LIÇÕES BÍBLICAS Nº5
UM HOMEM
DE DEUS EM DEPRESSÃO
TEXTO AÚREO
“Em tudo
somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados;
abatidos, mas não destruídos” (2 Co 4.8,9).
VERDADE
PRÁTICA
Os conflitos de Elias o
levaram a enfrentar períodos de depressão e tristeza. Mas o Senhor ajudou-o
superar.
INTERAÇÃO
“Depressão é uma desordem psiquiátrica muito mais freqüente do
que se imaginava”. Estudos recentes mostram que 10% a 25% das pessoas que procuram
os clínicos gerais apresentam sintomas dessa enfermidade. Essas porcentagens são semelhantes ao número de casos de
hipertensão e infecções respiratórias que os clínicos atendem em seus serviços.
Ao contrário dessas doenças, entretanto, eles não costumam estar
preparados para reconhecer e tratar depressões.
Para caracterizar o diagnóstico de depressão, foi criada a
tabela de abaixo. Nela, cinco ou mais dos sintomas relacionados devem estar
presentes. Dentre eles, um é obrigatório: estado deprimido ou falta de
motivação para as tarefas diárias, há pelo menos duas semanas.
CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO DE DEPRESSÃO
(Segundo o DSM-IV, Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, 4ª edição).
1· Estado deprimido: sentir-se
deprimido a maior parte do tempo;
2· Anedônia: interesse diminuído ou perda de
prazer para realizar as atividades de rotina;
3· Sensação de inutilidade ou culpa excessiva;
4· Dificuldade de concentração:
habilidade freqüentemente diminuída para pensar e concentrar-se;
5· Fadiga ou perda de energia;
6· Distúrbios do sono: insônia ou hipersônia
praticamente diárias;
7· Problemas psicomotores: agitação ou
retardo psicomotor;
8· Perda ou ganho significativo de peso, na ausência de regime
alimentar;
9· Idéias recorrentes de morte ou suicídio.
De acordo com o número de itens respondidos afirmativamente, o
estado depressivo pode ser classificado em três grupos;
1) Depressão menor: 2 a 4 sintomas por duas ou mais
semanas, incluindo estado deprimido ou anedônia;
2) Distimia: 3ou 4 sintomas, incluindo estado
deprimido, durante dois anos, no mínimo;
3) Depressão maior: 5 ou mais sintomas por duas
semanas ou mais, incluindo estado deprimido ou anedônia. Os sintomas da depressão interferem drasticamente com a
qualidade de vida e estão associados a altos custos sociais: perda de dias no
trabalho, atendimento médico, medicamentos e suicídio.
Pelo menos 60% das pessoas que se suicidam apresentam sintomas
característicos da doença. Embora possa começar em qualquer idade, a maioria dos casos tem
seu início entre os 20 e os 40 anos. Tipicamente, os sintomas se desenvolvem no decorrer de dias ou
semanas e, se não forem tratados, podem durar de seis meses a dois anos. Passado esse período, a maioria dos pacientes retorna à vida
normal. No entanto, em 25% das vezes a doença se torna crônica.
FATORES DE RISCO PARA DEPRESSÃO
· História familiar de depressão; · Sexo feminino; · Idade mais avançada; · Episódios anteriores de depressão; · Parto recente; · Acontecimentos estressantes; · Dependência de droga. O número de casos entre mulheres é o dobro dos homens. Não se sabe se a diferença é devida a pressões sociais,
diferenças psicológicas ou ambas.
A vulnerabilidade feminina é maior no período pós-parto: cerca
de 15% das mulheres relatam sintomas de depressão nos seis meses que se seguem
ao nascimento de um filho. A doença é recorrente. Os que já tiveram um episódio de
depressão no passado correm 50% de risco de repeti-lo. Se já ocorreram dois, a probabilidade de recidiva pode chegar a
90%; e se tiverem sido três episódios, a probabilidade de acontecer o quarto
ultrapassa 90%. Como é sabido, quadros de depressão podem ser disparados por
problemas psicossociais como a perda de uma pessoa querida, do emprego ou o
final de uma relação amorosa.
