terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Lição 1 - 1º Trim. 2013 - A Apostasia do Reino de Israel.


LIÇÃO 01

A APOSTASIA DO REINO DE ISRAEL

06 de janeiro de 2013
TEXTO ÁUREO:
"E sucedeu que (como se fora coisa leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate), ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal,  e se encurvou diante dele"    (1 Rs 16.31). 
Os Fenícios adotaram o culto de Baal, que chamavam Baal Shamem, senhor dos céus. Depois de chegar a Canaã, os israelitas passaram a chamar de Baal os deuses da região. No século IX a.C., Jezabel pretendeu substituir o culto de Iavé pelo de Baal em Israel.

VERDADE PRÁTICA

A apostasia na história do povo de Deus é um perigo real e não uma mera abstração. Por isso, vigiemos.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO:

"E sucedeu que (como se fora coisa leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate), ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e se encurvou diante dele" (1 Rs 16.31). 
            Nosso primeiro texto áureo deste ano fala sobre a historicidade do rei de Israel Acabe e da rainha sidônia Jezabel. Acabe filho de Onri, reinou entre 874-853 a.C., foi o sétimo rei do Reino do Norte ou Israel.             Acabe era filho de Onri, rei que chegou ao poder em Israel através de uma conspiração contra o rei Zinri, quando era chefe do exército (1 Rs 16.16). Onri fez o que era mal aos olhos do Senhor (1 Rs16.26), mas foi pior que seus antecessores, no entanto, Acabe o superou na maldade (1 Rs 16.30).

            Também foi o pai de Acabe, Onri que comprou o monte de Samaria e estabeleceu a capital do Reino do norte nesta cidade (1 Rs 16.24).             Segundo o historiador judeu Flávio Josefo: "Acabe, rei de Israel, estabeleceu sua morada em Samaria e reinou vinte e dois anos. Em vez de mudar as abomináveis instituições feitas pelos reis, seus predecessores inventaram ainda outras novas, tanto se comprazia em superá-los na impiedade e particularmente a Jeroboão, porque adorou como ele, bezerros de ouro, que tinha mandado fazer  e acrescentou outros crimes a esse. Desposou a Jezabel, filho de Etbaal, rei dos tírios e dos sidônios, e tornou-se idólatra, adorando falsos deuses. Jamais mulher alguma foi mais ousada e mais insolente; sua horrível impiedade chegou mesmo a não se envergonhar de edificar um templo a Baal, deus dos tírios, plantar madeiras para dar um culto sacrílego a essa falsa divindade. Como Acabe sobrepuja a todos os seus predecessores em maldade, ele tinha prazer em ter sempre essa espécie de gente junto de si" (História dos Hebreus, livro I, CPAD, pag. 192. RJ, 1990).             O Pastor Adenir Araújo em sua matéria: Aprendendo com os erros de Acabe, declara: "Há quatro fatores que contribuíram para Acabe ser classificado como o rei mais perverso. Cada um é algo que devemos evitar na nossa própria vida.

I. Ele não conseguiu aprender com os pecados de seu pai. - Onri, pai de Acabe, era um rei perverso. Tanto assim que as Escrituras dizem que ele "agiu mais perversamente que todos os que foram antes dele" (I Reis 16:25).
- No entanto, Acabe ultrapassou a maldade de seu pai (I Reis 16:30).
- Os pais têm a responsabilidade de levar seus filhos na direção divina (Deuteronômio 11:18-19, Efésios 6:4).
- Mas, independentemente de quão bem um pai ensina, ou quão bem uma criança escuta, cada um ficará sozinho diante do Senhor. "A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai, a iniquidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este" (Ezequiel 18:20 ).

- Apesar de entendermos essa responsabilidade dos pais ensinarem os seus filhos a conhecer e amar o Senhor, há também a realidade de que alguns não são abençoados com pais tementes a Deus. Acabe com certeza não foi. Mas esta não é uma desculpa, como o versículo em Ezequiel 18:20 ressalta. Se esta é sua situação, aprenda com as falhas de seus pais, como Acabe, deveria ter feito. A profecia de Ezequiel fala de um homem mau. Este homem "Eis que, se ele gerar um filho que veja todos os pecados que seu pai fez, e, vendo-os, não cometer coisas semelhantes" (Ezequiel 18:14). Os filhos devem obedecer a seus pais "no Senhor" (Efésios 6:1). Se seus pais não estão indo de acordo com as instruções do Senhor, aprenda com os seus pecados, e não faça o mesmo.

II. O pecado era uma coisa comum para ele. - O texto áureo diz de Acabe, "Como se fora coisa de somenos andar ele nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e o adorou" (I Reis 16:31). Nós lemos dos pecados de Jeroboão:
 - a criação de ídolos para adoração; - estabeleceu sacerdote de todas as pessoas; - instituiu a sua própria festa para disputar com a festa do Senhor em Jerusalém, - queimou incenso e ofereceu sacrifícios (I Reis 12:28-32).
- Jeroboão tornou-se o padrão de iniquidade. Somos informados da perversidade de Onri em que "andou em todo o caminho de Jeroboão, filho de Nebate, e em seus pecados, que fez pecar Israel" (I Reis 16:26).
- Acabe ultrapassou esse nível de maldade. Ele "fez o mal aos olhos do Senhor mais do que todos os que foram antes dele” (I Reis 16:30). Isto incluiu Jeroboão. Mas o texto diz que era "coisa trivial" para ele viver nesses pecados. Acabe chegou ao ponto em que cometer pecados como este não era motivo de preocupação.
- Devemos entender que o pecado nunca é insignificante. O pecado nos separa de Deus (Isaías 59:2). O pecado é a razão pela qual Jesus teve que morrer na cruz (I Pedro 3:18). O pecado é o motivo da punição futura (Hebreus 10:26-27). Muitos hoje têm visto o pecado como algo insignificante. Eles agem como se eles não precisassem de autoridade divina por seus atos, mesmo que Paulo disse: "Tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus" (Colossenses 3:17). Eles vivem para cumprir as suas próprias cobiças, apesar do fato de que Pedro nos diz: "abstenhais das concupiscências carnais que fazem guerra contra a alma" (I Pedro 2:11). Quando o pecado é visto como algo insignificante, as maldades serão abundantes. Isso é o que vemos com Acabe. Não podemos deixá-la ser encontrada em nossas vidas.

III. Ele permitiu ser influenciado pelo mal. - Acabe "se casou com Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios” (I Reis 16:31). Jezabel é uma das personagens infames da Bíblia. Seu nome se tornou sinônimo de demônio. Nós também aprendemos com essa passagem que ela era a filha de um rei estrangeiro. Os israelitas foram especificamente advertidos sobre casar com essas pessoas. "nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomarás suas filhas para teus filhos;" (Deuteronômio 7:3). No entanto, Acabe casou-se esta mulher mal de qualquer maneira. Ela passou a incentivá-lo nos caminhos do pecado.

- Não devemos nos unir em "jugo desigual com os infiéis” (II Coríntios 6:14). Esta passagem não está exclusivamente falando em casamento, mas certamente está incluído. O ponto chave deste versículo é que não devemos permitir que as más influências tivessem controle sobre nós. Em sua primeira carta à igreja em Corinto, Paulo os advertiu: "As más companhias corrompem os bons costumes" (I Coríntios 15:33). Em vez de ser influenciado pelo mal, temos de ser influências positivas para o bem (Mateus 15:13-16). Acabe não fez isso. Ele permitiu que pessoas más - em primeiro lugar seu pai Onri, então sua esposa Jezabel - exercer uma forte influência sobre ele.

IV. Ele se envolveu na idolatria. - Depois de casar-se com Jezabel, Acabe "passou a servir Baal, e o adorou. Então, ele ergueu um altar a Baal na casa de Baal que edificara em Samaria. Acabe também fez um ídolo” (1 Reis 16:31-33). Acabe estava fazendo exatamente como o Senhor disse que aconteceria. Após alertar sobre casar-se com as nações ao redor deles, o Senhor disse, "eles farão desviar seus filhos de mim; para servir outros deuses" (Deuteronômio 7:4). Os israelitas estavam a ter "outros deuses" e não para"fazer um ídolo... "ou adorá-los ou servi-los" (Êxodo 20:3-5). Mas era isso que Acabe escolheu fazer.

- Ainda hoje, devemos tomar cuidado com a idolatria. João fechou sua primeira carta com o aviso: "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos" (I João 5:21). Há muitas coisas que podem ser ídolos, além das imagens esculpidas em madeira ou pedra. Nós podemos tratar as coisas como o dinheiro, as pessoas, a fama, a carreira, e assim por diante, como ídolos, elevando-os a um nível igual ou superior a Deus. Devemos proteger-nos dessas coisas hoje.

            Portanto, nosso texto áureo aponta para a vida de maldade de Acabe, como ela excedeu todos os reis que foram antes dele. No entanto, como lemos sobre ele nesta passagem, ele não é muito diferente de muitas pessoas hoje. Ele não conseguiu aprender com os erros dos outros (principalmente do pai). Ele ignorou a gravidade do pecado e tratou-o com leviandade. Ele permitiu ser influenciado por pessoas más ao pecado. E ele seguiu após outros deuses, ao invés de se dedicar inteiramente a seguir o Senhor.             De todas as pessoas que você conhece, quantos teriam pelo menos uma destas coisas em comum com Acabe? Muito provavelmente você poderia pensar de muitos. Assim que não é exagero dizer que as pessoas caem nestas mesmas armadilhas hoje.
            Agora, dê uma olhada honesta em sua própria vida. Poderia alguma dessas coisas se aplicar a você? Em caso afirmativo, corrija-os. Não siga o caminho que seguiu Acabe. Siga o Senhor em todas as coisas". (matéria do Pr. Adenir Araújo - adaptado - http://www.opregadorfiel.com.br/2010/11/aprendendo-com-os-erros-de-acabe.html#ixzz2GC01bqFq ). 
INTERAÇÃO

Professor, o pastor José Gonçalves — professor de Teologia, escritor e vice-presidente da Comissão de Apologética da CGADB — é o comentarista das Lições Bíblicas deste trimestre. O tema que será abordado é “Elias e Eliseu: um ministério de poder para toda a Igreja”. Estudaremos a vida desses profetas e veremos que ela é um divisor de águas no ministério e na historiografia judaica. Elias e Eliseu deixaram um legado de poder, ousadia, santidade e abnegação à sua posteridade. A partir de seus ministérios, podemos ver florescer Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e outros santos homens que honraram o caminho daqueles autênticos profetas do Senhor. 
OBJETIVOS 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Identificar as causas e os agentes da apostasia em Israel.

Conscientizar-se sobre os perigos da apostasia.

Compreender quais foram as consequências da apostasia para Israel.  

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA  

Professor, para a primeira aula deste trimestre, sugerimos que você reproduza o esquema abaixo. Utilize-o para apresentar aos alunos um panorama geral da vida de Elias e Eliseu. Inicie a aula traçando as principais características desses profetas bíblicos. Diga à classe, que mesmo diante de uma sociedade apóstata, Elias e Eliseu obedeceram ao Senhor. Eles porfiaram por realizar a vontade de Deus contra quaisquer prejuízos.  

COMENTÁRIO
introdução 

Palavra Chave

Apostasia: Abandono ou deserção da fé. 
Podemos afirmar, com segurança, que um dos períodos mais sombrios na história do reino do Norte, também denominado “Israel”, ocorreu durante o reinado de Acabe, filho de Onri. Acabe governou entre os anos 874 e 853 a.C, e o seu reinado foi marcado pela tentativa de conciliar os elementos do culto cananeu com a adoração israelita. Uma primeira leitura dos capítulos 16.29 — 22.40 do livro de 1 Reis, revela que essa mistura foi desastrosa para o povo de Deus. Na prática, o culto ao Deus verdadeiro foi substituído pela adoração ao deus falso Baal, trazendo como consequência uma apostasia sem precedentes e pondo em risco até mesmo a verdadeira adoração a Deus. 
I. AS CAUSAS DA APOSTASIA 
1. Casamento misto . O texto bíblico põe o casamento misto de Acabe com Jezabel, filha de Etbaal rei dos sidônios, como uma das causas da apostasia no reino do Norte.  O relato bíblico destaca que Acabe “tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi e serviu a Baal, e o adorou” (1 Rs 16.31). Foi em decorrência desse casamento pagão que a idolatria entrou com força em Israel. Embora se fale de um casamento político, as consequências dele foram na verdade espirituais.  A mistura sempre foi um perigo constante na história do povo de Deus. Os crentes devem tomar todo o cuidado para evitar as uniões mistas. A Escritura, tanto no Antigo como em o Novo Testamento, condena esse tipo de união (Dt 7.3; 2 Co 6.14,15). 
2. Institucionalização da idolatria. A união de Acabe com Jezabel demonstrou logo ser desastrosa, pois através de sua influência, Acabe “levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria” (1 Rs 16.32). A institucionalização da idolatria em Israel fica evidente quando o autor sagrado destaca que também Acabe “fez um poste-ídolo, de maneira que cometeu mais abominações para irritar ao Senhor, Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele” (1 Rs 16.33).
Não há dúvida de que o culto a Baal estava suplantando o verdadeiro culto a Deus. Havia uma idolatria financiada pelo Estado. Vez por outra temos visto Satanás tentando se valer do poder estatal para financiar práticas que são contrárias aos princípios cristãos. Por isso devemos orar pela nação para que ela seja um canal de bênção e não de maldição. 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Tanto no Antigo como em o Novo Testamento as Escrituras condenam o casamento misto.  

II. OS AGENTES DA APOSTASIA 

1. Acabe. Onri, pai de Acabe e rei de Israel que reinou entre os anos 885 e 874 a.C, foi um grande administrador, tanto na política interna como na externa de Israel. Mas foi um desastre como líder espiritual do povo de Deus (1 Rs 16.25,26). O pecado de Acabe foi andar nos caminhos idólatras de seu pai, que foi um seguidor de Jeroboão, filho de Nebate (1 Rs 16.26) e também ter aderido aos maus costumes dos cananeus, trazidos por sua esposa, Jezabel (1 Rs 16.31). Esse fato fez com que Acabe se tornasse um instrumento muito eficaz na propagação do culto idólatra a Baal. Devemos ser imitadores do que é bom e não daquilo que é mau. 
2. Jezabel. De acordo com o relato de 1 Reis 18.19, Jezabel trouxe para Israel seus deuses falsos e também seus falsos profetas. Teve uma verdadeira obstinação na implantação da adoração a Baal em território israelita. Foi sem dúvida alguma uma agente do mal na tentativa de suprimir ou acabar de vez com o verdadeiro culto a Deus. Não fosse a intervenção do Senhor através dos profetas, em especial Elias, ela teria conseguido o seu intento. O Senhor sempre conta com alguém a quem Ele levanta em tempos de crise. 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Em Israel, Acabe e Jezabel foram os agentes mais eficazes da apostasia.

III. AS CONSEQUÊNCIAS DA APOSTASIA

1. A perda da identidade nacional e espiritual. As palavras de Elias: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos?” (1 Rs 18.21), revela a crise de identidade dos israelitas do reino do Norte. A adoração a Baal havia sido fomentada com tanta força pela casa real que o povo estava totalmente dividido em sua adoração. Quem deveria ser adorado, Baal ou o Senhor? Sabemos pelo relato bíblico que Deus havia preservado alguns verdadeiros adoradores, mas a grande massa estava totalmente propensa à adoração falsa. A nação que sempre fora identificada pelo nome do Deus a quem servia, estava agora perdendo essa identidade. 
2. O julgamento divino. É nesse cenário que aparece a figura do profeta Elias predizendo uma seca que duraria cerca de três anos (1 Rs 17.1; 18.1). A fim de que a nação não viesse a perder de vez a sua identidade espiritual e até mesmo deixar de ser vista como povo de Deus, o Senhor enviou o seu mensageiro para trazer um tratamento de choque à nação. Julgamento semelhante ocorre durante o reino de Jeorão, filho de Josafá e genro de Acabe, que recebe uma carta do profeta Elias. Nela é anunciado o juízo divino sobre a sua vida e reinado (2 Cr 21.12-15). O Senhor mostrou claramente que a causa do julgamento estava associada ao abandono da verdadeira fé em Deus. Tempos depois o apóstolo dos gentios irá nos lembrar da necessidade de nos corrigirmos diante do Senhor (1 Co 11.31,32). 

SINOPSE DO TÓPICO (III) 
As consequências da apostasia à nação de Israel foram duas: a perda da identidade nacional (e espiritual) e o julgamento divino. 
IV. APOSTASIA

1. Um perigo real. A apostasia era algo bem real no reino do Norte. Estava espalhada por toda parte. Na verdade a palavra apostasia significa, segundo os léxicos, abandonar a fé ou mudar de religião. Foi exatamente isso que os israelitas estavam fazendo, estavam abandonando a adoração devida ao Deus verdadeiro para seguirem aos deuses cananeus. Em o Novo Testamento observamos que os cristãos são advertidos sobre o perigo da apostasia! Na Epístola aos Hebreus o autor coloca a apostasia como um perigo real e não apenas como uma mera suposição (Hb 6.1-6). Se o cristão não mantiver a vigilância é possível sim que ele venha a naufragar na fé.

2. Um mal evitável. Já observamos que Acabe foi um rei mau (1 Rs 16.30). Em vez de seguir os bons exemplos, como os de Davi, esse monarca do reino do Norte preferiu seguir os maus exemplos. O cronista destaca que “ninguém houve, pois, como Acabe, que se vendeu para fazer o que era mal perante o Senhor, porque Jezabel sua mulher, o instigava” (1 Rs 21.25). Ainda de acordo com esse mesmo capítulo, Acabe se contristou quando foi repreendido pelo profeta, mas parece que foi um arrependimento tardio (1 Rs 21.17-29). Tivesse ele tomado essa atitude antes, o seu reinado teria sido diferente. Por que não seguir os bons exemplos e assim evitar o amargor de um arrependimento tardio? 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)  

A apostasia é um perigo real, mas também é um mal evitável através da vigilância do crente.  

CONSIDERAÇÕES FINAIS  

Ficou perceptível nessa lição que a apostasia no reino do Norte pôs em perigo a existência do povo de Deus durante o reinado de Acabe. A sua união com Jezabel demonstrou ser nociva não somente para Acabe, que teve o seu reino destroçado, mas também para o povo de Deus, que por muitos anos ficou dividido entre dois pensamentos em relação ao verdadeiro culto. As lições deixadas são bastante claras para nós: não podemos fazer aliança com o paganismo mesmo que isso traga algumas vantagens políticas ou sociais; a verdadeira adoração a Deus deve prevalecer sobre toda e qualquer oferta que nos seja feita. Mesmo que essas ofertas tragam grandes ganhos no presente. Todavia nada significam quando mensuradas pela régua da eternidade.  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA  

Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009. HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010. MERRIL E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.  

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I  

Subsídio Lexicográfico 
“Apostasia”

[Do gr. apostásis, afastamento] Abandono premeditado e consciente da fé cristã. No Antigo Testamento, não foram poucas as apostasias cometidas por Israel. Só em Juízes, há sete desvios ou abjuração da verdadeira fé em Deus. Para os profetas, a apostasia constitui-se num adultério espiritual. Se a congregação hebréia era tida como a esposa de Jeová, deveria guardar-lhe fielmente os preceitos, e jamais curvar-se diante dos ídolos.

Jeremias e Ezequiel foram os profetas que mais enfocaram a apostasia israelita sob o prisma das relações matrimoniais. No Primitivo Cristianismo, as apostasias não eram desconhecidas. Muitos crentes de origem israelita, por exemplo, sentindo-se isolados da comunidade judaica, deixavam a fé cristã, e voltavam aos rudimentos da Lei de Moisés e ao pomposo cerimonial levítico. Há que se estabelecer, aqui, a diferença entre apostasia e heresia. “A primeira é o abandono premeditado e completo da fé; a segunda, é a abjuração parcial dessa mesma fé” (ANDRADE, C. C. Dicionário Teológico. 13 ed., RJ: CPAD, 2004, pp.56,57). 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Biográfico
“ELIAS”

Elias foi chamado para servir como porta-voz de Deus na ocasião em que o reino do norte havia alcançado sua mais forte posição econômica e política desde a separação feita pelo governo davídico em Jerusalém.

[...] Sua primeira missão foi enfrentar o rei Acabe com o aviso de uma seca iminente, lembrando que o Senhor Deus de Israel, a quem ele havia ignorado, tinha o controle da chuva na terra onde viviam (Dt 11.10-12). Em seguida, Elias isolou-se e caminhou em direção a leste do Rio Jordão. Nesse lugar, ele foi sustentado pelas águas do ribeiro de Querite e pelo pão e carne milagrosamente fornecidos pelos corvos. É possível que esse ‘ribeiro’ (nahal) seja o profundo vale do Rio Jarmuque, ao norte de Gileade. Quando o suprimento de água terminou por causa da seca, Elias foi divinamente instruído a ir até Sarepta, na Fenícia, onde seria sustentado por uma viúva cuja reserva de farinha e óleo havia sido milagrosamente aumentada até que a estação das chuvas fosse restaurada à terra. “A identidade de Elias como profeta ou homem de Deus foi confirmada pela divina manifestação quando o filho da viúva foi restaurado à vida” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, pp.628-29). 
“ELISEU”

[...] Seu ministério profético cobriu toda a última metade do século IX a.C, atravessando os reinados de Jorão, Jeú, Jeoacaz, e Joás, do reino do Norte. Sua influência estendia-se desde uma viúva endividada (2 Rs 4.1) até um homem rico e proeminente (4.8) e mesmo até dentro do próprio palácio de Israel (5.8; 6.9; 12, 21, 22; 6.32 — 7.2; 8.4; 13.14-19). Além disso, outros reis (Josafá de Judá, 2 Reis 3.11-19, Ben-Hadade da Síria, 8.7-9) e altos funcionários do exército sírio (5.1,9-19) procuravam sua ajuda.

Diferentemente de Elias que tinha uma tendência ao ascetismo, e a se afastar dos olhos do público, Eliseu viveu próximo às pessoas que servia, e gostava da vida social. Tinha uma casa em Samaria, a capital (2 Rs 6.32), mas viajava constantemente pelo país, tal como Samuel havia feito antes dele. Frequentemente parava para visitar seus amigos em Suném. Exatamente como Jesus fez, mais tarde, muitas vezes com Maria e Marta. Eliseu chorou quando falou com Hazael, pois conhecia muito bem o cruel sofrimento que este causaria a Israel (2 Rs 8.11,12). [...] “É evidente que muitos aspectos da pessoa e da obra de Eliseu são capazes de reproduzir em muitos aspectos o caráter e o ministério de nosso Senhor” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, p.633). 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A apostasia no Reino de Israel

Neste trimestre estudaremos relatos relacionados aos profetas Elias e Eliseu. Para que não incorramos em erros de interpretação, é prudente situar historicamente o texto desta aula e das demais. A nação de Israel, depois do reinado de Salomão, dividiu-se em dois reinos independentes: Judá, ao Sul, e Israel, ao Norte. Cada nação teve sua cota de profetas enviados por Deus para tratar de questões como justiça social, afastamento do pecado e de uma aproximação sincera para com Deus.

A figura dos profetas era essencial nos dois reinos. Deus havia instituído o sacerdócio para conduzir o culto a Ele, e também permitiu a instauração da monarquia como uma forma de governo administrativo. Ambos deveriam funcionar de maneira coerente, e quando isso não ocorria, Ele enviava seus profetas. Elias viveu em Israel, um reino que se tornou conhecido por sua liderança ímpia, com diversos reis que se desviaram dos caminhos do Senhor e levaram o povo pelas mesmas práticas. Aqui é necessário fazer algumas observações sobre a liderança e seu poder.

A primeira refere-se à capacidade de um líder de conduzir um povo a Deus ou não. O rei de Israel nos dias de Elias era Acabe, um homem que não havia inclinado seu coração para o Senhor, e que se casou com uma mulher ímpia, Jezabel. Esse casal não apenas adorou outros deuses, mas também matou os profetas de Jeová, além de cometer graves injustiças sociais. Basta dizer, por exemplo, que um homem chamado Nabote, que possuía uma vinha ao lado do palácio, por não desejar vender sua propriedade ao rei de Israel, foi morto sob acusação de ter blasfemado contra o Senhor. É curioso ver que Jezabel amava a Baal e o adorava, e matou muitos profetas do Senhor, mas quando lhe pareceu conveniente, usou o nome do Senhor para matar um desafeto. Líderes que perdem o temor do Senhor tendem a desviar pessoas com seu mau exemplo. Temos que ter cuidado para não julgar pessoas que nos são desafetas utilizando o nome do Senhor como uma forma de esconder nossa ira por trás de um motivo “santo”.

A segunda observação refere-se ao cuidado com casamentos mistos, e o quanto eles podem ser perniciosos. Acabe era um israelita, mas não se preocupou em obedecer a lei de Deus no tocante ao casamento, e casou com uma mulher má. Um casamento fora da vontade de Deus pode nos conduzir para longe dEle.

 

 

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

•Chamada para o ensino e o desafio da globalização.

Perfil

Pr. Marcos Tuler

É Pastor, Bacharel em Teologia, Pedagogo, Pós-graduado em Docência Superior e Psicopedagogia e Diretor da FAECAD. Autor dos livros "Manual do Professor de Escola Dominical", "Ensino Participativo", "Dicionário de Educação Cristã",

"Abordagens e Práticas Pedagógicas", "Recursos Didáticos para a Escola Dominical" todos editados pela CPAD. É membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil.

  • Chamada para o ensino e o desafio da globalização.

    Atualmente, os que almejam cumprir o chamamento do Senhor para o ensino eclesiástico, hão de encarar desafios bem diferentes daqueles enfrentados por mestres do passado. Um mundo, que apesar de ultra-moderno, informatizado e globalizado, encontra-se cada vez mais distante, alienado de Deus.

    O educador cristão precisa conscientizar-se de que estamos vivendo em uma época de revolução de conceitos, idéias, princípios, juízos e valores; de mudanças tão profundas e de proporções tão amplas que nem sequer podemos mensurá-las.

    Dentre tantas situações novas que marcam esta época e acentuam nossos desafios, pelo menos três merecem destaque: o acelerado avanço tecnológico; a conspiração silenciosa da violência e o avassalador liberalismo teológico que campeia muitos de nossos educandários e até igrejas.

    O avanço tecnológico
    Nesse mundo pós-moderno, as notícias circulam em tempo real, os celulares estão por toda parte; computadores e Internet já são coisas triviais. Não há como imaginar a humanidade sem controle remoto, secretárias eletrônicas, DVDs, televisão a cabo ou via satélite.

    Estamos numa época de generalizada confusão entre digital e analógico, experiências genéticas sem controle e acelerado desenvolvimento científico. As pessoas olham para o passado com perplexidade e para o futuro com desconfiança. Como fazer com que parem para refletir em meio a tudo isso? Como conduzi-las a uma introspecção? Como fazer com que tenham interesse por Deus e sua promessa de vida eterna? Como pregar a Palavra de Deus para essas pessoas? Indubitavelmente, é um grande desafio!

    A violência na era pós-moderna
    A violência é outro grande inimigo a ser vencido na era pós-moderna. Desde tempos remotos, o ser humano utiliza-se de diversos meios e instrumentos a fim de exercer sua força bruta e satisfazer sua sede de poder e ganância, dominando seus semelhantes e usurpando suas riquezas materiais, espirituais e morais.

    Nestes últimos tempos, este problema social tem se propagado de forma engenhosa e sutil, ocasionando medo, crueldade e indiferença. Antigamente, o homem se limitava a disputar terras, agora, sua ganância e cobiça têm destruído a natureza, seus semelhantes, sua família e a si próprio. Se, antes, utilizava-se de métodos refinados e tênues para isso, hoje emprega os mais grotescos e animalescos.

    É urgente a necessidade de reconstruirmos novos alicerces, princípios e objetivos, tanto para a família quanto para a sociedade, fundamentados na Palavra de Deus. Somente o Evangelho pode transformar o homem, tornando-o uma nova criatura em Cristo Jesus por intermédio do Espírito Santo.

    Além disso, neste período conturbado de globalização e liberdade de pensamento, a igreja ainda enfrenta outro grande desafio: o liberalismo teológico, que procura conciliar a fé em Deus com os postulados do Racionalismo.

    Liberalismo teológico

    Muitos teólogos liberais, a despeito de afirmarem a existência de Deus, negam sua intervenção na história humana, quer através de revelação, providência ou milagres. Muitos pastores, educadores e estudiosos que antes criam na Bíblia como a Palavra de Deus, hoje, influenciados pela filosofia racionalista, humanista, adotam a razão como exclusivo sistema de interpretação da Bíblia, ou seja, o único instrumento para se compreender as Escrituras Sagradas.

    É imprescindível que os mestres da educação cristã relevante estejam atentos, quais atalaias, aos sinais dos tempos e ao clamor da humanidade, a fim de que nossa mensagem seja pertinente às carências e expectativas do mundo contemporâneo.

    Precisamos ter a capacidade de mergulhar nas questões que assolam os povos, com o intuito de as confrontarmos à luz dos princípios bíblicos e, à semelhança das garças, não nos contaminarmos.

    A globalização tem rompido imensas fronteiras, todavia, a verdade é que, junto com estas, têm caído os principais valores éticos, morais e espirituais estabelecidos por Deus para reger a vida do homem na face da terra.
    Certamente, quanto mais o homem se fechar no seu indiferentismo e individualismo, mais carente será do conhecimento de Deus e da Salvação pela graça em Jesus Cristo.

    Os fatos aqui apresentados têm condenado homens e mulheres a viverem em uma sociedade cada vez mais individualista, quase inacessível. Por conseguinte, ainda mais necessitada do amor de Deus que sempre será a resposta para os mais profundos dilemas humanos.
    Diante desta realidade, sobretudo a que é imposta aos menos favorecidos, que sofrem sem uma verdadeira opção ou orientação para suas vidas, permanecem no ar algumas questões: Como a Igreja pode influenciar esta sociedade emergente? Que tipo de ensino e educação cristã deverá ser implementados nestes tempos pós-modernos? Quais são os instrumentos, as ferramentas mais eficazes? Como manipulá-las? O que cada educador nos mais diversos setores da igreja pode fazer?

