quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Lição 07 - 4º Trimestre 2018 - O Genuíno Culto Pentecostal - Jovens.

Lição 7 - O Genuíno Culto Pentecostal

4º Trimestre de 2018
Introdução
I-As Reuniões do Povo de Deus em Atos
II-Ordem e Decência no Culto
III-A Musicalidade Dentro do Culto Cristão
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Saber como eram as reuniões do povo de Deus em Atos;
Conscientizar de que é preciso manter a ordem e decência no culto;
Reconhecer a importância e o papel da música dentro do culto cristão.
Palavra-chave: Pentecostes.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Alexandre Coelho:
Introdução
Os diversos cultos existentes no mundo buscam, ainda que indiretamente, uma forma de conectar o ser humano com o sobrenatural, e a adoração está no script de todas as formas religiosas. No Antigo Testamento, o Deus vivo e verdadeiro é adorado e louvado por suas obras, atributos e misericórdia, e essa adoração, que é feita por aqueles que o amam e o temem, tem princípios que não podem ser desprezados. Os hebreus cantavam, guardavam dias e semanas, oravam e jejuavam, ouviam e recitavam a Lei com o objetivo de mostrar àquela geração e às futuras que o Deus de Israel era o único Deus e que Ele jamais aceitaria dividir sua glória com algum outro ser que fosse adorado pelos homens.
No Novo Testamento, o culto a Deus é apresentado como tendo várias peculiaridades. Os seguidores de Jesus são chamados a entender que a adoração a Deus começa antes mesmo do culto coletivo. A ordem e a racionalidade são elementos necessários para que Ele seja efetivamente glorificado. As reuniões eram feitas em nome de Jesus, e não de qualquer outro nome. César, por exemplo, por mais poderoso que aparentasse ser, não era considerado como o Senhor.
Os pentecostais reuniam-se e reúnem-se em nome de Jesus para celebrar cultos ao Senhor Deus. Nesses cultos, podemos ver curas, batismo no Espírito Santo, salvação e libertação de pessoas. É sobre o culto pentecostal que trataremos neste capítulo. 
I – AS REUNIÕES DO POVO DE DEUS EM ATOS
Reuniões com Oração

