sexta-feira, 10 de junho de 2022

Lição 11 - 2º Trimestre 2022 - Epístolas às Igrejas - Juvenis.

Lição 11 – Epístolas às Igrejas

ESBOÇO DA LIÇÃO
1. TODAS AS EPÍSTOLAS
2. AS PRIMEIRAS EPÍSTOLAS
3. AS EPÍSTOLAS GERAIS
4. PROPÓSITOS E RELEVÂNCIA

OBJETIVOS
CONHECER o número de Epístolas e suas autorias;
COMPREENDER o propósito geral das Epístolas;
ENTENDER a relevância das Epístolas para a Igreja atual.

Querido (a) professor (a), conhecer as Epístolas e saber a importância delas para a Igreja, é primordial para que o juvenil aprofunde o seu conhecimento bíblico. Nesta lição, os juvenis verão apenas uma perspectiva sobre as epístolas e como elas se organizam. As epístolas devem ser lidas, principalmente, buscando o encorajamento e as orientações que elas transmitem. Devemos nos familiarizar com esta parte do Novo Testamento, principalmente voltando-nos para o conforto, a consolação, o ensinamento e a orientação de que tanto necessitamos e que essas epístolas nos trazem.

“As epístolas de Paulo são alguns dos primeiros documentos que temos no Novo Testamento e nos fornecem discernimento desse estranho movimento que começou no judaísmo, mas veio a ser conhecido como cristianismo. Nas primeiras décadas do cristianismo, Paulo escreveu a vários grupos de cristãos a fim de encorajar, exortar, advertir, repreender e, em geral, instruí-los. Ele podia extrair nascentes de conhecimento profundo do Antigo Testamento e dos ensinamentos de Jesus. E essas epístolas, localizadas no meio do nosso Novo Testamento, devem desempenhar um papel de incalculável importância na nossa compreensão de Jesus Cristo e sua missão entre nós.”

(DEVER, Mark. A Mensagem do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 156).

Deus abençoe a sua aula e seus alunos.

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Lição 11 - 2º Trimestre 2022 - Antecipando os Planos de Deus - Jovens.

 Lição 11 – Antecipando os Planos de Deus

Prezado(a) professor(a), para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio da semana. O conteúdo é de autoria do pastor Alexandre Coelho, comentarista do trimestre.

INTRODUÇÃO

Ao iniciar a última tentação direta contra o Senhor Jesus, Satanás tenta motivar o Messias a antecipar o que Deus já havia reservado para Ele: Ser herdeiro de todas as coisas. A cruz, pela proposta de Satanás, seria dispensável e desnecessária. Jesus poderia ter os reinos do mundo por um simples ato de se ajoelhar diante do tentador.

Mas trilhar um caminho mais curto para receber o que Deus tem para nós pode custar a nossa comunhão com o Senhor e o plano dEle para cada um de nós. O preço da antecipação do que vamos receber do Senhor é alto e muito caro, e pode envolver concessões para Satanás atuar em nossas vidas ou atrapalhar os projetos de Deus em nós. Há um caminho a ser trilhado para que recebamos do Eterno o que Ele tem reservado para nós, e tomar atalhos sempre será um desvio do caminho que nos foi proposto.

I–A GLÓRIA DESTE MUNDO

Mudando o Cenário

Ao ser derrotado por Jesus na segunda tentação, Satanás transporta o Senhor para outro lugar. Na primeira tentação, Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, onde depois foi tentado. Na segunda tentação, Satanás se encarrega de tirar Jesus do deserto e lhe oferece a oportunidade de ser um espetáculo, desafiando a Palavra de Deus e se lançando da parte mais alta do santuário hebreu. Nessa terceira tentação, o Senhor é levado para um monte muito alto.

É notório que o Espírito conduz Jesus a um lugar de retiro, para meditação e oração, elementos necessários a um ministério, e que Satanás transporta o Senhor para lugares onde Ele teria notoriedade ou receberia a atenção ou o poder deste mundo. Deus não desejava para Jesus um ostracismo, e, no devido tempo, o Messias seria visto pelo povo em seu ministério. Não é errado adquirir notoriedade e ser destacado ou honrado, mas quando essas situações ocorrem da parte de Satanás, é algo perigoso. É preciso ter cuidado e discernimento para que não nos vejamos em lugares “altos”, imaginando que quem nos colocou lá foi Deus. O Senhor pode nos exaltar e nos honrar, mas somente quando formos maduros o suficiente para dar-lhe a devida glória pelo que Ele opera por nosso intermédio.

O que Satanás Tem a Oferecer

Satanás não se aproxima de Jesus sem que tenha algo a oferecer. Ele oferece a Jesus uma visão de todas as grandiosidades que o mundo possui, mas sem mostrar as suas mazelas e pecados. Foram mostrados ao Senhor todos os reinos do mundo e a glória deles, ou seja, tudo o que eles tinham e que seria possível de encher o coração humano.

Tem sido alvo de discussões se o que Jesus contemplou foi uma visão ou se Ele realmente foi levado a um local onde contemplou todas as coisas que viu. Jesus foi a fonte das narrativas da tentação, desde a mais sintética, descrita por Marcos, quanto das mais completas, como Mateus e Lucas. Ele esteve sozinho sendo tentado, e nenhum outro ser humano presenciou os acontecimentos tratados pelos evangelistas.

Portanto, a fonte primária nos leva a crer no que foi escrito, como foi escrito.

Lucas realça em seu Evangelho que Satanás disse: “Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero” (Lc 4.6). Mateus não registra esses dizeres, mas isso não diminui a força da sua narrativa, pois a tentação permanece no mesmo ímpeto: fazer com que Jesus se curve para render adoração a uma criatura, desviando-se da adoração devida ao Criador. Pensemos na cena: a criatura tentando fazer com que o Criador se curvasse diante dela…

Entendemos que Satanás usurpou a criação e impregnou o mundo com a maldade e o pecado, se apropriando de algo que não era dele.

Salmos 115.16 diz que “Os céus são os céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens”. Os filhos dos homens se deixaram levar pelas mentiras de Satanás e ele se aproveitou para implantar neste mundo toda a sua maldade. “[…] o mundo inteiro jaz no Maligno” (1 Jo 5.19, ARA), e ele tenta há séculos seduzir os homens com benesses terrenas, tirando-lhes o foco da eternidade.

O que Satanás Pede a Jesus

Com certeza, a visão que Satanás mostrou devia ser muito instigante, e um pequeno gesto de adoração seria suficiente para o Inimigo conseguir o que desejava. A busca dessa adoração humana é um combustível para a vaidade satânica. Ele oferece algo em que os homens se interessam e os fisga como peixes em um anzol.

Satanás não pede a Jesus que deixe de adorar a Deus. Ele não exige uma adoração integral, o tempo todo. Ele pede que Jesus, ao menos na­quele momento, se prostre e o adore. Era somente um simples movimento corporal, mas que indicaria muita coisa. Se pensarmos que nossos gestos costumam demonstrar o nosso estado de espírito, ajoelhar-se diante do Diabo seria uma adoração.

O Inimigo continua desejando a adoração de todos, principalmente dos servos de Deus. Para ele, uma adoração dividida já surte o efeito desejado, pois sabe que um coração dividido vai tentar agradar a dois senhores, e isso Deus não aceita.

Satanás não se contenta em ver as pessoas adorando a Deus; ele quer destruí-las por não adorarem a ele: “[…] se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora” (2 Ts 2.4), e busca se parecer com o Senhor para receber a adoração devida somente ao Eterno. Seu objetivo é confundir aqueles que buscam a Deus, de tal forma que venham a abrir mão de alguns valores para receberem o que precisam. Ele sabe que buscar o Senhor com um coração dividido vai contra a orientação do próprio Deus.

Ao falar acerca dos cativos da Babilônia, o profeta mostra que o povo de Deus só o acharia quando o buscasse de todo o coração. Não com uma atitude parcial, mas com inteireza.

II – NÃO ANTECIPE O QUE DEUS TEM PARA VOCÊ

Deus não se Utiliza dos Caminhos de Satanás

Enquanto Satanás tenta seduzir os homens mostrando o que eles podem usufruir temporariamente, sem dizer-lhes o que os aguarda na eternidade, Deus mostra o que está reservado aos que andam em seus próprios caminhos e seguem as propostas do Diabo. Satanás se vale da sedução e do engano, atraindo incautos para que consumam seus pecados. Ele age oferecendo a tentação, e depois age como acusador, se a pessoa cair em pecado.

Deus se utiliza da verdade, pois Ele é verdadeiro. O Senhor tem com­promisso com a sua criação, pois ela existe por um ato de amor. Satanás não tem compromisso com a humanidade, pois esta não foi fruto de sua criação. Ele não somente rouba, mata e destrói, como também leva os homens por caminhos tortuosos.

O Mundo que Jesus Veio para Salvar

Por mais que o Diabo seja apresentado na Palavra de Deus como príncipe deste mundo, seu julgamento será cumprido: “o príncipe deste mundo está julgado” (Jo 16.11). Jesus não desmente a Satanás quando este, ao mostrar os reinos e as glórias deles, diz que tem autoridade sobre eles. Ele não diz que a autoridade que o Diabo alegava ter era falsa.

Na verdade, Jesus não perde o seu tempo com discussões sobre quem detém o poder ou não. Ter ou não o poder era uma isca para a verdadeira questão: a adoração. Enquanto os homens buscam o poder, Satanás busca ser adorado. Ele oferece benesses temporárias a fim de ser venerado como uma divindade, e, assim, atende aos desejos humanos, recebe a adoração da humanidade e depois a encaminha para o inferno.

Jesus não perderia seu tempo dando argumentos a Satanás; Ele foca no que é o essencial: saber que se curvar a Satanás, ainda que por um segundo, seria um desvio total do plano da Salvação. O mundo criado é inferior ao Deus que o criou, e Satanás não iria conseguir oferecer um atalho para que Jesus completasse o plano proposto pelo Eterno desde a fundação do mundo. O Senhor passaria pela cruz, e, por meio dela, atrairia todos para Ele (Jo 12.32).

Submissão a Deus

Era preciso que Jesus mostrasse que era submisso a Deus. O poder temporal oferecido por Satanás contrastava em muito com o objetivo do verdadeiro evangelho, que era salvar o homem, e não detê-lo numa cortina falsa e temporária de poder. Em nossos dias, é possível ver grupos de cristãos divididos sobre questões políticas. Não é errado um cristão buscar servir à sociedade por meio de ações que lidem com o poder público, e muitos de nossos irmãos acham espaço para servir ao Senhor em ambientes onde podem fazer a diferença, como Daniel o fez na babilônia. Ele estava em um ambiente político, em que o poder dos homens circulava, e se manteve como um arauto de Deus naquela civilização. Entretanto, não podemos nos esquecer de que o poder político passa e, com ele, os homens que o detêm.

Satanás sempre trará algo sedutor em suas tentações. Quando pas­samos por uma tentação, o que nos está sendo oferecido e que vai custar a nossa comunhão e submissão a Deus? Um ministério? Um casamento? Um emprego? Um bem de consumo? Até que ponto somos impulsionados a imaginar que a fidelidade de Deus está demorando a ser manifesta em nossas vidas e que precisamos buscar outros caminhos para receber fora do tempo o que Ele nos reservou?

Satanás costumeiramente lança em nossos pensamentos a ideia de que Deus está demorando muito para nos atender ou para nos colocar em uma posição que Ele mesmo disse que estaríamos. O Inimigo se apro­veita de nossos momentos de impaciência para nos oferecer saídas mais fáceis e rápidas, fazendo com que nossas mentes questionem: para que trilhar o longo caminho de aprendizado que Deus tem nos reservado se podemos ter em um curto espaço de tempo o que levaríamos anos para receber de Deus? Bastaria somente um breve momento de concessão, de abrir mão de um de nossos princípios. Satanás tenta nos convencer de que uma pequena brecha na nossa comunhão com Deus não vai inviabilizar o que o Senhor tem para nós.

Deus sabe que a paciência é uma disciplina com a qual temos de lidar, e que nos fará estar mais próximos dEle. Deus é paciente. Sua longanimidade é conhecida na Bíblia, e Ele se utiliza dela para cumprir os seus desígnios para conosco. Há um tempo reservado para que a nossa vitória venha às nossas mãos. Depois da cruz, o mesmo Jesus recebeu do Pai, de forma completa, o que Satanás estava lhe oferecendo de forma limitada — todo o poder: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18). Vale a pena aguardar o tempo em que Deus há de cumprir as suas promessas em nossas vidas.

III – A QUEM DEVEMOS ADORAR

O Povo no Deserto

Pela terceira vez, para vencer a tentação trazida pelo próprio Diabo, Jesus remonta ao passado, à experiência do povo de Israel no deserto. Parece-nos que os relatos de Moisés foram bem contundentes para exem­plificar o quanto deixamos de ser agradecidos. Moisés traz à memória deles algumas lições.

A primeira lição era que estavam entrando em uma terra para habitar em casas que eles não construíram, beberiam águas de poços que eles não haviam cavado, e usufruiriam de olivais e vinhas que não haviam plantado (Dt 6.10, 11). E qual era o problema dessa situação? Era que eles ficariam satisfeitos com tudo o que haviam obtido, seu esforço próprio, e se esque­cessem do Senhor: “guarda-te e que te não esqueças do Senhor, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão. O Senhor, teu Deus, temerás, e a ele servirás, e pelo seu nome jurarás” (Dt 6.12,13). O povo de Deus não demoraria a se esquecer dessa orientação.

Esquecimento e Ingratidão

A segunda lição era que a ordem de temer e servir ao Senhor foi acompa­nhada de outra ordem: que os hebreus se guardassem de seguir as “divindades” que eram cultuadas em Canaã: “Não seguireis outros deuses, os deuses dos povos que houver à roda de vós” (Dt 6.14). Essas “divindades” nada fizeram em prol dos hebreus, e eles não poderiam se esquecer de que foram livres e sustentados por Deus. O esquecimento traz a ingratidão, e a ingratidão, por sua vez, é seguida de um sentimento de rebeldia. Os hebreus, com o passar do tempo, não somente se esqueceram de Deus, mas também se tornaram ingratos diante de tantas bênçãos que receberam, e, por fim, demonstraram sua rebeldia adorando a outros deuses, o que Deus terminantemente havia proibido. Tais ações custaram aos filhos de Abraão muitas dores nos anos que se seguiram.

Adoração e Serviço a Deus

A terceira lição é que o ato de ceder a uma tentação pode selar o destino de uma pessoa. Nossa adoração e serviço devem ser exclusivos para Deus. E adoração é uma forma de vida, de quem anda conectado com Deus, e vai além do momento em que estamos entoando louvores no templo. Por mais que Satanás nos tente a fazer uma pequena concessão em nossa adoração, essa concessão será vista como uma entrega completa da nossa parte. Não há possibilidade de dizer que adoramos a Deus se nos inclinamos a Satanás para buscar benesses, poder ou autoridade deste mundo.

Jesus não abriu mão de seu chamado, ainda que lhe ofertassem atalhos. Ele permaneceu fiel a Deus, mesmo com a possibilidade de antecipar o que o Senhor lhe havia prometido. E o preço de sua fidelidade se vê em nossos dias, com milhões de pessoas que seguem a Jesus, reconhecendo nEle o único caminho que nos leva para Deus. Ele cumpriu o caminho que Deus lhe havia proposto, e derrotou a Satanás, abrindo o caminho para a nossa eterna salvação.

CONCLUSÃO

O exemplo de Jesus, ao vencer a terceira tentação, nos mostra que não precisamos antecipar o que Deus tem para nós, cedendo com pequenas concessões a Satanás. Mostra-nos que a adoração devida a Deus não é somente um momento de louvor na igreja, mas uma vida conectada com o Senhor, obedecendo a Ele, e, por fim, que podemos confiar que Deus há de cumprir suas promessas em nossas vidas, pois é grande a sua fidelidade.

Todos seremos desafiados um dia, para agir de forma precipitada, saindo do caminho proposto pelo Senhor. Lembremo-nos de que a impaciência pode nos levar ao esquecimento do que Deus tem feito por nós, e o esquecimento nos conduzirá à ingratidão e à rebeldia. Que não sejamos como os filhos de Israel, que se esqueceram do Senhor e adoraram outros deuses, mas que a nossa memória esteja sempre sendo alimentada pela Palavra de Deus, até que sejamos chamados para estar com Ele na glória.

Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: COELHO, Alexandre. O Perigo das Tentações: As Orientações da Palavra de Deus de Como Resistir e Ter uma Vida Vitoriosa. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.

Lição 11 - 2º Trimestre 2022 - Sendo cautelosos nas opiniões - Adultos.

 Lição 11 – Sendo cautelosos nas opiniões

ESBOÇO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO
I – NÃO DEVEMOS JULGAR O OUTRO
II – DEVEMOS PRIMEIRAMENTE OLHAR PARA NÓS MESMOS
III – E SE FÔSSEMOS JULGADOS PELA SEVERIDADE DE DEUS
CONCLUSÃO

A Lição 11 tem três objetivos que os professores devem esmerar-se em atingi-los:

1. Compreender que não devemos julgar precipitadamente o outro;
2. Conscientizar de que devemos primeiramente olhar para nós mesmos;
3. Afirmar que não somos julgados pelo severidade de Deus.

NINGUÉM DEVE SER JULGADO?

Em momento algum quando lemos Mateus 7.1, emana dos lábios de Jesus a negatividade de que o julgamento não deve ser feito, na verdade, Ele não quer que sejamos neutros nas questões morais. O que Cristo objetivava aqui era alertar quanto ao julgamento feito por alguém de modo ríspido, um ato de censura firmado na justiça própria, ademais, sempre quando formos julgar alguém é sempre bom olharmos para nós mesmos, como bem expressa a Mishnah: “Não julgues ao teu semelhante enquanto não estiveres na posição dele”. O dito popular: “Quando tu apontas um dedo para mim, tem três apontando para você”, é importante, por isso é sempre bom ser misericordioso e generoso ao se fazer qualquer julgamento para com uma pessoa.

Quando Cristo diz “Não julgueis” nota-se que o verbo do grego é krino, separar, colocar separadamente, selecionar, escolher, ser de opinião, julgar, pensar, presidir com o poder de emitir decisões judiciais, porque julgar era a prerrogativa dos reis e governadores. É claro que essas palavras não englobam todo tipo de julgamento (1Co 5.12), mas se referem àquele julgamento infundado, injusto, infiel, que não pode em momento algum ser provado.

Jesus não está proibindo os tribunais de julgarem, nem está tolhendo a capacidade crítica do ser humano. No próprio texto de Mateus 7.15-23 Ele fala da importância de Seus discípulos julgarem os ensinos dos falsos mestres, inclusive ajudar outros a fazer isso corretamente (Mt 7.18,15). Como novos discípulos de Cristo, cada servo Seu deve saber discernir bem as coisas para julgar corretamente, isso para que não aconteça de sair por aí julgando as pessoas ou sentenciando-as apenas por causa de um feito seu, antes o julgamento deve ser feio com critério, como é bem ensinado por Paulo, em relação à disciplina de um membro (Rm 5.1-5).

Os fariseus eram pessoas que apreciavam censurar os outros, colocavam defeito em todas as pessoas, contudo, em relação a si mesmos não viam qualquer defeito, consideravam-se santarrões, achavam-se perfeitos e se sentiam os únicos cumpridores da Lei, vendo os demais como pessoas malditas (Jo 7.49). Quando lemos Romanos capítulo 2.1, vemos que Paulo não alivia nas palavras, isso incluía escribas e fariseus, pois gostavam de julgar os outros, mas já estavam condenados. Era de praxe, muitos judeus gostavam de julgar os gentios como sendo nada (Rm 2.17-29), todavia, faziam coisas muitas vezes piores. É triste dizer, mas muitos procedem como os escribas e fariseus, gostam de apontar os erros dos outros, julgá-los, mas fazem coisas piores.

Está certíssimo o teólogo Martyn Lloyd-Jones quando diz que caso não conhecesse a doutrina da justificação exclusivamente pela fé, jamais ousaria examinar o Sermão do Monte, pois se trata de um Sermão diante do qual todos nós ficamos completamente nus, inteiramente destituídos de esperança. Se caso todo cristão verdadeiro procurasse colocar em prática os ensinos de Cristo propostos no Sermão do Monte, a realidade da vida cristã seria outra neste mundo.

O julgamento feito pelos escribas e fariseus era duro, visava simplesmente apontar as falhas e os defeitos dos outros, além da justa medida. Faziam isso com toda severidade, com dureza e egoísmo pessoal, com maldade, malícia, sem qualquer sentimento de amor, como bem foi ensinado por Jesus em Mateus 5.36-48.

Devemos levar em consideração que um julgamento que não vem banhado pelo amor é egoístico e tem apenas um alvo: desfazer daquela pessoa que alguns observam coisas boas nelas, procurando desclassificá-la perante outros para lucrar algo para si. No entanto, Jesus deixa claro que quem julga sem amor, apenas na base da censura, logo será julgado por Deus, por isso disse Jesus: “Para que não sejais julgados”. Sofre também julgamentos da parte dos homens, pois logo outros perceberão que tal censura é sem base.

Pessoas que não conseguem enxergar coisas boas nos outros, nunca serão vistas como boas, aquelas que só manifestam ódio, irão colher ódio, quem só planta vento, irá colher tempestade, quem destila veneno, não demorará para ficar envenenado, quem não usa de misericórdia, jamais receberá misericórdia. Um cristão que tem o coração banhado pelo amor não deseja o mal para o seu próximo. A lei da semeadura é clara, o que se planta é o que se colhe (Gl 6.7), e, como Deus é Deus de justiça, e Seu juízo é segundo a verdade, e Ele agirá no momento certo (Rm 2.2), e por toda a palavra mentirosa que o homem diz, terá que prestar contas delas no dia do juízo (Mt 12.36). Falando da lei da semeadura e da colheita, Champlin¹diz:

Esse princípio se aplica tanto às nossas relações com os homens como às nossas relações com Deus. Bondade atrai bondade; censura atrai censura; generosidade atrai generosidade; mesquinhez atrai mesquinhez; malícia atrai malícia; misericórdia atrai misericórdia; boas obras atraem o favor de Deus, e o pecado atrai o julgamento. Na defesa de si mesmo é que o indivíduo censura os que o censuram.

Aquele que deseja viver segundo os ensinos de Jesus, fazendo julgamento da maneira correta, tendo critério: “Com o critério…, com a medida…” praticando de modo prudente e adequado o ensino de Jesus sobre o julgamento (Mc4.24) e fazendo o bem ao próximo com suas boas obras, receberá dos outros de modo semelhante (Lc 6.38).

Meus irmãos, não tenhamos um espírito crítico e arbitrário para condenar os outros, nem queiramos ter a posição de Deus, que é o verdadeiro juiz, pois conhece a pessoa por dentro e por fora, mesmo assim, é misericordioso (Mt 5.7). Ao julgarmos alguém, sejamos criteriosos e cheios de amor, misericórdia e compaixão. Por vezes julgamos uma pessoa quando praticamos os mesmos pecados, e as condenamos severamente.

O melhor de tudo é fazer o seguinte: quando encontrarmos algum erro no irmão, sempre de imediato o que vem na nossa mente é de condená-lo, desprezá-lo, todavia, é bom tê-lo como nosso espelho, pois às vezes ele reflete o que nós somos. Os homens que julgavam e condenavam a mulher pecadora se esqueceram que tinham pecados piores do que o dela, por isso Jesus disse: “Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (Jo 8.7).

Texto extraído da obra Os Valores do Reino de Deus, editada pela CPAD.


¹CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo, Vol.1. Mateus/Marcos. São Paulo: Candeia, 1995.p.331

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Lição 06 - 2º Trimestre 2021 - Deus criou os meus pezinhos - Berçário.

 

Lição 06 - Deus criou os meus pezinhos 

2º Trimestre de 2021

 

Objetivo da lição: Demonstrar, através da exposição da aula e das atividades, que foi o Papai do Céu quem criou os nossos pés.

É hora do versículo: “Tu mesmo me criaste [...]” (Jó 10.3).

Nesta lição, as crianças continuarão vendo que Deus criou cada detalhe do seu corpinho. E hoje elas perceberão que o Papai do Céu criou os seus pés. Mostre o pezinho do bebê para ele. Cada dedinho. Depois de realizar as atividades propostas no manual, sugerimos que o professor entregue para cada aluno que já consegue segurar um giz de cera, a imagem do bebê abaixo. A criança deverá circular os pés do bebê e depois pintar o desenho. Enquanto realizam a atividade, diga com as crianças: “Obrigado Papai do Céu pelos nossos pezinhos”.

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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 05 - 2º Trimestre 2021 - A história de uma amiga - Maternal.

Lição 05 - A história de uma amiga 

2º Trimestre de 2021

Objetivo da lição: Que os alunos salvos vivam de modo a atrair seus amigos para Cristo, e que os não salvos decidam-se a recebê-lo como Salvador.

Para guardar no coração: “[...] O seu Deus será o meu Deus.” (Rt 1.16)

Nesta lição, o aluno vai conhecer a história de Rute. Quando ela e sua sogra, Noemi, ficaram viúvas, Rute decidiu segui-la para Belém. Deus cuidou das duas mulheres que se tornaram grandes amigas. Não deixou faltar alimento para elas. 

Após narrar a história bíblica em sua totalidade e realizar as atividades propostas na revista do professor, caso ainda haja tempo, sugerimos que faça cópias da atividade a seguir. Oriente os alunos a molharem o dedinho na cola branca, passar na espiga de milho e colar bolinhas de papel crepom amarelo no lugar dos grãos. 

 

 

 

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos! 


Lição 05 - 2º Trimestre 2021- Cante, o Amigo Nasceu - Jd. Infância.

 

Lição 5 - Cante, o Amigo Nasceu 

2º Trimestre de 2021

Objetivos: Os alunos deverão perceber a importância de louvar a Deus pelo nascimento de Jesus e compreender o motivo da alegria dos pastores depois que os anjos anunciaram o nascimento de Jesus.

É hora do versículo: “Glória a Deus nas maiores alturas do céu! E paz na terra para as pessoas a quem ele quer bem!” (Lc 2.14)

Nesta lição, os alunos continuarão conhecendo a história acerca do nascimento de Jesus. Jesus acabara de nascer e os anjos foram avisar a alguns pastores que estavam ali por perto para irem até o local do nascimento do rei para adorar o Salvador, o Rei dos reis. 

Após realizar todas as atividades propostas na revista do professor e caso haja algum tempo, sugerimos uma atividade extra para os alunos completarem o desenho do anjo que anunciou aos pastores o nascimento de Jesus ligando os pontos. 

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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 05 - 2º Trimestre 2021 - O Primeiro Pecado - Primários.

 

Lição 5 - O Primeiro Pecado 

2º Trimestre de 2021

Objetivo: Que o aluno compreenda como o pecado entrou no mundo e que por meio de Jesus há perdão para os pecados.

Ponto central: Jesus morreu para perdão dos nossos pecados.

Memória em ação: “O próprio Cristo levou os nossos pecados no seu corpo sobre a cruz [...]” (1 Pe 2.24).

Querido (a) professor (a), em nossa próxima aula vamos ensinar aos Primários sobre o primeiro pecado. E para isso utilizaremos uma dinâmica mais do que especial. Como diz o antigo ditado popular, “uma imagem vale mais que mil palavras”. O objetivo é proporcionar maior compreensão, internalização e memorização da história mais importante da humanidade: a trajetória de sua queda até a redenção, pelo sangue de Jesus. 

O recurso visual é muito importante na aprendizagem e memorização, seja qual for a matéria e faixa etária, mas especialmente na dos seus alunos dos Primários. Por isso, além do plano de aula já disponibilizado em sua revista, sugerimos que você faça um resumo visual desta lição. Você vai precisar dos seguintes materiais (todos baratos e facilmente encontrados em supermercados e drogarias):    

• Copo de vidro transparente   

• Cloro / Água sanitária    

• Iodo    

• Água 

primarios 5 iodo

O ideal é que você não deixe os produtos nos seus recipientes originais para despertar ainda mais a curiosidade da turma e não tirar o foco dos alunos da história. 

Primeiramente, mostre o copo (ou recipiente de vidro transparente) com água comum até a metade e diga que ele representa cada um de nós quando Deus nos criou lá no Éden, livre do pecado, puros.

Então, misture o iodo com a água e continue a explicação:

– Mas um dia nos afastamos de Deus, pecamos (a água ficará escura. Você pode se estender mais falando os tipos de pecado, especialmente dentro do contexto da faixa etária dos Primários, e o quanto eles nos mancham, sujam nossos corações, nos afastando de Deus).

Em seguida, você pegará um pouco da água sanitária e (após sua explicação), derramará sobre o recipiente que ficou com a água escura e o líquido voltará a ficar transparente como água. Porém, antes explique:

– Deus nos amou tanto que arquitetou um plano para nos redimir, para nos tirar deste lamaçal de pecado, para que possamos ter uma vida eterna ao lado dEle, o que jamais conseguiríamos pelos nossos próprios esforços. E Ele se dispôs a dar seu filho unigênito, para que todo aquele que nEle crer, não perecesse, mas tivesse a vida eterna (Jo 3.16).  

Peça que eles leiam Romanos 5.18,19: “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos”. (E neste momento, após falarem “justos”, derrame o cloro ou água sanitária).

Esta é uma simples ilustração, mas também muito marcante. 

No entanto, acima de qualquer recurso, dependemos exclusivamente do Espírito Santo para atingir os corações. Por isso, previamente ore pela sua classe, prepare-se para esta aula, treine pelo menos duas vezes essa dinâmica, antes de apresentá-la pra sua turma, a fim de que tudo corra como o esperado.

Ao final da aula, ore com seus pequeninos, agradecendo ao Senhor por enviar Jesus para nos salvar e perdoar por todos os nossos pecados e que o seu Espírito Santo sempre nos ajude a manter nossos corações limpos e agradáveis a Ele.

O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula! 

Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD

Lição 05 - 2º Trimestre 2021 - O Deus de Milagres - Juniores.

 

Lição 5 - O Deus de Milagres 

2º Trimestre de 2021

Texto Bíblico – João 11.1-44.

Caro(a) professor(a),

Como Deus manifesta o seu poder? Há limites para Deus agir? Na lição desta semana, seus alunos vão conhecer um pouco mais a respeito de como Deus opera. Ele é Poderoso para fazer milagres! Estamos caminhando e aprendendo lições que nos fazem conhecer melhor a pessoa de Deus e a forma como Ele atua. Conhecer e saber que o nosso Deus opera em situações complexas é algo maravilhoso. Ele atua também sobre a vida das pessoas que o servem com amor e fidelidade e de forma extraordinária e inexplicável pelas leis naturais. É importante que seus alunos aprendam desde a mais tenra idade que servem a um Deus que não está apático às suas necessidades. Um Deus que se preocupa com suas dificuldades e zela por cada instante de suas vidas. Ele opera maravilhas e não há limites para o seu poder.

Na lição de hoje seus alunos aprenderão com a história de Lázaro que não há limites para o poder de Deus. Aparentemente, a demora do Mestre em chegar até o local onde Lázaro se encontrava doente significava que o Senhor não estava presente no momento mais difícil em que o seu amigo se encontrava. Entretanto, a demora do Senhor não era descuido, e sim o cuidado de Deus para que o seu poder se manifestasse de maneira extraordinária.

A Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, p. 915) explica alguns atributos que são exclusivos de Deus:

Deus é Onipresente: Ele está presente em todos os lugares a um só tempo. O salmista afirma que, não importa para onde formos, Deus está ali (Sl 139.7-12; cf. Jr 23.23,24; At 17.27,28); Deus observa tudo quanto fazemos.

Deus é Onisciente: Ele sabe todas as coisas (Sl 139.1-6; 147.5). Ele conhece, não somente nosso procedimento, mas também nossos próprios pensamentos (1 Sm 16.7; 1 Rs 8.39; Sl 44.21; Jr 17.9,10). [...].

Deus é Onipotente: Ele é o Todo-Poderoso e detém a autoridade total sobre todas as coisas e sobre todas as criaturas (Sl 147.13-18; jr 32.17; Mt 19.26; Lc 1.37).

Professor(a), à medida que seus alunos vão crescendo, também compreenderão que o Deus a quem servimos é o único, e que fora dEle não há outro. Mas para que esta verdade esteja firmada no coração de seus alunos o seu trabalho como professor(a) da Escola Dominical precisa ter eficácia. Para tanto, sugerimos a seguinte atividade a ser realizada:

1. Recorte várias figuras de super-heróis e cole num pedaço de cartolina ou papel cartão. Prenda fita adesiva atrás dos cartões. Escreva no quadro o versículo: “Para os seres humanos isso não é possível; mas, para Deus, tudo é possível” (Mateus 19.26).

2. Coloque as figuras dentro de uma caixa. Diga para os alunos que há várias histórias de super-heróis.

3. À medida que você for explicando, retire uma figura da caixa e pergunte aos alunos quem é o personagem que aparece. Diga os poderes que eles possuem e, ao final, diga que o “super-herói....” não é onipotente, onipresente e nem onisciente (explique o que significa cada atributo de Deus). Termine dizendo que somente o Criador existe de verdade e possui todas essas qualidades. Após a explicação, prenda as figuras no quadro.

4. Repita o procedimento com todos os personagens apresentando suas qualidades, porém, reafirme que somente Deus tem todo o poder e é perfeito.

Tenha uma excelente aula! 

Lição 05 - 2º Trimestre 2021 - O Amor - Pré Adolescentes.

 

Lição 5 - O Amor 

2º Trimestre de 2021

A lição de hoje encontra-se em: João 3.13-18.

Prezado(a) professor(a),

Você saberia descrever de forma sucinta o que é o amor? A lição desta semana tem como propósito apresentar o amor como uma das qualidades inerentes ao caráter de Deus. A Bíblia menciona que “aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (cf. 1 Jo 4.8). Desde o início, quando Adão e Eva desobedeceram à ordem divina, o Senhor manifestou a sua misericórdia e concedeu ao homem uma nova oportunidade de reconciliar-se com o seu Criador (cf. Gn 3.15). Esta passagem bíblica é conhecida no meio acadêmico como proto evangelho, isto é, “a primeira promessa implícita do plano de Deus para a redenção do mundo” (Nota — Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995, pág. 37).

Na aula desta semana seus alunos aprenderão que o amor verdadeiro, de acordo com a Bíblia, não é um sentimento que oscila conforme o momento que estamos passando. Também não está condicionado ao estado de alegria ou tristeza que estamos sentindo. O verdadeiro amor é real a partir da nossa decisão de querer o bem do próximo, independentemente, do que este nos cause.

Assim também é o amor de Deus para conosco. Ele não nos trata de acordo com as nossas iniquidades ou obras de justiça (cf. Sl 103.8-10). Afinal de contas, o que fazemos de mal comprova que a nossa natureza humana é inclinada ao pecado e isso faz de nós pecadores indignos da bondade de Deus. De outro modo, as nossas obras de justiça não nos torna merecedores da graça divina, antes, como servos de Deus, temos a responsabilidade de cumprir as obras de justiça que foram preparadas para que andássemos nelas (cf. Ef 2.10).  

De acordo com o Dicionário Bíblico Wycliffe (2006, pág. 93), a definição teológica que diz respeito ao amor de Deus, se dá da seguinte maneira:

O Novo Testamento reitera o amor que Deus tem por todas as suas criaturas (Mt 5.45), mas enfatiza a manifestação em particular de si mesmo em Cristo e no Calvário (Jo 3.16; Rm 5.8; 8.31-39), eventos que mostram a vida eterna para o crente. Deus é revelado como amoroso porque Ele próprio é amor (1 Jo 4.8,16). O amor é a sua própria essência; o amor é outro termo juntamente com ‘luz’ (1 Jo 1.5) que descreve a qualidade moral de seu ser.

O amor do homem a Deus no Antigo Testamento é a resposta completa do homem (Dt 6.5, ‘de todo coração’) ao Deus misericordioso de Israel (Dt 6.5-9; Êx 20.1-17; Sl 18.1; 116.1). O amor a Deus é expresso, de forma ética, especialmente ao se guardar a lei e o temor a Ele (Êx 20.6; Dt 5.10; 10.12; Is 56.1-6). Este conceito de resposta total é repetido pelo Senhor Jesus no Novo Testamento (Mc 12.29,30; veja também Mt 6.24; 10.37-39; Lc 9.57-62; 14.26,27). No entanto, a resposta é dirigida a um novo conjunto de eventos — a encarnação (Jo 4.10,19,25-29,39-42), a cruz (Rm 6.3-11; Gl 2.20; 5.24; 6.14), a ressurreição (Fp 3.10,11; Cl 3.1,2), e a segunda vinda (2 Tm 4.8). A equação de amor e obediência também é repetida (Jo 14.15,21; 1 Jo 4.21–5.3). O amor não é um mero sentimento, mas uma entrega pessoal e voluntária que conduz à submissão.        

A expressão do amor de Deus é um ensinamento que inspira o ser humano a compreender que deve amar o seu próximo. O mais interessante é que Cristo não indagou aos seus discípulos se desejavam ou não amar o próximo. Antes, o Senhor lhes deu uma ordem: “um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros” (cf. Jo 13.34). Neste caso, se é mandamento (De acordo com o dicionário Houaiss, mandamento significa “ordem dada por pessoa que manda, que tem autoridade para mandar; mandado”), já não se trata de querer, e sim de um dever que todo discípulo tem de amar o seu próximo.

Portanto, é implícito que o amor de Deus não está relacionado ao fruto de um sentimento ou emoção humana. Antes, é resultado da ação do Espírito Santo na vida daquele que recebeu o amor de Deus em sua vida, daquele que foi novamente gerado pela Palavra da Verdade (cf. 1 Pe 1.22,23).

Após a leitura desta abordagem, converse com seus alunos a respeito do “novo mandamento” que Cristo nos deixou. Faça uma roda de conversa e explique os pontos apresentados acima. Pergunte a opinião de seus alunos e o que compreenderam a respeito do assunto tratado na aula de hoje. 

Tenha uma excelente aula!

Lição 05 - 2º Trimestre 2021 - O Caráter da Pregação de Paulo - Jovens.

 

Lição 5 - O Caráter da Pregação de Paulo 

2º Trimestre de 2021

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Natalino das Neves, comentarista do trimestre.

O CARÁTER DA PREGAÇÃO DE PAULO

Paulo foi um estudante dedicado e um ministro compromissado com a mensagem do evangelho. Ainda que caluniado e ofendido pelos “sábios” da comunidade de Corinto, ele não usou sua capacidade humana para defender-se ou se vangloriar, mas ocupou-se em apresentar a mensagem simples da cruz de Cristo. 

I- Paulo Era Capacitado e Tinha Chamado de Deus 

A origem e a visão globalizada de Paulo Paulo era um cidadão do mundo greco-romano. Ele tinha uma boa origem e uma boa formação (NEVES, 2019, pp. 48-57). A defesa mais comum é de que Paulo nasceu em Tarso, cidade próxima à Costa Mediterrânea, que, em 67 a.C., foi anexada à recém-criada província da Cilícia, vindo a tornar-se a sua capital administrativa (At 9.11,30; 11.25; 15.23,41, 22.3; Gl 1.21). Tarso era um dos eixos do comércio internacional que ligava o mundo semita, o planalto Anatólio e as poleis gregas viradas para o Egito e Europa. Essa posição estratégica transformou a cidade em um dos grandes centros culturais do Oriente helenizado. Paulo provavelmente passa nessa cidade o período da infância e da adolescência, onde teve contato com a educação helênica e estudou retórica (2 Co 10.10). Alguns estudiosos defendem que Paulo não nasceu em Tarso, mas chegou ali na sua infância. Afirmam que ele tenha nascido em Giscalis, norte da Galileia, terra natal do famoso João de Giscala, líder da grande guerra judaica do século XIV, local de onde seus pais foram expulsos quando o exército romano devastou a província da Judeia, desencadeando uma diáspora de judeus (MURPHY-O’CONNOR, 2008, pp. 27-33; DEISSMANN, 1926, 90). É possível que Paulo tenha sido concebido na cidade de Giscalis, e, com a expulsão pelos romanos, seus pais fogem para Tarso, onde ele nasceu na primeira década do século I d. C. Paulo, portanto, era um pouco mais novo do que Jesus, porém a diferença de idade não era muito significativa. Mesmo sendo contemporâneo de Jesus e, provavelmente, tendo estado em Jerusalém durante o ministério dEle, é pouco provável que tenham se encontrado. Murphy-O’Connor (2008, p. 70) defende que o costume dos fariseus em fase de formação concentrarem-se em seus estudos pode ter sido o motivo da ausência do encontro entre eles: “o total empenho de Paulo nos seus estudos eliminava qualquer curiosidade por aquilo que lhe fosse estranho”. Assim, não há evidência de que Paulo e Jesus tenham se encontrado pessoalmente. 

II-Paulo, um cidadão romano 

Paulo afirma ser um cidadão romano (At 16.37,38; 22.25-29; 23.27; 25.10-12). Era comum na época de Paulo a prática que iniciou com o imperador Augusto, a “dupla cidadania” (cidadão da cidade natal e, ao mesmo tempo, ser cidadão Romano). Hengel (1991, 98-100) afirma que não era tão simples reivindicar a cidadania romana, ou seja, ser um cidadão da famosa polis de Tarso. A cidadania correspondia também a um grande privilégio político e status social. Poucas décadas antes do nascimento de Paulo, Atenodoro, professor do imperador Augusto, tinha limitado as concessões de cidadanias por meio do rendimento mínimo, definido como 500 dracmas (rendimento de dois anos de trabalho de um legionário). Dessa forma, o fato de Paulo e sua família terem a cidadania romana demonstra que eles faziam parte tanto da elite política como também econômica de Tarso. Lucas, o autor do livro de Atos dos Apóstolos, deixa algumas evidências da condição privilegiada de Paulo. Como exemplos, podem ser citados: 

1. Pagamento dos rituais de purificação de quatro nazireus (At 21.23). Esses rituais eram onerosos; 

2. Expectativa de Félix em receber suborno de Paulo (At 24.26). Ele não teria essa expectativa se não existisse a possibilidade; 

3. Pagamento da viagem a Roma e o apelo feito ao imperador (At 25.11); 

4. Locação de uma casa durante dois anos em Roma (At 28.30). 

III-O Caráter da Pregação de Paulo

Outra possibilidade de obtenção de cidadania romana era por meio da prestação de serviços relevantes. Pfeiffer (2006, p. 1475) defende essa ideia. Ele afirma que o pai de Paulo “deve ter recebido sua cidadania por ter prestado algum serviço relevante ao governo romano”. Independentemente de como Paulo obteve a sua cidadania romana, uma coisa é certa: ele era um cidadão romano e, quando necessário, fez uso dos direitos que essa cidadania proporcionava. Dentre os privilégios de ser um cidadão romano, estavam: a) garantia de julgamento com direito à resposta, se exigido, perante o próprio César; b) imunidade legal dos açoites antes da condenação; c) imunidade em relação à crucificação. Assim sendo, Paulo era cidadão romano, oriundo de uma família de imigrantes judeus, circuncidado ao oitavo dia do seu nascimento, falava aramaico (At 22.1), além do grego, do hebraico e do latim. Ele tinha uma sólida formação educacional e cultural. O apóstolo pertencia à tribo de Benjamim; inclusive, seu nome judeu, Saulo, tem origem no nome do primeiro rei de Israel, também um benjamita (Rm 11.1; Fl 3.4,5; 2 Co 11.22).

IV-A formação educacional, religiosa e ministerial de Paulo 

Segundo Atos 22.3, Paulo a firma ter sido criado na cidade de Jerusalém, sendo instruído no estudo da Torá aos pés de Gamaliel e como membro integrante do grupo dos fariseus. Gamaliel foi o membro do sinédrio e aquele que interveio no julgamento dos discípulos, sugerindo que não fosse tomada nenhuma ação precipitada para não correr o risco de estar “combatendo contra Deus” (At 5.38,39). Ele era um dos rabinos mais respeitados em Jerusalém. O início de seus estudos deu-se na cidade de Tarso, onde havia uma das três maiores universidades do mundo, da qual saíram vários filósofos da escola estóica e manteve a tradição retórica até o século II d.C., o que demonstra o nível intelectual dos moradores da cidade. Saulo, como todo judeu, recebe educação hebraica no meio familiar, como também na sinagoga, estudando as Escrituras e aprendendo o hebraico e, talvez, o aramaico. Como um judeu da diáspora, recebe educação helenista. Todavia, provavelmente entre o fim de sua adolescência e início da juventude, ele vai a Jerusalém para ser instruído pelo mestre fariseu mais reconhecido da época para ser um exímio cumpridor da “lei de seus pais” por meio do rigor dos ensinos de Gamaliel. O livro de Atos testemunha que o apóstolo tornou-se mais radical na intolerância religiosa do que seu próprio mestre. Paulo tinha intimidade com a versão grega do Antigo Testamento, a Septuaginta (LXX), que o ajudará na utilização de determinados conceitos terminológicos na escrita de suas cartas. Em um novo momento de sua vida, após sua conversão no caminho de Damasco, ele dirige-se à Arábia dos Nabateus (Gl 1.17). Em seguida, retorna para Damasco e fica nessa cidade por três anos (Gl 1.17,18); depois sobe para Jerusalém e fica por um período de 15 dias com os apóstolos Pedro e Tiago (Gl 1.18-20). Ele viaja para Síria e Cilícia (Gl 1.21) e, após esse período de preparação, ele é enviado pela igreja em Jerusalém, juntamente com Barnabé, para a Antioquia. Somente depois, ele é enviado para suas viagens missionárias. Desse modo, fica claro que o apóstolo Paulo não saiu evangelizando e abrindo igrejas logo após a sua conversão, mas teve um longo processo de capacitação para o exercício de seu chamado ministerial. 

V-A autoridade do apostolado de Paulo 

Após a “experiência de Damasco”, que descreve sua conversão do judaísmo para o cristianismo, ocorre um longo período de preparação. Ele dedica uma parte expressiva de sua existência à itinerância proselitista, defendendo a nova fé alcançada em Cristo. Hurlbut (1996, p.30) afirma que, “em toda a história do cristianismo, nenhuma conversão a Cristo trouxe resultados tão importantes e fecundos para o mundo inteiro como a conversão de Saulo”. Portanto, a biografia de Paulo é empolgante e muito rica sob o aspecto historiográfico e literário. O seu chamado e sua autoridade apostólica não poderiam ser questionados como o faziam alguns aproveitadores que se inseriram na comunidade cristã em Corinto. Quando Paulo escreveu aos Gálatas, afirma que o seu chamado, a exemplo de outros modelos de chamados do Antigo Testamento, deu-se no próprio ventre de sua mãe. Isso não quer dizer que o apóstolo sabia desde o início que seu chamado seria com os gentios, mas que Deus já o sabia na sua presciência. Ele assevera que entendeu o chamado quando Deus revelou a ele o seu próprio Filho, Jesus. Dessa forma, argumenta que ele não fora chamado pelos apóstolos, mas pessoalmente pelo Jesus Ressurreto, defendendo, assim, a legitimidade de seu apostolado, acrescentando que, ao ser chamado, não partiu para consultar os apóstolos em Jerusalém. Esse relato é relevante quando se avalia a autoridade do apostolado e de seus escritos como inspirados, tão defendido pelo Paulo nas Cartas, como também em Corinto. Ele defendia a legitimidade de seu apostolado devido ao questionamento dos falsos mestres que se levantavam nas comunidades cristãs, que o atacavam com o objetivo de manchar a sua imagem e evitar que fosse ouvido e influenciasse pessoas por meio da mensagem de seu evangelho. 

VI-A Confiança de Paulo não Estava em seu Intelecto (2.1-9) 

A biografia do apóstolo Paulo contribui para o entendimento de seu próprio chamado para ser o apóstolo dos gentios. Ao mesmo tempo em que era um judeu, ele era um cidadão romano, influenciado pela cultura helenista (cultura grega), um cidadão da diáspora; além disso, passou a ser também um cristão — uma mistura cultural greco-romana, judaica e, por último, cristã. Paulo adquiriu uma grande experiência ao longo de décadas de contato com o evangelho. Uma experiência acumulada com a conversão, preparação para o exercício do ministério e viagens missionárias com várias conversões, mas também com muito sofrimento e decepções humanas. Por trás desse histórico, fica evidente a mão de Deus conduzindo a vida, respeitando o livre-arbítrio do apóstolo. Ele, em suas decisões, seguiu o caminho que veio conduzir sua vida pessoal ao encontro da vontade divina de constituí-lo como o último apóstolo a ser chamado por Jesus. O conhecimento experiencial de Deus leva as pessoas a valorizarem o poder do evangelho que transforma a vida e conduz a uma reconciliação com Deus. Paulo tinha essa convicção, pois a transformação que ele teve depois da estrada de Damasco mudou completamente a sua vida e atitudes; por isso ele não se envergonhava do evangelho. Apesar das dificuldades e os sofrimentos pelo amor ao evangelho, ele mantinha a firmeza de sua fé, pois tinha convicção de sua comunhão com Deus, seu chamado e da esperança da vida eterna com Deus. Paulo, com toda a sua experiência intelectual e ministerial, reconhecia sua dependência de Deus e buscava com humildade atribuir a glória a Ele. 

Paulo continua no mesmo tom fraterno com seus leitores e, mais uma vez, chama-os de irmãos. Ele faz os seus destinatários lembrarem-se da última vez que estiveram juntos. Pelas qualidades e experiência que tinha, o apóstolo poderia chegar com alardes e imponência em sua fala — isso se fosse o antigo Paulo. Ele chama a atenção para o Paulo transformado, que não estava preocupado em causar impressões bombásticas e chamar para si os holofotes. Ele falou com simplicidade, procurando ser claro a todas as pessoas, sem complicações. Paulo relembra que seu intuito não era mostrar-se forte, dono de si, mas, pelo contrário, com fraqueza, temor e em grande tremor (emoção da mente responsável por afetar o corpo). Ele fez questão de não ser venerado pela sua sabedoria ou demonstração de poder, mas apontou para o poder de Deus. A fé de seus ouvintes não deveria ser construída sobre a sabedoria ou poder de homem, mas sobre a sabedoria e poder de Deus. Isso é diferente de muitos pregadores dos dias atuais, que parecem os adversários de Paulo em Corinto e gostam de chamar atenção para si e demonstrar conhecimento que não têm. Alguns com anéis de formatura no dedo, porém com pouca instrução, querendo ser ou demonstrar o que não são; estes mudam a postura da fala para demonstrar que são espirituais e dominar suas plateias, ameaçando com supostas revelações, dentre outras formas de dominação de público. Quem tem o chamado e algo para apresentar para o povo de Deus não precisa ostentar ou demonstrar poder; basta pregar a Palavra com responsabilidade e fidelidade, deixando ser guiado pelo Espírito Santo, pois o resultado vem de Deus. 

A cultura grega era influente na comunidade de Corinto. Para os gregos, a busca de sabedoria somente era possível com muita investigação, averiguação e questionamentos a respeito da verdade — algo que não era para qualquer um, mas, sim, para a elite da sociedade helênica. A busca da verdade é a aspiração de todo ser humano, e todos têm esse direito. Paulo conhecia bem esse meio em sua origem em Tarso, mas, depois de toda a sua experiência, descobriu o lugar que está a fonte da sabedoria, que tem em Cristo sua maior revelação. O autor da carta aos Hebreus afirma que Jesus é o reflexo de sua glória e a expressão de seu ser (Hb 1.3). Como um sábio grego poderia aceitar isto, um homem que foi condenado como criminoso e teve a morte mais humilhante ser a expressão exata de Deus? No entanto, até a ignorância desses sábios, movida pela arrogância e pelo orgulho, é cumprimento do que estava escrito a respeito das bênçãos do Reino messiânico. Nenhum homem natural tem visto, ouvido e compreendido as coisas que Deus preparou para aqueles que o amam (Is 64.4). Paulo era como esses sábios ignorantes, mas descobriu a revelação dos mistérios de Deus e nunca mais trocou isso pelas ofertas de poder do mundo. 

A sabedoria de Deus é revelada pelo Espírito Santo (2.10,11) Paulo afirma que o Espírito Santo prescruta todas as coisas, nada lhe fica encoberto (Pv 15.3; 1 Co 2.10; Hb 4.13). Uma frase curta, porém profunda. Quem pode conhecer a mente de Deus ou ser seu conselheiro? (Rm 11.34; Jó 11.7). A obra do Espírito Santo vai até as profundezas de Deus, coisas incompreensíveis ao ser humano e demais criaturas, riquezas inexauríveis da sabedoria e do conhecimento de Deus (Rm 11.33). Paulo reforça que quem conhece as coisas de Deus não são os sábios do mundo, mas o Espírito de Deus. Paulo faz uma analogia para comparar o espírito do homem com o Espírito de Deus. O ser humano vangloria-se, mas seu conhecimento natural tem dificuldades para conhecer até suas próprias motivações interiores. Os pensamentos de Deus não são os pensamentos dos seres humanos (Is 55.8). Ele é o criador e doador do espírito do ser humano (Gn 2.7; Zc 12.1). Deus conhece a mente do ser humano, mas o ser humano é incapaz de conhecer a mente de Deus. O poder de Deus para a salvação da humanidade não é nenhuma mensagem secreta, como era uma prática entre os gregos em relação à salvação por conhecimento privilegiado e secreto. Trata-se do plano divino para salvação da humanidade por meio do sacrifício de Cristo e revelada pela pregação do evangelho. No entanto, nem todas as pessoas conseguem compreender esse processo da encarnação e ressurreição de Jesus, que garante a justificação e cria uma nova natureza de cima, de modo que o fruto testifica uma nova vida separada (santificação). Essa dificuldade de entendimento que Paulo vem repetindo sobre a loucura que é para o homem natural sem Deus a mensagem da vitória da cruz, que para tal homem era uma vergonha e maldição. 

Essa iluminação somente recebe aquele que não se agarra à sabedoria humana, mas deixa-se conduzir pelo Espírito Santo. Deus, por meio do Espírito Santo, torna conhecida aos crentes a sua sabedoria (Mt 11.25; 16.17). O Espírito Santo prepara a pessoa que o recebe para que possa ver a verdade do evangelho, que conduz para a cruz de Cristo. Todavia, muitos não querem deixar-se conduzir para não serem também chamados de loucos. 1.3.2 Disposição para receber o Espírito de Deus (2.12,13) Paulo apresenta a confortadora garantia de que o ser humano, mesmo com as suas limitações, pode receber o Espírito Santo, que é dado gratuitamente por Deus. Todavia, ele coloca de um lado os que recebem o espírito do mundo, e do outro os que recebem o Espírito Santo, que vem de Deus. O espírito do mundo é o sistema organizado com base na injustiça e corrupção, como era o Império Romano com as suas ramificações no patronato e na elite da sociedade grega. Quem recebe esse espírito não se submete a ser conduzido pelo Espírito Santo de Deus, pois teria que abdicar de muitos dos prazeres desfrutados sem medida e ter uma disciplina ética e moral. Isso não quer dizer que Deus escolhe uns para receber a iluminação do Espírito Santo e outros não. O Espírito Santo fica disponível a quem quiser. No entanto, a paixão humana descontrolada e a concupiscência interna do ser humano impedem-no de receber o Espírito de Deus. Por isso, Paulo diz que quem recebeu o Espírito de Deus é ensinado por Ele, assim vive as realidades espirituais e pode discernir a vida sob a sabedoria de Deus. Para aprender, é preciso ter disposição e vontade para submeter-se ao mestre que ensina: o Espírito Santo. Por outro lado, aqueles que recebem o Filho de Deus como seu Senhor recebem com Ele todas as coisas que acompanham a salvação em Cristo. Pois, se Deus entregou seu Filho, sem dúvida dá com Ele todas as coisas (Rm 8.32). Os crentes tomam posse do dom da salvação por meio da fé da obra vicária de Cristo mediante a obra do Espírito Santo. Isso é possível pela mensagem da cruz, que, no versículo 13, Paulo passa a referir-se à sua pregação, bem como dos demais companheiros que não se baseavam na sabedoria humana, e sim na sabedoria de Deus, porquanto eram realizadas sob a inspiração do Espírito Santo. 

O salvo tem a mente de Cristo e fala a linguagem do Espírito (2.14-16) O apóstolo segue seu argumento para diferenciar o ser humano natural do ser humano espiritual. O primeiro pertence ao mundo como sistema de governo, não tem o Espírito Santo como seu guia e segue o seu próprio instinto natural (Jd 19), enquanto o segundo pertence a Deus, tem o Espírito Santo e segue a Jesus como seu Senhor, não faz sua própria vontade, mas busca fazer a vontade do Pai. Na comunidade de Corinto, existia um grupo de pessoas que se considerava espiritual com base na sabedoria humana e considerava os demais como crianças espirituais. Paulo rebate esses membros arguindo que, se eles estavam questionando a mensagem da cruz de Cristo e considerando-a loucura e incoerente, então, na realidade, eles que eram crianças espirituais e não passavam de um ser humano natural que “não compreende as coisas do Espírito de Deus” (v. 14). Paulo coloca-se no grupo dos espirituais, que viviam em comunicação com o Espírito Santo e podiam julgar a respeito dessas coisas, e não poderiam ser julgados por eles, pois não entendiam das coisas espirituais. O ser espiritual julga todas as coisas por meio da direção do Espírito Santo e usa as Escrituras como referencial de fé e conduta. Julgar todas as coisas não significa que o cristão espiritual seja um especialista em cada área da vida, mas que, no que se refere à missão na qual o chamou Deus, ele é capaz de avaliar todas as coisas espiritualmente. Paulo conclui a discussão no versículo 16 citando o profeta Isaías (Is 40.13): “Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo?”. Ele mesmo responde: os salvos que têm a mente de Cristo, a quem Deus revelou o seu Espírito Santo (v. 10) e quem recebeu “o Espírito que provém de Deus” (v. 12).