No entanto, até um terço dos casos estão associados a condições
médicas como câncer, dores crônicas, doença coronariana, diabetes, epilepsia,
infecção pelo HIV, doença de Parkinson, derrame cerebral, doenças da tireóide e
outras. Diversos medicamentos de uso continuado podem provocar quadros
depressivos.
Entre eles estão os anti-hipertensivos, as anfetaminas
(incluídas em diversas fórmulas para controlar o apetite), os
benzodiazepínicos, as drogas para tratamento de gastrites e úlceras (cimetidina
e ranitidina), os contraceptivos orais, cocaína, álcool, antiinflamatórios e
derivados da cortisona. A maioria dos autores concorda que a psicoterapia pode controlar
casos leves ou moderados de depressão. O método oferece a vantagem teórica de não empregar medicamentos
e diminuir o risco de recidiva do quadro, desde que a pessoa aprenda a
reconhecer e lidar com os problemas que a conduziram a ele.
A grande desvantagem, no entanto, está na lentidão e imprevisibilidade
da resposta. A psicoterapia não deve ser indicada como tratamento exclusivo nos
casos graves. Embora reconheçam os benefícios da psicoterapia, a maioria dos
autores admite que a tendência moderna é empregar medicamentos para tratar
quadros depressivos.
O PLANO TERAPÊUTICO DEVE COMPREENDER TRÊS FASES:
1) Fase aguda: Dura seis a doze semanas, e tem o
objetivo de fazer regredir os sinais e sintomas da doença. Cerca de 70% dos pacientes responde a esta fase. Quando não ocorre resposta, o diagnóstico de depressão precisa
ser reavaliado e, se houver confirmação, o esquema de tratamento modificado.
2) Fase de continuidade: Nela, a
medicação deve ser mantida em doses plenas por quatro a nove meses, contados a
partir do desaparecimento dos sintomas, com o objetivo de evitar recidivas. A descontinuação prematura aumenta o risco de recidiva em 20% a
40%.
3) Fase de manutenção: Não tem duração
definida (pode ser mantida por muitos anos). Está indicada apenas nos casos de depressão grave, com alto risco
de recidiva ou idéias dominantes de suicídio. Deve ser considerada nas pessoas que tiveram três ou mais
episódios de depressão, ou dois episódios mais história familiar de depressão
recidivante, instalação dos sintomas antes dos 20 anos de idade ou em qualquer
caso com risco de morte.
Quem começa um tratamento desses deve ser alertado para o fato
de que os benefícios podem não ser aparentes nas primeiras duas a quatro
semanas. Nessa fase, em que alguns experimentam os efeitos colaterais dos
medicamentos sem notar melhora, muitos desistem do tratamento. Muitos portadores de depressão não se dispõem a fazer
psicoterapia nem a tomar remédio. Esses devem praticar exercício físico com
regularidade (melhora o humor e a auto-imagem) e aumentar o número de atividades
diárias capazes de lhes dar prazer. Precisam estar cientes, porém, de que depressão é doença
potencialmente grave, recidivante, capaz de evoluir independentemente do
controle voluntário.
DEPRESSÃO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Depressão é uma doença crônica, recorrente, muitas vezes com
alta concentração de casos na mesma família, que se manifesta não só em
adultos, mas também em crianças e adolescentes. Qualquer criança ou adolescente pode ficar triste, mas o que
caracteriza os quadros depressivos nessas faixas etárias é o estado
persistentemente irritado, tristonho ou atormentado que compromete as relações
familiares, as amizades e a performance escolar.
Em pelo menos 20% dos pacientes com depressão instalada na
infância ou adolescência, existe risco de surgirem distúrbios bipolares, nos
quais fases de depressão se alternam com outras de mania, caracterizadas por
euforia, agitação psicomotora, diminuição da necessidade de sono, idéias de
grandeza e comportamentos de risco. Antes da puberdade, o risco de apresentar depressão é o mesmo
para meninos ou meninas. Mais tarde, ele se torna duas vezes maior no sexo feminino.
A prevalência da enfermidade é alta: depressão está presente em
1% das crianças e em 5% dos adolescentes. Ter um dos pais com depressão aumenta de 2 a 4 vezes o risco da
criança. O quadro é mais comum entre portadores de doenças crônicas como
diabetes, epilepsia ou depois de acontecimentos estressantes como a perda de um
ente querido. Negligência dos pais ou violência sofrida na primeira infância
também aumenta o risco.
É muito difícil tratar depressão em adolescentes sem os pais
estarem esclarecidos sobre a natureza da enfermidade, seus sintomas, causas,
provável evolução e as opções medicamentosas. Os estudos mostram que 60% desses pacientes respondem ao
tratamento. Esses medicamentos apresentam menos efeitos colaterais e risco
de complicações por overdose menor do que outras classes de antidepressivos.
A recomendação é iniciar o esquema com 50% da dose e depois
ajustá-la no decorrer de três semanas de acordo com a resposta e os efeitos
colaterais. Obtida a resposta clínica, o tratamento deve ser mantido por
seis meses, no mínimo, para evitar recaídas. A terapia comportamental mostrou eficácia em ensaios clínicos, e
parece dar resultados melhores do que outras formas de psicoterapia.
Através dela os especialistas procuram ensinar aos pacientes
como encontrar prazer em atividades rotineiras, melhorar relações
interpessoais, identificar e modificar padrões cognitivos que conduzem à
depressão. Outro tipo de psicoterapia eficaz em ensaios clínicos é
conhecida como terapia interpessoal. Nela, os pacientes aprendem a lidar com dificuldades pessoais
como a perda de relacionamentos, as decepções e frustrações da vida cotidiana.
O tratamento psicoterápico deve ser mantido por seis meses, no
mínimo. Como o abuso de drogas psicoativas e suicídio são conseqüências
possíveis de quadros depressivos, os familiares devem estar atentos e
encaminhar os doentes a serviços especializados assim que surgirem os primeiros
indícios de que os problemas da depressão possam estar presentes.
DEPRESSÃO: doença que precisa de tratamento
(Ricardo Moreno - médico psiquiatra e professor do Instituto de Psiquiatria da
Universidade de São Paulo). Depressão não é tristeza. É uma doença que precisa de tratamento. Cerca de 18% das pessoas vão apresentar depressão em algum
período da vida. Quando o quadro se instala, se não for tratado convenientemente,
costuma levar vários meses para desaparecer. É também uma doença recorrente.
Quem já teve um episódio na vida, apresenta cerca de 50% de
possibilidades de manifestar outro; quem teve dois, 70% e, no caso de três
quadros bem caracterizados, esse número pode chegar a 90%. A depressão é uma patologia que atinge os mediadores bioquímicos
que agem na condução dos estímulos através dos neurônios que possuem
prolongamentos que não se tocam.
Entre um e outro, há um espaço livre chamado sinapse
absolutamente fundamental para a troca de substâncias químicas, íons e
correntes elétricas. Essas substâncias trocadas na transmissão do impulso entre
os neurônios, os neurotransmissores, vão modular a passagem do estímulo
representado por sinais elétricos. Na depressão, há um comprometimento dos neurotransmissores
responsáveis pelo funcionamento normal do cérebro”.
DIFERENÇA ENTRE TRISTEZA E DEPRESSÃO
Dráuzio – Vamos começar pela pergunta clássica: qual a
diferença entre tristeza e depressão?
