; era universal. Ele podia transitar por todo o Oriente Médio sem constrangimento algum. Já refugiado em Canaã, entrou em contato com a escrita sinaítica: um meio termo entre a pictografia egípcia e o alfabeto assurítico, que, no tempo de Esdras, seria adotado pelos escribas judeus.
Ali, nos prados midianitas, Moisés foi induzido, providencialmente, a trocar a primeira forma de escrita pela segunda. Em termos técnicos, pode-se considerar os signos sinaíticos como uma espécie de alfabeto. Será que os intelectuais egípcios conheciam os signos do Sinai? Talvez. Mas, à semelhança dos chineses, resolveram manter o seu complexo sistema de linguagem, a fim de não popularizar o conhecimento.
O estilo literário de Moisés foi divinamente forjado no deserto. Fugindo às ladainhas egípcias, foi conduzido didaticamente a sair da movediça e fantástica literatura faraônica até firmar-se num estilo firme, racional e próprio da literatura histórico-profética. Nesse período, deixa-se impregnar pela dicção poética, campesina e pastoral de seu povo. E, assim, depois de quarenta anos no exílio e, após muito pensar, o filho de Anrão e Joquebede estava preparado a lavrar as palavras que Deus, por intermédio do Espírito Santo, assoprar-lhe-ia na alma.
3. O idioma original. Ao ser intimado por Deus a ser o pai da nação eleita, Abraão ainda não falava o hebraico, embora fosse reconhecido como hebreu (Gn 14.13). Seu idioma materno era, mui provavelmente, um caldaico primitivo que ainda lutava por desvencilhar-se das influências dialetais da Acádia. Nesse sentido, a língua de suas peregrinações pode ser classificada como pré-hebraica. Isso porque, em suas caminhadas por Canaã foi mesclando sua língua materna aos diversos falares cananeus. Como estes se expressavam em línguas igualmente semíticas, o patriarca não teve dificuldades em transitar pelos diversos reinos cananeus e, com estes, negociar e estabelecer alianças. O capítulo 14 de Gênesis mostra, implicitamente, a desenvoltura linguística de Abraão entre os povos de Canaã. Seria como um lusófono a andejar numa área onde predominasse a hispanofonia.
Nos lábios dos patriarcas, a língua hebraica foi sendo paulatinamente formada ao longo de cinco séculos: do chamado de Abraão ao chamamento de Moisés. Um período que vai, de acordo com a cronologia bíblica geralmente aceita, do ano 2.000 a 1.500 a.C.
A estadia de Israel no Egito foi decisiva à consolidação do idioma hebraico. Ali, na distante Gósen, isolada no delta oriental do Nilo, os israelitas puderam desenvolver o seu idioma, livres das influências linguísticas dos cananeus e dos egípcios. Apesar de residirem no Egito, os filhos de Israel não mantinham contato com os habitantes da terra, uma vez que estes os consideravam abominação (Gn 46.34). Os súditos de Faraó não toleravam pastores de ovelhas, pois tinham o gado vacum e ovino como divindade.
Por conseguinte, quando o Senhor chamou Moisés a escrever os primeiros cinco livros da Bíblia Sagrada, a língua hebraica já estava devidamente formada. Faltava-lhe, porém, um sistema de escrita. Que signos adotar? Os hieróglifos egípcios? Ou a escrita cuneiforme das antigas Suméria e Acádia? Se Moisés tivesse optado quer pelos primeiros quer pela segunda, hoje não teríamos acesso às revelações do Gênesis e às narrativas da redenção de Israel.
4. A escrita pentatêutica. Foi nesse período que Moisés descobriu a escrita sinaítica. Se comparada aos hieróglifos egípcios e às cunhas mesopotâmicas, ela pode ser considerada, de fato, um sistema alfabético. No entanto, prefiro classificá-la de pré-alfabética por duas razões: ela ainda estruturava-se em sinais pictóricos, e estava bem longe de usar vogais em seus fonemas. Mesmo assim, era um avanço admirável em relação às grafias dos vales do Nilo e do Eufrates.
O que poderia ter acontecido se Moisés, ao invés de usar a escrita sinaítica, tivesse optado pela egípcia ou pela mesopotâmica? Certamente, hoje, a História Sagrada seria um amontoado de signos incompreensíveis e sujeitos às mais bizarras interpretações. Aliás, nem os próprios israelitas achariam nelas qualquer sentido. Mas, graças a Deus, o profeta foi não apenas inspirado a escrever inerrantemente o Pentateuco, como também foi dirigido, pelo mesmo Espírito, a escolher o sistema de escrituração mais eficaz da época, para narrar os princípios da História Sagrada até a libertação completa dos hebreus.
O alfabeto sinaítico (chamemo-lo assim) foi rapidamente assimilado pelos sábios de Israel que, sempre dirigidos e supervisionados pelo Espírito Santo, puderam dar continuidade à História Sagrada. Josué, Samuel, Davi e Gade, por exemplo, tornaram-se mestres na escrita do Sinai; grandes literatos (Js 24.26; 1 Sm 10.25; Sl 45.1). Aliás, pelo que inferimos de algumas passagens, era um sistema já bastante utilizado naquela região (Jz 8.14).
Na verdade, a escrita sinaítica nasceu entre os fenícios que, já naqueles dias, dominavam o comércio na região do Oriente Médio. E, para agilizar suas escriturações contábeis, entenderam por bem criar um sistema de registro mais dinâmico e eficaz. E, tendo como base os hieróglifos egípcios, elaboraram um pré-alfabeto que, séculos depois, seria adotado e aperfeiçoado pelos gregos e romanos.
Se bem atentarmos à história de Israel, perceberemos que, durante o exílio babilônico, os judeus vieram a trocar, de fato, o seu alfabeto pelo assurítico. Denominado escrita quadrática, devido à forma de suas letras, foi introduzido na cópia das Sagradas Escrituras mui provavelmente por Esdras. O eruditíssimo doutor e escriba, aliás, foi quem procedeu a última reforma editorial e gráfica do Antigo Testamento. Sem o seu trabalho, as Sagradas Escrituras corriam o risco de se tornarem um todo incompreensível. E, dessa maneira, viriam a cair no esquecimento.
O hebraico, como o lemos hoje no Antigo Testamento, é um legado tanto de Moisés quanto de Esdras, intermediados por filólogos como os homens de Ezequias (Pv 25.1).
A Moisés coube uma tripla e dificílima tarefa: adaptar a escrita sinaítica às necessidades linguísticas de Israel; gramaticar o hebraico e, finalmente, torná-lo uma língua literária. Nesse sentido, Moisés está para o hebraico como Martinho Lutero (1483-1546) está para o alemão. Sem o trabalho de ambos, separados por trinta séculos, hoje não teríamos nem a língua hebraica nem a alemã. Moisés, por esse motivo, não foi apenas o maior profeta da História Sagrada, foi também um dos maiores linguistas e filólogos que o mundo já conheceu. Infelizmente, os eruditos seculares, sempre preocupados em desconstruir a Bíblia, ainda não atentam a esse fato.
Quanto a Esdras, coube-lhe uma missão dupla e igualmente dificílima. Em primeiro lugar, adaptou o alfabeto assurítico, usado pelos falantes do aramaico, ao hebraico do exílio. Já resolvido o problema alfabético, o grande e bem-conceituado doutor pôs-se a revisar linguisticamente as Escrituras Sagradas até então lavradas. Sua revisão, frisamos, não avançou além do campo filológico; ele não fez nenhuma mudança de conteúdo, pois a própria Escritura, a fim de preservar-se, proibia-o terminantemente (Pv 30.5,6; Ap 22.18.19). E, sobre as adaptações linguísticas, os editores sagrados não esconderam a sua participação (Gn 22.14; Dt 3.14; 1 Sm 5.5).
A mudança da escrita sinaítica para o alfabeto assurítico, conhecido hoje como hebraico, começou a ser feita no exato momento em que Daniel e seus companheiros chegaram à corte babilônica. Eles foram não somente obrigados a aprender a língua e a cultura dos caldeus, mas também constrangidos a assimilar o seu alfabeto (Dn 1.4). Afinal, os documentos oficiais eram redigidos, inicialmente, em arameu e no alfabeto assurítico, e, depois, nas demais línguas e alfabetos.
Hoje, temos o livro de Levítico na Bíblia Hebraica, não mais na escrita sinaítica, mas no sistema alfabético assurítico. Concernente à língua hebraica, em si, o que podemos dizer? O hebraico falado no tempo de Esdras seria perfeitamente inteligível a um israelense de nossos dias. Deus, portanto, reservou os meios mais eficazes (alfabeto, língua e trabalho editorial), para que tivéssemos, hoje, a sua Palavra como Ele a inspirou a Moisés e aos demais profetas. 
III- Ocasião, o Nascimento de IsraelAo datarmos a redação do livro de Levítico, temos de levar em consideração três coisas muito importantes: a ocasião da obra, a peregrinação e o aparente atraso e, finalmente, o estabelecimento da congregação israelita no deserto.
1. A data da redação do Levítico. De acordo com a cronologia bíblica geralmente aceita, o livro de Levítico foi escrito por Moisés em 1445 a.C. É claro que essa data não pode ser considerada exata, mas também não é absurda nem pode ser descartada. E, se levarmos em conta Êxodo 40.7, veremos que a redação da terceira parte do Pentateuco começou a ser feita um ano depois de os israelitas terem saído do Egito. Foi nessa ocasião, ainda, que o Senhor ordenou fosse erguido o Santo Tabernáculo no deserto.
2. O período do Levítico. Moisés escreveu o Levítico num momento particularmente difícil da história de Israel. Os israelitas tinham acabado de sair de uma segunda apostasia. A primeira, como se recorda, foi o episódio do bezerro de ouro (Êx 32). Mas a segunda, embora não tivesse como motivação a idolatria, foi pior do que a primeira; tinha como fundamento a incredulidade que, a partir daquele momento, tornar-se-ia crônica na vida dos judeus.
Embora conhecessem a promessa feita por Deus a Abraão, os hebreus, contaminados pelo desânimo, não se animaram a apossar-se de Canaã. Foram, por isso, condenados a peregrinar no deserto por quarenta anos (Nm 14.34). Em meio a essa rebelião e apostasia, foi que Moisés, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu o Levítico, a fim de ensinar o povo a adorar o Deus Santo, Vivo, Único e Verdadeiro.
3. A peregrinação e o atraso. Não fossem as duas grandes apostasias, Israel teria chegado a Canaã em, no máximo, dois meses. Mas, em consequência de seus pecados, os hebreus tiveram de voltear o Sinai por um período de quarenta anos, até que toda aquela geração de incrédulos caísse no deserto e, no deserto, fosse sepultada. Sem esse longo contratempo, o livro de Levítico poderia ter sido escrito em Canaã, sob circunstâncias mais favoráveis. E, quem sabe, o lamentável episódio de Nadabe e Abiú teria sido igualmente evitado, pois ambos, frutos daquela incredulidade, eram tão culpáveis quanto os dez espias que esparramaram o desalento pelo arraial hebreu.
Todavia, como o cronograma redentivo de Deus não pode ser atrasado pelas circunstâncias, aprouve ao Senhor entregar as regras e mandamentos levíticos em pleno Sinai. E, dessa forma, a nova geração de Israel adentraria Canaã com uma disposição renovada, apossando-se de vez da terra que mana leite e mel. Sendo assim, podemos dizer que o atraso ocorrido na peregrinação dos israelitas em direção à Terra Prometida foi providencial e didático. Sem a longa estadia no deserto, Israel jamais alcançaria o seu status de nação profética, sacerdotal e real.
4. A congregação no deserto. Foi nesse período conturbado, que Deus ordenou a construção do Santo Tabernáculo. Neste ponto, vejo-me obrigado a levantar esta questão: se não fossem as duas apostasias de Israel, no Sinai, a tenda de adoração seria necessária?
Que os israelitas careciam de um centro de adoração ninguém o pode negar. Entretanto, se a peregrinação tivesse durado apenas sessenta dias, um tempo mais do que razoável, acredito que, ao invés de um santuário portátil, os israelitas seriam instruídos, pelo Senhor, a erguer uma casa definitiva. Isso, porém, só viria a acontecer quatro séculos depois da entrada de Israel em seu território. A desobediência traz retardos e atrasos em todos os sentidos. Eis porque devemos primar por uma vida de obediência ao Senhor.
IV- Os Objetivos de LevíticoÀ primeira vista, o livro de Levítico é um manual de cerimônia como outro qualquer. Todavia, uma leitura mais atenta leva-nos a ver, em suas páginas, pelo menos cinco objetivos: doxológico, hagiológico, didático, diaconológico e missiológico.

1. Objetivo doxológico. No Êxodo, o Senhor demanda de seu povo uma adoração perfeita. Já no Levítico, ensina Ele, a esse mesmo povo, como alcançar esse alvo. Em suas páginas, observamos que, além da intenção do adorador, a adoração tem de processar-se de maneira correta e santa, pois o Senhor busca os que o honram em espírito e em verdade. Por isso, a partir do sacerdócio araônico, a adoração passa a ser considerada um serviço a ser prestado regular e corretamente ao Deus Santo e Verdadeiro.
A doxologia é o primeiro e mais elevado objetivo do livro de Levítico. Eis porque, no cerne de todo sacrifício e oferta, tem de estar o coração e a alma do adorador. Menos que isso é inaceitável.
2. Objetivo hagiológico. A hagiologia não se limita a estudar a vida dos homens santos; seu objetivo inclui a pesquisa de coisas tidas como santas e o processo de santificação que as acompanha. Por essa razão, temos de ver os estágios de santificação de Israel como o segundo objetivo de Levítico. Isso porque, o Deus Santo e Verdadeiro requer, de seus adoradores, a mesma santidade e a mesma verdade. Aliás, o texto áureo desse livro é bastante claro quanto aos seus objetivos hagiológicos: “Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o SENHOR vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2).
A hagiologia bíblica abrange um duplo processo. O primeiro é separar o homem do mundo, para que ele, pelos meios da graça, santifique-se ao Senhor. O segundo leva esse mesmo homem, já separado do mundo, a santificar-se para o serviço de Deus. Conclui-se que a doxologia só há de ser perfeita se a hagiologia for completa na vida de quem professa amar e servir ao Senhor.
3. Objetivo didático. Mas, como alcançar os objetivos doxológicos e hagiológicos demandados no livro de Levítico? A fim de que a adoração de Israel fosse perfeita, o Senhor providenciou um amplo e eficaz aparato didático. Somente assim o perfeito e santo Deus seria perfeita e santamente adorado.
Devemos, portanto, ver como didáticos os livros de Êxodo e de Levítico, pois o objetivo de ambos é conduzir Israel, para que este, perfeita e completamente instruído, viesse a servir a Deus em espírito e em verdade.
Se levarmos em conta os ensinos das epístolas endereçadas aos gálatas e aos cristãos hebreus, veremos o Santo Tabernáculo como um jardim de infância, no qual os israelitas, sempre conduzidos pelas mãos de Arão e de Moisés, deveriam aprender os primeiros rudimentos das verdades divinas (Gl 3.24,25).
Infelizmente, eles recusaram-se a crescer na graça e no conhecimento do Senhor; optaram por ficar na escola de pré-alfabetização; não avançaram jamais. Vendo esse retardo atingir inclusive os cristãos, o autor sagrado exorta-os a deixar os tipos e emblemas dos bens futuros e, nestes, fixarem-se (Hb 9.11; 10.1).
Hoje, não são poucas as igrejas evangélicas gentias que, embevecidas pelo esplendor do culto hebreu, buscam reviver festas e cerimônias judaicas, como se o templo cristão fosse mera sinagoga. Nosso compromisso com Israel é orar pela paz de Jerusalém, para que os filhos de Abraão retornem o mais depressa possível à sua herança, conforme preconizam os santos profetas. Quanto a nós, já saímos do jardim de infância espiritual. Eis porque devemos cumprir a terceira ordenança de Jesus: evangelizar até aos confins da terra.
4. Objetivo diaconológico. Que Israel fora chamado a servir a Deus era algo que não podia ser ignorado nem pela nação como um todo, nem pelo adorador em particular. A doxologia, a hagiologia e a didática tinham de resultar, naturalmente, na diaconia de quem professa conhecer o Deus Único e Verdadeiro. Israel deveria erguer-se, necessária e urgentemente, como a comunidade servidora por excelência. Mas não foi isso que aconteceu. Os judeus tardaram em reconhecer a natureza de sua missão como filhos de Deus e herdeiros de Abraão. Se nos detivermos no espírito de Levítico, constataremos que o seu principal objetivo era preparar um povo obreiro ao Senhor.
5. Objetivo missiológico. O verdadeiro santo não é aquele que se limita a não praticar o mal; é aquele que, apartando-se do mal, deleita-se em fazer o bem e servir a Deus. Refugiar-se num convento pode até ser eficiente para quem busca fugir à avareza, à prostituição e às intemperanças. Todavia, tal refúgio impedir-nos-á de praticar o bem. E quem sabe praticar o bem e não o pratica ofende a Deus; faz-se tão pecador como aquele que, intemperando-se, lança-se a todos os excessos. Por essa razão, entendamos de uma vez por todas: fomos salvos para divulgar o testemunho de Jesus Cristo.
Tal ensino pode ser encontrado na essência de Levítico. Portanto, à semelhança dos demais livros das Sagradas Escrituras, ele é, também, um livro missiológico. Se Israel, compenetrando-se de sua missão como povo de Deus, observasse os seus mandamentos, teria partido dali mesmo, em pleno deserto, a anunciar as grandezas de Deus. Mas, recolhido aos seus privilégios, limitou-se a reagir às agressões dos gentios. De que modo estamos agindo como Igreja de Deus? Agimos? Ou limitamo-nos a reagir às circunstâncias? Santifiquemo-nos! Testemunhemos de Cristo em toda e qualquer circunstância.  
*Adquira o livro. ANDRADE, Claudionor de. Adoração, Santidade e Serviço: Os Princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018. 
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segunda-feira, 25 de junho de 2018

Lição 13 - 2º Trimestre 2018 - Deus me Ouve Quando eu Oro - Berçário.

Lição 13 - Deus me ouve quando eu oro

 2º Trimestre de 2018
Objetivo da lição: Mostrar às crianças que o Papai do Céu ouve as orações.
É hora do versículo: “[...] e Ele ouvirá a minha voz” (Salmos 55.17).
Nesta lição, as crianças concluirão o trimestre quando aprenderam sobre falar com o Papai do Céu, ou seja, aprenderam sobre a oração e sua importância na vida do bebê.

Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças colorirem o desenho de Jesus com as crianças. O Papai do Céu nos ouve quando falamos com Ele e nos leva em seu colo, assim como Jesus.
licao13.bercario.jesuseascriancas
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário
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Lição 13 - 2º Trimestre 2018 - O Meu Amigo Cura a Sogra de Pedro e os Doentes - Maternal.

Lição 13 - O Meu Amigo Cura a sogra de Pedro e os Doentes

2º Trimestre de 2018
Objetivo da lição: Que a criança aprenda a expressar gratidão a Jesus por meio do louvor.

Para guardar no coração: “ [...] louvem a Deus, com gratidão no coração.” (Cl  3.16)
Seja bem-vindo“Após receber com carinho a acomodar todos os alunos, converse com eles sobre o que fizeram antes de vir à igreja. Pergunte: Vocês tomaram café da manhã? Comeram pão, ou beberam um leitinho? Que delícia! Mas vocês se lembraram de agradecer ao Papai do Céu pela comidinha do café da manhã? E pelo sol, bem lindo, que está lá fora? Vocês agradeceram a Deus pelo dia de hoje? É muito importante agradecer. Vamos ficar em pé, agora, para orar e dizer obrigado ao Papai do Céu? Faça uma breve oração de agradecimento. Agradeça também pelo trimestre. Cantem um hino apropriado à lição. Recolha as ofertinhas. Aproveite para dizer que quando entregamos a Deus a nossa oferta, também estamos agradecendo pelas coisas que Ele nos dá.” (Karen Bandeira)
Somos assim
“Para os alunos do Maternal, a interatividade é fundamental. Para aprender, eles devem se relacionar entre si, o que lhes ensinará que as pessoas são diferentes umas das outras, e interagir com a maior diversidade possível de recursos (brinquedos, materiais de arte, livros, etc.). Quanto mais heterogêneo o ambiente, mais os pequeninos extraem dele. A sala de aula, portanto, deve apresentar diversos estímulos (visuais, táteis, auditivos, palatáveis e olfativos). Sempre que possível, inclua nas aulas objetos diferentes, que produzam sons, água, areia, pedrinhas, ou algum tipo de alimento que possam cheirar e degustar. O esforço do professor em oferecer tais estímulos contribui na organização da forma de pensar e agir dos alunos.” (Karen Bandeira)
Atividade do aluno
licao13maternalimagem  
Até logoPrezada professora, chegamos ao final da nossa série de estudos a respeito dos milagres de Jesus. Com certeza, a sua fé e a de seus alunos foram fortalecidas mediante o estudo de cada lição. Aprendemos o quanto o Senhor Jesus Cristo é poderoso. Ele tudo pode! Não somos merecedores dos feitos de Jesus em nosso favor, mas Ele pela sua graça nos salvou e atende aos nossos clamores. Que venhamos louvar a Jesus pelos seus feitos e partilhar do presente da salvação com aqueles que ainda não receberam a Cristo como Salvador. 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal
Envie suas dúvidas ou sugestões para telma.bueno@cpad.com.br
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Lição 13 - 2º Trimestre 2018 - O Amigo Corajoso - Jd. Infância.

Lição 13 - O Amigo Corajoso

 2º Trimestre de 2018
Objetivos: Os alunos deverão esclarecer que a vontade de Deus está acima da dos homens e Daniel teve coragem porque confiava em Deus.

É hora do versículo: “[...] Ele me livrou de todos os meus medos” (Sl 34.4).
Nesta lição, as crianças aprenderão, através da história de Daniel sendo lançado na cova dos leões, que podemos ter coragem para enfrentar as coisas mais terríveis porque confiamos no Papai do Céu.

Após realizar todas as atividades propostas na revista do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo com o desenho de Daniel sentado junto com os leões que estão dormindo e tranquilos, mesmo com um humano junto deles. É assim que o Papai do Céu faz conosco, Ele fecha a boca dos leões e os colocam para dormir para não devorar os seus filhos que confiam nEle. 
licao13.jardim.daniel
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 13 - 2º Trimestre 2018 - Uma Menina Vive outra Vez - Primários.

Lição 13 - Uma Menina Vive outra Vez

 2º Trimestre de 2018
Objetivo: Que o aluno compreenda que Jesus venceu a morte, nos garantindo a vida eterna com Deus.Ponto central: Jesus tem poder até para ressuscitar mortos e nos dar a vida eterna.
Memória em ação: “E Deus não é Deus dos mortos e sim dos vivos [...]” (Mc 12.27)
     Querido (a) professor (a), chegamos ao final de mais um trimestre e não poderíamos encerrar de maneira mais significativa do que falando aos Primários sobre o maior de todos os milagres, a salvação que Cristo conquistou por nós na cruz. Humanamente, nenhum de nós jamais mereceríamos ou tínhamos condições de alcançá-lo.
     O milagre da salvação ainda aquece seu coração? A sede de ganhar almas para Jesus ainda habita em você? A alegria quando um pecador se arrepende ainda é motivo de festa em sua alma, como o é nos céus? (Lc 15.7) 
     Como sempre dizemos, a sua aula começa e continua fora das salas de ED. Não há lição ou pregação que tenha alcance mais alto do que aquela verbalizada pelas suas ações, mais até que as com apenas suas palavras. Por isso, antes de iniciar esta aula, reflita sobre essas e tantas outras questões que o tempo e ósseos do ofício de um cristão de longa data vão tentando ofuscar. Essa reflexão é muito valiosa sempre, especialmente ao final e começo de um trimestre. Permita que o Espírito Santo renove a chama de sua vocação, reacenda o amor e alegria pelo seu chamado. Temos certeza que isso terá grande impacto no aprendizado de seus alunos.
    Já que nosso objetivo, ponto central e texto áureo são todos voltados para a salvação, além das estratégias e atividades já propostas em sua revista, sugerimos ao final da aula a confecção com os alunos do tradicional método de evangelismo chamado “Livro sem Palavras”. Para isso você precisará de cartolina ou papel 40 quilos nas cores: preta, vermelha e branca. E papel laminado dourado e verde. Como provavelmente você já sabe, a história é contada com as cores em ordem e pode ser com o recurso da canção, para facilitar a aprendizagem e memorização dos primários:
    “Meu coração era preto. Mas Cristo aqui já entrou e com seu precioso sangue (vermelho), mais alvo que a neve o tornou (branco). E disse em suas palavras que em ruas de ouro andarei (dourado ou amarelo). Ó dia feliz quando, em Cristo, a vida eterna ganhei (verde)”.

   Há possibilidade de confeccionar chaveiros, livros, dados, etc. com esta mesma ferramenta e, sobretudo, com este mesmo propósito. Use sua criatividade e decida previamente a forma lúdica que mais despertará o interesse de sua turma. Incentive-os a contarem esta história utilizando a ferramenta elaborada para seus amigos, vizinhos e familiares que ainda não vão à igreja. 
Livro sem palavras Livro sem palavras 2
Imagens de Internet
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.

Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas lições da Revista Primários. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

domingo, 24 de junho de 2018

Lição 13 - 2º Trimestre 2018 - Glória a Deus pela Família - Juniores.

Lição 13 - Glória a Deus pela Família 

 2º Trimestre de 2018
TEXTO BÍBLICO: Gênesis 12.1-3.

OBJETIVOS:
Apontar a promessa de Deus feita a Abraão;
Mostrar que a família é bênção para o mundo;
Conscientizar que devemos agradecer a Deus pela nossa família.

Prezado(a) professor(a),

Estamos chegando ao final de mais um trimestre e desejamos que as ricas bênçãos de Deus estejam estendidas sobre o vosso ministério e alunos. O tema que tratamos neste trimestre é de suma importância, pois trouxe uma reflexão profunda sobre a família, a célula máter da sociedade. Uma instituição que tem sofrido ataques constantes da parte de Satanás e os efeitos de uma desestruturação que tem predominado por conta da impaciência e desvalorização do conceito de família.

A lição de hoje tem como proposta mostrar que a família é uma bênção de Deus para o mundo. Foi assim com Abraão, quando o Senhor ordenou seu servo que saísse do lugar onde estava, porquanto havia uma promessa de fazê-lo próspero e a sua descendência ocuparia as terras da sua peregrinação (cf. Gn 22.15-18). Abraão ouviu a voz do Senhor e obedeceu e, por consequência, Israel surgiu no cenário mundial e tornou-se uma das maiores potências que o mundo já conheceu.

Como se não bastasse, Abraão se tornou também conhecido como o “pai da fé”, porquanto em um tempo de condições difíceis e sem amparo de qualquer artifício ou mesmo sem o auxílio das Escrituras Sagradas para fortalecer a sua fé, ele não recuou, mas acreditou nas promessas que Deus havia feito a seu respeito. É bem verdade que Abraão não foi fiel em todos os momentos à espera do cumprimento das promessas, prova disso é o nascimento de Ismael por intermédio da concubina Hagar. No entanto, a promessa de Deus havia de se cumprir em Isaque, por intermédio de Sara, mesmo após o seu ventre já estar amortecido e impossível de gerar um filho.

Deus é aquele que opera maravilhas e quando todas as circunstâncias diziam que já não havia mais possibilidade o Senhor surpreendeu a Abraão e cumpriu a promessa que havia feito ao seu servo. No tempo determinado, Sara já com a idade avançada teve um filho e dele frutificou toda a descendência da nação de Israel. Deus disse a Abraão: “[...] em ti serão benditas todas as famílias da terra” (cf. Gn 12.3). De modo que todos os crentes em Jesus Cristo recebem a bênção de Deus mediante a fé.

Outro aspecto que deve ser considerado na lição de hoje é a gratidão pela família. Há muitos adolescentes que se queixam de seus pais e fazem comparações desnecessárias com os pais de seus colegas porque acham que estes são melhores do que os seus. Isso é um engano, pois não sabem o que se passa na vida de seus colegas nem conhecem o tipo de relacionamento que prevalece na casa deles.

De outro modo há adolescentes que pensam que seus pais têm a obrigação de cumprir as suas vontades, pagar suas contas e prover tudo o que eles precisam. Alguns chegam ao absurdo de utilizarem-se do seguinte argumento: “Se foram eles que me colocaram neste mundo é obrigação deles arcarem com todos os meus gastos”. Esse tipo de pensamento é originário de uma geração que não respeita os pais e desonra aqueles que foram escolhidos por Deus para serem seus responsáveis. Deus não está indiferente ao que está acontecendo, mas espera pacientemente o dia em que trará a juízo toda e qualquer desobediência (Ec 12.14).

Como professores, devemos estimular os alunos a serem gratos pela família que Deus lhes concedeu, pois há muitos que não têm o privilégio de viver em família. Quantos estão sofrendo sozinhos e gostariam de ter a presença do pai ou da mãe por perto, ou até mesmo de irmãos que pudessem compartilhar das dificuldades ou de momentos de alegria! Aproveite a aula de hoje e reflita com seus alunos a respeito da família, um bem precioso que Deus nos concedeu. Diga aos seus alunos que devem demonstrar amor pela sua família e devem orar para que Deus alcance o coração daqueles que, porventura, ainda não estão salvos em Cristo.
Thiago Santos
Editor do Setor de Educação Cristã da CPAD
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições da Revista Adolescentes Vencedores. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

Lição 13 - 2º Trimestre 2018 - A Igreja e o Movimento dos Desigrejados - Juvenis.

Lição 13 - A Igreja e o Movimento dos Desigrejados

 2º Trimestre de 2018
“[...] não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; tanto mais quanto vedes que vai se aproximando aquele Dia.” (Hb 10.25)

Esboço da Lição
1. UM NOVO MOVIMENTO
2. A IMPORTÂNCIA DA IGREJA
3. A SANTA CEIA E A COMUNHÃO DO CORPO DE CRISTO
4. SEMPRE EM COMUNHÃO

Objetivos
Compreender
 o que é o movimento dos desigrejados;
Mostrar a importância da Igreja;
Saber que precisamos estar em comunhão com a Igreja de Cristo.
    Querido (a) professor (a), chegamos ao final de mais um trimestre e a você que está lendo essas linhas, todo o nosso apoio e congratulações. Sabemos que não é largo o caminho em obediência ao chamado do Mestre e árduo é o trabalho de Semeador. Contudo, eterno e glorioso também o seu galardão. “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Co 15.58).
    Nesta última aula vamos abordar um triste questão do nosso tempo, o crescente número de desigrejados, que não apenas abandonam a comunhão numa casa espiritual, como também incentivam outros a fazerem o mesmo. Faz-se muito necessário abordar este tema em sala de aula, cada vez mais cedo. É vital que seus juvenis compreendam a importância de congregar.
    Portanto, além dos subsídios já oferecidos em sua revista, também lhe damos aqui uma rica sugestão. A fim de elucidar o entendimento de seus juvenis a respeito da importância da igreja, enquanto Corpo de Cristo, propomos uma dinâmica, com a qual de forma lúdica e eficiente, seus juvenis aprofundarão ainda melhor esta lição em sua memória e coração.
     Solicite cinco voluntários, após ter todos os candidatos explique: Um não poderá falar (coloque-lhe um esparadrapo na boca); outro não poderá ver (coloque-lhe uma venda nos olhos); o outro não poderá ouvir (coloque-lhe um fone de ouvido tocando um louvor bem alto); o quarto não poderá tocar (amarre-lhe as mãos, juntas palma com palma) e, por fim, o quinto não poderá andar (amarre-lhe os pés). Diga que agora eles terão de concluir algumas tarefas em um determinado tempo (de acordo com seu planejamento de aula) e TODOS precisarão executá-las juntos, nenhum dos cinco pode ficar para trás. Os demais alunos observarão se eles estão cumprindo as regras e cronometrarão o tempo. 
    As tarefas podem ser simples, elaboradas por você, de acordo com sua criatividade e realidade, mas com o objetivo de que todos necessitem cooperar um com o outro para concluí-las. Por exemplo: O aluno que estiver de olhos vendados deverá guiar os demais, em fila, até a outra ponta da sala para pegar um objeto, mas sem pisar nas fitas - coladas por você no chão antes do início da aula (assim ele precisará ouvir seus companheiros. E o que estiver de pés atados também precisará ser auxiliado para seguir o grupo). 
    Tal objeto deve estar dentro de uma caixa e o de olhos vendados precisará identificar com as mãos qual é, mas apenas o que não estiver ouvindo poderá dizer em voz alta o nome do objeto (toda a equipe fará mímica ou o que mais lhes ocorrer para que este entenda o que é necessário. Afinal, ele ficou sem ouvir antes de sua explicação. O objeto pode ser um cata-vento, um brinquedo ou o que você tiver fácil acesso, mas que não seja tão fácil de identificar).
    Em seguida, apenas o que não pode pegar, com as mãos atadas, deverá guardar o objeto na caixa, na outra ponta da sala. E desta vez, para a travessia, sob a mesma regra de não pisar nas fitas coladas no chão, quem guiará a fila será o que está de pés atados.
    Evidentemente, para todas estas realizações, eles precisarão de paciência, cooperação, criatividade e muito espírito de equipe. Será muito divertido e engraçado para eles. Deixe que riam a vontade, pois esta descontração na verdade facilita ainda mais a aplicabilidade e internalização das importantes mensagens e lições contidas na dinâmica.
    Ao final, frise estas lições deixando que os alunos que observaram também participem. Para tal, faça perguntas que os instigue: Eles teriam conseguido executar todas as tarefas sem a ajuda uns dos outros? O que não podia ver teria conseguido atravessar sozinho, sem pisar nos “obstáculos”? E o que não podia ouvir, sem auxílio, teria entendido todas as tarefas? O que não podia pegar conseguiria transpor o objeto sem nenhuma cooperação? E o que não podia andar, teria conseguido guiar o grupo sem a compreensão e paciência de todos? O que pudemos aprender com tudo isso?
   Conclua enfatizando que da mesma maneira que observamos na dinâmica, cada um de nós temos habilidades, dons e também limitações diferentes. Mas como Igreja, como o Corpo de Cristo, nós nos completamos e ajudamos uns aos outros, estando unidos e em harmonia. Fora do corpo qualquer membro cortado putrefaça, isto é morre e se decompõe.
    Para finalizar, peça que a classe leia, responsivamente, as passagens de 1 Coríntios 12.12-27 e Eclesiastes 4.9-12.
[...] assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.
Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.
Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?  E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo?
Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.
E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários.
E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra.
Porque os que em nós são mais honestos não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela, para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.
Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.
Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante.
Também se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.
    Ore com sua turma, clamando ao Senhor para que nenhum dos que estão hoje, em comunhão, se perca, seja arrancado do Corpo de Cristo ou mutile o mesmo, matando espiritualmente a si mesmo.
    O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Juvenis. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 13 - 3º Trimestre 2018 - Conselhos Para a Vida - Jovens.

Lição 13 - Conselhos Para a Vida

2º Trimestre de 2018
INTRODUÇÃO
I - O DEUS QUE FAZ O EXTRAORDINÁRIO POR NÓS
II - O QUE NÓS DEVEMOS FAZER PELOS IRMÃOS
III - COMO SEU LÍDER SE DESPEDIRÁ DE VOCÊS
CONCLUSÃO
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:

Pensar a respeito das maravilhosas obras de Deus;
Refletir a respeito do que devemos fazer por nossos irmãos;
Mostrar como deve ser a relação entre líderes e liderados.
Palavra-chave: Conselho.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio abaixo:
A parte final das duas epístolas aos tessalonicenses é dedicada a saudações finais calorosamente recomendadas. Não há, em ambos os textos, um desfecho dolorido ou áspero; pelo contrário, percebe-se, mais uma vez, o bom relacionamento entre Paulo e aqueles irmãos. Alguns detalhes marcam essas despedidas, como, por exemplo, a referência ao “ósculo santo” e o pedido de leitura coletiva do texto (o que ratifica o caráter epistolar do escrito), além do sentimento de gratidão que transborda em cada palavra.

Temos, assim, a despedida de um líder que, apesar de toda a tribulação que enfrentou, continua a lembrar daquela comunidade com alegria. Talvez, esta seja a lição mais relevante que o apóstolo concede-nos no momento final das cartas: não devemos permitir que as dores oriundas de fatores estranhos ao evangelho afastem-nos daqueles a quem Cristo tão sacrificialmente amou. Aprendamos, então, com Paulo, como nos despedir de quem amamos e anelamos saudosamente encontrar.

Paulo entre os Tessalonicenses: um Modelo de Liderança 

Quem finaliza as epístolas é Paulo, o apóstolo, aquele que ensinou aos tessalonicenses os fundamentos da fé. Temos, assim, nesse contexto histórico, um líder em pleno vigor ministerial — com uma atuação missionária riquíssima e bem-sucedida — e uma jovem comunidade, certamente com apenas alguns meses — talvez com, no máximo, dois ou três anos de fé em Cristo.

Mesmo assim, ao final de seu texto, Paulo roga aos irmãos: “[...] orai por nós” (1 Ts 5.25). Num contexto tão adoecedor como o nosso, onde as pessoas esforçam-se o tempo todo para parecerem fortes e autossuficientes, um pedido como esse soaria como fraqueza ou desespero.

Para Paulo e os tessalonicenses, um pedido como esse tinha uma repercussão completamente diferente. Soava como confiança mútua, como humildade do apóstolo, como reconhecimento de que ninguém é tão independente que não precise de amigos intercessores nos momentos de angústia e medo.

Provavelmente por isso, a relação entre Paulo e os tessalonicenses fluía com tamanha naturalidade: havia sinceridade, mutualidade e humildade. É de líderes como Paulo que as igrejas precisam mais e mais nos dias atuais; precisamos de pessoas que se apresentem como pessoas, e não como deuses.

A Igreja Contemporânea, os Ministérios de Liderança e as Doenças de nosso Tempo

Cada vez mais nos assusta o fato de que líderes evangélicos chegam, em números crescentes, à exaustão existencial. Tornou-se frequente as narrativas sobre depressão, estafa, altos níveis de ansiedade e até mesmo suicídio de pessoas que atuam em ministérios de liderança.

A cultura de competitividade que impera em nossa sociedade adentrou a igreja em várias comunidades. Já existem lideranças gerais de grandes denominações que exigem de seus pastores locais o cumprimento de determinadas “metas”, que vão desde um determinado número de pessoas batizadas nas águas por ano, até a arrecadação mensal de valores destinados a campanhas faraônicas, cujo fim nunca chega, mas que produzem elevados índices de ansiedade.

Muitos líderes, no afã de realizarem suas vocações com maestria e dedicação, tomam a corajosa, porém comprometedora decisão, de abandonarem suas carreiras profissionais para dedicarem-se exclusivamente às inúmeras tarefas que se exige de um líder ministerial ou de um pastor local. Merece destaque o fato de que — como, inclusive, já problematizamos em páginas anteriores — alguns indivíduos usam de má-fé ao enveredarem pelo caminho de viverem integralmente para e da obra; contudo, e essa ressalva precisa ser feita em respeito à imensa maioria daqueles que servem a Deus com integridade, o grande número daqueles que decidem trabalhar unicamente nas atividades eclesiásticas doam e doam-se mais do que ganham.

Num país desigual como o nosso e com altas taxas de desemprego, renunciar um salário mensal, uma carreira promissora e a certeza de uma aposentadoria é algo que só alguém motivado pelas boas intenções do Reino é capaz de fazer. Há, dessa forma, um exército de famílias — pois seria injusto excluir esposas e filhos dessa conta — que dependem diretamente daquilo que recebem da administração eclesiástica. É aqui que os adoecimentos encontram sua justificativa social e econômica.

Refletindo exatamente sobre essa condição vitimizada do líder, Ebert e Soboll, por meio de uma análise de uma série de entrevistas realizadas, atestam que:
“Tinha um professor de seminário que dizia ‘o pastor tem que tomar muito cuidado que ele é como um soldado na guerra. Se ele comete falhas, ele está sujeito a morrer'. Então é uma vida de extrema tensão, isso, sem dúvida, que se você é uma pessoa muito visada. O pastor é uma pessoa visada” (55 anos, sexo masculino, 30 anos de trabalho pastoral).
Este relato apresenta semelhanças a uma guerra a qual, descrita por Dejours (2001, p.14), é travada sem recurso às armas, mas que implica “sacrifícios individuais consentidos pelas pessoas e sacrifícios coletivos em altas instâncias, em nome da razão econômica”. O autor afirma que nessa guerra o fundamental é o desenvolvimento da competitividade e que só permanecem os aptos para o combate, ou seja, que suportem a exigência de “desempenhos sempre superiores em termos de produtividade, de disponibilidade, de disciplina e de abnegação” (Dejours, 2001, p.13). Dessa forma, observa-se no trabalho pastoral a mesma lógica de mercado produtivo, em que o trabalhador é descartável e precisa produzir de acordo com os interesses da organização, a qual associa a manutenção do espaço de trabalho com a condição de que o pastor seja multifuncional em suas tarefas e altamente produtivo. (EBERT e SOBOLL, 2009, p.203)
Muitos líderes vivem debaixo de opressões terríveis e ameaças constantes de liderados que, mesmo longe da vontade de Deus, exigem prestígio e honra à custa de suntuosas ofertas.

O que acontece quando um líder fica refém de uma numerosa família que, apesar de ter pessoas envolvidas em escândalos e pecados, exige — leia-se isso mesmo, EXIGE — que tudo seja jogado debaixo do tapete sob a ameaça de todas as contribuições financeiras serem retidas? Quando um líder cede a esse tipo de chantagem, seu ministério está falido.

Para outros líderes, o problema está na estrutura administrativa, a qual, na maioria dos casos, não está sob o controle da liderança local e constrói uma cultura da punição. Líderes locais que não obedecem cega e alienadamente às suas lideranças maiores são retiradas de suas comunidades de maneira arbitrária; a outros são impostas exigências de uma natureza tão desumana, que forçam os mesmos a desistirem de seus ministérios.

Na balança da desigualdade, o Reino de Deus é posto de lado em muitos casos, e impera apenas o nefasto governo dos homens. É evidente que existe um Senhor no céu, cuja justiça Ele fará valer sobre toda a terra; entretanto, não podemos fazer-nos de cegos ante os abusos e injustiças que são cometidos em nome de Deus, de uma suposta visão e de uma irracional ânsia por poder.

Diante de um quadro tão dramático como esse, como fica alguém que amorosamente renunciou um projeto pessoal de desenvolvimento profissional? É desesperador imaginar que alguns santos homens e mulheres estão à mercê dos caprichos e humores de lideranças gerais que estão fora da vontade de Deus.

A que condições de humilhação um homem que, por exemplo, tenha dedicado vinte, trinta anos de sua vida ao serviço de Deus é capaz de submeter-se ao perceber que não há mais nenhuma possibilidade de retornar ao mercado de trabalho?

Ora, num país onde se discute ferrenhamente ações para reestruturar o modelo previdenciário, sob a alegação de que este não se sustenta a médio-longo prazo, o que pensar sobre o futuro de anciãos dentro da estrutura administrativo-eclesiástica contemporânea onde se insiste em não se discutir sobre o comprometimento social e econômico que as igrejas precisam ter com essas pessoas?

O que será desse conjunto de líderes que, depois de servirem a vida toda a comunidades locais, não recebe qualquer tipo de auxílio financeiro para garantir-lhe um envelhecimento digno? Projetar o futuro nessas condições adoece qualquer pessoa, por mais espiritual e madura que seja.

É um fato que a esmagadora maioria das igrejas não possui um serviço de atendimento psicológico voltado para o público que trabalha na liderança de ministérios. Além disso, nossa cultura exageradamente preconceituosa ainda associa o adoecimento psicológico a demonismo, ou, em alguns casos, à fraqueza de caráter.

Por tais motivos, o número de líderes adoecidos emocional e psicologicamente é preocupante. Como alguém com feridas e dores insuportáveis em seu ser será capaz de cuidar de outras pessoas? E, afinal de contas, quem deve zelar pela saúde dos líderes? A quem a liderança local de uma comunidade pode ou deve recorrer em um momento de crise? A clareza nas respostas das questões acima pode ser o primeiro passo para apoiar alguém em contínuo sofrimento emocional.

Sobre o papel que a religiosidade pode exercer sobre os indivíduos, Mano, em concordância com Dalgalarrondo, assevera que:
Dalgalarrondo (2008), ao apresentar uma das dimensões a respeito dos aspectos “positivos e negativos” da religião na vida das pessoas, exemplifica que, assim como na família, no casamento e no trabalho e nos demais constructos socioculturais, haverá sempre essa dimensão contraditória do positivo e do negativo. Quando vivida de maneira saudável, por exemplo, a religião atua como papel positivo de proteção em relação aos transtornos; por outro lado, pode intensificar e desencadear transtornos... (MANO, 2010, p.163)
Por tradição, os líderes pentecostais são envoltos em uma área de santidade e inviolabilidade extremas. Tal estereótipo, muitas vezes alimentado pelo próprio líder, torna-se um perigoso caminho para consolidação e cristalização da condição de sofrimento.

Urge repensarmos nossa prática ministerial de liderança, para, assim, resguardarmos a integridade psicoemocional de nossos líderes atuais. Chega de tratarmos a obra de Deus por meio de categorias como produtividade, metas ou acúmulo de riquezas. É hora de retornarmos aos basilares princípios da graça, misericórdia e bondade.
A Questão do Ósculo Santo como um Traço Cultural da Sociedade Tessalonicense

A recomendação final de Paulo quanto à saudação com ósculo (1 Ts 5.26) não é uma exclusividade para com os tessalonicenses; ele também faz recomendações idênticas às igrejas em Corinto (1 Co 16.20; 2 Co 13.12) e Roma (Rm 16.16). Deve-se notar, no entanto, que esse tipo de saudação era algo habitual entre as comunidades orientais daquele contexto histórico; tanto que Pedro também faz menção desse mesmo tipo de saudação (1 Pe 5.14).

Além disso, podemos perceber que Jesus, durante seu ministério, também se utilizava da saudação com ósculo, tanto que o traidor Judas sinaliza a identidade do Mestre por meio de um beijo (Mt 26.48; Mc 14.44; Lc 22.47); também, durante a gratidão que Jesus faz à mulher na casa do fariseu (Lc 7.45), Ele demonstra que aquela não pode ser repreendida, visto que ela beija os pés do Mestre humildemente, enquanto que o anfitrião sequer saudou o convidado com um beijo de recepção.

O beijo, φίλημα em grego, era uma tradicional saudação tanto entre judeus como entre pagãos; por isso, tornou-se uma prática comum no paleocristianismo. Inclusive, é importante ressaltar que, no contexto do cristianismo primitivo, o beijo ritualístico foi incorporado em determinadas práticas litúrgicas oficialmente pela Igreja.

Sobre essa temática do ósculo, Airhart defende que:
Saudai a todos os irmãos com ósculo (“beijo”, BAB, NTLH, NVI) santo (26). O modo costumeiro de trocar saudações pessoais naquela sociedade era pelo beijo. Entre os cristãos era um ósculo santo, porque simbolizava o amor cristão e a unidade em Cristo. Na igreja, a prática assumiu posteriormente significação formal e litúrgica. Paulo está dizendo: “Dai minhas mais amáveis saudações pessoais a todos”. Phillips dá uma conotação moderna com: “Cumprimentem-se com um aperto de mãos por toda a irmandade” (CH) (BEACON, 2006, p.402)
Por exemplo, Justino — um dos pais da Igreja — informa-nos em sua Apologia1 que, tradicionalmente após os batismos, se realizava imediatamente a celebração da ceia do Senhor, em memória do sacrifício de Jesus e para conceder aos novos ingressantes na comunidade cristã a oportunidade de participar desta que é a mais importante cerimônia cúltica do cristianismo.

Após o batismo, o novo convertido era conduzido a uma reunião de oração, na qual, ao seu final, o recém-ingressante na comunidade era saudado com ósculos, os quais eram tradicionalmente denominados de “ósculos da paz”.

Fazer menção de tal saudação para com os irmãos demonstra apenas o grau de proximidade que havia entre Paulo e os irmãos em Tessalônica. Todo e qualquer esforço para impor uma tradição cultural como esta como dogma comportamental no culto cristão hoje, ou, mais especificamente, em nossa cultura evangélica brasileira contemporânea, soaria como um total desconhecimento das tradições culturais das comunidades nos tempos apostólicos e um considerável desrespeito aos costumes das igrejas locais atuais.

É claro que o “ósculo santo” ainda é uma tradição em culturas atuais; isso porque naturalmente, entre esses povos, suas tradições interpessoais acolhem tais práticas — até mesmo independentemente de qualquer influência cristã. O que não se pode acatar é a imposição de uma prática cultural local como regra a ser imposta como verdade doutrinária.
Conclusão

A convivência de Paulo com os tessalonicenses deve servir-nos de modelo para o estabelecimento de nossas relações interpessoais; tanto como líderes e liderados, como entre pessoas e instituições — questão bastante comum, porém extremamente complexa em nossos dias.Precisamos constantemente de apoio e cuidado. Se não obtivermos os mesmos por meio de nossos relacionamentos, que também se constituem na igreja local, onde mais alcançaremos o equilíbrio emocional, que é tão importante para cada um de nós?
*Este subsídio foi extraído de BRAZIL, Thiago. A Igreja do Arrebatamento: O Padrão dos Tessalonicenses para Estes Últimos Dias.  1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

1 JUSTINO DE ROMA. I Apologia. São Paulo: Paulus, 1995.LXV.1-2.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

Lição 13 - 2º Trimestre 2018 - Ética Cristã e Redes Sociais - Adultos.

Lição 13 - Ética Cristã e Redes Sociais

2º Trimestre de 2018

PONTO CENTRAL
As redes sociais são um fenômeno social.
ESBOÇO GERAL
Introdução
I – Redes sociais
II – O perigo da relação descartável e as novas tecnologias
III – A rede social a serviço do Reino de Deus
Conclusão
OBJETIVO GERAL
Conscientizar de que as redes sociais são um fenômeno social, porém os relacionamentos virtuais podem substituir a relação interpessoal.
Ética Cristã e Redes Sociais
                                                                                                              Pr. Douglas Baptista
Devido ao avanço tecnológico, várias mudanças foram inseridas na sociedade. A rede mundial de computadores, conhecida como internet, conecta o mundo todo. Com o surgimento das redes sociais, tudo o que acontece é comentado e divulgado de modo instantâneo. Informações são transmitidas com rapidez surpreendente. Em contrapartida, vivemos um estágio em que as pessoas se relacionam mais virtualmente do que presencialmente.

O desenvolvimento das tecnologias digitais favoreceu o estabelecimento de novas formas de interação social e, a partir destas, novos paradigmas de relacionamentos. Nesse novo paradigma, as relações sociais tornaram-se virtuais, o contato e o diálogo foram se distanciando de seu conceito original e as relações sociais tornaram-se efêmeras. As publicações nas redes sociais apresentam distorções da felicidade, criam ilusões e padrões utópicos de vida perfeita. A falsa ideia de privacidade e anonimato permite extravasar sentimentos e paixões culminando em relações sociais descartáveis e desastrosas. Estatísticas indicam que mais de um terço da população mundial está conectada à web e interage por meio de redes sociais. Dados indicam que as redes sociais transformaram-se em um importante meio para a divulgação de informações e a propagação de ideologias e todo o tipo de ativismo.
Diante desses fatos, a igreja precisa instruir seus membros no uso das novas tecnologias e buscar métodos da evangelização por meio das redes sociais. O cristão precisa estar consciente de suas responsabilidades e deveres no mundo virtual. A igreja não pode viver alienada diante dessa realidade cada vez mais presente na vida dos fiéis. Neste capítulo, veremos a gênese da comunicação virtual, o conceito, o perigo e o mau uso das redes sociais, bem como o desafio da igreja hodierna em evangelizar por meio dessas novas tecnologias. Para tanto, dizem as Escrituras, “rejeitamos as coisas que, por vergonha, se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade” (2 Co 4.2).
I. O CONCEITO DE REDE SOCIAL
As redes sociais podem ser consideradas de modo genérico como sites de relacionamentos. Como fator positivo, possibilitam às pessoas se relacionarem virtualmente; todavia, também oferecem riscos aos seus usuários.

O termo é utilizado para indicar uma aplicação da rede mundial de computadores (web) cuja finalidade é relacionar as pessoas. Os que aderem a um site de relacionamentos podem conectar-se entre si, criar um perfil, adicionar amigos e conhecidos, enviar mensagens, fazer depoimentos, trocar informações, fotos e vídeos, além de estabelecer vínculos. A rede social moderna surgiu no início do século XXI e viabilizou aos usuários encontrar amigos do passado, reencontrar pessoas e ampliar o círculo social.

As redes sociais não são satisfatoriamente seguras. Os dados e informações pessoais podem ser invadidos por terceiros. Entre os principais riscos associados às redes sociais está a invasão de privacidade, danos à imagem e à reputação, vazamento de informações e contato com pessoas mal-intencionadas. Além disso, existem muitos perfis falsos (fakes), comunidades polêmicas, discriminatórias, conteúdos com imoralidade e preconceitos em geral. Como tudo na Internet e nas tecnologias da informação, as redes sociais apresentam danos para seus usuários.
II. O PERIGO DA RELAÇÃO DESCARTÁVEL E AS NOVAS TECNOLOGIAS
A velocidade da informação e a efemeridade nos relacionamentos virtuais têm provocado sérios danos nas relações sociais. Quando as novas tecnologias são utilizadas como fuga de problemas ou como substitutas das relações humanas, o chamado avanço tecnológico se torna um verdadeiro retrocesso.

1. A Distorção da Felicidade

Nas redes sociais em geral, as pessoas publicam uma vida perfeita e um mundo repleto de felicidade. As redes estimulam a prática do narcisismo, ou seja, o indivíduo que admira exageradamente a sua própria imagem e nutre uma paixão excessiva por si mesmo. Essas pessoas tendem a buscar uma felicidade fútil, em meio a fotos montadas e a sorrisos falsos. Os usuários editam a própria vida apresentando a si mesmos como vencedores e vendem a ilusão de que vivem em plena paz e harmonia. As Escrituras condenam os que se ufanam e vivem em hipocrisia (Is 5.20,21).

A verdadeira felicidade

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define felicidade como “completo bem-estar físico, mental e social”. O “Relatório Mundial sobre a Felicidade” publicado pela Universidade de Columbia, em 2012, apontou multiplicidade no conceito:
A felicidade inclui avaliações sobre a vida de maneira geral e aspectos positivos e negativos de emoções que afetam o dia a dia de cada um. Alguns fatores são externos como emprego, renda e saúde. Outros são pessoais, como gênero, educação, saúde mental e idade. Outros são inter-relacionados: com maior renda é possível ter melhor educação e sendo mais feliz, a saúde também melhora. (KAHN, Jan. 2013)
O problema desses conceitos é que eles estão condicionados a algo, a alguém ou a alguma coisa. Quando esses quesitos não são preenchidos, a felicidade acaba ou não acontece, e se instala a frustração e, em consequência, a tristeza e o sofrimento. A Bíblia Sagrada apresenta a felicidade como sendo a alegria que não depende de nenhuma circunstância (Lc 12.15). Ela é fruto do Espírito, caracterizado por um deleite e regozijo permanente na vida do cristão (Gl 5.22, Fp 4.4). A tentação de buscar a felicidade nos bens efêmeros é insensatez e resulta em desgosto (1 Tm 6.8,9). A verdadeira alegria só pode ser encontrada no temor e na obediência ao Criador: “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem” (Sl 128.1,2).
2. O Isolamento e a Solidão
Na década de 1990, pesquisadores chamaram atenção para o mal social chamado de “paradoxo da internet”. Trata-se da contradição de alguém ter vários relacionamentos virtuais e, ao mesmo tempo, ausência real de contato humano. Estudos recentes demonstram que o aumento no uso da Internet coincide com o aumento da solidão, problema acentuado pelas redes sociais. O ser humano está sendo integrado à tecnologia e tratado como se fosse também uma máquina. Essa falta de equilíbrio tem desencadeado crises emocionais, ansiedade e isolamento (Jr 6.14).

Dependência virtual

Reconhecemos a importância, a contribuição e os benefícios proporcionados pela internet e as redes sociais. No entanto, não podemos fechar os olhos diante de seus efeitos colaterais, como, por exemplo, a dependência virtual. Estudos psicológicos detectaram oito sinais de uso patológico da rede: (i) incapacidade de controlar o uso da internet; (ii) necessidade de se conectar mais vezes; (iii) acessar a rede para fugir dos problemas ou para melhorar o estado de ânimo; (iv) pensar na internet quando se está off-line; (v) sentir agitação ou irritação ao tentar restringir o uso; (vi) descuidar do trabalho, dos estudos ou até mesmo dos relacionamentos pessoais por causa da rede; (vii) sofrer pela abstinência; (viii) mentir sobre a quantidade de horas que passa conectado e/ou permanecer muito mais tempo do que o previsto (SAYEG, 2000, p. 153). O usuário enquadrado em alguns dos itens acima pode estar usando a internet como fuga para problemas psicológicos. O não tratamento desses sintomas resulta em dependência e isolamento cada vez maior.

3. Relações Sociais Efêmeras
Segundo o sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017), a sociedade vive um momento de frouxidão nas relações sociais. Bauman chama esse fenômeno social de “modernidade líquida”. Os tempos são “líquidos” porque tudo muda tão rapidamente. Nada é feito para durar, para ser “sólido”. Nas redes sociais, com apenas um clique é possível bloquear, deletar e excluir pessoas. E com outro clique pode aceitar, comentar e curtir outras pessoas. Essa situação representa um declínio das sólidas relações humanas, uma vez que, por meio das tecnologias, a amizade, o amor e o respeito entre as pessoas são facilmente descartáveis (Ec 1.2).

O efeito paradoxal

A maior parte das pessoas busca nas redes sociais aproximação com outras pessoas. Mas, em total paradoxo, os relacionamentos virtuais tendem a ter maior importância que os relacionamentos reais. É comum, por exemplo, pessoas caminharem “conectadas” absortas e cabisbaixas pelas ruas, alienadas do mundo real. Quase ninguém mais conversa sem o uso da internet. Nos restaurantes, famílias inteiras ou grupo de amigos, acessam a internet e não dialogam entre si, exceto por monólogos ou sobre o que estão vendo nas redes sociais. Esse fenômeno também é observado nas escolas, no âmbito do trabalho e até de maneira insana e irresponsável no trânsito urbano. Tal comportamento é um retrocesso, pois torna as relações humanas superficiais, transitórias e irrelevantes. Faz-se necessário e imprescindível corrigir essas distorções, especialmente em nossa vida privada, junto de nossa família e de nossos amigos. A sensatez é primordial, uma vez que todo excesso é extremamente danoso ao ser humano.

4. A Falsa Sensação de Privacidade

Diversos usuários das redes sociais iludem-se com a sensação de privacidade e ficam expostos a toda espécie de constrangimentos. Comentários pessoais, sentimentos de foro íntimo, fotos e vídeos comprometedores saem da área do privado e se tornam públicos. Essa sensação de privacidade também favorece a prática do pecado viral (algo que se espalha rápido como um vírus). Pode ser desde a reprodução e retransmissão de pornografia até a divulgação de notícias falsas e difamatórias (2 Tm 2.22; Pv 16.28).
A indecorosa prática do “nudes”

A possibilidade de manter a identidade real oculta é um dos fatores que impulsionam o uso equivocado da internet. Algumas pessoas sentem-se à vontade para extravasar seus impulsos sexuais ilícitos sem medo de repercussão. A fantasia do anonimato e a falta de inibição estimulam a prática da imoralidade. Uma conduta deplorável tem sido a postagem de “nudes” (imagens da pessoa nua).

Segundo pesquisas divulgadas por sites especializados, mais de 50% das mulheres com acesso a redes sociais já enviaram, ao menos, uma foto de nudes e mais de 42% dos homens já realizaram tal prática (TRIBUNA DO CEARÁ, out. 2016). A postagem da imagem de “nudes” acontece no âmbito privado, mas, em vários casos, quem recebe as imagens salva as fotos e as compartilha nas redes sociais, tornando-as de domínio público. Tal atitude pode ser responsabilizada criminalmente; no entanto, nenhuma condenação poderá reparar o dano moral causado. Os que tiveram suas fotos divulgadas passaram e passam por diversos infortúnios, tais como o bullying, automartírio, abalos psicológicos e alguns chegam inclusive ao extremo de cometer o suicídio. O ideal mesmo é não compartilhar nenhuma imagem íntima nem sua e nem de terceiros, primeiro por ser uma prática imoral (Gl 5.19) e segundo por ser uma conduta antiética.

III. A REDE SOCIAL A SERVIÇO DO REINO DE DEUS

A igreja de Cristo precisa ser consciente quanto ao potencial das redes sociais e deve usá-la na propagação do Reino de Deus. Mas para evangelizar nas mídias não basta postar mensagens de cunho cristão; é indispensável o bom testemunho do usuário na rede de computadores.

1. O Bom Testemunho nas Redes Sociais

Cristo ensinou que o cristão é a luz do mundo (Mt 5.14) e que essa luz deve resplandecer por meio das boas obras a fim de glorificar o nosso Pai que está nos céus (Mt 5.16). Desse modo, para o bom testemunho nas redes sociais, o cristão não deve postar comentários negativos ou fazer pré-julgamento das pessoas. Deve tomar todo cuidado e precaução com fotos e vídeos que publicar, sejam pessoais, sejam de terceiros. Avaliar o conteúdo, a coerência, o vocabulário e a ética cristã das mensagens antes de postar, comentar ou curtir. Paulo nos ensina a fazer de tudo para ganhar as pessoas para Cristo (1 Co 9.22).

Importância da boa reputação

O requisito de boa reputação é fator preponderante na evangelização, tanto a pessoal (corpo a corpo) quanto a virtual (internet). O bom caráter e a idoneidade daquele que evangeliza deve ser testemunhado pelos não crentes. Espera-se dos cristãos que desfrutem de um viver reto e íntegro, por meio da oração e santificação no Espírito Santo. Se isso não for observado, a evangelização será inócua, quem evangeliza será difamado e envergonhado, a igreja colocada em descrédito e o evangelho de Jesus vilipendiado:
Um viver incoerente, contraditório com os valores morais e éticos do evangelho, certamente inviabilizaria toda e qualquer possibilidade de ser reconhecido como um líder cristão, como um instrumento de bênção nas mãos de Deus. Um viver incompatível com o evangelho apenas revela o profundo abismo existente entre o homem e Deus. (EMAD, 2005, p. 241)
Somos servos de Deus e estamos sendo observados. Se quisermos testemunhar de Cristo e seu evangelho, precisamos vigiar nossa conduta. Portanto, é inadmissível que aqueles que usam as redes sociais para provocar constrangimentos, estimular o preconceito e a discriminação, enviar ou receber “nudes”, curtir e compartilhar imagens, vídeos e mensagens com conteúdo lascivo ou duvidoso possam ter autoridade moral ou espiritual para evangelizar alguém. Quanto à necessidade de evangelizar corretamente, Paulo nos alertou: “se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada” (1 Co 9.17)
2. O Uso Correto da Evangelização Digital
A Internet é uma grande aliada na divulgação do  evangelho, porém alguns cuidados são necessários para não tornar a mensagem inócua. As postagens não podem ser grandes e os vídeos não podem ser demorados. A mensagem precisa ser clara, concisa e objetiva. Antes de compartilhar as imagens, deve-se verificar a veracidade bíblica daquela mensagem e o seu teor teológico. Em lugar de postagens com frases de efeito ou de autoajuda, devem-se priorizar os versículos bíblicos. Ao reproduzir áudios e vídeos, deve-se verificar se não existe algo que possa causar escândalos ou intolerância religiosa. Também não se deve atacar a ninguém, apenas anunciar e confessar a Cristo (1 Co 1.23,24).

Evangelizar é comunicar

No decorrer da história da humanidade, Deus tem se revelado e se comunicado com o ser humano. O escritor aos Hebreus assevera que Deus falou antigamente aos pais, pelos profetas, e a nós falou-nos nestes últimos dias pelo seu Filho (Hb 1.1). Desse modo, o ápice da comunicação divina acontece na Encarnação do Verbo Divino: “o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória” (Jo 1.14). Jesus Cristo é o encontro mais pleno alcançado entre Deus e o homem. Ao revelar sua mensagem aos escolhidos, Deus desejou que ela fosse compartilhada com todos: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.19, ARA). Portanto, evangelizar não é simplesmente anunciar uma doutrina, mas é comunicar-se com o outro, isto é, “entrar em diálogo, relacionar-se, viver em comunhão com Deus para poder testemunhar com autenticidade Àquele em quem se crê e entrar em comunhão com outras pessoas” (SILVA, 2015, p. 12). Sob essa perspectiva, as redes sociais tornam-se um campo fértil para a comunicação do evangelho.

Resultados promissores

Em 2011, a Global Media Outreach (Alcance Global pela Mídia) divulgou que mais da metade das pessoas que se decidem por Cristo na internet posteriormente compartilham sua fé com outros internautas. Desses convertidos on-line, 34% afirmam ler a Bíblia Sagrada diariamente. O estudo denominado de “Índice do Crescimento Cristão” ouviu mais de 100.000 pessoas ao redor do mundo. Segundo Walt Wilson, presidente da instituição, desde a sua fundação, em 2004, mais de 15 milhões de pessoas já se decidiram por Cristo. A eficácia da evangelização pode ser resumida em três processos bem simples: (i) levá-los ao Salvador — páginas web que ajudem a encontrar Jesus; (ii) alimentá-los na fé — websites de discipulado e guias para recém-conversos; e, (iii) conectá-los à Igreja — conduzir o convertido a frequentar uma igreja local. Para isso, explica Wilson, não basta ter uma página na internet, transmitir cultos e comunicar-se pelas web rádios. O resultado se obtém por meio do discipulado e a comunicação com o novo convertido; essas ações são tão imprescindíveis quanto o evangelismo (ARAGÃO, Dez. 2011).
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quinta-feira, 14 de junho de 2018

Lição 12 - 2º Trimestre 2018 - Jesus Orou em um Jardim - Berçário.

Lição 12 - Jesus orou em um jardim

 2º Trimestre de 2018
Objetivo da lição: Mostrar às crianças que falar com o Papai do Céu nos ajuda a ficar longe do mal.

É hora do versículo: “[...] levantai e orai [...]” (Lucas 22.46).

Nesta lição, as crianças continuarão aprendendo sobre a oração, e saberão que orar nos ajuda a ficar longe do mal. O nosso exemplo disso é Jesus, que orou até mesmo em um jardim. Jesus orava em todos os lugares.
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças colorirem o desenho de Jesus orando no jardim do Getsêmani. Peça que as crianças façam desenhos de flores para enfeitar o jardim onde Jesus estava orando.
bercario.licao12.getsemani
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário
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Lição 12 - 2º Trimestre 2018 - O Meu Amigo Cura o Empregado de Um Oficial - Maternal.

Lição 12 - O Meu Amigo Cura o Empregado de um Oficial

2º Trimestre de 2018
Objetivo da lição: Levar as crianças a reconhecerem que Jesus pode curar toda enfermidade. 
Para guardar no coração: “ [...] será feito como você crê [...]”. (Mt  8.13)
Seja bem-vindo
Receba os alunos com alegria. Cumprimente os visitantes e acomode-os em seus lugares. Comece a aula dizendo que está muito feliz por ser amigo(a) de Jesus. Diga: “É tão bom ser amigo(a) de Jesus! Quem convida Jesus para vir morar em seu coração pode viver com Ele para sempre lá no céu!
Cantem juntos uns corinhos que falem a respeito do céu, ou sobre a vida eterna. Pode ser o corinho ‘Meu coração era sujo, mas Cristo aqui já entrou...’ Acompanhados por um cântico apropriado, recolham as ofertinhas” (Karen Bandeira).
Somos assim“A criança adquire autoconfiança através do relacionamento que estabelece com aqueles que são importantes em sua vida — em primeiro lugar, os pais; depois, os professores e outros — e não por meio de lições que a ensinam a ser autoconfiante. O professor deve aceitar e respeitar o seu aluno. Precisa saber quando elogiá-lo por seus esforços e quando incentivá-lo a se esforçar mais. Deve lhe mostrar tudo aquilo que já aprendeu. Sua atitude e seu relacionamento para com o seu aluno são as mais poderosas ferramentas da sala de aula, na construção do seu amor-próprio” (BEECHICK, Ruth. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 42).
Atividade do aluno
 licao12maternal

Até logoDepois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em Lucas 7.1-10. 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal
Envie suas dúvidas ou sugestões para telma.bueno@cpad.com.br
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