Uma das características dos cultos realmente pentecostais é a oração. A visão pentecostal é que a oração deve ser uma atitude constante, e essa prática é vista nos cultos feitos nas casas, nos templos e em quaisquer outros ambientes onde os servos de Deus podem reunir-se de forma pacífica, como colégios, quartéis, etc. Em Atos 2, Lucas mostra que os discípulos de Jesus não estavam comemorando a data festiva do dia de Pentecostes. Não cremos que é errado celebrar uma data pátria ou festiva como, por exemplo, aniversários, casamentos ou um feriado nacional. No Antigo Testamento, o próprio Senhor instituiu ocasiões de celebrações nacionais para os hebreus. Não era ilícito comemorar o dia de Pentecostes, e os seguidores de Jesus não seriam condenados se estivessem comemorando; os crentes em Jerusalém, contudo, estavam em oração quando foram cheios do Espírito Santo.
Orar é tão importante que o Senhor Jesus não apenas o fazia com frequência, mas também nos ensinou a fazê-lo. Ele orou até o momento em que entregou o espírito a Deus. O Senhor não depende de nossas orações para agir em certas ocasiões, mas Ele espera que seu povo ore e faça da oração uma prática. A oração de Saulo foi tão importante que Ananias, o discípulo de Jesus em Damasco, foi orientado pelo próprio Senhor a que fosse à rua chamada Direita procurar pelo perseguidor, que estava orando (At 9.10-17). 
As orações nos cultos são importantes. Quando o povo de Deus está reunido em um único propósito, Deus opera de forma sobrenatural. Por exemplo: quando Pedro e João compareceram diante do Sinédrio, eles foram ameaçados pelos líderes judeus; e o que foi que a igreja fez? Procurou a ajuda de Roma? Não. Sujeitou-se às exigências dos líderes judeus? Tampouco. O que a igreja fez foi isto: ela reuniu-se para orar. “E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus” (At 4.31). Isto foi o que aconteceu após o momento de oração: todos foram cheios do Espírito Santo e tiveram ousadia de proclamar a Palavra de Deus. Não nos parece que essa ousadia tenha sido fruto de qualquer outra coisa, senão o resultado da oração em grupo daqueles cristãos que antes estavam amedrontados e que trouxeram a Deus a perseguição que estavam sofrendo. A oração faz a diferença.   
Reuniões com Temor de Deus
Pentecostais creem que o verdadeiro culto precisa ser feito com temor do Senhor. Por temor, entendemos o respeito devido à presença do Eterno. Temor não é medo, muito menos pavor. Diante da santidade de Deus, o ser humano deve chegar com quebrantamento, mas também com confiança, lembrando-se de que não há mais separação entre nós e o Pai. Um hino batista diz: “Santo, Santo, Santo! Nós, os pecadores, não podemos ver tua glória sem temor”; é uma importante menção de que o temor por parte dos homens diante de Deus é necessário.
Nem todas as pessoas, entretanto, têm a consciência de que, ao ir para um culto, estão diante de Deus. Jesus garantiu: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estarei eu no meio deles” (Mt 18.20); essa presença, porém, nem sempre é respeitada. O livro de Atos mostra, pelo menos, duas ocasiões em que a presença de Deus em uma reunião foi tida como de menor importância. Ananias e Safira, sua esposa, tentaram enganar os apóstolos na hora da oferta, e Lucas registra a consequência da falta de temor daquele crente desta forma: “[...] Não mentiste aos homens, mas a Deus. E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram” (At 5.4b-5).
Não havia uma exigência para que as ofertas fossem entregues integralmente. O ato de ofertar deve vir do coração, que foi justamente a parte de Ananias que o apóstolo Pedro, por revelação do Espírito Santo, diz que foi cheia por Satanás. 
É incrível como o ato de trazer recursos financeiros para o santuário muitas vezes afasta-nos do temor do Senhor, seja quando fechamos o nosso coração às contribuições, seja quando queremos mostrar aos outros o quanto supostamente somos generosos. Oferta é a expressão de voluntariedade financeira; Ananias, no entanto, tentou enganar a Deus e pagou um alto preço por sua falta de temor. 
O outro caso é o de Simão, o mágico, que, em um culto, tentou comprar o dom do Espírito Santo ao ver Pedro impondo as mãos sobre as pessoas e essas mesmas pessoas sendo cheias do Espírito de Deus. Ele ficou tão empolgado quando viu que um poder sobrenatural estava com Pedro que quis adquirir tal capacidade. Simão foi duramente repreendido por Pedro por sua falta de respeito ante a manifestação do poder de Deus (ver At 8.9-25).
Reuniões com Exposição da Palavra
A oração e o temor no culto pentecostal é tão importante quanto a exposição da Palavra de Deus. Não pode ser compreensível um culto em que o Senhor está presente apenas nos momentos de oração e de cânticos e ausente no momento da pregação. Por isso, a pregação deve ser levada a sério não apenas na escolha do texto a ser trabalhado, mas também na forma como a exposição ocorre. A Igreja Primitiva lia o Antigo Testamento e consultava-o para falar do Senhor Jesus e de sua obra. Vemos isso no discurso de Estêvão (At 7), um diácono cheio do Espírito de Deus e que, diante do sumo sacerdote, falou de Jesus utilizando a história de Israel, retirada do Antigo Testamento.
Adoração é muito importante no culto, e isso é inquestionável. Não podemos, entretanto, esquecer que Deus fala por meio da pregação de sua Palavra, ampliando a interação e a comunhão com Ele no culto.
Adorando a Deus com as Finanças
Adoramos ao Senhor quando trazemos a Ele as “primícias de toda a [nossa] renda” (Pv 3.9). É oportuno tratar aqui de um assunto que nem sempre é visto como integrante da nossa adoração: as contribuições financeiras que fazemos para a obra de Deus.
Uma das mais ricas oportunidades que o ser humano tem de demonstrar que não é dominado pela ganância é quando ele entende que seus recursos financeiros, recebidos de Deus, são um presente dEle para que administremos de forma sábia e altruísta.
Nossas ofertas e dízimos fazem parte, sim, da nossa adoração. Quando os trazemos ao altar do Senhor, estamos mostrando a quem servimos: se a Deus, que nos concede a oportunidade de termos recursos para nossa subsistência, ou ao dinheiro, que se torna um deus para muitos. O próprio Senhor Jesus personificou o dinheiro quando disse que não poderíamos servir a dois senhores, a Deus e a Mamom. Ou adoramos a Deus, ou fazemos do dinheiro o nosso deus, e é justamente no culto que podemos mostrar a quem devotamos os nossos recursos.
II – ORDEM E DECÊNCIA NO CULTO
Cultos e Liturgia
A palavra liturgia parece causar em algumas pessoas a impressão de que um culto público está sob o comando de homens, e não de Deus. A verdade é que o culto cristão não está isento de uma forma, de uma sequência de atos que refletem uma organização inteligente, digna da adoração a Deus. Nos cultos, temos oração, cânticos, meditação da Palavra, testemunhos, ofertas, pregação da Palavra e anúncios para a congregação. Cada um desses elementos tem sua importância e podem variar na ordem apresentada, mas todos são importantes.
O culto pentecostal não é desprovido de uma liturgia. Essa palavra é oriunda de leitourgeion, do grego, de onde vem a nossa palavra liturgia e que traz a ideia de um serviço público feito às próprias expensas. Leitourgeion também é traduzida como ministério. Ela aparece em Atos 13 quando nos é dito que, na primeira igreja mista, Antioquia, havia profetas e doutores, e, “servindo eles ao Senhor e jejuando”, o Espírito de Deus ordenou que Saulo e Barnabé fossem separados para uma obra que o Senhor já lhes reservara.
Os discípulos de Jesus estavam servindo (leitourgeion), e o Espírito de Deus falou com eles sobre o que Ele desejava fazer: separar obreiros para a obra missionária. É notório que, quando Deus encontra um ambiente de serviço no culto, tanto para Ele próprio quanto o serviço de uns aos outros, não há impedimento para que Ele fale e seja obedecido. Não encontraremos dificuldades para cumprir o que o Senhor projetou para nós quando nosso culto é baseado no ato de servir, e não no de ser servido. Somente o Espírito de Deus pode trazer esse sentimento aos nossos corações.
O Uso do Intelecto Associado aos Dons
O Senhor espera que utilizemos o nosso pensamento na hora de adorá-lo e servi-lo. Nosso culto precisa ser racional, ou seja, precisamos usar a nossa inteligência para louvarmos de forma consciente e para entendermos a palavra que será ministrada. Um cristão não deixa seu cérebro do lado de fora do templo quando vai adorar ao Senhor. Na verdade, utiliza-o ainda mais, tendo em vista que o seu intelecto estará sujeito às orientações de Deus e que ele vai buscar pensar como Cristo pensou, tendo a mente de Cristo. 
Cada momento da nossa celebração tem sua importância. A Palavra de Deus, explanada com a ajuda do Espírito, confronta-nos com nossas falhas e faz com que possamos viver de acordo com o que o Senhor planejou. Com os dons sendo manifestados, a igreja local é edificada e aprende como lidar sabiamente com eles.
O Espírito do Profeta É Sujeito ao Profeta
Ainda dentro da obrigatoriedade de utilizar-se o intelecto na celebração, Paulo diz que cada pessoa deve controlar seus impulsos, utilizando justamente como exemplo aqueles que têm o dom de profetizar. Esse dom, de extrema importância na comunhão dos santos, deve ser administrado de forma que o culto não se transforme num espetáculo particular de superioridade espiritual. “Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos sejam consolados. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas (1 Co 14.31,32).
A orientação paulina é clara no que tange a manifestações de profecia no culto ao Senhor. Há grupos cristãos que, acreditando que o dom de profetizar é somente a pregação da Palavra de Deus, não apenas impedem que haja profecias genuínas na igreja, como também ensinam que esse dom cessou. O apóstolo Paulo, porém, fala usando o tempo no presente: “Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas”. Paulo não diz que eram sujeitos e que não seriam mais depois do terceiro século de nossa era. 
A orientação de Paulo tem por objetivo trazer ordem ao culto. O Deus dos dons espirituais também é o Deus de paz, e o culto prestado a Ele precisa ser pacífico: “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos” (1 Co 14.33). 
A mensagem profética trazida a um homem ou mulher de Deus não é desculpa para que o momento de culto torne-se desregrado ou, então, com manifestações condenáveis na Palavra de Deus. Cada pessoa pode e deve controlar suas emoções quando usadas com os dons espirituais. O ímpeto do Espírito não se confunde com uma reação humana que não glorifica a Deus. 
Adorando a Deus em Espírito e em Verdade
O ato da adoração é apresentado na Bíblia como o reconhecimento da grandiosidade de Deus acompanhado da vontade em andar de acordo com as orientações divinas. Mais particularmente, no Novo Testamento, João descreve um relato de uma conversa entre Jesus e uma mulher samaritana. O local era o poço de Jacó, onde as pessoas dirigiam-se para extrair água. Jesus conversou com aquela mulher sobre a salvação. No decorrer da conversa, ela quis saber sobre o lugar onde se deveria adorar a Deus. Os samaritanos tinham seu lugar de adoração há séculos. Em sua doutrina, só aceitavam o Pentateuco judaico, rejeitando os profetas e demais livros. Na ótica daquela mulher, o foco da adoração reflete a mesma visão que muitas pessoas têm: o local onde se adora é o elemento mais importante na adoração.
Jesus responde que os samaritanos adoravam o que não sabiam e que a salvação vem dos judeus; e acrescenta: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.23). A adoração, que antes estava enquadrada numa teologia que privilegiava os lugares, agora tem um caráter pessoal: em espírito — não uma ideia pálida de quem é Deus — e em verdade, pois Ele já se revelou em Jesus. Nossa adoração deve refletir esse princípio. Precisamos adorar ao Senhor de forma realmente espiritual, como novas criaturas, divorciados das regras que regiam nossa forma antiga de viver.   
*Adquira o livro. COELHO, Alexandre. O Vento Sopra Onde Quer: O Ensino Bíblico do Espírito Santo e sua Operação na Vida da Igreja. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 07 - 4º Trimestre 2018 - Perdoamos Porque Fomos Perdoados - Adultos.

