segunda-feira, 18 de julho de 2016

Lição 04 - 3º Trimestre 2016 - O Juízo de Judá e de Jerusalém - Jovens.

Lição 04

O JUÍZO DE JUDÁ E DE JERUSALÉM (3.1-4.1)3° Trimestre de 2016
1-CAPA-JOVENS-PROFESSOR-3TRIINTRODUÇÃOI - A INJUSTIÇA E A OPRESSÃO DE UM POVO
II - A ARROGÂNCIA QUE CEGA
III - A MISERICÓRDIA E A JUSTIÇA DE DEUS
CONCLUSÃO
A paciência de Deus com o povo chegou ao fim nestas profecias, apesar de inúmeras advertências e avisos o coração se endureceu sempre mais, assim não restou outra coisa a não ser deixar o povo cair no próprio poço que cavaram, haveria ingovernabilidade, gemidos e desolação. Além disso, o profeta descreve em detalhes toda a injustiça, opressão, vaidade e ostentação praticadas.

I - A INJUSTIÇA E A OPRESSÃO DE UM POVO
O colapso da nação era iminente para Isaías, por haverem pervertido o juízo ou trocado o que seria justo pelo injusto. Situações como esta sempre acabam prejudicando aqueles que não têm como se defender como o fraco, o pobre, o órfão e a viúva (Is 1.17; 23). Os líderes privaram os pobres e oprimidos da justiça e ainda roubaram o órfão e a viúva (Is 3.14; 10.2). Os tempos de prosperidade de Judá trazem junto sua apostasia, embora a prosperidade não seja necessariamente má.
Em decorrência deste enfoque, pode-se considerar, diante das injustiças em todos os níveis da sociedade de Judá denunciadas pelo profeta, que essa prosperidade não vinha do Senhor, mas a partir da exploração do pobre. As autoridades de Judá viviam uma anarquia no governo (Is 3.4), os governantes agiam de forma imprudente, corrupta e leviana (Is 3.12), quem tinha chances de oprimir alguém, o fazia deliberadamente (Is 3.5) e se instalou o desrespeito contra o idoso (Is 3.5). As autoridades de Judá promoviam a injustiça e, consequentemente, a desigualdade social.
As autoridades e líderes de Judá tiravam proveito de sua posição privilegiada, para se enriquecer. Estabeleceram-se, então, práticas contrárias a justiça de Deus. Contudo, usavam o nome do Senhor para enfatizar a prosperidade de Judá. A respeito disto, tomavam o nome do Senhor em vão (Ex. 20.7). Assim, o profeta acusava as autoridades e os líderes de Judá, por intermédio da profecia, que eles estavam roubando, esmagando e explorando os pobres (Is 3.14-15). A este respeito Deus ordena a seu povo de fazer valer a justiça em benefício daqueles que não têm voz (Pv 31.9), visto que o Senhor se levanta de seu trono devido a opressão do necessitado e do gemido do pobre, para trazer segurança aos que o anseiam (Sl 12.5). Os pobres também pertencem ao povo de Deus, por este motivo Ele defende a causa dos necessitados e castiga aqueles que defraudam o povo, por meio da extorsão.
A igreja tem a capacidade e responsabilidade dadas pelo Espírito Santo, sendo ela a representante do Reino de Deus e uma das repostas de Deus ao mundo que sofre, de profetizar contra as injustiças nas esferas sociais, políticas, religiosas e econômicas. Os mecanismos de denuncias podem ser efetivados em decorrência da política e da denúncia profética, como fez Isaías, como também por meio de ações sociais que combatam as injustiças, os problemas e os sofrimentos do povo em sua origem. Todo este mal deve ser combatido pela prática do bem.
II - A ARROGÂNCIA QUE CEGA
O profeta descreve de forma clara que os atos de Jerusalém e Judá eram praticados em rebelião contra Deus, mesmo os líderes sabendo que o Senhor estava contemplando seus atos, o desafiavam em público. As lideranças políticas de Judá e Jerusalém chegaram à certeza de que poderiam viver tranquilamente sem o Senhorio de Deus. A elite da religião e os anciãos, que eram tidos como pessoas de respeito, achavam-se em conluio com o poder político. E estando ensoberbecidos, agiam como se Deus não existisse e se pelo menos Ele existisse, era uma pessoa desprezível e passível de ser zombada, estando presente a contemplar os atos e palavras de escárnio. O resultado dessa arrogância é o desprezo pelas pessoas mais fracas, explorando-as como se não fossem a imagem e semelhança de Deus. O roubo aos pobres é denunciado pelo profeta de maneira veemente, delatando a prática de tirar o alimento da mesa dos necessitados (Is. 3.14-15).
A arrogância ou orgulho é um pecado tão antigo e ao mesmo tempo tão atual que infecta a alma de cada geração de seres humanos. É um atrativo castelo de pedras que resiste à idade do homem. Se trata de uma fortaleza invencível para qualquer indivíduo que tem a petulância de escalá-la. A principal arma do orgulho é o poder. O desejo de poder foi o cerne da tentação no Éden. A violação do poder consiste em pensar que se sabe ou pode mais do que Deus. O poder que Deus confere ao homem na criação é a capacidade de cuidar e gerir a natureza. Mas o homem em pecado viola esse princípio quando quer estender seu domínio aos outros homens ao ponto de controlar e explorar seus semelhantes.Em nome de Deus adquire-se com facilidade o domínio dos corpos e consciências dos outros indivíduos. Depois de ter o coração embriagado pelo poder, o indivíduo não o devolve mais, é preciso ser tirado dele.
A idolatria é um pecado resultado do orgulho não só a partir da veneração aos outros deuses, mas reside também no fato de criar um deus que atenda as paixões e desejos humanos. Assim, criar um deus que atenda todas as expectativas humanas é o desejo do indivíduo em pecado, pois em rebeldia ao senhorio de Deus, a fantasia pelo desejo de independência o impele aos ídolos, que figuram a fonte dos caprichos pecaminosos do homem. Tem-se um deus passível de ser controlado e que atende todos os desejos egoístas da humanidade, esse deus se torna como nós. Essa é a procura humana pelos ídolos que nada são (1 Co. 8.4), com objetivo de se tornar igual a Deus. O orgulho tende ao acúmulo de poder e tira proveito, explora e usa pessoas como objetos. Pode-se chamar isto de cultura narcisista. O narcisista fantasia um conceito elevado dele mesmo, imagina-se com ilimitado poder, inteligência, beleza, amor e sucesso.

III - A MISERICÓRDIA E A JUSTIÇA DE DEUS
A prosperidade da elite dominante de Judá custou um alto preço, a espoliação e a opressão do pobre. A consequência desta atitude das autoridades e líderes de Judá se estabelecia no juízo iminente de Deus. Paulo destaca a atitude de Jesus como exemplo de proceder de todos os seus seguidores. Ele comenta que, embora Jesus sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! (Fp 2.6-8). Deste modo, Jesus conseguiu expressar toda sua humanidade, baseada na humildade, pois ele é manso e humilde de coração (Mt 11.28). A humildade é símbolo da dependência de Deus. A partir deste conceito pode-se entender o discurso de Jesus sobre quem é o maior no Reino dos céus. Ele disse: “portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus.” (Mt 18:4). Assim, quem não se tornar humilde e dependente do pai como criança não poderá entrar no Reino de Deus (Mt 18.3).
Deus reage contra a injustiça, visto que a justiça faz parte da natureza de Deus (Sl 145.17). A respeito disto, no contexto das escrituras vetero e neotestamentárias, o que é creditado como justiça não são as obras, mas sim a fé (Gn 15.6). Essa justiça pela fé produz obras na vida do justo em decorrência da graça de Deus. Este conceito é evidenciado pelo profeta Habacuque (Hb 2.4) e na teologia paulina (Rm 1.17). O justo viverá da fé. O profeta de Deus é também porta-voz de uma mensagem que anuncia, denuncia e alerta diante de situações presentes e conhecidas e neste capítulo o profeta denunciou a injustiça e a arrogância. Que nossos corações sejam humildes diante de Deus para reconhecer quando precisamos de arrependimento, que nossa dependência de Deus seja evidente em atitudes, palavras e pensamentos, e que ao mesmo tempo sejamos jovens profetas que sabem fazer frente com sabedoria às injustiças do mundo.
Subsídio escrito pelo próprio comentarista da Revista, Pastor Claiton Ivan Pommerening.

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