sábado, 17 de agosto de 2019

Lição 01 - 3º Trimestre 2019 - O Que é Ética Cristã - Juvenis.

Lição 1 - O que é Ética Cristã

3º Trimestre de 2019
“Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e alumia os olhos” (Sl 19.8).
OBJETIVOS
Conceituar Ética;
Diferençar Ética e Moral;
Apresentar a Ética na perspectiva cristã;
Expor a importância da Ética Cristã para a vida.

ESBOÇO DA LIÇÃO
O QUE É ÉTICA
ÉTICA E MORAL
A ÉTICA SOB A PERSPECTIVA CRISTÃ
A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA CRISTÃ PARA A VIDA
Querido (a) professor (a), já entramos no penúltimo trimestre do ano. Tantos foram os compromissos, desafios, lutas, livramentos, conquistas... Você pode parar por um momento e fazer uma breve recapitulação?! Não só no âmbito ministerial, em classe com seus alunos, mas também na esfera pessoal. Esta pausa com reflexão é muito importante para nos renovarmos no Senhor e podermos avançar com os pés bem firmados nEle.
Você é um instrumento de Deus para transmitir a Palavra do Senhor aos seus juvenis. Por isso, renove-se nEle, comece esta nova etapa refletindo, como nesta oração de Moisés, registrada como o mais antigo salmo da bíblia:
“Senhor, ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio” (Sl 90.12).
Perceber que a vida é curta nos ajuda a usar o pouco tempo que temos mais sabiamente e para o bem eterno. Reserve um momento para “contar seus dias” e perguntar-se: o que desejo que aconteça em minha vida antes de morrer? Que pequeno passo tenho de dar em direção a tal propósito hoje? (Bíblia de Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 797)
O tema deste trimestre é de fundamental importância para a Igreja, especialmente no atual cenário político-social ao qual nos encontramos como nação. A corrupção age como metástase de um câncer em nossa sociedade, desde o Congresso Nacional, passando inclusive pela Bancada Evangélica na Câmara, descendo até as camadas mais profundas de todo o nosso País. E infelizmente também dentro das igrejas. Como o nosso Mestre Jesus já nos havia predito, o joio cresceria junto ao trigo. Ah e como ele cresce! Está cada vez mais difícil encontrar cristãos honestos, íntegros, genuínos, que realmente são pequenos Cristos, como o significado etimológico do termo “cristão”. Será que as pessoas se sentem perante Jesus quando olha a mim e a você?!
Além é claro, das complexidades sociais, virtuais, avanços tecnológicos e todos os dilemas pós-modernos que nos bombardeiam diariamente. E se até mesmo para cristãos maduros é difícil lidar assertivamente com tantas ofertas, decisões, possibilidades que parecem se renovar vorazmente em nosso tempo, imagine para os Juvenis. Por isso, esteja preparado e tenha paciência com eles, frente às dúvidas, contestações, debates e até mesmo controvérsias que possam vir a surgir em classe ao longo das próximas lições.
É crucial que você mestre, a exemplo do nosso grande Rabi, proporcione aos seus discípulos um ambiente acolhedor, onde eles se sintam encorajados a se expressar livremente, tanto sobre suas dúvidas, quanto até mesmo suas discordâncias. Uma vez expostas estas questões podem ser sanadas. Porém, se por autoritarismo forem reprimidas, elas poderão crescer e causar grandes estragos, individuais e coletivos.
É verdade, como você sabe bem o desafio de seu ministério é grande, mas o amor, a graça e capacitação de Deus a você é maior. Esteja dependente dEle em todo o tempo. Por mais experiente, erudito e preparado academicamente que você seja nunca entre em uma sala de aula sem levá-lo contigo, sem a humildade necessária para que o Espírito Santo desfaça seu planejamento se preciso para operar o dEle. Não se esqueça que a Palavra que você ensina não é sua, é dEle. Este temor e reverência é a fonte de toda sabedoria que Jesus anseia derramar sobre sua vida e a de seus alunos. Que o seu coração esteja sempre aberto e arado para frutificar desta boa e eterna semente.
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

Lição 06 - 3º Trimestre 2019 - A Ética Cristã e o Bullyng - Juvenis.

Lição 6 - A Ética Cristã e o Bullying 

3° Trimestre de 2019
“Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mt 7.12).“Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mt 7.12).
Esboço da Lição
1.O QUE É BULLYING?
2. NÃO HÁ JUSTIFICATIVA PARA A PRÁTICA DO BULLYING
3. BEM-AVENTURADOS OS PACIFICADORES
Objetivos
Definir o que é bullying;
Ensinar que não há justificativa para o bullying;
Defender que felizes são os pacificadores.
Querido (a) professor (a), em nossa próxima aula teremos a preciosa oportunidade de conversar com nossa classe sobre um tema extremamente relevante, em especial nesta faixa etária: Bullying. Lamentavelmente isto que muitos pais e educadores mais retrógrados consideram apenas uma “frescura” ou “mi mi mi” tem ceifado centenas de jovens mundo a fora. 
Uma polêmica série da Netflix foi tema de debate em diversos países por abordar o extremo da onde o Bullying pode levar – ao suicídio. A série“13 Reasons Why”, baseada no livro Thirteen Reasons Why (2007), gira em torno de uma estudante – na faixa etária de seus juvenis –, que se mata após uma série de ações, perseguições e pressões culminantes, provocadas por  outros adolescentes de sua escola. Ela grava 13 fitas cassetes antes de se suicidar relatando o que cada um dos treze “amigos” fizeram com ela, tornando-se um dos motivos pelos quais ela decidiu tirar sua própria vida.
Como cristãos, podemos pensar que nossos jovens estão livres de chegar a este terrível ponto de perturbação mental. Porém, infelizmente, não é o que as estatísticas revelam. E como responsáveis precisamos falar, instruir, prevenir tamanha tragédia. 
Devido a grande repercussão da série provavelmente seus alunos já viram ou ouviram falar a respeito. Então, melhor que debatam a mesma sendo instruídos e orientados por você, do que apenas falem entre outros adolescentes – que também estão no auge de suas crises e intensidade, típicas desta fase.
Por isso, sugerimos que você promova esse debate, conscientizando seus alunos que podem ser alvos ou mesmo os algozes, da seriedade e terríveis consequências que certas “brincadeiras”, “zoações”, podem repercutir na vida de outras pessoas. Lembrando que também existe o “cyberbullying”, que também é uma forma de violência psicológica criminosa. 
Professor (a), talvez muitos de seus alunos que estejam vivenciando tal prática, como vítima ou mesmo como agressor, não querem se identificar como tal. A negação é um mecanismo de defesa da nossa psique, para não lidarmos com algo muito incômodo ou doloroso.
Portanto, interceda para que o Espírito Santo convença os corações, tanto dos que estão sendo vitimizados, como os dos que estão vitimizando. Ambos necessitam urgentemente de ajuda e cura. Esteja muito atento às declarações de seus alunos no decorrer de toda a aula, para observar se há casos que precisem ser tratados posteriormente, em particular.
Não permita que o tema seja banalizado ou ridicularizado em classe. Para tanto, enfatize que existem inúmeras notícias de crianças e adolescentes que morrem por causa de tal violência todos os dias. E que, por isso, em 2013, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou a proposta que inclui no Código Penal (Decreto-lei 2.848/40) o crime de intimidação vexatória (bullying).
Normalmente a prática é associada ao ambiente escolar, mas não nos enganemos, ela também pode está acontecendo em qualquer outro local, até mesmo em casa ou na igreja. E em algumas ocasiões por parte de pessoas adultas. Infelizmente isto não é incomum e neste caso pode ser ainda mais difícil para um juvenil identificar a violência psicológica ou mesmo pedir ajuda para lidar com ela.
Note o quão delicado pode ser o cenário. Por isso, ore e prepare-se muito para esta aula, colocando-se sempre a disposição de seus alunos, caso precisem conversar. Também amplie o debate, mencionando todas essas possibilidades, citando exemplos até mesmo de pais, professores e outros adultos em posição de maior poder, que usam de sua autoridade para ridicularizar, estigmatizar, intimidar ou manipular.
Pergunte se eles já presenciaram alguns casos de bullying. Deixem que narrem e preste muita atenção, pois alguns que se sentem constrangidos de contar suas histórias poderão dizer que se trata da experiência de um “amigo” ou “conhecido”.
Explique que como cristãos não podemos nos omitir quando vemos qualquer tipo de injustiça, inclusive as de bullying. Para finalizar peça que leiam juntos os seguintes versículos:
"Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem, e não o faz nisso está pecando"  (Tg 4.17).
“Abre a tua boca em favor dos que não podem se defender; sê o protetor dos direitos de todos os desamparados!” (Pv 31.8)
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

Lição 01 - 3º Trimestre 2019 - As cartas de Pedro: Vivendo em Esperança e Firmados na Verdade - Jovens.

