quarta-feira, 17 de junho de 2020

Lição 12 - 2º Trimestre 2020 - O Meu Amigo Cura o Empregado de um Oficial - Maternal.

Lição 12 - O Meu Amigo Cura o Empregado de um Oficial 

2º Trimestre de 2020

Objetivo da lição: Levar as crianças a reconhecerem que Jesus pode curar toda enfermidade. 
Para guardar no coração: “[...] será feito como você crê [...]”. (Mt  8.13)
Seja bem-vindo
Receba os alunos com alegria. Cumprimente os visitantes e acomode-os em seus lugares. Comece a aula dizendo que está muito feliz por ser amigo(a) de Jesus. Diga: “É tão bom ser amigo(a) de Jesus! Quem convida Jesus para vir morar em seu coração pode viver com Ele para sempre lá no céu! 
Cantem juntos uns corinhos que falem a respeito do céu, ou sobre a vida eterna. Pode ser o corinho ‘Meu coração era sujo, mas Cristo aqui já entrou...’ Acompanhados por um cântico apropriado, recolham as ofertinhas” (Karen Bandeira).
Somos assim 
“A criança adquire autoconfiança através do relacionamento que estabelece com aqueles que são importantes em sua vida — em primeiro lugar, os pais; depois, os professores e outros — e não por meio de lições que a ensinam a ser autoconfiante. O professor deve aceitar e respeitar o seu aluno. Precisa saber quando elogiá-lo por seus esforços e quando incentivá-lo a se esforçar mais. Deve lhe mostrar tudo aquilo que já aprendeu. Sua atitude e seu relacionamento para com o seu aluno são as mais poderosas ferramentas da sala de aula, na construção do seu amor-próprio” (BEECHICK, Ruth. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 42).
 Atividade do aluno
  maternal12
Até logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em Lucas 7.1-10. 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal
Envie suas dúvidas ou sugestões para telma.bueno@cpad.com.br

Lição 12 - 2º Trimestre 2020 - Os Amigos que andaram com Deus - Jd. Infância.

Lição 12 - Os Amigos que andaram com Deus 

2º Trimestre de 2020 
Objetivos: Os alunos deverão aprender que Eliseu seguiu a Elias e que devemos ser bons imitadores de Deus. 
É hora do versículo: “Vocês são filhos queridos de Deus” (Ef 5.1).
Nesta lição, as crianças aprenderão, através da história da amizade de Elias e Eliseu, que Eliseu aprendeu com seu amigo Elias a ser um bom imitador do Papai do Céu. Elias não estava sozinho e não era o único amigo de Deus naquela cidade que adorava deuses de mentira. Deus mandou que Eliseu continuasse fazendo o trabalho de Elias quando ele foi para o céu.
Após realizar todas as atividades propostas na revista do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo com o desenho de um coração e, apresentando às crianças o valor da amizade, peça que desenhem a criança e um amigo no interior do coração. Um amigo deve ser guardado dentro do coração. Sugira que as crianças desenhem amigos que andam com o Papai do Céu, que sejam amigos de Deus, assim como elas são. 
 licao12 jardim coracao
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 12 - 2º Trimestre 2020 - Uma Casa de fazer discípulos - Juniores.

Lição 12 - Uma Casa de fazer discípulos 

2º Trimestre de 2020
Texto bíblico – Atos 11.25,26.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos aprenderão que a Casa de Deus é um lugar onde aprendermos a ser discípulos do maior Mestre que já existiu. Certa vez, Jesus disse aos judeus que acreditavam nEle: “— Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (cf. Jo 8.31,32). Um critério definido por Jesus para que as pessoas, de fato, se tornem seus discípulos é permanecer na Palavra dEle.
A obediência aos ensinamentos de Cristo expressa que verdadeiramente entendemos a proposta do evangelho. O Senhor nos escolheu para sermos um povo exclusivamente seu, separados e dispostos a alcançar outros para fazerem parte também deste Reino de Amor. E os seus ensinamentos não são pesados ou difíceis de praticá-los se, de fato, estivermos dispostos a colocá-los em prática. O Senhor não pede de nós nada além daquilo que não podemos entregar.
O exemplo utilizado na lição de hoje revela essa verdade. Barnabé é conhecido na Bíblia como um homem de bem e cheio do Espírito Santo e fé (cf. At 11.24). Ele foi o instrumento usado por Deus para conduzir Paulo até Antioquia e ali permaneceram durante um ano ensinando muitas pessoas a respeito da salvação. Esse período que Paulo passou ao lado de Barnabé foi muito importante para o seu crescimento espiritual, um verdadeiro treinamento missionário. Deus estava preparando Paulo para as adversidades que ele havia de enfrentar por pregar o evangelho de Cristo.
O discipulado é uma importante etapa que não deve ser ignorada. É uma fase de aprendizado em que aprendemos os fundamentos básicos da fé e que não devem ser esquecidos por toda a caminhada cristã. Um detalhe importante neste contexto é o fato de que Deus levanta pessoas que se tornam grandes amigos e que fazem toda a diferença na caminhada da fé. Eis uma lição importante que seus alunos devem aprender: quem são as pessoas que Deus tem levantado para ajudá-los a permanecerem na fé? As amizades que partilham estão ajudando-os a crescerem e serem pessoas melhores? Se este não for o caso é importante estar alerta, pois há certas amizades que ao invés de nos ajudarem podem nos prejudicar e impedirem que alcancemos as bênçãos que Deus tem reservado para cada um de nós.
Mostre o exemplo da amizade entre Paulo e Barnabé. Explique que um ajudava o outro, pois eles tinham o mesmo objetivo: pregar a Palavra de Deus e ajudar os irmãos que estavam passando necessidades (cf. At 11.28-30). Aproveite e realize a seguinte atividade com seus discípulos: confeccione dois cartazes. Um cartaz deverá apresentar as características de amizades que nos ajudam a permanecermos firmes nos ensinamentos do Senhor. No outro cartaz, apresente as características de amizades que são prejudiciais para a nossa vida espiritual e podem nos atrapalhar de modo que não permaneçamos bons discípulos de Cristo. Ajude seus alunos a identificarem que tipo de amizade tem influenciado o relacionamento entre eles e o Mestre.
Boa aula!

Lição 12 - 2º Trimestre 2020 - O Amadurecimento Cristão - Pré Adolescentes.

Lição 12 - O Amadurecimento Cristão 

2º Trimestre de 2020
A lição de hoje encontra-se em: 1 Coríntios 13.11; 14.20.
Prezado(a) professor(a),
Na aula de hoje seus alunos terão a oportunidade de aprender a respeito do amadurecimento cristão. Talvez eles possam pensar que falar de maturidade é coisa para pessoas que já viveram bastante tempo e podem aconselhar os mais novos. No entanto, a Palavra de Deus nos ensina que enquanto estamos vivendo neste mundo nunca saberemos todas as coisas, pois sempre haverá algo novo a aprender. Assim como no crescimento físico o alimento é necessário para nutrir o organismo, na vida espiritual, é preciso se alimentar da Palavra de Deus para que o espírito esteja fortalecido. 
Vale ressaltar que conhecer as Escrituras Sagradas no que diz respeito aos aspectos histórico e teológico não é suficiente. É preciso haver um relacionamento próximo com o Senhor a fim de que as verdades bíblicas não estejam apenas no entendimento, mas no caráter de cada cristão. Quando as verdades bíblicas começam a fazer parte dos hábitos diários o caráter de Cristo passa a ser moldado na pessoa. E quando esse processo ocorre na conduta do crente de forma natural, este se torna alguém maduro, experimentado na Palavra e capaz de discernir entre o certo e o errado (cf. Ef 4.13-15). Ao passo que esses processos ocorrem, significa que o crente está madurecendo na fé. Já não depende de que alguém lhe diga o que deve fazer, pois sabe que é o próprio Deus quem o direciona e o leva por um caminho mais excelente (cf. 1 Co 12.31).
O apóstolo Paulo declara uma comparação na Carta que escreveu aos irmãos da igreja de Corinto quando diz: “Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança” (cf. 1 Co 13.11). Isso não significa que seus alunos devem deixar de pensar ou agir como crianças, afinal de contas, tudo tem o seu tempo. Mas o que o apóstolo está explicando nesta ocasião trata-se do nível de compreensão que temos acerca de Deus e o que podemos conhecer e receber dEle enquanto estamos nesta esfera terrena.
Deus, certamente, espera que seus filhos cresçam no entendimento. O que você sabe a respeito de Deus? O que seus alunos sabem e o que aprendem na sua aula são suficientes para que desenvolvam um relacionamento sincero com Deus? Esta é uma pergunta que você deve fazer a si mesmo antes de entrar em sala de aula. Você e seus alunos têm crescido espiritualmente? O que mede o nosso crescimento espiritual não é o nível de conhecimento adquirido ao longo da caminhada cristã, e sim o nível de relacionamento com Deus e a obediência aos seus ensinamentos. Somente poderemos dizer que estamos crescendo espiritualmente quando “fazer a vontade de Deus” for algo tão natural em nossa conduta que não nos sintamos mais obrigados a cumpri-la. Reserve um momento da aula para perguntas quanto ao conteúdo das lições que estudaram até o presente momento.
Excelente aula!

Lição 12 - 2º Trimestre 2020 - As Cidades de Refúgio são estabelecidas - Jovens.

Subsídios Lições Bíblicas - Jovens

Lição 12 - As Cidades de Refúgio são estabelecidas 

2º Trimestre de 2020
Introdução
As escolhas que os indivíduos fazem na vida trazem consequências, por isso Deus não tem o culpado por inocente, na medida em que é a pessoa, e não Deus, o responsável pelas decisões tomadas. Assim, havendo pecado, o juízo divino recai sobre o transgressor sem nenhum constrangimento por parte do Justo Juiz. Se fosse de outra forma, o condenado teria um forte argumento de defesa: — Como o Senhor condena alguém que foi obrigado a pecar? Haja vista que me fizeste predestinado à destruição, como eu poderia escapar? Agora queres me condenar? Onde está a Tua justiça? Apenas cumpri o destino que me traçaste. Não queiras me convencer que se trata de Tua soberania, mas de pura tirania! Simples assim. 
O tema do livre arbítrio tem alimentado, por séculos, o debate filosófico e teológico entre os intelectuais de plantão e, a cada dia mais, somam-se argumentos de um lado e outro, aumentando o abismo conceitual, acirrando-se as diferenças e não caminhando para o consenso. Essa falta de unanimidade, entretanto, apenas fortalece a ideia de que temos o livre arbítrio de pensar distintamente e, assim, seguir nossa própria tese filósofo-teológica. Deus é desse jeito mesmo: Ele nunca força ninguém a fazer nada, apenas indica o caminho. 
O grande apologista do século XX, com sua perspicácia habitual, usa as palavras com maestria, explicitando algumas das razões pelas quais os homens podem e devem ser responsabilizados em face de suas condutas. Caso vivêssemos em um mundo em que os indivíduos fossem “teleguiados” pelo Eterno, nenhum sentido haveria em se falar em recebimento de galardões no Céu. Mister, mencionar, todavia, que sendo o Senhor o Sumo Bem, todas as nossas fontes estão nEle (Sl 87.7), isto é, tudo de bom que o homem faz, sejam pensamentos, palavras ou ações, defluem do único Ser que abastece o Universo de amor e bondade. Nesse mesmo sentido, Lewis arremata posteriormente que o Senhor criou o Homem para ser movido por Ele mesmo, o qual se constitui no único “combustível que o nosso espírito deve queimar, ou o alimento de que deve se alimentar” 1.
Nesse passo, não acreditando na heresia do panteísmo (Deus é tudo e tudo é Deus), há que se entender que, por causa do livre arbítrio, o mal passou a existir no mundo e, assim, quando a humanidade toma decisões equivocadas, peca, o faz por escolha própria, voluntariamente, de “caso pensado” – dolo, em atender ao convite do mal e não à voz do Criador, que brada constantemente nas consciências: “Este é o caminho, andai nele” (Is 30.21). 
O livre arbítrio, dessa forma, acontece por causa da soberania de Deus, e também por Sua humildade. Ele, que poderia manipular a todos, de forma a nunca ser desobedecido, preferiu deixar-nos livres para escolher o caminho, mas enviou Seu Filho para nos dizer qual era o bom e único “Caminho” (Jo 14.6). Assim, em Sua sublime humildade, Ele inspirou homens a escreverem o Novo Testamento não em tom solene e eclesiástico, de forma que fosse uma obra de arte literária do grego clássico, porém preferiu o popular grego coiné, a língua usada pelos comerciantes, escravos, indigentes... O Deus que, em Sua soberania, decidiu descer a um grau extremo de humildade, a ponto de se acomodar no ventre de uma pobre mulher hebreia, e, em momento posterior, tornar-se um desprezado pregador itinerante que seria preso como bandido pela polícia, também optou em trazer sua mensagem de salvação em linguagem vulgar, prosaica, não academicista. Essa mescla de soberania e humildade divinas, geraram, assim, a possibilidade das idiossincrasias humanas, o que faz de cada criatura um ser insubstituível, ante à sua complexa individualidade, pela multiplicidade de escolhas diante da vida.
Esse maravilhoso livre arbítrio, portanto, que foi concedido amorosamente por Deus a todos os homens, encontra-se, de maneira destacada, como pano de fundo dos capítulos 20 a 22 de Josué. Livre arbítrio para o homicida culposo (que não teve a intenção de matar) fugir para uma das cidades de refúgio e, também,uma vez aceito, permanecer ali indefinidamente. Livre arbítrio para Israel entregar aos levitas as cidades prometidas. Livre arbítrio para as tribos transjordânicas, que ficaram voluntariamente a leste do Jordão, voltarem para suas terras e, às margens do rio, erigirem um altar memorial.
O Altíssimo, que ensinava Israel como a um filho, pegando-o pela mão, não lhe acorrentava os pés... Assim, depois de séculos de relacionamento decorridos desde Abraão, com muitos caminhos trilhados, alguns aprovados por Deus e outros não (a maioria), agora, os hebreus que restaram, podiam, enfim, repousarem seguros na terra prometida!
I-Deus ordena estabelecer cidades de refúgio
1- Deus protege quem praticou homicídio culposo
O Senhor determinou o estabelecimento de seis cidades de refúgio: Bezer para os rubenitas; Ramote, em Gileade, para os gaditas; Golã, em Basã, para os da meia tribo de Manassés (as quais foram nominadas ainda por Moisés –Dt 4.41-43) – as três na Transjordânia; Quedes na montanha de Naftali; Siquém na montanha de Efraim; e Hebrom, na tribo de Judá (Js 20.7) – as três na Cisjordânia (estrategicamente nas regiões norte, central e sul de Canaã) – ver mapa no capítulo anterior. O Altíssimo, ademais, cuidou da acessibilidade rápida à salvação do homicida não intencional, determinando que fossem construídas estradas até essas “fortalezas judiciárias” (Dt 19.3), de forma a regular um costume da antiguidade (o qual ainda persiste até hoje em algumas comunidades do Oriente Próximo), de que o parente mais chegado de um homem morto acidentalmente poderia vingá-lo (Nm 35.12,19; Dt 19.12). 
As seis cidades de refúgio que o Senhor estabeleceu estavam localizadas de tal maneira que qualquer pessoa que matasse alguém acidentalmente teria que caminhar apenas a jornada de um dia para estar em segurança. Assim, o acusado de homicídio, então, se quisesse, iria ao “lugar de salvação” o mais rápido possível, e ali apresentaria seu caso à porta da cidade. Havendo a admissibilidade de sua defesa prévia, seria submetido ao “júri popular”. Caso fosse absolvido, o agressor poderia morar na cidade de refúgio até a morte do sacerdote (Nm 35.10-25; Js 20.1-6), quando, então, estaria livre para viver noutro lugar.
2- O significado espiritual das cidades de refúgio
Nessas cidades de refúgio, a vida do agressor não era protegida necessariamente por um forte esquema de segurança com soldados, armas etc., mas sobretudo pelo próprio Deus que, na sua palavra, garantia-lhe o salvo-conduto. 
Assim, analisando esses detalhes, maravilhamo-nos do tratamento sobremodo justo, misericordioso e amoroso que o Senhor Deus dispensava ao “pecador” imprudente, demonstrando o significado mais profundo da palavra Justiça e, por isso mesmo, compreende-se, a partir da leitura de Hb 6.18, “que as cidades de refúgio eram um tipo de Cristo. O apóstolo faz alusão a isso quando fala daqueles que fugiram procurando refúgio, e também da esperança oferecida a eles” 2, circunstância observada também por Mark Water 3, e R. N. Champlin, o qual afirmou que “as cidades de refúgio representam o refúgio que temos em Cristo, o qual é nosso sumo sacerdote. (...) em Cristo o pecador perdoado fica inteiramente livre da culpa” 4.
3- O perigo de sair da cidade de refúgio 
O acusado de cometer homicídio culposo (Nm 35.22,23, Dt 19.4,5), uma vez absolvido, teria uma vida tranquila na cidade de refúgio, desde que nunca a deixasse. Entretanto “se de alguma maneira o homicida sair dos limites da cidade de refúgio, onde se tinha acolhido, e o vingador do sangue o achar fora dos limites da cidade de seu refúgio, e o matar, não será culpado do sangue” (Nm 35,26,27).
As pessoas estavam protegidas nas cidades de refúgio, e ninguém as poderia arrebatar desses asilos, que representavam um lampejo da graça de Deus no tempo da lei. Elas se constituíam abrigos contra a injustiça, e não havia quem desafiasse o rigor dessa norma. Posteriormente, “desde os dias do imperador Constantino, os templos cristãos exerciam essa função. (...) Na Idade Média, quando o poder papal tornou-se grande, esses costumes continuavam prevalecendo” 5. Atualmente, vê-se com certa frequência, na mídia, a concessão de asilo de países distintos a presos políticos, em seus territórios e, inclusive, em suas embaixadas. As cidades de refúgio, porém, não tinham essa função de diplomacia internacional, mas seu foco era evitar que, no seio da terra prometida, houvesse injustiças contra inocentes.
Entretanto, o homicida perdoado tinha liberdade para, querendo, sair da cidade de refúgio; ele poderia, usando seu livre arbítrio, transpor os portões externos e seguir seu caminho, o que seria muito perigoso, diante da fúria do vingador do sangue (Dt 19.6).  Da mesma maneira, sair do refúgio que há em Jesus Cristo não se traduz em uma sábia conduta, antes, pelo contrário, põe a “ovelha desgarrada” em risco iminente de morte eterna.
II - Os levitas exigem sua herança
1- A demora na herança dos levitas
As cidades de refúgio estavam entre as 48 dos levitas, por isso a ordem de Deus para que as cidades de refúgio fossem estabelecidas era uma clara alusão às cidades levitas, sendo 4 por tribo, mas nenhuma medida administrativa foi tomada nesse sentido, até que houve pressão sacerdotal (Js 21.2,3). Na verdade, essas cidades levitas seriam uma grande bênção para Israel, na medida em que elas não estariam em uma mesma tribo, mas espalhadas por toda a terra de Canaã, de maneira que a presença do ministério religioso abençoaria todo o povo, ensinando-lhe o caminho do Senhor. Elcana, por exemplo, era levita, mas também efraimita (1 Sm 1.1), o que significa dizer que ele tinha elevado status na comunidade de Efraim (pertencia uma casta especial), por ser levita, todavia não integrava uma 13ª tribo – como Samuel, seu filho, o qual, serviu como sacerdote no tabernáculo do Senhor, que estava em Siló, substituindo Eli. Assim, não deve existir dúvida quanto à cidadania, haja vista que “os levitas (...) eram membros das tribos onde viviam, para todos os efeitos práticos” 6.
Impressionante como, por vezes, os servos de Deus agem com egoísmo e ingratidão quando são abençoados, esquecendo-se de que outros irmãos possuem carências que devem ser supridas com a sua abundância. O que aconteceu com a liderança de Israel com frequência acontece no seio da igreja. Por isso, deve-se ter todo o cuidado para que não fiquemos seduzidos com os bens recebidos e desprezemos a conduta apropriada: “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). 
2- O estabelecimento das cidades dos levitas 
Por causa da lealdade dos levitas no Monte Sinai, eles foram recompensados com as cidades que lhes eram necessárias para que suas famílias pudessem viver e se desenvolver, não obstante o salário dos levitas adviesse dos dízimos trazidos ao santuário. Dessa forma, dentro do território de cada tribo haveria 4 cidades cedidas aos levitas, e, em volta delas, ficaria resguardada uma faixa de terra de 450m, a partir da muralha, para o pasto, e mais 450m após – novecentos metros ao todo de cada lado (norte, sul, leste e oeste) – e a cidade no meio (Nm 35.4,5 NTLH).
Por outro lado, Deus, em sua sabedoria, deu aos sacerdotes 13 cidades nas terras de Judá e Benjamim, próximas à Jerusalém, que seria a cidade do grande Rei (Mt 5.35), e ali se edificaria o templo do Senhor, são elas: Hebrom (uma cidade de refúgio), Libna, Jatir, Estemoa, Holom, Debir, Aim, Jutá, Bete-Semes, Gibeão, Geba, Anatote e Almom, todas, com exceção de Jutá e Gibeão, são novamente mencionadas em 1 Cr 6.54-60, razão pela qual alguns estudiosos acreditam que essas tenham mudado de status ao longo dos séculos.
3- A fidelidade de Deus
Depois de anos de guerra, a terra foi conquistada (ainda que não completamente) e dividida. Foram muitas batalhas, mas isso faz parte da jornada, na medida em que “Deus nunca prometeu a seus filhos dias fáceis (...). A promessa não é de comodidade, e, sim, vitória. (...) Crescemos na adversidade, porque aprendemos a confiar mais no Senhor” 7. Nesse momento, Josué declarou como o Senhor tinha sido fiel e cumprido todas as suas promessas (Js 21.43-45).
Os israelitas, talvez, naquela longa caminhada, não imaginassem como eram importantes para o Altíssimo e, quiçá, por isso, em alguns momentos cruciais, tomou conta deles um sentimento de desânimo, o desejo de voltar ao Egito. E muitos dos que seguiam adiante, pelo deserto, achavam que seriam fragorosamente derrotados. Esse é um erro fatal, que não se pode cometer, posto que perdendo a batalha da mente, o homem dificilmente vencerá os outros embates. 
Os filhos Israel eram muito importantes para o Eterno (como Deus é humilde!) e, na realidade, eles só precisavam, enfrentar com diligência e fé os desafios que lhes eram apresentados. O fato é que: mesmo diante dos altos e baixos dos hebreus, o Senhor continuou fiel, e todas as coisas que sucederam, desde o dia que saíram do Egito, cooperaram para o bem daqueles que amavam a Deus. Os rebeldes, porém, ficaram pelo caminho.
III- A despedida das tribos tranjordânicas
1- Duas tribos e meia são despedidas 
Quando o apóstolo Paulo escreveu sua última epístola, da prisão, afirmou com convicção que tinha combatido o bom combate, acabado a carreira e guardado a fé. O apóstolo dos gentios, naquela ocasião, não apresentava nenhum rancor quanto às lutas do passado, mas encerrava de modo valoroso e esperançoso a missão dada por Deus, demonstrando que entendia que o seu tempo havia terminado. Ele também reconheceu, pelo Espírito, que possuía um grande tesouro no Céu, o qual ele chama, genericamente, de coroa. O grande missionário da Igreja primitiva “revisa calmamente o caminho que seguiu e o aprova” 8. Com um sentimento muito parecido, os guerreiros das tribos transjordânicas receberam, de Josué, a informação que o tempo deles tinha findado, e que era hora de voltarem para suas tendas. Eles, igualmente, haviam combatido o bom combate, acabado a carreira, e guardado a fé, e, agora, voltavam para casa cheios de tesouros, decorrentes dos despojos, autorizados pelo Senhor, em face das conquistas sobre as nações de Canaã. Israel estava enriquecido.  
É bem verdade que havia ainda muitíssima terra para ser conquistada, mas o propósito daquela incursão bélica estava concluído, razão pela qual Josué dispensou Rúben, Gade e a meia tribo de Manassés. Aqueles nobres guerreiros haviam passado muitos anos longe de suas famílias, batalhando pela terra prometida por Deus e, nesse instante, precisavam retomar suas vidas. Isso faz lembrar também as últimas palavras ditas a respeito de Zacarias, pai de João Batista: “E sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para sua casa” (Lc 1.23).
Na vida é assim mesmo: as pessoas são comissionadas para realizarem algo importante, mas, nem sempre, conseguem completar todo o desígnio, como foi o caso dessas tribos. Uns plantam, outros regam e outros colhem. O certo é que, os propósitos de Deus sempre serão alcançados, pois não ficam adstritos, apenas, a esta ou àquela geração. Cedo ou tarde, independentemente do tempo, transformar-se-ão em momento histórico do seu povo. 
2- Exortação à obediência
Como Deus requer de seus filhos obediência e organização no trato das coisas santas, sem se descuidarem de nenhum dos preceitos estabelecidos, que são requisitos para a manutenção das bênçãos recebidas, Josué reuniu as tribos transjordânicas e agradeceu-lhes por terem lutado as guerras do Senhor, conforme determinação de Moisés, sendo obedientes em tudo, bem como os elogiou porque eles não desampararam nenhum de seus irmãos de outras tribos e, no fim do discurso, exortou-os a que permanecessem fiéis, pois esse era o segredo de um futuro feliz! Que grande advertência para a igreja dos dias atuais!
A carreira dos guerreiros transjordânicos havia se encerrado “como uma maratona, repleta de obstáculos e dificuldades que esmaga os homens (...). Aprendemos que a carreira exige dedicação e coragem, bem como o poder do Espírito Santo, pois, de outro modo, será inteiramente possível concluí-la com êxito” 9. Eles precisavam, com denodo, perseverarem obedientes até o fim.
3- O altar junto ao Jordão 
Ao voltarem para suas famílias, as três tribos transjordânicas pararam às margens do Jordão, onde construíram um imponente altar, semelhante ao que estava em Siló, o que revoltou os líderes hebraicos, que partiram ferozmente para confrontá-los. Ao explicarem que não se tratava de um altar para oferecer sacrifícios, mas apenas de um memorial, às tribos que ficaram a Oeste do Jordão, capitaneadas pelo sacerdote, aceitaram o monumento pacificamente.
O grande problema da construção de um altar naquelas circunstâncias era o possível desvio para a idolatria, pecado fortemente condenado por Deus, que levou à morte milhares de israelenses, no caso de Baal-Peor. De fato, a intenção das tribos de Rúben, Gade e metade de Manassés não era ruim, mas a conduta imprudente revelava muito acerca dessas tribos que estavam se alojando ao oriente do Jordão. Elas já estavam absorvendo o espírito que predominaria no tempo dos juízes: cada um fazia o que achava certo! 
Se, por um lado, a construção de um memorial não era um pecado, por outro poderia ser um embaraço, como aconteceu, causando mal-estar nos irmãos das tribos da Cisjordânia. Então, vislumbra-se um problema de ausência de comunicação, entendimento e cumplicidade, no serviço do Senhor. Nenhuma atitude autônoma, que traga divisão, conflito, controvérsia, deve ser cultivada, pois Deus ama a unidade.
Conclusão
Deus determinou várias medidas administrativas para que seu povo desfrutasse de todas as condições para seguir em frente, como uma sociedade politicamente organizada, defendendo uma cultura calcada nas determinações que emanaram do coração de Deus. Por isso, depois de dividir todo o território de Canaã, Josué estabeleceu as cidades de refúgio, por Sua justiça, e as dos levitas, por Seu compromisso com os integrantes do ministério para, após, dispensar aqueles que tinham dado sua quota de sacrifício em prol da nação. 
Mesmo com todos os enormes danos causados aos moradores de Canaã, os povos nativos remanescentes queriam paz com Israel; reconheciam a supremacia dos hebreus. Israel enfrentou pântanos desconhecidos pela fé, mas o Senhor foi fiel em tudo e cumpriu-lhe todas as promessas.

1  LEWIS, C. S.. Cristianismo Puro e Simples. 1ª ed., São Paulo: Martins Fontes, 2005, p.66.
2 PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Wycliffe. 1ª ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 417,418.
3 WATER, Mark. Enciclopédia de Fatos Bíblicos. São Paulo: Hagnos, 2014, p. 558.
4 CHAMPLIN, R. N.. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 13ª ed., vol. 1, São Paulo: Hagnos, 2015, p. 731.
5  CHAMPLIN, R. N.. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 13ª ed., vol. 1, São Paulo: Hagnos, 2015, p. 731.
6 CHAMPLIN, R. N.. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 13ª ed., vol. 3, São Paulo: Hagnos, 2015, p. 794.
7 MEARS, Henrietta C..Estudo Panorâmico da Bíblia. São Paulo: Vida, 1982, p. 85.
8  LIVINGSTON, George Herbert; COX, Leo G.; KINLAW, Dennis F.; BOIS, Lauriston J. Du; FORD, Jack; DEASLEY, A.R.G..Comentário Bíblico Beacon. 1ª ed., vol. 1, 2, 8, Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 533.
9 CHAMPLIN, R. N.. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. 1ª ed., vol. 5, São Paulo: Hagnos, 2014, p. 522.

Lição 12 - 2º Trimestre 2020 - A Conduta do Crente em Relação à Família - Adultos.

Subsídios Lições Bíblicas - Adultos

Lição 12 - A Conduta do Crente em Relação à Família 

2º Trimestre de 2020
Deus planejou a família, a principal instituição humana. Desde a criação de nossos primeiros pais, esse projeto já estava delineado pelo Criador. Assim, nesta lição, você tem a missão de mostrar como objetivo geral que o relacionamento harmonioso está incluído no projeto divino para a família cristã. Qualquer relacionamento desarmônico viola o projeto de Deus para a família cristã. Nesse sentido, você tem a incumbência de fazer uma reflexão bíblica acerca dos atores que constituem a família. Em primeiro lugar, refletir com a classe sobre a conduta bíblica prescrita aos maridos. Em segundo, demonstrar como a mulher casada é comparada à Igreja de Cristo. Em terceiro, trabalhar a orientação bíblica acerca da conduta dos pais e filhos no ambiente familiar.  
Resumo e destaques da lição
É preciso deixar bem claro que a perspectiva de submissão no relacionamento cristão tem como chave Efésios 5.21. É uma submissão para todos os atores da família, pois o princípio bíblico em Efésios ensina que devemos estar sujeitos uns aos outros no temor de Deus.
Nesse contexto, o ponto central da lição passa pelo entendimento de que o relacionamento familiar é um projeto divino. Todos os tópicos convergem para esse ponto.
Assim, o primeiro tópico faz uma reflexão bíblica acerca da conduta do marido e mostra que a ele Deus delegou a liderança do lar e o dever de amar sua esposa com verdadeiro altruísmo. Aqui, trata-se de um amor sacrifical.
Em resposta a um marido que ama com o mesmo amor que Cristo amou a Igreja, o segundo tópico demonstra como a mulher casada é comparada à Igreja de Cristo e, como auxiliadora, Deus delegou a tarefa de respeitar a autoridade do lar conferida ao seu marido.
A partir desse relacionamento harmonioso entre o marido que ama a sua esposa, e esta que o respeito, o terceiro tópico trata acerca da conduta dos pais e filhos no ambiente familiar, orientando que aos pais Deus delegou a responsabilidade de educar e aos filhos o dever de obedecer e honrá-los.
Uma dica
Vivemos um contexto no mundo em que muitos não compreendem a perspectiva de submissão descrita na Bíblia. Por isso é importante que você faça um estudo exegético sobre as passagens de Efésios 5 e 6. Sugerimos aqui mais uma vez o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, editado pela CPAD. Essa recomendação é para que você tenha maior segurança ao expor biblicamente esse assunto. Boa aula! 
Subsídio extraído da Revista Ensinador Cristão - Ano 21 nº81 (Jan/Fev/Mar) 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Lição 11 - 2º Trimestre 2020 - A Mídia Virtual e a Família - Adolescentes.

Lição 11 - A Mídia Virtual e a Família 

2º Trimestre de 2020

ESBOÇO GERAL
A Mídia Virtual
Conectar ou não conectar, eis a questão
Família unida permanece unida, mas diariamente conectada...
Inteligência artificial e teologia cristã
Valmir Nascimento
Não é coisa de ficção científica ou exercício de futurologia.  Realmente, estamos vivendo em uma era de inovações tecnológicas sem precedentes. Carros que andam sozinhos, sequenciamento genético, nanotecnologia, Big Data, realidade virtual, robôs inteligentes e drones que fazem entregas a jato são alguns exemplos do atual estágio da humanidade.Nesta época de revolução digital, duas novas tecnologias despontam: a Internet das Coisas (objetos e equipamentos conectados à rede de computadores) e a Inteligência Artificial (IA). De acordo com projeções do Fórum Econômico Mundial[1], em 2025 10% das pessoas vão usar roupas conectadas à internet, 90% da população mundial terá acesso à internet e usará smartphones, 5% dos produtos de consumo serão impressos em 3D, 10% dos carros (EUA) serão autônomos e 30% das auditorias serão realizadas por inteligência artificial.
Tais inovações afetam não somente a forma como lidamos com a tecnologia, mas também a cultura e os valores da sociedade em geral. Isso de chama cybercultura. Na medida em que surgem e passam a ser utilizados pelas pessoas, estes recursos colocam em discussão aspectos centrais das cosmovisões, especialmente quando tocam em temas sensíveis que envolvem questões éticas e morais.
Isso nos leva a perceber a importância de refletirmos sobre as novas tecnologias e suas implicações éticas e teológica, principalmente. Alguém pode considerar isso sem sentido ou até mesmo desnecessário, mas basta relembrar que há pouco mais de vinte anos grande parte dos teólogos cristãos não estavam preocupados com a internet, e hoje ela ocupa tanto espaço em nosso meio que é difícil não levá-la em consideração.
Mas, talvez, a importância do estudo dessas novas tecnologias resida exatamente na ameaça que elas possam representar à fé cristã. Nas palavras de Jonathan Merrit: “A inteligência artificial – ou simplesmente IA – pode ser a maior ameaça à teologia cristã desde “A origem das espécies”, de Charles Darwin”[2].
Por ora, a minha provocação é exatamente sobre a Inteligência Artificial. Creio que esta seja a inovação mais considerável dos últimos tempos, e o mundo será remodelado por ela, provocando mudanças notáveis em todas as áreas de nossas vidas. Depois dos sites de buscas e compras on-line, a IA está recebendo aplicações mais sérias na área da robótica. Ela está presente na indústria, no comércio e nas atividades cotidianas. Mais de 8 milhões de famílias – americanas, em sua maioria – já tem um dispositivo doméstico de assistência virtual que utiliza a inteligência artificial, apontou reportagem da revista Veja[3].
O grande diferencial da IA - termo cunhado em 1955 por John McCarthy - é a sua capacidade de aprender e desenvolver de maneira autônoma novas formas de raciocínio. “Nos últimos cinco anos houve uma evolução brutal das tecnologias de IA, a ponto de podermos dizer que, hoje, softwares desse tipo conseguem literalmente olhar o mundo e aprender com o que observam”, disse o cientista da computação americano Jeff Dean. Em pouco tempo, a inteligência artificial ocupará boa parte as atividades hoje executadas pelo ser humano. Estima-se que, nas próximas décadas, 70% das atuais profissões serão desempenhadas por robôs, ou seja, sete de cada dez tipos de emprego[4]. O que sobraria? Trabalhos que exijam capacidades lúdicas, emotivas, de análise, que, em teoria, ainda não são exclusivamente humanas[5]. Portanto, teólogos racionalistas que se cuidem...
Uma das primeiras preocupações da teologia com a IA é se ela tem uma alma. Esse é o questionamento de Jonathan Merrit em seu artigo “A inteligência artificial é uma ameaça ao cristianismo?”. Ele cita Mike McHargue, que se descreve como um místico cristão e autor do livro “Finding God in the Waves: How I Lost my Faith and Found it Again Through Science [Encontrando Deus nas ondas: como perdi minha fé e a encontrei novamente via ciência, sem tradução ao português], o qual crê que a ascensão da IA irá dissipar as ambiguidades na forma como muitos cristãos definem termos como “consciência” e “alma”.Segundo McHargue, “as pessoas em contextos religiosos não sabem exatamente o que é uma alma”. “Nós a entendemos como uma essência não física de um indivíduo que não é dependente nem vincula-se ao corpo. Será que a IA vai ter uma alma segundo esta definição?”
Ao lembrar a fertilização in vitro e a clonagem genética, McHargue assevera que “a vida inteligente é criada por seres humanos em cada um desses casos, mas se presume que muitos cristãos concordarão que estes seres possuem alma. “Se temos uma alma e criamos uma cópia física de nós mesmos, supomos que a cópia física também tenha uma alma”, afirma McHargue. “Mas se aprendermos a codificar digitalmente o cérebro humano, então a IA será uma versão digital de nós próprios. Se criarmos uma cópia digital, essa cópia também terá uma alma?”.
A partir disso, Merrit questiona: “Se estivermos dispostos a seguir nessa linha de raciocínio, os desafios tecnológicos mostrar-se-ão abundantes. Se máquinas artificialmente inteligentes têm uma alma, terão elas a capacidade de estabelecer uma relação com Deus? A Bíblia ensina que a morte de Jesus redimiu “todas as coisas” na criação e tornou possível a reconciliação com Deus. Então Jesus morreu pela inteligência artificial também? A IA pode ser “salva”?
A esse questionamento, Christopher Benek, pastor da Providence Presbyterian Church, igreja na Flórida, respondeu:  “Não acho que a redenção de Cristo se limite aos seres humanos”. “É uma redenção a toda a criação, inclusive para a IA. Se a IA for autônoma, então devemos incentivá-la a participar dos propósitos redentores de Cristo no mundo”.
Obviamente, trata-se de uma construção absurda! Afinal, Deus criou pessoas à sua imagem e semelhança (Gn 1.26), de modo que a Imago Dei está presente no ser humano, não em qualquer outra parte da criação, seja nos animais ou em um algoritmo elaborado pelo homem, por mais superinteligente que seja. Igualmente, a redenção em Cristo se estende ao ser humano caído (Jo 3.16), e não a um sistema informatizado. Todavia, esse é o tipo de questionamento que a teologia cristã terá de enfrentar daqui por diante. Ainda que este primeiro aspecto não pareça plausível, há outro ponto sobre a IA que chama a atenção e merece maior cuidado da nossa parte. Refiro-me à utilização da inteligência artificial na área da hermenêutica.
Em nossos dias isso é feito na área jurídica. O Banco JP Morgan, maior banco dos Estados Unidos, vem investindo incisivamente no desenvolvimento de novas tecnologias e já possui um “robô”, baseado em uma rede particular, chamado COI (Contract Intelligence), que interpreta acordos de empréstimo comercial e analisa acordos financeiros[6]. Em 2016, foi lançado o Ross, o “advogado-inteligência-artificial”, ou “robô-advogado”. O ROSS pode processar, em apenas um segundo, 500 gigabytes, o equivalente a um milhão de livros[7].
Não é mera automação. Estes robôs dispõem de uma nova técnica de processo de linguagem, que analisa documentos e legislação. A inteligência artificial é capaz de compreender o real sentido das palavras, ou seja, estes algoritmos fazem um trabalho hermenêutico.
E isso nos leva à hermenêutica cristã. Será que a IA poderia ser utilizada para interpretar as Escrituras?
A resposta a esta pergunta depende da maneira como encaramos a natureza da própria hermenêutica – a reflexão sobre os princípios que corroboram a intepretação textual correta. Se a considerarmos como mero instrumento de codificação de símbolos e análises semânticas regidas pela razão, então a resposta seria positiva. Todavia, se a compreendermos como uma atitude espiritual de compreensão e aplicação do Texto Sagrado, que está além do significado direto das palavras, então os algoritmos não são suficientes para uma hermenêutica bíblica – pelo menos aquela que acredita na sobrenaturalidade.
Obviamente, a inteligência artificial ajuda na compreensão do sentido das palavras, da histórica do texto bíblico e do seu contexto maior. Recentemente, por exemplo, professores da universidade de Tel Aviv, matemáticos e arqueólogos, usaram softwares baseados em IA para analisar a alfabetização nos tempos antigos. As novas ferramentas e técnicas de processamento de imagens puderam comparar e contrastar as formas dos antigos caracteres hebreus. Assim, identificaram caligrafias diferentes. Concluiu-se que a capacidade de ler e escrever era comum no reino de Judá e isso facilitou a posterior compilação dos textos bíblicos[8].
Esse tipo de software tem importante finalidade, mas certamente não substitui a hermenêutica humana, a quem se destina a revelação divina. Talvez, aqueles que resumem a tarefa interpretativa das Escrituras aos aspectos históricos e gramaticais se sintam satisfeitos com os novos algoritmos. É bem possível que o racionalismo protestante e a teologia científica apreciem bastante essas novas ferramentas de inteligência artificial.
Por outro lado, a racionalidade artificial não é suficiente para aqueles que acreditam que a hermenêutica bíblica se submete à revelação divina. Tomo emprestadas aqui as palavras de Paul Ricoeur : “o ato de ler ou de compreender a expressão simbólica de um texto é um momento de autocompreensão, a experiência plena do significado no ato de ler permite-nos que nos elevemos acima de nossa finitude” [9]. Nesse sentido, a IA não é suficiente para o pentecostalismo, pois como lembrou César Moisés de Carvalho, “(...) os pentecostais, somos da opinião que a ‘Bíblia permanecerá em grande parte irrelevante se o Deus de quem ela fala não se revelar aos seres humanos no próprio tempo e espaço deles”[10]. Assim o é porque a Bíblia não é uma lei ou código normativo qualquer, cuja compreensão seja acessada pelo intelecto puramente. É a Palavra viva, eficaz (Hb 4.12) e inspirada de Deus (2 Tm 3.16), e o seu entendimento é alcançado mediante a revelação do Espírito.
Notas e Referências: 
________________________________________ [1] Revista Exame, 13 de setembro de 2017, p. 37.
[2] MERRIT, Jonathan. A inteligência artificial é uma ameaça ao cristianismo?. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/565375-a-inteligencia-artificial-e-uma-ameaca-ao-cristianismo.[3] Revista Veja, edição 2549, 27 de setembro de 2017.
[4] Idem.
[5] Idem.
[6]  JPMorgan Software Does in Seconds What Took Lawyers 360,000 Hours. Disponível em: <https://www.bloomberg.com/news/articles/2017-02-28/jpmorgan-marshals-an-army-of-developers-to-automate-high-finance>.[7] Escritório de advocacia estreia primeiro "robô-advogado" nos EUA. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2016-mai-16/escritorio-advocacia-estreia-primeiro-robo-advogado-eua[8] Disponível em: https://noticias.gospelprime.com.br/inteligencia-artificial-origens-biblia/[9] RICOEUR, Paul. Citado em: VANHOOZER, Kevin. Há algum significado neste texto. São Paulo: Vida Nova, 2005, p. 11.
[10] CARVALHO, Cesar Moisés. Pentecostalismo e pós-modernidade. Rio de Janeiro: 2017, p. 355.

terça-feira, 9 de junho de 2020

Lição 11 - 2º Trimestre 2020 - Jesus também orou - Berçário.

Lição 11 - Jesus também orou 

 2º Trimestre de 2020
Objetivo da lição: Estimular a criança a seguir o exemplo de Jesus na oração.
É hora do versículo: “Ouve, Senhor a minha oração [...]” (Salmos 141.3).
Nesta lição, as crianças continuarão aprendendo sobre a oração, em especial o exemplo de Jesus como uma pessoa que sempre orou.
A criança do Berçário tem um entendimento limitado sobre oração. Mas basicamente ela pode entender que oração é falar com o Papai do Céu, assim como ela fala com o papai e a mamãe. 
De acordo com Ruth Beechick em seu livro Como ensinar crianças do Maternal, página 32, para uma criança de dois anos "a oração será o que ela vive em termos de oração. Se ela já experimentou momentos de oração (antes das refeições, ao se deitar para dormir, antes de sair) em casa ou na Escola Dominical, estes atos de oração comportam o significado desta palavra para ela. Pouco a pouco, podemos entender a ideia da oração para novas experiências, ensinando-a a orar em outras situações. Se uma criança fez alguma coisa contra a outra, podemos orar com ela dizendo: 'Obrigada, Senhor pelo meu amiguinho'. Podemos também ensiná-la a orar quando estiver com medo, doente ou feliz.
Através de suas experiências de oração, a criança entenderá que orar é conversar com Deus. Aprenderá a agradecer ou pedir algo a Ele; a dizer a Deus que o ama e que Ele é bom. Tudo aquilo que pode dizer aos seus pais, ela poderá dizer a Deus, pois o verá paternalmente.
"Faça uma oração com sua turminha pedindo que repitam as suas palavras na oração que Jesus ensinou em Mateus 6.9-13 (NTLH):
“Pai nosso, que estás no céu,
que todos reconheçam
que o teu nome é santo.
Venha o teu Reino.
Que a tua vontade seja feita aqui na terra
como é feita no céu!
Dá-nos hoje o alimento que precisamos.
Perdoa as nossas ofensas
como também nós perdoamos
as pessoas que nos ofenderam.
E não deixes que sejamos tentados,
mas livra-nos do mal.
[Pois teu é o Reino, o poder e a glória,
para sempre. Amém!]”
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 11 - 2º Trimestre 2020 - O Meu Amigo Faz Lázaro Reviver - Maternal.

Lição 11 - O Meu Amigo Faz Lázaro Reviver 

2º Trimestre de 2020
Objetivo da lição: Que a criança aprenda que Jesus é poderoso para ressuscitar dos mortos. 
Para guardar no coração: “ [...] Quem crê em mim, ainda que mora, viverá”. (Jo  11.25)
Somos Assim
“A criança pode não concordar, e pode até opor-se fortemente, mas a verdade é que se sente segura e amada quando o adulto responsável por ela apresenta-lhe, firme e amorosamente, os limites de seu comportamento. Esta tarefa cabe aos pais. Dentro da sala de aula, porém, é preciso que o professor mantenha uma rotina sólida em suas aulas para que os alunos percebam quem está no controle.
Não pense que estará sendo chato quando precisar chamar a atenção de um dos pequeninos, ou pedir-lhe que, durante a história, guarde o brinquedo que trouxe de casa. Saber que na sala existe ordem pode, inclusive, deixar a criança, que ainda não se adaptou à ausência da mãe, mais segura de si e confiante. É bom, portanto, que haja ordem e organização na sala de aula” (Karen Bandeira). 
Para refletir
“Marta e Maria eram amigas de Jesus. Criam nEle e o amavam sinceramente. Entretanto, sua amizade com Cristo não as poupou de uma das mais duras aflições deste mundo. Havendo perdido Lázaro para a morte, estavam tristes. Lázaro, igualmente, fora amigo do Mestre. Nem por isso deixou de adoecer e falecer. 
Nós, a Igreja de Cristo, estamos sujeitos às mesmas dores destes três irmãos. Aqui, sentimos tristezas, ficamos doentes e morremos. Podemos achar que, para nós, Jesus também está demorando. Mas no caso da morte de Lázaro, tanto quanto na nossa presente aflição, a demora de Cristo não é por falta de amor, mas para a glória de Deus. É natural, portanto, que a noiva de Jesus anseie por sua chegada.
Jesus chorou pela morte do amigo Lázaro. Do mesmo modo, Ele sente ao ver-nos enfrentar tanto sofrimento aqui. Cristo não observa impassível o desenrolar da história de sua igreja na terra, mas se comove com cada episódio de dor, perseguição e perdas. Que o choro de Jesus por Lázaro console o nosso coração, enquanto Ele não volta para levar-nos às bodas” (Karen Bandeira).
Atividade do aluno
atividade maternal licao11 
Até logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em João 11.1-44. 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal
Envie suas dúvidas ou sugestões para telma.bueno@cpad.com.br

Lição 11 - 2º Trimestre 2020 - O Amigo Sábio - Jd. Infância.

Lição 11 - O Amigo Sábio 

2º Trimestre de 2020
Objetivos: Os alunos deverão aprender que a sabedoria é algo que todo filho de Deus pode ter. Basta orar e crer que, da mesma maneira como Deus respondeu a Salomão, Ele vai responder a você hoje também. 
É hora do versículo: “É o Senhor quem dá sabedoria” (Pv 2.6).
Nesta lição, as crianças aprenderão, através da história de Salomão, que até mesmo a nossa inteligência é dada pelo Papai do Céu. Podemos pedir que Ele nos concede. Assim como Salomão orou, vamos orar também e confiar que seremos muito inteligentes.
Após realizar todas as atividades propostas na revista do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo com o desenho do rei Salomão, o terceiro rei de Israel, filho do rei Davi, que quando assumiu seu reinado, não sabia como fazer e pediu sabedoria ao Papai do Céu para ser um bom rei. 
licao11 jardim salomao
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância 

Lição 11 - 2º Trimestre 2020 - Um Lugar de muita alegria - Juniores.

Lição 11 - Um Lugar de muita alegria 

2º Trimestre de 2020
Texto bíblico – Filipenses 4.4; 1 Tessalonicenses 5.16.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos aprenderão que a Casa de Deus é um lugar de muita alegria. Isso não significa que você deve ensiná-los que não há sofrimento nesta vida, pelo contrário, seus alunos devem aprender que padecerão perseguições por causa do evangelho e por amor a Jesus Cristo (cf. Mt 5.10; Jo 16.33). Entretanto, essas aflições não precisam ser motivos de tristeza, e sim de alegria, pois elas comprovam que verdadeiramente são servos de Deus. 
Estamos vivendo um tempo de inversão de valores. A pregação que prevalece é aquela que atende às necessidades das pessoas e diz exatamente o que elas querem ouvir e não o que precisam ouvir. Esse tem sido o perigo que tem assolado as igrejas, produzindo crentes que não estão firmados na verdade da Palavra de Deus, e quando surgem as perseguições ou qualquer sofrimento em suas vidas são os primeiros a abandonar a fé (cf. Mt 13.19-22). Mas Deus espera mais de seus filhos e, por esse motivo, é importante que você ensine a verdade aos seus alunos a fim de que estejam preparados para as lutas que terão de enfrentar por causa da fé em Jesus Cristo.
Na Carta que escreveu aos filipenses, o apóstolo Paulo estimula os irmãos daquela igreja a regozijarem-se sempre no Senhor: “Tenham sempre alegria, unidos com o Senhor! Repito: tenham alegria!” (cf. Fp 4.4). Mas por quais motivos deveriam alegrar-se? O crente deve alegrar-se meditando na graça, esperança e promessas de Deus. A maior esperança do crente é a salvação eterna alcançada em Jesus Cristo.
Outra ocasião em que o apóstolo exorta a igreja a alegrar-se é quando escreve aos tessalonicenses (1 Ts 5.16). Paulo declara: “Estejam sempre alegres”. Vejamos que nas duas ocasiões o apóstolo estimula os irmãos a alegrarem-se na presença de Deus. Mesmo quando as circunstâncias não eram favoráveis os crentes deveriam se alegrar, porquanto partilhavam de uma esperança eterna que não se compara com alegria alguma deste mundo.
Esta é uma boa ocasião para ensinar seus alunos que a verdadeira alegria está em Deus. Somente Ele pode nos alegrar quando as coisas não dão certo, quando somos entristecidos por alguma circunstância ou mesmo por alguma pessoa. Ensine a seus alunos que podem encontrar a verdadeira alegria em Deus. Aproveite o assunto da lição e realize a seguinte atividade:
“Sente-se em círculo com as crianças. Converse com elas explicando o significado da palavra ‘servir’. Depois, peça que as crianças citem alguns personagens bíblicos que serviam ao Senhor. Em seguida, pergunte o que eles gostariam de fazer para servir a Deus. Vá anotando tudo em uma folha de papel ofício. Então, diga que podemos servir ao Senhor com as nossas ofertas, com as nossas orações, com o nosso louvor... É muito bom servir a Deus, por isso, devemos servi-lo com alegria. Em seguida, divida a classe em dois grupos, meninos e meninas (depende do número de crianças) e peça que elas completem o quadro. Ganha o grupo que acertar mais vezes e escrever os nomes dos personagens corretamente. Conclua a atividade explicando que servir ao Senhor é muito bom, quando o servimos com alegria, todos ganham. Recite com eles o texto bíblico de Salmos 100.2.” (Atividade extraída da obra Boas Ideias para Professores de Educação Cristã. 1ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, pp. 41,42).

Lição 11 - 2º Trimestre 2020 - O Fruto do Espírito - Pré Adolescentes.

Lição 11 - O Fruto do Espírito 

2º Trimestre de 2020
A lição de hoje encontra-se em: Gálatas 5.22-25.
Prezado(a) professor(a),
A lição desta semana trata a respeito do Fruto do Espírito. Veremos que além da importância dos dons espirituais e ministeriais na edificação da igreja o testemunho cristão é indispensável para o amadurecimento da fé. Nos dias atuais quase não se enfatiza a importância de um bom testemunho. Muitas vezes foge da percepção da igreja que os dons espirituais, embora tenham grande relevância, devem estar acompanhados da prática da Palavra de Deus (cf. 1 Co 12.31).
Ter uma vida espiritual equilibrada e profunda com Deus não se mede pela quantidade de dons e talentos que uma pessoa possui, pois isso é fruto da graça divina. O que de fato define se estamos alcançando a medida certa da fé é o nosso nível de prática da Palavra de Deus e isso não se adquire com tempo de crente ou frequentador de igreja, e sim correspondendo ao evangelho de Jesus Cristo (cf. Jo 14.15-21).
Ao tratar a respeito do Fruto do Espírito o apóstolo Paulo menciona características que devem ser encontradas em todos os que são guiados pelo Espírito de Deus. Vejamos com maiores detalhes em que consiste cada virtude, conforme discorre o comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, p. 1803):
Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama ‘o fruto do Espírito’. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (ver Rm 8.5-14 nota; 8.14; cf. 2 Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2 Pe 1.4-9). O Fruto do Espírito inclui:
(1) Caridade (gr. agape), isto é, o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (Rm 5.5; 1 Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14). 
(2) Gozo (gr. chara), isto é, a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que creem em Cristo (Sl 119.16; 2 Co 6.10; 12.9; 1 Pe 1.8; ver Fp 1.14); 
(3) Paz (gr. eirene), isto é, a quietude de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial (Rm 15.33; Fp 4.7; 1 Ts 5.23; Hb 13.20).
(4) Longanimidade (gr. makrothumia), isto é, perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para o desespero (Ef 4.2; 2 Tm 3.10; Hb 12.1).
(5) Benignidade (gr. chrestotes), isto é, não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32; Cl 3.12; 1 Pe 2.3).
(6) Bondade (gr. agathosune), isto é, zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa ao mal; pode ser expressa em atos de bondade (Lc 7.37-50) ou na repreensão e na correção do mal (Mt 21.12,13).
(7) Fé (gr. pistis), isto é, lealdade constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt 23.23; Rm 3.3; 1 Tm 6.12; 2 Tm 2.2; 4.7; Tt 2.10).
(8) Mansidão (gr. prautes), isto é, moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se com equidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for preciso (2 Tm 2.2; 1 Pe 3.15; para a mansidão de Jesus, cf. Mt 11.29 com 23; Mc 3.5; a de Paulo, cf.  2 Co 10.1 com 10.4-6; Gl 1.9; a de Moisés, Nm 12.3 com Êx 32.19,20).
(9) Temperança (gr. egkrateia), isto é, o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (1 Co 7.9; Tt 1.8; 2.5).
O ensino final de Paulo sobre o Fruto do Espírito é que não há qualquer restrição quanto ao modo de viver aqui indicado. O crente pode — e realmente deve — praticar essas virtudes continuamente. Nunca haverá uma lei que lhes impeça de viver segundo os princípios aqui descritos.
Com base no conhecimento de cada virtude do Fruto do Espírito, converse com seus alunos e pergunte sobre quais virtudes eles encontram mais dificuldade em produzir e quais eles sentem mais facilidade. Peça que justifiquem a resposta.

Lição 10 - 2º Trimestre 2020 - Caráter: A Melhor Herança - Adolescenntes.

Lição 10 - Caráter: A Melhor Herança 

2º Trimestre de 2020
ESBOÇO GERAL
O valor do caráter
O cristão e a riqueza
O perigo da avareza
O mau exemplo de Diótrofes
Pastor Douglas Baptista

A terceira Epístola de João é marcada por elogios aos obreiros Demétrio e Gaio. Mas, também é caracterizada por duras críticas ao mau comportamento de Diótrofes.
Enquanto 1 e 2 João celebram verdades que unem todos os cristãos, 3 João lamenta o mau exemplo e a rivalidade mesquinha que põe cristãos uns contra os outros.
Em particular, a carta foi ocasionada por um conflito grave entre os obreiros. Diótrefes era um presbítero que havia usurpado a liderança de uma congregação que estava sob os cuidados do Apóstolo João.
João lamenta a falta de hospitalidade de Diótrefes, o seu desejo de ter a primazia na igreja e as palavras maliciosas que ele profere contra o Apóstolo.
Lamentavelmente, em nossos dias, também, convivemos com maus cristãos. Os tais promovem dissensão, provocam divisões e espalham maledicência na igreja, no trabalho e na sociedade como um todo.
Tomados por vaidades e sentimentos mesquinhos buscam manter privilégios e posições a todo custo. Para alcançar seu intento não se importam em manchar a reputação da Igreja e de Cristo. Envolvem-se em falcatruas, conchavos, alianças de origem duvidosa e corrompem-se em busca de benefícios pessoais. No Brasil, diversos cristãos servem de mau exemplo. Assistimos inúmeros "Diótrofes" apoiando a corrupção endêmica de nosso país. Mesmo diante de irrefutáveis provas defendem os corruptos no afã de manterem suas vantagens em detrimento da verdade e da justiça.
Mas, graças a Deus, que ainda existem cristãos como Demétrio e  Gaio. Eles representam aqueles que são fieis e tementes a Deus. Com estes é possível contar no esforço de proclamar o Reino de Deus na terra, combater o pecado e erradicar o mau exemplo na Igreja e na sociedade.
Portanto, amados irmãos, convido-lhes a reflexão urgente acerca das orientações das Escrituras que nos exortam a seguir os bons exemplos e refutar até a roupa manchada de sangue (Jd 20-23).