Lição 7 - Perdoamos Porque Fomos Perdoados 

4º Trimestre de 2018
ESBOÇO GERAL
INTRODUÇÃO
I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DO CREDOR INCOMPREENSIVO
II – EM CRISTO, DEUS PAGOU AS NOSSAS DÍVIDAS
III – UMA VEZ PERDOADOS, AGORA PERDOAMOS
CONCLUSÃO
INTERPRETANDO A PARÁBOLA
Wagner Tadeu dos Santos Gaby
Eliel dos Santos Gaby
O capítulo 18 de Mateus traz os ensinos de Jesus sobre a conduta dos seus discípulos como membros da nova comunidade trazida à existência por meio da mensagem evagélica de Cristo. O Reino de Deus possui valores essencialmente diferentes daqueles que caracterizam as instituições terrenas e as organizações desse mundo. Lembre-se de que nesse reino os humildes são os verdadeiramente grandes: “Naquela mesma hora, chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no Reino dos céus? E Jesus, chamando uma criança, a pôs no meio deles e disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos céus. Portanto, aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus” (Mt 18.1-4).
No Reino de Deus, o inferior e mais apagado súdito leal a seu Rei possui valor infinito. A suprema ofensa na comunidade messiânica é quando os fortes e os dominadores tornam o discipulado dos irmãos fracos e sensíveis, mais difícil: “Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos. Porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” (Mt 18.6,7).
De igual modo, mostrar desprezo pelos irmãos em Cristo é algo inaceitável: “Porque o Filho do Homem veio salvar o que se tinha perdido” (Mt 18.11). Depois temos a pergunta realizada por Pedro e a parábola propriamente dita. A parábola quer demonstrar o perdão de Deus; a necessidade de que os homens perdoem em função de Deus nos perdoar. Para finalizar, ela adverte a respeito do juízo divino sobre aqueles que se negam a perdoar. Lockyer destaca que “Cristo ensinou que quanto mais formos inocentes naquilo em que admitimos ter errado, mais poder teremos para curar tal desvio e mais seremos responsáveis em fazê-lo, assim, tanto o que comete o erro, como o que o sofre, ambos deveriam acabar com a contenda”. De igual modo, mostrar desprezo pelos irmãos em Cristo é algo inaceitável: “Porque o Filho do Homem veio salvar o que se tinha perdido” (Mt 18.11). Depois temos a pergunta realizada por Pedro e a parábola propriamente dita. A parábola quer demonstrar o perdão de Deus; a necessidade de que os homens perdoem em função de Deus nos perdoar. Para finalizar, ela adverte a respeito do juízo divino sobre aqueles que se negam a perdoar. Lockyer destaca que “Cristo ensinou que quanto mais formos inocentes naquilo em que admitimos ter errado, mais poder teremos para curar tal desvio e mais seremos responsáveis em fazê-lo, assim, tanto o que comete o erro, como o que o sofre, ambos deveriam acabar com a contenda”.1
Parece que Pedro estava pensando a respeito do que Jesus havia dito sobre um irmão que peca “contra ti” (Mt 18.15). A pergunta do apóstolo parece simples, mas traz um pano de fundo judaico. Pedro quer saber quantas vezes deve perdoar aquele irmão. Talvez sentiu-se generoso ao sugerir: “Até sete?”. Pode ser que o significado dos números que encontramos aqui esteja relacionado ao fato de que os discípulos de Jesus têm de ser misericordiosos na medida em que Lameque ameaçou não ter misericórdia (Gn 4.24), 490 vezes em lugar de 7. Na tradição judaica posterior, a tradição rabínica não exigia que alguém perdoasse mais do que três vezes.
A resposta do Mestre deve ter perturbado Pedro. Mas lembre-se de que Jesus está utilizando-se de uma hipérbole. Não devemos entender isso num sentido matemático preciso. “A hipérbole caracteriza-se pelo exagero de uma ideia com o objetivo de expressar intensidade, assim, constitui-se uma figura de linguagem construída através do uso intencional de uma palavra ou expressão exagerada em si mesma ou pelo uso de um termo que é exagerado em relação ao contexto”.2 O quadro abaixo apresenta alguns exemplos de hipérbole na Bíblia Sagrada
Dt    1.28  Para onde subiremos? Nossos irmãos fizeram com que se derretesse o nosso coração, dizendo: Maior e mais alto é este povo do que nós; as cidades são grandes e fortificadas até aos céus; e também vimos ali filhos dos gigantes.
 Sl 6.6 Já estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas.Sl 119.136 Rios de águas correm dos meus olhos, porque os homens não guardam a tua lei.
 Lm 3.48 Torrentes de águas derramaram os meus olhos, por causa da destruição da filha do meu povo.
 Mt 5.29  Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.
 Mt 7.3 E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu olho?
 Jo 21.25 Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e, se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém!
 1Co 13.12  Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido.
Jesus ensina a perdoar quantas vezes forem necessárias, mas que isso também deve ser feito de coração. Devemos perdoar com liberalidade e com sinceridade. Os servos de um rei eram oficiais de alta posição a serviço do imperador. Alguns deles, muitas vezes, em determinadas ocasiões, podiam tomar grandes quantias de dinheiro emprestadas do tesouro imperial. Nesta parábola, a quantia mencionada por Jesus é, mais uma vez, deliberadamente dada com exagero. É uma hipérbole que visa tornar mais vívido o contraste com o segundo débito – cem dinheiros.Jesus ensina a perdoar quantas vezes forem necessárias, mas que isso também deve ser feito de coração. Devemos perdoar com liberalidade e com sinceridade. Os servos de um rei eram oficiais de alta posição a serviço do imperador. Alguns deles, muitas vezes, em determinadas ocasiões, podiam tomar grandes quantias de dinheiro emprestadas do tesouro imperial. Nesta parábola, a quantia mencionada por Jesus é, mais uma vez, deliberadamente dada com exagero. É uma hipérbole que visa tornar mais vívido o contraste com o segundo débito – cem dinheiros.
É difícil achar um equivalente no sistema monetário moderno, mas o Comentário Beacon compara um talento com cerca de “dez milhões de dólares” americanos. Trata-se de uma dívida impagável. O que Cristo quer ensinar é a completa falta de esperança de pagarmos o incomensurável débito que geramos por causa de nossos pecados, até que ele fosse perdoado gratuitamente por Deus, por intermédio da morte de Cristo na cruz do Calvário.
Agora o Senhor passa para outro personagem. Ele tem uma dívida de “cem dinheiros” para com aquele cuja dívida era impagável. Cem denários trata-se de uma moeda romana. Mais uma vez o Comentário Beaconfaz uma atualização e o atualiza para “vinte dólares americanos” – “uma soma insignificante comparada àquela que o oficial da corte devia ao rei”. Contudo, aquele que teve sua dívida perdoada agora resolve ser absolutamente incompreensivo. Recusa-se a dar um prazo e ainda mandou que o seu servo fosse lançado na prisão.moeda romana. Mais uma vez o Comentário Beacon faz uma atualização e o atualiza para “vinte dólares americanos” – “uma soma insignificante comparada àquela que o oficial da corte devia ao rei”. Contudo, aquele que teve sua dívida perdoada agora resolve ser absolutamente incompreensivo. Recusa-se a dar um prazo e ainda mandou que o seu servo fosse lançado na prisão.
Os demais servos, ao sentirem-se revoltados pela atitude injusta do credor incompasivo, levam o assunto até o conhecimento do rei. O credor acaba recebendo o castigo que merece. Jesus termina com a advertência de que Deus fará o mesmo quando não perdoarmos cada um de nossos irmãos que nos ofendem.
Texto extraído da obra “As Parábolas de Jesus:As verdades e princípios divinos para uma vida abundante.” 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018”.

1 LOCKYER, Herbert. Todas as parábolas da Bíblia  ̶  Uma análise detalhada de todas as parábolas das Escrituras. São Paulo: Editora Vida, 2006. p. 274.Conceito de “hipérbole”. Disponível em <https://www.figurasdelinguagem.com/hiperbole/> Acesso em 7 de Dez. de 2017.


Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão disponíveis toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não se trata de uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Lição 07 - 4º Trimestre 2018 - Josafá, o Herói que Venceu Louvando - Primários.

Lição 7 - Josafá, o Herói que Venceu Louvando

4º Trimestre de 2018
Objetivo: Que o aluno compreenda que quando confiamos no Senhor, Ele nos envia socorro e livramento, mesmo quando estamos com medo.
Ponto central: Quando confiamos no Senhor, Ele nos livre de todos os nossos medos.
Memória em ação: “Eu pedi a ajuda do Senhor, e Ele me respondeu; Ele me livrou de todos os meus medos”(Sl 34.4).
     Querido (a) professor (a), sempre que falamos sobre Josafá, sabemos que aula tende a ser ainda mais dinâmica e musical. Mas não nos esqueçamos que o foco principal proposto por sua revista é abordar o testemunho deste herói que venceu louvando  sob a perspectiva “da confiança no Senhor que vence todos os nossos medos”.
     Prepare-se espiritualmente e emocionalmente ao longo da semana. Isso mesmo, permita que antes de ministrar esta mensagem do Senhor para os seus pequeninos o Espírito Santo primeiro trabalhe em você – quais são seus medos? Você tem fugido de alguma situação por medo? O que atemoriza seu coração? É o medo da falta? De que não consiga pagar alguma conta? O medo da perda de algo ou alguém importante? Medo de não conseguir realizar um sonho? De que algum milagre de que você precisa não venha? De uma traição? Da solidão? O que você teme?
      O medo age muitas vezes no nosso inconsciente, o que torna muito difícil tantas vezes percebermos o quanto ele tem nos feito mal, seja física, emocional, espiritualmente ou mesmo nos impedido de avançar em alguma área de nossa vida. Esse sentimento tão abstrato às vezes age como um parasita, sugando a nossa energia, a nossa potência de agir e até mesmo as nossas alegrias. Tantas são as pessoas que não celebram ou testemunham as vitórias e bênçãos que o Senhor tem lhes dado, por medo de perdê-las, de inveja, de lhe serem tiradas repentinamente, etc.
      Apesar de ser uma emoção, sentimento, tão inerente ao ser humano e inevitável, logo percebemos porque Satanás, o inimigo de nossas almas, trabalha tanto para implantar a dúvida e o medo. Como se ele colocasse cupins nos alicerces de uma construção de madeira e pronto, apenas esperasse ela ruir pouco a pouco.
      Por isso, querido (a) professor (a), aproveite essa oportunidade preciosa que o Senhor lhe dá de ser canal da Palavra dEle, deixando que ela examine, retire e cure primeiramente a sua alma dos danos causados pelos seus temores. Lance sobre o Altíssimo o que te atemoriza e Ele te encherá de fé, ânimo e forças, ao enxergar quão infinito e soberano é o teu Deus sobre esta situação. 
      “[...] agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome; tu és meu.
     Quando passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador; dei o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sebá, por ti.
      Enquanto foste precioso aos meus olhos, também foste glorificado, e eu te amei, pelo que dei os homens por ti, e os povos, pela tua alma.
      Não temas, pois, porque eu estou contigo [...]” (Isaías 43.1-5).
     O Senhor te abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD 