Lição 1 - As Cartas de Pedro: vivendo em esperança e firmados na verdade

3º Trimestre de 2019
Introdução
I-Servo e apóstolo de Cristo;
II-A Primeira Carta de Pedro: Alegria e Esperança em Tempos de Provação;
III- A Segunda Carta de Pedro: Crescimento Espiritual e Firmeza na Verdade.
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Apresentar o perfil de Simão Pedro, autor das Epístolas;
Expor sobre a ocasião e o conteúdo da Primeira Carta;
Apresentar o conteúdo da Segunda Carta.
Palavras-chave: Esperança, alegria, crescimento e firmeza.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Valmir Nascimento:
Por volta dos anos 60-67 d.C, o apóstolo Pedro direcionou duas importantes cartas para as igrejas espalhadas por cinco regiões da Ásia Menor. Apesar do curto espaço de tempo entre uma e outra, os contextos eram distintos. Pedro escreve a primeira numa época em que os crentes estão enfrentando diversas provações, de sorte que o seu propósito é reavivar neles a alegria na esperança da salvação, além de instruí-los sobre como viver em diferentes contextos sociais, enquanto cidadãos, empregados, membros de uma família e da Igreja de Cristo. O segundo documento foi elaborado para advertir os cristãos acerca das heresias que estavam sendo ensinadas entre eles pelos falsos mestres. O apóstolo conclama os crentes a recordarem o que haviam aprendido; crescerem no conhecimento de Deus e a se manterem firmes na Palavra da Verdade. 
As duas cartas, portanto, complementam-se de uma forma extraordinária, pois formam um todo coerentei. Numa, somos instruídos a viver com esperança, alegria e santidade em tempos de provação; na outra, advertidos a não esquecer a vocação e as verdades da Palavra de Deus numa época de falsidade religiosa. Uma prepara e inspira, a outra diz: agarre-se à verdade e mantenha-se firme nela. Juntas, elas ensinam que esperança e verdade devem andar abraçadas no caminho da fé. A esperança sem a verdade é mero otimismo humano, e verdade sem esperança é religiosidade vazia. É exatamente essa junção que faz com que tenham um propósito comum: despertar o ânimo sincero dos crentes (2 Pe 2.1).
Apesar do tempo e da distância, o conteúdo de ambas continua relevante como nunca. Seus conselhos e exortações compõem uma mensagem poderosa e revigorante para os cristãos do tempo presente, e deixam transparecer o sentido da esperança cristã; uma esperança viva e eficaz que, além de nos preparar para o porvir, nos fortalece, encoraja e nos orienta para vivermos plenamente a fé cristã nesta Era de descrença e desespero, enquanto esperamos o retorno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Isso porque, o mesmo Espírito que as inspirou é o mesmo que sopra ainda hoje entre nós, razão pela qual continuamos comprometidos com a fé cristã como eles lá o foram.
Autenticidade e Autoria
O autor se identifica na primeira carta como “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo” (1 Pe 1.1), na segunda, apresenta-se como “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo” (2 Pe 1.1). Inegavelmente, trata-se da mesma pessoa, Pedro, também chamado Cefas, homem de reconhecida influência dentro da Igreja Primitiva, a quem Jesus chamou para ser um dos seus discípulos originais. Apesar da declaração de autoria que constam das cartas e da sua ampla aceitação na história da igreja cristã, desde a comunidade primitiva de crentes, com base nas evidências tanto internas quanto externas, questionamentos minoritários sobre a autoria petrina têm sido levantados. 
Uma das objeções reside na linguagem culta empregada na primeira carta. Conforme alguns críticos, não poderia ter sido redigida pelo apóstolo, um homem de poucos estudos e iletrado (At 4.13). Contudo, como bem observa Wayne Grudem, apesar do bom vocabulário e do grego excelente, é um exagero dizer que a primeira carta se trata de “uma obra prima da literatura” em termos de estilo e linguagem. Além disso, a palavra agrammatos utilizada em Atos 4.13, segundo Grudem, pode significar “iletrado, incapaz de ler ou escrever”, mas também pode indicar uma pessoa “sem instrução formal”, alguém que não tenha passado pelo ensino judaico da elite religiosa sob a orientação dos rabinosii. Esta é a melhor interpretação ao caso, visto que os membros do Sinédrio não poderiam supor, com base simplesmente na exposição oral dos discípulos, que eles não sabiam ler ou escrever.  Aliás, o termo “simples e sem erudição” também poderia significar que não eram treinados na retórica grega (oratória)iii, de sorte que o motivo do espanto dos líderes religiosos é que eles falavam com coragem e eloquência, mesmo não pertencendo à aristocracia sacerdotal. 
Portanto, longe de fundamentar uma postura anti-intelectual por parte dos primeiros discípulos, como se fossem ignorantes e sem inteligência, como supõem algunsiv, o verso em questão simplesmente revela que a elite religiosa da época ficou perplexa com o pronunciamento dos apóstolos. Apesar de considerados leigos aos olhos dos membros do Sinédrio, sabiam ler e escrever, inclusive no grego, pois este idioma era bem conhecido e normalmente utilizado na Palestina do primeiro séculov.
Ali, em verdade, estava se cumprindo o que disse o apóstolo Paulo: “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes” (1 Co 1.27).
Outro ponto a ser considerado é que Pedro possivelmente recebeu o apoio de Silvano, também chamado Silas, o companheiro das viagens de Paulo (At 15.40; 17.15), como escriba ou amanuense na escrita da sua carta (1 Pe 5.12), algo comum à época. Cidadão romano (At 16.37), tudo indica que Silvano vinha de uma família próspera e tinha boa formação cultural. Nas palavras de Craig Keener: “É possível que Pedro lhe tenha dado algum grau de liberdade com as palavras na composição da carta”vi, o que presumivelmente explicaria a diferença de estilos entre as cartas do apóstolo.
O fato é que a não aceitação da autoria petrina é precária. A Primeira Epístola de Pedro foi “o livro mais antigo e mais unanimemente aceito como autêntico”vii. Charles Bigg declara: “Não há livro do Novo Testamento que possua um testemunho melhor, mais primitivo e mais forte do que 1 Pedro”viii. Eis o motivo pelo qual sua autenticidade foi reconhecida por muitos pais da igreja, a exemplo de Irineu, Tertuliano, Clemente de Alexandria e Orígenes. 
Mais ainda que a primeira carta, a autoria de Segunda Epístola de Pedro é frequentemente questionada. Todavia, os argumentos também não se sustentam. Além da diferença de estilo decorrente do auxílio de Silvano, conforme dito anteriormente, Norman Geisler e Thomas Howe apresentam outras evidências da autenticidade: 1) diferenças de estilo e de tom seriam de se esperar em duas cartas escritas com dois diferentes propósitos, em épocas distintas; o versículo 1 apresenta uma evidência interna da escrita petrina, que rememora as palavras de Jesus concernentes à sua morte (cf. Jo 21.18,19). O autor dessa carta foi testemunha ocular do que ocorreu no Monte da Transfiguração (cf. Mt 17.1-8; 2 Pe 1.16-18). Pedro refere-se a esta como sendo sua “segunda carta” (3.1), pressupondo uma primeira; 2) apesar das diferenças, há muitas semelhanças entre as cartas: ambas põem ênfase em Cristo: 1 Pedro no seu sofrimento e 2 Pedro na sua glória. Ambas se referem a Noé e o Dilúvio (1 Pe 3.20; 2 Pe 2.5; 3.5,6); 3) há uma boa evidência externa sobre a autoria de Pedro, ainda no primeiro século. O arqueólogo William F. Albright datou 2 Pedro de um tempo anterior ao ano 80 d.C. O livro foi citado como autêntico por numerosos pais da igreja, inclusive por Orígenes, Eusébio, Jerônimo e Agostinhoix.
Pedro, o Autor das Cartas
Para entendermos a importância dessas epístolas, vale destacar que o seu autor foi uma das principais personagens do Novo Testamento, comparável em número de citações e pujança ministerial somente ao apóstolo Paulo. Ao analisar o livro de Atos dos Apóstolos o erudito pentecostal Roger Stronstad concluiu que, “se Paulo foi três vezes cheio do Espírito Santo (9.17; 13.9,52), Pedro também o foi antes dele (2.4; 4.8,31). Se Paulo foi chamado para ser o apóstolo dos gentios (9.15), Pedro já havia inau¬gurado um precedente desse ministério quando foi à casa do gentio Cornélio (10.1-11,18; 15.6-11). O ministério de Paulo era itinerante e peripatético (13.1-28,31), da mesma forma como fora o de Pedro antes dele (9.32-41)” . Segundo Stronstad, Pedro foi um profeta carismático, poderoso em palavras e em obras, e pela descrição de Lucas foi ele, e não Paulo, o herói da Igreja Primitiva . Não obstante, só não podemos considerá-lo o primeiro papa, o Sumo Pontífice da igreja, como acreditam os católicos...
Mas nem sempre Pedro foi um exemplo de liderança e caráter. Sua vida foi marcada por altos e baixos, da mesma forma que era o seu temperamento: instável. Mas quem era este homem, e como tudo mudou? 
A Bíblia o apresenta como Simão Barjonas, um homem simples e de temperamento forte que com seu irmão André vivia da pesca no mar da Galiléia, também chamado mar de Tiberíades e lago de Genesaré (Mt 4.18; Mc 1.16). Eram companheiros de Tiago e João, filhos de Zebedeu, igualmente pescadores (Lc 5.10). Jonas, seu pai, era provavelmente um pescador (Jo 1.42).
Nos Evangelhos, Pedro e André são os primeiros discípulos vocacionados por Jesus, chamados para serem “pescadores de homens” (Mc 1.16), numa alusão ao trabalho de ganhar almas para o Reino de Deus. Posteriormente, a chamada foi confirmada quando Jesus escolheu os Doze (Mc 3.13-19). Em hebraico, Simão (Shimon) significa “aquele que houve”. Ao conhecê-lo, o Senhor o chamou de Cefas (em aramaico) ou Pedro (em grego), que quer dizer pedra (Jo 1.42). Todavia, para que fizesse jus a este nome, seria necessário aprender muito com os ensinamentos do Nazareno, e experimentar o trabalhar de Deus em sua vida.
Desde o início, Pedro assumiu certa proeminência e liderança entre os demais discípulos. Atuava regularmente como o interlocutor deles, e é mencionado em primeiro lugar em todas as listas (Mt 14.28; 15.15; 18.21; 26.35,40; Mc 8.29; 9.5; 10.28; Jo 6.68). Apesar das virtudes e boas-intenções, Cefas era também impulsivo e instável. Às vezes falava sem pensar (Cf. Mt 16.22), e estava sempre pronto para revidar com violência (Jo 18.10). Num instante mostrava certa maturidade espiritual sobre o Reino de Deus (Mt 16.16), no outro, fazia revelar sua ignorância acerca dos desígnios divinos (v.22). Nos bons momentos parecia ser proativo (Mc 9.5), porém, sob pressão, reagia mal, a ponto de adormecer quando o seu Mestre mais precisava (Mt 26.40,41).
A sua derrota mais amarga ocorreu na ocasião do julgamento e suplício de Jesus. Temendo ser condenado e morto ao lado do seu Mestre, negou-o veementemente por três vezes (Mt 26.69-74). Lawrence Richards descreve a cena da seguinte maneira: “Quando Pedro se assentou junto ao fogo que ardia no átrio do Sumo Sacerdote, amaldiçoando e negando ser um dos seguidores ‘de tal homem’, parecemos ver a figura entristecida de Jesus assentado junto à mesa, anteriormente, e ouvir a sua voz carregada de tristeza, dizendo a Pedro, ‘nesta mesma noite... três vezes me negarás’(v.34). Sentimos uma sensação esmagadora da presença de Jesus, inclusive quando Pedro falava. E, repentinamente, Pedro também a sentiu! Ele percebeu o que tinha feito, e ‘saindo dali, chorou amargamente’ (v.75)”xii.
O canto do galo fez-lhe lembrar das palavras de Jesus que, conhecendo as suas fraquezas, previra o acontecimento (Mt 26.34). Pedro havia chegado ao “fundo do poço”. Sem o seu Mestre, e tendo na consciência o peso da sua falha, sentiu naquele curto instante um profundo pesar pelo que havia feito. Era o momento mais amargo da sua vida. Mas o seu choro foi de arrependimento; eram lágrimas de alguém que sabia que havia errado, e estava disposto a se redimir. 
Todos nós, afinal, estamos suscetíveis ao erro, mas a forma como reagimos às nossas falhas define o nosso futuro. Podemos seguir nossas vidas como se nada tivesse acontecido, sem aprender nada, ou podemos chorar como o fez Pedro, dispostos a nos arrepender e a tomar o curso correto da vida.
Felizmente, Pedro tomou a decisão certa, e por isso a sua história não termina aqui. Fortalecido e encorajado pela ressurreição de Cristo, Pedro iria reafirmar posteriormente o seu amor por Jesus, que o perdoaria (Mc 16.7; Jo 21.15-19). De um pescador simples, temperamental e inconstante, Deus o transformou em um destemido líder da Igreja Primitiva e um dos principais da história do cristianismo. 
A sublime mudança faz-se evidente no Dia de Pentecostes (At 2), ocasião em que o apóstolo pregou o seu primeiro sermão no poder do Espírito. French Arrington diz: "Inspirado pelo Espírito, o sermão e caráter de Pedro ficam em contraste com suas negações ao Senhor (Lc 22.54-62). Depois do derramamento do Espírito, ele se torna corajoso e ousado. Seu primeiro sermão reflete suas convicções claras. Ele já não tem dúvida sobre o Salvador e a missão do Salvador e interpreta o significado da vida e ministério de Jesus"xiii.
Fica evidente que 1 e 2 Pedro foram escritas por um homem com rica experiência com Deus. Sua mensagem é afetuosa, seu tom é humilde e sua preocupação é legítima. Expressa a ternura e zelo de um pastor com o seu rebanho de ovelhas, que buscava pôr em prática a ordem direta que recebeu de Cristo (Jo 21.15). Sua experiência de arrependimento e renovação espiritual é um aspecto que inspira esperança na vida daqueles que, por um motivo ou outro, não se acham capazes de vencer suas fragilidades e superar seus reveses. 
Da mesma forma que Pedro teve a sua vida restaurada após um fracasso espiritual, Deus também é suficientemente capaz de prover uma cura interior e mudar o rumo da história daqueles que fraquejaram na caminhada.
1 Pedro: alegria e esperança em tempos de provação
Os destinatários da carta
Pedro direciona sua primeira carta aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia; cinco províncias da Ásia Menor à época pertencente ao Império Romano, atualmente parte da Turquia. É consenso que a sua audiência era formada pelas comunidades cristãs espalhadas nesta região, incluindo não somente judeus convertidos como também cristãos de origem gentílica. 
Embora Pedro utilize várias referências judaicas, a exemplo de diáspora – termo usado para os judeus que viviam fora da Terra de Israel, e apelar às profecias do Antigo Testamento que haviam se cumprido (1.16), a carta também contém uma linguagem que fala diretamente aos gentios convertidos. O apóstolo afirma que foram "resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais" (1.18), e que "em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia" (2.10).
Pedro chama os destinatários da carta de “eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo...” (v.2). Apesar de estarem numa condição social desfavorável, eles são eleitos de Deus. O texto deixa evidente que tal eleição não se deu por um decreto, pelo qual Deus escolheu um grupo específico de pessoas, rejeitando outras. A eleição é segundo a presciência de Deus. Ou seja, Deus conhece de antemão, pela sua onisciência, aqueles que aceitarão a Cristo como Senhor e Salvador (Cf. Rm 8.28,29). Logo, a eleição é cristocêntrica, “O Eleito” ou “O Escolhido” (Is 42.1; Mt 12.18). A partir da eleição de Cristo, segue-se a eleição de Israel, através da qual o Messias viria e que seria também o canal de Deus para transmitir a mensagem divina ao mundoxiv. Depois, a eleição da Igreja como o corpo eleito de crentes em Cristo e, por fim, a eleição de indivíduos que aceitarão a graciosa oferta do evangelho para fazerem parte do corpo eleito de Cristoxv.
Sobre esta passagem, Ênio Muller destaca que o termo “eleitos” é comum nas Escrituras, e deve ser analisado a partir da ideia da escolha da nação de Israel dentre os demais povos.  Assim, “como 1 Pedro foi endereçada a grupos de origem predominantemente gentia, transparece que o autor não hesitava em aplicar para a igreja, o novo povo de Deus, os títulos e privilégios que pertenciam até então ao povo da antiga aliança”xvi. Não obstante, ao que tudo indica, a menção do termo na primeira carta de Pedro tem o propósito de encorajar os seus leitores, com ênfase no serviço, no ministério, visto que, conforme Muller, “a eleição é eleição para alguma coisa”xvii.
Ocasião e propósito
Não é possível saber com exatidão a data em que a carta foi escrita, por isso os estudiosos a situam entre 60-63 d.C. Percebe-se claramente que os cristãos da época não viviam em condições favoráveis; as circunstâncias e o tom da epístola deixam transparecer que os crentes estavam padecendo provações e sofrimentos em inúmeros contextos. A religião dos cristãos ainda era uma pequena seita, composta de uma minoria que vivia oprimida e à margem da sociedade. 
Por diversas razões, o padrão de vida dos crentes não era aceito pelos costumes da época; não se adequava nem ao judaísmo, muito menos ao paganismo grego-romano, por isso os cristãos eram injustiçados e até mesmo acusados de serem ateus, pois rejeitavam os deuses pagãos e adoravam um Deus Único. Todavia, ao que tudo indica, não se tratava ainda de uma perseguição oficial, notadamente aquela que viria a ser promovida pelo imperador Nero a partir de 64 d.C, após atribuir a causa do grande incêndio em Roma aos seguidores de Cristo. 
Na verdade, Pedro parece estar preparando a comunidade cristã para esta prova ardente que estava por vir (4.12), na qual ele próprio viria a ser martirizado. Assim, diante desse contexto difícil, Pedro escreve esta epístola com a intenção de encorajar os cristãos a manterem a esperança em tempos de provações e desfrutar alegria nas adversidades.  Não é de estranhar que Pedro seja chamado de o "apóstolo da esperança", pois ele insiste que a despeito de tudo, em Cristo temos uma esperança viva, que nos ensina a viver o tempo presente e a descansar em Deus na jornada para o céu.
Inspiradora, doutrinária e instrutiva
A primeira carta de Pedro é um documento único e abrangente. Ela é devocionalmente inspiradora, teologicamente doutrinária e ricamente instrutiva. Roy Richolson afirma que a Primeira Epístola de Pedro tem sido descrita como “Epístola da Esperança”, “Epístola da Coragem” e “Epístola da Esperança e Glória”; também pode ser chamada de “Epístola da Vida Santa”, pois enfatiza o fato de que “a santidade de vida é mais importante do que o livramento do sofrimento”xviii.
Ensina sobre vários princípios fundamentais da fé, e ao mesmo tempo contém valiosos conselhos para o viver diário. Pedro se dirige a grupos específicos dentro da comunidade cristã, dentre os quais servos, esposas, esposos, jovens, idosos e líderes, fazendo surgir um guia abrangente sobre diversos assuntos éticos e doutrinários. Os temas tratados englobam, além de outros, a obra da salvação, graça, perseguição, sofrimento de Cristo, santidade, integridade, vida familiar, relacionamento conjugal, relação com o governo, convivência cristã e liderança. Ufa! Certamente será muito proveitoso e enriquecedor estudar cada um desses temas no decorrer do trimestre, não acha?
2 Pedro: crescimento espiritual e firmeza na verdade
Os destinatários da carta
No início de sua segunda epístola, Pedro registra quem são os seus destinatários: "(...) aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo" (1.1). É provável que estes crentes em Cristo fossem os mesmos a quem a primeira carta fora destinada, conforme se depreende do que o autor registra em (3.1). 
Portanto, Pedro está escrevendo para uma comunidade cristã heterogênea, composta de judeus e gentios convertidos ao Evangelho, incluindo escravos, esposas com maridos pagãos, jovens e anciãos (1 Pe 2.13;3.1;5.5). Conquanto não tivessem visto o Senhor (1 Pe 1.8), e embora tivessem passado por diversas provações, estes irmãos haviam alcançado uma fé preciosa. 
Ocasião e propósito
Quando foi escrita a segunda carta de Pedro? Considerando que Nero, o algoz do apóstolo, morreu em 68 d.C, a maioria dos estudiosos colocam a data da escrita entre 65-67 d.C. Embora o público seja o mesmo da primeira epístola, as circunstâncias e propósitos são bastante distintos. Na primeira, a comunidade cristã passa por severa provação advinda de fora da igreja, na ocasião da segunda epístola os perigos são internos, por causa dos ensinos heréticos que estavam sendo disseminados dentro dela. 
Chegou ao conhecimento do apóstolo que falsos mestres havia se introduzido entre os irmãos e estavam distorcendo a verdade do Evangelho, produzindo heresias de perdição (2 Pe 2.1). Entre outros ensinamentos insidiosos, os falsários da fé negavam a divindade e a volta gloriosa de Cristo. Além da falsa doutrina, apregoavam também o falso comportamento, pelo qual induziam os crentes a abandonarem o padrão de vida santa e piedosa. 
Diante disso, com coragem e tenacidade Pedro escreve esta segunda carta com a intenção de advertir os cristãos sobre os falsos ensinadores e incentivá-los a crescerem na fé e no verdadeiro conhecimento de Deus. Pedro está dizendo para os cristãos ficarem firmes na chamada de Deus, para agirem com diligência e empenho, aguardando confiantemente o cumprimento da promessa do retorno do Filho de Deus!
A segunda epístola de Pedro tem uma profunda ênfase teológica, com destaque para a Transfiguração de Cristo, a veracidade da Palavra de Deus e das profecias, a depravação do homem e a volta de Jesus. É preciso assentir com as palavras de Hernandes Dias Lopes quando afirma: “Mesmo com todas as lutas que esta carta enfrentou para ser aceita no cânon sagrado, temos plena convicção de que estamos lidando com um livro inspirado pelo Espírito Santo”.                                                                            
*Adquira o livro do trimestre. NASCIMENTO, Valmir. A Razão da Nossa Esperança:Alegria, Crescimento e Firmeza nas Cartas de Pedro. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

i Cf. CARREZ, Maurice (et al.). As cartas de Paulo, Tiago, Pedro e Judas. São Paulo: Paulus, 1987, p. 273.
ii GRUDEM, Wayne. Comentário bíblico de 1 Pedro. São Paulo: Vida Nova, 2016, p. 28.
iii KEENER, Craig S. Comentário histórico-cultural Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2017, p. 390.
iv  Cf. NAÑES, Rick. Pentecostal de coração e mente: um chamado ao dom divino do intelecto. São Paulo: Editora Vida, 2007, p. 80.
v GRUDEM, 2016, p. 31.
vi  KEENER, 2017, p. 822.
vii NICHOLSON, Roy.  A Primeira Epístola de Pedro. Em: Comentário Bíblico Beacon – vol. 10 – Hebreus a Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 205.
viii Idem.
ix GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual popular de dúvidas enigmas e “contradições” da Bíblia. São Paulo: Mundo Cristão, 1999, pp. 543-544.
x STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento – Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 1692.
xi Idem.
xii RICHARDS, Lawrence. Comentário devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 590, 591.
xiii ARRINGTON, French. Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento – Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 635.
xiv Ver DANIEL, Silas. Arminianismo: a mecânica da salvação. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 428. 
xv TITILLO, Thiago. Eleição condicional. São Paulo: Editora Reflexão, 2015, p. 24.
xvi MUELLER, 1988, p. 65.  Idem.
xvii NICHOLSON, 2016, p. 205.

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

Lição 06 - 3º Trimestre 2019 - A Razão da Nossa Esperança - Jovens.

Lição 6 - A Razão da Nossa Esperança

3º Trimestre de 2019
Introdução
I-As Qualidades da Vida Cristã;
II-A Questão do Sofrimento;
III-A Defesa da Nossa Esperança
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:

Descrever as qualidades da vida cristã;
Refletir acercada questão do sofrimento;
Saber como defender a razão da esperança cristã.

Palavras-chave: Esperança, alegria, crescimento e firmeza.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Valmir Nascimento:

Em todas as direções que olhamos, presenciamos dor e sofrimento. Apesar do avanço da ciência e das inúmeras comodidades inventadas pelo homem nos últimos séculos, trazendo melhores condições de vida, a dor física e emocional permanece como uma realidade perturbadora para o ser humano. Diariamente, a mídia noticia uma série de acontecimentos trágicos, violência, assassinatos, acidentes de trânsito, doenças e muitos outros eventos dolorosos.
Como o cristão se porta diante do sofrimento?  Enquanto o secularismo e o hedonismo buscam evitar o sofrimento a todo custo, a fé cristã tem uma maneira diferente de encará-lo. Sabendo que o sofrimento tem uma origem espiritual, decorrente da Queda no Éden, e que será aniquilado somente no fim de todas as coisas, o cristão usa a esperança, a fé, o consolo de Deus e o amparo dos irmãos para passar pelas tribulações nesta terra.
A questão do sofrimento é tão antiga quanto a história da humanidade e leva o homem a questionar vários aspectos da vida, inclusive a existência de Deus. Nesta seção da carta, após destacar algumas virtudes cristãs, Pedro deixa transparecer que a conduta reta e virtuosa, apesar de prevenir uma série de infortúnios, não isenta o cristão do sofrimento. Não obstante, mesmo em meio ao sofrimento, podemos dar aos descrentes a razão da nossa esperança.

As Qualidades da Vida Cristã

Unidade cristã (3.8)
Tendo direcionado uma série de conselhos para grupos específicos dentro da igreja (cidadãos, servos, esposas e esposos), agora Pedro se volta para os crentes em geral. “E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis”.
A palavra "finalmente" indica a conclusão não da carta, mas do raciocínio que acabara de empregar. É uma espécie de fecho desta seção, na qual Pedro oferta-nos uma síntese das implicações da submissão no relacionamento entre os crentes. Da mesma forma que a lei se resume no amor (Rm 13.8-10), também os relacionamentos humanos e a ética cristã, como um todo, nele se firmam1.
Podemos perceber que o apóstolo está reunindo em poucas palavras as qualidades morais e espirituais da vida cristã, a começar pela unidade. Ele estimula a consideração mútua dentro da comunidade de fé e o cultivo do amor cristão, recomendando que os crentes tenham "um mesmo sentimento". Seu propósito é que os cristãos vivam em harmonia e união uns com os outros (Jo 17.23; Ef 4.3; Fp 2.2).
Certamente, isso não quer dizer que todos os cristãos devam pensar da mesma maneira. Podemos ter diferentes opiniões sobre diversas coisas, mas o nosso ânimo, o nosso sentimento em Cristo deve ser o mesmo. A metáfora do corpo usada por Paulo é elucidativa a esse respeito (Rm 12). Apesar de cada membro possuir a sua individualidade, quanto à forma de operar, formamos um só corpo em Cristo. Cada parte é diferente em si, mas o corpo só funciona adequadamente se houver cooperação e relacionamento harmonioso entre todos.

Simpatia e perdão (3.9,10)
Outra qualidade do comportamento genuinamente cristão é a simpatia. A palavra grega sympathês traduzida nesta passagem por "compassivos" tem o sentido de colocar-se no lugar do outro. Ser simpático, portanto, é muito mais que ser cordial e atencioso; consiste numa virtude que expressa solidariedade e compaixão pelo próximo.
A beleza e o poder do Evangelho se fazem revelar na vida do crente quando este para de viver para si mesmo e passa a viver para o outro. A renúncia de que a Bíblia nos fala é a abdicação do nosso egoísmo e egocentrismo, muitas vezes latente. Nada é mais contrário ao verdadeiro cristianismo do que um falso evangelho que apregoa as bênçãos individuais e o triunfalismo pessoal em detrimento do cuidado do outro.
As pregações que simplesmente fazem projetar o desejo insaciável do ser humano, em busca de ambição e poder desonram, por isso, o Evangelho de Cristo. Se, como vimos no capítulo 2, o Deus da Bíblia é um Deus sim-pático, um Deus com-passivo, que sente e sofre com o ser humano2, então esta mesma simpatia e compassividade devem se fazer presentes em nós.
Tal virtude é seguida da prática do amor fraternal, com os corações cheios de misericórdia e humildade. Ao encorajar, no verso 9, que os crentes não tornem o mal por mal ou injúria por injúria, Pedro realça outra qualidade cristã: o perdão. Segundo ensina Warren Wirsbe existem três possibilidade de reação ao mal. É possível retribuir o bem com o mal - o nível satânico. É possível retribuir o bem como bem e o mal com o mal – o nível humano. Ou é possível retribuir o mal com o bem - o nível divino. Este é o nível para o qual somos chamamos3.
A característica do cristão é perdoar a outros da mesma forma que foi perdoado (Ef 4.32). Somente com o amor depositado em nossos corações, deixamos de revidar e de retribuir com a mesma moeda a ofensa recebida.

Conselhos para quem ama a vida (3.10-12)
Pedro recorre à citação do Salmo 34 (vv.12-16) com o propósito de acrescentar outras virtudes. “Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons...” (v.10). Com base na autoridade do Antigo Testamento, Pedro está realçando que a boa vida é o resultado de condutas adequadas. Quem ama a vida, age com ética; quem ama a vida, vive em sintonia com a vontade de Deus.
Conforme Kistemaker, apesar de muitos dos leitores da carta estarem passando por dificuldades e miséria, Pedro está olhando de maneira positiva para a vida e, como o salmista, fala sobre amá-la 4. “A vida é um dom de Deus, e assim também o são os dias felizes. O coração dos cristãos está em sintonia com Deus e sua Palavra e participa agora da plenitude da vida aqui na terra e depois com Cristo na eternidade”5.
Fica patente que a boa vida na perspectiva bíblica não é resultante do sucesso profissional, poder ou fama, e sim de uma vida virtuosa. Boa vida não é ter uma mansão para morar ou bebida para se deleitar. O relativismo e o progressismo desvirtuaram por completo o sentido de vida boa. O primeiro fez o homem acreditar que a vida boa é o resultado da ausência de regras morais. O progressismo, por seu turno, apregoa que ela decorre do oferecimento de boas condições sociais.
Tanto uma quanto outra visão estão erradas. O relativismo ao advogar que as pessoas são livres para escolher a seu bel prazer o que é certo, passa por cima de regras morais básicas e destrói o valor da comunidade 6. O progressismo retira da pessoa a sua responsabilidade moral, jogando para a sociedade toda a responsabilidade ética. Na visão judaico-cristã, a boa vida é uma questão primeiramente pessoal. Só podemos criar uma boa vida em termos sociais se as adotarmos individualmente condutas virtuosas.
Nesse sentido, Charles Colson e Nancy Pearcey escrevem: “O que é necessário para criar-se uma vida boa? Um sentimento do que é certo e errado e uma determinação para colocar adequadamente em ordem a vida de alguém. Não por causa do sombrio senso de dever, mas porque isso se ajusta à nossa natureza criada e nos felizes e mais realizados”7.
Assim, prossegue Pedro, se alguém quiser ter uma boa vida, “... refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano” (v.10). Encontramos aqui um verdadeiro princípio de sabedoria para a vida, pois quem guarda a sua boca e fala somente o necessário evita muitos dissabores e sofrimentos (Pv 12.13; 21.23). De forma contundente, Tiago advertiu que aquele que se considera religioso, mas não consegue conter a sua língua, engana-se a si mesmo; e a sua espiritualidade não tem valor algum (Tg 1.26).
Apartar-se do mal e fazer o bem, assim como buscar paz e segui-la são os outros conselhos para obtermos uma vida boa. Por quê? “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males” (v.12).

O Sofrimento do Cristão

O sofrimento do justo (3.13,14)
Pedro volta ao tema central da sua carta: a questão do sofrimento. Apesar de elencar uma série de qualidades para a conduta do cristão, o apóstolo Pedro sabe que isso não é suficiente para isentar os justos das provas e perseguições na vida.
Ora, tomar decisões adequadas e viver piedosamente ajuda a prevenir muitos dissabores, mas, ainda assim, o sofrimento é inevitável. Eis o motivo pelo qual Pedro indaga: “E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?” (v.13). Trata-se de uma pergunta retórica, a fim de enfatizar a importância de uma postura de zelo pelas coisas corretas. Afinal, espera-se que os justos sejam recompensados enquanto os desordeiros e irresponsáveis recebam a merecida punição.
No entanto, vivendo em um mundo caído e de valores invertidos, pessoas íntegras sofrem injustiças e passam por provações, enquanto ímpios prosperam (Sl 73). Nem sempre o mal é distribuído de maneira proporcional e justa, conforme a vida de Jó bem ilustra. Com efeito, Pedro estava preparando os crentes daquela época para as provações que lhes sobreviriam. Em vez de se sentirem amedrontados e alarmados com as ameaças que usualmente recebiam dos seus perseguidores, os cristãos são encorajados a recordar que são bem-aventurados ao padecerem por causa da justiça (v.14).
Não há nenhum louvor em sofrer justamente pelos erros cometidos, mas há grande alegria em padecer por fazer a coisa certa. Ao contrário do que afirmam os teólogos da prosperidade e do triunfalismo espiritual, vida cristã não significa ausência de provações e lutas. Basta olharmos para a galeria de heróis da fé de Hebreus 11 para percebermos que muitos deles foram torturados até a morte, açoitados, acorrentados, apedrejados e estiveram famintos no deserto.

O problema do sofrimento
Neste ponto, antes de prosseguirmos na exposição da carta de Pedro, convém refletir mais detidamente sobre a questão do sofrimento, um tema tormentoso e complexo que permeia a epístola em estudo.
Para os acusadores do cristianismo, o sofrimento é um argumento da inexistência de Deus. Os ateus e agnósticos, que não conseguem entender a questão do sofrimento - mas também não oferecem qualquer resposta satisfatória, indagam: se Deus é onipotente, por que permite que pessoas inocentes sofram? Se Ele é onisciente, por que não intervém?
Para ser franco, além dos incrédulos, esta questão também aflige os corações daqueles que foram devastados pelo sofrimento, até mesmo alguns cristãos. A dor põe sob fogo as novas convicções básicas, questiona nossas crenças e prova nossas doutrinas.
Existem várias formas de respondermos à questão do sofrimento. Podemos falar a partir das perspectivas filosófica, teológica e emocional. Em todas essas dimensões, o cristianismo responde de modo satisfatório; ele fornece argumentos para responder lógica e consistentemente ao problema formulado, mas oferece principalmente recursos para enfrentar o sofrimento com esperança e coragem em lugar de amargura e desespero8.
Antes de tudo, é preciso considerar que o simples fato do ser humano inquirir acerca do sofrimento, a maldade e as injustiças do mundo, indica a natural percepção de que algo se encontra com defeito, fora do propósito para o qual fora planejado. Ficamos perplexos com o sofrimento porque, originariamente, a raça humana não foi criada para sofrer. Não fomos feitos para morrer, mas para a vida eterna!
Vemos a morte como algo estranho, que ameaça nos tirar do mundo para o qual fomos planejados. Nas palavras de Alister McGrath: “Para nós, é uma ameaça terrível aceitar o fato de que o mundo, no qual investimos tanto tempo e esforço, continuará sem nós. É muito mais reconfortante acreditar que nós e o mundo continuaremos a existir para sempre e que poderemos para sempre nos agarrar aos prêmios fulgurantes que conquistamos durante a vida”9.
Todavia, prossegue McGrath, “o sofrimento desfaz nossas ilusões de imortalidade. Ele faz a angústia erguer a sua face horrenda, porém reveladora. A dor derruba os portões da cidadela das ilusões. Confronta-nos com os fatos brutais da vida e leva-nos a fazer aquelas perguntas difíceis, que têm a força de fazer ruir a falsidade, levando-nos em direção a Deus, longe da falsa segurança e das recompensas do mundo”10.
Além disso, o questionamento de Deus a partir do problema do sofrimento trás subjacente outro sentimento que aponta para a existência de um Legislador Moral: o senso de justiça presente no homem. Este foi um dos aspectos que levou C. S. Lewis a abandonar o seu ateísmo. Em Cristianismo puro e simples ele diz que questionava a existência de Deus com o argumento de que o universo parecia injusto e cruel. No entanto, num passo seguinte, ele questionou a si mesmo: “de onde eu tirara a ideia de justo e injusto?”11. Lewis percebeu que o seu ato de tentar provar que Deus não existe, ou que a realidade não tem sentido, forçou-o a admitir que uma parte da realidade – a sua ideia de justiça – tinha sentido.
Noutras palavras, o simples fato de duvidar da existência de Deus, colocando em questão a sua bondade e onisciência, conduz o homem a interrogar a origem da bondade. De onde a tiramos? Se sabemos que algo é bom e outro mal, qual o referencial que distingue uma coisa da outra? Somente a partir do reconhecimento da existência de um ser de grandeza e bondade máxima é que podemos fazer tal distinção, o que nos leva diretamente a Deus.
Em outro livro, O problema do sofrimento, Lewis desfere uma série de argumentos em face das críticas dos ateus. Sobre a onipotência de Deus, Lewis explica que Deus pode fazer tudo, pois nada é impossível para Ele. Todavia, existem coisas absurdas e autocontraditórias que desafiam a própria lógica, como uma bola quadrada ou até mesmo um canto redondo. Tais coisas são absoluta ou intrinsecamente impossíveis.
Assim, é fácil supor que a onipotência significa que Deus é capaz de realizar tudo o que é intrinsecamente possível, e não o intrinsecamente impossível. Nas palavras de Lewis, “podemos atribuir milagres a Ele, mas não o contra-senso”. Ele não pode mentir, por exemplo, pois isso contraria a sua própria natureza.
Lewis argumenta, então, que o problema do sofrimento não tem a ver com a onipotência divina. Uma vez que o ser humano foi agraciado com a liberdade de escolha, o sofrimento decorre das escolhas erradas dos homens. A intervenção divina em face da liberdade do homem contrariaria a ordem das coisas criadas. Segundo Lewis:
Talvez possamos conceber um mundo em que Deus corrigisse as consequências do abuso do livre-arbítrio por parte de suas criaturas a cada momento. Assim, o timão do arado, feito de madeira, tornar-se-ia macio como a relva ao ser usado como arma, o ar recusar-se-ia a me obedecer se eu tentasse lançar nele as ondas sonoras que transportam mentiras ou insultos. Em um mundo com tais características, no entanto, as ações torpes seriam possíveis, e, portanto, a liberdade da vontade seria nula12.
O fato é que Deus é bom e Todo-Poderoso, e criou criaturas boas com a capacidade de tomarem decisões livres. Todavia, o mau uso dessa liberdade levou o primeiro casal e toda humanidade à Queda (Rm 5.12). A desobediência no Éden, além de afastar o homem do Criador, introduziu a morte, a angústia, a dor e toda sorte de males que provocam o sofrimento.
Somente em um mundo onde o homem não tivesse liberdade o sofrimento não existiria. Isso porque, é logicamente incompatível um mundo no qual o homem possa decidir entre o bem e o mal e ao mesmo tempo não ser afetado pelas consequências de sua decisão. Um mundo onde não há liberdade também não há amor verdadeiro. Norman Geisler e Peter Bochino escrevem.
Deus não criou robôs, criou seres humanos com o poder de escolher livremente entre o bem e o mal. Se ele criou seres humanos já predispostos (além do controle deles) para amá-lo, isso não seria o verdadeiro amor. Se programarmos o nosso computador para nos dizer que ele nos ama cada vez que o ligamos, na verdade estamos dizendo a nós mesmos que nos amamos. O computador estaria apenas reproduzindo nossos pensamentos, não seria livre para nos dizer coisas diferentes. Não estaríamos comprometidos numa relação de amor, mas numa forma grave de narcisismo. Um relacionamento de amor deve deixar aberta a possibilidade de o amor ser rejeitado – e, portanto, o mal ser escolhido. Quando as pessoas rejeitam o amor de Deus, percebem o mal potencial dentro delas mesmas, o que afeta todos os outros relacionamentos nos quais elas entram13.
A liberdade de colocarmos a mão no fogo, por exemplo, resulta em queimadura e dor. A completa ausência do sofrimento pressupõe a inexistência da liberdade humana. Porém, Deus não criou autômatos, mas pessoas livres
Não há, portanto, nenhuma contradição em aceitar a bondade de Deus, sua onisciência, e a presença do mal no mundo. Não obstante, apesar da resposta racional, a pessoa que sofre precisa muito mais que respostas plausíveis. É preciso concordar com Jonas Madureira quando ele diz: “Uma coisa é ver o mundo com os olhos secos da razão, outra bem diferente é vê-lo com os olhos marejados pelos sentimentos”14.

A Defesa da nossa Esperança
Preparados para responder (3.15)Dando sequência, em 3.15, Pedro fornece um dos conselhos mais primorosos do Novo Testamento, no qual enfatiza o segredo para o povo de Deus enfrentar a perseguição e responder aos ataques contra a fé: “antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”.
Esta passagem é considerada o texto áureo da apologética cristã, isto é, a parte da teologia que lida com os argumentos em defesa das convicções cristãs. Ela denota num primeiro momento uma defesa jurídica diante de um tribunal15. No entanto, não podemos perder de vista que o apóstolo está falando sobre a perseguição que os crentes estavam passando naquela ocasião. Por essa razão, Pedro não está enfatizando necessariamente o que temos a dizer perante magistrados. Segundo Stanley Horton: “Seu ensino parece aplicar-se mais àquelas abordagens que sofremos em casa, na rua, no trabalho, no supermercado ou onde quer que tenhamos contato com os incrédulos”16.
Diante da hostilidade, a primeira e mais importante atitude do cristão é santificar a Cristo em seu coração. Primordialmente, Jesus deve ser consagrado e reverenciado no interior do nosso ser, de modo a ocupar a primazia de nossa existência. Se o seu coração for controlado pelo Senhor Jesus, então estará livre do medo e poderá se defender daqueles que se opõem ao evangelho17.
Em segundo lugar, o crente é instado a estar sempre preparado para responder (gr. apologia) – ou disposto a responder – sobre a razão da sua esperança. No original, a palavra apologia tem o sentido de discurso de defesa e justificação de algo. Assim, se alguém lhes perguntasse por que eles se consideravam cristãos  um grupo inexpressivo de religiosos à época, os crentes deveriam estar prontos para argumentar em defesa da fé que professavam. Tal prontidão deveria ser permanente, não importando o momento ou a circunstância.

Apologética com mansidão e respeito (3.15-17)
Desde a Igreja Primitiva, os ataques e objeções ao cristianismo nunca cessaram. A apologética cristã, portanto, não é responsabilidade exclusiva dos pastores e teólogos cristãos; todo aquele que professa essa fé viva e genuína deve ser capaz de explicar aos outros os motivos pelos quais acredita nas convicções cristãs.
Cada crente é convocado a dar razões intelectuais sobre a veracidade do Cristianismo, demonstrando não ser a fé cristã um salto no escuro, mas uma visão de mundo plausível e consistente com a racionalidade. Ao mesmo tempo, o testemunho do Espírito Santo e a experiência real que sentimos em Cristo, nos habilita a dar aos descrentes as razões pessoais da esperança que há em nós. Antes de sabermos no que cremos, sabemos em quem cremos!
É importante observar que Pedro apresenta o jeito adequado de respondermos aos descrentes: com mansidão e temor.
Ao darmos a razão da nossa esperança devemos ser mansos e humildes. A forma como reagimos àqueles que nos perseguem e se opõem ao evangelho fala mais alto que as nossas palavras. Com isso, Pedro está dizendo para não sermos rudes, agressivos com os incrédulos. Como escrevi em meu livro O cristão e a universidade, “a apologética não é (pelo menos não deve ser) uma ferramenta usada simplesmente com o fim de ganhar debates filosóficos e teológicos. Embora algumas pessoas a usem com esse intento, a defesa da fé cristã não se presta a discussões inúteis para demonstração de superioridade intelectual e subjugação do seu oponente”18.
Mesmo que os descrentes sejam hostis em seus ataques, o cristão defende as suas convicções com gentileza e cordialidade. Afinal, ganhar uma alma é mais valioso que ganhar uma discussão.
Associada à mansidão está o temor. Em relação a Deus esta palavra significa reverência; em relação a outras pessoas, respeito. Assim, a nossa apologética há de ser respeitosa, para a glória de Deus.
Além disso, a resposta cristã deve estar firmada numa boa consciência. O mundo pode nos atacar e mentir sobre nós, como é comum, mas a nossa consciência se mantém limpa e tranquila, pois ela foi transformada por Cristo. Quando os descrentes falam mal de nós, e nós respondemos com um bom procedimento, aqueles ficam confundidos e desnorteados (v.16).
Pedro conclui esta seção asseverando que, se tivermos que sofrer, então, que seja fazendo o bem e não o mal (v.17).

O sofrimento e a vitória de Cristo (3.18-22)
Por causa da limitação dos argumentos racionais é que, além de responder intelectualmente ao problema do mau presente no mundo, a fé cristã oferece consolação na tormenta. Ainda que Deus permita o sofrimento, Ele não fica indiferente com a dor humana. A maior prova disso é que Pai enviou seu Filho Unigênito para sofrer pelos nossos pecados (Jo 3.16; Rm 5.8), oferecendo-se em sacrifício no Calvário.
Num livrinho antigo intitulado Deus sabe que sofremos Philip Yancey diz que “o conceito da cruz deixado por Jesus no mundo, o conceito mais universal da religião cristã, é prova de que Deus muito se importa com o nosso sofrimento, com a nossa dor”19. A cruz ensanguentada atesta o amor de Deus e mostra que ele se compadece dos que sofrem terrivelmente.
Doroty Sayers também escreveu:
Seja qual for o motivo pelo qual Deus resolveu fazer o homem como ele é, limitado, sofredor e sujeito a tristeza e morte, ele teve a honestidade e a coragem de tornar-se também homem. Seja qual for o seu plano para com a criação, ele cumpriu as suas próprias regras e foi justo. Nada exigirá do homem, que não tenha exigido de si mesmo. Ele próprio sofreu toda a gama de experiência humana, desde as irritações triviais da vida em família, desde as restrições constrangedoras do trabalho pesado, desde a falta de dinheiro até os piores horrores da dor e da humilhação, derrota, desespero e morte20.
E assim, a cruz é a maior prova de que Deus é sensível ao nosso sofrimento. Por esse motivo, o apóstolo refere-se repetidas vezes ao padecimento de Jesus a fim de nos recordar que Deus, em Cristo, morreu por nós. Para Pedro, o mais importante não é saber a causa cósmica do sofrimento, e sim como devemos reagir a ele. E isso começa com a compreensão de que Deus está ao nosso lado em momentos de angústia, levando-nos a aprender com o sofrimento. Paulo disse que devemos nos gloriar também na tribulação, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência a experiência, e a experiência a esperança (Rm 5.3,4).
Pedro lembra da morte sacrificial ao dizer: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito” (v.18). O apóstolo está usando Jesus, o Filho de Deus, como exemplo de sofrimento. Não o sofrimento pelo sofrimento, mas o sofrimento redentor.
Mas, além disso, Pedro mostra a vitória final de Cristo.
Nos versos a seguir, temos uma das passagens mais discutidas do Novo Testamento, muito debatida entre os estudiosos. Pedro fala sobre a pregação aos espíritos em prisão, a água do batismo que simboliza a salvação do crente e, por fim, a ressurreição e ascensão de Jesus21.
A despeito das posições, a interpretação mais adequada é de Stronstad, que escreve:
Após sua morte, tendo Jesus retomado à vida pelo Espírito, “foi e pregou”. O verbo “pregar” significa “anunciar, tornar conhecido” (BAGD, 431). Portanto, Jesus fez um anúncio aos “espíritos em prisão”. A palavra “espíritos” é empregada no Novo Testamento para “anjos”, sejam eles bons ou maus (Lc 10.20; Hb 1.14). A hipótese de que nesse verso esteja se referindo aos anjos caídos é reforçada pela qualificação de que agora estão “em prisão” e também por passagens paralelas em 2 Pedro e Judas, que empregam a palavra “anjos” em lugar de “espíritos”. Portanto, Pedro quer dizer que Jesus, em virtude de sua morte, foi até os anjos aprisionados e anunciou sua vitória sobre a morte e as consequências de seu triunfo, isto é, de que seu julgamento já estava selado.22
Apensar do sofrimento, Pedro evidencia a glorificação e autoridade de Cristo ao dizer que ele está à direita de Deus, sentado no lugar de honra junto a Deus o Pai, com todos os anjos e poderes do céu curvando-se diante dele e obedecendo-Lhe (v.22).
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Que Deus o(a) abençoe.

Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
1 WIRSBE, 2007, p. 531.
2 HALÍK, 2016, p. 23.
3 WIRSBE, 2007, p. 532.
4 KISTEMAKER, 2006, p. 178.
5 Idem.
6 COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. Agora, como viveremos. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p. 440.
7 COLSON, PEARCEY, 2000, p. 441.
8 KELLER, Timothy. A fé na era do ceticismo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008, p. 23.
9 MCGRATH, Alister. Apologética cristã no século XXI. São Paulo: Editora Vida, 2008, p. 96.
10 Idem.
11 LEWIS, C. S. Cristianismo puro e simples. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 51.
12 LEWIS, C. S. O problema do sofrimento. São Paulo: Editora Vida, 2009, p. 41.
13 GEISLER, Norman; BOCHINO, Peter. Fundamentos inabaláveis. São Paulo: Editora Vida, 2003, p. 252.
14 MADUREIRA, Jonas. Inteligência humilhada. São Paulo: Vida Nova, 217, p. 180.
15 KEENER, 2018, p. 817.
16 HORTON, 2012, p. 50.
17 Cf. KISTEMAKER, 2006, p. 184.
18 NASCIMENTO, Valmir. O cristão e a universidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 180.
19 YANCEY, Philip. Deus sabe que sofremos. São Paulo: Editora Vida, 1985, p. 188.
20 Citada por YANCEY, 1985, pp. 188, 189.
21 KISTEMAKER, 2006, p. 189.
22 STRONSTAD, 2015, p. 914.

Lição 01 - 3º Trimestre 2019 - O Que é a Mordomia Cristã - Adultos.

Lição 1 - O que é a Mordomia Cristã? 

3º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – CONCEITOS DE MORDOMIA
II – A MORDOMIA ESPIRITUAL DO CRISTÃO
III – A MORDOMIA DOS BENS MATERIAIS 

A Fé como Patrimônio Espiritual
Elinaldo Renovato
A fé cristã é o depósito espiritual, acumulado durante toda a vida cristã. Seu valor é inestimável em termos humanos ou materiais. Sem dúvida, a fé tem sentido espiritual profundo naquilo que o crente deve guardar para não perder a sua “coroa” (Ap 3.11). Paulo, antevendo o final de sua vida, serenamente esperou a morte com resignação e coragem. Ao escrever para seu jovem discípulo, Timóteo, disse: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.7,8).
O apóstolo dos gentios tinha convicção de que todas as lutas pelas quais passara, em meio a tribulações diversas, nas perseguições que sofrera, tanto dos judeus quanto dos “falsos irmãos”, bem como as enfermidades que lhe acometeram, a ingratidão de tantos a quem ajudou, o desprezo de alguns, tudo isso lhe assegurou experiências especiais com Cristo para que chegasse ao fim da jornada cristã, não como derrotado, frustrado ou decepcionado. Pelo contrário, como um vencedor, um campeão da fé. Ele sentiu-se um vencedor não de um combate qualquer, mas do “bom combate”, ou nobre (gr. kalon) combate, tomando esse termo como uma metáfora emprestada das competições nos esportes, que ele bem conhecia, ou dos combates militares, que lhe eram bem familiares. Ou seja, ele não combatera de qualquer forma, mas de maneira legítima e nobre. 
Ele exortou Timóteo a lutar e a sofrer a seu lado no grande combate pela fé cristã. “Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente” (2 Tm 2.3-5). Se houve alguém que lutou de forma aguerrida o combate cristão, esse alguém foi Paulo. Em seu “cântico de vitória”, descrevendo lutas, vicissitudes e obstáculos, ele declarou de forma solene: “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!” (Rm 8.37-39). Nos seus últimos dias, Paulo confirmou perante Timóteo e os irmãos em Cristo que estava consciente de que combatera o bom combate, acabara a carreira e guardara “a fé” (2 Tm 4.7,8). Ele foi um mordomo fiel e sabia que seria galardoado por Deus com “a coroa da justiça”.
Texto extraído da obra “Tempo, Bens e Talentos”, editada pela CPAD.
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

Lição 06 - 3º Trimestre 2019 - A Mordomia da Adoração - Adultos.

LIÇÃO 6 - A Mordomia da Adoração

3º Trimestre de 2019
 ESBOÇO GERAL
I – O QUE É ADORAÇÃO
II – COMO ADORAR A DEUS
III – GESTOS E ATITUDES NA ADORAÇÃO A DEUS

Elinaldo Renovato

A igreja local é uma comunidade de adoração a Deus. Nela, os salvos em Cristo Jesus unem-se e reúnem-se para render culto ao Rei dos reis e Senhor dos Senhores. No culto a Deus, sempre se destacou o papel da adoração como atitude de exaltação, de louvor e de gratidão pelas bênçãos derramadas sobre seu povo. No Antigo Testamento, o culto a Deus teve início nos primórdios do relacionamento do homem com seu Criador. De início, vemos que, ao desobedecer a voz de Deus, o primeiro casal perdeu uma excelente oportunidade de exaltar ao Criador, preferindo ouvir a voz estranha do maligno. A consequência foi a tragédia provocada pelo pecado ao longo dos séculos, resultado direto do afastamento do homem da presença de Deus.
Tempos depois da criação, quando Adão e Eva já tinham filhos, Caim, o primogênito, foi tentado a oferecer a Deus um culto que não lhe agradou, enquanto Abel, seu irmão, foi aceito por Deus ao oferecer um sacrifício aprovado pelo Senhor. Àquela altura, os irmãos certamente já tinham uma idade juvenil, pois um era agricultor, e o outro era voltado para a atividade pastoril (cf. Gn 4.2). Ambos ofereceram sacrifícios a Deus daquilo que consideravam o melhor de suas respectivas atividades. Deus aceitou a oferta de Abel, mas rejeitou a de Caim. Por isso, por amarga inveja do irmão, Caim matou Abel, cometendo o primeiro homicídio. Uma tragédia em meio à oferta de sacrifício ou de um culto a Deus (Gn 4.1-8).
O Senhor dá mais valor ao que está no coração do homem diante do altar do que para aquilo que ele oferece. Ele não aceitou o sacrifício ou o culto de Caim porque viu o seu interior e as intenções com que se apresentava diante de Deus. Diz o texto da primeira epístola de João, relativo ao episódio do primeiro homicídio: “Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas” (1 Jo 3.12). Caim foi movido por sentimentos maus contra seu justo irmão. Ele “era do maligno”, ou seja, não tinha comunhão com Deus; antes, seguia as propostas do Diabo em seu coração cheio de pecado. Em segundo lugar, o texto diz que “as suas obras eram más”, e ele teve inveja do seu irmão a ponto de matá-lo: “[...] Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas”. Deus não aceita falsa adoração e nem culto movido por sentimentos de interesse pessoal e carnal.
Quando o povo de Israel passou pelo Egito, o culto a Deus foi grandemente prejudicado. Com sua saída do Êxodo, o Tabernáculo, que Deus mandou construir, centralizou o culto divino. Tudo no Tabernáculo tinha sentido espiritual. Não havia cânticos ou música, mas, tempos depois, quando Davi foi rei em Israel, o culto teve marcante presença de louvor e adoração com música, além de instrumentos musicais dos mais diversos. Já com Salomão, o Templo em Jerusalém foi estabelecido como o lugar único e santificado para o culto a Deus. A adoração a Deus era desenvolvida com muita reverência e santidade tanto no Tabernáculo como no Templo em Jerusalém.
Infelizmente, porém, o povo de Israel, que era tão galardoado por Deus com tão grandes sinais, prodígios e maravilhas em sua história, deu lugar à desobediência e passou a oferecer um culto semelhante ao de Caim, ou seja, com sacrifícios certos, porém com motivação e sentimentos errados, além de misturar a adoração a Deus com culto a deuses estranhos, numa idolatria que provocou a ira de Deus. E o resultado disso foi o sofrimento, os juízos nos cativeiros pelos quais Israel passou na Assíria e em Babilônia. O culto foi praticamente interrompido. O livro de Salmos mostra-nos essa situação: “Junto aos rios da Babilônia nos assentamos e choramos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros, que há no meio dela, penduramos as nossas harpas. Porquanto aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; e os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estranha?” (Sl 137.1-4). No período pós-exílio, o culto a Deus voltou a ser realizado com Esdras e Neemias, que restauraram o Templo e a cidade.
No Novo Testamento, o culto a Deus continuou no Templo e nas sinagogas. No Antigo Testamento, a adoração era centralizada em Deus, pois não se conhecia a pessoa de Jesus Cristo e nem a ação poderosa e marcante do Espírito Santo na vida dos adoradores. No entanto, com a morte de Cristo, sua ascensão e a descida do Espírito Santo, podemos dizer que a adoração mudou tanto o foco quanto a forma de praticá-la. No AT, só se podia oferecer culto ou sacrifícios no Tabernáculo ou no Templo. No NT, Jesus trouxe outra forma mais profunda e espiritual de adoração. Ele disse à mulher de Samaria: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.23). Essa é a grande diferença do culto neotestamentário. A mordomia da adoração é realizada “em espírito e em verdade”, e não no ritualismo e no simbolismo do culto na Antiga Aliança.

Texto extraído da obra “Tempo, Bens e Talentos”, editada pela CPAD.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Lição 13 - 2º Trimestre 2019 - O Papai do Céu Enviou Jesus! Berçário.

Lição 13 - O Papai do Céu enviou Jesus!

2º Trimestre de 2019

Objetivo da lição: Levar a criança a reconhecer, através das atividades e exposições, que por meio de Jesus podemos conhecer mais sobre quem é o Papai do Céu.
É hora do versículo: “Pois Deus mandou o seu Filho [...]” (Jo 3.17).
Na lição anterior, as crianças aprenderam que o Papai do Céu nos deu os nossos pais, biológicos, ou não, que são verdadeiras bênçãos para nós. Como somos amados e queridos por eles! Na lição de hoje, as crianças reconhecerão que o Papai do Céu enviou Jesus, o seu Filho, porque nos ama muito. Ele nos deu Jesus como também nos deu os nossos pais. Conhecendo melhor Jesus, os bebês conhecerão mais o Papai do Céu.
Para que os bebês visualizem melhor a lição prática, faça cópias da imagem abaixo e distribua entre eles para colorirem com giz de cera. Diga que o Papai do Céu enviou Jesus e Ele cuida do bebê com suas mãos fortes e poderosas.
licao13 bercario jesuseascriancas
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário