A
LONGA SECA SOBRE ISRAEL
TEXTO
ÁUREO
“E se o meu povo,
que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se
converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os
seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr 7.14).
VERDADE
PRÁTICA
A longa seca
sobre Israel teve como objetivos disciplinar e demonstrar a soberania divina
sobre os homens.
INTERAÇÃO
“Faze-nos regressar outra vez
do cativeiro, SENHOR,
como as correntes do Sul [como as torrentes no Neguebe – ARA]”. Esta é uma
porção do Salmo 126. O povo de Israel está alegre por ter sido liberto do
cativeiro através do decreto do rei Ciro. Então, eles se lembraram de
Jerusalém. Muros caídos e Templo em escombros, por isso clamaram: “A imagem que
eles tinham era a da região do Neguebe que todo o ano ficava em sequidão. Mas pelo
menos uma vez por ano havia chuvas torrenciais e a região enchia-se de águas.
Logo após, o rio no Neguebe baixava e começavam brotar flores. O deserto
tornava-se pastos verdejantes. Então, o povo pede em canção: Restaura-nos “como
as torrentes no Neguebe (ARA)”. Professor, Deus pode mudar a nossa sorte e
transformar o nosso “deserto” em jardim florido.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado professor, para iniciar
a lição de hoje é importante conceituar o fenômeno da estiagem ou seca.
Reproduza na lousa o seguinte esquema: (1) conceito; (2) diferença: (1) Explique que a seca ou estiagem
é um fenômeno do clima, causado pela insuficiência de chuva por período bem
longo. No entanto (2) há uma diferença entre seca e estiagem.
Estiagem é um fenômeno climático que ocorre num intervalo de tempo, já a seca é
permanente.
INTRODUÇÃO
A longa seca predita pelo
profeta Elias e que teve seu fiel cumprimento nos dias do rei Acabe (1RS
17.1,2; 18.1,2) é citada em o Novo
Testamento pelo Apóstolo Tiago: “Elias [...] orando, pediu
que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra” (tg
5.17), A seca é um fenômeno climático e como tal é imprevisível. Todavia, no
contexto do reinado de Acabe ela ocorreu não somente como algo previsível, mas
também anunciado. Não era um fenômeno simplesmente meteorológico, mas
profético. Aqui veremos como se deu esse fato e como ele revela a soberania de
Deus não somente sobre a história, mas também sobre os fenômenos naturais.
I - O PORQUÊ DA SECA.
- Disciplinar a
nação. O culto a Baal financiado
pelo estado nortista afastou o povo da adoração verdadeira. O profeta
Elias estava consciente disso e quando confrontou os profetas de Baal,
logo percebeu que o povo não mantinha mais fidelidade ao Deus de Israel:
“Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre
dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal segui-o” (1RS
18.21). De fato a palavra hebraica as’iph, traduzida como pensamentos
mantêm o sentido de ambivalência ou opinião dividida. A idolatria havia
dividido o coração do povo. Para corrigir um coração dividido somente um
remédio amargo surtiria efeito. (1RS 18.37).
- Revelar a divindade verdadeira. Quando Jezabel veio para Israel não veio sozinha. Ela trouxe consigo a sua religião e uma vontade obstinada de fazer de seus deuses o principal objeto de adoração entre os Hebreus. De fato observamos que o culto ao Senhor foi substituído pelas adorações a Baal e Aserá, principais divindades dos sidônios (1RS 16.30-33). A consequência desse ato foi uma total decadência moral e espiritual. Baal era o deus do trovão, do raio e da fertilidade, e supostamente possuía poder sobre os fenômenos naturais. A longa seca sobre o reino do norte criou as condições necessárias para que Elias desafiasse os profetas de Baal e provasse que tal divindade não passava de um deus falso (1RS 17.1,2: 18. 1, 2, 21,39). Deus não precisa provar nada para ser Deus, mas os homens costumam responder favoravelmente quando SUS razões são convencidas pelas evidências.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Havia dois motivos majoritários para o porquê da seca: disciplinar a nação e revelar o
Deus verdadeiro.
II - OS EFEITOS DA SECA.
- Escassez e fome. A Escritura afirma que “a fome era extrema em Samaria” (1 RS 18.2). A seca já havia
provado que Baal era um deus impotente frente aos fenômenos naturais e a
fome demonstrou à nação que o Senhor é a fonte de toda provisão. Sem Ele
não haveria chuva e conseqüentemente não haveria alimentos. O texto de 1
Reis 18.5 revela que até mesmo os cavalos da montaria real estavam sendo
abatidos. O desespero era geral. A propósito, o texto hebraico de 1 Reis
18.2 diz que a estiagem foi violente e severa. A
verdade é que o pecado sempre traz consequências amargas!
- Endurecimento ou arrependimento. È interessante observarmos que o julgamento de Deus produziu efeitos diferentes sobre a casa real e o povo. Percebemos que à semelhança de Faraó (Ex 9.7), o rei Acabe e sua esposa, Jezabel, não responderam favoravelmente ao juízo divino. Acabe, por exemplo, durante a estiagem confrontou-se com o profeta Elias e o acusou de ser o perturbador de Israel (1RS 18.17). Quem resiste à ação divina acaba por ficar endurecido! Por outro lado, o povo que não havia dado nenhuma resposta ao profeta Elias quando questionado (1RS 18.21), respondeu favoravelmente ante a ação soberana do Senhor: “O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: Só o Senhor é Deus!” (1RS 18.39). O Novo Testamento alerta: “[...] se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração” (HB 3.7,8).
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Numa esfera material a seca provocou escassez e fome.
Mas, do ponto de vista espiritual, arrependimento para o povo e endurecimento
para os nobres.
III – A PROVISÃO DIVINA NA SECA.
- Provisão
pessoal. Há sempre uma provisão de
Deus para aquele que o serve em tempos de crise. Embora houvesse uma
escassez generalizada em Israel, Deus cuidou de Elias de uma forma
especial que nada veio lhe faltar ( 1RS 17.1-7). A forma como o Senhor
conduz o seu servo é de grande relevância. Em primeiro lugar, Ele o afasta do local onde o julgamento
seria executado: “vai-te daqui” (1RS 17.3). Deus julga e não quer que seu
servo experimente as consequências amargas desse juízo! Em segundo lugar, o Senhor o
orienta a se esconder: “Esconde-te junto ao ribeiro de Querite (1RS 17.3).
Deus não estava fazendo espetáculo; era uma ocasião de juízo. Em terceiro lugar, Elias deveria ser suprido com aquilo que o
Senhor providenciasse: “Os corvos lhe traziam pão e carne” (1RS 17.6). Não
era uma iguaria, mas era uma provisão divina!
- Provisão coletiva. Ficamos sabendo pelo relato bíblico que além de Elias, o profeta de Tesbe, o Senhor também trouxe a sua provisão para um grande número de pessoas. Primeiramente encontramos o Senhor agindo através de Obadias, mordomo do rei Acabe, provendo livramento e suprimento para os seus servos: “Obadias tomou cem profetas, e de cinquenta em cinquenta os escondeu, numa cova, e os sustentou com pão e água” (1RS 18.4). Em segundo lugar, o próprio Senhor falou a Elias que Ele ainda contava com sete mil pessoas que não haviam dobrado os seus joelhos diante de Baal: “Eu fiz ficar em Israel sete mil” (1RS 19.18). Deus cuida de seus servos e sempre lhes provê o pão diário.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Deus mandou provisão para os profetas em duas
perspectivas: pessoal, ao profeta Elias e coletiva, aos cem outros profetas.
IV – AS LIÇÕES DEIXADAS PELA SECA.
- A majestade
divina. Há
alguns fatos que devemos atentar sobre a ação do Deus de Elias, conforme
registrado nos versículos do capítulo 17 do primeiro livro dos Reis. Antes de qualquer coisa, a sua
onipotência. Ele demonstra controle sobre os fenômenos naturais (1RS
17.1). Em segundo lugar, Deus
mostra a sua onipresença durante esses fatos. Elias, ao se referir ao
Senhor, reconheceu-o como um Deus sempre presente: “Vive o Senhor, Deus de
Israel, perante cuja face estou” (1RS 17.1). Em terceiro lugar, Ele é onisciente, pois sabe todas as
coisas, quer passadas, quer presentes ou futuras. O profeta disse que não
haveria nem orvalho nem chuva e não houve mesmo! (1RS 17.1).
- O pecado tem o seu custo. Quando o profeta Elias encontra-se com Acabe durante o período da seca, Elias responde ao monarca e o censura por seus pecados: “Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, por que deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins” (1RS 18.18). Em outras palavras, Elias afirmava que tudo o que estava acontecendo em Israel era resultado do pecado. O pecado pode ser atraente e até mesmo desejável, mas tem um custo muito alto. Não vale a pena!
SINOPSE DO TÓPICO (4)
A estiagem em Israel deixou duas grandes lições: a
primeira é que Deus é majestoso e soberano. A segunda, de igual forma é bem
clara: que o pecado cobra a sua conta e cobra muito caro.
CONCLUSÃO
A longa seca sobre o reino do
Norte agiu como um instrumento de juízo e disciplina. Embora o coração do rei
não tenha dado uma resposta favorável ao chamamento divino, os propósitos do
Senhor foram alcançados. O povo voltou para Deus e o perigo de uma apostasia
total foi afastado. A fonte revelou como é vão adorar os deuses falsos e ao
mesmo tempo demonstrou que o Senhor é um Deus soberano! Ele age como quer e
quando quer. Fica, pois a lição que até mesmo em uma escassez violenta a Graça
de Deus revela-se de forma maravilhosa.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
AHARONI, Yohanan; AVI- YONAH, Anson F (ET AL). Atlas Bíblico. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
MERRIL, Eugene H. História de Israel no antigo Testamento: O reino
de Sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2007.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Geográfico
“Regiões geográficas da palestina”
O terreno da Terra Santa é
bastante variado, principalmente devido aos fortes contrastes climáticos de
região para região. A principal característica do relevo da Terra Santa e da
Síria é a grande fenda que se estende desde o norte da Síria, atravessando o
vale do Líbano, vale do Jordão, o Arabá e o golfo de elate, até a costa sudeste
da África. Essa fissura divide a Palestina em Ocidental___cisjordânia___e a
Oriental____a Transjordânia.
Há enormes diferenças de altitude em curtas
distâncias. A distância entre Hebrom e as montanhas de Moabe, em linha reta,
não passa de 58
quilômetros , embora ao atravessá-la seja necessária uma
descida de mais de 915
metros . Esses contrastes formam o árido Arabá, na
extremidade do deserto da Judeia, com suas escarpas irregulares, e, do lado
oposto, os planaltos férteis e irrigados da Transjordânia. Essas variações de terreno
e clima deram lugar a padrões extremamente diversos de povoados na Palestina,
que resultaram em divisões políticas correspondentes na maioria dos períodos.
Em várias ocasiões, as regiões mais distintas da Terra Santa são claramente
definidas e listadas na Bíblia segundo a topografia e o clima.
“(DT 1.7; JS 10.40; 11.16; JZ 1.9 etc.)” “(AHARONI, Yohanan;
AVI-YONAH, Anson F (et al)”. Atlas Bíblico. 1 ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 1999, p.14).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
“Subsídio Histórico”
“Acabe de Israel
O ímpeto de Josafá de
envolver-se em tantas confusões procedia da influência do reino do Norte,
começando com Acabe. Depois de suceder Onri em 874 A .C., Acabe governou os
próximos vinte anos com prosperidade e influência internacional – graças à severa
política de seu pai --- mas este período também se caracterizou pela decadência
moral e espiritual. Como não bastasse a apostasia entre o povo para com Yahweh,
Acabe casou-se com Jezabel, filha do rei Etbaal, de Sidom, a qual inseriu seu
deus Baal e a adoração a Aserá em Samaria. Pela primeira vez o culto a Yahweh foi
oficialmente substituído pelo paganismo, não havendo sequer permissão para que
ambos coexistissem na mesma região.
O ministério de Elias
Ao invés de riscar seu povo da
terra, o Senhor levantou um dos mais fascinantes e misteriosos personagens
BÍBLICOS__ELIAS, o profeta __para confrontar-se com os habitantes de Israel,
pregando contra seus pecados e anunciando o julgamento divino. Um dia Elias
apareceu subitamente diante de Acabe, e profetizou que Israel passaria por
alguns anos de seca, em consequência do afastamento de Yahweh e da associação
com Baal (1RS 17.1).
Três anos mais tarde (1RS 18.1), Elias
reapareceu e confrontou-se com os profetas de Baal e Aserá no monte Carmelo,
que era o mais famoso centro religioso de adoração a Baal. O resultado do
conflito foi um total descrédito dos profetas pagãos e seus deuses. Após todos
eles serem mortos, Elias anunciou a Acabe o fim próximo da seca. Baal, o
suposto deus do trovão, do raio e da fertilidade, teve de retirar-se em total
humilhação diante de Yahweh, o único e verdadeiro Deus, que provou ser a única
fonte de vida e bênçãos.
As invasões de Ben-Hadade
A razão para Ben-Hadade atacar
Samaria não está declarada, mas pode-se deduzir que este rei não se agradava da
amizade crescente entre Israel e Sidom, cuja evidência achava-se na união
matrimonial entre Acabe e Jezabel. Ben-Hadade certamente viu a aliança entre as
duas nações como um obstáculo ao seu livre acesso ao mar e às principais rotas
comerciais da costa. Além disso, caso a cronologia aqui defendida esteja
correta, Salmaneser III da Assíria
já estaria, por esse tempo, em seu programa de expansão internacional para o
oeste, atingindo a Aram e a Palestina, forçando conseqüentemente o rei Ben-Hadade
a colocar-se em posição defensiva. O historiador bíblico indica que Ben-Hadade
estava acompanhado de outros trinta e dois reis, um indício de que ele também
havia feito outras alianças para tratar com a futura ameaça da Assíria. “Pode
ser, é claro, que ele tenha pedido ajuda, cujo recuo fez Bem-Hadade tentar a
coalização à força”.
(Merril. Eugene
H. História de Israel no Antigo Testamento:
O reino de
sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD,2007,
pp.366-68).
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