Lição 07 - 4º Trimestre 2018 - Cuidado com o que Fala - Juvenis.

Lição 7 - Cuidado com o que Fala

“Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19).
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. O PODER DA LÍNGUA
2. O CARÁTER DE QUEM FALA
3. A BOCA DO JUSTO É UMA FONTE DE SABEDORIA
4. AS PALAVRAS DO SÁBIO PRODUZEM VIDA E SAÚDE
OBJETIVOS
Mostrar que devemos ter cuidado com o que falamos.
Explicar que tudo quanto falamos identifica o nosso caráter.
Expor que a língua tem o poder de edificar e de destruir.
     Querido (a) professor (a), se tem um pecado no qual todos já caíram ao menos uma vez, podemos dizer que é este que vamos estudar na próxima aula. Como o Apóstolo Tiago bem explicou: “[...] todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo”.
     Parece simples, se focarmos em dominar a boca, também teremos domínio próprio para todo o resto. Entretanto, na prática, sabemos quão árdua é esta tarefa e o quanto dependemos da ajuda do Espírito Santo todos os dias para alcançá-la.
     Como dominar a língua? Como saber a hora certa de falar e de calar? Como dizer apenas palavras que promovam a paz e a cura, nunca o mal? Um falar que apenas profira bênção e nunca maldição?
    Um dos segredos para manter nossa língua como fonte de vida e não de morte, Jesus nos revelou em Mateus 12.34:  “[...] do que há em abundância no coração, disso fala a boca. O homem bom tira boas coisas do seu bom tesouro, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más”.
    E o Rabi acrescenta algo seriíssimo: “Eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado” (vv.36,37).
    Será que vivemos nossos dias focados neste alerta do Senhor? Será que diariamente temos guardado a nossa boca do mal e enchido o nosso coração do amor e da graça de Jesus para com os outros? Será que temos confrontado atitudes e discursos de ódio ou os passado adiante quando são direcionados a pessoas de grupos diferentes dos nossos?
    A Bíblia deixa claro que até a omissão é pecado (Cf. Tg 4.17). Como pacificadores que Jesus nos chamou para ser (Cf. Mt 5.9), não basta apenas dizer que desejamos a paz, precisamos promovê-la, trabalhar por ela, em palavras e ações. Pois como bem sabemos, as palavras têm poder, por isso, serão julgadas pelo Todo-Poderoso (Cf. Mt 12.34-37).
    Que tal propor esta autoanálise aos seus juvenis?! Peça que alguns voluntários abram e leiam estes versículos aqui mencionados em voz alta para a turma e em seguida, lhes faça essas perguntas, retoricamente, para que cada um reflita e responda a si sobre si mesmo. 
     A Palavra de Deus é como um espelho vívido do nosso interior, ela nos confronta.
    “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.
    E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar” (Hebreus 4:12,13)
   Frise, portanto, que o objetivo não é o julgamento alheio, mas sim a avaliação de si mesmo. Não para nos autopunirmos ou nos flagelarmos com a culpa. Mas para reforçar em nós a consciência da infinita graça que nos alcançou e do quanto dependemos constantemente da justificação do nosso Sumo Sacerdote. Ele se compadece de nossas fraquezas, nos corrige por amor, nos molda e aperfeiçoa para que sejamos cada dia mais parecidos com Ele.
   Para este exercício também proponha a leitura e discussão da continuação do capítulo três inteiro de Tiago. Após a explanação sobre a importância de dominar a língua, o texto conclui abordando “a sabedoria que vem do alto”, que é o tema central dos estudos deste trimestre. Isto mostra que um dos sinais que evidenciam a sabedoria está justamente na fala. Afinal, como está escrito em Provérbios 17.27,28: “Retém as suas palavras o que possui o conhecimento, e o homem de entendimento é de precioso espírito. Até o tolo, quando se cala, será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios, por sábio”.
   O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Lição 06 - 4º Trimestre 2018 - A História de Davi e Golias - Berçário.

Lição 6 - A história de Davi e Golias

4º Trimestre de 2018
Objetivo da lição: Ensinar às crianças sobre a coragem de Davi ao enfrentar o gigante Golias.
É hora do versículo: “[...] eu vou contra você em nome do Senhor Todo-Poderoso [...]” (1 Samuel 17.45).
Nesta lição, as crianças estudarão sobre a história de Davi. O Papai do Céu deu força e coragem a Davi para ele vencer o gigante e salvar todo o povo. Repita para as crianças que o Papai do Céu também ajuda o menino e a menina.
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças fazerem um círculo em volta do menor e um  X sobre o maior personagem. Repita o nome do menino Davi com os bebês e do gigante Golias com os bebês. Mostre na imagem o Golias e diga "gigante, grandão" e mostre Davi e diga: "menino, pequeno".
daviegolias.bercario.licao6 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 06 - 4º Trimestre 2018 - Papai do Céu me Dá Alegria - Maternal.

Lição 6 - Papai do Céu me Dá Alegria

4º Trimestre de 2018
Objetivo da lição: Que o aluno compreenda que Deus nos dá alegria. 
Para guardar no coração: “Batam palmas de alegrias [...].” (Sl 47.1)
É hora de preparar-se
“A alegria do Senhor é a nossa força”. Quanta verdade há nesta declaração! Quando temos o coração jubiloso, até o nosso passo torna-se lépido. A alegria do Senhor aumenta-nos a eficiência. À medida que a alegria do Senhor permeia-nos a alma, as nossas forças físicas e espirituais vão sendo renovadas. A alegria do Senhor é aquele bem-estar permanente e interior; aquele regozijo que não depende de circunstâncias favoráveis, e que nada nem ninguém pode tirar (Jo 16.22). Aquele ânimo que nos leva a salmodiar a Deus e a sorrir, “ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide...” (Hc 3.17). Não se trata dessa alegria artificial e passageira das festas e dos programas humorísticos, mas de um sentimento que vem como resultado natural da nossa salvação; é a ação do Espírito Santo em nós, testificando que Deus está no controle, e renovando-nos a coragem e a esperança. A alegria é remédio que aformoseia o rosto e impede a sequidão dos ossos (Pv 15.13; 17.22). Ela cura não só o espírito, como também o corpo” (Marta Doreto). 
Perfil da criança do maternal
“As crianças parecem ter o dom da alegria. Certamente possuem um dom concedido por Deus, que as torna capazes de brincar nas circunstâncias mais adversas. Observou-se que mesmo nos campos de concentração nazistas, esfomeadas e maltratadas, as crianças ainda arranjavam meios de divertir-se. Como afirma o autor Claudionor de Andrade, “Têm as crianças uma reserva de energia tão inesgotável, que são capazes de entregar-se aos seus jogos e folguedos do arrebol ao entardecer”. Acerca do mesmo tema, escreve Toulet: “As crianças vivem intensamente embriagadas: embriagadas de vida”.  Se isto se aplica às crianças em geral, quanto mais às do maternal, que se acham na fase do comer e dormir, para depois despender a energia acumulada!
Se o brilho de uma criancinha se apaga, alguma coisa está errada; algo muito doloroso ou sujo atingiu-lhe a alma. Possam os professores do maternal serem usados por Deus para alimentar cada vez mais, nesses coraçõezinhos, a chama da verdadeira alegria – a alegria da salvação” (Marta Doreto). 
Bem-vindos!
“Leve para a classe uma colher de pedreiro, e mostre-a aos alunos, à medida que forem chegando. Pergunte se já viram esta ferramenta, se sabem o que é e para que serve. Explique a utilidade da colher de pedreiro, e diga que hoje vão ouvir a história de um homem que construiu um muro. (Na falta de uma colher, um tijolo servirá para introduzir o assunto)” (Marta Doreto).
Oficina de ideias
“Distribua blocos de madeira ou plástico, ou caixas vazias de remédio, fósforo, etc, para que os alunos empilhem, como se estivessem construindo um muro. Recorde as dificuldades de Neemias e do povo de Deus para reconstruir os muros de Jerusalém (os inimigos que se opunham, zombando e ameaçando, o cansaço normal do trabalho, etc.), e como a alegria do Papai do Céu os fortalecia para continuarem o serviço, até o muro ficar pronto” (Marta Doreto).
Até logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em Neemias 12.27-43. 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal 

Lição 06 - 4º Trimestre 2018 - Na Casa do meu Amigo eu Agradeço - Jd. Infância.

Lição 6 - Na Casa do meu Amigo eu Agradeço

4º Trimestre de 2018
Objetivos: Os alunos deverão desenvolver um espírito de gratidão a Deus; e saber que devemos agradecer a Deus por tudo que Ele nos dá.
É hora do versículo: “e sejam agradecidos a Deus em todas as ocasiões” (1 Ts 5.18).
Nesta lição, as crianças aprenderão, através da história de Ana, que depois de pedir um filho ao Papai do Céu e reconhecer a soberania divina em sua vida, ela voltou para agradecer o lindo filho que o Papai do Céu lhe deu. Assim também devemos nós reconhecer que só o Papai do Céu é poderoso para nos ajudar, confiar nEle e pedir só a Ele e depois agradecer por tudo o que Ele nos dá. E a igreja, a casa do Papai do Céu, é o melhor lugar para isso!
Após realizar todas as atividades propostas na revista do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo com imagem sugerida para o cartaz do versículo bíblico. Esta mesma folha serve para reforçar o versículo e também para a criança colorir. Incentive seus alunos a recitarem o versículo do dia e serem agradecidos ao Papai do Céu em tudo. Enumere com as crianças algumas situações de livramentos, curas, bênçãos materiais e espirituais que elas tenham vivenciado. Façam uma oração agradecendo a Deus por todas elas.
orando.jardim.licao6 
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 06 - 4º Trimestre 2018 - Rute, a Heroína Altruísta - Primários.

Lição 6 - Rute, a Heroína Altruísta

4º Trimestre de 2018
Objetivo: Que o aluno compreenda que Deus abençoa os heróis que fazem o bem sem esperar nada em troca.
Ponto central: Fazer o certo apenas pela recompensa não é ser bondoso, mas sim, interesseiro.
Memória em ação: “[...] fazei o bem, e emprestai, sem nada esperardes [...]” (Lc 6. 35, ARC).
     Querido (a) professor (a), muitas crianças aprendem desde cedo, até mesmo dentro de casa, o que é chantagem, métodos de troca na educação, ação e recompensa, etc. Ainda muito novas já reproduzem essa máxima capitalista de fazer para obter, desenvolvem habilidades de chantagem emocional para conseguirem o que desejam, etc. Por isso, o Ponto Central e Objetivo da nossa próxima aula são tão importantes de já serem trabalhados nesta faixa etária. Ore pela sua turma previamente e peça para que o Espírito Santo lapide, molde crie em cada criança um coração genuinamente bom e altruísta a imagem do de Jesus Cristo.
      Ao longo de toda a aula explique e reforce aos primários, quando cabível com exemplos, a diferença entre atitudes de bondade e ações interesseiras.
    Propomos aqui uma dinâmica que além de aguçar a curiosidade e estimular a leitura e busca pelo conhecimento pode ser muito divertida e inspirar esses pequenos para a vida toda.
    Você só precisará levar um dicionário. Apresente-os, explique para que servem os dicionários, que todas as línguas e idiomas têm, e mostre como funciona. Deixe que alguns alunos escolham uma palavra que gostam ou achem engraçada ou difícil para outro coleguinha, com a sua ajuda, procurar.
    Após ensiná-los a utilizar o dicionário peça para um voluntário procurar a palavra “altruísmo”. Você pode escrever num quadro a fim de que eles visualizem como se escreve corretamente. Marque o nome e tempo que o aluno levou para encontrar (essa atividade pode ser feita em duplas, afim de que um ajude o outro).
   Quando encontrarem, escreva o tempo da dupla no quadro e leia o significado desta palavra tão bonita,  explique na linguagem deles, tudo o que achar necessário, sempre se certificando de que todos compreenderam.
     Você pode fazer o mesmo com palavra sinônimas para as próximas duplas, tais como: bondade, abnegação, beneficência, filantropia, generosidade, desapego, desprendimento, caridade, humanitarismo, magnanimidade, desambição, renúncia, desinteresse, longanimidade... De acordo com o número de duplas e tempo disponível.
      O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD 

Lição 06 - 4º Trimestre 2018 - Felizes os Que Têm Fome de Justiça - Juniores.

Lição 6 - Felizes os que têm fome de justiça

4º Trimestre de 2018
Texto bíblico: Mateus 5.6; Lucas 19.1-9.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos aprenderão a respeito da fome e sede por justiça. Geralmente, quando precisamos alguma injustiça, reagimos com indignação e esperamos que a justiça seja feita contra a pessoa que fez o mal. Mas a justiça de Deus é diferente, pois não está baseada na vingança, e sim na misericórdia. O personagem da história de hoje é Zaqueu, um homem que de acordo com os costumes da época era o mais indigno de receber em sua casa o Mestre da justiça. Ele não apenas era um pecador como também era chefe dos publicanos, tinha a função de coordenar a cobrança de impostos para o governo romano naquela região. Como bem sabemos, os publicanos cobravam a mais do que era necessário. Zaqueu, sendo o chefe deles, certamente, lucrava com a cobrança feita pelos seus empregados. Por esse motivo, o povo odiava os publicanos e havia certo preconceito em relação a eles. Mas Jesus sabia que aquele homem precisava apenas de uma oportunidade para alcançar a salvação. Então o Senhor avistou Zaqueu no alto da árvore e decidiu entrar em sua casa. Depois de desfrutar da presença de Jesus, Zaqueu se rendeu ao Senhor e se arrependeu de seus pecados. A aula desta semana é uma boa oportunidade para ensinar seus alunos a respeito do amor e da misericórdia de Deus pelos pecadores. Deus ama o ser humano e não os trata de acordo com os seus pecados. Antes, oferece a oportunidade para que se arrependam e decidam fazer a vontade de Deus.
A. A justiça de Deus é misericordiosa. Diferentemente do que muitas pessoas ensinam o Senhor Deus não deseja castigar as pessoas por conta dos seus pecados. Deus trata os pecadores com misericórdia a fim de que se arrependam dos seus pecados e viviam (cf. Ez 33.11). O Senhor não tem prazer na morte nem no sofrimento de nenhum dos seres humanos que Ele mesmo criou. Mesmo enfrentando o julgamento das pessoas, Zaqueu teve a oportunidade de experimentar a misericórdia do Senhor. Às vezes agimos da mesma maneira que aquela multidão e achamos que algumas pessoas não são dignas de receber o perdão e a misericórdia de Deus. Mas não é da nossa competência definir a maneira como Deus deseja fazer justiça sobre estas pessoas. Jesus mostrou que a oportunidade da salvação não é privilégio para algumas pessoas. Antes o Senhor deseja que todos os homens sejam salvos (cf. Jo 17.3; 1 Tm 2.3,4).
B. Apenas uma oportunidade de arrependimento. A passagem de Jesus por Jericó era estratégica. Ele precisava passar por aquele lugar para conceder aos pecadores a oportunidade de salvação. Dentre eles estava Zaqueu, alguém que apesar de agir de forma ilegal e oportunista, precisava apenas de uma oportunidade para arrepender-se de seus pecados e praticar a justiça. Talvez, muitos de nós, não concordamos com a maneira de Jesus fazer justiça e achamos que muitos não merecem receber a oportunidade de salvação. Mas Deus não pensa dessa forma e todo aquele que é lavado e remido no sangue do Cordeiro deve desejar que todas as pessoas sejam salvas (cf. 1 Jo 5.1,2). A fome e sede por justiça não significa a condenação dos maus e pecadores, muito embora Deus esteja reservando um dia em que há de julgar toda maldade praticada pelos seres humanos (cf. At 17.30,31). Mas a fome e sede de justiça, neste tempo presente, se traduzem no anseio pela salvação e bem-estar das pessoas. Jesus declara que as pessoas que anseiam pela justiça de Deus em toda a terra são as mais felizes (cf. Mt 5.6). Esta alegria deve ser compartilhada com todas as pessoas.
Vale ressaltar que a oportunidade de salvação e perdão deve ser compartilhada com todas as pessoas. Ensine seus alunos que compartilhar esta verdade faz parte da nossa missão como servos de Deus. Não é de nossa alçada definir quem merece ou não receber a salvação, pois o amor de Deus e a sua graça estão disponíveis a toda a humanidade.
Para reforçar o ensinamento da aula de hoje, ao final da aula, distribua uma premiação para os alunos que cumprirem com êxito as atividades propostas na revista. Pode ser um bombom ou outro doce. Não deixe de fora os que não conseguiram atingir a meta, no entanto, explique que da mesma maneira a graça de Deus está disponível a todos. 

Lição 06 - 4º Trimestre 2018 - Uma Conversa Franca - Pré Adolescentes.

Lição 6 - Uma Conversa Franca 

4º Trimestre de 2018
Texto bíblico: Provérbios 13.24; Tiago 5.16.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos aprenderão sobre a importância do diálogo. Em muitas ocasiões é difícil para o pré-adolescente expressar o que sente e o que pensa para um adulto, tendo em vista que nesta fase o sentimento de acanhamento e a timidez estão muito presentes. Geralmente, os colegas da escola ou amigos da mesma idade são vistos como os mais confiáveis ao diálogo haja vista que a afinidade é fundamental para que o pré-adolescente se sinta à vontade para conversar. Se conversar é importante para o emocional o grande perigo que ronda nossos alunos nesta etapa da vida é justamente em quem confiam para compartilhar seus dilemas, pensamentos e intenções. Muitas vezes, o conselho de alguém da mesma idade é tão perigoso quanto o problema que o pré-adolescente está enfrentando. A aula de hoje é mais do que um conselho. É um alerta para que seus alunos não compartilhem sua vida com pessoas que não terão o conselho vindo da parte de Deus para auxiliá-los. Este dilema também faz parte do trabalho do professor, tendo em vista que os alunos precisam encontrar nele a referência para que possam fazer escolhas sábias. Portanto, seja amigo de seus alunos, não obrigue-os a contar a você o que não sentem vontade. Apenas se mostre empático, acolhedor e transborde confiança, pois no momento certo eles procurarão você para conversar. Esteja preparado!
1. Um passo de confiança. Embora seus alunos demonstrem contínua timidez na hora de expressar o que sentem ou pensam sobre vários assuntos, na verdade o que eles mais querem é falar. Entretanto, é natural que para iniciarmos a conversa com uma pessoa é preciso que haja interesse em falar sobre o assunto e afinidade. Infelizmente, muitos pré-adolescentes têm encontrado afinidade em amizades que não servem a Deus ou possuem uma forma de pensar completamente oposta ao ensinamento bíblico. A esse tipo de amizade a Bíblia aponta para o perigo do conselho dos ímpios, do caminho dos pecadores e da roda dos escarnecedores (cf. Sl 1). Por esse motivo, caro professor, é que as barreiras da desconfiança precisam ser derrubadas. Se os alunos encontrarem em você um(a) professor(a) acolhedor(a), amoroso(a), sem preconceito ou qualquer julgamento precipitado com relação às questões que fazem parte do universo juvenil, certamente, será mais fácil a aproximação e abertura ao diálogo.
2. A importância das referências. A referência é uma importante informação que serve de parâmetro ou indicação de proximidade quando pretendemos chegar a algum lugar. Semelhantemente, seus alunos procuram eventualmente em algumas pessoas o modelo de comportamento adequado para cada ocasião. É uma necessidade humana sentir-se pertencente a algum grupo. Seja na escola ou em alguma outra ocasião, seus alunos procurarão estar inseridos e relacionados com o meio onde vivem e constroem amizades. Para tanto, muitas vezes, seus alunos estarão abertos a fazer mudanças na maneira de pensar, de falar ou se comportar com vista em serem aceitos pelos grupos. Nesse contexto, é fundamental o trabalho da Escola Dominical, haja vista que é neste espaço que a consciência cristã é formada. Seus alunos precisam aprender a pensar, falar e se comportar de acordo com os preceitos da Palavra de Deus (cf. Rm 12.1,2). A Escola Dominical não é apenas um espaço de aquisição de conhecimento bíblico, mas também um espaço de formação do caráter cristão e, para isso, precisam de boas referências. Seus alunos precisam encontrar em você o modelo de vida para que aprendam como se comportar diante dos desafios enfrentados na sociedade.
Com base nas informações apresentadas, dialogue com seus alunos sobre o que pensam da classe de Escola Dominical. Entregue para cada um deles um pedaço de papel e peça que escrevam o que pensam. Explique que eles não precisam colocar o nome. Prepare uma caixa (pode ser de sapato), faça um furo na tampa e utilize de urna para que os alunos depositem o papel. Depois retire alguns papéis e comente o assunto. Mostre-se atencioso(a) com a opinião de seus alunos. Não faça nenhuma crítica ou julgamento. Esta dinâmica será fundamental para que seus alunos sintam-se à vontade para expressar o que pensam e servirá para que você possa reavaliar o seu trabalho e realizar as mudanças necessárias para que a sua classe tenha mais afinidade. A unidade e comunhão são fundamentais para que os alunos sintam-se pertencentes ao grupo e desenvolvam a comunhão.
Tenha uma ótima aula! 

Lição 06 - 4º Trimestre 2018 - Alegrias e Felicidades - Adolescentes.

Lição 6 - Alegrias e Felicidades

4º Trimestre de 2018
ESBOÇO DA LIÇÃO
O QUE É ALEGRIA?
“TENHAM SEMPRE ALEGRIA, UNIDOS NO SENHOR!”
“POSSO TODAS AS COISAS NAQUELE QUE ME FORTALECE!”
O FRUTO DO ESPÍRITO
Esdras Bentho
"Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.”  (João 15.16)
INTRODUÇÃO:
O termo fruto usado nas páginas do Novo Testamento é a tradução do original karpos, que tanto pode significar “o fruto”, quanto “dar fruto”, “frutificar” ou ser “frutífero” (Mt 12.33; 13.23; At 14.17). A palavra é usada em sentido figurado para indicar a produção e o resultado de algo, de acordo com a natureza própria da planta ou da pessoa. Segundo Gn 1.11, a árvore produz fruto segundo a sua espécie. O termo “espécie”, no original mîm, designa “especificação” ou “ordem”, por esta razão a árvore boa não gera fruto mau, e a má, fruto bom (Mt 7.16-20). Portanto, é de se esperar que da natureza regenerada do crente, pelo Espírito Santo que nele habita, origine-se fruto que dignifique e espelhe o caráter moral de Cristo.
A qualidade da coisa produzida aponta para as virtudes, a ineficácia, e ao caráter do elemento gerador (Gn 1.12; Mt 7.17,18). Deste modo é que se refere ao produto da terra, do ventre e dos animais (Dt 28.11); do caráter do justo (Sl 1.30; Pv 11.30); da índole do ímpio e das atitudes dos homens (Pv 1.29-32; Jr 32.19); da mentira (Os 10.13); da santificação (Rm 6.22); da justiça (Fp 1.11) e do arrependimento entre outros (Lc 3.8).
A ilustração bíblica está condicionada ao contexto do símbolo hebraico que concebia o homem como árvore (Jz 9.7-15; Sl 1.3); Israel como vinha (Is 5.1-7; Jr 2.21; Os 10.1); e Cristo como a Videira (Jo 15).
1. O Contexto da Alegoria Joanina (Jo 15.1-17)
Os discursos dos capítulos 15 e 16 e a Oração Sacerdotal do capítulo 17 aparecem no Evangelho de João sem qualquer referência direta nos outros Evangelhos. Trata-se de textos específicos do Quarto Evangelho. A ocasião que motivou os ensinos e o local de onde foram pronunciados também é incerto. Quanto ao local, Jesus esteve em Betânia (12.1-11) e Jerusalém (12.12-50 – 14.1-31), depois é mencionado o ribeiro de Cedrom (18.1) – os discursos ficam entre os dois.
Não há qualquer nota geográfica, mas canonicamente sugere-se Jerusalém, ainda no cenáculo, na ocasião da celebração da ceia, à noitinha, depois da saída do traidor (Jo 13.30). A ocasião também é motivo de debate. De acordo com alguns comentaristas, a figura da videira fora motivada pelas filigranas de videiras e uvas douradas que ornavam a porta do Templo, em Jerusalém, ou então, no caminho Jesus passara por alguma vinha, e até mesmo que crescia uma videira do lado de fora do cenáculo.
A ocasião pode ter motivação teológica. A crucificação estava próxima e Judas havia se desgarrado, frutificando para a morte. Jesus exorta aos discípulos “a permanecerem na fé, para manifestarem em sua vida, não as obras de Satanás, mas os frutos do Espírito Santo”[2]. De outro modo, o fato de os judeus estarem familiarizados com a relação teológica entre Israel e a videira, os frutos e a frutificação espiritual, desde o Antigo Testamento (SI 80.8, 14; 128.3; Is 5.1-7; Jr 2.21; Ez 17.8; J1 2.22; Zc 8.12; Ml 3.11) é uma das mais contundentes motivações do discurso do capítulo 15.
2. Os Dois Temas da Alegoria: A Videira e o Amigo
O capítulo 15 do Evangelho apresenta duas maravilhosas figuras: a Videira e o Amigo. Segundo Wiersbe, as duas apresentam os privilégios e as responsabilidades daqueles que permanecem em Cristo[3]. Como ramo, o crente compartilha da vida de Jesus e, como amigo, o privilégio de conhecer a vontade de Jesus e a responsabilidade de obedece-lo. Assim, em João 15.1-11 temos a figura da videira (Jesus) e dos ramos (discípulo), e nos versículos 12-17, do amigo (discípulos). 
A palavra-chave da primeira parte é “permanecer” e um dos sinais de que o discípulo “permanece nEle” é a geração de frutos. Lembrando que o fruto não é para si, mas para o outro. É um privilégio “estar em Cristo”, mas também uma responsabilidade: “dar frutos”.
A figura do Amigo já fora apresentada no Antigo Testamento. Abraão é tanto amigo quanto servo do Senhor (2Cr 20.7; Is 41.8; Tg 2.23; Gn 26.227). Trata-se de um relacionamento amoroso e sacrificial. Como amigo o discípulo demonstra amor, mas como servo, serviço. A figura do viticultor (o Pai) assegura o cuidado e a produção dos frutos. Demonstra que o Pai deseja dos ramos (discípulo) tanto qualidade quanto quantidade.
Assim, a Alegoria da Videira é uma das imagens sacras mais contundentes sobre o relacionamento e intimidade de Jesus com os seus discípulos. Esta pérola poética não é superada nem mesmo pela oração sacerdotal do capítulo dezessete, mas complementada e sumariada no versículo 23: “Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade”. Na figura da Videira, o Pai é o cultivador que zela pela frutificação do ramo, mas somente na intercessão de Cristo é que entendemos o cuidado do viticultor célico – o poder gerador, criador, frutificador do Deus Todo-Poderoso é comunicado ao crente que está unido e permanece em Cristo, portanto, inadmissível um ramo ineficaz (Cl 1.29;1 Co 12.6).
 3. O Fruto do Espírito (Gl 5.22-23)
“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei.”
O Espírito Santo capacita o discípulo a produzir fruto. É impossível produzir fruto santo sem a graça e cooperação do Santo Espírito. O fruto é santo porque procede da natureza santa do Espírito de Deus. O fruto do Espírito refere-se à virtude tanto espiritual quanto moral cultivada pelo Espírito Santo no caráter e personalidade do crente, que se manifesta na vida particular e nos relacionamentos. É o próprio caráter santo de Cristo na vida do discípulo. O fruto é produzido pela ação do Espírito Santo, por meio da comunhão com Cristo, a Videira verdadeira, e pela intimidade com a Palavra de Deus.
4. Distinção entre os dons e o fruto do Espírito
Não obstante os dons e o fruto procederem do mesmo Espírito, ambos são diferentes entre si. Os dons são concedidos pelo Espírito, enquanto o fruto é gerado no discípulo. Os dons acompanham o batismo com o Espírito Santo, enquanto o fruto começa com a obra do Espírito Santo na regeneração (At 19.6). Os dons são dotações de poder para o serviço, o fruto é uma expressão do caráter de Cristo na vida do cristão. Os dons manifestam-se imediatamente perfeitos, enquanto o fruto requer tempo para crescer e desenvolver-se; os dons revelam concessão de poder e graça especial, enquanto o fruto se relaciona com o caráter do portador.
5. O Fruto do Espírito
5.1. Amor
                    Os quatro aspectos da palavra amor na Bíblia:
                  a. Amor eros. É conhecido como amor instintivo ou paixão.
                  b. Amor storge. É o amor afetivo, amor familiar.
                  c. Amor phileo. É o amor relacionado aos amigos.
                  d. Amor agápe. Deus é a personificação deste amor (1 Jo 4.8-16).
5.2. Alegria
A "alegria" do Espírito é aquela que estimula a viver, andar e realizar a obra de Deus.  Trata-se daquela qualidade de vida graciosa e bondosa, caracterizada pela boa vontade, generosa nas dádivas aos outros, resultante de um senso de bem-estar, resultado de uma correta relação com Deus; é o "regozijo" no Espírito Santo. O gozo, como estado de espírito em alegria permanente, é uma peculiaridade do servo de Deus. Ainda que nem sempre esteja estampado no rosto, o gozo que inunda o coração do crente nele se traduz como uma forma de alegre confiança nos cuidados e provisões de Deus. Nas duas últimas instruções aos seus discípulos, Jesus disse: "tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo"(Jo 15.11).  
5.3. Paz
A verdadeira paz, a paz real, é de tríplice aspecto: paz com Deus; paz consigo mesmo; e paz com nosso semelhante. A base de nossa paz com Deus é a justificação pela fé em Jesus Cristo (Rm 5. 1). Portanto, a paz envolve muito mais do que tranquilidade íntima. Antes, trata-se de qualidade espiritual produzida pelo perdão dos pecados, conversão e a consequente transformação segundo a imagem de Cristo. A paz é o contrário exato do ódio, da desavença, da contenda, do conflito, da inveja.
5.4. Longanimidade
A longanimidade consiste em suportar as fragilidades e provocações alheias, com base na consideração de que Deus se tem mostrado extremamente paciente conosco. Assim, a longanimidade é a paciência que nos permite controlar a ira e o senso de contenda, tolerando as injurias.
5.5. Benignidade
A benignidade é doçura de temperamento, sobretudo para com os desvalidos, predispondo a uma atitude afável e cortês, que deixa facilmente abordável, quando alguém magoado.
5.6. Bondade
O uso que Paulo faz em Rm 15.14 e 2 Ts 1.11 demonstra que se trata de generosidade e de ação gentil para com outras pessoas.
5.7. Fé
Significa tanto "confiança" quanto "fidelidade"; e ambas virtudes procedem do Espírito de Deus. O termo "fidelidade" designa uma fé provada como elemento modelador do caráter do cristão (1Pe 1.7).
5.8. Mansidão
Essa é uma qualidade exaltada nas bem-aventuranças. Uma qualidade de caráter daqueles que haverão de herdar a terra (Mt 5.5). Cristo possuía essa qualidade (Mt 11.29). Em Fp 2.1-11 é associada à "mente de Cristo". Consiste em um Espírito de mansidão e gentileza no trato com o próximo.
5.9. Temperança
Na passagem de 1 Co 7.9 essa palavra e usada para o controle do impulso sexual, mas em 1 Co 9.25 à toda forma de controle e autodisciplina que um atleta precisa exercer. Paulo emprega o termo para falar do autocontrole que obtém o domínio sobre os vícios alistados em Gl 5.19-21. Para que seja vitorioso e obtenha a vitória contra o mal, o cristão precisa de uma completa autodisciplina e de total autocontrole.
Conclusão
O cristão deve conservar em perfeita sintonia os dons e o fruto do Espírito. Ele deve manter-se sempre cheio do Espírito, tanto do poder quanto do fruto. Crente cheio de poder, mas sem fruto (se for possível) é como uma linda arquitetura sem fundamento.
________________________________________
[1] Pedagogo, Teólogo, Comentarista das Lições Bíblicas de Jovens (CPAD); Mestre e Doutorando em Teologia pela PUC, RJ. Autor dos livros: Hermenêutica Fácil e Descomplicada (CPAD); A Família no Antigo Testamento (CPAD); Igreja Identidade & Símbolos (CPAD); Davi as Vitórias e Derrotas de um Homem de Deus (CPAD); Da História à Palavra: A Teologia da Revelação em Paul Ricoeur (Reflexão).
[2] HENDRIKSEN, W. João.p.686.
[3] WIERSBE, W. W. Comentário Bíblico do Novo Testamento, p. 457.