R. Moreno - Tristeza é um fenômeno normal que faz parte da vida
psicológica de todos nós. Depressão é um estado patológico. Existem diferenças bem demarcadas entre uma e outra. A tristeza tem duração limitada, enquanto a depressão costuma
afetar a pessoa por mais de 15 dias. Podemos estar tristes porque alguma coisa negativa aconteceu em
nossas vidas, mas isso não nos impede de reagir com alegria se algum estímulo
agradável surgir.
Além disso, a depressão provoca sintomas como desânimo e falta
de interesse por qualquer atividade. É um transtorno que pode vir acompanhado ou não do sentimento de
tristeza e prejudica o funcionamento psicológico, social e de trabalho.
POSSIBILIDADES DE PREVENÇÃO
Dráuzio – O que se pode fazer neste mundo moderno para
não cair em depressão?
R.
Moreno – A primeira coisa é apelar para o bom-senso. Não
há uma receita básica , mas todos podemos contar com o bom-senso para conseguir
uma qualidade de vida satisfatória. Depois,
é preciso desenvolver a capacidade de enfrentar e resolver problemas,
dificuldades e conflitos.
Tanto
isso é possível que apenas 18% da população apresenta quadros depressivos ao
longo da vida. Problemas
todos temos. É necessário, dentro das possibilidades, aprender a lidar com eles
e a não deixar que nos abalem demais.
No ambiente eclesiástico é comum pensar que o crente é imune às doenças da alma. É como se o seguidor de Jesus vivesse dentro de uma redoma de vidro isolado e “protegido” de qualquer desconforto psicossocial. Ledo engano! As escrituras falam claramente das fragilidades humanas e descreve-as na vida dos maiores “gigantes espirituais”. A história da Igreja mostra-nos baluartes dos movimentos de despertamento e avivamentos espirituais – nos séculos XVIII e XIX – que sofriam profundas crises na alma. Mas o Senhor não deixou de usá-los por isso. Era o caso d David Brainerd, missionário norte-americano; John Bunyan, profícuo escritor cristão e pregador britânico; William Cowper, poeta e compositor britânico.
OBJETIVOS
Compreender a humanidade do profeta Elias.
Identificar as causas e sintomas da depressão de Elias.
Detalhar o tratamento de Deus à depressão de Elias.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Identificar as causas e sintomas da depressão de Elias.
Detalhar o tratamento de Deus à depressão de Elias.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introduzir a lição
dessa semana conceitue a depressão, suas causas e sintomas. (1) Depressão __ é
um transtorno psiquiátrico ligado a um desequilíbrio das substâncias químicas
no cérebro. Portanto, depressão não é tristeza, é uma doença que precisa ser
tratada. (2) Causas e Sintomas ___ genético, tipo de estilo de vida,
alimentação, estresse e problemas de ordem pessoal. Os sintomas gerais são:
humor deprimido, isolamento social, comportamento autodestrutivo, tentativa de
suicídio, delírios, etc. Essa é apenas uma sugestão para auxiliar na preparação
de sua aula. Não deixe, pois, de fazer a sua pesquisa. Use livros, revistas,
internet, etc. As possibilidades são muitas.
INTRODUÇÃO
Muitas vezes ficamos tão fascinados
com o registro bíblico sobre homens e mulheres de Deus, que acabamos esquecendo
que todos eram humanos! Passamos a enxergá-los como heróis e como tal
acreditamos que eles não tinham falhas. Todavia, a Escritura mostra os homens
de Deus como de fato são _ homens fiéis, vigorosos, destemidos, corajosos e
ousados _ mas ainda assim humanos.
Com Elias também foi assim. Ele foi
um profeta que deixou seu legado na história bíblica como um gigante
espiritual. Um servo de Deus de profunda convicção espiritual e consciente de
sua missão profética. Por causa disso enfrentou soberanos, falsos profetas e o
coração de um povo dividido. Isso deixou uma sobrecarga sobre ele, e foi isso
que fez aflorar na vida do profeta de Tesbe, todo o seu lado humano, frágil e
carente da ajuda divina.
PALAVRA CHAVE
Depressão: Distúrbio mental
caracterizado por desânimo, sensação de cansaço, ansiedade em grau maior ou
menor.
I-
ELIAS _ UM HOMEM COMO
OS OUTROS.
1-
Um homem espiritual. Elias era um homem espiritual e
vários fatos narrados nas Escrituras atestam essa verdade. Primeiramente, vemos
Elias como um profeta profundamente envolvido com a palavra de Deus: “E que
conforme a tua Palavra fiz todas estas coisas” (1Rs 18.36). Em segundo lugar, o
profeta de Tesbe possuía uma profunda vida devocional. Ele era um homem de
oração: “E Acabe subiu a comer e a beber; mas Elias subiu ao cume do Carmelo, e
se inclinou por terra, e meteu o seu rosto entre os seus joelhos. E disse ao
seu moço: Sobe agora e olha para a banda do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não
há nada. Então, disse ele: Torna lá sete vezes” (1Rs 18.42,43). Elias conhecia
os infinitos recursos da oração!
2-
Um homem sentimental. Mas Elias não era apenas um homem
espiritual, ele também era sentimental. O apóstolo Tiago afirma que: “Elias era
homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse, e,
por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra” (Tg 5.17). Tiago diz duas
coisas importantíssimas sobre Elias que nos parecemos esquecer: primeiramente
“Elias era homem”. Elias foi um gigante espiritual, mas era homem! Não era um
anjo! Em segundo lugar, Elias possuía “as mesmas paixões”. Elias não era apenas
espiritual, era também sentimental! Alegrava-se, mas também entristecia-se!
Talvez o que distingue Elias dos demais mortais é que ele não maquiava seus
sentimentos. Ele os punha para fora.
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Elias era um homem como outro qualquer.
Sujeito às intempéries da vida.
II-
AS CAUSAS DOS CONFLITOS
DE ELIAS.
1. Decepção. O capítulo 18 do primeiro livro de
Reis narra a fantástica vitória que o profeta Elias obtivera sobre os profetas
de Baal. O Senhor havia respondido a oração do seu servo, enviando fogo do céu
em resposta à sua oração (1Rs 18.38). O que Elias esperava em resposta a esse
avivamento era um total quebrantamento do povo, incluindo a casa real. Todavia,
o avivamento não alcançou as proporções desejadas. A casa de Acabe ficou
insensível. Jezabel mandou dizer a Elias, em tom de ameaça: “Assim me façam os
deuses e outro tanto, se decerto amanhã a estas horas não puser a tua vida como
a de um deles” (1Rs 19.2). Parece que a vitória havia se convertido em derrota!
Sem dúvida, Elias havia ficado decepcionado, não com o seu Deus, mas com o
príncipe de seu povo.
2.Medo. Diante da ameaça de morte
sentenciada pela rainha Jezabel, a reação de Elias foi imediata. “O que vendo
ele, se levantou, e, para escapar com vida, se foi, e veio a Berseba, que é de
Judá, e deixou ali seu moço” (1Rs 19.3). Elias teve medo e fugiu! O homem que
havia confrontado Acabe e os profetas de Baal e Aserá, agora fugia temendo
morrer pela mão de uma mulher! Não devemos esquecer que Elias era um homem
semelhante a nós e sujeito aos mesmos sentimentos (Tg 5.17). Os gigantes também
possuem seus momentos de fraqueza! Não há dúvidas que aqui os sentimentos
falaram mais alto do que a fé!
SINOPSE
DO TÓPICO (2)
Os conflitos de Elias
estavam associados à decepção e o medo.
III-
AS CONSEQUÊNCIAS DOS
CONFLITOS.
1. Fuga e isolamento. O texto sagrado destaca a fuga do profeta Elias (1Rs 19.3).
O homem de Deus que havia enfrentado situações tão adversas, agora se vê
impotente diante das ameaças de uma rainha pagã. Ele se viu sem escapatória
diante dessa nova situação e temeu por sua vida. Humanamente falando era ficar
ou morrer. Devemos observar que o Senhor recriminou Elias por isso; nós também
não devemos fazê-lo. Por outro lado, Elias não apenas fugiu; ele também se
isolou. “E ele se foi ao deserto” (1Rs 19.4). Essa é a marca de uma pessoa
deprimida __ ela busca o isolamento. Somos seres sociais e como tais, não
podemos viver no isolamento.
2. Autopiedade e desejo de morrer. Vemos ainda as marcas do
comportamento depressivo do profeta na sua atitude de autopiedade __ um termo
sinônimo para autocomiseração, cunhado pelos psicólogos. Elias achava que
somente ele ficara como um servo fiel do Senhor: “Eu fiquei só” (1Rs 19.10).
Ele achava ainda que todos haviam apostatado ou abandonado à fé. Não havia mais
fiéis, somente ele. Como o texto deixa claro, isso era ver a realidade de forma
distorcida. Deus possuía ainda sete mil (1Rs 19.18). Mas Elias foi mais além __
ele agora queria morrer: “e pediu em seu ânimo a morte” (1Rs 19.4). Os
psicólogos observam que este é o sintoma de uma pessoa com depressão profunda.
Ela perde o encanto pela vida. Elias, portanto, precisava urgentemente da ajuda
do Senhor.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Algumas características que podem descrever a depressão de Elias são:
desejo de fuga, isolamento, autopiedade e desejo de morrer.
IV- O SOCORRO DIVINO.
1. Provisão física. O socorro do Senhor chegou até o profeta na forma de
provisão física e material: “E deitou-se e dormiu debaixo de um zimbro; e eis
que, então, um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come” (1Rs 19.5). Os
psicólogos veem aqui um dos sintomas da depressão de Elias __ a inapetência ou
alteração dos hábitos alimentares. Nesse estado, a pessoa pode não querer comer
como também pode possuir um apetite exagerado. Em ambos os casos é necessário o
auxílio de terceiros. No caso do profeta, o anjo do Senhor é quem o auxilia
providenciando-lhe alimento. Ele precisava alimentar-se e Deus fez com que isso
fosse providenciado: “E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido
sobre as brasas e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se”
(1Rs 19.6).
2. Provisão espiritual. Elias alimentou-se de pão e água __ elementos de natureza
material. Todavia, a forma e o instrumento usado por Deus para fazê-los chegar
até ao profeta eram de natureza espiritual. Como já vimos, o texto sagrado diz
que um anjo do Senhor foi quem providenciou aqueles víveres para o profeta (1Rs 19.5,6).
Mas não foi apenas um anjo que prestou auxílio ao profeta; o próprio Deus a
quem Elias servia o conduziu durante todo o tempo. A própria ida de Elias ao
monte Horebe fez parte dessa terapia. Ali, Elias seria revitalizado não apenas
na sua vida espiritual, mas também na sua vida emocional (1Rs 19.8-15).
SINOPSE DO TÓPICO (4)
O socorro divino trouxe provisão
física e espiritual ao profeta Elias.
CONCLUSÃO
Acabamos de observar que os homens de Deus também têm conflitos. Padecem
também dos males comuns a todos os mortais. Todavia, perceptível que o servo de
Deus conta com uma forma de auxílio diferenciado __ ele não está sozinho neste
mundo. Por isso, não depende apenas dos recursos humanos que são tão limitados.
O Senhor faz-se presente nas horas conflituosas da vida e presta-nos o seu
auxílio. Lemos nos Salmos: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem
presente na angústia” (Sl 46.1).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
DEVER, Mark. A Mensagem do Antigo
Testamento: Uma
exposição Teológica e Homilética. I. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. SEAMANDS. Stephen. Feridas que curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz.
I. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.