quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Lição 4 - 1º Trimestre 2015 - Jovens.

Lição 4

Eu creio na inspiração das Escrituras1° Trimestre de 2015
rev-jovensINTRODUÇÃO
I– AUTORIA DAS ESCRITURAS E SUA INSPIRAÇÃO (2 Tm 3.16,17; 2 Pe 1.19-21)
II – A MENSAGEM DA BÍBLIA
III – A INERRÂNCIA E A CONFIABILIDADE DAS ESCRITURAS (HC 3.2)
CONCLUSÃO
A SEGURANÇA PLENA NA INSPIRAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS
2 PEDRO 1.20,21
Na aula desta semana, estudaremos a respeito dos fundamentos bíblicos que sustentam a inspiração plena das Escrituras Sagradas. Além do mais, ressaltaremos o valor do conteúdo bíblico como Palavra de Deus que norteia a vida cristã. Para tanto, devemos considerar que a ação do Espírito Santo fez com que homens fieis e separados por Deus se dispusessem em ser usados para registrar a Santa Palavra. Nela, podemos encontrar algumas referências que comprovam que a Escritura Sagrada, de fato, é plenamente inspirada por Deus, sendo também conhecida como a “inerrante” Palavra de Deus.

Em contraste, encontramos a crítica da teologia modernista que aceita a inspiração das Escrituras, porém, afirma que os textos são produtos de seus respectivos autores e que, por conta disso, devem conter erros. Para eles, a Bíblia contém a palavra de Deus, mas não é a “Palavra de Deus”. Não obstante, é imprescindível para a vida cristã, a reflexão e obediência às Escrituras Sagradas, assim como o próprio Cristo recomendou: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (Jo 5.39).

Considerando essas afirmativas, o professor poderá dialogar com a classe a respeito das concepções críticas em relação à inspiração das Escrituras, apresentando os argumentos que confirmam a inspiração plena dos “escritos sagrados”. Além disso, também refletir sobre a importância da Bíblia como “Palavra de Deus” para a nossa vida cristã.

1. Fundamentos que asseguram a inspiração das Escrituras Sagradas

Em virtude da importância dada às Santas Escrituras, não é difícil de entendermos que para a elaboração desta obra tão especial, Deus tenha separado e inspirado homens igualmente especiais. Eram profetas, sacerdotes, juízes e operários. Todos com qualidades específicas que, deram a eles, o título de autores do divino livro sagrado. Homens que se dispuseram ousadamente em registrar a Palavra da Verdade, a fim de que as gerações futuras tomassem conhecimento da vontade de Deus, através das Escrituras Sagradas.
Na Bíblia, encontramos algumas referências que sustentam a veracidade da inspiração dos textos, e a inerrância da verdade ali registrada. Na obra Teologia Sistemática de Eurico Bérgsten, vemos alguns aspectos que fundamentam a inspiração plenária defendidos por aqueles que, assim crêem, com convicção:

“Para os crentes convictos da sua salvação, que vivem a comunhão com Deus e sentem a operação do Espírito Santo em suas vidas, aquela crítica [modernista] não gera problemas. Eles o fazem com convicção. A base dessa rejeição é segura. Vejamos:
A. O testemunho de Jesus: Em primeiro lugar, rejeitam toda a crítica contra a Palavra de Deus, porque Jesus considerou as Escrituras como ‘a Palavra de Deus’ (Mc 7.13). E o apoio dEle vale mais que as ideias e afirmativas de quem quer que seja.
B. A evidência eterna: Rejeitam a crítica modernista contra a veracidade da Bíblia, porque seria uma ofensa contra Deus, que é perfeito (Mt 5.48), afirmar que a Palavra contém erros e mentiras. A Bíblia afirma: ‘A Lei do Senhor é perfeita’ (Sl 19.7). ‘É provada’ (Sl 18.30), e ‘fieis, todos os seus mandamentos’ (Sl 111.7).
C. A ciência: A palavra da ‘ciência’ também nunca é a ‘última palavra’. O que hoje se afirma em nome da ciência, amanhã outros o desfazem. Um grande teólogo alemão, A. Luescher constatou em uma de suas obras que, no ano de 1850, os críticos contra a Bíblia apresentaram setecentos argumentos científicos contra a veracidade da mesma. Hoje, seiscentos desses argumentos já foram deixados por descobertas mais atualizadas. Mas o que a Bíblia afirma é como uma rocha — que não muda por causa das ondas do mar que se lançam contra ela.
D. A evidência da fé: Não queremos trocar a nossa fé na Palavra de Deus por consideração a homens que consideram a sua sabedoria mais do que a de Deus. Queremos que a nossa fé se apoie, não na sabedoria humana, mas no poder de Deus (1 Co 2.5)” (CPAD, 2013, pp.13,14).

2. A concepção crítica da Teologia Modernista a respeito da inspiração das Escrituras Sagradas
Em contraste aos tradicionais, vemos a Teologia Modernista que apesar de aceitar a inspiração das Escrituras, entende que a elaboração do texto bíblico é produto das habilidades humanas e, por conta disso, apresenta em sua composição, erros consideráveis.

Acerca disso, a obra Teologia Sistemática declara: “A teologia modernista não aceita a doutrina sobre a inspiração plenária da Bíblia. Eles concordam em aceitar que as ideias ou pensamentos da Bíblia podem ser inspirados, mas que as palavras usadas no texto são produto dos autores, os quais estavam sujeitos a erros. Outros concordam em reconhecer a Bíblia como autoridade em assuntos meramente espirituais; porém, em tudo o que se relaciona com ciência, biologia, geologia, história, etc., a Bíblia não pode ser considerada uma autoridade. Eles dizem abertamente: ‘Errar é humano’. Para dar uma aparência de piedade e respeito às coisas de Deus, eles dizem: ‘A Bíblia contém a palavra de Deus, mas não é a Palavra de Deus’. Infelizmente essa crítica materialista contra a veracidade da Bíblia tem se espalhado muito, e aonde ela chega, leva consigo mortandade — como a geada com as plantas. A falsamente chamada ‘ciência’ faz que aqueles que a professam se desviem da fé (1 Tm 6.20,21)” (CPAD, 2013, pp.12,13).

Portanto, é de se esperar que devido ao grande valor que este livro possui para os diversos cleros religiosos, cada um deles procure fundamentar a sua concepção em relação às Sagradas Escrituras, a fim de provar que a sua concepção é a mais completa.

3. O valor das Escrituras Sagradas para a vida cristã

Não obstante, encontremos contradições entre os estudiosos a respeito da veracidade dos “escritos sagrados”, a nossa fé deve ser unânime em afirmar que a reflexão e a obediência a Palavra de Deus é o ideal para a vida cristã (Cf. Ef 1.13). É imprescindível que tenhamos o conhecimento da vontade de Deus, sem que nos voltemos para os testemunhos registrados na Bíblia. A Palavra de Deus nos ensina, conforme o que foi dito pelo profeta Oséias: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (Os 4.6), porquanto, a falta de direcionamento e instrução resulta em decisões precipitadas, que são prejudiciais a nossa comunhão com Deus.

Desse modo, é indispensável o exame das Escrituras Sagradas, assim como Cristo nos ensinou: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (Jo 5.39), ou seja, a fé cristã está fundamentada em Cristo, pois tanto a Lei mosaica quanto o testemunho dos profetas, relatam e ratificam a respeito do “Messias” (Cf. Mt 5.17; Rm 3.21,22).

É também pela Palavra de Deus que adquirimos a maturidade cristã. Uma vida espiritual abençoada é uma vida em constante crescimento na “graça e no conhecimento” (2 Pe 3.18a), e para tanto, precisamos compreender e aplicar os preceitos e valores contidos nas Escrituras Sagradas, pois assim, saberemos como proceder mediante os conflitos e adversidades que atravessamos em nossas vidas. Quando a Palavra de Deus está verdadeiramente aperfeiçoada em nós, isto significa dizer que, estamos adquirindo maturidade cristã e, assim, atingiremos o ideal de Deus para nossas vidas.

Portanto, para que a juventude de nosso tempo tenha uma vida espiritual saudável, e assim, culmine na vida eterna, é necessário meditar na Palavra de Deus diariamente, visto que é por meio dela que alcançamos a santificação como afirma o apóstolo Paulo: “porque, pela Palavra de Deus e pela oração, é santificada” (1 Tm 4.5).

Considerações finais

Tendo em vista o valor inestimável que possui a Palavra de Deus, devemos considerar que a ação do Espírito foi responsável pela realização desta obra magnífica que se tornou o livro mais lido em toda a história da humanidade. Para tanto, o Senhor Deus chamou, capacitou e inspirou homens valorosos que registraram com primor e temor, aquela que viria a ser conhecida no mundo inteiro como “Palavra de Deus”.

Assim sendo, é irrelevante a declaração dos críticos que não reconhecessem a essência desta “Palavra” e como forma de justificar a sua descrença, alegam que as Escrituras Sagradas ao menos contêm a palavra de Deus, mas não pode ser considerada a Palavra de Deus, visto que autores cometeram falhas ao registrarem os escritos. Todavia, o conteúdo da Santa Palavra é fiel, a sua essência indica para uma vida santa e de comunhão com Deus, e está repleta de ensinamentos que são de suma importância para a vida cristã. Portanto, todo crente deve estudar e refletir na Palavra de Deus, pois nela encontramos o alimento necessário para o nosso crescimento e, como resultado, alcançarmos a maturidade cristã.
Por Thiago Santos.
Educação Cristã.
Publicações. CPAD.

Lição 1 - 1º Trimestre 2015 - Adultos.

Lição 1

Deus dá a sua Lei ao povo de Israel1° Trimestre de 2015
rev-adultos
INTRODUÇÃO
I – A PROMULGAÇÃO DA LEI
II – OS CÓDIGOS
III – O CONCERTO
IV – O SACRIFÍCIO
CONCLUSÃO
A INSERÇÃO DA LEI NO ANTIGO TESTAMENTO
Êxodo 20.1-26
Estamos iniciando um novo ano, com um novo currículo, repleto de novidades, e para iniciarmos este primeiro trimestre, estudaremos a respeito da inserção da lei mosaica ao povo hebreu, considerando as mais profundas implicações messiânicas nela encontrada. Em cada lição, aprenderemos de que maneira o Senhor Deus enviou os seus mandamentos pelas mãos de Moisés, a fim de libertar a nação de Israel dos preceitos e costumes egípcios, que ao longo de quatrocentos e trinta anos, subjugaram os hebreus, de modo que a fé pura e verdadeira no Deus de Abraão, Isaque e Jacó, quase definhou.
Entretanto, o Senhor Deus manifestou o seu braço forte e mão poderosa, através do homem que elegeu para libertar a Israel da casa da servidão e guiá-lo pelo deserto: Moisés. Mas para que este empreendimento divino se concretizasse o Senhor fez seu servo passar por um longo curso na casa de Jetro, seu sogro, no deserto de Midiã, a fim de prepará-lo para conduzir os hebreus à Terra Santa. Porquanto, o propósito do Senhor Deus era levantar um povo santo e comprometido com a Aliança abraâmica; um povo que o adorasse de todo o coração, de maneira que todas as nações conhecessem o seu santo e excelso Nome.
Assim sendo, considerando o momento histórico do povo israelita em sua peregrinação pelo deserto, o professor poderá comentar com seus alunos, a respeito das principais implicações que a lei trouxe ao modo de vida do povo hebreu. Qual a importância da lei no processo de libertação do povo de Israel da cultura egípcia. E como se deu o preparo do povo hebreu, a fim de que se tornasse um povo santo e idôneo para adentrar na “Terra Prometida”. Boa aula!
I. A Lei de Deus é apresentada ao povo
O Senhor Deus enviou a sua Lei, a fim de que o seu povo tomasse conhecimento dos valores e preceitos, pelos quais, seriam guiados em meio ao deserto, e principalmente, para que conhecesse qual a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Sendo assim, para que este propósito fosse concretizado, o Senhor Deus enviou os seus mandamentos através das mãos de Moisés e ordenou que o povo guardasse e praticasse tudo quanto os fora ensinado (Cf. Êx 20). Pois não deveriam abandoná-los e nem deixar de ensiná-los aos seus filhos e às gerações futuras. Visto que, se permanecessem em sua Palavra, toda a sorte de bênçãos, o Senhor derramaria sobre o seu povo (Dt 28.1,2). Porém, caso desobedecessem, seriam penalizados e levados cativos por outras nações que não serviam ao mesmo Deus, e perderiam o privilégio de viverem pacificamente como nação santa e povo escolhido do Senhor dos Exércitos (Cf. 28.15).
Assim sendo, Deus propôs ao seu povo a Lei mosaica, a fim de instruí-los a andar em conformidade com o propósito divino pré-estabelecido. Em razão disso, a Lei se aplica de forma distinta, conforme discorre o Dicionário Bíblico Wycliffe: “Uma distinção muito comum foi estabelecida entre as legislações moral, cível (ou judiciária) e cerimonial incluídas no Pentateuco. A lei moral está resumida nos Dez Mandamentos. A cível é encontrada nas muitas aplicações ou amplificações da lei moral a casos específicos (como em Êx 21–22). E a cerimonial está contida nos numerosos ritos relativos ao sacerdócio e aos sacrifícios (como em Êx 21.1–31.17; 35–40, em todo o livro de Levítico e Números 1.1–10.10; 15; 17–19; 28–36)” (CPAD, 2010, p.1140).
Desse modo, a Lei enviada por Deus ao seu povo, lhe serviu de preparação, a fim de que estivessem com o coração quebrantado e sensível para ouvir e obedecer inteiramente à voz de Deus e, assim, possuírem a “Terra que mana leite e mel”. E para isso, o Senhor Deus escolheu o seu servo Moisés e o fez passar quarenta anos no deserto, na casa de seu sogro Jetro, que era sacerdote em Midiã, a fim de que fosse treinado para guiar a nação de Israel por mais quarenta anos pelo deserto, em meio a um povo rebelde e de duro coração, a quem Deus amava e iria se revelar de uma maneira tão especial. Desse modo, a lei teve profunda importância na construção dos valores e preceitos que iriam fundamentar o comportamento e a cultura desta nova nação em formação, o povo a quem Deus havia escolhido.
II. A libertação do aculturamento egípcio
Da mesma maneira, a lei de Deus também se encarregou de tratar do processo de libertação da cultura pagã egípcia, em que o povo hebreu havia mergulhado, durante os quatrocentos e trinta anos de escravidão que vivenciaram. Com isso, muitos do povo de Deus já não guardavam mais as promessas abraâmicas de forma fiel e justa. Todavia, a partir do sofrimento e opressão aplicados pelo Faraó, os fieis da nação resolveram clamar a Deus e Ele ouviu o seu clamor.
A Bíblia de Estudo Pentecostal discorre que “O espaço de tempo entre a morte de José (Gn 50.26) e o início da perseguição de Israel pelos egípcios (Êx 1.11) foi de, aproximadamente, 220 anos. Se o Êxodo ocorreu em cerca de 1440 a.C., o Faraó ‘que não conheceu a José’ é provavelmente Tutmose I (1539-1514 a.C.) (ver At 7.18). O Faraó do Êxodo seria Amenotepe II (1447-1421 a.C). O tempo total dos israelitas no Egito foi de 430 anos (Êx 12.40)” (CPAD, 1995, p.117 – Nota).
Dessa maneira, o povo israelita passou tempo suficiente no Egito para aprender toda a cultura idólatra e promíscua, que de modo geral, era totalmente contrária a lei de Deus. Por causa disso, o teor dos ensinamentos instruídos por Moisés, parecia ser tão pesado, como alguns podem até argumentar. No entanto, foram de suma importância para a descaracterização e libertação de todo o aculturamento mundano com que foram subjugados. Essa foi a forma que Deus utilizou, a fim de preparar o seu povo para adentrar na Terra Prometida.
III. O surgimento de um povo santo e comprometido com a Aliança abraãmica
Em face disso, o propósito da lei mosaica era preparar a nação de Israel para tomar posse das promessas de Deus, feitas a Abraão e a sua posteridade (Gn 12). O desejo do coração de Deus era levantar um povo santo e comprometido com a aliança abraâmica; um povo que o adorasse em espírito e em verdade, de todo o coração, a fim de que as outras nações conhecessem que só o Senhor, o Deus de Israel, é o verdadeiro Deus, digno de ser adorado. No entanto, como bem sabemos, isto não se cumpriu de forma integral com Israel, tendo em vista que o endurecimento e a desobediência para com Deus foi a causa de sua queda. A partir de então, o Senhor Deus estendeu a sua graça aos gentios, a todos os que, ouvindo a sua Palavra e crendo em Jesus Cristo, o Filho de Deus, possam também se tornar seus filhos e alcançar a vida eterna.
Vejamos que a história de Israel tem o seu derradeiro estado, difundido no surgimento da Igreja, como afirma o amado apóstolo Paulo: “Digo, pois: porventura, tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua queda, veio a salvação aos gentios, para incitá-los à emulação. E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição, a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude! [...] Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos? E, se as primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os ramos o são. E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Dirás, pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. Está bem! Pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé; então, não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que te não poupe a ti também” (Rm 11.11-12, 15-21).
Portanto, o propósito de Deus permanece firme, em levantar uma “geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido para que anuncie as virtudes dAquele que chama das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9), a fim de que este povo o adore em espírito e em verdade.
Considerações finais
Em vista do que podemos observar, a lei mosaica teve um importante papel na construção dos valores e preceitos que deveriam nortear o comportamento da nação de Israel em formação, à medida que adentrassem na “Terra Prometida”. Sem dúvida, não foi um processo tão fácil assim, inclusive para Moisés. Porém, o Senhor se mostrou presente em todos os episódios da peregrinação do povo de Deus em meio ao deserto. A mão poderosa do Senhor foi com seu servo Moisés, e o instruiu para que estabelecesse a lei. Com isso, o povo assumiria uma identidade própria, com uma cultura própria, baseada nas promessas patriarcais, e que tomariam forma durante a travessia pelo deserto.
Depois de quatrocentos e trinta anos de subserviência como escravos na casa de Faraó, finalmente chegaria o momento em que o povo poderia respirar a liberdade de andar com Deus e o adorá-lo, tão somente dependente da sua provisão. Pois Deus assim esperava que o seu povo o reconhecesse, e vivessem de forma santa, de maneira que as outras nações conhecessem a soberania do Deus de Israel.
Portanto, a introdução da lei ao povo, trouxe mudanças significativas no modo de vida, na libertação de Israel da cultura egípcia e cooperou para que os hebreus estivessem preparados para tomarem posse da promessa do Senhor e desfrutar das bênçãos de Deus na “Terra que mana leite e mel”
Por Thiago Santos.
Educação Cristã.
Publicações. CPAD.

Lição 2 - 1º Trimestre 2015 - Adultos.

Lição 2

O padrão da Lei Moral
1° Trimestre de 2015
rev-adultos
INTRODUÇÃO
I – AS TÁBUAS DA LEI
II – OS DEZ MANDAMENTOS
III – A QUESTÃO DOS PRECEITOS DA LEI
IV – A LEI A GRAÇA
CONCLUSÃO
O CUMPRIMENTO ÉTICO E MORAL DA LEI MOSAICA
Deuteronômio 4.1
Na lição desta semana, aprenderemos concernente ao propósito ético e moral, encontrado na lei mosaica e instituído por Deus, a fim de que o seu povo obedecesse e colocasse em prática, tudo quanto foi ordenado para o seu bem. Embora tenha sido apresentada como um código, a lei de Deus trazia em sua essência a ética concernente a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Êx 20.1-17). Dessa maneira, o interesse do coração de Deus era que o seu povo, a quem Ele havia escolhido e retirado do Egito, cumprisse eticamente a sua Palavra, e não caísse no comodismo e na velhice da letra, em que os mandamentos de Deus se tornassem meramente parte de um cerimonial religioso, próprio de uma vida espiritual enfraquecida e sem amor para com Deus (Is 29.13).
Outra especificidade da lei de Deus era que o seu povo vivesse moralmente de acordo com a sua Palavra. Sua conduta deveria servir de exemplo para que as outras nações observassem a dedicação e o cuidado com o sagrado, o temor para com Deus e o amor para com o próximo. Todavia, o povo hebreu não entendeu o mais primordial da lei, conforme mencionado por Jesus posteriormente: “o juízo, a misericórdia e a fé” (Mt 23.23). Antes, andou conforme o propósito do seu coração malvado e desobedeceu a voz do Criador, servindo aos ídolos e murmurando, quando surgiam as dificuldades durante a travessia pelo deserto.
No entanto, a lei tornou-se transitória, mas a graça é permanente e é nessa graça que Cristo cumpriu inteiramente a lei de Deus, pois o que era impossível para os homens, visto que se tornou em meros preceitos forjados pela concepção humana, Cristo a praticou na essência da vontade de Deus e apresentou um Novo Caminho, pelo qual, o homem pode obedecer e agradar o coração do Criador em espírito e em verdade. Em vista disso, professor, nesta aula, reflita com seus alunos a respeito do princípio da lei de Deus e qual o seu real propósito designado para o seu povo. Boa aula!

I. O princípio ético da lei
A lei de Deus, embora tenha sido apresentada como um código legislativo, pela qual, Israel tomava conhecimento das orientações concernentes aos cerimoniais, aos sacrifícios, às festas religiosas, aos direitos e deveres civis e morais, na verdade era muito mais do que mera instrução. A lei estabelecida por Deus trazia consigo um quadro de valores e princípios específicos e inerentes ao caráter de Deus. Porquanto, o interesse do coração do Senhor era que o seu povo, de fato, experimentasse a sua boa, perfeita e agradável vontade.

O Dicionário Bíblico Wycliffe, descreve o valor desta lei em toda a Escritura: “A lei moral outorgada a Moisés no monte Sinai assume um ligar muito importante na revelação bíblica:
(1) Esta lei foi especificamente escrita pala mão de Deus; portanto, foi recebida por Israel como o fundamento de sua teocracia (Êx 24.12; 31.18; 32.15,16; Dt 5.22; 9.10,11).
(2) Essa lei foi colocada na arca do testemunho onde continuamente representou a base da aliança entre Deus e Israel (Dt 10.1-5; 1 Rs 8.9).
(3) Provavelmente, essa parte da lei foi mencionada naquelas passagens que retratam o prazer que o justo sente pela lei de Deus (Sl 1 e 119).
(4) Essa parte da lei estava provavelmente na mente dos profetas quando falavam sobre a lei de Deus escrita sobre o coração do homem na nova aliança (Jr 31.31-34; Ez 11.17-20; 36.25-27; 37.24-28).
(5) Nas questões e controvérsias sobre a lei de Deus, o Dez Mandamentos são citados como o receptáculo da essência de sua lei (Mt 19.16-20; Lc 10.25-28; Rm 2.17-23; 7.7; 13.9,10; 1 Tm 1.7-10).
(6) Este é o componente da lei que Paulo descreve como: ‘santo, justo e bom’ (Rm 7.12), e ‘espiritual’ (7.14). Essa lei que revela o pecado do homem (7.7).
(7) Cristo tinha em mente, em primeiro lugar, os Dez Mandamentos em sua restauração do verdadeiro propósito da lei quando exigiu a obediência do coração ao invés de unicamente a conformidade exterior (Mt 5.21-48; Cf. Rm 13.9,10)” (CPAD. 2010, p.1140).
Em razão disso, a lei de Deus não pode ser confundida como simples parte de um cerimonial religioso, decorrente de uma falsa religiosidade, em que se busca somente cumprir uma formalidade exterior. Antes, o propósito da lei era formar na mente dos israelitas a consciência da existência de um Deus santo, que esperava de seus servos a reverência e a adoração de um coração puro que tem prazer no Senhor.

II. O propósito moral da lei
Da mesma maneira, a lei possui em seu cerne, a especificidade moral que através dos seus princípios, regia a conduta daqueles que serviam a Deus. Por conta disso, o povo hebreu serviria de exemplo para que as outras nações, ao tomarem conhecimento da fidelidade e dedicação do povo judeu, atentassem para o Deus Criador dos céus e da terra, e assim, abandonassem a idolatria e avareza com que estavam amortecidos em seus pecados (Cf. Dt 4.6-8). Contudo, esta proposta não foi bem entendida pelos israelitas, apesar de Moisés exortar continuamente o povo à obediência.
Desse modo, o povo de Deus não compreendeu que o mais primordial da lei divina era “o juízo, a misericórdia e a fé”, conforme o próprio Cristo afirmou (Cf. Mt 23.23). Pois o propósito moral da lei não era a mera observância dos preceitos mosaicos, a fim de estabelecer uma nova religião, repleta de formalidades. Pelo contrário, em Deuteronômio 4.1, Moisés deixa claro que os estatutos e os juízos ensinados, seriam praticados para que eles tivessem vida, pois estavam prestes a entrar na terra que o Senhor Deus os daria.
À vista disso, o propósito moral da lei está baseado na fé, pois a lei em si, não torna a pessoa íntegra ou mesmo justa diante de Deus, mas indica em que consiste a conduta santa e temente, daqueles que servem ao Criador com boa vontade, e não, na velhice da letra. A lei, em seu propósito moral também tinha como finalidade, levá-los a um relacionamento harmonioso com Deus e com o próximo. Pois para Deus, “O obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros” (Cf. 1 Sm 15.22).
Portanto, fazendo assim, o coração do povo não estaria longe do seu Criador, e a prática da verdade não seria uma utopia para aqueles que estavam debaixo da lei, porquanto, como afirma o Salmista: “Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e alumia os olhos. [...] Também por eles é admoestado o teu servo; e em guardá-los há grande recompensa” (Sl 19.8,11).

III. Cristo cumpriu a lei integralmente
Assim sendo, a lei assumiu um caráter transitório. Apesar de sua importância quanto ao tratado de Deus com o seu povo, a fim de libertá-los dos rudimentos egípcios em que estavam entrelaçados, todavia, a lei não podia tratar do problema do pecado. Mas pela graça, Cristo assumiu a forma humana e fez o que era impossível para os homens, visto que “a lei estava inflamada pelo pecado” (Cf. Rm 8.3).
O Comentário Histórico-cultural do Novo Testamento discorre a respeito: “[...] a expressão en sarki, ou ‘na carne’ está caracterizando a humanidade relacionada com Adão, que está nas garras de um pecado que modifica e distorce os desejos e as percepções, assim como as obras. Paulo está dizendo aqui que Cristo, ao assumir a semelhança humana relacionada com Adão, colocou um ponto final no que era antigo e introduziu uma nova época através de sua própria morte como um verdadeiro ser humano. Agora o crente está em Cristo, e se relaciona com Deus através do Espírito de Cristo. À medida que vivemos, e nos relacionamos com Deus sob a perspectiva de um novo ‘eu’, em lugar da perspectiva do antigo ‘eu’, descobrimos que os ‘justos requisitos’ da Torá foram, ‘plenamente atendidos’ em nossa vida” (CPAD, 2007, p.305).
Tendo em vista que somente Cristo cumpriu integralmente todo o propósito ético e moral da lei, é por meio da fé nEle que alcançamos a graça de Deus e também nos tornamos praticantes da essência da lei. Pois esta era e é o propósito da lei desde o início. Assim como Deus falou ao seu povo e estabeleceu ordenanças, afim de que praticassem tudo quanto é agradável a Deus, do mesmo modo, os que creem em Cristo, também praticam a justiça conquistada por Ele na Cruz.

Considerações finais
Concluímos assim, que o propósito ético e moral encontrado na lei mosaica, era fazer com que o povo santo e liberto por Deus da casa da servidão, entendesse que o Criador esperava que eles praticassem as ordenanças e os mandamentos com alegria. Pois o que o Senhor Deus os instruíra a fazer, por meio de Moisés, era para o próprio bem da nação, porquanto a promessa da Terra Prometida havia sido feita a Abraão e a sua posteridade, e de que forma poderiam tomar posse desta bênção, se não estivessem preparados.
Em razão disso, deveriam cumprir não um código carregado de ordenanças que nem eles mesmos podiam carregar. Antes, a vontade de Deus era o comprometimento de seus filhos em cumprir a sua boa, perfeita e agradável vontade, descoberta em sua lei, de modo que a sua Santa Palavra não caísse em descrédito ou mero formalismo, como parte de um cerimonial, mas que fosse refletida e vivida em espírito e em verdade. Assim, as exigências da lei, não seriam difíceis de ser praticadas pelo seu povo.
Mas Deus que é riquíssimo em misericórdia, e sabendo da insuficiência da lei, visto que estava enferma por conta do pecado embutido na natureza humana, por sua graça e seu grande amor, enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, a fim de cumprir, por sua morte na cruz toda a exigência da lei. E deste modo, a justiça foi imputada aos que creem em Cristo Jesus, pois se tornam participantes do Reino de Deus e, de fato, cumpridores da sua vontade mediante a fé. Pois para isso, Deus escolheu um povo, santo e obediente, a fim de que cumprissem com integridade ética e moralmente a essência da sua Palavra.

Por Thiago Santos.
Educação Cristã.
Publicações. CPAD.

Lição 3 - 1º Trimestre 2015 - Adultos.

Lição 3

Não terás outros deuses
1° Trimestre de 2015
rev-adultos
INTRODUÇÃO

I – A AUTORIDADE DA LEI
II – O PRIMEIRO MANDAMENTO
III – EXEGESE DO PRIMEIRO MANDAMENTO
IV – MONOTEÍSMO
CONCLUSÃO
O PAGANISMO NO CONTEXTO HISTÓRICO DE ISRAEL
DEUTERONÔMIO 5.6,7
Na aula desta semana, veremos de que forma o paganismo esteve presente no contexto histórico da nação de Israel, durante e depois da saída do povo hebreu do Egito. Por vários anos, o paganismo (adoração a outros deuses) fez parte da prática religiosa do povo escolhido, a começar com Abraão em Ur dos Caldeus (Gn 11.31,32). De família idólatra, seu pai, Tera, servia aos ídolos e conduzia seus filhos no mesmo caminho, até que aprouve ao Senhor chamar Abraão e lhe fazer a promessa de uma descendência santa (Cf. Gn 12.1-9). Alguns anos depois, a descendência de Abraão desce ao Egito e ali se multiplica.
Com o tempo, a cultura egípcia influenciou o modo de vida dos hebreus a tal ponto, que os costumes pagãos se tornaram parte do seu cotidiano religioso. Por fim, Deus envia seu servo Moisés e com mão poderosa, os tira da casa da servidão no Egito, a fim de que Israel o sirva e o adore no deserto (Cf. Êx 13—14). Apesar de tantos sinais e maravilhas realizados, o povo torna a idolatria e se rebela contra Deus. Então, o Senhor enviou a sua lei, o “Decálogo”, ou, os Dez Mandamentos como é conhecido, a fim de que aprendessem a obediência. Em meio à crise espiritual em que Israel se encontrava, Deus ordenou: “Não terás outros deuses diante de mim” (Cf. Êx 20.3), ou seja, mais do que a revelação da soberania divina, o mandamento declara a exclusividade de adoração exigida pelo Senhor.
Visto que o propósito da lei era libertar o seu povo das raízes do paganismo que estavam aprofundadas em sua alma, de modo que o privava da comunhão com o Criador. Sendo assim, verifique com a classe, as decorrências do período de idolatria em que se encontrava a nação de Israel. Compartilhe com seus alunos, quais lições a respeito da libertação, podemos aprender com o exemplo do povo de Deus.

I. A idolatria no contexto histórico de Israel.
Em vista do que podemos observar, o paganismo esteve presente por muito tempo na história do povo hebreu. Somente, após o cativeiro babilônico, em que a terra descansou dos seus sábados, vemos que a idolatria se apartou de modo significativo do povo Judeu, porquanto, não há mais nenhuma referência a respeito desta prática idólatra em Israel. Porém, no processo de estabelecimento dos hebreus na Terra Prometida, encontramos o paganismo impregnado na vida social e religiosa da nação israelita, apesar de conhecerem as promessas abraâmicas. De fato, a idolatria trouxe um desgaste para a comunhão com Deus.
Durante a travessia pelo deserto, o povo se reuniu e resolveu fazer um bezerro de ouro, visto que Moisés demorava retornar do seu retiro espiritual de quarenta dias no monte Sinai; e disse Arão: “Estes são teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito” (Êx 32.4). Naquele instante, Deus falou com Moisés no alto do monte e contou-lhe o ocorrido. Moisés desceu, repreendeu o povo e quebrou aos pés do monte, as tábuas da lei, escrita pelo dedo do próprio Deus. Em seguida, ordenou a morte dos idólatras (Êx 32.19-29). São estes, dentre outros episódios, que narram a inconstância do povo israelita e o seu apego à idolatria.
Também notamos no período dos Juízes, quando Josué já descansava com seus pais, as Escrituras relatam que “Não havia rei em Israel; cada qual fazia o que parecia direito aos seus olhos” (Jz 17.6; 21.25). Nesse período, o povo estava entregue excessivamente ao paganismo e a palavra do Senhor era de muita valia. Então, Deus levanta Samuel como juiz, profeta e sacerdote, a fim de guiar o povo no caminho em que deve andar (1 Sm 2.18; 3.1; 7.15-17). Samuel aboliu a idolatria e renovou a vida religiosa do povo judeu (1 Sm 7.2-6). E desse modo, a história israelita foi assumindo forma, ora em adoração e temor, ora na idolatria e pecado. Até que chegasse o tempo em que o Senhor traria o cativeiro para extirpar de vez, a idolatria e outras práticas religiosas ilícitas do meio do povo escolhido por Deus.

II. Israel e a prática politeísta.
É importante ressaltar o fato de que, Israel passou quatrocentos e trinta anos na casa da servidão, subjugado aos ídolos do Egito, aprendendo toda a cultura pagã e politeísta do baixo Nilo, em que estavam escravizados (Êx 12.40). Em razão disso, os costumes pagãos tornaram-se parte da vida religiosa dos hebreus. O politeísmo, por exemplo, é resultado desta idolatria compulsiva. Esequias Soares relata a definição desta prática: “O politeísmo é a crença em muitos deuses. O termo deriva de duas palavras gregas, polys, ‘muito’, e theos, ‘Deus’. Era a religião dos antigos mesopotâmios, egípcios, gregos, romanos e do atual hinduísmo” (Os Dez Mandamentos: valores divinos para uma sociedade em constante mudança. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.28).
Portanto, era nesta perspectiva que a nação se encontrava, servindo a vários deuses, o que era comum na cultura egípcia, pois cada localidade específica tinha o seu deus. Mediante a isso, o Senhor escolheu seu servo Moisés, a fim de enviá-lo a casa de Faraó para libertar o seu povo da escravidão (Cf. Êx 3.10-14). Para tanto, Deus realizou uma série de prodígios por intermédio de Moisés, em que cada divindade egípcia que possuía grande influência sobre a nação foi, humilhada pelo poder de Deus (Êx 7—11). Todavia, ainda assim, o povo escolhido permaneceu na rebeldia e posteriormente, a idolatria tornou a fazer parte da vida religiosa da nação de Israel.

III. A libertação de Israel do paganismo.
Em face disso, Deus enviou ao seu povo, por meio das mãos de Moisés, a sua santa lei, pela qual, os israelitas deveriam receber a orientação referente à ética da vontade divina, a fim de obedecer tudo quanto fosse ordenado para o bem da nação (Êx 20.1-17). Nesse propósito, Deus ordenou que Moisés subisse ao monte Sinai, e ali o próprio Deus escreveu na tábua de pedra, os mandamentos que Israel deveria guardar e ensinar aos seus filhos (Êx 24.12; 31.18).
Conhecido como “Decálogo”, os Dez Mandamentos foram enviados para libertá-los dos ensinamentos egípcios e formar no povo uma concepção ética do que seria a vontade de Deus. Por esta causa, encontramos dentre os mandamentos divinos, o primeiro que diz “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Como podemos observar, esse mandamento está relacionado diretamente com a soberania de Deus, e com a exclusividade de adoração que somente a Ele pertence, porquanto, não existe outro Deus além dEle (Cf Is 42.8; 45.5,6). Todos os outros deuses são vaidades e invenções, fruto da imaginação humana, os quais possuem alguma influência demoníaca por de trás de tamanha idolatria e paganismo.
O Comentário Bíblico Beacon ratifica tal informação: “Deus identifica quem tirou os filhos de Israel da servidão egípcia: O SENHOR. Visto que Ele os libertara e provara que era supremo, eles tinham de torná-lo seu Deus. Não havia lugar para competidores. Todos os outros deuses eram falsos. Diante de mim (v.3) significa ‘lado a lado comigo ou além de mim’. [...] Ele [Deus] sabia que o perigo estava na tendência de prestar submissão igual a outros deuses. Este mandamento destaca o monoteísmo do judaísmo e do cristianismo. ‘O primeiro mandamento proíbe todo tipo de idolatria mental e todo afeto imoderado a coisas terrenas e que podem ser percebidas com os sentidos’. Não existe verdadeira felicidade sem Deus, porque Ele é a Fonte de toda a alegria. Quem busca alegria em outros lugares quebra o primeiro mandamento e acaba na penúria e em meio a acontecimentos trágicos” (CPAD, 2005, p.189). Embora Deus tenha tirado o seu povo da casa da servidão, a libertação do paganismo ocorreu definitivamente com o cativeiro Babilônico, no ano 605 a.C., quando Deus começou a permitir que o mal atingisse o seu povo em decorrência da sua desobediência.

Considerações finais
Finalizando, notamos que a história da nação de Israel foi bem conturbada, pelo fato de que Deus esperava que seu povo, a quem Ele havia manifestado o seu poder e libertado da escravidão, o servisse com integridade. Todavia, isso não ocorreu, pelo contrário, Israel se entregou ao paganismo e por várias vezes se desviou da presença do Criador (Cf. Jr 2.13,17-19).
Com efeito, o período no Egito teve influência significativa na construção da nação israelita, seus valores e costumes estavam entrelaçados com a cultura egípcia e libertá-los desse sistema não seria tão fácil assim. De modo que, na saída do Egito, Deus realizou com mão poderosa, sinais, prodígios e maravilhas, porém, tirar o Egito de dentro deles era o mais difícil, visto que exigia a predisposição do povo em abrir mão das práticas ilícitas que corrompiam a comunhão com o Criador e os tornavam infrutíferos para com Deus.Em razão disso, Deus enviou a sua lei, a fim de instruí-los no caminho que deveriam seguir, eles e seus descendentes, de modo que aprendessem a ética encontrada na palavra de Deus e, assim, estivessem de acordo com a vontade do Criador (Dt 6.1-25).
Os Dez mandamentos, além de apresentar a soberania do Criador, demonstravam o afeto de Deus pelo seu povo à medida que exigia a exclusividade de adoração ao seu nome. Deus os amava e desejava que Israel desfrutasse de uma íntima comunhão com o Criador, e removessem do coração, qualquer apego ao paganismo que de certa forma, estava tão impregnado na alma dos hebreus. Do mesmo modo, o Senhor quer que o seu povo nos dias atuais, desapegue-se de tudo quanto é passível de ocupar o lugar de Deus, pois Ele espera uma entrega na totalidade, a fim de que o seu nome seja adorado e conhecido entre as nações.
Por Thiago Santos
Educação Cristã.
Publicações. CPAD

Lição 4 - 1º Trimestre 2015 - Adultos.

Lição 4

Não farás imagens de escultura
1° Trimestre de 2015
rev-adultos
INTRODUÇÃO

I – PROIBIÇÃO À IDOLATRIA
II – AMEAÇAS E PROMESSAS
III – O CULTO VERDADEIRO
IV – AS IMAGENS E O CATOLICISMO ROMANO

CONCLUSÃO
A VENERAÇÃO MARIANA OU MARIOLATRIA
ATOS 4.12
Na lição desta semana, estudaremos a respeito de uma prática que Deus abomina: a idolatria. Em toda a Escritura Sagrada, encontramos a admoestação divina a respeito desta veneração ilícita que adultera a genuína adoração que é devida somente a Deus, Criador dos céus e da terra. Todavia, muitas são as práticas idólatras encontradas em diversas religiões. Tudo isso, é fruto do anseio do coração do homem por um Deus que supra as suas necessidades.
Em razão disso, surgiram muitos personagens significativos ao longo da história que se tornaram influentes, e por isso, venerados por muitos, e até mesmo, depois de mortos, exercem papel importante na cultura local onde viviam. Como exemplo, vemos em nosso contexto atual, uma prática que adquiriu influência significativa no Cristianismo: a adoração a Maria, ou como é conhecida, “Mariolatria”.
Instituída pela Igreja Católica Apostólica Romana, a veneração a Maria acredita na deificação daquela que foi o instrumento de Deus para trazer o Salvador da humanidade a este mundo. Com base nessas concepções e dogmas, estudaremos quais os fundamentos da adoração mariana, mais especificamente abordados pelo catolicismo romano, e o que a Palavra de Deus afirma a respeito. Em virtude disso, o professor poderá refletir com seus alunos acerca das principais implicações desta tradição religiosa. Enfatize também, a respeito da incumbência especial designada a Maria de ser a bem aventurada serva do Senhor e escolhida para ser a mãe terrena do Salvador do mundo.

I. O contexto histórico da idolatria.
Para discorrermos sobre este assunto, é necessário que retornemos um pouco na história. A prática da idolatria é antiga, desde os tempos mais remotos da história da humanidade. Pelo fato do homem ser essencialmente espiritual e religioso, a busca pela proximidade com o divino não deixa de ser uma necessidade de explicação para tudo que existe no campo material. O mundo, os seres vivos e a própria existência são frutos de uma fonte inteligente com capacidade de criar e manter tudo o que existe no universo.
Em vista disso, o homem cria a imagem do divino, das mais diferentes formas e tamanhos possíveis, e isso, de acordo com as suas necessidades e, conforme o tipo de sociedade que está inserido. O Dicionário Bíblico Wycliffe comenta esta fase épica e cita os diversos tipos de adoração que existiram ao longo da história humana.
“a) Aminismo. Era a adoração ou reverência aos objetos inanimados, tais como pedra, árvores, rios, fontes e outros objetos naturais. Também havia a adoração a coisas animadas, tais como aos animais: touros ou bezerros sagrados, símbolos do princípio da reprodução e da procriação; a serpente, como símbolo de renovação anual, uma vez que ela troca sua pele velha por uma nova; e pássaros, tais como o gavião, a águia e o falcão, como símbolos de sabedoria e conhecimento interior. Estas formas animais eram às vezes combinadas com formas humanas como objetos de adoração — o teriomorfismo.
b) Divindades astrais. Era a adoração aos corpos celestes, tais como o sol, a lua, e as estrelas. Os elementos e as forças da natureza também eram reverenciados e adorados: tempestades, ar, fogo, água e terra. Consequentemente, os deuses da vegetação e o genii loci (‘espírito do lugar’) recebiam uma posição importante.
O princípio da fertilidade era frequentemente divinizado como uma deusa-mãe como as imagens de Éfeso indicam. Isso envolvia a adoração ao sexo e a glorificação da prostituição.
Havia a tendência comum da adoração aos heróis, que também incluía os ancestrais mortos da tribo ou do clã.
c) Totemismo. Representava não apenas a atividade em artes e ofícios, mas a adoração ao deus ou à deusa que eram patronos do clã, qualquer que fosse a imagem sob a qual a divindade tivesse sido concebida. Geralmente este era um animal selvagem ou um pássaro, ou ainda a combinação de uma das formas animais com a humana.
d) Idealismo. Envolvia a adoração a conceitos abstratos tais como a sabedoria e a justiça. A adoração ao imperador deve ser incluída. Os reis, por terem o poder da vida e da morte sobre seus súditos, passaram a ser divinizados. ‘Ave César’ significava mais que um desejo de ‘vida longa ao rei’, assim como Heil Hitler’ (Salve Hitler); estes eram atos de adoração” (CPAD, 2010, p.945).

II. Fundamentos da adoração mariana.
Em decorrência dessas práticas religiosas e sincréticas de adoração, encontramos por volta do ano 431 d.C., no concílio ecumênico de Éfeso, a declaração da deificação da Virgem Maria na Igreja Católica Romana, considerando-a “Mãe de Deus”. Desde então, a adoração ou veneração a Maria, como alguns assim a chamam, veio a se propagar pelos países que adotaram o Cristianismo católico como religião.
Com base nisso, muitos teólogos romanistas entendem que não há problema algum na prática de veneração a Maria, visto que, ela foi a “bem aventurada” e “escolhida” do Senhor para dar à luz ao Salvador do mundo. De fato, Maria se dispôs ousadamente em ser instrumento da graça de Deus, e assim, a virtude do Altíssimo a envolveu de tal maneira que foi cheia do Espírito Santo. De modo humilde, a jovem que era fiel ao Senhor, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1.38), de maneira que no tempo aceitável, a promessa se cumpriu e o menino nasceu (Cf. Lc 2.6,7).
Não obstante, a Palavra de Deus não atribua a Maria nenhum tipo de glorificação, há algumas ramificações do Cristianismo que concordam com a sua deificação e a contemplem com tal mérito. Na obra Heresias e Modismos de Ezequias Soares, o autor discorre: “O termo ‘mariolatria’ vem de Maria, forma grega do nome hebraico (miryâm), ‘Miriã’ de latreia, ‘serviço sagrado, culto’. A mariolatria é o culto, ou a adoração de Maria, estabelecido pelo catolicismo romano ao longo dos séculos.
[...] Os teólogos católicos fazem distinção de três palavras gregas: latria, dulia, e hiperdulia. Afirmam que latria é um termo usado para culto de adoração somente a Deus. Dulia, do grego douleia, que significa ‘escravidão’, aparece como ‘servidão’ na ARC (Rm 8.15,21; Gl 4.24; 5.1; Hb 2.15), no entanto, para esses teólogos, o termo traz a ideia de ‘veneração aos santos canonizados’, incluindo a honra dos santos em busca da intercessão deles diante de Deus.
O termo hiperdulia sequer aparece no Novo Testamento e nem mesmo nos dicionários e léxicos gregos. A preposição (hyper) traz a ideia de superioridade, na língua grega, então, hiperdulia seria uma super servidão. Para os católicos, porém, não chega a ser uma adoração, é mais que veneração. O culto oferecido a Maria, segundo o clero romano, seria a hiperdulia.
A distinção entre culto de latria e culto de dulia não existe na Bíblia, não existem graus de adoração. É a maneira sutil de adorar a Maria sem usar o termo adoração, para não espantar o povo. A Bíblia proíbe adorar e ajoelhar-se diante de qualquer ser que não seja o Deus verdadeiro, independentemente de estar na terra ou no céu” (CPAD, 2006, p.221-23).

III. O que a Bíblia afirma concernente a adoração mariana
A respeito da prática de adoração mariana, a Escrituras Sagradas afirmam que “Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12). Sendo assim, não há outro nome, ou outro meio pelo qual possamos chegar ao trono da graça. Cristo é o único caminho (Cf. Jo 14.6), e o único mediador entre Deus e os homens (Cf. 1 Tm 2.5).
Desse modo, não é bíblica qualquer espécie de adoração direcionada a Maria, visto que, ela, assim como os demais seres humanos, nasceu decadente por conta do pecado original. Assim, é também contestável o dogma da “Imaculada Conceição” que nega que Maria tenha nascido isenta da culpa do pecado original, pois a Palavra de Deus afirma que: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer (Cf. Rm 3.10), e, “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (3.23) e, “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (5.12).

Da mesma maneira, é equivocado o dogma que sustenta a perpétua virgindade de Maria, visto que após o nascimento de Cristo, Maria teve outros filhos de José (Cf. Mt 1.25; 12.47; 13.55). Ainda na obra Heresias e Modismos, encontramos a respeito: “Esse dogma não tem sustentação bíblica e era desconhecido da igreja nos primeiros três séculos da história do cristianismo. Os pais da igreja, como Tertuliano e Orígenes, rejeitaram essa doutrina. Foi a partir do século IV que quase todos os pais da igreja defenderam-na. Sua preocupação era com a vida ascética nos monastérios em que vivia a maioria deles, pois queriam ter vida celibatária, e tal dogma ajudava a parecer-se com Maria” (CPAD, 2006, p.239).

De modo que, é inegável que a preocupação católica era manter a conduta dos seus sacerdotes de forma celibatária por meio do dogma da virgindade mariana. Portanto, os dogmas apresentados pelo concilio católico, a fim de sustentar a ideia da adoração mariana é passível de refutação, visto que, não há base bíblica para tal argumentação.

Considerações finais

Em face do que aprendemos, a idolatria é uma das práticas pecaminosas que mais ferem o coração de Deus, visto que vai de encontro a sua soberania e natureza. Embora Deus tenha se revelado de diversas maneiras à humanidade, por último se manifestou através de seu Filho Amado Jesus Cristo e, ainda assim, o rejeitaram e o crucificaram em uma cruz. Por conseguinte, instituíram heróis para si, conforme o que bem pareceu aos seus olhos, assim escolher, deixando de lado a adoração ao verdadeiro Deus e voltando-se aos ídolos, obras das mãos de homens. Tal atitude entristeceu muito o coração de Deus.

Em vista disso, encontramos em nossos dias, mais especificamente, da parte do catolicismo romano, algumas práticas sincréticas e de adoração a Maria, prestando-lhe o titulo de “Mãe de Deus”, pelo fato de ter sido esta, o instrumento que trouxe o Salvador ao mundo. Em contrapartida, a Palavra de Deus não reconhece tal prática de adoração, pois deixa claro que, nem em cima no céu, nem debaixo da terra, não existe outro nome pelo qual possamos ser salvos, a não ser por intermédio de Cristo (Cf. At 4.12).

Portanto, a bem da verdade é que Maria se dispôs como serva de Deus, ainda que pecadora, mas fielmente se permitiu ser usada por Deus para a realização de tal feito e, por isso, foi reconhecida como “a bem aventurada”. Com isso, o exemplo de submissão e coragem de Maria é digno de ser considerado, embora, Deus não tenha deixado nenhuma ordenança que a torne digna de veneração ou mesmo de adoração alguma (Cf Lc 1.38; At 4.12).

Por Thiago Santos
Educação Cristã.
Publicações. CPAD