Lição 06 - 4º Trimestre 2018 - A Sabedoria e a Solidez para a Vida - Juvenis.

Lição 6 - A Sabedoria e a Solidez para a Vida

4º Trimestre de 2018
“O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que lhe obedecem; o seu louvor permanece para sempre” (Sl 111.10).
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. A SABEDORIA NOS GUIA (PV 8.1-13)
2. A SABEDORIA NOS FAZ TER SUCESSO
3. OBEDIÊNCIA A DEUS: PRINCÍPIO DA SABEDORIA
OBJETIVOS
Definir o termo “bem-sucedido” aos olhos de Deus.
Explicar que a verdadeira sabedoria é mudança de vida.
Destacar que Jesus é o nosso maior exemplo de sabedoria.
     Querido (a) professor (a), conforme conversamos há algumas aulas, idade não é sinônimo de sabedoria. O tempo apesar de ser um fator que pode corroborar para a sabedoria, não é o único e nem mesmo o elemento determinante para ela. Quantos não são os idosos experientes, porém arrogantes e tolos que não se deixam mais admoestar, tal qual o número de jovens sábios e moldáveis nas mãos do Todo-Poderoso e por isso com uma vida feliz e bem-sucedida?! (Cf Ec 4.13)
     Se não está no tempo a resposta, então qual seria o fator determinante para a sabedoria? Proponha essa indagação à turma e ouça-os com atenção. Incentive a cada aula ao longo de todo o trimestre que seus alunos busquem ardentemente a sabedoria de Deus, que pode livrá-los de tantas escolhas erradas, ciladas, feridas e amarguras dolorosas ao longo da caminhada. Enfatize também que o Senhor, a Sabedoria em Pessoa, deseja se derramar sobre eles hoje, agora, na idade que eles têm!  E quão maravilhoso presente! Que cada um de seus alunos possa ter a felicidade de recebê-lo. Em meio a uma sociedade corrupta e perversa, onde o amor de muitos se esfria, até mesmo dentro da igreja, a Sabedoria do Alto se faz mais necessária do que nunca. Assim como a formação de cidadãos de caráter, em palavras e ações semelhantes a Jesus Cristo, além de apenas detentores e fiscais de moralismos. Isto é ser bem-sucedido aos olhos divinos. Por isso o Nazareno é o nosso maior exemplo e inspiração. Ele nos mostrou com sua vida terrena a diferença entre religiosidade e devoção; bom testemunho e boa aparência; guardar regras ou cumprir ritos e praticar o amor e temor do Senhor.
Os seis primeiros versículos de Provérbios mostram com muita clareza que o propósito desse livro é o cultivo dos valores éticos-morais: Provérbios de Salomão, filho de Davi, o rei de Israel. Para aprender a sabedoria e o ensino; para entender as palavras de inteligência; para obter o ensino do bom proceder, a justiça, o juízo e a equidade; para dar aos simples a prudência e aos jovens, conhecimento e bom siso. Ouça o sábio e cresça em prudência; e o instruído adquira habilidade para entender provérbios e parábolas, as palavras e enigmas dos sábios. (Pv 1.1-6) 
O livro de Provérbios, portanto, é rico em ilustrações sobre o comportamento humano e sem dúvida procura trabalhar o caráter do homem. Mas como bem observou Derek Kidner, ele não é um álbum de retratos, nem um livro de boas maneiras: oferece uma chave à vida.
‘As amostras de comportamento que espalha diante das nossas vistas são aquilatadas, todas elas, por um único critério, que poderia ser resumido na pergunta: Isto é sabedoria ou estultícia?’
Esta é uma abordagem que unifica a vida, porque se adapta aos campos mais corriqueiros tanto quanto aos mais exaltados. A sabedoria deixa a sua assinatura em qualquer coisa bem feita ou bem julgada, desde uma observação apropriada até o próprio universo, desde uma política sábia (que brota de uma introspecção prática) até uma ação nobre (que brota de uma introspecção prática). Noutras palavras, fica igualmente bem encaixada nos ambientes da natureza e da arte, da ética e da política, sem mencionar outros, e forma uma base única de julgamento para todos eles.
Por outro lado, as palavras: “O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino” (Pv 1.7, ARA), demonstram que a transmissão de valores espirituais estava na mente de Salomão quando escreveu este livro. Esse também é um princípio que o filho de Davi faz sobressair em Eclesiastes, livro também de sua autoria. Dessa forma observamos que Salomão demonstra que nenhuma moral-social se firma se não tiver valores morais e espirituais como princípio.
O valor espiritual dos Provérbios fica bem demonstrado no uso que nosso Senhor Jesus Cristo fez dos mesmos. Como bem observou Antonio Neves de Mesquita:
Jesus fez amplo uso dos ensinos de Provérbios na sua doutrinação prática. Muitas das suas parábolas estão calcadas em seus ensinos. Por exemplo, a parábola dos primeiros lugares, quando convidado para banquetes, está firmemente relacionada com Provérbios 25.6,7, onde se lê: não se glories no meio dos reis nem te ponhas no meio dos grandes, porque melhor é que te digam: sobe para aqui, do que seres humilhado diante do príncipe. A parábola do rico insensato está bem retratada em Provérbios 27.
Jesus, na conversa com Nicodemos, parece, que copiou a palavra de Agur, filho de Jaqué em Provérbios 30.4, e quando se refere ao povo, dizendo que a sabedoria é justificada por seus filhos, está citando Provérbios no seu todo.
A literatura sapiencial, representada neste capítulo pelos livros de Provérbios e Eclesiastes, revela que o temor do Senhor é o fundamento de todo o saber. Ninguém pode ser considerado sábio de fato se os seus conselhos não revelam princípios do saber divino. Um sábio não é alguém dotado apenas de muita informação ou inteligência, mas alguém que aprendeu que o temor do Senhor é a base de toda moral-social.  (GOLÇALVES, José. Sábios Conselhos Para um Viver Vitorioso. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp. 16-17)
     O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD