LIÇÃO 08
O CUIDADO COM A LÍNGUA
24 de agosto de 2014
Professor
Alberto
TEXTO ÁUREO
"Porque todos tropeçamos em muitas
coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso
para também refrear todo o corpo"
(Tg 3.2).
VERDADE PRÁTICA
A nossa língua
pode destruir vidas, portanto, sejamos cuidadosos com o que falamos.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
"Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não
tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo
o corpo" (Tg 3.2).
Nosso texto áureo está
inserido no capítulo 3 versículos 1 a 17 sobre o tropeço na palavra. No Comentário
Bíblico Beacon encontramos a seguinte consideração sobre Tiago 3.2:
O apóstolo nos lembra que todos tropeçamos em
muitas coisas (v. 2). Uma tradução mais correta seria: “Todos nós cometemos
erros” (RSV). Todos nós podemos tropeçar (cf. 1 Co 10.12); todos nós temos
grandes chances de cometer equívocos e somos propensos a errar; por isso,
corremos sérios riscos ao assumir voluntariamente o papel de guia. Wesley
comenta: “Não coloque mais sobre as suas costas do que DEUS confiou a vocês,
visto que é tão difícil não ofender ao falar muito”. Tiago usa o artifício da
repetição de palavras para aumentar a ênfase. “Tropeçamos” em 2a é seguido de
tropeça em 2b. Ele diz que se alguém não tropeça em palavra — se não cometemos
erro no falar — podemos ser considerados homens perfeitos. Aquele que controla
suas palavras pode refrear (guiar ou controlar) toda a sua conduta. Isso
provavelmente não é um termo literal porque um homem poderia manter sua fala
sob controle e mesmo assim pecar de outra forma. Tiago está usando um tipo de
provérbio — uma generalização para enfatizar o lugar-chave da fala na vida
cristã. Ela é comparável à afirmação de JESUS: “Porque por tuas palavras serás
justificado e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12.37).O que Tiago quer
dizer com varão [...] perfeito? O adjetivo perfeito (teleios) normalmente
refere-se ao propósito ou função do substantivo modificado. Nesse contexto,
poderia significar: “aqueles que alcançam plenamente o seu elevado chamado”. O
cristão que é cristão no seu falar está agradando plenamente a DEUS. Ele é
varão [...] perfeito, no sentido que JESUS ordenou aos seus discípulos a usar
um falar franco e direto (Mt 5.37) e então acrescentou: “Sede vós, pois,
perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.48). A luz
dessa verdade um cristão apenas pode se unir à oração do Salmista: “Sejam
agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua
face, Senhor, rocha minha e libertador meu!” (SI 19.14). (HARPER, 2009, p. 174)
Já no Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal encontramos a seguinte consideração sobre Tiago 3.2:
Todos tropeçamos em muitas coisas, ou nos
enganamos quando estamos descuidados. Todos tropeçamos, mas os nossos erros
mais frequentes acontecem quando estamos falando. Por termos a tendência de
cometer erros ao falar, precisamos ter ainda mais cuidado e permitir que DEUS
controle o que dizemos. Ele é capaz de orientar a nossa motivação, os nossos
pensamentos, a nossa escolha de palavras, e até mesmo o impacto que as nossas
palavras têm sobre os outros. Muitas pessoas podem pensar que é impossível
controlar a língua, mas a maioria das pessoas nem sequer começou a tentar. A
capacidade de controlar a língua é a marca da verdadeira maturidade para o
cristão (veja I.I9, “ser tardio para falar”). Quando JESUS confrontou os
líderes religiosos sobre as acusações que tinham contra Ele, Ele disse que a
boca fala do que há em abundância no coração – mostrando que aquilo que há
dentro de uma pessoa afeta o que ela faz com as suas palavras (Mt 12.33-37). O
Senhor também disse que nós devemos prestar contas por qualquer palavra
descuidada que proferirmos (Mt 12.36). As pessoas que conseguem controlar as suas
línguas serão capazes de refrear todo o corpo. A sabedoria e o amor de DEUS e o
autocontrole dado pelo ESPÍRITO SANTO nos ajudarão a exercer este controle
(veja Pv 15.1-4). COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO APLICAÇÃO PESSOAL, Vol 2. pag.
678).
Portanto o apóstolo Tiago
coloca a questão da língua num aspecto extremamente relevante, que é questão do tropeço. Nós tropeçamos em muitas coisas, aquele que não
tropeça no falar é perfeito varão, é capaz de manter o controle de todo seu
corpo (3.2). Obviamente todos nós já falhamos, já tropeçamos em nossa própria
língua. Quantas vezes já ficamos envergonhados de falar aquilo que não
deveríamos ter falado, na hora em que não deveríamos ter falado, com a pessoa
que não deveríamos ter falado, com a intensidade e o volume da voz que não
deveríamos ter usado. Uma palavra falada é como uma seta lançada, não tem jeito
de retorná-la. E como um saco de penas soltas do alto de uma montanha não pode
mais recolhê-las. Que o Senhor nos ajude e nos dê o domínio próprio, gere em
nós o fruto do Espírito (Gl 5.22).
RESUMO DA LIÇÃO 08
O CUIDADO COM A LÍNGUA
I.
A SERIEDADE DOS MESTRES (Tg 3.1,2)
1. O rigor com os mestres.
2. A seriedade com os mestres na igreja (v.1).
3. Perfeição que domina o corpo (v.2).
II.
A CAPACIDADE DA LÍNGUA (Tg 3.3-9)
1. As pequenas coisas no governo do todo (vv.3-5).
2. "A língua também é um fogo" (vv.6,7).
3. Para dominar a língua.
III.
NÃO PODEMOS AGIR DE DUPLA MANEIRA (Tg 3.10-12)
1. Bênção e maldição (v.10).
2. Exemplos da natureza (vv.11,12).
3. Uma única fonte.
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Tiago 3.1-12
1 Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo
que receberemos mais duro juízo.
2 Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não
tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo
o corpo.
3 Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que
nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo.
4 Vede também as naus que, sendo tão grandes e levadas de
impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade
daquele que as governa.
5 Assim também a língua é um pequeno membro e gloria-se
de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia.
6 A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a
língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama
o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno.
7 Porque toda a natureza, tanto de bestas-feras como de
aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela
natureza humana;
8 mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não
se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.
9 Com ela bendizemos a DEUS e Pai, e com ela amaldiçoamos
os homens, feitos à semelhança de DEUS:
10 de uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus
irmãos, não convém que isto se faça assim.
11 Porventura, deita alguma fonte de um mesmo manancial
água doce e água amargosa?
12 Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas
ou a videira, figos? Assim, tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.
INTERAÇÃO
Prezado
professor, dando prosseguimento ao estudo da Epístola de Tiago, hoje
aprenderemos um tema atual e bem relevante - o cuidado que devemos ter com a
nossa língua.
Tiago faz dos
primeiros versículos do capítulo três um verdadeiro tratado a respeito da
disciplina da língua. Porém, este assunto é destaque em toda a epístola.
Observe os seguintes textos da epístola: 1.19, 26; 4.11,12; 5.12.
Sabemos que a
língua é um pequeno membro do nosso corpo, todavia seu poder é sempre ambíguo. Sim,
a língua tem poder para construir e para destruir, por isso, ela precisa ser
controlada pelo Espírito Santo.
Sozinhos não
conseguiremos refrear nossa língua e somente utilizá-la para glória de Deus. Precisamos
da ajuda do Criador.
Segundo Tiago,
o homem que domina esse pequeno órgão é um homem perfeito, com a capacidade de
também refrear as demais partes do seu corpo.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar
a
responsabilidade dos mestres na igreja.
Conscientizar-se a respeito da
capacidade da nossa língua.
Rejeitar
a possibilidade
de alguém utilizar a língua de modo ambíguo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
LÍNGUA:
Órgão muscular, situado na boca e na faringe, responsável pelo
paladar e auxiliar na mastigação, na deglutição e na produção de sons.
Nessa lição
veremos o quanto o crente deve ser cuidadoso na maneira de falar com os outros.
Tema do terceiro capítulo da epístola, o meio-irmão do Senhor escreve sobre um
pequeno membro do nosso corpo: a língua.
Este acanhado,
mas poderoso órgão humano, pode destruir ou edificar a vida das pessoas. Por
isso, a nossa língua deve ser controlada pelo Espírito Santo a fim de sermos
canais de bênçãos para aqueles que nos ouve.
I. A SERIEDADE DOS
MESTRES (Tg 3.1,2)
1. O rigor com
os mestres. A
palavra hebraica para mestre é rabbi,
cujo significado é "meu mestre". Os mestres eram honrados em toda a
comunidade judaica, gozando de grande respeito e prestígio.
Na realidade,
o ofício rabínico era uma das posições mais almejadas pelos judeus, pois era
notória a influência dos mestres sobre as pessoas (Mt 23.1-7). Daí o porquê de
muitos ambicionarem tal posição.
E é exatamente
alarmado por isso que Tiago inicia então o capítulo três, referindo-se aos que
acalentavam essa aspiração, visando obter prestígio, privilégio e fama, a que
tivessem cuidado (v.1).
Antes de
almejarmos o ministério da Palavra devemos estar cônscios de nossa
responsabilidade e de que um dia o Altíssimo nos pedirá conta dos atos e dos
talentos a nós dispensados.
2. A seriedade
com os mestres na igreja (v.1). Em
Mateus 5.19 lemos sobre a advertência de Jesus quanto à seriedade e a
fidelidade dos discípulos no ensino do Evangelho.
Devido a sua
importância, Jesus estabeleceu o ensino como um meio de propagar o Evangelho a
toda criatura e, assim, ordenou a sua Igreja que fizesse seguidores do Caminho
pelo mundo (Mt 28.19,20).
É interessante
notarmos o paralelo que Tiago faz em relação à advertência proferida por Jesus
em tempo anterior: Quem foi vocacionado para ser mestre não pode ter o
"espírito" dos fariseus, mas o de Cristo (Mc 12.38-40).
3. Perfeição
que domina o corpo (v.2). Quem
domina ou controla a sua língua, sem cometer delitos (excessos, descontroles,
julgamentos precipitados, difamações, etc.), sem dúvida, é "perfeito".
O controle da
língua significa que a pessoa tem a capacidade de controlar as demais áreas da
vida, pois a língua é poderosa "para também refrear todo o corpo".
Quem tem
domínio sobre a língua, tem igualmente o coração preservado, pois a boca fala
do que o coração está cheio. Discipline-se! Faça um propósito com Deus e
consigo mesmo: não empreste os seus lábios para fazer o mal.
SINOPSE DO TÓPICO (1)
A língua é um pequeno órgão do nosso corpo, porém seu poder é
comparado a um fogo destruidor.
II. A CAPACIDADE DA
LÍNGUA (Tg 3.3-9).
1. As pequenas coisas no governo do todo
(vv.3-5). Tiago
faz uma analogia acerca da nossa capacidade de usarmos a língua. Ele remete-nos
ao exemplo do leme dos navios e do freio dos cavalos.
Apesar de tais
objetos serem pequenos, porém, são fundamentais para controlar e dirigir
transportes grandes e pesados. Assim, o apóstolo nos mostra que, apesar de
pequena, a língua é capaz de realizar grandes empreendimentos - edificantes ou
destrutivos. Como um pequeno membro é capaz de "acender um bosque
inteiro"?
2. "A
língua também é um fogo" (vv.6,7). Quantas pessoas não frequentam mais as nossas reuniões
porque foram feridas com palavras? Você já se fez essa pergunta? É preciso usar
nossa língua sabiamente, pois "a morte e a vida estão no poder da língua [...]" (Pv
18.21).
Grande parte
dos incêndios nas florestas inicia através de uma pequena fagulha. Todavia,
essa faísca alastra-se podendo destruir grandes áreas de vegetação. Da mesma
forma, são as palavras por nós pronunciadas. Se não forem proclamadas com bom
senso, muitas tragédias podem acontecer.
3. Para
dominar a língua. Ainda
no versículo sete, Tiago faz outra ilustração em relação ao tema do uso da
língua. Ele mostra que a natureza humana conseguiu domar e adestrar as
bestas-feras, as aves, os répteis e os animais do mar.
Mas a língua
do ser humano até hoje não houve quem fosse capaz de dominar. Por esforço
próprio o homem não terá forças para domar o seu desejo e as suas vontades.
Mas quando
Deus passa a nos governar, a língua do crente deixa de ser um órgão de
destruição e passa a ser um instrumento poderoso e abençoador, usado para o
louvor da glória do Eterno.
A fim de
dominar a nossa língua, devemos entregar o nosso coração inteiramente ao
Senhor, "Pois
do que há em abundância no coração, disso fala a boca" (Mt 12.34).
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Aprendemos com o meio-irmão do Senhor que embora a língua seja um
pequeno órgão do nosso corpo, ela tem poder para edificar e destruir pessoas e
instituições. Precisamos submeter este pequeno órgão ao Criador.
III. NÃO PODEMOS AGIR
DE DUPLA MANEIRA (Tg 3.10-12).
1. Bênção e
maldição (v.10). Tiago
até reconhece a possibilidade de alguém usar a língua de modo ambíguo. Entretanto,
deve a mesma língua que expressa o amor a Deus, deixar-se usar para destruir
pessoas?
Apesar de o
meio-irmão do Senhor dizer que tudo que existe obedece sua própria natureza, se
experimentamos o novo nascimento, tornamo-nos uma nova criação, isto é,
adquirimos outra natureza.
Esta tem de
ser manifesta em nosso falar e agir. Portanto, se você foi transformado pela
graça de Deus mediante a fé de Cristo, a sua língua não pode ser um instrumento
maligno. A fofoca, a mentira, a calúnia e a difamação são obras carnais e não
podem ter lugar em nossa vida.
2. Exemplos da
natureza (vv.11,12). O
líder da igreja de Jerusalém usa dois exemplos da natureza para apontar a
incoerência de agirmos duplamente. Tiago questiona a possibilidade de a fonte
que jorra água doce jorrar igualmente água salgada.
Para provar a
impossibilidade natural deste fenômeno, o meio-irmão do Senhor pergunta, de
maneira retórica, se uma figueira poderia produzir azeitonas, e a videira,
figos.
Naturalmente,
a resposta é um sonoro não! Portanto, a pessoa que bendiz ao Senhor não maldiz
o próximo. Se Deus é amor, como podemos odiar alguém?
3. Uma única
fonte. Aquele que bebe da água da vida não
pode fazer jorrar água para morte. Quem bebe da água limpa do Cristo de Deus
não pode transbordar água suja. Portanto, a palavra proferida por um discípulo
de Cristo deve edificar os irmãos, dar graça aos que ouvem e sarar quem se
encontra ferido.
SINOPSE
DO TÓPICO (3)
Como servos de Deus, não podemos utilizar nossa língua para
expressar palavras de adoração ao Senhor e em seguida utilizá-la para destruir
o nosso próximo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma vez
Salomão disse que a boca do justo é manancial de vida (Pv 10.11), e que as
palavras da boca do homem são águas profundas (Pv 18.4).
Tomemos o
devido cuidado com a maneira como usamos a nossa língua. Não esqueçamos que, no
dia do Juízo, daremos conta a Deus de toda palavra ociosa proferida pela nossa
boca (Mt 12.36).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
I
Subsídio Teológico
"Tiago
emprega duas metáforas para descrever a habilidade da língua em 'refrear todo o
corpo' - o freio nas bocas dos cavalos e o leme no navio. Nos dois exemplos,
qualquer uma das menores partes é capaz de controlar a direção e as ações de
todo conjunto. No entanto, a relação entre a língua e o resto do corpo é
diferente daquela de um freio com o cavalo ou de um leme com o navio; ela não
controla diretamente as ações de uma pessoa. Devido à imperfeita adaptação
dessa analogia, alguns comentaristas sugeriram que Tiago está estendendo sua
discussão ao papel dos professores da Igreja. É a 'língua' do mestre que
controla todo o 'corpo' da Igreja. Porém, a principal preocupação de Tiago
nessa seção da carta está dirigida às atitudes individuais dos crentes, e não à
vida coletiva da Igreja (uma questão que ele analisa em 5.13-20). Assim sendo,
[...] pode ainda estar fazendo uma ilustração da ideia dos ensinamentos de Jesus
quando diz que 'do que há em abundância no coração, disso fala a boca' (Mt
12.34; Tg 3.10), onde o desejo do indeciso coração humano profere tanto a
bênção quanto a maldição)" (ARRINGTON, French L; STRONSTD, Roger. (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. Vol. 2. 4. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009, pp. 873-74).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ARRINGTON, French L; STRONSTD (Eds.). Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2. 4.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009. FONTE: www.professoralberto.com.br