quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

LIÇÃO 5 - 1º TRIMESTRE 2013 - UM HOMEM DE DEUS EM DEPRESSÃO.


LIÇÕES BÍBLICAS Nº5
UM HOMEM DE DEUS EM DEPRESSÃO
03 de Fevereiro de 2013.
TEXTO AÚREO
“Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; abatidos, mas não destruídos” (2 Co 4.8,9).

VERDADE PRÁTICA
Os conflitos de Elias o levaram a enfrentar períodos de depressão e tristeza. Mas o Senhor ajudou-o superar.

INTERAÇÃO

“Depressão é uma desordem psiquiátrica muito mais freqüente do que se imaginava”. Estudos recentes mostram que 10% a 25% das pessoas que procuram os clínicos gerais apresentam sintomas dessa enfermidade. Essas porcentagens são semelhantes ao número de casos de hipertensão e infecções respiratórias que os clínicos atendem em seus serviços. Ao contrário dessas doenças, entretanto, eles não costumam estar preparados para reconhecer e tratar depressões.
Para caracterizar o diagnóstico de depressão, foi criada a tabela de abaixo. Nela, cinco ou mais dos sintomas relacionados devem estar presentes. Dentre eles, um é obrigatório: estado deprimido ou falta de motivação para as tarefas diárias, há pelo menos duas semanas. 
CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO DE DEPRESSÃO
(Segundo o DSM-IV, Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4ª edição). 
1· Estado deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo;
2· Anedônia: interesse diminuído ou perda de prazer para realizar as atividades de rotina;
3· Sensação de inutilidade ou culpa excessiva;
4· Dificuldade de concentração: habilidade freqüentemente diminuída para pensar e concentrar-se;
5· Fadiga ou perda de energia;
6· Distúrbios do sono: insônia ou hipersônia praticamente diárias;
7· Problemas psicomotores: agitação ou retardo psicomotor;
8· Perda ou ganho significativo de peso, na ausência de regime alimentar;
9· Idéias recorrentes de morte ou suicídio. 
De acordo com o número de itens respondidos afirmativamente, o estado depressivo pode ser classificado em três grupos;
1) Depressão menor: 2 a 4 sintomas por duas ou mais semanas, incluindo estado deprimido ou anedônia;
2) Distimia: 3ou 4 sintomas, incluindo estado deprimido, durante dois anos, no mínimo;
3) Depressão maior: 5 ou mais sintomas por duas semanas ou mais, incluindo estado deprimido ou anedônia. Os sintomas da depressão interferem drasticamente com a qualidade de vida e estão associados a altos custos sociais: perda de dias no trabalho, atendimento médico, medicamentos e suicídio.
Pelo menos 60% das pessoas que se suicidam apresentam sintomas característicos da doença. Embora possa começar em qualquer idade, a maioria dos casos tem seu início entre os 20 e os 40 anos. Tipicamente, os sintomas se desenvolvem no decorrer de dias ou semanas e, se não forem tratados, podem durar de seis meses a dois anos. Passado esse período, a maioria dos pacientes retorna à vida normal. No entanto, em 25% das vezes a doença se torna crônica.
FATORES DE RISCO PARA DEPRESSÃO
· História familiar de depressão; · Sexo feminino; · Idade mais avançada; · Episódios anteriores de depressão; · Parto recente; · Acontecimentos estressantes; · Dependência de droga. O número de casos entre mulheres é o dobro dos homens.  Não se sabe se a diferença é devida a pressões sociais, diferenças psicológicas ou ambas.
A vulnerabilidade feminina é maior no período pós-parto: cerca de 15% das mulheres relatam sintomas de depressão nos seis meses que se seguem ao nascimento de um filho. A doença é recorrente. Os que já tiveram um episódio de depressão no passado correm 50% de risco de repeti-lo. Se já ocorreram dois, a probabilidade de recidiva pode chegar a 90%; e se tiverem sido três episódios, a probabilidade de acontecer o quarto ultrapassa 90%. Como é sabido, quadros de depressão podem ser disparados por problemas psicossociais como a perda de uma pessoa querida, do emprego ou o final de uma relação amorosa. 
No entanto, até um terço dos casos estão associados a condições médicas como câncer, dores crônicas, doença coronariana, diabetes, epilepsia, infecção pelo HIV, doença de Parkinson, derrame cerebral, doenças da tireóide e outras. Diversos medicamentos de uso continuado podem provocar quadros depressivos.
Entre eles estão os anti-hipertensivos, as anfetaminas (incluídas em diversas fórmulas para controlar o apetite), os benzodiazepínicos, as drogas para tratamento de gastrites e úlceras (cimetidina e ranitidina), os contraceptivos orais, cocaína, álcool, antiinflamatórios e derivados da cortisona. A maioria dos autores concorda que a psicoterapia pode controlar casos leves ou moderados de depressão. O método oferece a vantagem teórica de não empregar medicamentos e diminuir o risco de recidiva do quadro, desde que a pessoa aprenda a reconhecer e lidar com os problemas que a conduziram a ele.
A grande desvantagem, no entanto, está na lentidão e imprevisibilidade da resposta. A psicoterapia não deve ser indicada como tratamento exclusivo nos casos graves. Embora reconheçam os benefícios da psicoterapia, a maioria dos autores admite que a tendência moderna é empregar medicamentos para tratar quadros depressivos. 
O PLANO TERAPÊUTICO DEVE COMPREENDER TRÊS FASES: 
1) Fase aguda: Dura seis a doze semanas, e tem o objetivo de fazer regredir os sinais e sintomas da doença.  Cerca de 70% dos pacientes responde a esta fase. Quando não ocorre resposta, o diagnóstico de depressão precisa ser reavaliado e, se houver confirmação, o esquema de tratamento modificado. 
2) Fase de continuidade: Nela, a medicação deve ser mantida em doses plenas por quatro a nove meses, contados a partir do desaparecimento dos sintomas, com o objetivo de evitar recidivas.  A descontinuação prematura aumenta o risco de recidiva em 20% a 40%. 
3) Fase de manutenção: Não tem duração definida (pode ser mantida por muitos anos). Está indicada apenas nos casos de depressão grave, com alto risco de recidiva ou idéias dominantes de suicídio. Deve ser considerada nas pessoas que tiveram três ou mais episódios de depressão, ou dois episódios mais história familiar de depressão recidivante, instalação dos sintomas antes dos 20 anos de idade ou em qualquer caso com risco de morte.
Quem começa um tratamento desses deve ser alertado para o fato de que os benefícios podem não ser aparentes nas primeiras duas a quatro semanas. Nessa fase, em que alguns experimentam os efeitos colaterais dos medicamentos sem notar melhora, muitos desistem do tratamento. Muitos portadores de depressão não se dispõem a fazer psicoterapia nem a tomar remédio. Esses devem praticar exercício físico com regularidade (melhora o humor e a auto-imagem) e aumentar o número de atividades diárias capazes de lhes dar prazer. Precisam estar cientes, porém, de que depressão é doença potencialmente grave, recidivante, capaz de evoluir independentemente do controle voluntário. 
DEPRESSÃO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Depressão é uma doença crônica, recorrente, muitas vezes com alta concentração de casos na mesma família, que se manifesta não só em adultos, mas também em crianças e adolescentes. Qualquer criança ou adolescente pode ficar triste, mas o que caracteriza os quadros depressivos nessas faixas etárias é o estado persistentemente irritado, tristonho ou atormentado que compromete as relações familiares, as amizades e a performance escolar.
Em pelo menos 20% dos pacientes com depressão instalada na infância ou adolescência, existe risco de surgirem distúrbios bipolares, nos quais fases de depressão se alternam com outras de mania, caracterizadas por euforia, agitação psicomotora, diminuição da necessidade de sono, idéias de grandeza e comportamentos de risco. Antes da puberdade, o risco de apresentar depressão é o mesmo para meninos ou meninas. Mais tarde, ele se torna duas vezes maior no sexo feminino.
A prevalência da enfermidade é alta: depressão está presente em 1% das crianças e em 5% dos adolescentes. Ter um dos pais com depressão aumenta de 2 a 4 vezes o risco da criança.  O quadro é mais comum entre portadores de doenças crônicas como diabetes, epilepsia ou depois de acontecimentos estressantes como a perda de um ente querido. Negligência dos pais ou violência sofrida na primeira infância também aumenta o risco.
É muito difícil tratar depressão em adolescentes sem os pais estarem esclarecidos sobre a natureza da enfermidade, seus sintomas, causas, provável evolução e as opções medicamentosas. Os estudos mostram que 60% desses pacientes respondem ao tratamento. Esses medicamentos apresentam menos efeitos colaterais e risco de complicações por overdose menor do que outras classes de antidepressivos.
A recomendação é iniciar o esquema com 50% da dose e depois ajustá-la no decorrer de três semanas de acordo com a resposta e os efeitos colaterais. Obtida a resposta clínica, o tratamento deve ser mantido por seis meses, no mínimo, para evitar recaídas. A terapia comportamental mostrou eficácia em ensaios clínicos, e parece dar resultados melhores do que outras formas de psicoterapia.
Através dela os especialistas procuram ensinar aos pacientes como encontrar prazer em atividades rotineiras, melhorar relações interpessoais, identificar e modificar padrões cognitivos que conduzem à depressão. Outro tipo de psicoterapia eficaz em ensaios clínicos é conhecida como terapia interpessoal. Nela, os pacientes aprendem a lidar com dificuldades pessoais como a perda de relacionamentos, as decepções e frustrações da vida cotidiana.
O tratamento psicoterápico deve ser mantido por seis meses, no mínimo. Como o abuso de drogas psicoativas e suicídio são conseqüências possíveis de quadros depressivos, os familiares devem estar atentos e encaminhar os doentes a serviços especializados assim que surgirem os primeiros indícios de que os problemas da depressão possam estar presentes. 
DEPRESSÃO: doença que precisa de tratamento (Ricardo Moreno - médico psiquiatra e professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo). Depressão não é tristeza.  É uma doença que precisa de tratamento. Cerca de 18% das pessoas vão apresentar depressão em algum período da vida. Quando o quadro se instala, se não for tratado convenientemente, costuma levar vários meses para desaparecer. É também uma doença recorrente. 
Quem já teve um episódio na vida, apresenta cerca de 50% de possibilidades de manifestar outro; quem teve dois, 70% e, no caso de três quadros bem caracterizados, esse número pode chegar a 90%. A depressão é uma patologia que atinge os mediadores bioquímicos que agem na condução dos estímulos através dos neurônios que possuem prolongamentos que não se tocam.
Entre um e outro, há um espaço livre chamado sinapse absolutamente fundamental para a troca de substâncias químicas, íons e correntes elétricas. Essas substâncias trocadas na transmissão do impulso entre os neurônios, os neurotransmissores, vão modular a passagem do estímulo representado por sinais elétricos. Na depressão, há um comprometimento dos neurotransmissores responsáveis pelo funcionamento normal do cérebro”. 
DIFERENÇA ENTRE TRISTEZA E DEPRESSÃO
Dráuzio – Vamos começar pela pergunta clássica: qual a diferença entre tristeza e depressão?
R. Moreno - Tristeza é um fenômeno normal que faz parte da vida psicológica de todos nós. Depressão é um estado patológico. Existem diferenças bem demarcadas entre uma e outra. A tristeza tem duração limitada, enquanto a depressão costuma afetar a pessoa por mais de 15 dias. Podemos estar tristes porque alguma coisa negativa aconteceu em nossas vidas, mas isso não nos impede de reagir com alegria se algum estímulo agradável surgir.
Além disso, a depressão provoca sintomas como desânimo e falta de interesse por qualquer atividade. É um transtorno que pode vir acompanhado ou não do sentimento de tristeza e prejudica o funcionamento psicológico, social e de trabalho. 
POSSIBILIDADES DE PREVENÇÃO
Dráuzio – O que se pode fazer neste mundo moderno para não cair em depressão?
R. Moreno – A primeira coisa é apelar para o bom-senso. Não há uma receita básica , mas todos podemos contar com o bom-senso para conseguir uma qualidade de vida satisfatória. Depois, é preciso desenvolver a capacidade de enfrentar e resolver problemas, dificuldades e conflitos.

Tanto isso é possível que apenas 18% da população apresenta quadros depressivos ao longo da vida. Problemas todos temos. É necessário, dentro das possibilidades, aprender a lidar com eles e a não deixar que nos abalem demais.

No ambiente eclesiástico é comum pensar que o crente é imune às doenças da alma. É como se o seguidor de Jesus vivesse dentro de uma redoma de vidro isolado e “protegido” de qualquer desconforto psicossocial. Ledo engano! As escrituras falam claramente das fragilidades humanas e descreve-as na vida dos maiores “gigantes espirituais”. A história da Igreja mostra-nos baluartes dos movimentos de despertamento e avivamentos espirituais – nos séculos XVIII e XIX – que sofriam profundas crises na alma. Mas o Senhor não deixou de usá-los por isso. Era o caso d David Brainerd, missionário norte-americano; John Bunyan, profícuo escritor cristão e pregador britânico; William Cowper, poeta e compositor britânico.
OBJETIVOS
Compreender a humanidade do profeta Elias.
Identificar as causas e sintomas da depressão de Elias.
Detalhar o tratamento de Deus à depressão de Elias.
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para introduzir a lição dessa semana conceitue a depressão, suas causas e sintomas. (1) Depressão __ é um transtorno psiquiátrico ligado a um desequilíbrio das substâncias químicas no cérebro. Portanto, depressão não é tristeza, é uma doença que precisa ser tratada. (2) Causas e Sintomas ___ genético, tipo de estilo de vida, alimentação, estresse e problemas de ordem pessoal. Os sintomas gerais são: humor deprimido, isolamento social, comportamento autodestrutivo, tentativa de suicídio, delírios, etc. Essa é apenas uma sugestão para auxiliar na preparação de sua aula. Não deixe, pois, de fazer a sua pesquisa. Use livros, revistas, internet, etc. As possibilidades são muitas.
INTRODUÇÃO

Muitas vezes ficamos tão fascinados com o registro bíblico sobre homens e mulheres de Deus, que acabamos esquecendo que todos eram humanos! Passamos a enxergá-los como heróis e como tal acreditamos que eles não tinham falhas. Todavia, a Escritura mostra os homens de Deus como de fato são _ homens fiéis, vigorosos, destemidos, corajosos e ousados _ mas ainda assim humanos.
Com Elias também foi assim. Ele foi um profeta que deixou seu legado na história bíblica como um gigante espiritual. Um servo de Deus de profunda convicção espiritual e consciente de sua missão profética. Por causa disso enfrentou soberanos, falsos profetas e o coração de um povo dividido. Isso deixou uma sobrecarga sobre ele, e foi isso que fez aflorar na vida do profeta de Tesbe, todo o seu lado humano, frágil e carente da ajuda divina.
PALAVRA CHAVE
Depressão: Distúrbio mental caracterizado por desânimo, sensação de cansaço, ansiedade em grau maior ou menor.

I-                  ELIAS _ UM HOMEM COMO OS OUTROS.

1-    Um homem espiritual. Elias era um homem espiritual e vários fatos narrados nas Escrituras atestam essa verdade. Primeiramente, vemos Elias como um profeta profundamente envolvido com a palavra de Deus: “E que conforme a tua Palavra fiz todas estas coisas” (1Rs 18.36). Em segundo lugar, o profeta de Tesbe possuía uma profunda vida devocional. Ele era um homem de oração: “E Acabe subiu a comer e a beber; mas Elias subiu ao cume do Carmelo, e se inclinou por terra, e meteu o seu rosto entre os seus joelhos. E disse ao seu moço: Sobe agora e olha para a banda do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não há nada. Então, disse ele: Torna lá sete vezes” (1Rs 18.42,43). Elias conhecia os infinitos recursos da oração!

2-    Um homem sentimental. Mas Elias não era apenas um homem espiritual, ele também era sentimental. O apóstolo Tiago afirma que: “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra” (Tg 5.17). Tiago diz duas coisas importantíssimas sobre Elias que nos parecemos esquecer: primeiramente “Elias era homem”. Elias foi um gigante espiritual, mas era homem! Não era um anjo! Em segundo lugar, Elias possuía “as mesmas paixões”. Elias não era apenas espiritual, era também sentimental! Alegrava-se, mas também entristecia-se! Talvez o que distingue Elias dos demais mortais é que ele não maquiava seus sentimentos. Ele os punha para fora.

SINOPSE DO TÓPICO (1)

Elias era um homem como outro qualquer.
Sujeito às intempéries da vida.

II-             AS CAUSAS DOS CONFLITOS DE ELIAS.
1. Decepção. O capítulo 18 do primeiro livro de Reis narra a fantástica vitória que o profeta Elias obtivera sobre os profetas de Baal. O Senhor havia respondido a oração do seu servo, enviando fogo do céu em resposta à sua oração (1Rs 18.38). O que Elias esperava em resposta a esse avivamento era um total quebrantamento do povo, incluindo a casa real. Todavia, o avivamento não alcançou as proporções desejadas. A casa de Acabe ficou insensível. Jezabel mandou dizer a Elias, em tom de ameaça: “Assim me façam os deuses e outro tanto, se decerto amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles” (1Rs 19.2). Parece que a vitória havia se convertido em derrota! Sem dúvida, Elias havia ficado decepcionado, não com o seu Deus, mas com o príncipe de seu povo.

2.Medo. Diante da ameaça de morte sentenciada pela rainha Jezabel, a reação de Elias foi imediata. “O que vendo ele, se levantou, e, para escapar com vida, se foi, e veio a Berseba, que é de Judá, e deixou ali seu moço” (1Rs 19.3). Elias teve medo e fugiu! O homem que havia confrontado Acabe e os profetas de Baal e Aserá, agora fugia temendo morrer pela mão de uma mulher! Não devemos esquecer que Elias era um homem semelhante a nós e sujeito aos mesmos sentimentos (Tg 5.17). Os gigantes também possuem seus momentos de fraqueza! Não há dúvidas que aqui os sentimentos falaram mais alto do que a fé!

SINOPSE DO TÓPICO (2)
Os conflitos de Elias estavam associados à decepção e o medo.

III-          AS CONSEQUÊNCIAS DOS CONFLITOS.

1.     Fuga e isolamento. O texto sagrado destaca a fuga do profeta Elias (1Rs 19.3). O homem de Deus que havia enfrentado situações tão adversas, agora se vê impotente diante das ameaças de uma rainha pagã. Ele se viu sem escapatória diante dessa nova situação e temeu por sua vida. Humanamente falando era ficar ou morrer. Devemos observar que o Senhor recriminou Elias por isso; nós também não devemos fazê-lo. Por outro lado, Elias não apenas fugiu; ele também se isolou. “E ele se foi ao deserto” (1Rs 19.4). Essa é a marca de uma pessoa deprimida __ ela busca o isolamento. Somos seres sociais e como tais, não podemos viver no isolamento.

2.     Autopiedade e desejo de morrer. Vemos ainda as marcas do comportamento depressivo do profeta na sua atitude de autopiedade __ um termo sinônimo para autocomiseração, cunhado pelos psicólogos. Elias achava que somente ele ficara como um servo fiel do Senhor: “Eu fiquei só” (1Rs 19.10). Ele achava ainda que todos haviam apostatado ou abandonado à fé. Não havia mais fiéis, somente ele. Como o texto deixa claro, isso era ver a realidade de forma distorcida. Deus possuía ainda sete mil (1Rs 19.18). Mas Elias foi mais além __ ele agora queria morrer: “e pediu em seu ânimo a morte” (1Rs 19.4). Os psicólogos observam que este é o sintoma de uma pessoa com depressão profunda. Ela perde o encanto pela vida. Elias, portanto, precisava urgentemente da ajuda do Senhor.  

SINOPSE DO TÓPICO (3)

Algumas características que podem descrever a depressão de Elias são: desejo de fuga, isolamento, autopiedade e desejo de morrer. 

IV-    O SOCORRO DIVINO.

1.     Provisão física. O socorro do Senhor chegou até o profeta na forma de provisão física e material: “E deitou-se e dormiu debaixo de um zimbro; e eis que, então, um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come” (1Rs 19.5). Os psicólogos veem aqui um dos sintomas da depressão de Elias __ a inapetência ou alteração dos hábitos alimentares. Nesse estado, a pessoa pode não querer comer como também pode possuir um apetite exagerado. Em ambos os casos é necessário o auxílio de terceiros. No caso do profeta, o anjo do Senhor é quem o auxilia providenciando-lhe alimento. Ele precisava alimentar-se e Deus fez com que isso fosse providenciado: “E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se” (1Rs 19.6).

2.     Provisão espiritual. Elias alimentou-se de pão e água __ elementos de natureza material. Todavia, a forma e o instrumento usado por Deus para fazê-los chegar até ao profeta eram de natureza espiritual. Como já vimos, o texto sagrado diz que um anjo do Senhor foi quem providenciou  aqueles víveres para o profeta (1Rs 19.5,6). Mas não foi apenas um anjo que prestou auxílio ao profeta; o próprio Deus a quem Elias servia o conduziu durante todo o tempo. A própria ida de Elias ao monte Horebe fez parte dessa terapia. Ali, Elias seria revitalizado não apenas na sua vida espiritual, mas também na sua vida emocional (1Rs 19.8-15). 

SINOPSE DO TÓPICO (4)

O socorro divino trouxe provisão física e espiritual ao profeta Elias. 
CONCLUSÃO

Acabamos de observar que os homens de Deus também têm conflitos. Padecem também dos males comuns a todos os mortais. Todavia, perceptível que o servo de Deus conta com uma forma de auxílio diferenciado __ ele não está sozinho neste mundo. Por isso, não depende apenas dos recursos humanos que são tão limitados. O Senhor faz-se presente nas horas conflituosas da vida e presta-nos o seu auxílio. Lemos nos Salmos: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia” (Sl 46.1).  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

DEVER, Mark. A Mensagem do Antigo Testamento: Uma exposição Teológica e Homilética. I. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.  SEAMANDS. Stephen. Feridas que curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. I. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Conteúdo adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para as lições do 1º Trimestre de 2013
Elias e Eliseu - Um ministério de poder para toda a igreja
  • Lição 5 - Um Homem de Deus em Depressão



    INTRODUÇÃO
    I. ELIAS – UM HOMEM COMO OS OUTROS
    II. AS CAUSAS DOS CONFLITOS DE ELIAS
    III – AS CONSEQUÊNCIAS DOS CONFLITOS
    IV – O SOCORRO DIVINO

    CONCLUSÃO
    ORIGEM E NATUREZA DA ENFERMIDADE

    Por

    Vernon Purdy

    Onde o sofrimento humano teve sua origem? Já fazia parte do plano de Deus, ou foi resultado de alguma coisa que contradizia a intenção divina para com a criação? A Bíblia, no sentido global, ensina a segunda posição. Não se quer dizer com isto que Deus não antevia a possibilidade do sofrimento. Muito pelo contrário. A Bíblia expressa claramente que Ele o levara em conta: Jesus Cristo é o Cordeiro “que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). Deus não foi tomado de surpresa.

    A questão que se nos apresenta, de máxima importância, é se foi o próprio Deus quem determinou que houvesse o sofrimento humano. A Bíblia deixa claro que não. O sofrimento humano é consequencia da queda de Adão, não da vontade de Deus. Deus condena a maldade humana. Adão, nosso representante no Jardim, trouxe a condenação a todos nós, ato que não surgiu da volição de Deus, mas da vontade do homem. O desejo de Deus é certamente abençoar a sua criação, e não prejudicá-la (Gn 12.3; Tg 1.17).

    Essa última verdade bíblica indica, então, a origem do sofrimento humano: nossa condição de caídos no pecado. A culpa recai sobre Adão e seus descendentes, e não sobre Deus. James Crenshaw indica que, no Antigo Testamento, a questão não era teodiceia [gr. Theós, “Deus” e dikê, “justiça”] – ou como podemos afirmar que Deus é justo –, mas “antropodiceia” [do grego antropos, “homem” e dikê, “justiça”] – como podemos justificar os seres humanos.

    A Queda foi o resultado da rebelião de Adão, catastrófica em seus resultados e cósmica nas suas proporções. O mundo, no seu estado edênico, desconhecia o sofrimento humano. E, nos novos céus e nova Terra de Deus, o sofrimento tampouco subsistirá. O sofrimento é fundamentalmente contrário à vontade de Deus.

    Alguns talvez argumentem que o sofrimento não existiria se não fosse da vontade de Deus. Há duas respostas para refutar esse argumento. A primeira é que o sofrimento existe sob os auspícios do reino justo de Deus, que o tolera mesmo sem ter sido elaborado ou desejado por Ele. A segunda é que existem neste mundo muitas coisas, tais como o próprio pecado, também provisoriamente toleradas por Deus.

    Porém, assim como a Bíblia informa que virá o tempo em que o pecado será vencido para sempre, prediz também o tempo em que o sofrimento humano não mais existirá (Ap 21.4). O fato da existência do pecado e do sofrimento não indica serem da vontade de Deus. Embora Deus tenha optado por permitir a existência do pecado e da enfermidade, ambos são contradições fundamentais à intenção divina para com a criação. O mundo e tudo quanto nele existia era, segundo o testemunho mais antigo das Escrituras, “muito bom” (Gn 1.31). Não há fundamento bíblico para se supor que o desejo de Deus fosse o de uma criação contorcendo-se pelas dores da Queda. Tais agonias foram provocadas pelo ser humano, e Deus foi ao extremo para corrigir esse estado, por meio de um plano de redenção.

    O domínio dos poderes das trevas também afeta a realidade presente do sofrimento. Herman Ridderbos diz que “não somente o pecado, mas também o sofrimento, a opressão, a ansiedade e a adversidade pertencem ao domínio de Satanás” (ver 1 Co 5.5; 2Co 12.7; 1 Ts 2,18; 1Tm 1.20). A experiência presente do universo criado deve-se não à vontade de Deus, mas “ao fato de o cosmo ser o mundo virado contra Deus”.

    Embora não devamos nos basear em documentos extrabíblicos como fonte de doutrina, alguns demonstram com muita clareza que o próprio Judaísmo sustentava ser o sofrimento humano consequencia da rebelião do homem, e não da vontade divina: “Embora as coisas tenham sido criadas na sua plenitude, foram corrompidas quando o primeiro homem pecou, e não voltarão à sua condição ideal antes da vinda de Ben Perez [o Messias]” [Enst Kasemann, Commentary on Romans, trad. e ed. Geoffrey W. Bromiley (Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans, 1980), 233. “Gênesis Rabbah” 12.6, Midrash Rabbah, Rabbi H. Freeman, trad.]. Este texto demonstra claramente as expectativas messiânicas do povo judaico nos tempos de Jesus. Não admira que seus milagres suscitassem tanta emoção e admiração. Eram os sinais do Messias, que restauraria o mundo caído, bem como os seus habitantes. Os milagres de cura, operados por Jesus, revelam que o desejo de Deus é restaurar, tanto física quanto espiritualmente, a humanidade arruinada.

    Texto extraído da “Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal”, editada pela CPAD.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013


LIÇÃO 4
ELIAS E OS PROFETAS DE BAAL
27 de janeiro de 2013

TEXTO ÁUREO

“Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada” (1RS 18.21).

VERDADE PRÁTICA


O confronto entre Elias e os profetas de Baal marcou definitivamente a separação entre a verdadeira e a falsa adoração em Israel.


INTERAÇÃO

Não são poucos os falsos profetas que tentam atormentar a vida daqueles que servem a Jesus. O pior é que estes em geral conhecem os sentimentos e as fragilidades espirituais dos que os ouvem, e não perdem a oportunidade de lembrá-los de que tem autoridade para determinar-lhes a “vontade divina”. Prezado professor, não são poucos os casos com que nos deparamos com esse tipo de pessoa, por isso, oriente seus alunos quanto a esse perigo. Encoraje-os a não temerem os falsos profetas. A ordem de Jesus para nós em relação a estes enganadores é: “Acautelai-vos”.

OBJETIVOS

Destacar a importância de se confrontar os falsos deuses.


Explicar quais são os perigos de dar crédito aos falsos profetas.


Conscientizar-se da necessidade de confrontar a falsa adoração.  


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para concluir o terceiro tópico da lição, reproduza o esquema da página seguinte de acordo com as suas possibilidades. Explique aos alunos que a adoração vai muito além do culto semanal. Ela é um estilo de vida. Não há como enganar a si mesmo vinte e quatro horas por dia. Adoração verdadeira é fruto da sinceridade do coração. Não há lugar para dissimulação, perversidade e mentiras. Mas sim para a verdade, o amor e a voluntariedade. É tudo aquilo que revela a essência da vida. Sejamos, pois, verdadeiros adoradores! 

PALAVRA CHAVE
FALSO:
Contrário a realidade; fingimento,dissimulação, dolo.
INTRODUÇÃO

O confronto de Elias com os profetas de Baal, conforme narrado no décimo oitavo capítulo do livro de 1 Reis, foi um dos fatos mais significativos da História bíblica. Mais significativo ainda foi a vitória que o profeta de Tesbe obteve sobre os falsos profetas: significou a continuidade da existência de Israel como povo a quem Deus havia escolhido para cumprir seu propósito salvífico com a humanidade.

Nesta lição, estudaremos como o profeta Elias foi usado pelo Senhor para confrontar os falsos profetas com seus falsos deuses, fazendo com que o povo de Deus abandonasse a falsa adoração.

I-                CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES.

1. Conhecendo o falso deus Baal. Baal era uma divindade Cananéia (1RS 16.31). Por diversas vezes fizemos referência a esse fato, mas aqui iremos conhecer mais detalhadamente esse falso deus, e assim entender porque ele causava tanto fascínio no mundo cananeu e também em Israel. A palavra Baal significa: Proprietário, marido ou senhor. Os estudiosos observam que esse nome traz esses significados para demonstrar que a divindade pagã exercia controle e posse não somente sobre o lugar onde se encontrava, mas também  sobre as pessoas. Os profetas estavam conscientes de que não se podia admitir tal fato entre o povo de Deus, e por isso levantaram suas  vozes em protesto contra a divindade pagã ( 1Rs 21.25,26).

2. Identificando a falsa divindade Aserá. A crença Cananéia dizia que El seria o deus principal, isto é, o pai dos outros deuses, e Aserá era a deusa-mãe. O texto bíblico de 1Rs 18.17-19, faz referência  a essas duas divindades. A palavra poste-ídolo neste texto é a tradução do termo hebraico: Ashera ou Aserá, e mantém o significado de bosque para adoração de ídolos. Aserá, conhecida também como Astarote ou Astarte, era uma deusa ligada à fertilidade humana e animal e também da colheita. No texto bíblico observamos que ela exerceu uma influência grandemente negativa entre o povo de Deus (Jz 2.13, 3.7; 1Rs 11.33). Assim entendemos o porquê da resistência profética a esse culto.

 

CARACTERÍSTICAS DA  ADORAÇÃO

VERDADEIRA                                            FALSA

 

. Produz verdade;                       . Produz mentira;

. Produz sinceridade;                . Produz dissimulação;

. Produz sentimento nobre;    . Produz sentimento egoísta

. Produz arrependimento;       . Produz espetáculo;

. Produz bom caráter;                     . Produz um mal caráter;

. Produz entrega e                     . Produz avareza e ganância;
voluntariedade;

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)
A crença popular cananita dizia que El era o deus principal, ou seja, o pai dos outros deuses,  Aserá era a deusa-mãe.
 

II-           CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS.

1.    Profetizavam sob encomenda. Os fatos ocorridos no reinado de Acabe vêm mais uma vez confirmar uma verdade: nenhum sistema é profético, nenhum profeta pertence ao sistema. O texto de 1Rs 18.19 destaca essa verdade. Os profetas de Baal eram, de  fato, profetas, mas comiam da mesa de Jezabel. Eram profetas, mas possuíam seus ministérios alugados para Acabe e sua esposa. Eles profetizavam o que o rei queria ouvir, pois faziam parte do sistema estatal de governo. Nenhum homem de Deus, nem tampouco a Igreja, podem ficar comprometidos com qualquer esquema religioso ou político. Se assim o fizerem, perdem suas vozes proféticas ( 1Rs 22.13,14).

2.    Eram mais numerosos. Acabe e sua esposa havia institucionalizado a idolatria no reino do norte. Baal e Aserá não eram apenas os deuses principais, mas também os oficiais. O culto idólatra estava presente em toda a nação, de norte a sul e de leste a oeste. Dessa forma, para manter a presença da religião pagã na mente do povo, a casa real necessitava de um grande número de falsos profetas. O texto sagrado por diversas vezes destaca esse fato ( 1Rs 18.19). E Elias pôs isso em evidência na presença do povo ( 1Rs 18.22). Não havia verdade, autenticidade e tampouco qualidade no falso culto, mas apenas quantidade.

SINOPSE DO TÓPICO (2)
Os falsos profetas de Acabe eram mais numerosos e profetizavam por encomenda

 

III-       CONFRONTANDO A FALSA ADORAÇÃO.

1.       Em que ela imita a verdadeira? O relato do capítulo 18 de 1 Reis revela que a adoração a Baal possuía rituais que tinham certa semelhança com o ritual hebreu. Usavam altar, havia música, danças e também havia sacrifícios. Elias, porém, sabia que aquela religião falsa, apesar de suas crenças e rituais, jamais conseguiria produzir fogo (1Rs 18.24). O teste seria, portanto, a produção de fogo! Observamos que os profetas de Baal ficaram grande parte do dia tentando produzir fogo e não conseguiram (1Rs 18.26-29). Uma das marcas do culto falso é exatamente a tentativa de copiar, ou reproduzir, o verdadeiro. Encontramos ainda hoje dezenas de religiões e seitas tentando produzir fogo santo e não logram qualquer êxito. Somente o verdadeiro culto a Deus faz descer fogo do céu (1Rs 18.38)!

2.       No que ela se diferencia da verdadeira? A adoração verdadeira se diferencia da falsa em vários aspectos. O relato do capítulo 18 de 1Reis destaca alguns que consideramos essenciais. Em primeiro lugar, a adoração verdadeira firma-se na revelação de Deus na história (1Rs 18.36). Abraão, Isaque e Jacó, foram pessoas reais assim como foram reais as ações de Deus em suas vidas. Em segundo lugar, a verdadeira adoração distingue-se também pela participação do adorador no culto. Elias disse: “E que eu sou teu servo” (1Rs 18.36). A Bíblia diz que Deus procura adoradores (Jo 4.24). Israel havia sido uma nação escolhida pelo Senhor (Ex 19.5). Elias invocou, como servo pertencente a esse povo, os direitos da aliança. Em terceiro lugar, a adoração diferencia-se pela Palavra de Deus , que é o instrumento usado para concretizar os planos e propósitos de Deus ( 1Rs 18.36).  

SINOPSE DO TÓPICO (3)
A verdadeira adoração firma-se na revelação de Deus na história.

 

IV-        CONFRONTANDO O SINCRETISMO RELIGIOSO ESTATAL.

1.       O perigo do sincretismo religioso. O dicionário da língua portuguesa de Aurélio define o vocábulo sincretismo como “a fusão de elementos culturais diferentes, ou até antagônicos, em um só elemento, continuando perceptíveis a alguns originais” Essa definição ajusta-se bem ao culto hebreu no reino do norte durante o reinado de Acabe. A adoração verdadeira havia se misturado com a falsa e o resultado não podia ser mais desastroso. Esse problema da “mistura” do culto hebreu com outras crenças foi uma ameaça bem presente ao longo da história de Israel (Ex 12.38; Ne 13.3). O sincretismo religioso foi uma ameaça, ainda o é e sempre será. A fé Bíblica não pode se misturar com outras crenças!

2.       A resposta divina ao sincretismo. O texto sagrado diz que logo após o Senhor ter respondido com fogo a oração de Elias (1Rs 18.38), o profeta de Tesbe deu instrução ao povo: “Lançai mão dos profetas de Baal, que nenhum deles escape. E lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou” ( 1Rs 18.40). Parece uma decisão muito radical, mas não foi. O remédio para extirpar o mal precisava ser tomado. A decisão de Elias não foi tomada por sua própria conta, mas seguia a orientação divina dada pelo Senhor a Moisés. A lei deuteronômica dizia que era necessário destruir todos aqueles que arrastassem o povo para a idolatria ( Dt 13.12-18; 20.12-13).  

SINOPSE DO TÓPICO (4) 

O Deus de Israel é rigorosamente contrário a idolatria. Nele não há sincretismo religioso. 

CONCLUSÃO 

O desafio do profeta Elias contra os profetas de Baal foi muito além de uma simples luta do bem contra o mal. Ele serviu para demonstrar quem de fato era o Deus verdadeiro e, portanto merecedor de toda adoração. Foi decisivo para fazer retroceder o coração do povo até então dividido. Mostrou que o pecado deve ser tratado como pecado e que a decisão de extirpá-lo deve ser tomada com firmeza. A luta contra a falsa adoração continua ainda hoje por parte dos que desejam ser fiéis a Deus. Não há como negar que ao nosso redor ecoam ainda os dons advindos de vários cultos falsos, alguns deles travestidos da piedade cristã. Assim como Elias, uma Igreja triunfante deve levantar a sua voz a fim de que a verdadeira adoração prevaleça.  

REFLEXÃO 

“O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus!” (1Rs 18.39).  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed (Eds.).
Enciclopédia Popular de profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD,2008.
ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. I. Ed. Rio de Janeiro: CPAD,2009.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Conteúdo adicional para as aulas de Lições Bíblicas

Subsídios para as lições do 1º Trimestre de 2013
Elias e Eliseu - Um ministério de poder para toda a igreja
  • Lição 4- Elias e os falsos profetas de Baal

    INTRODUÇÃO
    I. CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES
    II. CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS
    III. CONFRONTANDO A FALSA ADORAÇÃO
    IV. CONFRONTANDO O SINCRETISMO RELIGIOSO ESTATAL

    CONCLUSÃO
    OS FALSOS PROFETAS, QUEM SÃO?

    Por
    José Gonçalves


    Na revista: O que Deus requer de Nós, publicação das Testemunhas de Jeová, na lição de número 13, existe a pergunta: “Como você pode encontrar a religião verdadeira?” Ela mesma responde em seguida: “A Bíblia predisse que, após a morte dos apóstolos, aos poucos se introduziriam na congregação cristã ensinos errados e práticas não-cristãs. Homens desviaram crentes para seguir a eles, em vez de Cristo (...) Esse é o motivo de vermos tantas religiões diferentes que afirma ser cristã. Como podemos identificar os verdadeiros cristãos?”(p.26).

    Esta pergunta já fora feita de outra forma no livro Raciocínios à Base das Escrituras, onde se lê: “Como podem ser identificados os verdadeiros profetas e os falsos” (p. 158, edição de 1985). Em seguida o mesmo livro mostra como isso é possível, fornecendo as regras.

    1. Os verdadeiros profetas tornam conhecida a sua fé em Jesus, mas se requer deles mais do que professarem o nome dele. 
    2. Os verdadeiros profetas falam em nome de Deus, mas não basta meramente afirmar estar representando a ele.
    3. A capacidade de realizar ‘grandes sinais’ ou ‘milagres’, não é forçosamente prova de profeta verdadeiro.
    4. O que os profetas verdadeiros predizem acontecem, mas podem não entender exatamente quando e como sucederá.
    5. As declarações de um profeta verdadeiro promovem a adoração verdadeira e se harmoniza com a vontade revelada de Deus.
    6. Os verdadeiros e os falsos profetas podem ser reconhecidos pelos seus frutos conforme manifestos em sua vida e na vida dos que o seguem (p. 158).

    Gostaria que o leitor observasse comigo o item de nº 4: “o que os profetas verdadeiros predizem acontece”. O problema é que as Testemunhas de Jeová já predisseram e não se cumpriu. É interessante observar ainda, que o livro citado omitiu a principal passagem bíblica que confirma isso. Vejamos como essa passagem bíblica aparece em Deuteronômio 18.21,22:

    Se disseres no teu coração: Como conheceremos a palavra que o Senhor não falou? Quando o tal profeta falar, em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal profeta: não tenhas temor dele.

    Não há o que interpretar: se um profeta falar e não se cumprir, então ele é um falso profeta [...].

    Texto extraído da obra “Defendendo o verdadeiro Evangelho”, editada pela CPAD.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013


LIÇÃO 3
A LONGA SECA SOBRE ISRAEL

TEXTO ÁUREO

“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr 7.14).  

VERDADE PRÁTICA

A longa seca sobre Israel teve como objetivos disciplinar e demonstrar a soberania divina sobre os homens. 

INTERAÇÃO 

“Faze-nos regressar outra vez do cativeiro, SENHOR, como as correntes do Sul [como as torrentes no Neguebe – ARA]”. Esta é uma porção do Salmo 126. O povo de Israel está alegre por ter sido liberto do cativeiro através do decreto do rei Ciro. Então, eles se lembraram de Jerusalém. Muros caídos e Templo em escombros, por isso clamaram: “A imagem que eles tinham era a da região do Neguebe que todo o ano ficava em sequidão. Mas pelo menos uma vez por ano havia chuvas torrenciais e a região enchia-se de águas. Logo após, o rio no Neguebe baixava e começavam brotar flores. O deserto tornava-se pastos verdejantes. Então, o povo pede em canção: Restaura-nos “como as torrentes no Neguebe (ARA)”. Professor, Deus pode mudar a nossa sorte e transformar o nosso “deserto” em jardim florido. 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA 

Prezado professor, para iniciar a lição de hoje é importante conceituar o fenômeno da estiagem ou seca. Reproduza na lousa o seguinte esquema: (1) conceito; (2) diferença: (1) Explique que a seca ou estiagem é um fenômeno do clima, causado pela insuficiência de chuva por período bem longo. No entanto (2) há uma diferença entre seca e estiagem. Estiagem é um fenômeno climático que ocorre num intervalo de tempo, já a seca é permanente. 

INTRODUÇÃO 

A longa seca predita pelo profeta Elias e que teve seu fiel cumprimento nos dias do rei Acabe (1RS 17.1,2; 18.1,2) é citada em o Novo Testamento pelo Apóstolo Tiago: “Elias [...] orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra” (tg 5.17), A seca é um fenômeno climático e como tal é imprevisível. Todavia, no contexto do reinado de Acabe ela ocorreu não somente como algo previsível, mas também anunciado. Não era um fenômeno simplesmente meteorológico, mas profético. Aqui veremos como se deu esse fato e como ele revela a soberania de Deus não somente sobre a história, mas também sobre os fenômenos naturais.  

I - O PORQUÊ DA SECA.
  1. Disciplinar a nação. O culto a Baal financiado pelo estado nortista afastou o povo da adoração verdadeira. O profeta Elias estava consciente disso e quando confrontou os profetas de Baal, logo percebeu que o povo não mantinha mais fidelidade ao Deus de Israel: “Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal segui-o” (1RS 18.21). De fato a palavra hebraica as’iph, traduzida como pensamentos mantêm o sentido de ambivalência ou opinião dividida. A idolatria havia dividido o coração do povo. Para corrigir um coração dividido somente um remédio amargo surtiria efeito. (1RS 18.37).
  2. Revelar a divindade verdadeira. Quando Jezabel veio para Israel não veio sozinha. Ela trouxe consigo a sua religião e uma vontade obstinada de fazer de seus deuses o principal objeto de adoração entre os Hebreus. De fato observamos que o culto ao Senhor foi substituído pelas adorações a Baal e Aserá, principais divindades dos sidônios (1RS 16.30-33). A consequência desse ato foi uma total decadência moral e espiritual. Baal era o deus do trovão, do raio e da fertilidade, e supostamente possuía poder sobre os fenômenos naturais. A longa seca sobre o reino do norte criou as condições necessárias para que Elias desafiasse os profetas de Baal e provasse que tal divindade não passava de um deus falso (1RS 17.1,2: 18. 1, 2, 21,39). Deus não precisa provar nada para ser Deus, mas os homens costumam responder favoravelmente quando SUS razões são convencidas pelas evidências.
SINOPSE DO TÓPICO (I)

Havia dois motivos majoritários para o porquê da seca: disciplinar a nação e revelar o Deus verdadeiro.  

II - OS EFEITOS DA SECA. 

  1. Escassez e fome. A Escritura afirma que “a fome era extrema em Samaria” (1 RS 18.2). A seca já havia provado que Baal era um deus impotente frente aos fenômenos naturais e a fome demonstrou à nação que o Senhor é a fonte de toda provisão. Sem Ele não haveria chuva e conseqüentemente não haveria alimentos. O texto de 1 Reis 18.5 revela que até mesmo os cavalos da montaria real estavam sendo abatidos. O desespero era geral. A propósito, o texto hebraico de 1 Reis 18.2 diz que a estiagem foi violente e severa. A verdade é que o pecado sempre traz consequências amargas!
  2. Endurecimento ou arrependimento. È interessante observarmos que o julgamento de Deus produziu efeitos diferentes sobre a casa real e o povo. Percebemos que à semelhança de Faraó (Ex 9.7), o rei Acabe e sua esposa, Jezabel, não responderam favoravelmente ao juízo divino. Acabe, por exemplo, durante a estiagem confrontou-se com o profeta Elias e o acusou de ser o perturbador de Israel (1RS 18.17). Quem resiste à ação divina acaba por ficar endurecido! Por outro lado, o povo que não havia dado nenhuma resposta ao profeta Elias quando questionado (1RS 18.21), respondeu favoravelmente ante a ação soberana do Senhor: “O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: Só o Senhor é Deus!” (1RS 18.39). O Novo Testamento alerta: “[...] se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração” (HB 3.7,8). 
SINOPSE DO TÓPICO (2)

Numa esfera material a seca provocou escassez e fome. Mas, do ponto de vista espiritual, arrependimento para o povo e endurecimento para os nobres. 

III – A PROVISÃO DIVINA NA SECA.  

  1. Provisão pessoal. Há sempre uma provisão de Deus para aquele que o serve em tempos de crise. Embora houvesse uma escassez generalizada em Israel, Deus cuidou de Elias de uma forma especial que nada veio lhe faltar ( 1RS 17.1-7). A forma como o Senhor conduz o seu servo é de grande relevância. Em primeiro lugar, Ele o afasta do local onde o julgamento seria executado: “vai-te daqui” (1RS 17.3). Deus julga e não quer que seu servo experimente as consequências amargas desse juízo! Em segundo lugar, o Senhor o orienta a se esconder: “Esconde-te junto ao ribeiro de Querite (1RS 17.3). Deus não estava fazendo espetáculo; era uma ocasião de juízo. Em terceiro lugar, Elias deveria ser suprido com aquilo que o Senhor providenciasse: “Os corvos lhe traziam pão e carne” (1RS 17.6). Não era uma iguaria, mas era uma provisão divina!   

  1. Provisão coletiva. Ficamos sabendo pelo relato bíblico que além de Elias, o profeta de Tesbe, o Senhor também trouxe a sua provisão para um grande número de pessoas. Primeiramente encontramos o Senhor agindo através de Obadias, mordomo do rei Acabe, provendo livramento e suprimento para os seus servos: “Obadias tomou cem profetas, e de cinquenta em cinquenta os escondeu, numa cova, e os sustentou com pão e água” (1RS 18.4). Em segundo lugar, o próprio Senhor falou a Elias que Ele ainda contava com sete mil pessoas que não haviam dobrado os seus joelhos diante de Baal: “Eu fiz ficar em Israel sete mil” (1RS 19.18). Deus cuida de seus servos e sempre lhes provê o pão diário.

SINOPSE DO TÓPICO (3)

Deus mandou provisão para os profetas em duas perspectivas: pessoal, ao profeta Elias e coletiva, aos cem outros profetas.

IV – AS LIÇÕES DEIXADAS PELA SECA.

  1. A majestade divina. Há alguns fatos que devemos atentar sobre a ação do Deus de Elias, conforme registrado nos versículos do capítulo 17 do primeiro livro dos Reis. Antes de qualquer coisa, a sua onipotência. Ele demonstra controle sobre os fenômenos naturais (1RS 17.1). Em segundo lugar, Deus mostra a sua onipresença durante esses fatos. Elias, ao se referir ao Senhor, reconheceu-o como um Deus sempre presente: “Vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” (1RS 17.1). Em terceiro lugar, Ele é onisciente, pois sabe todas as coisas, quer passadas, quer presentes ou futuras. O profeta disse que não haveria nem orvalho nem chuva e não houve mesmo! (1RS 17.1).
  2. O pecado tem o seu custo. Quando o profeta Elias encontra-se com Acabe durante o período da seca, Elias responde ao monarca e o censura por seus pecados: “Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, por que deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins” (1RS 18.18). Em outras palavras, Elias afirmava que tudo o que estava acontecendo em Israel era resultado do pecado. O pecado pode ser atraente e até mesmo desejável, mas tem um custo muito alto. Não vale a pena! 
SINOPSE DO TÓPICO (4)

A estiagem em Israel deixou duas grandes lições: a primeira é que Deus é majestoso e soberano. A segunda, de igual forma é bem clara: que o pecado cobra a sua conta e cobra muito caro. 
 
CONCLUSÃO 

A longa seca sobre o reino do Norte agiu como um instrumento de juízo e disciplina. Embora o coração do rei não tenha dado uma resposta favorável ao chamamento divino, os propósitos do Senhor foram alcançados. O povo voltou para Deus e o perigo de uma apostasia total foi afastado. A fonte revelou como é vão adorar os deuses falsos e ao mesmo tempo demonstrou que o Senhor é um Deus soberano! Ele age como quer e quando quer. Fica, pois a lição que até mesmo em uma escassez violenta a Graça de Deus revela-se de forma maravilhosa. 
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 

AHARONI, Yohanan;  AVI- YONAH, Anson F (ET AL). Atlas Bíblico. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

MERRIL, Eugene H. História de Israel no antigo Testamento: O reino de Sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Geográfico

“Regiões geográficas da palestina”

O terreno da Terra Santa é bastante variado, principalmente devido aos fortes contrastes climáticos de região para região. A principal característica do relevo da Terra Santa e da Síria é a grande fenda que se estende desde o norte da Síria, atravessando o vale do Líbano, vale do Jordão, o Arabá e o golfo de elate, até a costa sudeste da África. Essa fissura divide a Palestina em Ocidental___cisjordânia___e a Oriental____a Transjordânia.

 Há enormes diferenças de altitude em curtas distâncias. A distância entre Hebrom e as montanhas de Moabe, em linha reta, não passa de 58 quilômetros, embora ao atravessá-la seja necessária uma descida de mais de 915 metros. Esses contrastes formam o árido Arabá, na extremidade do deserto da Judeia, com suas escarpas irregulares, e, do lado oposto, os planaltos férteis e irrigados da Transjordânia. Essas variações de terreno e clima deram lugar a padrões extremamente diversos de povoados na Palestina, que resultaram em divisões políticas correspondentes na maioria dos períodos. Em várias ocasiões, as regiões mais distintas da Terra Santa são claramente definidas e listadas na Bíblia segundo a topografia e o clima.

 “(DT 1.7; JS 10.40; 11.16; JZ 1.9 etc.)” “(AHARONI, Yohanan; AVI-YONAH, Anson F (et al)”. Atlas Bíblico. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p.14).   

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

“Subsídio Histórico”

“Acabe de Israel

O ímpeto de Josafá de envolver-se em tantas confusões procedia da influência do reino do Norte, começando com Acabe. Depois de suceder Onri em 874 A.C., Acabe governou os próximos vinte anos com prosperidade e influência internacional – graças à severa política de seu pai --- mas este período também se caracterizou pela decadência moral e espiritual. Como não bastasse a apostasia entre o povo para com Yahweh, Acabe casou-se com Jezabel, filha do rei Etbaal, de Sidom, a qual inseriu seu deus Baal e a adoração a Aserá em Samaria. Pela primeira vez o culto a Yahweh foi oficialmente substituído pelo paganismo, não havendo sequer permissão para que ambos coexistissem na mesma região. 

O ministério de Elias

Ao invés de riscar seu povo da terra, o Senhor levantou um dos mais fascinantes e misteriosos personagens BÍBLICOS__ELIAS, o profeta __para confrontar-se com os habitantes de Israel, pregando contra seus pecados e anunciando o julgamento divino. Um dia Elias apareceu subitamente diante de Acabe, e profetizou que Israel passaria por alguns anos de seca, em consequência do afastamento de Yahweh e da associação com Baal (1RS 17.1).

 Três anos mais tarde (1RS 18.1), Elias reapareceu e confrontou-se com os profetas de Baal e Aserá no monte Carmelo, que era o mais famoso centro religioso de adoração a Baal. O resultado do conflito foi um total descrédito dos profetas pagãos e seus deuses. Após todos eles serem mortos, Elias anunciou a Acabe o fim próximo da seca. Baal, o suposto deus do trovão, do raio e da fertilidade, teve de retirar-se em total humilhação diante de Yahweh, o único e verdadeiro Deus, que provou ser a única fonte de vida e bênçãos.

As invasões de Ben-Hadade

A razão para Ben-Hadade atacar Samaria não está declarada, mas pode-se deduzir que este rei não se agradava da amizade crescente entre Israel e Sidom, cuja evidência achava-se na união matrimonial entre Acabe e Jezabel. Ben-Hadade certamente viu a aliança entre as duas nações como um obstáculo ao seu livre acesso ao mar e às principais rotas comerciais da costa. Além disso, caso a cronologia aqui defendida esteja correta, Salmaneser III da Assíria já estaria, por esse tempo, em seu programa de expansão internacional para o oeste, atingindo a Aram e a Palestina, forçando conseqüentemente o rei Ben-Hadade a colocar-se em posição defensiva. O historiador bíblico indica que Ben-Hadade estava acompanhado de outros trinta e dois reis, um indício de que ele também havia feito outras alianças para tratar com a futura ameaça da Assíria. “Pode ser, é claro, que ele tenha pedido ajuda, cujo recuo fez Bem-Hadade tentar a coalização à força”.


 (Merril. Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD,2007, pp.366-68).

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


Pr. César Moisés
 
Perfil
É pastor, pedagogo, chefe do Setor de Educação Cristã da CPAD e professor universitário. É autor de "Marketing para Escola Dominical", que ganhou o Prêmio Areté da Associação de Editores Cristãs (Asec) de Melhor Obra de Educação Cristã no Brasil em 2006, e do romance juvenil "O mundo de Rebeca"; e co-autor de "Davi: As vitórias e derrotas de um homem de Deus", todos títulos da CPAD.
  • Repensando a Escola Bíblica Dominical e seus métodos de crescimento.
    (3ª parte)

    Como alavancar o programa mais popular de Educação Cristã da Igreja?

     
    PASSO 2
    Identificar o problema, assumi-lo e liderar.


    Nossa reflexão avança agora no tempo e tomamos o livro e, particularmente a vida de Neemias como fio condutor. Neemias, ocupando a função importantíssima de copeiro do rei Artaxerxes recebeu a visita de um de seus patrícios e, ao perguntar sobre a situação de Jerusalém, foi surpreendido pela informação de que, além de os muros fendidos e as portas queimadas, o povo da cidade estava em grande miséria (Ne 1.1-3).

    Aqui Neemias toma consciência do problema e todos sabem que a identificação de um problema é o caminho mais curto para sua resolução. Os mais otimistas afirmam que só este ato constitui 50% de resposta para a equação. Mas, o que poderia ter acontecido? Ele simplesmente poderia ter ignorado.

    Mas, Neemias não fez isso, pelo contrário, ele não só identificou o problema e entristeceu-se por isso (v.4), mas o assumiu tornando-se parte dele e
    conseqüentemente ocupou a liderança do movimento (vv.5-11; 2.1-5).

    Assim deve ocorrer conosco na Escola Dominical. Mesmo assumindo a postura mais otimista e considerando a metade do problema solucionado, existe ainda um longo caminho para implementarmos as mudanças exigidas e alcançarmos o nível ideal para termos uma ED de qualidade. É bom não esquecer que, Neemias, assim como Esdras, contava com “a boa mão do Senhor” (2.8). O pastor, superintendente, professores e todos os demais envolvidos na Educação Cristã para empreender as mudanças necessárias na Escola Dominical, deverão contar, acima de tudo, com a mão do Senhor.

    Além disso, é preciso que saibam avaliar causas do problema, identificar essas causas, assumir-se como parte do problema e tomar a iniciativa de liderar o movimento de “reforma”. Isso implica em desgaste de imagem, impopularidade e até mesmo inimizades, pois, lamentavelmente, alguns (ignorante ou conscientemente) perseguem a Escola Dominical e acreditam que estão prestando um serviço a Deus. 
     
    PASSO 3
    Avaliar causas, planejar e preparar a operação.


    Neemias sabia ― e todos os povos daquela época, principalmente os inimigos ― que uma das evidências de que uma cidade possuía liderança era o fato de o povo ter suprimentos e esta possuir muros e portas. Por este motivo, Neemias, como ótimo empreendedor, administrador e líder, realizou uma viagem com propósitos definidos: a) Fazer parcerias (2.9); b) Guardar os planos em segredo por um tempo (2.12,16); c) Avaliar as causas e inspecionar (2.13).
    É preciso proceder da mesma forma em relação à Escola Dominical.       
     
    PASSO 4
    Lançar uma campanha (divulgar)


    O povo agora precisava de incentivo. Uma das formas de incentivar é fomentar boas notícias e reavivar a esperança de que nem tudo está perdido. Além disso, o trabalho e o envolvimento de todos, faz com que as pessoas amem o projeto, pois elas desenvolvem o senso de pertencimento. Foi o que fez Neemias (2.17,18).

    Envolver a todos no projeto de reformulação da Escola Dominical é uma das melhores formas de incentivar o crescimento da Escola Dominical.