terça-feira, 29 de setembro de 2020

Lição 01 - 4º Trimestre 2020 - O Livro de Jó - Adultos.

 

Lição 1 - O Livro de Jó 

4º Trimestre de 2020

ESBOÇO DA LIÇÃO
I – Autoria, Local e Data do Livro de Jó
II – Estrutura Literária do Livro de Jó
III – Natureza e Mensagem do Livro de Jó

OBJETIVOS GERAL DA LIÇÃO
Mostrar que o Livro de Jó é uma poesia inspirada que retrata o dilema vivido por uma pessoa histórica.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS    
I. Mostrar que, a partir das evidências internas do livro, é possível conhecer o contexto no qual Jó viveu;   
II. Especificar o gênero literário e de que forma esse conhecimento ajuda na compreensão do Livro de Jó;   
III. Identificar o propósito e a mensagem do Livro de Jó.

ÉTHOS E PÁTHOS NA MENSAGEM DE JÓ

Pastor José Gonçalves

Não há dúvida de que o tema da sabedoria, como, por exemplo, aquela exposta no livro de Provérbios, passa a ser contrastada com a sabedoria encontrada no livro de Jó. Enquanto Provérbios põe a sabedoria em termos morais, isto é, com o Senhor recompensando os bons e punindo os maus, Jó, por outro lado, contrasta com essa forma de crer. Daniel Estes (2013, p. 336) destaca que 

o propósito maior do livro de Jó é demonstrar que embora a retribuição seja vista como uma verdade geral, a regra da soberania de Deus sobre o mundo não pode ser reduzida a uma fórmula rígida de retribuição. 

Na contramão da Teologia da Retribuição, Jó é um poderoso discurso contra a ideia de que o justo não sofre ou passa por revezes. O livro ecoa aquilo que, tempos depois, o salmista verbalizaria no Salmo 73: “Por que os justos sofrem e os ímpios prosperam?” (ver Sl 73). 

Não há dúvida de que Jó faz contraste com a doutrina da retribuição e demonstra inquestionavelmente a condição humana frente à soberania divina. O Deus de Jó é soberano. Todavia, a sua soberania não deve transformá-lo em um algoz ou carrasco. O livro deixa claro que Ele permite Jó ser testado até o limite último, mas não para provar que era soberano ou mostrar que era Deus, mas, sim, para provar que, mesmo oculto e ficando em silêncio, Ele estava com Jó e amava-o. Em Jó, a graça às vezes está oculta, mas está lá! Foi por amor que Ele reabilitou-o, e não, simplesmente, porque era soberano e podia fazer isso. O Senhor estava interessado no relacionamento com Jó e permitiu o Diabo tocá-lo para mostrar que Jó não servia a Deus por interesse, mas também porque o amava. Nesse aspecto, o livro de Jó levanta-se como um poderoso protesto contra a frieza que o legalismo religioso produzia no universo da fé. O culto a Deus não podia ser explicado em termos de leis ou regras meramente cerimoniais ou até mesmo morais. Elas eram importantes sim, mas não eram tudo. O livro não põe o preceito acima do princípio; não põe em evidência a Lei, mas a graça. Nesse sentido, a religião não é apenas regras, mas, sobretudo, relacionamento. Dessa forma, Jó antecipa-se em muitos séculos àquilo que os profetas pregariam. Assim como Jó, os profetas viam Deus não apenas como ethos, isto é, preceitos ético-morais, mas, sobretudo, pathos, isto é, amor, coração e afeto. Deus não era apenas razão, mas também emoção.

Aqui, a contribuição de Abraham J. Heschel (2012) — sem dúvida, um dos maiores estudiosos do fenômeno profético no antigo Israel — será de grande importância para mostrar que aquilo que em Jó apresenta-se de forma embrionária passa a ganhar corpo e forma nos profetas.i Heschel (1907–1972), um judeu austro-americano, estudou a ocorrência da profecia entre os hebreus e no mundo antigo, e os seus estudos há muito se tornaram referência mundial na pesquisa do movimento profético antigo. Mas é, sobretudo, a sua compreensão da relação existente entre pathos e ethos e como estes norteiam a práxis profética que fornecem uma grande contribuição na compreensão desses importantes personagens da história bíblica. Heschel (1973, vol. I, p. 70) destacou que o estudo da profecia bíblica revela que a experiência dos profetas caracterizava-se pelo que ele denomina de “coparticipação com os sentimentos de Deus, uma simpatia com o pathos divino”. O pathos divino é, portanto, refletido no profeta e, consequentemente, na sua forma de agir. Nesse aspecto, Heschel destaca que a resposta do profeta à inspiração divina é a simpatia que ele demonstra por aquilo que Deus quer e sente e, também, por aquilo que a ele foi revelado. 

Julius Wellhausen (1844–1918) creditou aos profetas a criação do monoteísmo ético no antigo Israel.ii Heschel (1973, vol. II, p. 109), por outro lado, não nega a contribuição dos profetas para o monoteísmo ético, mas destaca que a sua gênese não pode ser atribuída aos profetas clássicos, pois a moralidade já era uma bandeira levantada muitos tempo antes destes. Na análise de Heschel, o perigo dessa abordagem é fazer-se separar o ethos do pathos. Por essa proposta, os profetas seriam simples mensageiros morais em oposição ao cerimonialismo ritual. Para Heschel (1973, vol. II, p. 109), a moralidade “não era a principal característica da mensagem profética”. Para ele, o ethos divino não opera sem o pathos. Heschel (1973, vol. II, p. 110) destaca:

Qualquer pensamento de uma objetividade ou uma auto-subsistência das ideias platónicas, seja a ideia da beleza ou da justiça, é estranha aos profetas. Deus é eternamente pessoal, todo sujeito. Seu ethos e pathos são um. A preocupação com a justiça, a paixão com que os profetas condenavam a injustiça, [estava] enraizada em sua simpatia com o pathos divino. A principal característica do pensamento profético é a primazia da participação de Deus na história. A história é o domínio com o qual as mentes dos profetas estão ocupadas. São movidos por uma responsabilidade para com a sociedade, por uma sensibilidade ao que o momento exige.

Isso é importante, porque, no entendimento de Heschel (1973, vol.II, p. 110), a compreensão dos profetas sobre Deus não se limitava apenas a uma “ideia” sobre Ele, mas a um entendimento dEle. Não era, portanto, um conhecimento advindo de uma investigação teórica. Os profetas não se referiam a Deus como um ser distante e inalcançável, mas como estando sempre próximo e presente. Esse relacionamento íntimo com Deus era, sem dúvida, a fonte da sua inspiração, mas não a única. Dessa forma, a compreensão do propósito de Deus para o mundo vinha da inspiração que vinha dEle e, também, da correta compreensão da história. Heschel (1973, vol. II, p. 116) destaca que “a presença e anseio de Deus falou com eles através das manifestações da história”. Isso significa que os profetas receberam o seu conhecimento primeiramente da inspiração divina que tiveram e, secundariamente, dessa mesma presença divina na história. Heschel (1973, vol. II, p. 119) destaca que essa forma de Deus revelar-se aos profetas caracteriza a relação entre o pathos e o ethos.

Para o profeta, como assinalamos, Deus não se revela numa qualidade de absoluto abstrato, mas num relacionamento pessoal e íntimo com o mundo. Ele não apenas ordena e espera pela obediência; Ele também é afetado pelo que acontece no mundo e reage de acordo. Eventos e ações humanas despertam em alegria ou tristeza, prazer ou raiva. Não é concebido como julgar o mundo e ser separado dele. Ele reage de maneira íntima e subjetiva e, portanto, determina o valor dos eventos. Como é evidente do ponto de vista bíblico, as obras do homem podem movê-lo, afetá-lo, afligi-lo ou, pelo contrário, fazê-lo feliz e contente. Essa noção de que Deus pode ser intimamente afetado, que possui não apenas inteligência e vontade, mas também pathos, define de maneira básica a consciência profética de Deus.

No seu relacionamento com Deus, o homem não se conduz de forma passiva, mas numa forma dinâmica que se constitui um desafio aberto. Não acontece em um mundo de contemplação, mas numa relação apaixonada (Heschel, vol. II, p. 120). Assim sendo, não há, portanto, uma separação entre pathos e ethos, como dois polos em constante oposição ou em movimento dialético. Para Heschel (1973, vol. II, p. 120) “não há uma dicotomia de pathos e ethos, de motivo e norma. Não existe em forma conjunta em oposição; eles implicam-se e presumem-se um ao outro”. Nas palavras de Heschel (1973, vol. II, p. 122):

Não há dicotomia de pathos e ethos, de motivo e norma. Eles não existem em forma conjunta, como estando em oposição; eles implicam e pressupõem um ao outro. O pathos de Deus é ético, já que Ele é a fonte da justiça, e Seu ethos é cheio de pathos porque Deus é absolutamente pessoal, carente de algo impessoal. O pathos, então, não é uma atitude tomada arbitrariamente. Sua lei interna é a lei moral; o ethos é inerente ao pathos. Deus se importa com o mundo e compartilha seu destino. Na verdade, esta é a essência da natureza moral de Deus: Sua disposição para ter uma participação íntima na história do homem.        

Por fim, Heschel (1973, vol. II, p. 123) destaca que a compreensão da teologia do pathos é capaz de mudar o entendimento que se tem dos problemas humanos. Nesse aspecto, a visão do profeta sobre o homem é a mesma que Deus tem desse mesmo homem. Deus está entrelaçado na existência humana, e, dessa forma, aquilo que os homens fazem interessa a Ele. Heschel destaca que “o pecado, a culpa, o sofrimento, não podem separar-se da situação divina. A vida de pecado é algo mais que um fracasso do homem; é a frustração de Deus” (Heschel, 1973, vol. II, p.123). Citando Deuteronômio 10.14-15, Heschel (1973, vol. II, p. 124) destaca que, jamais na história, o homem foi levado tanto a sério como no pensamento dos profetas. Na mente dos profetas, destaca Heschel (1973, vol. II, p. 124),

o homem não é apenas uma imagem de Deus; é a preocupação perpétua dele. A ideia de pathos acrescenta uma nova dimensão à existência humana. Tudo quanto o homem faça, afeta não só a sua própria vida, mas também a vida de Deus na medida em que esta é dirigida ao homem.

A grande contribuição do pensamento de Heschel é que ele não apenas ajuda a resgatar a função da profecia na sociedade hebraica, mas, sobretudo, o verdadeiro sentido da religião — o relacionamento correto com Deus. Assim como os profetas, Jó demonstra que o experimentar Deus é muito mais profundo do que o falar sobre Ele. Nesse aspecto, tanto o pathos como o ethos nos profetas e em Jó, conforme definidos por Heschel, são paradigmas da verdadeira espiritualidade. Em outras palavras, o servir a Deus dá-se em bases relacionais, e não numa forma de barganha do tipo toma lá dá cá. 

Texto extraído da obra “A Fragilidade Humana e a Soberania Divina:O Sofrimento e a Restauração de Jó”.


i  HESCHEL, A. Joshua. Los Profetas, vol. I, II, III. Buenos Ayres: Paidos, 1973.
ii SICRE, J. Luis. Profetismo em Israel:O profeta, os profetas e a mensagem, p. 372. Petrópolis: Vozes, 1996.


Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Lição 13 - 3º Trimestre 2020 - Um rei muito inteligente! - Berçário.

 

Lição 13 - Um rei muito inteligente! 

3º Trimestre de 2020: Subsídio especial

Objetivo da lição: Proporcionar atividades que permitam à criança saber que Deus nos dá inteligência.

É hora do versículo: “É o Senhor quem dá sabedoria [...]” (Provérbios 2.6).

Nesta lição, as crianças aprenderão, através da história de do rei Salomão que o Papai do Céu nos dá inteligência. Salomão foi o rei mais inteligente que já existiu. Vamos fazer uma coroa bem bonita para ele?

Imprima a folha abaixo e distribua para as crianças enfeitarem o desenho da coroa. Esta coroa será do personagem da nossa história. Ela deve ficar bem bonita. Faça esta atividade depois de realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo. Disponibilize papéis picados dourados.

coroa licao13 bercario

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 13 - 3º Trimestre 2020 - Deus dá a salvação - Maternal.

Lição 13 - Deus dá a salvação 

3º Trimestre de 2020: Subsídio Especial 

Objetivo da lição: Que a criança aprenda que o pecado nos separa de Deus e que ela creia em Jesus como seu Salvador.

Para guardar no coração: “[...] Tu foste o meu alto refúgio e proteção [...]” (Sl 59.16, ARC).

Pense...

“Prezado(a) educador(a) cristão(ã), um componente muito importante da Escola Dominical é o currículo. O currículo deve ser uma resposta às reais necessidades da igreja. Enquanto igreja, o que precisamos? E quando falamos em crianças do Maternal, quais são suas necessidades? Respondendo a esses questionamentos são formulados o rol de conteúdos e formas de abordagens aos mais diversos temas.

O currículo das lições da CPAD é pensado para atender as necessidades de sua igreja e dos seus alunos. Procure explorar sempre ao máximo cada tópico buscando sempre promover um despertamento nos corações de suas crianças. É a partir da Escola Dominical e de sua prática docente que os seus alunos vão vivendo um despertamento quanto à grande missão que lhes é dirigida por Deus.

Querido(a) professor(a), você foi chamado(a) por Deus para inflamar suas crianças e levá-las ao comprometimento com a seara do Mestre e com o Senhor Jesus Cristo” (Marcos Tedesco – Adaptado). 

Cuidado com as crianças

Reflexão para encerrar o trimestre

“Pense nos professores que você teve na escola, igreja e outros lugares. Faça uma lista de professores que você diria foram ‘amorosos’. Faça outra lista de professores que claramente não se importavam com os alunos. Quais foram as características que você usou para descrever quem era amoroso? Como você determinou quem não era amoroso? Suas avaliações acerca do cuidado  e preocupação dos professores são justas? Mais tarde, o que os alunos dirão de você como professor? Como os alunos determinarão se você amava-os ou não” (MACRAE, Bob. A Essência da Vida do Professor. 1.ed. Rio de Janeiro:  CPAD, 2018, p. 50).

Ideias para a aula

Nesta lição, as crianças aprenderão que o Papai do Céu nós dá a salvação. Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e na revista do aluno, caso haja tempo, distribua para as crianças um coração confeccionado em cartolina. No centro da figura do coração escreva o nome de JESUS. Depois que todos estiverem com seu “coração”, leia o nome e fale a respeito de Jesus. Diga que foi através da sua morte e ressurreição que recebemos o presente da salvação.  Conclua a atividade orando e lembrando que o Papai do Céu nos ama e que somente Ele pode nos dá a salvação em Jesus Cristo. Sem Jesus não podemos um dia chegar ao Céu. 

Até logo

Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em Romanos 3.23; 5.8. Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Telma Bueno

Setor de Educação Cristã 

Lição 01 - 4º Trimestre 2020 - Miriã ajuda a mamãe Joquebede - Maternal.

 

Lição 1 - Miriã ajuda a mamãe Joquebede 

Objetivo da lição: Despertar na criança o desejo de ajudar o próximo, especialmente a mãe e outros membros da família. 

Para guardar no coração: “Um ao outro ajudou [...]” (Is 41.6).

Seja bem-vindo 

“Professora, este é o primeiro domingo do trimestre, por isso é importante que você renove a decoração da sala e verifique os brinquedos que precisam ser substituídos e o material que será utilizado, como por exemplo: cola, giz de cera, visuais, guache. Receba seus alunos calorosamente e incentive-os para uma nova fase de descobertas e aprendizado que está começando. Não se esqueça de apresentar os novos alunos que provavelmente estão ingressando em sua turma. Faça uma oração para iniciar a aula agradecendo a Deus por poderem estar juntos para aprender mais a respeito de Deus na Escola Dominical. Reserve alguns minutos para cantar com os alunos. Procure escolher cânticos que falem a respeito de ajudar ao próximo, tema central das lições deste trimestre. Dê oportunidade para que um dos alunos recolha as ofertas. Enfatize a importância de contribuir com alegria. Apresente o versículo do dia e diga aos alunos que hoje eles aprenderão uma história que mostra que mostra uma menina que ajudou a sua mãe a cuidar do seu irmão” (Daniele Pereira).

Subsídio professor

“Parece bastante óbvio que não há necessidade de provar a afirmativa de que não podemos ensinar sem saber ou conhecer. Como pode o nada produzir algo, ou a escuridão gerar luz? A afirmação dessa lei parece um axioma; porém, um estudo mais profundo demonstrará que é uma verdade fundamental: a lei do professor. Nenhuma outra condição é tão fundamental e essencial. Se invertermos os termos dessa lei, outra verdade importante será revelada: O que o professor conhece, isso deve ensinar.

A palavra conhecer ocupa um lugar central na lei do professor. O conhecimento é o material com que trabalha o mestre, e a primeira razão em favor dessa lei deve ser buscada no conhecimento. O que os homens chamam de conhecimento apresenta muitos graus, desde o primeiro vislumbre de verdade até a mais perfeita compreensão. Em diferentes estágios, a experiência de vida, como a adquirimos, caracteriza-se: (a) por um conhecimento fraco; (b) pela habilidade de relembrar voluntariamente, ou descrever, de modo geral, o que temos aprendido; (c) pelo poder de explicar, provar, ilustrar e aplicar o que aprendemos; e (d) pelo conhecimento e apreciação da verdade em seu significado mais profundo e suas relações mais amplas, por cuja força e importância atuamos, sendo por ela modificada a nossa conduta. A história somente é história para quem assim a lê e a conhece. É esta a última forma de conhecimento, ou experiência, que deve ser introduzida na lei do verdadeiro professor.

Mas a lei do professor é apenas uma das leis do ensino, e o fracasso pode provir da violação das outras leis, bem como da negligência desta. De modo semelhante, o sucesso em certa medida pode resultar da obediência a outras leis. Contudo, o ensino sempre será duvidoso e fraco se for caracterizado por inadequado conhecimento da matéria a ser ensinada” (GREGORY, John Milton. As sete leis do Ensino. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp. 24,25).

Atividade do aluno

licao1 maternal atividade
Até logo

Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em Êxodo 2.1-10. 

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal

Lição 13 - 3º Trimestre 2020 - Jesus expulsa do Templo os vendedores - Jd. Infância.

 

Lição 13 - Jesus expulsa do Templo os vendedores 

3º Trimestre de 2020: Subsídio Especial 

Objetivo: Após a criança participar ativamente das experiências de ensino, aprenderá a ter reverência na casa de Deus. 

Aprendendo a Bíblia: “[...] O meu amor pela tua casa, ó Deus, queima dentro de mim como fogo.” (João 2.17)

Nesta lição, as crianças continuarão aprendendo que a igreja é a Casa de Deus, e Jesus expulsou alguns homens que estavam fazendo coisas erradas dentro dela. Na casa do Papai do Céu devemos ter reverência e fazer o que é certo.

Como atividade complementar, após a realização das atividades propostas na revista do aluno e do professor, e caso haja tempo, sugerimos que você imprima a folha abaixo, entregue uma para cada aluno e peça que escrevam o versículo do dia dentro do coração. Reforce que devemos amar a Casa de Deus e cuidar bem dela.

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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 13 - 3º Trimestre 2020 - Ester, a rainha que salvou o seu povo - Primários.

 

Lição 13 – Ester, a rainha que salvou o seu povo 

3º Trimestre de 2020 – Edição Especial

Objetivo: Ensinar que é a vontade de Deus que todos sejamos salvos. Por isso, devemos aceitar a Jesus como salvador e falar sobre Ele para outras pessoas.

Frase do Dia: Jesus morreu para salvar a todos.

Memória em ação: “Deus quer que todos sejam salvos e venham a conhecer a verdade” (1 Timóteo 2.4) 

Querido (a) professor (a), 

chegamos ao final de mais um trimestre, este de ainda maior desafio, tanto no âmbito pessoal, quanto no coletivo, devido ao cenário que enfrentamos – uma pandemia mundial sem precedentes e todas as circunstâncias que a sucedem. 

Não podemos minimizar a dor dos que perderam os mais de 138 mil mortos pela COVID-19 em nosso país. Os danos e sofrimentos dos milhares de desempregados, profissionais de saúde esgotados, pessoas ainda internadas, etc. 

Evidentemente que precisamos – e iremos – seguir adiante, mas sem negligenciar, deixar de ajudar e menos ainda negar os que ficaram para trás, pois independente de visão ideológica ou política tal postura não seria humana e muito menos cristã. Mais do que nunca o mundo em trevas carece de luz. E assim diz o SENHOR:

— Vocês são a luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte.  Ninguém acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto. Pelo contrário, ela é colocada no lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu”. (Mateus 5:14-16 NTLH)

Para ilustrar aos pequeninos a importância de falarmos de Jesus, levarmos sua luz a este mundo de escuridão, após aplicado o conteúdo de sua revista, propomos a uma brincadeira. 

Leve uma lanterna convencional ou aquela luz de emergência de LED menor (quanto mais iluminar, melhor), custam de R$10 a R$15 e são muito úteis, podendo posteriormente até mesmo serem deixadas como medida de segurança na própria sala de aula. Outra opção útil e econômica também encontrada em lojas de artigos de casa com preços populares são spots de led, mas estes funcionam a pilha (ambos na figura abaixo).

ledvarias leds

Coloque as crianças sentadas em círculo e pergunte se elas gostam de estar no escuro, se conseguem enxergar as coisas, andar sem tropeçar em nada, sem cair, etc. Deixem que falem sobre como é ruim andar na escuridão. Em seguida, leia esta passagem de Mateus 5:14-16 NTLH para elas e explique esta analogia proposta por Jesus, do quanto nós que o conhecemos, precisamos ser LUZ neste mundo para as pessoas que não o conhecem e portanto, andam como que em meio a escuridão.

Mostre a todos a lanterna, explicando como a liga. Explique que você cantará (ou colocará) uma música, e quando esta parar, a luz se apagará e quem estiver com a lanterna na mão deverá acendê-la imediatamente. Quem demorar para acender, deverá sair da próxima rodada. 

crianca

Sugerimos a música “Melhor Amigo” e você poderá apagar a luz no trecho: “Com Jesus estou seguro / Não tenho medo do escuro / Mamãe pode apagar a luz/ Vou dormir com Jesus”. 

Pergunte como fica o coração delas quando a luz se apaga e o alívio que dá quando o colega liga a lanterna. Finalize a brincadeira, enfatizando a importância de sermos essa luz, falando do amor de Jesus para todas as pessoas e sobre a sua promessa de um dia estarmos com Ele no Céu.

O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula! 

Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD

Lição 13 - 3º Trimestre 2020 - Voltar para Canaã é o meu sonho - Juniores.

 

Lição 13 - Voltar para Canaã é o meu sonho 

Texto bíblico: Gênesis 49.28-33; 50.1-26.

Prezado(a) professor(a),

Estamos terminando mais um trimestre e na aula desta semana seus alunos aprenderão que o perdão de Deus é permanente e o nosso também deve ser em relação às pessoas que nos fizeram algum mal. Na história contada nesta lição os irmãos de José temeram que após a morte de Jacó, José se voltaria contra eles e se vingaria de todo o mal que eles lhe fizeram. Mas o coração do servo de Deus estava verdadeiramente restaurado. Mesmo após a morte de seu pai, José manteve a sua palavra e cuidou de seus irmãos durante o tempo que viveram na terra do Egito. Isso mostra o poder que o perdão tem de curar as pessoas, até mesmo aquelas que precisam se livrar da culpa pelo mal que causaram a alguém. Deus usou o sofrimento de seu servo para um propósito maior.

O fato mais importante a destacar no perdão liberado por José é o seu discernimento quanto à provisão de Deus além do seu sofrimento. A forma como Deus usa a dor de José para providenciar o livramento e a preservação do povo hebreu é algo maravilhoso, apesar de não ter sido fácil para José ter de enfrentar tantas adversidades. De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, CPAD, p. 106):

[...] José, por exemplo, sofreu muito por causa da inveja e da crueldade dos seus irmãos. Foi vendido como escravo pelos seus irmãos e continuou como escravo de Potifar, no Egito (Gn 37; 39). Vivia no Egito uma vida temente a Deus, quando foi injustamente acusado de imoralidade, lançado no cárcere (39) e mantido ali por mais dois anos (40.1 – 41.14). Deus pode permitir o sofrimento em decorrência das más ações do próximo, embora Ele possa soberanamente controlar tais ações, de tal maneira que seja cumprida a sua vontade. Segundo o testemunho de José, Deus estava agindo através dos delitos dos seus irmãos, para a preservação da vida (45.5; 50.20). [...] Dizer que Deus permite o sofrimento não significa que Deus origina o mal que ocorre neste mundo, nem que Ele pessoalmente determina todos os infortúnios da vida. Deus nunca é o instigador do mal ou da impiedade (Tg 1.13). Todavia, Ele, às vezes, o permite, o dirige e impera soberanamente sobre o mal a fim de cumprir a sua vontade, levar a efeito seu propósito redentor e fazer com que todas as coisas contribuam para o bem daqueles que lhe são fiéis.

Explique a seus alunos que Deus não é mal só porque o sofrimento existe. Muitas coisas ruins que acontecem são fruto do pecado e da desobediência do ser humano que não quer viver em comunhão com Deus e, por isso, as consequências ruins acabam sobrevindo. Ilustre a relação com Deus apresentando o relacionamento de seus alunos com seus responsáveis. Muitas vezes, eles ficam com raiva quando os pais não fazem as suas vontades ou deixam de dar-lhes aquilo que gostariam de receber de presente. Note que os pais terrenos querem o melhor para seus filhos, mesmo que isso lhes custe repreendê-los e colocá-los de castigo, se assim for necessário.

Semelhantemente, Deus usa situações ruins e as transforma em aprendizado, crescimento espiritual e fortalecimento da fé. Foi assim na vida de José e assim será na vida de seus alunos. Aproveite e peça seus alunos que criem uma história em quadrinhos que ilustre os principais momentos da vida de José, desde o momento inicial na casa de seu pai até o reencontro com seus irmãos depois que se tornou Governador do Egito. Ao final, ore com seus alunos, pedindo a Deus que os ajudem a perdoar aqueles que os tenham ofendido. 

Tenha uma ótima aula.

Lição 13 - 3º Trimestre 2020 - No meio do fogo cruzado - Pré Adolescentes.

 

Lição 13 - No meio do fogo cruzado 

3º Trimestre de 2020: Subsídio Especial 

A lição de hoje encontra-se em: 1 Coríntios 13.2, 4-10.

Olá prezado(a) professor(a),

Na lição desta semana seus alunos aprenderão que muitas vezes somos confrontados com opiniões contrarias à nossa, no que diz respeito à fé. Como ressaltamos no inicio deste trimestre, a fé e a ciência são conhecimentos que andam juntos, afinal de contas, foi o próprio Deus quem proveu a inteligência humana. Infelizmente, temos de lidar com pessoas mal intencionadas que usam o conhecimento da ciência e do mundo para negarem a fé e a soberania de Deus sobre a sua criação.

O grande dilema desta lição é mostrar a seus alunos que a diferença não está no fato de sermos perseguidos. Afinal de contas, o próprio Senhor Jesus foi perseguido e admoestou seus discípulos de que também sofreriam perseguições por causa da pregação do evangelho. No entanto, é importante ressaltar que a perseguição é um fato, mas o mais importante é a forma como lidamos com ela. Nem sempre seremos aceitos nos lugares que frequentamos ou a nossa opinião será bem-vinda. Por conta disso o crente deve se precaver e buscar ter a sua palavra temperada com sal, como afirma as Escrituras Sagradas (cf. Cl 4.6). Isso significa que a nossa opinião deve ser sempre equilibrada, na proporção certa, de modo que não sejamos inconvenientes com as pessoas que nos cercam, mas também não precisamos estar acuados em defender a nossa fé. Basta sabermos expor nosso pensamento cristão sem ofender ou obrigar as pessoas a aceitarem o que dizemos.

É importante ressaltar que o nosso código de ética é a Palavra de Deus. Seja qual for a situação o servo de Deus não se utiliza da ciência para embasar a sua opinião, pois acreditamos no que dizem as Escrituras Sagradas, e isso nos basta como verdade absoluta. É uma questão de fé, acreditar ou não na Bíblia. Embora a ciência tenha a sua forma de explicar os eventos de formação e desenvolvimento da natureza isso não significa que o Criador tenha de ficar de fora. Ele sim é o protagonista de toda a criação e não deve ser ignorado. O que a ciência faz, muitas vezes, é comprovar o que a Bíblia já afirma a muito tempo.

Aproveite a lição desta semana para resumir a relação ciência X fé. Reforce que Deus não quer que vivamos numa eterna relação de oposição com a ciência, mas saibamos discernir os limites definidos pela Palavra de Deus. Aproveite e construa com seus alunos uma pesquisa que mostre de que forma a ciência comprova o que a Bíblia já dizia a muito tempo. Será uma pesquisa interessante que você poderá discutir os resultados com seus alunos em sala de aula!

Boa aula!

Lição 13 - 3º Trimestre 2020 - O caminho para viver - Adolescentes.

 

Lição 13 - O caminho para viver 

3º Trimestre de 2020: Subsídio Especial 

Objetivos:   
1. Identificar os bons e os maus caminhos.
2. Reconhecer a necessidade de escolher o caminho da vida.

Enfoque Bíblico  "Há caminhos que parecem certos, mas podem acabar levando para a morte.” (Provérbios 16.25) 

Professor (a), com esta lição estaremos fechando o trimestre! Separamos uma dinâmica para você utilizar no encerramento da lição.
Boa aula!

Dinâmica: “Os dois caminhos”

Material utilizado: canetas, folhas de papel ofício, cola ou fita adesiva, um mural, uma faixa para o mural com a frase “Os dois caminhos”.

Instruções:

Quando todos os adolescentes já tiverem acomodados no local da aula de estudo. Distribua uma caneta, tesoura e duas folhas de papel ofício para cada um. (Se o grupo for bem grande, divida em dois ou três grupos para juntos realizaram a atividade).

Peça-os para colocarem os pés sobre o papel e contorná-los com a caneta. Depois que estiver pronto, solicite que cada um deles corte o papel de acordo com o contorno dos pés. Oriente-os a escreverem um procedimento correto no desenho do pé direito, retirado dos textos bíblicos estudados no estudo bíblico que você ministrou, enquanto no contorno do pé esquerdo, escreverem um ato contrário à Palavra de Deus.

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Depois que todos tiverem concluído a tarefa, peça que cada um deles se levante e leia os dois procedimentos escritos. Na medida em que cada um terminar a leitura, ordene que vá até o mural da sala e cole os desenhos com o contorno dos pés, no local indicado, o pé direito em um lado e o esquerdo no outro.

Então, será formado um caminho com dois tipos de pegadas: a esquerda (condutas erradas) e a direita (condutas corretas).

Reflexão/Bate papo:

Reflita com eles qual deve ser a atitude do cristão, agradar a Deus acima de tudo e termos a Palavra de Deus como luz para nosso caminho, escolhendo seguir aquilo que é correto à luz da Bíblia.

Fonte: https://ministerio-c-adolescentes.blogspot.com/2013/07/dinamica-os-dois-caminhos.html?m=1

Lição 13 - 3º Trimestre 2020 - A Vigilância conserva pura a igreja - Adultos.

 

Subsídios Lições Bíblicas - Adultos

Lição 13 - A Vigilância conserva pura a igreja 

3º Trimestre de 2020: Subsídio Especial 

ESBOÇO DA LIÇÃO
I – MEIA-NOITE: O DIA QUE JÁ PASSOU
II – MEIA-NOITE: INÍCIO DE UM NOVO DIA
III – MEIA-NOITE, A HORA DAS TREVAS
IV – MEIA-NOITE A VINDA DO NOIVO
V – O CLAMOR DA MEIA-NOITE, UM BRADO DE ALERTA

OBJETIVOS GERAL DA LIÇÃO
Sinalizar a necessidade de o aluno cultivar uma vida de oração e de vigilância.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS    
I. Apontar o sentido da expressão ‘à meia-noite’;   
II. Revelar que ‘à meia-noite’ é o início de um novo dia;   
III. Expor que ‘à meia-noite’ é a hora das trevas;   
IV. Destacar que ‘à meia-noite’ marca a vinda do noivo;   
V. Ressaltar o clamor da ‘meia-noite’ como um brado de alerta.

Por que o Arrebatamento ocorrerá antes da Grande Tribulação?

Pastor Ciro Sanches Zibordi

Recebi, há pouco tempo, por meio das redes sociais, o desafio de responder a algumas questões levantadas por um grupo da Internet que se opõe à doutrina bíblica do Arrebatamento da Igreja antes da Grande Tribulação. Elas têm um tom contestador e giram, sobretudo, em torno do ensinamento prevalecente no meio pentecostal de que haverá um livramento aos salvos em Cristo antes da manifestação do Anticristo. Depois de ler as perguntas com cuidado, resolvi apresentar-lhes respostas sucintas e objetivas, todas, é claro, fundamentadas nas Escrituras, a Palavra de Deus.

1. “Se o arrebatamento dos vivos é depois da primeira ressurreição, e a primeira ressurreição é depois da grande tribulação, então como ter um arrebatamento antes da grande tribulação?”

Primeiro, para ser mais preciso, o que ocorrerá logo após a ressurreição dos mortos em Cristo é a transformação dos salvos vivos (1 Co 15.52; 1 Ts 4.15), e não o Arrebatamento. Segundo, o Rapto da Igreja, na verdade, abarcará tanto os mortos como os vivos, os quais, juntos, transformados, subirão ao encontro do Senhor, nos ares (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.16,17). Terceiro, o termo “primeira ressurreição” não alude a um momento, e sim a um tipo, a uma modalidade. O termo é uma referência à ressurreição dos salvos em Cristo, em contraposição à “segunda ressurreição”, que é a ressurreição dos perdidos. Quarto, o termo “primeira ressurreição” em Apocalipse 20.4-6 alude aos salvos durante a Grande Tribulação, que “foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem” (v. 4), porque eles, assim como os que ressuscitaram por ocasião do Arrebatamento, fazem parte dessa modalidade de ressurreição (veja a questão 10).

2. “Se a Igreja é um plano de Deus e Israel outro plano de Deus, então por que a Bíblia diz em Romanos 11 que os gentios foram enxertados em Israel? Por que em Efésios 2:14-15 diz que Jesus fez de judeus e gentios um povo só (Igreja)?

A aliança de Deus com Israel não foi anulada. Isso está claro no próprio texto de Romanos 11, que trata do futuro desse povo eleito de Deus: “o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades” (vv. 25,26). Por isso mesmo, em Apocalipse 12, a mulher vestida do sol, com uma coroa com doze estrelas, representa Israel, e não a Igreja. As doze estrelas são uma alusão clara às doze tribos israelitas. Note: não foi Jesus (o Menino) quem saiu da Igreja para, no futuro, reger o mundo com vara de ferro, e sim a Igreja que dEle saiu (cf. Mt 16.18). Nesse caso, o texto apocalíptico também confirma que a aliança com Israel está de pé, pois ali se menciona o livramento que Deus dará a esse povo durante a Grande Tribulação.

3. “Se vai haver três vindas de Cristo, por que a Bíblia só fala de duas?”

A rigor, não haverá três vindas. A Segunda Vinda é, claramente, um glorioso acontecimento formado por vários eventos, como o Arrebatamento da Igreja, o Tribunal de Cristo, as Bodas do Cordeiro — no Céu, enquanto ocorre a Grande Tribulação, na terra —, a Manifestação do Senhor com a sua Igreja etc. E, se alguém acha estranha uma vinda durar cerca de sete anos, lembre-se de que a primeira vinda do Senhor durou mais de trinta anos! Outrossim, a terceira viagem de Paulo, que estudamos na Escola Dominical como se fosse uma viagem rápida, durou quase três anos e meio!

4. “Se o arrebatamento é antes da grande tribulação, então por que em Mateus 24 Jesus narra a grande tribulação e só depois o arrebatamento?”

Em Mateus 24.3, o Senhor Jesus responde a uma pergunta tripartida de modo igualmente tripartido, e não necessariamente em ordem cronológica. É preciso estudar a passagem em apreço com muito cuidado, em vez de abraçar o simplismo. A resposta do Senhor abrange o período até o ano 70, o período da Segunda Vinda — que, por sua vez, abarca o período do Arrebatamento da Igreja e os sinais indicadores desse evento — e o período do fim do mundo.

5. “Se o arrebatamento é secreto, então por que na parábola das dez virgens tanto as loucas quanto as prudentes veem e ouvem o noivo (Jesus)? E se vai haver segunda chance para os que ficarem, então por que não houve segunda chance para as que ficaram?”

A parábola das dez virgens não é uma analogia do Arrebatamento, exclusivamente; ela abrange o Reino dos céus como um todo (Mt 25.1). Mas é evidente: o crente que vive na prática do pecado e, assim como as virgens loucas, estiver desapercebido por ocasião do Rapto vai ficar do lado de fora e não participará das Bodas do Cordeiro. Na aludida parábola, o Senhor deixa claro que a Segunda Vinda é iminente (v. 13), mostrando que devemos estar prontos para o Arrebatamento da Igreja, que dará início a uma série de eventos escatológicos. Quanto à possibilidade de salvação após o Arrebatamento, o livro de Apocalipse trata disso com muita clareza. Mas é preciso estudar esse livro (veja especialmente as seguintes passagens 6.9-11 e 7.13,14), e não apenas dizer, de modo simplista, que ele é difícil, linear ou extremamente simbólico.

6. “Se o arrebatamento é antes da grande tribulação, então por que Paulo diz em 1 Co. 15:51 e 52 que o arrebatamento vai ser mediante a última trombeta?”

A última trombeta de Deus, mencionada em 1 Coríntios 15.51,52 e 1 Tessalonicenses 4.16,17, nada tem que ver com a última trombeta de juízo por ocasião da Grande Tribulação. A última trombeta a ser tocada no Arrebatamento é chamada assim porque ao longo da Bíblia mencionam-se várias ocasiões em que Deus convocou seu povo por meio de trombetas. A primeira trombeta de Deus, possivelmente, está em Êxodo 19.16-19. A trombeta do Arrebatamento é a última de Deus. A de juízo é a última de uma série de sete, tocada por um anjo (Ap 11.15-19). Ou seja, são coisas completamente diferentes.

7. “Se a vinda de Cristo pode se dar a qualquer momento (iminentemente), por que em Marcos cap. 13 Cristo diz que a segunda vinda dEle seria depois que sucedesse todos os sinais, inclusive a grande tribulação?”

O Arrebatamento da Igreja, que — sem dúvida — é iminente, dará início a uma série de acontecimentos escatológicos, os quais culminarão com a prisão de Satanás, último evento antes da instauração do Milênio (Ap 19.11-21; 20.1-6). Mais uma vez: é preciso estudar a Bíblia, tendo em vista que ela é análoga. Em Lucas 21.36 e nas passagens correlatas de Mateus 24 e Marcos 13, o próprio Senhor Jesus mostra que a Segunda Vinda, um livramento para a Igreja antes da Grande Tribulação, será iminente. Portanto, quando Ele disse, em Marcos 13.24-31, que virá “depois daquela aflição”, em que “o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua luz”, referiu-se claramente à sua Manifestação em grande glória, e não ao Arrebatamento.

8. “Se a Igreja tem que ser tirada para o anticristo se manifestar, então por que em 1 Tessalonicenses 2 Paulo fala que nossa reunião com Ele é depois da manifestação do anticristo?”

O texto aludido, na verdade, é 2 Tessalonicenses 2. Aqui, a Palavra de Deus mostra que o Anticristo só se manifestará quando o povo de Deus for tirado da terra (vv. 6-8). Quando Paulo passa da revelação do Iníquo para a sua destruição, isso não quer dizer que ambas as coisas acontecerão no mesmo instante. Há sete anos entre uma coisa e outra! Quanto à menção à reunião, no versículo 1, Paulo estava retomando de modo resumido o que já estava falando com os crentes de Tessalônica, os quais já tinham recebido um detalhado ensinamento sobre o Arrebatamento. Ou seja, a primeira epístola precisa ser levada em consideração como contexto para a segunda. E, em 1 Tessalonicenses 5.2-9, o apóstolo Paulo deixou claro que os filhos da luz não experimentarão os juízos da ira de Deus, isto é, não passarão pela Grande Tribulação: “vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como ladrão de noite. Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão; porque vós sois filhos da luz e filhos do dia; [...] nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, [...] Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo”.

9. “Se todos seremos transformados num momento, num abrir e fechar de olhos, como será possível que permaneçam escolhidos ou santos para serem transformados depois, no final da tribulação?”

De acordo com Apocalipse, os santos que serão transformados, após sua ressureição, antes do Milênio, são os mártires que não aceitarão o senhorio da Besta, e não a Igreja arrebatada, que já estará no Céu (cf. 4-6; 19). O “todos” de 1 Coríntios 15.51,52 alude a todos os salvos vivos e a todos os mortos em Cristo. Segundo 1 Tessalonicenses 4.16,17, ambos os grupos irão ao encontro do Senhor nos ares.

10. “O que acontecerá com os crentes que morrerem durante este período de tribulação? E então, com os vivos, o que se passará? Sendo que a Bíblia fala de um único arrebatamento e não de dois, e de ‘uma só ressurreição (para vida)’ (Apocalipse 20:5), não de duas; e esta ressurreição acontecerá no ‘ultimo dia’ (João 6:39; 40; 44; 54)”.

Como já vimos, há duas modalidades de ressurreição (Dn 12.2; Jo 5.28,29). É necessário estudar a doutrina das ressurreições com todo o cuidado — contando com a ajuda do Espírito Santo —, a fim de entender que as expressões “primeira ressurreição” e “segunda ressurreição” não designam momentos específicos, e sim tipos ou modalidades de ressurreição. A primeira ressurreição, a da vida, não ocorrerá apenas no Arrebatamento. Ela abarca várias etapas, como se lê em 1 Coríntios 15.20,23; Mateus 27.52,23; 1 Tessalonicenses 4.16; Ap 11.11 etc.. Os mortos em Cristo durante a Grande Tribulação que ressuscitarão antes do Milênio também fazem parte da primeira ressurreição. Os outros mortos, os ímpios, que fazem parte da segunda ressurreição, a da condenação, só ressuscitarão após os mil anos (Ap 20.4-16).

Texto extraído do site CPADNEWS. Disponível em: < http://www.cpadnews.com.br/blog/cirozibordi/apolog%C3%83%C2%A9tica-crist%C3%83%C2%A3/180/por-que-o-arrebatamento-ocorrera-antes-da-grande-tribulacao.html>

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

Lição 13 - 3º Trimestre 2020 - A Mídia em Prol do Reino de Deus - Juvenis.

 

Lição13 – A Mídia em prol do Reino de Deus 

3º Trimestre de 2020: Subsídio Especial 

“Salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne” (Judas v.23)

ESBOÇO DA LIÇÃO   
1. A Grande Comissão   
2. Somos Atalaias   
3. O aumento do Paganismo   
4. A Grande Urgência   
5. Você e os Meios de Comunicação

OBJETIVOS
Reconhecer a responsabilidade de anunciar a Cristo.
Perceber os desafios e as oportunidades para a difusão do Evangelho.
Descobrir como utilizar os meios de comunicação em favor do Reino de Deus.

Prezado (a) professor (a), 

chegamos ao final de mais um trimestre, este de ainda maior desafio, tanto no âmbito pessoal, quanto no coletivo, devido ao cenário que enfrentamos – uma pandemia mundial sem precedentes e todas as circunstâncias que a sucedem. 

Não podemos minimizar a dor dos que perderam os mais de 138 mil mortos pela COVID-19 em nosso país. Os danos e sofrimentos dos milhares de desempregados, profissionais de saúde esgotados, pessoas ainda internadas, etc. 

Evidentemente que precisamos – e iremos – seguir adiante, mas sem negligenciar e menos ainda negar os que ficaram para trás, pois independente de visão ideológica ou política tal postura não seria humana e muito menos cristã. Mais do que nunca o mundo em trevas carece de luz. Assim diz o SENHOR:

Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.

Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”. (Mateus 5:14-16)

Compartilhe com sua classe esta reflexão e Palavra do nosso Deus. Pergunte aos seus juvenis o que cada um pode fazer, utilizando os meios de comunicação, para ser e resplandecer essa luz em meio a um período de tanta escuridão. 

Certamente alguns já o fazem, você pode pontuar alguns exemplos que julgar interessante, pertinente, motivador, mesmo que sejam promovidos por jovens de fora da sua igreja ou até mesmo do país. 

Deem-lhes também oportunidade de compartilharem com a turma, caso conheçam, algumas iniciativas deste tipo, que são luz para as pessoas necessitadas e incentive-os a juntos organizarem uma ação nas Redes Sociais para fomentar e pôr em prática esta ideia de evangelismo virtual. 

Essa faixa etária é extremamente criativa e habilidosa tecnológica e virtualmente. Muitas vezes eles só precisam de incentivo e direcionamento. Portanto, motive-os a exporem suas ideias, pode ser a produção de um vídeo, uma ação social em prol de alguma necessidade da comunidade local com “vaquinha” online, divulgação por meio de tweets, sorteio no Instagram, etc. 

Seja o orientador e incentivador desta ação. Não deixe que eles percam a empolgação ou o foco dentro das limitações existentes. Lembre-os que mais importante do que o tamanho da ação é a sua continuidade. Portanto, não há problema algum em começar com algo mais simples, mas que seja conduzido até o final. 

O rumo é mais importante que a velocidade, assim como a constância é mais importante do que a intensidade. Principalmente para esta faixa etária estes pontos são essenciais de serem frisados.

O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula! 

Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

Lição 01 - 4º Trimestre 2020 - Moisés - A Presença de Deus é Mais Importante - Jovens.

 

Lição 01 - Moisés - A Presença de Deus é mais importante 

3º Trimestre de 2020

Pastor Alexandre Coelho

E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera face a face (Dt 34.10)

INTRODUÇÃO

Exemplos de vida sempre nos chamam a atenção. Pessoas que passaram por adversidades, que tiveram planos frustrados ou suspensos por certo tempo e que posteriormente deram “a volta por cima” cativam narrativas e também nos dão certa dose de esperança para dias mais tranquilos. Há também pessoas que nos chamam a atenção pelo fato de terem sido vocacionadas a certos desafios e que, mesmo relutantes, deram passos rumo à obediência e entraram para a história como verdadeiros ícones de coragem e admiração.   

Moisés é uma dessas pessoas. O tão conhecido libertador e legislador de Israel traz-nos exemplos firmes de uma vivência com Deus em dois momentos desafiadores: (1) a escravidão do povo no Egito e (2) a condução do povo, antes escravo, rumo à Terra Prometida.

Neste capítulo, trataremos não apenas sobre a vida de Moisés, mas também sobre um dos momentos mais importantes da caminhada do libertador com o povo de Deus: o momento em que ele diz que a presença do Eterno faz mais diferença do que a bênção dele em nossas vidas.  

I – MOISÉS E A SUA CHAMADA

1. Um Povo que se Forma em Meio à Escravidão

Podemos dizer que a história de Moisés, homem de Deus, dá prosseguimento à história começada séculos antes pelo próprio Deus, quando Este escolheu um homem, Abraão, e desafiou-o a segui-lo por uma caminhada sem dar-lhe o destino final, porém com a promessa de uma terra e uma descendência inumerável. Casado com uma mulher estéril, Abraão creu em Deus, foi considerado justo e viu a promessa de Deus no seu filho, Isaque. 

Isaque, filho de Abraão, aprendeu com o seu pai a crer em Deus, tornou-se um homem de oração e, também casado com uma mulher estéril, Rebeca, viu o milagre de Deus quando a sua família recebeu dois filhos gêmeos, Esaú e Jacó. 

O mais novo dos gêmeos ganhou a bênção de ser considerado o mais velho por meio de uma mentira astuciosa; e, tendo saído de casa para não ser morto, casou-se com uma mulher também estéril, Raquel. Parece que a esterilidade naqueles tempos não era incomum — pelo menos não na história dos três patriarcas. Isso implicava mais fé de cada casal a fim de receber o cumprimento da promessa de Deus. Entretanto, como o seu pai e o seu avô, Jacó viu a misericórdia de Deus alcançando o seu lar e concedendo-lhe a paternidade com a esposa que amava. 

O filho amado de Jacó, José, foi parar entre os egípcios como escravo e lá se tornou governador. José fez grandes obras no Egito, como, por exemplo, preservar a nação de uma fome de sete anos. Como já era esperado, José traz a sua família para o Egito a fim de que ela seja preservada da fome e, depois, morre. Assim se encerra o livro de Gênesis.

O livro de Êxodo narra já no início o que ocorreu depois que José morreu:

Os filhos de Israel frutificaram, e aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu deles. Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José, o qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós. Eia, usemos sabiamente para com ele, para que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte com os nossos inimigos, e peleje contra nós, e suba da terra. (Êx 1.8-10) 

Sabe qual foi a forma como os egípcios delimitaram um freio no crescimento populacional dos hebreus? Matando os meninos e preservando as meninas.

2. Tirado das Águas

Moisés tem a sua vida preservada por Deus desde quando era apenas um bebê. Ele nasceu em um período péssimo para um menino ser trazido ao mundo, justamente quando crianças do sexo masculino, descendentes de hebreus, no Egito, estavam sendo mortas por ordem de Faraó para que o povo não se multiplicasse e não se voltasse contra os egípcios. Essa foi a maneira “sábia” como o rei do Egito tentou controlar a natalidade de meninos filhos dos escravos. Apesar disso, os hebreus continuavam a crescer.  

Moisés significa “tirado das águas”. Trata-se de um nome apropriado para um menino que foi achado num cesto no rio. A sua mãe biológica acabou tomando conta de Moisés até este ser entregue para a sua “mãe adotiva”, a filha de Faraó. Crescido em um palácio como um príncipe, “Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios” (At 7.22). Até o momento em que precisou fugir do convívio com os egípcios por ter matado um deles, o futuro legislador de Israel teve uma cultura moldada para a liderança.   

3. Uma Vida Cômoda no Exílio

Após presenciar um egípcio agredindo um hebreu, Moisés fez justiça com as próprias mãos. O seu ato fez com que ele precisasse fugir do Egito, deixando para trás a cultura palaciana, dirigindo-se para Midiã. Como refugiado em terra estranha, Moisés pode ter assimilado o costume da família de Jetro, um midianita, e foi recebido como membro daquela casa ao casar-se com Zípora (Êx 2.15,21). 

Cuidar de ovelhas parecia promissor para Moisés. Fugido do Egito aos 40 anos de idade, teve bastante tempo para aprender a apascentar o rebanho da família (Êx 3.1), até que o Senhor foi falar com ele. Ao aparecer a Moisés, o Eterno diz ao hebreu refugiado que ele havia sido escolhido para libertar os seus irmãos. Essa seria uma grande empreitada, e Deus já havia planejado os detalhes. O Egito tornara-se um lugar de opressão para os filhos do patriarca Abraão: “[...] Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito” (Êx 3.7). Os escravos que Faraó estava oprimindo eram o povo de Deus. A resolução eterna já havia sido decretada: “Portanto, desci para livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e larga” (Êx 3.8). 

Mas o que Moisés tinha a ver com essa revelação e com essa empreitada divina? Ora, ele era um pastor octogenário e mais preocupado em preservar a subsistência da família cuidando de ovelhas do que outra coisa. 

Ele havia sido escolhido por Deus para executar a missão de falar com Faraó e tirar o povo do Egito: “Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (Êx 3.10).

As orações do povo de Deus foram feitas para Ele. A missão era dEle. O povo a ser liberto era dEle. O Senhor, porém, chama Moisés para representá-lo. Certamente Moisés não esperava por essa. Aqui está uma das verdades mais contundentes quando pensamos nas pessoas da Bíblia: todas fazem parte de um plano maior, desenhado por Deus, para fazerem a diferença no mundo. O Senhor “desceu” não apenas para livrar o seu povo, mas também para comissionar aquele que seria o seu porta-voz, Moisés. Na sua grandeza, Deus está mais interessado em trabalhar com pessoas limitadas para realizar grandes feitos por meio da fé.

Acontece que o próprio Moisés dá desculpas para não se envolver nessa empreitada. Os anos como fugitivo dos egípcios deram a ele uma zona de conforto da qual não se afastaria, a não ser por uma forte intervenção divina. Ele tinha conhecimento da sua ascendência hebreia, mas não imaginava que seria usado por Deus para retornar ao Egito e desafiar um rei a colocar em liberdade a sua mão de obra escrava. 

Acho que sou a pessoa errada para isso...

Aos seus próprios olhos, Moisés era uma pessoa limitada. Vemos, no diálogo com Deus, Moisés apresentando ao menos cinco desculpas para não cumprir o que o Senhor havia determinado: 

a) “Quem sou eu?” (Êx 3.11) Essa é a perspectiva de um homem que tem dificuldades de olhar para si como uma pessoa adequada por ter sido escolhida por Deus.
E as desculpas estavam só começando...

b) Qual é o nome do Deus que te enviou? (Êx 3.13) “E eu apareci a Abraão, e a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, o Senhor, não lhes fui perfeitamente conhecido” (Êx 6.3). Os deuses egípcios tinham os seus nomes e atribuições, e, com certeza, os hebreus iriam querer saber se havia uma conexão entre as suas orações e aquele enviado hebreu para falar com Faraó. 

c) Deus não apareceu a você (Êx 4.1). Uma das questões mais importantes na vida cristã é a certeza de que uma pessoa teve um encontro com Deus. Se Moisés fosse ao Egito no seu próprio nome, teria dificuldades para ser convincente. As pessoas iriam acreditar que Deus havia aparecido a Moisés?

d) Não sou eloquente (Êx 4.10). Desde que o Senhor dotou-nos da capacidade de falar e transmitir ideias, somos desafiados a ter uma forma de falar que seja convincente. Um homem com dificuldades de comunicar-se pode atrair mais risos do que convicção. Deus, no entanto, iria tratar com o Egito não apenas com as palavras de Moisés, mas também com operações sobrenaturais.  

e) Manda outro (Êx 4.13). Por fim, Moisés pede ao Senhor que mande outra pessoa no seu lugar. O Eterno irou-se com Moisés e mencionou o nome de Arão como uma pessoa que iria com Moisés tratar dos assuntos de Deus.

4. Deus Confirma a Chamada de Moisés

O Eterno, onisciente, não deu margens às questões ponderadas por Moisés; antes, impulsionou o reticente pastor de ovelhas à sua chamada. O Senhor não apenas chancelou vocação daquele ancião, como também agiu confirmando com milagres o que havia dito a Moisés. Mais do que isso, Deus foi com ele nas entrevistas com o rei do Egito, orientando Moisés e intervindo, por meio do seu servo, com julgamentos sobrenaturais ante às negativas de Faraó. 

É possível crer que as limitações que apresentamos ao Senhor para não realizarmos a sua obra serão aceitas? Penso que não. Limitações tornam-se a fonte pela qual o poder de Deus opera em nós. É possível dar desculpas a Deus para não se fazer a obra dEle, mas, quando aprendermos a confiar nEle, e não em nossa capacidade, veremos o quanto pode ser feito para a sua glória.

5. De volta para o Egito

Vencidas as primeiras objeções do próprio Moisés, chega o momento de partir para o Egito e obedecer a Deus. Arão encontra-se com Moisés; eles conversam, reúnem os anciãos, e Moisés refaz os milagres que foram feitos no seu encontro com Deus. O resultado não poderia ser diferente: “E o povo creu, e ouviram que o Senhor visitava aos filhos de Israel e que via a sua aflição; e inclinaram-se e adoraram” (Êx 4.31).  

Após esse momento, Faraó recebe a visita de Moisés e Arão, deixando claro, porém, que não atenderia ao que Moisés falou. O povo de Israel era escravo e, na perspectiva de Faraó, deveria continuar assim. Além disso, por que o rei acreditaria em um profeta vindo de Midiã, falando em nome de um Deus que sequer poderia ser representado por meio de objetos ou de seres existentes? 

Como se não bastasse, a mão de Faraó pesou sobre o povo, e as condições de trabalho pioraram. O povo passou a sofrer mais e reclamou de Moisés, responsabilizando-o pelas novas agruras. O povo que viu os milagres feitos por Moisés foi o mesmo povo que o acusou de ser responsável pelas novas e piores condições de trabalho. Eles não entenderam que, até vir a sua libertação, ainda passariam por mais problemas por causa da dureza de coração do rei do Egito.

Na prática, aquela situação serviria de lição para Moisés e o povo. Para Moisés, teria a sua paciência para com o povo treinada, bem como a dependência constante de Deus, mais solidificada. O povo, por sua vez, não estava amadurecido para entender que o Senhor julgaria as ações dos egípcios e que, em pouco tempo, sairiam da terra da escravidão devidamente indenizados pelos tantos anos de trabalhos sem pagamento  (Êx 11.2,3).

6. Os julgamentos de Deus no Egito

Cada praga enviada pelo Senhor atingiu os egípcios. Animais, plantações, residências: todos foram alcançados. Somente os hebreus, apesar das duras condições de trabalho, ficaram livres da pesada mão de Deus no Egito e os seus habitantes. 

A cada praga, um julgamento. Swindoll chama-as de “pragas que pregam”, pois foram acontecimentos que marcaram a narrativa do Êxodo. Somente a última praga convenceu Faraó de expulsar os hebreus das terras egípcias. Na noite em que os primogênitos dos egípcios morreram, nascia a primeira Páscoa.

Deus manda que os hebreus matem um cordeiro e que, com o sangue dele, manchem os umbrais da porta da casa em que habitam e que comam a carne daquele animal vestidos como quem vai sair com pressa.  

Swindoll chama a noite do grande julgamento sobre o Egito de “A noite em que ninguém dormiu”. A ordem de passar sangue no umbral da porta de cada família era uma garantia de que as garras da morte não alcançariam aquele lar. Na prática, por mais estranha que parecesse a ordem de Deus, ela foi cumprida. 

Amanhecido o dia da primeira Páscoa, não havia mais como os hebreus ficarem no Egito. Se, antes, Moisés foi pedir a Faraó que libertasse o povo, agora, dessa vez, é Faraó quem pede a Moisés e a Arão para irem embora levando os filhos de Israel (Êx 12.31-33).   

7. Navegar é preciso?

Decretada a liberdade dos hebreus, era preciso sair dos limites do Egito e seguir rumo à terra que o Senhor havia-lhes prometido. Não basta afastar-se daquilo que representa um estilo de vida antigo. É preciso andar em direção ao destino que nos aguarda, o destino escolhido por Deus. Todavia, o local para onde Deus conduziu Israel serviria de lição para os egípcios e para o próprio povo.

Não havia embarcações para levar o povo para atravessar o mar. Eles estavam em um beco sem saída, e Deus havia-os mandado para lá. 

A única coisa que Moisés poderia fazer era orar ao Deus que os mandou para aquele lugar. A Bíblia não diz que oração foi feita por ele, porém mostra qual foi a resposta do Senhor: 

Então, disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. E eis que endurecerei o coração dos egípcios para que entrem nele atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó, e em todo o seu exército, e nos seus carros, e nos cavaleiros (Êx 14.15-17)

A ordem de Deus foi clara. O povo deveria seguir o caminho aberto pelo mar, e eles assim o fizeram. Deus fez passar um vento oriental toda aquela noite, de forma que as águas foram separadas, e o povo passou pelo meio das águas em seco. O Senhor mais uma vez julgou o Egito e Faraó, e o povo de Israel seguiu o seu caminho para a Terra Prometida por Deus.  

II - Em cada situação narrada anteriormente, Moisés participou de forma ativa como emissário de Deus ao povo e a Faraó. A partir da libertação do povo, novos desafios surgiriam, provando a fé de Moisés.

1. Dias com Deus na Montanha

Já liberto o povo da escravidão e vencido o mar Vermelho e o exército de Faraó, Moisés tem um encontro com Deus no monte Sinai. O Senhor chamou-o para passar uns momentos a sós com Ele, momentos estes em que o legislador recebeu a Lei divina. 

O povo precisava de regras claras de conduta, pois, se antes eram escravos, agora eram pessoas livres, rumo a uma nova terra, da qual não poderiam viver sem orientações. Os hábitos com os quais estavam acostumados no Egito não serviriam para a nova realidade com a qual se deparariam. Eles deveriam pautar-se por um novo ordenamento jurídico dado pelo Senhor a fim de que manifestassem aos povos vizinhos um padrão diferenciado. O culto a Deus não teria prostituição, nem crianças oferecidas em sacrifício; o trabalho deveria ser a forma como uma família seria mantida; a palavra dada deveria ter valor, e a mentira e o engano deveriam ser extirpados. Nova vida, novas regras.    

2. O Bezerro de Ouro

Enquanto o Senhor falava com Moisés, o povo reuniu-se e, numa expressão de ingratidão para com Deus e Moisés, decidiram produzir um bezerro de ouro para adorá-lo: “[...] porque quanto a este Moisés, a este homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu” (Êx 32.1). Eles referem-se a Moisés como se este fosse uma pessoa distante e descartável. A proposta de adoração daquele ajuntamento de pessoas não refletia gratidão para com tudo o que lhes fizera Deus. Eles queriam fazer um culto, só que nos moldes do Egito, quando ainda eram escravos. 

3. Refaça as Tábuas da Lei

O servo de Deus, ao deparar-se com tal cena, não apenas fica indignado, como também quebra as tábuas da Lei, que recebera de Deus. 

Passado o momento de ira, Moisés deveria tomar a iniciativa para reconstruir o que Deus fizera. “Então, disse o Senhor a Moisés: Lavra-te duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nas tábuas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste” (Êx 34.1). Duas lições vemos nesse cenário. 

A primeira é que não podemos ser pessoas intempestivas ou dominadas pela raiva a ponto de destruir ou inviabilizar algo que o Senhor fez ou deseja fazer. As tábuas da Lei foram preparadas por Deus para serem entregues ao povo, e não para serem destruídas. Moisés deveria providenciar as novas tábuas para substituir as que quebrara anteriormente. Só depois disso é que Deus colocaria novamente a sua Lei escrita naqueles objetos.

A segunda lição é que devemos tomar a iniciativa para restaurar algo que foi destruído. O Senhor ordenou a Moisés que ele mesmo escolhesse as pedras, que as cortasse e levasse montanha acima. Seria um trabalho árduo e pesado. E mais um detalhe: Moisés não poderia ser ajudado a levar montanha acima as pedras substitutas: “E ninguém suba contigo” (Êx 34.3). Imagine agora um homem de 80 anos tendo de levar pedras montanha acima simplesmente porque perdeu o controle por um momento. 

Não raro, o preço para restaurarem-se coisas ou relacionamentos que foram quebrados é alto — às vezes, tendo de ser feito sem a ajuda de outras pessoas. Que venhamos a valorizar o que Deus fez e manter intacto o seu plano para nossas vidas.   

III – A BÊNÇÃO SEM A PRESENÇA DE DEUS

1. Um Anjo Vai na Frente

Após o episódio do bezerro de ouro, o Senhor diz a Moisés que Ele irá cumprir o que havia prometido aos patriarcas: dar a Terra Prometida à descendência deles. Contudo, essa missão não teria a presença dEle. Os hebreus eram complicados demais. Não tinham paciência para esperar as orientações de Deus. Não aprenderam a importância de confiar no Deus que ouviu as suas orações, que mandou as pragas no Egito, que os livrou da morte e que os fez passar pelo mar. Na primeira oportunidade que tiveram de autonomia temporária — quando Moisés foi ao cume da montanha para falar com o Senhor —, decidiram fazer um deus para que pudessem adorá-lo. 

A resposta de Deus a Moisés, para garantir a promessa, foi: “E enviarei um Anjo adiante de ti (e lançarei fora os cananeus, e os amorreus, e os heteus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus), a uma terra que mana leite e mel; porque eu não subirei no meio de ti, porquanto és povo obstinado, para que te não consuma eu no caminho” (Êx 33.2,3). O povo de Israel era tão rebelde que chegou a deixar o Senhor realmente “irritado”.

Imaginemos Moisés ouvindo o Senhor dizer isso e lembrando-se da chamada que ele recebera há algum tempo. O legislador sabia que caminhar até à terra que “mana leite e mel” sem Deus entre eles seria um caminho fadado ao fracasso.  

2. Se o Senhor não For Comigo...

Imaginemos agora: o Senhor diz que cumprirá a sua promessa, mas que não estará com as pessoas que vão ver a promessa cumprida. Bastaria um anjo de Deus para que os caminhos fossem abertos e a promessa fosse cumprida. De qualquer forma, Deus não deixaria de realizar aquilo que tinha prometido a Abraão, a Isaque e a Jacó. Para Moisés, porém, era melhor ter a presença do Senhor, e ele estava disposto a não sair de onde estavam caso Deus não fosse com eles: “Então, disse-lhe: Se a tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui” (Êx 33.15).

Moisés viu a diferença de estar acompanhado da promessa de Deus sem estar acompanhado da presença dEle. Há quem prefira ser contemplado por bênçãos e não ter qualquer relacionamento com Deus. Moisés, por sua vez, tinha a plena certeza de que a presença de Deus consigo valia muito mais do que as bênçãos que ele receberia. A presença de Deus em nossas vidas vale muito mais do que as bênçãos que podemos receber nessa comunhão.

3. “Irá a minha Presença contigo para te Fazer Descansar”

Diante do que Moisés disse, o Senhor responde que o legislador poderia contar com a sua presença. Se o povo não levava a sério ter Deus tão próximo, Moisés, o líder, tinha em alta conta poder estar perto de Deus. 

4. Um Gigante de Deus

Como todos nós, Moisés tinha as suas limitações e, em um momento de descuido, foi impedido por Deus de entrar na Terra Prometida. Ele chegou a ver a terra de longe, mas outro líder entraria nela conduzindo o povo. Tal fato não tira de Moisés todo o trabalho de Deus na sua vida, nem o quanto esse homem foi usado pelo Altíssimo no tempo em que viveu. Ele era tão usado por Deus que o apóstolo Pedro mencionou-o como referência em comparação ao ministério profético de Jesus: “Porque Moisés disse: O Senhor, vosso Deus, levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser”.

Que venhamos a entender que ter a presença de Deus conosco é mais importante do que ter somente a bênção dEle.  

CONCLUSÃO

A vida de Moisés teve outros cenários muito dignos de serem destacados. Entretanto, para esta análise e sob a perspectiva da confiança, ele teve a coragem de reconhecer que a presença de Deus faz a diferença mais ainda do que a bênção dEle.

Com isso, não estamos dizendo que a bênção de Deus não é boa, pois “a bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores” (Pv 10.22). O que queremos dizer é que há uma enorme diferença entre a presença de Deus conosco e a bênção dEle conosco sem a sua presença. Que isso nos sirva de lição: sirvamos a Deus pelo que Ele é, e não pelas bênçãos que podemos receber dEle.