    São demandas que nos desafiam a sermos cuidadosos com a nossa vocação ministerial, a fim de que resgatemos do mundo os homens da era digital.

    A salvação pela graça de Deus, que é a solução para a humanidade, terá de se manifestar mediante a dedicação de homens e mulheres valorosos com o propósito de combater as forças escravizadoras do Inimigo, estabelecidas para suscitarem crises e instabilidade na família, nas comunidades e até nas igrejas.

    O valor de um homem ou de uma mulher de Deus não é mensurado apenas pela sua formação acadêmica ou capacidade intelectual, mas, principalmente, por sua espiritualidade e aplicação dos princípios de Deus em sua própria vida. Nós vivemos dias de profundas transformações e as necessidades humanas tornam-se ainda mais prementes diante dos falsos ensinos, do materialismo, do consumismo desenfreado, da exploração pelos poderosos, da falsa segurança representada por uma vida de pura aparência e, sobretudo, por uma religiosidade formal.

    A igreja de hoje é desafiada a perseverar diante da falta de compromisso com a fé e do esfriamento do amor, sinais do fim dos tempos. Faz-se necessário um empenho ainda maior, uma dedicação ainda mais sacrificial dos “obreiros dos bastidores”. É preciso ser destemido a fim de cumprir a chamada para o magistério perante tamanhos desafios.

    Como homens e mulheres de Deus nascidos nesta geração, encontramo-nos diante da responsabilidade de levar a Igreja de Cristo a defrontar-se com estas novas questões humanas e sociais.

    Cabe-nos, como conhecedores da Palavra de Deus, o papel de velarmos, para que as conquistas da Igreja não se restrinjam a uma simples organização religiosa, mas como organismo vivo produza transformações profundas e intensas em nossa sociedade.

    As experiências do passado, por mais válidas e consistentes que sejam por si só, não serão suficientes perante este tão grande desafio.
    Para que nossa vocação ministerial seja cumprida, é necessário que tenhamos compromisso com a Verdade, percepção espiritual da obra de Deus, e sejamos obreiros de visão neste cenário de mutações constantes, sob pena de termos um ministério evasivo.

    Cada um de nós recebeu uma chamada específica de Deus. Um ministério especial. Não importa o que realizaremos ou onde atuaremos desde que nos mantenhamos firmes nos princípios de fidelidade a Deus e em nossa vocação ministerial. Como bem expressou o apóstolo Paulo em Colosensses 4:17: "Cuida do ministério que recebestes do Senhor, para o cumprires".

    Como servos de Deus, temos de obedecer ao chamado divino com entusiasmo, fé e amor à obra. Devemos aplicar-nos diligentemente para que a salvação e a Justiça de Deus se estabeleçam tanto nos palácios dos mais abastados quanto nas choupanas dos desafortunados.

    Como Igreja, precisamos escancarar as portas do Reino dos Céus a esta geração, levando aos lares, às ruas e praças a verdadeira mensagem da redenção. Direcionemos, pois, nossos ministérios para a transformação de vidas e não apenas para mudanças ocasionais!

    Afinal, como vaticinou o apóstolo Paulo em Romanos 1.16: "
    Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê".
    Marcos Tuler é pastor, pedagogo, escritor, conferencista e Reitor da FAECAD (Faculdade de Ciência e Tecnologia da CGADB)

    Contatos
    marcos.tuler@cpad.com.br
    www.marcostuler.com.br
    www.prmarcostuler.blogspot.com.br

sábado, 29 de dezembro de 2012

•Repensando a Escola Bíblica Dominical e seus métodos de crescimento.

Perfil

Pr. Cesar Moisés

É pastor, pedagogo, chefe do Setor de Educação Cristã da CPAD e professor universitário. É autor de "Marketing para Escola Dominical", que ganhou o Prêmio Areté da Associação de Editores Cristãs (Asec) de Melhor Obra de Educação Cristã no Brasil em 2006, e do romance juvenil "O mundo de Rebeca"; e co-autor de "Davi: As vitórias e derrotas de um homem de Deus", todos títulos da CPAD.

  • Repensando a Escola Bíblica Dominical e seus métodos de crescimento

    Como alavancar o programa mais popular de Educação Cristã da Igreja?

    Pr. César Moisés


    INTRODUÇÃO

    A necessidade de se repensar a Escola Dominical é ponto pacífico entre os pastores, estudiosos da Educação Cristã, superintendentes, professores e demais envolvidos. Entretanto, é preciso esclarecer que o ato de repensar algo não significa, necessariamente, inová-lo ou mesmo reinventá-lo, antes, implica em reconsiderá-lo resgatando seu propósito original, ao mesmo tempo em que se busca uma forma de mantê-lo relevante para o momento histórico, a fim de superar a crise ou solução de continuidade sofrida pela instituição, empreendimento ou programa.
    É calcado neste primeiro saber que nos propomos a falar da Escola Dominical, pois, a despeito de seus benefícios práticos ― “instrução; evangelização; assimilação, cuidado, comunidade e unidade; vida e vitalidade espiritual; ação cristã e; preparação para liderança e ministério”[i] ― ela é o único programa de Educação Cristã que contempla a totalidade do propósito original de Deus para a Igreja, exposto na Grande Comissão (Mt 28.19,20).
    Rob Bukhart, doutor em Educação Cristã, afirma que as nossas Escolas Dominicais têm perdido a razão de ser por diversos motivos e entende que não é fácil organizá-las, não obstante, reconhece que:
  •  
    Para cumprir com os propósitos de Deus no mundo, a igreja deve alcançar os perdidos e ajudar-lhes a converterem-se em dedicados discípulos.

    A igreja deve ajudar aos crentes a crescerem até alcançarem a maturidade espiritual e dar expressão do seu amor a Deus tanto em adoração como em sua vida diária. Isso deve ajudar a forçar os laços de amor e lealdade dentro da igreja, e em amor e testemunho da verdade de Deus, tanto com palavras quanto com atos. O fracasso não é uma opção, mas muitos estão fracassando.

    De todos os departamentos que a igreja tem à sua disposição, a ED tem o maior potencial para lograr estes fins. É o meio ideal. Já está disponível uma maior infra-estrutura sobressalente de currículo e preparação. É demonstrado que a igreja pode cumprir melhor com os propósitos de Deus com a ED do que sem ela.

    Finalmente, a igreja necessita de uma ED com qualidade mais do que nunca. São muitas as congregações que divagam sem visão e estratégia. É uma fórmula para o desastre. Deus dará a visão e a ED oferece a estratégia.

    É hora de despertar o gigante adormecido.[ii] 
    A Escola Dominical não é uma opção, mas, como afirmamos em nosso artigo Marketing na Escola Dominical, novo paradigma para a administração da Educação Cristã, “é a continuidade da Missão Educativa que Deus outorgou ao seu povo (Gn 18.18 e 19; Dt 4.1-9; 6.1-25; Mt 28.19 e 20; Ef 4.11-16 etc.), visando formá-lo e satisfazer a sua necessidade de conhecimento: ‘Quando teu filho te perguntar [...]’, disse o Senhor (Dt 6.20)”.[iii]

    Quando falamos sobre repensar a Escola Dominical e seus métodos de crescimento, reconhecemos que existe uma necessidade de readequá-la ao paradigma educacional dos novos tempos a fim de cooptar novos alunos e (re)integrar os antigos. Pois, levando “em conta que a nossa tarefa educativa é gigantesca, pois devemos ensinar ‘todas as coisas’ que Jesus ensinou a ‘todas as nações’ (Mt 28.19,20), é imprescindível pensar em como realizarmos o nosso trabalho de maneira cristã em moldes contemporâneos”.[iv] 
  •  
    Para isso, não será necessário fazer “grandes mudanças” como pensam alguns, mas unicamente termos uma nova visão do que é Escola Dominical. Qual é essa “nova” visão?
    A “nova” visão do que é ED, na verdade, é uma readequação ao que ela sempre foi, mas que, de um tempo para cá deixou de ser. [...] Nessa readequação, devemos saber que sem aluno não se tem ED. Por isso, entender a missão e a visão de Deus para a educação cristã é o ponto crucial para podermos estabelecer uma “política de qualidade” pela qual a equipe da ED deverá se pautar.

    A célebre pergunta do marketing não é “O que queremos vender?”, mas “Quem é o nosso cliente?” É preciso saber quem são os nossos alunos potenciais, qual o seu perfil, e assim, sem modificarmos a Verdade, readequarmos nossos métodos de atração, conquista, atendimento e manutenção dos mesmos. É preciso, a exemplo de Jesus, oferecer respostas ao que as pessoas buscam (Jo 3.1-21; 4.1-30). É fato que elas poderão não gostar de todas as respostas, mas, a satisfação proporcionada nas ocasiões anteriores assegurará a freqüência e dirão, parafraseando Pedro: “Para onde iremos nós? Só a ED tem as Palavras de vida eterna” (Jo 6.68).

    O que aquelas crianças e adolescentes precisavam para viver bem e se sentirem humanas e encontraram no trabalho de Robert Raikes há 225 anos, são as mesmas necessidades que motivam as pessoas pós-modernas a buscarem uma ED:

    Um propósito para o qual viver;

    Pessoas com quem viver;

    Princípios pelos quais viver;

    Força para seguir vivendo.
    Uma ED que não oferece satisfação e repostas para essas quatro necessidades básicas não está à altura de representar o Reino de Deus como agência de educação cristã. Evidentemente que cada pessoa, de acordo com a faixa etária, maturação biológica e mental, e condição social, possui carências de diferentes matizes e formas de manifestar diante das quatro necessidades acima elencadas. Um exemplo típico do que está sendo colocado pode ser visto na diferença que existe entre lecionar para uma classe de adultos na faixa etária dos 25 aos 40 anos e lecionar para pessoas da Terceira Idade. Os anseios e motivos podem ser os quatro enunciados acima, no entanto, a forma pela qual irá se manifestar a necessidade bem como a sua satisfação serão diferentes. Os interesses de ambos os grupos são distintos.
    A administração, ou a gestão dessa demanda é o que deverá orientar o trabalho da equipe da ED. A missão educativa da Igreja está determinada há dois mil anos. Devemos ensinar e educar. A pergunta inquietante é: Como atrair as pessoas pós-modernas para a ED, quando a mídia, o estresse e outras coisas oferecem a ‘tentação’ de prendê-las ao conforto do sofá aos domingos? A resposta é simples: Precisamos motivá-las. E isso representa um duplo desafio: criar ou identificar a necessidade e apresentar um elemento adequado para satisfazer essa carência.[v] 
    Aqui chegamos ao ponto crucial de nossa reflexão. A fim de alavancarmos a Escola Dominical, tomaremos como base o exemplo da reconstrução do templo e dos muros de Jerusalém, e percorreremos o caminho protagonizado por Esdras e Neemias ― exemplos de liderança comprometida ― e verificaremos Sete Passos imprescindíveis para reiniciar e implantar uma nova dinâmica no maior e mais popular programa de Educação Cristã da Igreja.
     
    [i] BUKHART, Rob. Artigo: O Gigante Adormecido. Revista Obreiro. Ano 25; nº21. Rio de Janeiro: CPAD, jan/fev/mar de 2003, pp.23,24.
    [ii] Ibid, p.26.
    [iii] CARVALHO, César Moisés. Artigo: Marketing na Escola Dominical. Novo Paradigma para administração da Educação Cristã. Revista Ensinador Cristão. Ano 7; nº25. Rio de Janeiro: CPAD, jan/fev/mar de 2006, p.8.
    [iv] Ibid, p.7.
    [v] Ibid, p.8.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012


Conteúdo adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para as lições do 4º Trimestre de 2012
Os Doze Profetas Menores
  • Lição 13 Malaquias- A sacralidade da família

    TEXTO ÁUREO “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2.24).


  • INTRODUÇÃO

    I. O LIVRO DE MALAQUIAS
    II. O JUGO DESIGUAL
    III. DEUS ODEIA O DIVÓRCIO

    CONCLUSÃO

    DIVÓRCIO E IGREJA

    Esequias Soares

No Brasil, a partir da Constituição de 1967, com advento da Emenda Constitucional de 28 de Junho de 1977, foi permitido, de forma muito tímida e restrita, o instituto do divórcio. Para regulamentar o referido dispositivo constitucional foi editada a Lei nº 6.515/1977, que passou a disciplinar todos os procedimentos para a efetivação do divórcio, cujo pedido, à época, podia ser formulado por uma pessoa somente uma vez.

Só com o advento da Constituição Federal de 1988 é que a matéria foi institucionalizada, tendo o texto magno inserido este instituto de forma positiva no ordenamento jurídico nacional. A Constituição Federal vigente trata do divórcio no seu Art. 226, parágrafo 6º.

O Supremo Tribunal Federal reconheceu que a Lei nº 6.515/1977, com as modificações que lhes deram as Leis nº 7.841/1989 e nº 8.408/1992, foi admitida na atual ordem constitucional do país. O Código Civil vigente (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002) também disciplinou a matéria a partir do Art. 1.571 até o Art. 1.582. Dando um passo em direção à celeridade processual, foi editada a Lei nº 11.441/2007, a qual autoriza que a separação e o divórcio consensuais, assim como partilha de bens, em que não haja interesse de menores, sejam feitos diretamente em cartório, desde que com a presença obrigatória de advogado.

1. AVALIAÇÃO
Isso não significa que a Igreja seja obrigada admitir o divórcio por qualquer motivo, salvo no caso de pessoas que só conheceram a Jesus quando já estavam nessa situação (Jo 6.37). Nem tudo o que é legal é ético: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convém” (1 Co 6.12). As bases para o divórcio nas culturas judaica, grega e romana eram frouxas; entretanto, o Senhor Jesus e o apóstolo Paulo não se deixaram influenciar pela legislação vigente. Mas a Igreja precisa pronunciar-se sobre o assunto, uma vez que o Senhor Jesus lhe conferiu essa autoridade (MT 16.19; 18.16-18). As igrejas, os ministérios ou as convenções devem estabelecer critérios embasados na Palavra de Deus.

Há muito pouca referência ao divórcio nos primeiros séculos do cristianismo. Alguns dos pais da Igreja, Agostinho, por exemplo, consideravam equivocamente o casamento um sacramento. A base dessa distorção é a VL [Vulgata Latina], uma tradução malfeita de Jerônimo da palavra grega mystêrion “mistério, segredo”, em Efésios 5.32, traduzida pelo termo latino sacramentum, “sacramento”. Erasmo de Roterdã descobriu esse e outros erros de tradução na VL e esse termo é um deles (MCGRATH, 2005, p.89). É com base nessa visão que a Igreja Católica, ainda hoje, não permite o divórcio.

Os reformadores não consideravam o casamento um sacramento e tinham sobre o assunto uma visão mais voltada para a Bíblia, e não para a longa tradição da Igreja Católica. A Igreja Anglicana da Inglaterra apresenta dois relatórios: O Casamento, o Divórcio e a Igreja, datado de 1971, e O Casamento e a Tarefa da Igreja, de 1978. Segundo a Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã esses documentos “recomendavam que a Igreja da Inglaterra relaxasse sua regra rigorosa, atual, de que nenhuma pessoa com cônjuge ainda vivo pode se casar na Igreja, embora pessoas divorciadas, que tenham recebido permissão para tal, possam ser admitidas à Santa Comunhão (ELWELL, 1988, p.482).

Resumindo o que vimos até agora, existem duas linhas opostas sobre o divórcio: uma que crê que Jesus revogou o divórcio previsto em Deuteronômio 24.1-4; outra que admite que o Novo Testamento permite o divórcio em situações excepcionais[...]. Analisando o divórcio à luz da Bíblia, vimos que ele estava previsto na lei de Moisés e era realizado nos tempos do Antigo Testamento. Era uma prática comum nas comunidades judaica, grega e romana, nos dias do ministério terreno de Jesus e de seus apóstolos. Vimos também que o divórcio está amparado pelo Novo Testamento nos seguintes casos: prática de prostituição (MT 5.31,32; 19.9) e impossibilidade de reconciliação entre os cônjuges em casais mistos, desde que a iniciativa seja da parte descrente (1 Co 7.15). Fora isso, o divórcio será adultério, caso o divorciado ou a divorciada contraia novas núpcias.

John Stott, em sua obra Grandes Questões sobre o Sexo, declara de maneira resumida o propósito de Deus com o casamento e de que maneira o divórcio é visto biblicamente, nos seguintes termos:

1. Deus criou o homem, no princípio, macho e fêmea, tendo ele mesmo instituído o casamento. Era seu propósito e ideal que a sexualidade humana se realizasse através do casamento, e que esta fosse uma união exclusiva, amorosa e vitalícia.

2. Em nenhum lugar da Escritura se aconselha ou se encoraja o divórcio. Pelo contrário, mesmo no caso de ser biblicamente justificado ele continua sendo um lamentável pecado em relação ao ideal divino.

3. O divórcio e o novo casamento são permissíveis (não imperativos) sobre duas bases. A primeira é aquela em que há uma parte inocente e outra culpada de imoralidade sexual. Em segundo lugar, o cristão pode concordar com a deserção do cônjuge no caso de este se recusar a viver com ele ou ela.

Entretanto, em ambos os casos a permissão é concedida em termos negativos e relutantes. Somente querendo alguém se divorciar sobre o fundamento de infidelidade conjugal é que recasamento não resulta em adultério. Somente se a parte não cristã insiste na não convivência é que a parte cristã “não está mais sujeita” (STOTT, 1993, pp. 93,94).

Sem essa compreensão sobre casamento e divórcio, fica difícil para o pastor aconselhar as pessoas que se encontram nessa situação. Quem defende tais princípios terá condições de êxito no aconselhamento para os casais. Essa linha resumida, traçada acima por John Stott, é o padrão que a maioria das igrejas evangélicas segue, e está amparada pela Palavra de Deus.

Texto extraído da obra “ Casamento, Divórcio e Sexo À Luz da Bíblia”, editada pela CPAD.